A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E O MERCADO DE TRABALHO Gicélia da Silva Jurema Rosa Lopes Silvania de Jesus da Silva Vânia Martins da Silva O presente estudo objetivou analisar a contribuição da Educação de Jovens e Adultos para a formação de pessoas que buscam inserção e permanência no mercado de trabalho. Para aprofundarmos a questão da educação nos apoiamos nas ideias de Freire (1996), Cavalcante (2005) Tosi (2007). Em relação ao trabalho e tecnologia nos apoiamos nas ideias de Oliveira (2006) Souza (1995) e Libâneo (1995). O campo empírico do estudo foi a Universidade do Grande Rio e a Igreja Católica São João Batista situadas no Município de São João de Meriti. Os sujeitos do estudo foram oito alunos e uma professora regente de turma. Dos oito, quatro são alunos da Educação de Jovens e Adultos e os outros quatro, ex-alunos, hoje no Ensino Superior. O resultado desse estudo mostra a EJA como uma opção para os alunos que não concluíram os estudos por vários motivos tais como: gravidez inesperada, problemas familiares, casamento, entre outros e aí encontramos pessoas com idade entre trinta e cinquenta anos. A justificativa para o retorno sala de aula se encontra fundada na inserção, permanência e expectativa de ascensão dos sujeitos do estudo no mercado de trabalho. Também, encontramos pessoas na mesma faixa etária, ex-alunos da EJA que justificaram sua opção por essa modalidade de ensino devido a possibilidade de concluir com rapidez uma etapa e prosseguir os estudos no Ensino Superior. Assim, além da questão das primeiras leituras e escritas , podemos concluir que hoje a importância da EJA se encontra no fato dos alunos reconhecerem a contribuição dessa modalidade de ensino para manterem seus empregos e também como perspectiva de crescimento profissional e acadêmico. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Mercado de Trabalho, Ensino Superior O presente artigo é resultado do estudo que objetivou investigar, junto aos alunos e ex-alunos da EJA, a contribuição dessa modalidade de ensino na sua vida profissional. Freqüentemente ouvimos que os alunos da Educação de Jovens e adultos, por diversos motivos, não tiveram a oportunidade de freqüentar o ambiente escolar e competirem no mercado de trabalho, provavelmente, por falta de conhecimentos sistematizados, para o seu crescimento profissional e sua permanência no mercado de trabalho. Ao pensarmos no retorno do jovem e adulto à escola e nas exigências atuais do mercado de trabalho 2 levantamos a seguinte questão: - Qual a contribuição da EJA, para a formação do jovem e adulto que busca sua inserção e permanência no mercado de trabalho? Pressupomos que, com o avanço das tecnologias, o mercado de trabalho passou a exigir muito mais do profissional que, em busca de novas oportunidades, retorna a EJA na esperança de concluir seus estudos visando o seu crescimento profissional e, de certa forma, garantir sua permanência no mercado de trabalho. Para o desenvolvimento do estudo recorremos as idéias de: Freire (1996), Freire (1989), Beisiegel ( 2003), Oliveira (2006), Cavalcante (2005),Libâneo (2005), Souza (1995), Tosi (2007), Regina (2007), Meksenas (2005), Gadotti (2006), Vicentino,Cláudio; Gianpaolo,Dorigo (2005), Minayo (2005), LDB e outros documentos oficiais que tratam da Educação de Jovens e Adultos. Realizamos nossa investigação na Igreja Católica- São João Batista, situada no centro do Município de São João de Meriti e na UNIGRANRIO- Campus de São João de Meriti. Os sujeitos do estudo foram onze, assim apresentados: quatro alunos da educação de jovens e adultos, uma professora da educação de jovens e adultos, três alunos do ensino superior do Curso de Pedagogia e três alunos do Curso de Administração de Empresas. CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS PARA O MERCADO DE TRABALHO Em nossa reflexão ao buscarmos o conceito de trabalho nos deparamos com uma gama de significados que, segundo Souza (1995), revela dureza, fadiga, dificuldade, incômodo, insatisfação, prazer, amor. Essa multiplicidade de sentimentos com os quais podemos conceituar trabalho se apresenta em situações que vivenciamos em nosso dia a dia. O trabalho é qualquer atividade voltada a um fim específico, remunerada ou não, vinculada ou não ao mercado formal de trabalho. Trabalho é traço especifico da espécie humana, denominador comum e condição de vida em sociedade. Por ser traço específico do ser humano, a atividade de trabalho traz em si uma dimensão comum aos homens que é a vida e uma dimensão múltipla aos homens que é histórica, conforme destaca Schwartz (1995). A atividade de trabalho envolve, portanto, 3 uma situação de trabalho, normas e o uso de si por si mesmo que todo trabalhador faz diante das escolhas e decisões exigidas pela atividade que vivencia. As normas do trabalho face ao processo de transformação da sociedade, através das novas tecnologias, traz em seu bojo a transformação do trabalho e o surgimento de novas profissões . Esse processo elimina, gradativamente, profissões, que no passado, foram muito prestigiadas. Não é difícil dar exemplo de profissões que sucumbiram à avalanche tecnológica. Por exemplo, onde está a profissão de ferroviário? Ela praticamente acabou, com o fim das ferrovias. Quem vai às cidades do interior do país e tem a chance de visitar antigas estações ferroviárias vê que estão todas praticamente abandonadas (em alguns casos, foram transformadas em belos centros comerciais ou culturais, como em Curitiba, Paraná).E o que acontece com os eleitores, que entregam o leite cedinho pela manhã, nas portas das casas, nas grandes cidades. O fim dos leiteiros veio quando a garrafa de vidro ou o latão de leite foram substituídos por uma nova embalagem, o saquinho de plástico, na década de 1970. (OLIVEIRA, 2006, p.11). As transformações tecnológicas que englobam materiais e equipamentos para a realização das atividades de trabalho exigem a formação de um novo trabalhador que antes exigia apenas sua força física e hoje se exige sua criatividade, capacidade de iniciativa,entre outras habilidades. As exigências atuais remetem o trabalhador à cursos de atualização, ao aprimorando de seus conhecimentos e diante deste quadro, muitos jovens e adultos retornam à escola, motivados pela perspectiva de ocupar um posto de trabalho ou de ocupar outros cargos na empresa, em busca de melhoria de vida pessoal e de seus familiares. A seleção para ocupar um posto de trabalho, se torna cada vez mais rigorosa e privilegia quem tem um bom desempenho escolar, além do empregador dá mais atenção para as atividades de treinamento. É fato que o mercado de trabalho treina o seu pessoal , exige escolaridade e nesse processo, há um grande movimento de retorno às salas de aula, por parte dos jovens e adultos que buscam inserção e permanência no mercado de trabalho. Assim, no campo de investigação, ao conhecermos as intenções da professora em preparar jovens e adultos para o mercado de trabalho, conforme depoimento da mesma, destacamos: 4 Muitos alunos vão para a turma da Educação de Jovens e Adultos para tentar pegar o tempo perdido e vão estudar, outros somente para pegar um diploma. (Professora) “Tentar pegar o tempo perdido” eis como a professora define, o fato de seus alunos retornarem à escola para "estudar" ou "para pegar um diploma". A preocupação em oferecer uma educação as pessoas jovens e adultas que não tiveram acesso ou continuidade de estudo, em idade própria é uma preocupação do governo brasileiro como ressalta Regina Danise(2007), que indica a década de 30 como um marco devido ao processo de industrialização. Vale ressaltar que a turma da EJA no campo do presente estudo faz parte do Projeto Brasil Alfabetizado desenvolvido em parceria com a Prefeitura da Cidade de São João de Meriti. Acrescenta a professora : Quem tem vontade de vencer na vida consegue ingressar no mercado de trabalho ou até mesmo no ensino superior. (Professora) "Quem tem vontade de vencer" parece que a professora reduz à dimensão individua,l a complexa questão da ocupação dos postos de trabalho, do subemprego, dos direitos trabalhistas desrespeitados. “Ingressar no mercado de trabalho”, aparece como preocupação da professora e isto nos remete a uma questão muito discutida hoje relacionada ao avanço das tecnologias. Conforme Libâneo (2002), muitos jovens e adultos voltam hoje para escola motivados pela perspectiva de conseguir um emprego e uma melhor qualidade de vida. A seleção para ocupar um posto de trabalho privilegia quem tem um bom desempenho escolar, talvez por isso, a professora destaca que os alunos podem "até mesmo ingressar no ensino superior". Ao considerarmos que a educação de pessoas jovens e adultas, no Brasil, no final da década de 50 e início da década de 60, segundo Regina Danise (2007), foi inspirada na pedagogia de Paulo Freire, com a intenção de levar o educando assumir-se como sujeito da sua própria aprendizagem, a professora destaca: Muitos dizem que a educação é para formar cidadãos críticos, mas se não dão oportunidades na própria turma 5 do aluno se expressar, ficará difícil formar cidadãos críticos (Professora). Podemos compreender que a intenção da professora é formar um aluno crítico por meio, talvez, do diálogo levando esse aluno a se expressar assim como destaca Freire (1989), “A educação é um ato de amor, por isso,um ato de coragem”. Acreditamos que o ato de coragem do professor está no fato de, através de uma relação horizontal, dialogar com o aluno para que este possa se expressar através da sua experiência cotidiana. O depoimento seguinte da professora reafirma a necessidade do diálogo ao acrescentar : Amo trabalhar com alunos da Educação de Jovens e Adultos. É gratificante demais, um determinado aluno chega de uma forma e sai de outra. Em minha classe eu dou oportunidades dos meus alunos se expressarem e colocarem suas idéias.(Professora) Ao destacar que “um determinado aluno entra de uma forma e sai de outra”, nos leva a apreender o compromisso e a intenção da professora com a formação de seus alunos. Segundo Freire (1996), ensinar é mais que transferir conhecimentos é criar possibilidades para que o aluno seja autor da sua própria aprendizagem. "Amo trabalhar com alunos da EJA" revela sua satisfação com a atividade de trabalho que realiza e testemunha o uso que faz de si por si mesmo. As observações que realiza no cotidiano de sua atividade de trabalho revela suas opções e escolhas, tal como destaca Schwartz (1995). A contribuição da Educação de Jovens e Adultos para os atuais alunos A Educação de Jovens e Adultos tem a finalidade de resgatar um tempo, em que por algum motivo, os adultos ou até mesmo os jovens, não puderam estar numa sala de aula para concluir os estudos. O objetivo é incluí-los no contexto sociocultural e econômico 6 e contribuir para que uma parte desses alunos possa conseguir qualificação e crescimento profissional, a fim de atuar no mercado de trabalho. A professora da Educação de Jovens e Adultos, com o seu método de ensino parte da realidade e interesse do aluno, o que indica a possibilidade de tornar o educando reflexivo, com possibilidade de estar participando das transformações sociais, consciente de seus direitos e deveres. Assim ao indagarmos sobre as causas do afastamento da escola e a contribuição da Educação de Jovens e Adultos observamos os seguintes depoimentos. a) Em relação as razões do afastamento da escola 1) Aluno da Educação de Jovens e Adultos, 41 anos de idade, trabalha em uma empresa como auxiliar de serviços gerais. Sai da escola porque tive que assumir a casa financeiramente eu não tinha tempo para ir à escola. "Tive que assumir a casa financeiramente" nos parece ser a expressão comum que geralmente justifica o desencanto com a escola e o seu afastamento, longe de duvidar desse aspecto cruel que atinge muitos brasileiros, mas pensamos sempre na pertinência de um olhar mais investigativo. Acreditamos que a busca e a curiosidade em adquirir um certo tipo de conhecimento, ou talvez a certificação, é que garante a permanência do aluno na escola. Ao recorrer as idéias de Freire entendemos ser necessária a permanência da curiosidade para aprender a ler e escrever O aluno ao assumir-se como sujeito de sua aprendizagem torna-se um sujeito critico autonomo, responsável pelos seus atos, capaz de tomar decisões a partir da problematização do contexto em que esta inserido (Freire,1996). 2) Aluno da Educação de Jovens e Adultos, 37 anos de idade, trabalha como ajudante de caminhão e ambulante para ajudar em sua renda familiar. 7 Comecei a trabalhar em uma empresa, lá não pude mudar de cargo porque não tenho o segundo grau completo, e nos finais de semana para aumentar a minha renda trabalho como ambulante. Libâneo (2002), destaca que pensar no papel da escola nos dias atuais implica levar em conta questões sumamente relevantes. Acreditamos que a escola tem um papel fundamental na vida dos jovens e adultos que por algum motivo não puderam concluir os estudos em tempo hábil, hoje vivemos numa sociedade cada vez mais exigente em relação a qualificação de quem deseja permanecer no mercado de trabalho. Nos parece que o aluno reconhece a importância de seu retorno e permanência na escola ao dizer que "lá não pude mudar de cargo porque não tenho o segundo grau completo" 3) Aluna da Educação de Jovens e Adultos, 50 anos de idade, trabalha como vendedora Eu afastei da escola porque fiquei grávida, muito nova, e meu marido não dava incentivo em relação aos estudos. Meu marido dizia que a mulher deve somente pilotar fogão. Por isso, aos quinze anos tive que parar os estudos. Embora não seja o foco do presente estudo, vale à pena ressaltar com base no depoimento que, outras questões também interferem no processo escolar. No depoimento parece que a aluna reconhece a postura submissa,em relação ao marido, aos seus quinze anos de idade. Hoje a opção de retornar a escola indica uma certa autonomia para suas escolhas. Segundo Freire (1996), ninguém é autônomo primeiro para depois decidir. A autonomia vai se constituindo na experiência de várias e inúmeras decisões que vão sendo formadas. Entendemos a autonomia como um processo de cada sujeito que precisa ser estimulado e desenvolvido. 4) Aluna da Educação de Jovens e Adultos, 34 anos de idade, trabalha como auxiliar de serviços gerais 8 Me afastei da escola porque fiquei grávida. Não fiz as contas do tempo em que eu fiquei afastada da escola, porque eu retornava e saia da escola. Oliveira (2006) afirma que: estudar! Esta é a única coisa que podemos afirmar com certeza, que dará certo! Pensamos que estudar é o primeiro passo para a realização profissional, é através dos estudos que aprimoramos nossos conhecimentos para obtermos um bom desenvolvimento no trabalho. A escola sempre esteve no horizonte de vida da aluna quando ela diz que "retornava e saia da escola'. Os depoimentos relacionados as alunas nos possibilita visualizar outros caminhos de investigação. b) Em relação a contribuição da Educação de Jovens e Adultos 1) Aluno da Educação de Jovens e Adultos, 41 anos de idade, trabalha em uma empresa. A Educação de Jovens e Adultos contribuiu muito para o meu trabalho porque agora estou escrevendo melhor e realizando operações matemáticas e já estou pensando em até enviar currículo para outra firma. "Estou pensando em até enviar currículo para outra firma" eis como o aluno manifesta e confirma sua satisfação com a aquisição de novos conhecimentos relacionados a EJA. Meksenas (2005), destaca que: “com o constante aumento da divisão do trabalho social, a cada dia que se passa as pessoas se especializam em funções e assim também ocorre com a educação”. Pensamos que todo cidadão precisa buscar novos conhecimentos no seu dia-a-dia para assim estar preparado para as novas exigências do mercado. 2) Aluno da Educação de Jovens e Adultos, 37 anos de idade, trabalha como ajudante de caminhão e ambulante para ajudar em sua renda familiar. 9 Os estudos têm contribuído para mim, pois continuo na mesma empresa devido aos estudos. O atual mercado de trabalho exige aperfeiçoamento, a mão de obra qualificada, que se dá através de treinamentos e/ou através do estudo, tal como reconhece o aluno ao destacar que "continuo na mesma empresa devido aos estudos". Conforme destaca Libâneo (2002,p.84) "local de trabalho ideal, com o salário ideal, virá um dia, leve em consideração seus dons industriais, personalidade, preferências e afinidades, informações dos pais e de outras pessoas", 3) Aluna da Educação de Jovens e Adultos, 50 anos de idade, trabalha como vendedora Com o meu trabalho de vendas, consigo falar com minhas freguesas. Melhorou a minha escrita, faço continhas de dividir e somar com muita eficiência. Hoje mantenho minha casa com dinheiro de minhas vendas. "Consigo falar com minhas freguesas" é como a aluna explicita sua satisfação em relação ao estudo e sua atividade de trabalho, segundo ela, consegue ter uma comunicação mais clara em suas vendas a partir do seu retorno à escola que "melhorou a minha escrita e faço continhas de dividir e somar com muita eficiência". Segundo Freire(1996),"a liberdade amadurece no confronto com outras liberdades, na defesa de seus direitos em face da autoridade dos pais, do professor, do Estado”. Pensamos que, face ao seus direitos, a partir do momento em que optou em retornar à escola, o estudo tornou um ponto positivo não só na sua profissão como também na vida particular, como explicita orgulhosamente,"hoje mantenho minha casa com o dinheiro de minhas vendas". 10 4) Aluna da Educação de Jovens e Adultos, 34 anos de idade, trabalha auxiliar de serviços gerais Gostaria de acabar os meus estudos para subir de função no meu emprego. A preocupação com os estudos parece associada a permanência no emprego por isso que a aluna diz que “gostaria de acabar os meus estudos” , no entanto sua fala não nos revela o horizonte imaginado para “acabar os estudos”. Parece que a preocupação do trabalhador em elevar seu nível de estudo está associada a sua permanência no mercado de trabalho. Contribuições da Educação de Jovens e Adultos para os ex-alunos a) Em relação ao retorno à escola e a vida profissional os ex- alunos da Educação de Jovens e Adultos 1) Aluno do 3°período do Curso de Administração de Empresas, 49 anos de idade, trabalha como funcionário de apoio administrativo em uma empresa escolar. Cheguei a universidade e espero terminar com êxito o curso. Freire (1996) assinala que quanto mais me torno capaz de me afirmar como sujeito que pode conhecer tanto melhor desempenho minha aptidão para fazê-lo. Entendemos que, a partir do retorno à escola, em algum momento de sua vida, a modalidade de ensino EJA possibilitou ao aluno chegar a universidade e com satisfação "espero terminar com êxito o curso". Como sua atual função é numa empresa escolar podemos inferir que, possivelmente, sua atividade de trabalho na empresa estimulou o 11 seu retorno à escola e o faz reconhecer que quanto mais buscarmos nossa preparação profissional mais capacitados estaremos para desempenhar nossas atividades de trabalho. 2) Aluno do 3°período do Curso de Administração de Empresas 50 anos de idade,trabalha como auxiliar administrativo em uma empresa. Adquiri mais experiências e conhecimentos, no o dia-adia, na vida pessoal, profissional e acadêmica. O percurso na EJA possibilitou a aquisição de novos conhecimentos “ na vida pessoal, profissional e acadêmica” ? 3) Aluno do 3°período do Curso de Administração de Empresas, 42 anos de idade,trabalha como assistente administrativo em uma empresa. Foi graças à Educação de Jovens e Adultos que eu consegui entrar no ensino superior. A Educação de Jovens e Adultos é destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria( Lei 9394/96. Art.37). Entendemos que o ingresso na Educação de Jovens e Adultos garantido por lei, possibilitou a referida aluna a continuar seus estudos e ingressar no ensino superior. O debate sobre essa possibilidade no curso de formação de professores amplia o debate sobre a EJA, muitas vezes, reduzida a alfabetização de adultos. 12 4)Aluna do 7°período do Curso de Pedagogia,50 anos de idade, trabalha no ministério do trabalho. A Educação de Jovens e Adulto me ajudou a tomar decisões em determinadas coisas em minha vida, que me fez refletir: nunca é tarde para recomeçar, graças á Deus estou no ensino superior e já estou quase terminando. Creditamos que só através de uma educação de qualidade é que a sociedade poderá ser transformada. Isso é confirmado quando a aluna diz que "a Educação de Jovens e Adultos" segundo ela, essa modalidade de ensino mudou a sua vida, pois passou ser mais reflexiva e autonoma. 4) Aluna do 7°período do curso de pedagogia 23 anos de idade, gerente de loja. 5) A Educação de Jovens e Adultos me ajudou muito, por este motivo hoje estou no ensino superior e tive uma oportunidade de mudar de cargo, passando a ser gerente de loja. "A Educação de Jovens e Adultos me ajudou, por este motivo estou no ensino superior" eis como a aluna expressa a contribuição dessa modalidade de ensino em sua vida pessoal e profissional. Freire(1996) afirma que um gesto, aparentemente insignificante, vale como formador ou como contribuição ao educando. 6)Aluna do 7°período do curso de pedagogia,27 anos de idade,técnica em contabilidade. A Educação de Jovens e Adultos abriu as portas para que eu participasse de uma outra oportunidade que apareceu dentro da empresa,em que eu fiz parte e fui promovida. Está experiência foi de grande valia em minha vida!!! “A EJA abriu as portas” para novas oportunidades dentro da empresa , destaca a aluna ao falar sobre sua experiência numa empresa. Podemos destacar que a educação 13 tem por finalidade levar o educando a compreender a estrutura econômica social,a partir de sua inserção na atividade de produção e intensificar assim suas capacidades de ação. Podemos concluir que o avanço das tecnologias e as novas exigências do trabalho impulsionam o retorno dos alunos à escola e a modalidade de Educação de Jovens e Adultos tem sido muito procurada pelos que buscam inserção e permanência no mercado. Referências Bibliográficas BRASIL. MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº9394/96). 1996 BEISIEGEL, Celso de Rui. A educação de Jovens e Adultos no Brasil. In: Revista de Educação de Jovens e Adultos nº16- Julho de 2003. CAVALCANTE, Meire. O que dá certo na escola para jovens e adultos. Revista do professor. Nova Escola. 184ªed. Agosto, 2005. DANISE, Regina Rodrigues da Silva. Educação de Jovens e Adultos. http://www.portaldoprofessor.inep.gov.br/entrevistas/danise.jsp Acessado em 08/05/2010 às 22:58 FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 11ªed. São Paulo: Paz e terra, 1996. FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 19°ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989. GADOTTi, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. 15ªed. São Paulo: Cortez, 2006. LIBÂNEO, José Carlos. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 2ªed. São Paulo: Cortez, 2005. 14 MEKSENAS, Paulo. Sociologia da Educação-Introdução ao estudo da escola no processo e transformação social. 12ª ed. São Paulo: Loyola, 2005. MINAYO, Maria Cecília. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. OLIVEIRA, Marco Antônio. O novo mercado de trabalho: guia para sobreviventes. 3ªed. Rio de Janeiro: SENAC, 2006. SOUZA, Sonia Maria Ribeiro. Dê um olhar: filosofia. São Paulo: FTD, 1995. TOSI, Rodrigues Alberto. Sociologia da educação. 6ªed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007. VICENTINI, Claudio; História para o ensino médio: história geral e do Brasil/Claudio Vicentino, Gianpaolo Dorigo, 2005 série parâmetros. SP, editora: Scipione.