FRANÇA, V.C.; LEITE, R.S.; NASCIMENTO, M.N.; OLIVEIRA, L.M. Germinação de sementes de Physalis angulata em diferentes
substratos em casa de vegetação. In: II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste, 2015, Fortaleza. Anais do II
Simpósio da RGV Nordeste. Fortaleza, Embrapa Agroindústria Tropical, 2015 (R 91).
Germinação de sementes de Physalis angulata em diferentes substratos em casa de
vegetação
Vanessa Chaves da França1; Romeu da Silva Leite1; Marilza Neves do Nascimento2; Lenaldo
Muniz de Oliveira2
¹Graduando(a) em Agronomia. Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Unidade Experimental
Horto Florestal (UNEHF). CEP: 44036-900, Feira de Santana, BA. [email protected];
[email protected]; ²Professor(a) Doutor(a) do Departamento de Ciências Biológicas,
(UNEHF/UEFS).
CEP:44036-900.
Feira
de
Santana,
BA.
[email protected];
[email protected].
Palavras chave: germinação, substratos, camapú
Introdução
O gênero Physalis pertence à família Solanaceae, frutífera originária dos Andes e ocorre desde o
México até o Peru (FISCHER; ALMAZA, 2005). Devido à qualidade nutricional do fruto, rico em vitaminas, a
cultura tornou-se uma excelente alternativa ao pequeno e ao médio produtor rural brasileiro. A propagação
da Physalis angulata é através de sementes por possuírem alto percentual de germinação, entretanto os
gastos são altos já que a comercialização e produção das mesmas são restritas. O substrato é um fator
primordial para a obtenção de mudas de qualidade uma vez que desempenha grande influência na aeração,
capacidade de retenção de água, disponibilidade de nutrientes e grau de infestação de patógenos (PINTO,
2006; POPINIGIS, 1977), que variam de acordo com o tipo de material utilizado. Diante do exposto, o
presente trabalho teve como objetivo avaliar a germinação de sementes de Physalis angulata em diferentes
substratos em casa de vegetação.
Material e Métodos
O trabalho foi conduzido em casa de vegetação na Unidade Experimental Horto Florestal,
pertencente a Universidade Estadual de Feira de Santana, com sementes de Physalis angulata
provenientes do banco de sementes do Horto Florestal da UEFS. Utilizou-se o delineamento inteiramente
casualizado (DIC), com quatro tratamentos e quatro repetições. A semeadura foi realizada em bandejas de
poliestireno expandido com 128 células distribuindo-se uma semente por célula (profundidade de
aproximadamente 2 cm), sendo considerada como repetição, a quantidade de 64 células. Foram testados
quatro substratos: substrato comercial (Globalpreme®), vermiculita, solo+areia (1:1), solo+esterco bovino
(1:1). Durante a execução do experimento foram registrados a emergência (E) e índice de velocidade de
germinação (IVG), segundo procedimentos de Maguire (1962). Os dados foram submetidos ao teste F e ao
teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade, realizados no programa estatístico SISVAR.
Resultados e Discussão
As variáveis analisadas foram influenciadas pelos substratos utilizados, verificando-se maiores
valores
para
germinação
(%)
em
ordem
decrescente,
para
o
substrato
comercial,
>vermiculita,>solo+areia,>solo+esterco bovino. Foi observado 96% de germinação para o substrato
comercial, assim como maior valor do IVG (9,42), seguido do tratamento com vermiculita (Tabela 1). Os
demais tratamentos não diferiram entre si para a variável germinação, no entanto, apresentaram diferenças
estatísticas para o IVG. Os melhores resultados de germinação e IVG observados ao utilizar o substrato
comercial e a vermiculita, isoladamente, podem ser explicados pela boa retenção de umidade, alta
porosidade e baixa densidade de ambos, o que muitas vezes, proporciona maior facilidade para a plântula
emergir (Dousseau et al 2008).Também devem ser levados em consideração o tamanho da semente, sua
exigência com relação à umidade, sensibilidade ou não à luz e ainda, a facilidade que ambos substratos
oferecem para o desenvolvimento e avaliação das plântulas.
Os substratos solo+areia e solo+esterco bovino são materiais de alta densidade, o que pode ter
limitado a germinação e emergência das plântulas, consequentemente apresentaram os menores valores
para porcentagem de germinação e IVG. Resultados semelhantes foram observados por Brito et al. (2010),
ao avaliarem a germinação de sementes de tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.) em diferentes
substratos. No entanto, a areia e o esterco bovino quando compondo um mesmo substrato, podem
favorecer essas variáveis, como observado por Cavalcanti (2011) na avaliação da emergência e
crescimentos de plantas de feijão de porco (Canavalia ensiformes L.) em diferentes substratos, onde os
melhores resultados de germinação e IVG foram obtidos no substrato solo+areia+esterco bovino.
II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste
Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015
Valorização e Uso das Plantas da Caatinga
Tabela 1. Germinação (%) e Índice de Velocidade de Emergência de Physalis angulata em diferentes
substratos aos 35 DAS.
Tratamentos
% Germinação
IVG
Solo + Esterco
8,00 a
0,38 a
Solo + Areia
22,00 a
1,13 b
Vermiculita
56,00 b
2,82 c
Subs. Comercial
96,00 c
9,42 d
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade
Conclusões
O substrato comercial utilizado mostra-se adequado para a produção de mudas de Physalis
angulata em casa de vegetação. Substratos contendo solo reduzem a germinação, não sendo
recomendados para a produção de mudas da espécie avaliada.
Referências
ANDRADE, R. A. et al. Germinação de Pitaya em diferentes substratos. Revista Caatinga. Mossoró. v. 21,
n.1, 2008, p. 71-75.
BRITO, L. P. S.; AVELINO, R. C.; SILVA JUNIOR, J. V.; BECKMANN-CAVALCANTE, M. Z. Germinação de
sementes de tomateiro em diferentes substratos à base de materiais regionais Anais..., UFPI, Teresina,
2010, p. 1-4.
CAVALCANTI, N. B. Influência de diferentes substratos na emergência e crescimento de plantas de feijão
de porco (Canavalia ensiformes L.). Engenharia Ambiental - Espírito Santo do Pinhal , v. 8, n. 3, jul . /set .
2011, p. 51-70.
DOUSSEAU, S.; ALVARENGA, A.A.; ARANTES, L.O.; OLIVEIRA, D.M.; NERY, F.C. Germinação de
sementes de tanchagem (Plantago tomentosa Lam.): influência da temperatura, luz e substrato. Ciência e
Agrotecnologia, v.32, n.2, p.438-443, 2008.
FISCHER, G.; ALMAZA, P. J. Nuevas tecnologias em el cultivo dela uchuva Physalis peruviana L. Revista
Agrodesarrollo, [S.I.], v. 4, n. 1-2, p. 294, 2005.
MAGUIRE, J. D. Speed of germination aid in selection aid evolution for sudling emergence and vigor. Crop
Science, Madison, v.2, n.2, 1962, p.176-177.
PINTO, E. O. S. Germinação de sementes, enraizamento de estacas caulinares e cultivo in vitro de
cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal.). 2006. 51f. Tese (Doutorado em Agronomia). Unesp.
POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. Brasília: AGIPLAN, 1977, p. 209.
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