Análise Setorial Varejo
Um setor em grande
transformações
Análise Setorial
Varejo
Introdução
O setor de varejo no Brasil apresenta profundas
transformações nos últimos anos em decorrência
do desenvolvimento de um leque de estratégias
competitivas e do aumento de sua abrangência em
nível nacional. O grande potencial de expansão da
atividade atraiu a entrada de participantes externos
o que gerou e propiciou a adoção de conceitos mais
modernos de operacionalidade. Simultaneamente
ao processo de internacionalização, o segmento
apresenta um movimento de consolidação liderado
pelos médios e grandes varejistas, principalmente
da área de alimentos, dado que o varejo brasileiro
é continental e ainda fragmentado. Atualmente, a
atividade vem se beneficiando diretamente dos avanços
experimentados nos níveis de renda e emprego da
população e da inserção econômica de novos e
potenciais consumidores que ampliam e ao mesmo
tempo sofisticam os diversos segmentos.
As recentes alterações no cenário internacional
suscitaram novas questões que envolvem desde a
superação do momento atual, apoiada nos ajustes
efetuados por governos locais com abrangência
global, até a restauração dos mercados de crédito e
de consumo. Em nível mundial, o processo de ajuste
à nova configuração envolve todas as atividades
produtivas, alcançando os níveis de emprego e
renda dos consumidores finais. A gradual retomada
do crescimento depende da eficácia das medidas
adotadas, o que acaba por levar a uma reavaliação da
rentabilidade das corporações como um todo.
As dificuldades enfrentadas pela economia mundial
alcançaram o Brasil em um momento no qual o país
experimentava o caminho do crescimento econômico
sustentável e do controle efetivo sobre a inflação. A
elevação dos preços das commodities, das receitas com
exportações e o grande interesse manifestado pelos
investidores estrangeiros em países emergentes criaram
as condições para um processo de redução dos juros
e de valorização da moeda, além do fortalecimento
do mercado interno. A situação atual sinaliza um
abrandamento do crescimento econômico e uma
redução nas atividades de comércio exterior.
As perspectivas para o setor de varejo no mundo e,
em especial para as economias desenvolvidas, são de
recuperação até o final de 2009. Essa recuperação
deve acompanhar uma nova configuração dos
mercados, de acordo com as especificidades existentes
de cada país. Nesse ambiente, os consumidores
estarão mais sensíveis aos preços e os varejistas ao
controle de custos. A manutenção do crescimento
exigirá estratégias de diferenciação e de inovação
mais ativas perante os principais concorrentes. Os
participantes do setor tendem a privilegiar uma
posição mais defensiva, centrando a atenção sobre
questões de redução e diversificação do risco, cadeia
de suprimentos, importações entre outros fatores.
As estratégias de aumento da competitividade
devem continuar, abrangendo as diversas formas de
diferenciação, construção de marcas, mix de produtos,
core business, atendimento ao cliente, novos formatos
e segmentações.
Índice
5
O setor no Brasil
7
Evolução recente
9 Consumo e varejo
11 Inflação e varejo
13 Vendas regionais
15 Movimentos de mercados
20 Hiper e supermercados
22 Perspectivas e tendências para 2009
25 Referências bibliográficas
Análise Setorial
Análise Setorial
Varejo
O setor no Brasil
O varejo no Brasil é um setor que apresenta profundas
transformações nos últimos anos, tornando-se cada
vez mais competitivo e moderno. O setor, que já
conviveu com altas taxas de inflação, vem aumentando
e articulando um novo leque de estratégias competitivas
que não estão voltadas apenas para a redução de preços
e custos. O varejo brasileiro vem buscando aumentar sua
abrangência regional, ao disseminar lojas especializadas
e aumentar a presença de grupos e cadeias em nível
nacional.
Principais segmentos do varejo
Comércio de veículos e supermercados são os maiores
segmentos de varejo no Brasil, em volume de receitas.
Representatividade dos segmentos do varejo
Volume total de vendas (%)
26,0
Veículos, motos e autopeças
19,5
Hiper e supermercados
18,7
Combustíveis e lubrificantes
7,6
Tecidos, vestuário e calçados
6,5
Móveis e eletrodomésticos
O setor, que ainda concentra suas maiores empresas e
fornecedores nas regiões Sudeste e Sul, com exceção
de fornecedores de eletrônicos, está preconizando
mudanças estruturais importantes. Tais mudanças
conduzem a melhora nos relacionamentos em termos
de cadeia de suprimentos, que passam a visar não penas
o âmbito comercial – preços e formas de pagamento
– como também um melhor gerenciamento dos fluxos
de mercadorias. Ao lado de um padrão de gestão
familiar, ocorre o aprimoramento da governança
através da utilização de tecnologias de informação,
que harmonizam o padrão de gestão das empresas
e seu grau de profissionalização. Atualmente, ocorre
o emprego crescente de tecnologias poupadoras de
mão-de-obra e melhor qualificação dos empregados,
imprescindível para um setor intensivo em mão-de-obra
menos qualificada e com alta rotatividade.
6,2
Material de Construção
4,8
Medicamentos, cosméticos e higiene pessoal
Informática e comunicação
Livros, jornais, revistas e papelaria
1,8
1,1
5,6
Outros artigos
Alimentos, Bebidas e Fumo
2,2
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE).
Pesquisa Anual de Comércio, 2006. Receita operacional líquida.
O setor varejista no Brasil é amplo, diversificado e
competitivo. A última Pesquisa Anual do Comércio
(relativa a 2006), publicada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), aponta a existência
de 1,5 bilhão de empresas, sendo o setor varejista
responsável por 84% do total de empresas comerciais
no Brasil. A pesquisa, que fragmenta o comércio
brasileiro em atacado, varejo e comércio de veículos,
peças e motocicletas, aponta também que o setor foi
responsável por 42% do faturamento do comércio no
País.
O comércio de veículos e as atividades
supermercadistas são os maiores segmentos de
varejo em volume de receitas. Porém, o número de
supermercados no Brasil em relação à população e ao
território ainda é inferior ao número existente em países
como Estados Unidos e da Europa, tais como França,
Alemanha e Inglaterra, bem como de alguns países
sul-americanos, como o Chile, indicando um grande
potencial de expansão. O varejo é uma atividade com
sazonalidade significativa de demanda e alto nível
de giro, além de forte suscetibilidade às políticas
econômicas que afetam a conjuntura macroeconômica
e os indicadores de renda e emprego. Portanto, o
5
Análise Setorial
Varejo
aumento da população brasileira e a estabilidade
econômica são fatores importantes para o crescimento
da atividade de supermercados e hipermercados, como
também das demais atividades de varejo.
O setor varejista de alimentos no Brasil é ainda
fragmentado, apesar do processo de consolidação
liderada pelos médios e grandes varejistas de alimentos.
As vinte maiores redes e empresas do segmento
supermercadista representam aproximadamente 80%
do faturamento líquido das empresas do mercado,
além de uma grande concentração de lojas na mesma
região. Adicionalmente, as dez maiores redes de
supermercados são responsáveis por cerca de metade
de todas as vendas do setor. Entretanto, existe uma
forte concorrência de pequenos varejistas de alimentos
e redes regionais, nacionais e internacionais de varejo.
Nos últimos anos, a entrada de participantes
externos e a adoção de conceitos mais modernos de
operacionalidade têm impulsionado o setor na busca
por maior eficiência e por maiores espaços de mercado.
Nesse contexto, todos os avanços experimentados
recentemente tais como a elevação dos níveis de
renda e emprego da população, a inserção econômica
de novos e potenciais consumidores, a expansão do
crédito e a redução dos juros com o aumento das
garantias, têm afetado o ambiente das empresas
varejistas, expondo a necessidade de adequações nos
processos de gestão, entre outros, para o convívio em
um novo padrão de competitividade. O varejo está se
sofisticando e é crescente também o envolvimento do
comércio, inclusive associações, com o financiamento
ao consumidor.
6
Análise Setorial
Varejo
Evolução recente
O comércio varejista tem apresentado elevadas
taxas de crescimento desde 2004. O desempenho
acompanha o crescimento econômico e a elevação do
nível de emprego e renda da população, determinantes
diretos do desenvolvimento das vendas no varejo.
A melhora do crédito, menores taxas e maiores
prazos de financiamento também contribuíram para
o desempenho, principalmente nos segmentos mais
dependentes das condições de crédito tais como
veículos e eletrodomésticos.
Desempenho recente do setor varejista
O desempenho em 2008 ainda se apresenta forte.
Fatores de expansão: programas sociais do governo
federal, expansão do consumo e do crédito.
Comércio varejista
Variação % acumulada no ano (Jan-Set/2008)
30
23,8
25
20,7
20
O Produto Interno Bruto (PIB) atingiu R$2,6 trilhões em
2007 ou crescimento de 5,4% com relação ao ano de
2006. A demanda interna foi impulsionada tanto pelo
consumo das famílias quanto pelos investimentos que
cresceram 6,5% e 13,4%, respectivamente. O forte
avanço do consumo das famílias em 2007 decorreu da
elevação de 3,6% na massa salarial, em termos reais, do
crescimento de 28,8% no crédito à pessoa física e de
20,3% nas importações. A receita nominal do comércio
varejista acompanhou essa evolução, registrando
crescimento de 14,1% nas receitas nominais e 9,6% nas
vendas reais.
O desempenho em 2008 ainda se apresenta forte.
Os últimos resultados apurados, mostram aquecimento
adicional de 10,4% nas vendas acumuladas no ano
até setembro, contra igual período do ano anterior.
Dentre os fatores de contribuição ao crescimento se
encontram basicamente os mesmos que atuaram no
ano anterior – facilidades de crédito e crescimento
do emprego e da renda. Associados à expansão
do consumo doméstico encontram-se também o
movimento de desconcentração de renda promovido
pelos programas sociais do governo federal nos últimos
anos; o nível crescente de confiança dos consumidores;
e a valorização do real perante as principais moedas
internacionais que favoreceu as importações,
barateando os bens estrangeiros.
segmentos
sensíveis a crédito
segmentos sensíveis a renda
18,3
17,0
16,3
15,6
15
15,4
13,7
13,0
10,4
10
10,1
5,3
5
0
Comércio
varejista
Supermercados
Tecidos e
vestuário
Volume
de vendas
Receita
Volume
de vendas Receita nominal
Medicamentos e
higiene pessoal
Móveis e
Automóveis
eletrodomésticos
nominal
Fonte: Deloitte Brazil Research (a partir da consolidação de dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE).
Expansão do PIB e do consumo
O forte avanço do consumo das famílias decorreu da
elevação de 3,6% na massa salarial, em termos reais, e
do crescimento de 28,8% no crédito à pessoa física e
de 20,3% nas importações.
PIB e consumo das famílias
R$ Bilhões
3 000
2 500
2 000
1 500
1 000
759
826
912
2000
2001
2002
1 053
1 161
1 294
1 558
1 408
500
0
Consumo
das das
famílias
Consumo
famíliasPIB
2003
2004
2005
2006
2007
PIB
Fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
7
Análise Setorial
Varejo
Todos os segmentos do varejo estão apresentando
expansão generalizada. A venda de produtos
associados à informática e comunicação tem registrado
crescimento de quase 30% ao ano. O excelente
desempenho do comércio eletrônico decorreu em
parte da expansão do segmento de informática,
acompanhando a queda nos preços dos computadores
e o aumento do número de usuários e de clientes
da banda larga. O comércio eletrônico apresentou
elevação de 43% no faturamento em 2007, indicando
uma participação cada vez maior no faturamento total
do comércio.
Os quatro segmentos do comércio varejista que mais
contribuíram para o resultado em 2008 foram os
segmentos de informática e comunicação, veículos e
autopeças, material de construção e eletrodomésticos.
O varejo de materiais de construção, impulsionado
pela forte retomada da atividade, já havia apresentado
crescimento anual de 10,8% em 2007, na comparação
com o ano anterior. Em 2008, as vendas do segmento
se encontravam bem mais fortes, registrando
crescimento de quase 20% no acumulado no ano até
setembro, contra igual período do ano anterior.
Evolução das vendas reais
A receita nominal do comércio varejista cresceu 11,9%
e as vendas reais 9,7% em 2007. Últimos resultados
continuam mostrando aquecimento adicional nas
vendas: crescimento de 10,4% no acumulado no ano
até setembro.
Vendas reais no varejo
Índice de Comércio Varejista (2003=100)
210
155
Média móvel 12 meses
190
145
170
135
150
125
130
115
110
105
90
95
Set/08
70
D 2001 D 2002 D 2003 D 2004 D 2005 D 2006 D 2007 D 2008 D
Vendasemacumuladas
Vendas
reaisreais
mensais
Vendas acumuladas
12 meses
Vendas
mensais
em 12 meses
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
O setor de supermercados, com grande
representatividade no comércio varejista, também
se encontrava bastante aquecido. O desempenho da
atividade tem sido influenciado pelo movimento de
desconcentração de renda, além do aquecimento da
economia, que favorece diretamente o segmento de
alimentos. Em 2008, o setor vem registrando aumentos
tanto em volume de vendas quanto em receitas,
apontando para um bom desempenho no ano. Até
setembro de 2008, as vendas ainda se mostravam
bastante aquecidas em termos nominais,
descolando-se do crescimento das vendas reais que foi
de 5,3% no acumulado no ano, contra igual período do
ano anterior.
O recrudescimento da crise financeira internacional em
meados de setembro inspira maiores cuidados e altera
as perspectivas no curto prazo. O cenário econômico
foi indiscutivelmente alterado, devendo dificultar os
novos incrementos no setor de comércio varejista e
comprometer as previsões de crescimento da economia
mundial como um todo, tornando difícil a confirmação
do mesmo desempenho favorável para o ano.
8
85
Análise Setorial
Varejo
Consumo e varejo
• Emprego, renda e salários
O crescimento do segmento de supermercados depende
diretamente dos níveis de emprego e renda e dos salários.
Os constantes investimentos na atividade, a ampliação das
grandes redes e dos pontos-de-venda tornam o mercado
mais competitivo.
• Movimento de desconcentração de renda
Quanto maior a relação transferências governamentais/
receita de revenda maior o crescimento do comércio
varejista. O movimento contribui para a expansão
generalizada e homogênea entre as diversas regiões do
País, além de ter incentivado o movimento de fusões e
aquisições e projetos de investimentos.
• Expansão do crédito e dos meios de pagamento
– O comércio não especializado, que inclui o segmento
de supermercados, recebe aproximadamente 3% dos
recursos concedidos às pessoas jurídicas pelas instituições
financeiras.
– Nos últimos anos, os cartões de pagamento têm
apresentado uma taxa de crescimento mais rápida que
a das demais formas de pagamento. Os supermercados
respondem por aproximadamente 20% das transações com
cartões de crédito.
– Os segmentos mais sensíveis a crédito apresentam
um crescimento expressivo em 2008, tais como veículos e
eletrodomésticos.
Movimento de desconcentração de renda
O desempenho em 2008 ainda se apresenta forte.
Fatores de expansão: programas sociais do governo
federal, expansão do consumo e do crédito.
Transferências do governo e comércio varejista em
2006
Transferências governamentais /
receita bruta de revenda (%)
Volume de comércio varejista (%)
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística - IBGE.
• Nível de confiança do consumidor
As expectativas do consumidor têm impacto direto sobre as
atividades do setor. O indicador reflete as expectativas e o
desconforto com os níveis de juros e de inflação.
• Valorização cambial
Câmbio favorável às importações barateia os bens
estrangeiros e conduz a maior competição e especialização.
9
Análise Setorial
Varejo
Expansão do crédito
O crédito concedido às atividades comerciais representa
20% do total das operações de crédito do Sistema
Financeiro Nacional.
Distribuição do crédito por atividade econômica
R$ Bilhões
Devedores pessoas jurídicas
2007
Indústria
Comércio
Serviços
Rural
Outras atividades
Total
213,8
97,6
156,3
23,7
16,6
508,0
% do PIB
2008
(Ago)
254,6
117,4
191,3
27,8
17,2
608,2
2007
2008
(Ago)
8,7
4,0
6,6
1,0
0,6
20,8
7,9
3,6
5,8
0,9
0,6
18,8
Veículos e leasing
Os segmentos do varejo mais sensíveis a crédito
apresentaram um crescimento expressivo em 2008.
Financiamentos de veículos e leasing
R$ Bilhões
90
80
70
917
60
Venda de veículos
Composição %
714
50
Formas de
pagamento
586
40
30
Fonte: Deloitte (a partir da consolidação de dados do Banco
Central do Brasil (BC).
1 004
310
20
327
372
403
480
10
Total operações de crédito
Leasing
32%
Leasing
10%
15%
18%
Financiamento
47%
45%
45%
9%
7%
5%
100%
100%
100%
Fonte: Associação Nacional das Empresas Financeiras das M
Aquisição
de veículos
Aquisição
de de veículos
Total operações de crédito
Aquisição de de veícuos
O crédito pessoal e financiamentos, inclusive leasing,
representam 70% dos recursos concedidos às pessoas
físicas.
Crédito pessoal para as pessoas físicas
R$ Bilhões
61%
50%
121
39%
101
80
65
63
43
74
48
32
2005
Formas de
pagamento
2004
2005
2006
2007
2008
Junho
À vista
34%
33%
32%
28%
34%
Leasing
10%
15%
18%
30%
38%
Financiamento
47%
45%
45%
38%
25%
9%
7%
5%
4%
3%
100%
100%
100%
100%
100%
Consórcio
17
2004
O leasing se tornou a maior fonte de recursos nas
operações de financiamento de veículos em meados de
2008.
Venda de veículos
Composição %
64%
60%
2006
Crédito
consignado
Crédito
Crédito
consignadoCrédito pessoal
2007
2008 (Set)
Consignado / Pessoal
pessoal
Vendas acumuladas em 12 meses
Total
2006
33%
Total
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
(Set)
2005
34%
Consórcio
0
2004
À vista
Fonte: Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef.)
Fonte: Deloitte (a partir da consolidação de dados do Banco Central - BC).
Fonte: Deloitte Brazil Research (a partir da consolidação de dados
do Banco Central do Brasil - BC).
10
Análise Setorial
Varejo
Inflação e varejo
• Commodities
O comércio vinha sofrendo, até meados do segundo
semestre de 2008, os efeitos do contínuo aumento
dos preços dos alimentos. As commodities em geral
alcançaram níveis altíssimos de cotação nesse período,
tendo registrado elevação superior a 20% desde o final
de 2006.
• Consumidor
Os preços dos produtos mais sensíveis a renda foram
os que apresentaram maiores elevações para o
consumidor. Se, por um lado, houve uma sustentação
das receitas nominais de vendas, o que contribui para o
bom desempenho do setor em 2008, o maior ritmo de
inflação compromete as vendas reais.
A queda nos preços do petróleo tem levado
a um movimento de deflação nos países mais
industrializados. Os preços de energia tiveram um
forte recuo após pico de US$ 145,66 no início de julho.
Atualmente, a cotação está em cerca de US$ 40.
Commodities
Índice composto FMI (base Dez/2006=100)
250
Jun
+27%
225
200
175
150
Nov
125
-13%
100
75
50
25
• Desconcentração do consumo
A inflação se mostrou mais acelerada para as faixas de
renda mais baixas, comprometendo os avanços obtidos
com a regionalização das atividades.
0
D 2001 D 2002 D 2003 D 2004 D 2005 D 2006 D 2007 D 2008 D
Non-fuel price
Non-fuel priceFuel (energy)
Fuel (energy)
Fonte: Fundo Monetário Internacional - FMI
• Bens de consumo duráveis
Os preços dos eletroeletrônicos mantiveram-se sob
controle, contribuindo positivamente para a expansão
verificada nas vendas reais.
• Movimentação recente
Os preços dos produtos agropecuários mostram certo
desaquecimento em período recente. Os efeitos do
movimento de desvalorização do real, compensados
em parte pela redução dos preços das commodities,
indicam níveis de inflação superiores aos atuais.
11
Análise Setorial
Varejo
Renda e crédito
Os preços dos produtos mais sensíveis a renda foram
os que apresentaram maiores elevações. A inflação se
apresentou mais acelerada para as faixas de renda mais
baixas.
Os setores mais sensíveis a crédito apresentam um
crescimento expressivo em 2008. O maior ritmo de
inflação comprometeu mais o varejo de alimentos,
segmentos mais sensíveis a renda.
Vendas reais no varejo
Var. % acumulada no ano (Jan-Set/2008)
Preços ao consumidor (IPCA)
Variação % acumulada no ano (Jan-Set/2008)
Meta no ano: 4.5%
Transportes
Artigos de residência
segmentos
sensíveis a
crédito
0,9
Sensíveis a crédito
20,7
Automóveis
2,3
Móveis e eletrodomésticos
segmentos
sensíveis a
crédito
18,3
3,0
Saúde e cuidados pessoais
Medicamentos e higiene pessoal
4,8
Vestuário
4,2
Alimentação e bebidas
9,3
Sensíveis a renda
segmentos
sensíveis a
renda
13,0
segmentos
sensíveis a
renda
10,1
Tecidos e vestuário
Supermercados
5,3
6,8
IPCA
Comércio varejista
4,8
10,4
Fonte: Deloitte Research (a partir da consolidação de dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE).
Fonte: Deloitte Research (a partir da consolidação de dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE).
Bens de consumo
A tendência expansionista das vendas reflete
a ampliação da massa salarial, em linha com o
crescimento do emprego e os impulsos do crescimento
do crédito.
A elevação dos preços de alimentos e bebidas
influenciou negativamente o comércio de não-duráveis.
Os preços de eletroeletrônicos mantiveram-se menos
pressionados, contribuindo positivamente para a
expansão verificada nos duráveis.
Evolução das vendas reais do varejo
Evolução dos preços ao consumidor
240
135
Comércio Duráveis
130
220
Comércio de
125
200
120
Comércio Semiduráveis
115
180
160
Vestuár
Tecidos, vestuário e calçados
+10%
em 2008
110
140
Comércio de S
105
Comércio Não-duráveis
100
120
Hiper e supermercados
+6%95
em 2008
100
80
Aliment
Móveis e eletrodomésticos
+18% em 2008
Set/08
D
2003
D
2004
D
2005
Comércio duráveis
Móveis e eletrodomésticos
+18% em 2008
D
2006
D
2007
D
2008
Comércio semiduráveis
Tecidos, vestuários e calçados
+10% em 2008
Comércio não-durável
Hiper e supermercados
+6% em 2008
D
90
D
37773
D
Eletroe
Out/2008
38139
D
Alimentação e bebidas
Comércio de não-duráveis
38504
D
38869
D
39234
D
2008
Comércio de
D
Vestuário
Comércio de semiduráveis
Eletroeletrônicos
Comércio de duráveis
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Índice 2003=100.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Vendas reais dessazonalizadas (2003=100).
12
Análise Setorial
Varejo
Vendas regionais
O comércio varejista tem apresentado elevadas
taxas de crescimento desde 2004, favorecido,
principalmente, pelos ganhos reais de renda, pela
melhora das expectativas proporcionada pelo ambiente
de estabilidade econômica, pelo aumento das
transferências governamentais e pelas condições de
crédito.
Breve retrospectiva
• Nos anos de 2004 e 2007, as vendas do comércio
registraram expansão generalizada e homogênea entre
as diversas regiões do País. Esse padrão coincide com
os anos nos quais o PIB registrou taxas de expansão
mais elevadas.
• Em 2005 e 2006, houve uma expansão mais
acentuada no Norte e no Nordeste, destacando a
influência positiva dos programas sociais do governo
federal. O arrefecimento ocorrido na região Sul
naqueles anos reflete a queda da renda agrícola
decorrente das safras de milho, trigo e arroz.
• Em 2007 e 2008, ocorre um arrefecimento na
região Norte e uma aceleração no Sul, no Sudeste e
no Centro-Oeste. O peso de alimentos e bebidas no
orçamento familiar é bem mais alto nas regiões Norte
(32.8%) e Nordeste (25.4%), contra a média nacional
de 22.5%, o que explica, em parte, a desaceleração
naquelas áreas em contrapartida as demais regiões.
13
Análise Setorial
Varejo
Região Norte
Mais recentemente, a região experimenta
desaceleração após forte crescimento verificado em
anos anteriores e aumento recente nos preços dos
alimentos.
Região Nordeste
A expansão recente ficou disseminada por todos
os segmentos, com destaque para informática e
comunicação. No conceito de varejo ampliado,
foram significativos os crescimentos nas vendas de
veículos e de materiais de construção, que são mais
sensíveis à evolução do crédito. A evolução favorável
do comércio da região vem sendo sustentada pelo
volume de empréstimos ao segmento de pessoas
físicas, pelo crescimento do emprego e da renda e
pelo aumento de recursos provenientes de programas
sociais. As transferências do Governo Federal para a
região cresceram 20.5% no acumulado em doze meses
encerrados em junho de 2008 contra igual período do
ano anterior.
Comportamento recente das vendas regionais
A forte desaceleração da região Norte ocorre após
forte crescimento em 2007.
Comércio varejista regional
Variação % 12 meses móveis
14
12
9,7
10
10,6
10,4
10,2
8,8
8,1
8
11,5
9,8 10,2
8,0
7,8
6
3,8
4
2
0
Brasil
2007
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
2008 (Ago)
2007
2008 (Ago)
Fonte: Banco Central do Brasil (BC).
Região Sudeste
As vendas aumentaram com o dinamismo nos
segmentos de móveis e eletrodomésticos e tecidos,
vestuário e calçados, além dos segmentos de veículos
e material de construção. A evolução reflete a
importância da evolução do crédito e da massa salarial
para o dinamismo da atividade varejista na região.
Região Sul
As vendas estão sendo impulsionadas pela expansão
em móveis e eletrodomésticos. O nível de confiança da
região segue em trajetória declinante desde junho de
2008, indicando possível arrefecimento das vendas no
comércio da região nos próximos meses.
Região Centro-Oeste
O volume das vendas alcança a casa dos 10%.
Incorporados os crescimentos observados nas vendas
de material de construção e de veículos e motocicletas
alcança quase 16% anuais.
14
Análise Setorial
Varejo
Movimentos de mercado
Configuração atual
O setor varejista passa por um processo de
reestruturação em vários segmentos, diante de
um cenário de maior competição e de grandes
transformações da economia brasileira. As alterações
estratégicas e operacionais ampliam a atuação de
diferentes tipos de lojas e modificam o perfil varejista
para a busca de maior eficiência do negócio.
Movimentos de mercado
• Foco na gestão
Aprimoramento da governança através da utilização de
tecnologias de informação (TI).
• Foco na eficiência operacional e financeira
Busca por maior rentabilidade operacional.
Ganho de escala (redução de custos, aumento da
eficiência e produtividade).
• Foco na cadeia produtiva
Introdução de marcas próprias concorrentes.
• Foco em clientes
Expansão e disseminação de marcas próprias.
Multicanais de vendas.
Diversificação do mix de produtos vendidos (incremento
dos não-alimentos, tais como eletroeletrônicos,
informática e livros).
• Foco na concorrência
Atendimento diferenciado
Expansão da base e novos formatos de lojas.
Serviços adicionais
Drogarias, postos de combustíveis, agências de turismo,
etc.
Serviços especiais
Entregas em domicílio, cartões preferenciais, etc.
A concorrência é crescente entre formatos idênticos
e diferentes e entre fornecedores e varejistas,
principalmente no caso de supermercados, o que
conduz a necessidade do estabelecimento de parcerias
entre os diversos componentes da cadeia produtiva. No
caso específico dos fornecedores, ocorre uma disputa
entre marcas, e entre os pares, diversas estratégias de
cooperação através da criação de centrais de negócios
e a expansão de grupos e redes.
O caminho encontrado para o alcance de ganhos de
escala passa pela melhoria da gestão: treinamento
e retenção de pessoal; cadeias de suprimentos;
gerenciamento de espaço e de categorias; adoção de
instrumentos avançados de tecnologia de informação e
automação comercial; entre outros. O foco em nichos
específicos de mercado e na especialização também se
encontra em evolução.
A busca pela eficiência operacional e financeira gera
vantagens competitivas ao centrar a estrutura de
custos, a qualidade e o atendimento. Nesse contexto, a
percepção do consumidor evidencia as ações dirigidas
à fidelização e ao conhecimento de suas preferências,
além do oferecimento de um número maior de
produtos diferenciados. A estabilidade econômica
conduziu a associações estratégicas com instituições
financeiras para viabilizar a expansão de vendas, além
de garantir uma gestão mais acurada do crédito.
Ganho de escala
Preparação para expansão de vendas.
Ampliação do foco de atuação e busca de mercados
regionais
Centrais de negócios
Alianças estratégicas entre pequenos e médios varejistas.
Fusões e aquisições
Aquisição de outras redes, inclusive de porte médio, e
de supermercados populares localizados na periferia,
com opções de pontos comerciais e presença de grande
número de pequenos varejistas.
Utilização de bandeiras diferentes, visando atingir
públicos específicos.
15
Análise Setorial
Varejo
Canais alternativos
O crescimento de canais alternativos de vendas –
multicanais – amplia o volume de operações, reduz
as necessidades de investimentos em ativos fixos e
cria canais complementares de venda. A estratégia
multicanal, movimento com grande evolução mundial,
possibilita a escolha pelos clientes do canal de venda de
produtos e serviços e oferece, inclusive, o atendimento
do pós-venda. O conceito também pode ser aplicado
às operações de canais indiretos, ao capacitar uma
rede de revendedores autorizados de um determinado
fabricante no atendimento e na resolução de problemas
com os clientes finais. A tendência a diversificação
dos canais de venda aumenta o acesso à escolhas de
produtos e serviços, melhora o relacionamento com o
cliente, além de ser um reforço da marca e uma forma
de mídia permanente.
Multicanais
O comércio eletrônico ou online representa 7% do
total das vendas nos EUA. A utilização simultânea
de multicanais de venda é uma tendência mundial
crescente.
Evolução dos multicanais nos EUA
Composição %
US$ 2.5
trilhões
100
US$ 3.0
trilhões
100
Varejo tr
Offline
73
Canais c
Cross-c
51
38
Operações de consolidação
A entrada de participantes externos provocou,
juntamente com o aumento das importações,
um processo de maior concorrência interna e de
modernização operacional. Os crescimentos da
renda e a mudança de perfil do consumidor também
têm impulsionado a redefinição dos focos de
atuação e de atendimento, ampliando a busca por
mercados regionais. Nesse processo, inserem-se os
movimentos de fusões e aquisições, que buscam, mais
recentemente, a aquisição de redes, inclusive de porte
médio, e de supermercados populares localizados na
periferia, com opções de pontos comerciais e presença
de grande número de pequenos varejistas. Além
disso, as aquisições buscam a utilização de bandeiras
diferentes, visando atingir públicos específicos.
Comérc
Online
20
11
7
Varejo T
2007
2012
Canais cruzados
Cross-channel
Varejo tradicional
Offline
Comércio eletrônico
Online
Varejo total
Fonte: Deloitte, a partir de consolidação de dados da Forrester Group.
Fusões e aquisições no varejo
O setor vem passando por um processo de
consolidação e modernização, incentivado pela baixa
concentração em termos de oferta.
Número de operações
30
24
25
20
15
17
14
9
10
5
0
16
12
6
1
1° Sem/2006
3
2° Sem/2006
Hiper e supermercados
Hiper
e supermercados
11
8
6
1
1° Sem/2007
7
3
2° Sem/2007
1° Sem/2008
Lojas de Departamentos
Comércio geral
Lojas de departamentos
Comércio geral
Fonte: Deloitte (a partir da consolidação de dados disponíveis na imprenssa
e internet)
16
Análise Setorial
Varejo
Aquisições realizadas pelas maiores redes de supermercados
Redes de
supermercados
Aquisição e ano
Bandeiras
Carrefour
Eldorado (1997), Planaltão (1998), Mineirão
(1999), Lojas paulistas do Big/Sonae (2005),
Atacadão (2007)
Carrefour, Champion, Dia%
Wal-Mart Brasil
BomPreço (2004)
Lojas do sul do país do Sonae (2005)
BomPreço, Wal-Mart
Supercenter, Todo Dia, Big,
Nacional, Maxxi, Sam´s Club
Grupo Pão de Açúcar
Eletroradiobraz (1976), Peg-Peg (1978), Barateiro
(1998), Peralta (1999), Reimberg, Nagumo e G.
Pires (2000), Sé Supermercados (2002), Sendas
(2003), Vieri Participações (2006), Rossi Monza
Supermercados (2007), Assaí Comercial (2007),
Rodolfo Nagai (2008)
Pão de Açúcar, Extra,
CompreBem, Extra-Eletro,
Extra-Perto, Sendas
Fonte: Deloitte (a partir da consolidação de dados disponíveis na imprensa e internet.
Uma das principais motivações recentes para o
movimento de fusões e aquisições no segmento de
supermercados foi a busca por ganho de escala.
Fusões e aquisições
Principais motivações
14%
Top 1010
Hiper
e supermercados
Top
Hiper
e supermercados
7%
Ganho
em escala
Ganho
em escala
Diversificação
dos produtos
Diversificação
dos produtos
comercializados
comercializados
7%
58%
Serviços adicionais
Serviços adicionais
Foco na gestão
Foco na gestão
14%
Ampliação
e busca
de mercados
Ampliação
e busca
de mercados
regionais
regionais
Fonte: Deloitte (a partir da consolidação de dados disponíveis na imprensa e
internet. Número de operações Jan/2006 a Jun/2008: 14.
17
Análise Setorial
Varejo
O estudo elaborado pela Deloitte teve como objetivo
analisar a distribuição das classes de renda no Brasil
e sua evolução, focando tanto os rendimentos do
trabalho quanto as demais fontes de renda. Neste
intuito, foram utilizados os dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) que classificam a
população em níveis de rendimento por salário mínimo
de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD). Para fins de análise, buscou-se fazer
uma correlação entre as diferentes classes de salário
mínimo do IBGE e a classificação econômica utilizada
pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa
(ABEP). A relação deve ser utilizada apenas como
referencial de análise.
Varejo e evolução das classes de renda
O crescimento do varejo depende diretamente dos
níveis de emprego e renda.
O movimento de desconcentração de renda
(transferências governamentais) contribui para a
expansão generalizada e homogênea entre as diversas
regiões do País.
Evolução das classes econômicas
Crescimento da população entre 2005 e 2007
Recente mudança do perfil do consumidor
Crescimento da renda total e por classes
econômicas
Uma parcela crescente da população brasileira está
ampliando e sofisticando sua cesta de consumo de
bens e serviços. O consenso geral das últimas pesquisas
divulgadas sobre o assunto é o de que o rendimento
médio é crescente como também é crescente a inclusão
da população de classes de renda mais baixa nas
categorias medianas de renda. No entanto, as análises
dessa evolução são mais complexas e profundas do que
se pensava.
10%
C
8%
6%
D
A/B
4%
2%
0%
-2%
E
-4%
-6%
População por classe econômica
-8%
10%
12%
14%
16%
18%
20%
22%
24%
Crescimento
da renda média nominal entre 2005 e 2007
Crescimento de renda média nominal entre
2005 e 2007
Fonte: Deloitte (com base em dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE e do Critério de Classificação
Econômico Brasil - CCEB).
De acordo com a pesquisa, a renda média cresceu
19% entre 2005 e 2007. Para as classes de renda A e
B, o crescimento foi de 14,6%, já para as classes mais
baixas o crescimento é de 19%, 21% e 18% (classes
E, D e C, respectivamente). A população de menor
poder aquisitivo está ganhando participação no total
da renda brasileira e atraindo o interesse dos varejistas.
Essas mudanças são mais visíveis na região Nordeste
comparando-se antes e depois da implantação do
programa Bolsa Família. As classes de rendimento E e
D em 2001, somavam participação de 37% do total da
renda, em 2007 a composição passou a ser de 46%.
Evolução das classes de renda e inclusão
econômica
A combinação de taxas de crédito mais acessíveis,
controle de preços e crescimento econômico foram
fundamentais para a elevação da renda no Brasil. Esse
movimento, no entanto, não seria completo se não
fosse introduzida a evolução e o impacto das políticas
de inclusão social praticadas pelo Governo Federal,
que não só contribuíram de forma multiplicadora para
o crescimento da economia como também para a
sustentabilidade desse crescimento.
O estudo mostra que vem ocorrendo efetivamente
uma tendência de redução da parcela da população
que não contava com rendimento algum e agora
passa a integrar classes de rendimento que ganham
até 5 salários mínimos. Em 2001, 92% da renda total
da população da classe E era proveniente do trabalho,
18
Análise Setorial
Varejo
os 8% restantes representavam o rendimento total
de aposentadoria, previdência complementar e
outros benefícios em forma de rendimento. A mesma
relação mostra que em 2007 apenas 72% da renda
total é proveniente do trabalho, ou seja, os demais
rendimentos não provenientes do trabalho subiram de
8% para 28% da participação na renda total para a
classe E.
Em conclusão, houve uma evidente injeção de renda
na base da pirâmide que possibilitou a inclusão da
população de baixa renda para classes superiores.
E, por conta do movimento econômico como um todo,
houve crescimento da renda para todas as classes como
também houve mobilidade das pessoas de baixa renda
para classes de renda mais altas. Entre 2005 e 2007, o
total da população das classes A/B aumentou em 4%.
Nas classes C e D ocorreu aumento de 6,7% e 6,9%,
respectivamente. Apenas a classe E apresentou queda
da população (5,6%).
Perspectivas de crescimento e impactos sobre
consumo e varejo
O resultado da melhora do rendimento da população
pode ser observado por duas óticas: como resultado
do crescimento econômico e como “propulsor” do
crescimento econômico.
O aumento da renda envolve não apenas a elevação do
consumo, mas um universo de oportunidades, pois há
impactos em praticamente todos os setores, desde o
varejo, o primeiro a sentir seus efeitos, até as indústrias
financeira, manufatureira, de energia, tecnologia,
telecomunicações, mídia, saúde, turismo e assim por
diante.
Em 2008, até o terceiro trimestre, os indicadores
de renda, emprego, vendas e produção, indicavam
crescimento contínuo. Apesar dos impactos da
crise internacional sobre a economia brasileira, as
expectativas são de um crescimento moderado apenas
em 2009, apontando para um PIB real de 5% em 2008,
e 3% em 2009. A aplicação da relação observada
entre renda total e PIB no passado recente, sugere um
crescimento da renda real da população em torno de
3,2% em 2008 e de 2,9% em 2009. A manutenção
do crescimento em torno de 3% em 2009 decorre,
principalmente, do menor nível de inflação previsto.
Importância do aumento do poder aquisitivo da
população para a cadeia do varejo
Nos últimos 30 anos o Brasil passou por grandes
mudanças estruturais e econômicas, cujos resultados
já são percebidos tanto na indústria como também
no perfil de consumo do brasileiro. As questões
relacionadas a “o que produzir” e “a quem produzir”
sempre estiveram presentes nas tomadas de decisões
estratégicas das firmas. Atualmente, no entanto, com
o controle efetivo sobre a inflação e com o aumento
da competitividade econômica, é cada vez maior
a importância das escolhas futuras do consumidor
para os norteamentos estratégicos e operacionais do
mercado.
No passado, o Brasil apresentava uma economia
fechada com a adoção de uma política de proteção às
industriais nacionais. Este cenário, sem concorrência
e com a deterioração do poder de compra do
consumidor, devido a altos índices de inflação, limitou
o leque de opções de compra de grande parte da
população, que passou a consumir produtos básicos
e com baixo volume de crédito. As escolhas do
consumidor pouco afetavam as decisões do produtor e
do distribuidor.
Após as mudanças estruturais e econômicas, de
controle de preços, abertura comercial, e a crescente
liquidez internacional, o mercado emergiu como
soberano, ao lado da facilidade oferecida pelo
movimento de valorização da moeda nacional
que conduziu a entrada de novos bens e serviços
importados. Concomitantemente, o aumento do
volume de crédito e as políticas de inclusão social
deram maior poder de compra há uma grande massa
da população brasileira que limitava suas escolhas a
poucos bens duráveis e que via todo seu rendimento
gasto com produtos e serviços básicos como
alimentação, saúde e educação.
As mudanças na estrutura econômica, somadas
às mudanças na cultura e na tecnologia, foram
impactando a nova economia e o perfil do novo
consumidor. Exemplos de mudanças culturais: crescente
participação da mulher no mercado de trabalho;
mudança de hábitos alimentares com a alimentação
fora de casa; redução do número de filhos; maior busca
por praticidade e comodidade; aumento do número
de pessoas que moram sozinhas; busca crescente
por informação e conhecimento; procura por melhor
qualidade de vida e saúde; aumento da expectativa de
vida; responsabilidade social e ambiental; entre outras.
As mudanças culturais e tecnológicas somadas com
o maior poder de compra da população criaram um
consumidor bem informado, que não exige apenas
preço e qualidade, mas uma série de fatores que
induzem diretamente as questões de “o que produzir,
como produzir e para quem produzir”, que passam a
ser ditadas pelo consumidor final.
19
Análise Setorial
Varejo
Hiper e supermercados
A atividade supermercadista, uma das maiores do
setor varejista brasileiro, representando mais de
20% do comércio geral, continua em destaque. O
segmento, que apresentou crescimento de 5,3% nas
vendas reais no acumulado no ano até setembro,
vem se beneficiando do aumento da massa salarial e
da expansão do crédito, inclusive com o aumento da
utilização de cartões relacionados às próprias redes
varejistas. A ampliação dos programas sociais trouxe
efeitos bastante positivos à atividade, apesar de sinais
de exaustão em algumas regiões (Região Norte). O
segmento passa por uma boa fase, com elevados
índices de crescimento nas seções de alimentos e
receitas nominais em torno de 17% ao ano.
Principais participantes
Três grupos competem pelo domínio do mercado
nacional: Carrefour, Wal-Mart e Pão de Açúcar,
responsáveis por cerca de 60% do faturamento do
segmento.
Supermercados
Top 10 por Faturamento líquido
19%
13%
3%
2%
2%
2%
2%
O segmento conta com grandes redes altamente
competitivas e pequenos supermercados, que possuem
lojas menores e regionais, com maior conhecimento
sobre a preferência e hábitos dos consumidores
o que garante um atendimento diferenciado. Os
supermercados de bairro têm crescido, atendendo
o consumidor que realiza compras de primeira
necessidade e oferecendo uma diversidade de
serviços, como o recebimento de contas bancárias,
de caixas eletrônicos, recarga de celulares, o que
contribui para o crescimento da atividade. O segmento
vem procurando agregar valor e atingir uma maior
eficiência operacional, através do uso de tecnologias
de informação, que viabilizam novos canais de venda
e servem de mecanismo para o aprimoramento da
governança, entre outros fatores, tais como uma
direção mais profissional.
1%
1%
25%
30%
Carrefour
Wal-Mart
Pão de Açúcar
Sendas
Carrefour
G Barbosa
Wal-Mart
Zaffari
Pão de Açúcar
Sendas
Epa
G Barbosa
Bretas
Zaffari
Angeloni
Epa
Lider
Bretas
Angeloni Demais
Líder
Demais
Fonte: Balanço Anual da Gazeta Mercantil - 2008. Faturamento líquido
em 2007
As grandes redes vêm investindo na diversificação dos
formatos, criando bandeiras de lojas de vizinhança,
para disputar com os supermercados menores
nas grandes cidades. Algumas redes optam por
modalidades de lojas mais simples voltadas para
a população de baixa renda. Outro movimento
importante que vem ocorrendo nas redes de
supermercados, principalmente entre as líderes, é a
estratégia de ampliar as vendas dos não-alimentos, com
receitas e margens diferenciadas. Nos últimos anos, foi
relevante o crescimento das linhas de eletrodomésticos,
eletrônicos e de produtos de informática. Na busca
por serviços adicionais, as redes entraram em novos
negócios, como postos de combustíveis, farmácias,
agências de turismo e laboratórios digitais. Para
melhorar a produtividade das operações, as grandes
redes investem em treinamento de funcionários,
programas de prevenção de perdas e desperdícios e
gestão mais eficiente.
20
Análise Setorial
Vajejo
As perspectivas para a economia brasileira passam
a incorporar os impactos da intensificação da crise
financeira internacional, a partir do mês de setembro
de 2008. O novo cenário, que depende da intensidade
do processo de desaceleração econômica ou de
recessão da economia mundial, terá na queda do ritmo
de concessão de crédito, a primeira grande influência
negativa sobre o atual ciclo de expansão da economia
brasileira e das atividades de varejo.
Práticas consolidadas nos supermercados
Movimentos de mercado
A evolução recente do segmento de supermercados
engloba vários movimentos simultâneos que incluem
a preparação para a expansão de vendas; a busca
pela maior rentabilidade das operações; as propostas
de novos formatos de lojas; e a diversificação do
mix de produtos vendidos. Ao lado dos movimentos
de consolidação e estruturação internos, os
supermercados buscam expandir suas bases de lojas
e adquirir outras redes e novos formatos. Nos últimos
anos, a expansão do consumo das classes de baixa
renda, através do aumento da massa salarial ou dos
programas federais de transferência de renda, vem
impulsionando o crescimento do setor, principalmente,
nas regiões Norte e Nordeste e com lojas de pequeno
formato instaladas em bairros de grandes centros.
compras, para reduzir custos e ampliar o poder de
compra de mercadorias. As redes de supermercados
vêm ampliando a participação dessa categoria de
produtos junto aos consumidores das classes média
e baixa, em um mercado que conta com grande
porcentual de consumidores com nível socioeconômico
elevado. As marcas próprias já apresentam linhas de 1º
preço, intermediária e gourmet.
As expectativas de faturamento apontam para um
crescimento em torno de 10%, que não deve se alterar
de forma significativa até o primeiro semestre de
2009, principalmente em função da alta dos preços
dos alimentos, que provoca a adequação de gastos,
tornando os artigos de marca própria uma boa
alternativa com custo em torno de 20% mais baratos e
qualidade compatível.
Embora as expectativas do consumidor estejam
sendo influenciadas pela conjuntura atual, afetada
principalmente pela repercussão da crise financeira
mundial, não é esperada uma queda significativa da
atividade, que deve contar também com uma migração
de produtos favorável ao setor, visando à melhor
utilização da renda disponível.
O ritmo de crescimento do consumo das famílias já
apresenta sinais de certa desaceleração em 2008,
apesar da robustez favorecida pela expansão da
massa salarial real e do crédito. O crescimento indica
uma trajetória de moderação, abaixo da elevação
registrada de 6,5% em 2007. Diante desse cenário, os
movimentos de fusões e aquisições devem ocorrer com
maior parcimônia, influenciados pela diversificação dos
formatos de vendas (atacado e varejo) e ganhos de
escala, além de um movimento que pode se intensificar
entre as redes de porte médio.
Marcas Próprias
A participação das marcas próprias nas vendas da
atividade está em ritmo de crescimento acelerado
desde 2005. Em 2007, o crescimento foi de 7%, de
acordo com informações divulgadas pela Associação
Brasileira de Supermercados (Abras). O crescimento
demonstra a consolidação da fidelização dos clientes,
com produtos mais baratos em cada categoria e
produtos com diferencial de qualidade. Atualmente,
pequenos e médios supermercados estão investindo
em marcas próprias e se unindo em centrais de
21
Análise Setorial
Varejo
Perspectivas e tendências
para 2009
O bom desempenho econômico decorrente da
melhora no nível de emprego e do aumento da renda
do trabalhador poderá sofrer com a desaceleração
econômica esperada, o que irá repercutir diretamente
nas vendas do varejo, para todos os segmentos,
inclusive para aqueles mais sensíveis a credito, diante
das incertezas com relação aos impactos da crise
financeira sobre o nível de alavancagem das instituições
financeiras e a natural tendência ao conservadorismo
na concessão de créditos.
A tendência expansionista das vendas refletia
diretamente a ampliação da massa salarial, em linha
com o crescimento do emprego, e os impulsos do
crescimento do crédito. A menor oferta de crédito
atrelada a uma taxa de juros mais elevada afetará
diretamente os segmentos que mais contribuíram para
o crescimento atual, o comércio de bens duráveis,
principalmente automóveis e linhas branca e marrom
de eletrodomésticos. Os segmentos sensíveis a renda,
que já apresentavam certo comprometimento do varejo
de alimentos diante do ritmo crescente de inflação, não
devem compensar a queda dos demais segmentos.
Os preços das matérias-primas e insumos básicos já
se encontravam em expansão nos últimos dois anos,
registrando crescimento acumulado de 22% e 32%
desde o final de 2006, respectivamente. O aumento
se deveu, principalmente, ao forte crescimento da
demanda interna, impulsionada diretamente pelo
crescimento do comércio mundial. Enquanto perdurar
a volatilidade do câmbio e sua permanência em níveis
elevados, os preços no atacado dos produtos que
compõem os primeiros estágios de produção não
devem apresentar comportamento muito diferente do
atual.
A queda recente nos preços das commodities deve
reduzir o impacto da desvalorização do real sobre
os níveis de correção dos preços. Na verdade, a
redução ocorrida nos preços das commodities parece
ter realinhado parte das expectativas criadas ao
longo de 2007, quando se configurou um cenário de
forte crescimento mundial, de equacionamento da
deterioração das condições climáticas do planeta e
necessidade de reestruturação e redimensionamento
das fontes de energia. De fato, as 24 commodities mais
negociadas no mercado internacional, que podem ser
acompanhadas através do Reuters/Jefferies-CRB index,
alcançaram níveis altíssimos de cotação até meados de
setembro de 2008, tendo registrado elevação superior
a 50% desde o final de 2006.
As expectativas de mercado não prevêem um cenário
tão sombrio no curto prazo para o Brasil. O crescimento
do produto deve se situar em torno de 5% em 2008,
caindo para 3% em 2009. O mercado não acredita em
novos aumentos de juros, mas as previsões de inflação
continuam acima da meta de 4,5% do Banco Central.
O impacto sobre as vendas no varejo para este e para
o próximo ano e, em particular, das vendas reais dos
supermercados, dependerá do nível de repasse dos
preços do atacado para os preços ao consumidor,
que, por sua vez, depende da amplitude e do grau de
aprofundamento da crise financeira mundial. O repasse
e sua magnitude também estão vinculados ao nível
de atividade de cada setor e do peso que a taxa de
câmbio tem em cada cadeia, afetando, assim, de forma
diferenciada os níveis de renda e emprego.
No presente momento, os efeitos das transferências
do governo evidenciam a importância que os recursos
podem ter para a manutenção do dinamismo do setor,
pois existe uma clara correlação positiva entre essas
transferências e o aumento das vendas no varejo. As
vendas do setor de supermercados e, em particular
de alimentos e bebidas, teoricamente mais sensíveis
a elevações da renda disponível e por inferência às
transferências governamentais, devem ser beneficiadas
pela conservação parcial do poder aquisitivo das classes
de renda mais baixas.
A conjuntura de curto prazo indica maiores dificuldades
na entrada de fluxos financeiros para o País e redução
dos preços das commodities, que desestimulam as
exportações domésticas. No entanto, existe uma
tendência a valorização do real, com o equacionamento
gradual da crise financeira internacional. Além disso,
o desenvolvimento e fortalecimento do mercado de
capitais, que registrou emissões primárias recordes em
2007 (R$ 131 bilhões), devem contar com o retorno dos
investidores estrangeiros. A participação dos Fundos
de Investimento em Participações (FIP) no total das
emissões primárias ainda é expressiva em 2008, o que
evidencia a atratividade de novas aquisições, diante
dos baixos preços dos ativos, pelos fundos de private
equity.
22
Análise Setorial
Varejo
As instituições financeiras no Brasil são sólidas e bem
reguladas, apresentando índices de solvabilidade
consistentes e em níveis adequados, mesmo na
presença da grande expansão das concessões
de crédito ocorrida nos últimos anos. Apesar da
desaceleração atual nas operações de crédito, que
vinham aumentando sua participação no total dos
ativos dos bancos desde 2003, espera-se a retomada
oportuna dos financiamentos para aquisição de veículos
e das operações de leasing que acompanharam o
recente movimento de recuperação econômica.
Os investimentos estrangeiros diretos devem continuar
elevados, perfazendo US$35 bilhões em 2008 e
US$24 bilhões em 2009. Em 2008, ocorre uma
tendência crescente de ingressos com montantes
inferiores a US$100 milhões, o que sugere que a
entrada de recursos pode estar sendo direcionada
também para participações em empresas de menor
porte. A conquista de novos mercados por empresas
brasileiras deve continuar como resultado da tendência
à consolidação doméstica. A expectativa de saída de
pequenas e médias empresas deve se arrefecer no
curto prazo, diante da desvalorização cambial.
O movimento de fusões e aquisições continuava
aquecido no primeiro semestre de 2008, indicando
que os processos de consolidação se orientam por
diferentes condutores de crescimento que englobam
desde os ganhos de escala até as oportunidades que
surgem com a redução dos preços dos ativos. No
segmento de supermercados, há potencial para uma
nova onda de fusões e aquisições devido à baixa
concentração do setor em nível regional. Por outro
lado, as decisões de investimentos dependerão das
expectativas de crescimento do comércio e devem se
efetivar gradualmente com a recuperação da economia.
A tendência do segmento de supermercados é o de
privilegiar uma posição mais defensiva através da
manutenção do mix de produtos concentrado em
alimentos, além de maximizar as receitas operacionais
e minimizar a exposição a dívidas, diante da redução da
atividade econômica, cujas previsões passaram de 4% a
4,5% de crescimento para 3% em 2009. A atitude dos
participantes do mercado deverá ser mais conservadora
quanto ao crescimento e lucratividade. As estratégias
de aumento de competitividade devem continuar,
focando preços e marcas, mix de produtos, níveis de
estoque, diferenciação, segmentação e novos formatos.
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Referências
bibliográficas
• Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização– Abmapro
• Associação Brasileira de Supermercados – Abras
• Balanço Anual da Gazeta Mercantil
• Banco Central do Brasil – BCB
• Deloitte, a partir de consolidação de dados da Forrester Group
• Fundação Instituto de Administração – FIA
• Fundação Getúlio Vargas – FGV
• Fundo Monetário Internacional – FMI
• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
• Ministério do Desenvolvimento Social – MDS
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A Deloitte oferece serviços nas áreas de Auditoria, Consultoria Tributária, Consultoria em Gestão de Riscos Empresariais, Corporate Finance,
Consultoria Empresarial, Outsourcing, Consultoria em Capital Humano e Consultoria Atuarial para clientes dos mais diversos setores. Com uma
rede global de firmas-membro em mais de 140 países, a Deloitte reúne habilidades excepcionais e um profundo conhecimento local para ajudar
seus clientes a alcançar o melhor desempenho, qualquer que seja o seu segmento ou região de atuação.
Os 165 mil profissionais da Deloitte estão comprometidos a tornarem-se o padrão de excelência do mercado e estão unidos por uma cultura
colaborativa, que encoraja a integridade, o comprometimento, a força da diversidade e a geração de valor aos clientes. Eles vivenciam um
ambiente de aprendizado contínuo, experiências desafiadoras e oportunidades de carreira enriquecedoras, dedicando-se ao fortalecimento da
responsabilidade corporativa, à conquista da confiança do público e à geração de impactos positivos em suas comunidades.
No Brasil, onde atua desde 1911, a Deloitte é uma das líderes de mercado e seus mais de 3.500 profissionais são reconhecidos pela integridade,
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com escritórios em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Joinville, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e Salvador.
A Deloitte refere-se a uma ou mais Deloitte Touche Tohmatsu, uma verein (associação) estabelecida na Suíça, e sua rede de firmas-membro, sendo
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