METODOLOGIA PARA DETERMINAR OS TIPOS DE AMACIAMENTOS QUE ATUAM EM PROCESSOS TERMOMECÂNICOS Wiliam Regone (1), Alberto Moreira Jorge Júnior (2) e Oscar Balancin (3) DEMa, Universidade Federal de São Carlos (1) [email protected], (2) [email protected], (3) [email protected]. RESUMO Para caracterizar o comportamento mecânico de um aço IF sob condições de laminação de tiras a quente, este foi submetido a ensaios de torção em condições próximas à do processamento. O comportamento das curvas tensão x deformação foram analisados através de métodos já bem descritos na literatura. Para longos intervalos de tempo entre passes a liga sofre quase que uma recristalização completa para todas as temperaturas. Para curtos intervalos de tempo entre passes ocorre um pequeno acúmulo de deformação de passe para passe. Durante os últimos estágios de acabamento, existe algum acúmulo de deformação e, ambas, recristalização estática e dinâmica ocorrem em um grau significativo. Para correlacionar os fenômenos metalúrgicos com as variáveis envolvidas no processamento foi proposto uma metodologia capaz de resumir e tornar mais fácil esta análise. Palavras-Chave: Aço IF; Torção a Quente; Fenômenos Metalúrgicos. ABSTRACT In order to characterize the mechanical behavior of an IF steel under strip-rolling schedules, samples were subjected to torsional simulation. The flow stress was analyzed through a methodology well described in literature. For long interpass times the grade undergoing nearly full recrystallization at all temperatures. Short interpass times lead to some pass-to-pass strain accumulation. During the latter stages of finishing, there is some strain accumulation, and both static and dynamic recrystallization occur to a significant degree. In order to correlate the metallurgical phenomena with the involved variables in the process, it was proposed a method that resumes and facilitate the analysis. Key Words: IF steel; Hot Torsion; Metallurgical Phenomena. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 42101 1. INTRODUÇÃO O processo de laminação a quente é costumeiramente caracterizado em termos da quantidade de deformação, taxa de deformação, temperatura e tempo entre passes [1]. A evolução microestrutural que acontece durante a laminação é determinada pela interação entre as variáveis acima e as temperaturas críticas Tnr e Ar3 (as temperaturas de não recristalização e começo da transformação da austenita em ferrita). Os vários trabalhos que vêm sendo realizados [1-3] para analisar a inter-relação desse complexo conjunto de variáveis com as temperaturas críticas e a recristalização dinâmica em aços laminados a quente, devem incluir a identificação dos mecanismos de amaciamento (isto é, tipos de recristalização da austenita) que acontecem durante a laminação de tiras, para clarificar as diferenças microestruturais entre os processos de chapas grossas e tiras a quente. Utilizando-se conceitos bem determinados pela literatura do comportamento de curvas taxa de encruamento x tensão [4,5], da tensão média equivalente x o inverso da temperatura [6] e de métodos para a identificação de mecanismos de amaciamento que ocorrem durante o processamento termomecânico [7,8], pretende-se propor uma metodologia simples de análise para a caracterização dos processos de amaciamento que ocorrem durante operações de laminação de chapas grossas e tiras a quente com relação aos parâmetros de processamento. 2. MATERIAIS E MÉTODOS O aço IF utilizado neste trabalho foi fornecido pela Companhia Siderúrgica Paulista (COSIPA), e sua composição química encontra-se na Tabela 1. Tabela 1 – Composição química do material (% em peso) C Mn Si Al S P Ti N 0,003 0,132 0,011 0,003 0,007 0,01 0,065 0,006 O estudo do comportamento mecânico e simulação do processamento a quente deste aço IF com adição de titânio foi realizado através de ensaios de torção a quente. Os testes mecânicos foram realizados utilizando-se uma máquina horizontal de ensaios de torção a quente controlada por um computador. Os corpos de prova eram cilíndricos com raio de 3,15 mm e comprimento útil de 20 mm. As curvas tensão versus deformação equivalentes são obtidas através de expressões apropriadas [9]. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 42102 Os ensaios foram realizados em seqüência de deformação programada ou múltiplos passes, em resfriamento contínuo, para simular o processamento termomecânico, nas seguintes condições: temperatura de encharque de 1200 °C, com tempo de patamar de 10 minutos, logo a seguir os corpos de prova foram submetidos a uma deformação de 20%, denominada de passe "zero" (D0), para produzir, de forma homogênea, o refino de grãos austeníticos iniciais, simulando passes de desbaste de uma laminação a quente. Em seguida os corpos de prova foram resfriados até a temperatura de ensaio, que variaram de 1158 a 836 oC, com uma taxa de resfriamento de 2 °C/s, simulando diversas temperaturas de entrada. A seguir os corpos de prova foram deformados em uma sequência de 19 passes com 30% de deformação, com tempos entres passes que variaram de 38; 3; 1; 0,5 s. 3. RESULTADOS 3.1 Comportamento das curvas tensão x deformação nos ensaios de múltiplos passes As curvas da figura 1 foram obtidas a partir dos ensaios realizados pelas seqüências de deformações programadas consecutivas, conforme descrito anteriormente, com diferentes temperaturas de entrada e tempos entre passes. Na Figura 1a, com tempo entre passes de 38 segundos, observa-se a ocorrência de transformação de fase (γ→α), bem determinada pela variação de tensão durante o processamento. A região de transição, determinada em outros trabalhos [10,11], corresponde ao início de transformação de fase, Ar3, a 907 oC e ao fim, Ar1, em 870 °C. As Figuras 1b a 1d apresentam curvas tensão x deformação de ensaios realizados na faixa de temperaturas correspondente à região austenítica, com tempos entre passes de 3, 1 e 0,5 segundos, respectivamente. As Figuras 1e e 1f apresentam curvas tensão x deformação de ensaios realizados na faixa de temperaturas correspondente à região ferrítica, com tempos entre passes de 1 e 0,5 segundos, respectivamente. Para analisar o comportamento do amaciamento durante a realização desses ensaios, foram construídas curvas taxa de encruamento (θ=dσ/dε) x tensão aplicada, que estão representadas pelas curvas das Figuras 2 e 3. Nas Figuras 2a e b estão representadas as derivadas das curvas da Figura 1a. Na Figura 2a, região austenítica, observa-se que somente ocorre recristalização dinâmica para a curva do passe 1 (A1), determinado pela inflexão final da curva θ x σ, em todos os outros casos, inclusive para a Figura 2b (região ferrítica), observa-se apenas a recristalização estática e recuperação dinâmica como mecanismos de amaciamento atuantes. Neste caso, existe a ocorrência de recristalização estática pois a CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 42103 deformação aplicada ultrapassou a deformação crítica para a recristalização estática e o tempo entre passes foi suficiente para tal. 160 Tensão Equivalente (MPa) Tensão Equivalente (MPa) 160 140 passe 1 120 100 80 60 40 20 0 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 140 120 100 80 60 40 20 0 3.5 0 1 2 Deformação Equivalente 3 140 140 120 100 80 60 40 20 0 2 3 4 5 120 100 80 60 passe 1 40 20 0 0 6 1 2 160 140 140 120 passe 1 80 60 40 20 0 1 2 3 4 5 6 (d) 160 Tensão Equivalente (MPa) Tensão Equivalente (MPa) (c) 0 3 Deformação Equivalente Deformação Equivalente 100 6 (b) 160 Tensão Equivalente (MPa) Tensão Equivalente (MPa) (a) 1 5 Deformação Equivalente 160 0 4 4 5 120 100 80 60 40 20 0 0 6 1 2 3 4 5 6 Deformação Equivalente Deformação Equivalente (f) (e) Figura 1 - Curvas tensão x deformação equivalentes com múltiplos passes em resfriamento contínuo com taxa de deformação de 1 s -1 e taxa de resfriamento de 2oC/s. (a) tempo entre passes de 38 s e início de deformação a 1158 °C. (b) tempo entre passes de 3 s e início de deformação a 1010 °C. (c) tempo entre passes de 1 s e início de deformação a 978 °C. (d) tempo entre passes de 0,5 s e início de deformação a 979 °C. (e) tempo entre passes de 1 s e início de deformação a 870 °C. (f) tempo entre passes de 0,5 s e início de deformação a 836 °C. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 42104 Na Figura 3 estão representadas as derivadas das curvas das figuras 1d e 1f, respectivamente. Na Figura 3a, para deformações dentro da região austenítica, observa-se a presença de recuperação dinâmica, e recristalização estática após A1, pois não se observa o ponto de inflexão na curva θ x σ desse passe, mas atingiu-se a deformação crítica para a recristalização estática. Para todas as outras curvas observa-se a presença de recristalização dinâmica, durante a deformação e metadinâmica que é insuficiente para amaciar o material durante o curto intervalo entre passes. Na Figura 3b, para deformações dentro da região ferrítica, observa-se apenas a ocorrência de recuperação dinâmica e recristalização estática, 600 600 500 500 400 Taxa de encruamento Taxa de encruamento, θ (MPa) também insuficiente para amaciar totalmente o material durante o curto intervalo entre passes. passe 1 300 200 100 0 400 300 200 100 0 0 15 30 45 60 30 40 50 60 70 40 60 80 40 60 80100 0 40 80 40 Tensão (MPa) (a) 80 40 80 40 8040 80 40 80 120 Tensão (MPa) (b) Figura 2 - Curvas da taxa de encruamento versus a tensão aplicada, obtidas a partir da derivadas das curvas da Figura 1a: (a) para região austenítica e (b) para a região ferrítica. Quando esse aço é deformado acima da Ar3, as curvas da figura 1 possuem formas arredondadas, com uma redução do arredondamento bastante aparente com o progresso da recristalização dinâmica. Isto é causado pela presença de titânio em solução sólida [1], ou seja , um efeito de arraste de soluto. Quando a temperatura de entrada de deformação diminui até 978 oC (aproximadamente 70 oC acima da Ar3), a tensão do primeiro passe aumenta e a deformação é acumulada no segundo passe de acabamento. Depois disso, quando a temperatura de entrada diminui, a tensão também diminui com a temperatura devido à formação de uma grande fração volumétrica de ferrita. 3.2 Comportamento da tensão média equivalente A tensão média equivalente (TME) obtida durante ensaios realizados a 1 s-1, com intervalos de tempo entre passes de 30 s está apresentada na Figura 4 como uma função do CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 42105 inverso da temperatura absoluta. Como pode ser observado, em altas temperaturas não existe a presença de Tnr (temperatura de não recristalização) em condições de laminação chapas grossas. A transição austenita-ferrita é caracterizada por uma diminuição apreciável da tensão média. A temperatura de transição (Ar3), mencionada anteriormente, de 907 oC [10,11] foi obtida pelo modelo proposto por Boratto et al. [6]. A deformação na região ferrítica é acompanhada por um rápido aumento na tensão, sem uma noticiável recristalização durante o intervalo de tempo entre passes. 600 1000 900 800 Taxa de encruamento Taxa de encruamento 500 400 passe 1 300 200 100 700 600 500 400 300 200 100 0 0 80 100 80 100 80 100 80 100 80 100 80 100 30 45 60 30 45 60 30 45 60 30 45 60 30 45 60 30 45 60 Tensão (MPa) Tensão (MPa) (b) (a) Figura 3 - Curvas da taxa de encruamento versus a tensão aplicada para deformações realizadas na região austenítica (a), derivadas das curvas da figura 1d e para deformações realizadas na região ferrítica (b), derivadas das curvas da figura 1e. o Temperatura ( C) 160 1155 977 838 7 8 9 727 636 10 11 140 TME (MPa) 120 100 80 60 40 20 0 6 12 -1 10000/T (K ) Figura 4 - Tensão média equivalente versus 10000/T obtida a partir de ensaios realizados com taxa de deformação de 1 s-1e tempo entre passes de 30 s. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 42106 4. DISCUSSÃO A chave para o controle da microestrutura, durante a laminação a quente, encontra-se no efeito das variáveis do processo de laminação sobre os seguintes mecanismos: (a) encruamento, (b) recristalização estática, (c) recristalização dinâmica e (d) precipitação. O efeito do intervalo de tempo entre passes nessas operações pode ser explicada baseada nos dados apresentados nas Figuras 1, 4 e 5. Na Figura 5 as TMEs, determinadas pelo emprego das seqüências de passes descritas anteriormente (Figura 1) com diferentes temperaturas de entrada, estão plotadas contra o inverso da temperatura absoluta. A linha reta representa os dados obtidos a partir de deformações do passe 1 (A1), após um longo tempo de espera depois do passe zero (D0), em todas as condições de processamento. Os seguintes pontos são bastante evidentes nestas figuras: recristalização estática completa depois de cada passe, utilizando-se qualquer uma das condições anteriores. Diminuindo-se a temperatura do primeiro passe de acabamento permite-se algum aumento na tensão média, do primeiro para o segundo passe (A2), com um grande aumento observado quando a temperatura A1 está próxima a 978 oC. Este aumento observado na tensão de A1 para A2 é causado por acumulo de deformação, isto é, pela ausência de recristalização estática nesta faixa de temperatura. Este aumento é seguido por uma diminuição da tensão após A2, com a tensão média tendendo a se tornar paralela à reta de recristalização estática, mas com um nível maior que a mesma. Isto é devido à ausência de grande quantidade de precipitação, com a ocorrência de recristalização dinâmica e metadinâmica nestas condições. A precipitação de Ti4C2S2 foi observada em outros trabalhos [12,13], mas não aparece como significante para produzir qualquer efeito no comportamento da recristalização, como pode ser observado na Figura 5. Com respeito ao intervalo de tempo entre passes, claramente este não provoca nenhum efeito significativo, já que o potencial para precipitação é pequeno. Estas condições favorecem a ocorrência de acumulo de deformação (empanquecamento) nos estágios iniciais do acabamento (A1 → A2), seguido por amaciamento por recristalização dinâmica e metadinâmica nos últimos passes de laminação de tiras a quente, dentro da região austenítica. Na região ferrítica pode ser observado o mesmo fenômeno de recristalização estática e aumento da tensão de A1 para A2, entretanto, não se observa a ocorrência de recristalização dinâmica, somente recuperação dinâmica e recristalização estática que amaciam totalmente o material. Em termos de parâmetros do processo, pode ser observado na Figura 5 que um aumento no intervalo de tempo entre os passes de desbaste para o primeiro de acabamento (D0 → A1) e/ou diminuição da temperatura de A1 tende a promover o seguinte: (a) um CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 42107 aumento rápido da carga de laminação de passe para passe, durante os primeiros passes; (b) cargas maiores em todos os passes de acabamento subseqüentes. 0 0 C C 1010993 976 960 943 927 910 900 880 860 840 820 800 780 160 160 140 TME (MPa) 130 150 DRX + MDRX 140 acúmulo de deformação 130 120 120 110 110 100 100 90 80 90 passe 2 80 70 70 60 60 50 40 50 passe 1 40 reta da SRX 30 30 região (γ + α ) 20 10 TME (MPa) 150 região austenítica (γ) 20 região ferrítica (α) 10 0 0 7.7 7.8 7.9 8.0 8.1 8.2 8.3 8.4 8.5 8.6 8.8 9.0 9.2 9.4 9.6 -1 [10000/T], (k ) Figura 5 - Curva da TME versus o inverso da temperatura absoluta correspondente a todas as seqüências de deformações programadas realizadas. Tempo entre passes de 38 s (--■--). Tempo entre passes de 3 s (+). Tempo entre passes de 1 s (•). Tempo entre passes de 0,5 s (ο). Mostrando a influência da temperatura do primeiro passe de acabamento na TME e os mecanismos de amaciamento presentes. 5. CONCLUSÕES (1) Para as condições de ensaio utilizadas existe a ocorrência de recristalização estática completa após o primeiro passe de acabamento depois dos passes em condições de laminação de chapas grossas ou da deformação de desbaste da seqüência de tiras a quente. Durante os estágios finais, quando as condições de laminação de tiras a quente são utilizadas, existe o acúmulo de alguma deformação e, ambas, recristalização estática e dinâmica ocorrem em um grau significativo. (2) A análise das curvas de tensão média equivalente não indicou evidencias de que a precipitação de Ti4C2S2O tenha influenciado de forma significativa a recristalização. (3) A metodologia utilizada, a partir da construção de gráficos do tipo da Figura 5, mostrou-se adequada para uma análise simples e global dos resultados, podendo-se simular de forma confiável o comportamento do material durante seu processamento mecânico. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 42108 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] SAMUEL, F.H., Mat. Sci. Eng., vol. A142, p. 95, 1991. [2] SAMUEL, F.H.; YUE, S.; JONAS, J.J. and ZBIDEN, B.A., Iron Steel Int., vol. 29, p. 878, 1989. [3] SAMUEL, F.H.; YUE, S.; JONAS, J.J. and BARNES, K.R., Iron Steel Int., vol. 30, p. 216, 1990. [4] G. H. AKBARI, C.M. SELLARS and J. A. WHITEMAN; Mat. Scie. and Tech.;Vol 11; p. 1261; 1995. [5] REGONE. W. e BALANCIN, O.. ; REM ( Revista de Escola de Minas de Ouro Preto). Vol 51, p.27; jan/mar. 1998. [6] BORATTO, F. et al., Thermec-88, ed. I. Tamura, Tokyo, Japan, p. 383, 1988. [7] JONAS, J.J; Mat. Sci. Eng.; vol. A 184; p.155, 1994. [8] SICILIANO, F. Jr; MINAMI K.; MACCAGNO, T. M . and JONAS, J, J., ISIJ Int., Vol. 36; p. 1500, 1996. [9] LUTON, M.J. - "Hot Torsion testing" - In: Dieter, G.E. Ed., Workability Testing Techniques. Metals Park, Ohio, A.S.M., pp. 95 - 133. 1984. 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