CÁLCULO DA FRAÇÃO DE AMACIAMENTO DE UMA AÇO IF ATRAVÉS DE ENSAIOS DE TORÇÃO ISOTÉRMICOS COM DUAS DEFORMAÇÕES VICTER, R. O.; MACHADO, M. L. P. Intituto Federal de Educação do Espírito Santo, Campus Vitória; [email protected] Laminação é um processo de conformação mecânica altamente utilizado na indústria siderúrgica. Com ele são facilmente produzidas peças como folhas e barras finas que seriam economicamente inviáveis utilizando-se outros processos. Outra vantagem desta técnica é a melhora das propriedades mecânicas dos materiais devido ao encruamento que é utilizado para obter maior resistência mecânica dos materiais. O processo de laminação a quente consiste em aquecer o material até temperatura de encharque, realizar deformações programadas nas etapas de desbaste e acabamento e logo após realizar o resfriamento da peça. Neste processo, como também nos demais processos de deformação a quente, estão presentes simultaneamente os mecanismos de encruamento e amaciamento. O encruamento é o endurecimento do metal, quando este sofre deformação plástica. O endurecimento ocorre devido a movimentação das discordâncias que interagem entre si levando a uma redução na mobilidade destas imperfeições, sendo necessário uma tensão mais elevada para provocar maior deformação. O amaciamento é a restauração da ductilidade do metal. Pode ocorrer por recuperação ou recristalização. Quando estas ocorrem durante o processo de deformação são chamadas de dinâmicas. Se ocorrerem após a deformação, estáticas. Mas se iniciarem durante a deformação e terminarem depois que a deformação já estiver completa, denomina-se metadinâmicas. O ensaio de torção a quente possibilita a análise dos fenômenos ocorridos no processo de laminação. Através do controle adequado da temperatura e da taxa de deformação, é possível simular em laboratório o processo de laminação que é realizado na indústria. De acordo com estas possibilidades, este trabalho visou a análise, em particular, da fração de amaciamento do metal, que é observada no processo de laminação. Realizou-se os ensaios de torção com dupla deformação a uma temperatura de 1150°C, variando os intervalos entre os passes em 1, 5 e 40 segundos. Foram feitos para duas deformações: a primeira abaixo da deformação crítica de recristalização dinâmica (0,1) e a segunda acima da deformação crítica (0,4). Calculou-se as frações de amaciamento para cada caso. De acordo com a literatura, observou-se que quanto maior o intervalo entre os passes, maior a fração de amaciamento (PA). No primeiro ensaio o material sofreu apenas recristalização estática devido a deformação abaixo da deformação crítica de recristalização dinâmica, que a esta temperatura é 0,17. Já na segunda etapa, devido a deformação elevada ocorreu o início da recristalização no primeiro passe que continuou após o intervalo entre o passe. Caracterizando assim a recristalização metadinâmicas. Neste caso, o material foi capaz de sofrer amaciamento total. As tabelas abaixo apresentam as frações de amaciamento para cada amostra ensaiada. Tabela 1. Fração de amaciamento para deformação abaixo da deformação crítica. Ensaios isotérmicos com duas deformações de 0,1 e taxa de deformação de 0,1 s-1 Tempo entre passes (tip) 1s 5s 40s Fração de Amaciamento (%) 66,7 93,2 93,6 Tabela 2. Fração de amaciamento para deformação acima da deformação crítica. Ensaios isotérmicos com duas deformações de 0,4 e taxa de deformação de 0,1 s-1 Tempo entre passes (tip) 1s 5s 40s Fração de Amaciamento (%) 100 100 100 Palavras-chave: Ensaio de torção, Aço IF, Escoamento plastico.