64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PÓS-SEMINAL DA SEMPRE-VIVA CHAPADEIRA - Comanthera bisulcata (Körn), L.R. Parra & Giul.– ERIOCAULACEAE. 1 2 3 Alice Coelho Costa ; Marco Aurélio Ferreira ; Maria Neudes Sousa de Oliveira 1,2- Discentes dos Cursos de graduação em Agronomia e Ciências Biológicas da UFVJM, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Diamantina-MG, respectivamente; 2- Docente do Departamento de Agronomia da UFVJM Introdução No gênero Comanthera são encontradas plantas de grande beleza e valor comercial, cujos escapos (haste + inflorescência tipo capítulo) são comercializados como flores secas no grupo das sempre-vivas. Nas semprevivas do gênero Comanthera, subgênero Comanthera (inflorescências tipo margaridinhas), as brácteas de coloração alva que envolvem a inflorescência são as principais responsáveis pelo valor ornamental e econômico. Comanthera bisulcata (Körn), L.R. Parra & Giul. (Fig 1A), conhecida popularmente como Chapadeira, é uma sempre-viva do tipo margaridinha, muito coletada, e que se encontra na lista de ameaçadas do estado de Minas Gerais, como Syngonanthus bisulcatus (Körn) Ruhland (Bidiversitas 2007). Como a coleta de sempre-vivas representa fonte de renda para muitas famílias de comunidades extrativistas, o conhecimento de aspectos da propagação é um fator importante no manejo e fundamental para proposições de cultivo, como forma alternativa de uso e consequente redução na pressão de coleta em campos naturais. No presente trabalho avaliou-se a germinação e o desenvolvimento pós-seminal de Comanthera bisulcata. raiz aos 16 após o semeio em plantas que apresentavam pelo menos uma folha. Aos 33 e 50 dias após o semeio, respectivamente, surgiram a segunda e terceira folhas. A germinação estabilizou aos 23 dias pós o semeio com 88% das sementes germinadas. Aos 84 dias após o semeio 25% das plântulas apresentavam três folhas. Fig. A Fig. B Figura. A. Comanthera bisulcata em campo cultivado na comunidade de Galheiros, Diamantina, MG. B. Buquê de C. bissulcata pronto para comercialização. Metodologia Conclusões Os escapos de C. bisulcata foram coletados de plantas cultivadas na comunidade de Galheiros, município de Diamantina, MG, no mês de agosto (Fig 1B). As sementes foram extraídas das inflorescências de 20 escapos e colocadas em imersão em hipoclorito de sódio 2,5%, por 15 minutos, para a desinfecção. Cincos repetições de 30 sementes, foram distribuídas em placas de Petri contendo duas folhas de papel filtro umedecidas e colocadas para germinar em germinador Mangelsdorf, a o 25±2 C. Avaliou-se o número de indivíduos em protrusão, em estado polarizado do eixo embrionário e com folhas (número de folhas). A partir dessas informações calculouse, em função do tempo, a taxa de germinação acumulada, o número de indivíduos nos vários estágios de desenvolvimento e a frequência relativa de germinação (número de sementes germinadas num intervalo em relação ao total germinado). O experimento foi conduzido por 84 dias. Como para várias outras espécies de sempre-vivas do gênero Comanthera, subgênero Comanthera, Comanthera bisulcata apresenta uma alta taxa de germinação. No entanto, deve-se considerar que a taxa de germinação dessas espécies está associada à época de coleta dos capítulos. Resultados e Discussão A germinação de C. bisulcata iniciou aos dois dias após o semeio, com 2% das sementes germinadas. A frequência relativa de germinação mostrou que o máximo de germinação (40%) ocorreu aos 11 dias após o semeio. A primeira folha surgiu 14 dias após o semeio e a primeira Agradecimentos Pela troca de saberes e apoio, aos artesãos da Associação dos Artesãos de Sempre-vivas (AASV) da comunidade de Galheiros, distrito de Diamantina, MG. Referências Bibliográficas Biodiversitas, Revisão das Listas das Espécies da Flora e da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado de Minas Gerais. 2007, disponível: <http://www.biodiversitas.org.br/listas- g/consulta.asp?categoria=&especie=791&familia=94&grupo=4> acesso em 04/04/2013.