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A Instituição na filosofia do Merleau-Ponty
Gautier Maes*
RESUMO
A historiografia sobre Merleau-Ponty não entende muito bem a distância entre o primeiro e o
segundo Merleau-Ponty. Mesmo um especialista como Renaud Barbaras, por exemplo, dentro
a obra De l’Être du Phénomène (O Ser do Fenômeno), percebe a separação entre dois
momentos mas não vê o ponto de mudança entre a Fenomenologia da Percepção e O Visível e
Invisível. Como se Merleau-Ponty, o filósofo das relações fizesse duas filosofias sem nenhuma
ligação. Nosso objetivo é demonstrar que a fenomenologia de Merleau-Ponty é uma pesquisa
que nunca acaba e que não tem ruptura. Para nós, a aula acerca da instituição é a ponte entre
dois Merleau-Ponty. Vamos tentar demonstrar a importância desse texto pouco conhecido,
buscando um melhor entendimento dentro da filosofia de Merleau-Ponty e pretendemos
mostrar como esta aula pode nos ajudar. Trata-se de uma nova concepção da temporalidade e
da subjetividade dentro das relações com o mundo.
PALAVRAS-CHAVE: Instituição, subjetividade, temporalidade e fenomenologia.
Introdução:
Estamos em 1954. Merleau-Ponty leciona há dois anos no Collège de France e se propõe
a fazer uma aula com o título a Instituição. No mesmo ano ele prepara outra aula, dessa vez
sobre a passividade. Daquele ano é talvez uma das mais importantes para entender a filosofia
do fenomenólogo francês. O formato que ele usa para apresentar o texto aparece mais tarde
como o símbolo da filosofia de Merleau-Ponty: aberta e em desenvolvimento perpétuo. De
fato, o texto foi escrito em pequenos papéis e a versão publicada vem de um aluno chamado
*
Mestrando do Erasmus Mundus Europhilosophie. Bolsa Erasmus Mundus. E-mail: [email protected].
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Dominique Darmaillacq, por isso o estado do texto ja é um pouco específico. Isso provoca um
problema de leitura: podemos ler o texto como um texto de Merleau-Ponty? Parece evidente
que sim, visto que se trata de um texto extraído de uma aula ministrada por ele. Por se tratar
de um texto extraído de uma aula, ou seja, oral, pode sim ser considerado um texto muito
importante na filosofia de Merleau-Ponty. Mas por que esse texto é tão importante afinal? Por
duas razões: primeiro porque o texto faz uma ponte entre a primeira e a ultima filosofia do
autor. E o segundo ponto importante é que a noção de instituição concentra toda a filosofia do
pensador francês. Quase todos os temas importantes estão presentes no referido texto: a
natureza e a vida, as obras em pintura, o conhecimento, a cultura e a história. Pretendemos
aqui mostrar, a partir de diferentes pistas de leitura a real importância do texto para o
entendimento da fenomenologia de Merleau-Ponty.
I-A origem do conceito de instituição:
1)
Contra o idealismo e o realismo sociopolítico:
Como todo conceito, o conceito de instituição aparece contra outro conceito. Nesse
caso a instituição emerge contra o conceito de constituição ou de consciência constituinte e
contra o conceito clássico de instituição também. Merleau-Ponty abre a aula dele assim:
A vida pessoal considerada como vida de uma consciência, quer dizer uma
presença ao todo (...). É assim? Somos essa presença imediata ao todo frente
às possibilidades que são todas iguais – todas impossíveis? Toda essa análise
assume uma redução primordial da nossa vida ao “pensamento de...” viver. 1
1
Merleau-Ponty, L’Institution La Passivité Notes de cours au Collège de France (1954-1955), Belin (2003), p.33 A
tradução é nossa.
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Assim Merleau-Ponty mostra bem o campo a partir do qual podemos localizar a noção
de instituição. A consciência não é capaz de explicar toda a vida, a vida em geral. Ela é uma
negação do outro, da trascendência. O idealismo europeu faz da consciência um todo separado
do mundo, e de onde a subjetividade e o restante do mundo podem se entender. O que é
estranho aqui é que o filósofo francês usa o tema da vida. Não se trata de um tema ate tão
usado por Merleau-Ponty. Mas como sabemos, a vida, depois da leitura da Krisis do Husserl vai
ocupar um espaço maior na filosofia do autor. Dois anos depois ele faz uma aula famosa sobre
a natureza e o conceito da vida, que se tornaria mais tarde a mais importante para ele. O que o
idealismo não pode fazer é entender a vida como uma coisa exterior da consciência. MerleauPonty é um pensador da excedência e das relações. Se a relação é única, como a consciência
por um idealismo, não existe uma relação na verdade nesse caso, não existe semelhança entre
as coisas relacionadas. A instituição tenta abrir a consciência com o que a excede. Se a noção de
instituição pensa contra a constituição, ela não pode ser entendida também como o conceito
clássico de instituição. Tradicionalmente, a instituição passa por um conjunto de regras que
permite um acordo entre os homens. Depois do acordo, a instituição pode aparecer como um
fato histórico sem razão. Para Merleau-Ponty a instituição é o oposto dos contratos passados
entre os homens, por isso ele é contra o realismo sociopolítico. Em outras palavras, a instituição
é contra o idealismo e o realismo sociopolitico. Outro filósofo ajuda Merleau-Ponty a pensar o
conceito de instituição: Husserl.
2)
Husserl e a stiftung:
A instituição vem da noção huserliana de Stiftung. O problema para Husserl, na obra a
Krisis, é reunir o empírico e o transcendental. Para conseguir fazer isso, ele tenta pensar a
genêsis do senso. A stiftung é uma verdade omnitemporal, que quer dizer uma verdade que
ganha o universal a partir do empírico. A verdade vem do mundo, se faz dentro do mundo, no
mesmo tempo, se é verdade, é verdade para o tempo finito, não infinito; ele é determinado,
limitado, uma verdade momentânea, vale ate ser negada. Merleau-Ponty vê isso aparecer a
partir de três momentos na filosofia de Husserl. Em primeiro lugar ele pensa a partir da noção
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de wesenschau, que pode ser entendida como intuição das idéias, das essências e que é uma
forma de pegar as essências a partir da experiência. Num segundo tempo, Husserl vai mais
fundo na noção de wesenschau quando ele faz a proposição de uma psicologia eidética. O
problema da psicologia tradicional é pensar a consciência ou em geral todo o material dela,
como um objeto sem perguntar o que é a consciência, o que é o sentimento. Para Husserl, a
psicologia deveria pegar uma metodologia dentro da filosofia? Quero dizer, a partir de um
trabalho sobre as noções de instituição. Husserl não quer que a psicologia acabe, quer apenas
que ela tire do empírico as noções e essências pra chegar numa verdade mais profunda. Se a
psicologia não fizer isso, vai ter uma atitude natural e aceitar os conceitos como objetos sem
problema. Num terceiro tempo, Husserl questiona a respeito de uma possível ampliação das
relaçãoes entre filosofia e psicologia, mas para Merleau-Ponty, ele não consegue; é uma das
razões para que Merleau-Ponty, mesmo parecendo bem perto de Husserl esteja, na verdade,
muito distante do alemão. Pra ele, não existe uma diferença de natureza entre ciênçia e
filosofia, existe apenas uma diferença de graus. Husserl ainda vai contribuir muito para ajudar a
entender a emergência do conceito de stiftung, é o peso da imaginação. A fenomenologia não
parte de fatos reais, mas de fatos imaginários. É a imaginacão que permite chegar até a
psicologia eidética, e é aqui que se faz a distinção com relação à psicologia clássica. Mas é
também exatamente esse o ponto onde Merleau-Ponty não concorda com o Husserl. Para o
francês, a ligação do stiftung com as ciências esta errada. Não existe diferença entre ciência
eidética e o empirico como Husserl acredita. Na verdade, os fatos e as idéias fazem um
quiasma, a visão das essências e os fatos estão sempre relacionados e não tem nada que
anteceda como o Husserl gostaria. É impossível definir qual é o oriundo de qual na relaçao
existente entre o fato ou a idéia, eles mantêm relações entre si e um não pode sobreviver sem
o outro. No fim, é um debate inconsistente entre o idealismo e o empírico. Mesmo MerleauPonty não concordando com Husserl, ele reconhece um fato importante na obra do autor
alemão: o que o Husserl viu como um paralelismo entre ciência e filosofia, quer dizer aqui entre
psicologia e outras ciências e a fenomenologia eidética. Existe uma correspondência entre os
fatos das ciências e o que a fenomenologia ajuda a descobrir. Isso é pra Merleau-Ponty, o ponto
em que Husserl ajuda no pensamento, mas ele não vai adiante suficiente e fica do lado do
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idealismo. Agora, queremos mostrar qual definição Merleau-Ponty da para a noção de
instituição e dentro de quais campos essa noção pode ser utilizada.
II-Definição e campos da instituição:
1)
Novos tipos de relações:
É bem difícil conseguir dar uma definição justa ao conceito de instituição, como
podemos ver agora é, talvez como sempre em Merleau-Ponty, um conceito que ajuda a pensar
em vários fenômenos. Como ja disse anteriormente, o texto se inicia indo contra a filosofia da
constituição, se refere a um sujeito de onde tudo acontece. A nova forma de pensar que
Merleau-Ponty propõe aqui quer nos remeter a novas relações com o mundo, o outro e o fazer.
*a relação com o mundo:
A relação com o mundo não pode ser entendida a partir do idealismo e do empirismo,
mas precisa ser entendida como uma perspectiva que abre numa excêdencia. Não tem um
projeto stricto sensu porque o viver no mundo é muito mais que um projeto da conciência.
Aqui Merleau-Ponty é contra Sartre para quem tudo é projeção, mas uma projeção que mostra
o poder completo da conciência sobre o desejo, a liberdade. Para Merleau-Ponty, a vida é uma
interrelação entre um projeto, mas com coisas que você não pode decidir. Na filosofia de
Sartre, a liberdade é tão pura, tão possível que ela fica quase separada do mundo e da situação
(mesmo Sartre sendo situacionista também). Merleau-Ponty faz da situação no mundo, o
elemento que determina a relação do sujeito com ele. Mas ele explica bem que a idéia dele não
é um determinismo. Existe uma situação com a qual o sujeito dialoga, ele pode surpassar ou
não a situação no mundo mesmo ficando num determinismo, ele se encontra num diálogo com
o mundo. O fato de não responder ja é uma resposta. Merleau-Ponty conclui disso que o sujeito
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é um sujeito instituído e instituinte, e não um sujeito constituinte. Ele fica numa situação que é
o início do movimento dele.
*a relação com o outro:
A relação com o outro também deve ser entendida de uma outra maneira. Não é
possível uma constituição do outro pela conciência. O outro não pode me negar e eu não posso
nega-lo também. Aqui, mesmo não citando seu nome de forma explicita, é Hegel que o autor
frances está criticando. Pra ele, na obra Fénoménologia do Espirito, a relação com o outro é
uma relação de constituição ou de se constituir: essa é a lição da dialética do mestre e o
escravo. Existe sempre uma relação assimetrica entre duas conciências e Merleau-Ponty
defende a tese de que, ao contrário, a relação com o outro é uma relação de instituição
comum. Há uma espécie de projeção de reciprocidade que parte dele para dentro de mim e de
mim para dentro dele a partir dos objetos culturais, nesse caso uma relação
instituído/instituinte e, assim a relação com o outro é sempre uma relação com o mundo. Tem
um campo da intersubjetividade que é a origem dos dois sujeitos. Nesse caso, se a relação com
o outro é sempre uma relação com o mundo a partir dos objetos culturais, essa relação é a
origem de um novo conceito do fazer.
*a relação o fazer:
O fazer visto pelos olhos da instituição, se pensa a partir do paradigma da percepção. Ele
faz parte do mesmo mundo que também faz parte a percepção, quer dizer que se trata do
corpo perceptivo (os gestos, as palavras...) que vê as lacunas do mundo e que tenta agir a partir
delas. O fazer é sempre um futuro sem saber como esse futuro vai se traduzir, trata-se de uma
indeterminação, uma pesquisa como gosta de escrever Merleau-Ponty a partir da leitura dele
do Proust. O fazer é também uma instituição, ele é a relação indeterminada com o objeto,
ninguém pode dizer com certeza qual será o resultado. Ele também é uma coisa simbólica e
real, essa distinção não precisa existir pra se entender o fazer. Afinal, para entender a
instituição, mesmo agora Merleau-Ponty fazendo a separação, é necessário trabalhar com tudo
junto, o sujeito, o mundo, o outro e o fazer. Somente se pegamos tudo, poderemos entender
bem a instituição. Ela mostra a conjunção, a circunstância necessária entre aquelas coisas que
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são tradicionalmente separadas. Porém, é verdade que existe um sujeito visto como “campo da
presença”, um mundo, um outro e um fazer. Então o problema é saber como a instituição
permite pensar a conjunção daqueles fenômenos? Merleau-Ponty responde que é o tempo.
*o tempo:
“O tempo é mesmo o modelo da instituição: passividade-atividade, ele continua, porque
ele foi instituído assim, ele segue, ele não pode acabar (parar), ele é total porque partiu, ele é
um campo.”2
O tempo da instituição é diferente da concepção dum tempo que vai do passado até o
futuro sem obstáculo algum. O passado fica sempre com o status de presença, posso ver meu
passado como um tipo específico de objeto e dialogar com ele. Não é um objeto maior que eu e
que me determina, mas também não é um objeto que eu posso conhecer perfeitamente e que
me abre o futuro como o idealismo acha. Novamente e como para as outras renovações, o
tempo é uma interrelação do passado com o presente que abre-se num futuro indeterminado.
A instituição pode ser entendida como uma pesquisa sem fim, interações de campos num
tempo que nunca acaba. Assim, a instituição é um movimento perpétuo como dentro da
tradição de Heráclito e também uma cristalização que da um material. A instituição não é sem
fundamento, tem uma construção que se faz a partir do movimento e é essa construção que
poderia ser seu fundamento. O fundamento nunca é cristalizado para sempre, mas também
não existe num passado perpétuo, eterno. O fundamento se faz e faz novamente, a verdade se
constrói para desaparecer e surgir de novo. Vamos tentar agora definir a instituição, ver os
campos dela por Merleau-Ponty antes de mostrar como ela pode ajudar a pensar um novo tipo
de verdade.
2)
Os campos da instituição:
Merleau-Ponty faz da instituição o que ele vem a fazer cinco anos depois com a carne,
quer dizer um quase elemento como o sol, o ar... Nossa tese é que a instituição é o ponto de
2
Ibid., p.36
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mudança entre o primeiro Merleau-Ponty da Fenomenologia da Percepção e o último MerleauPonty do Visível e Invível. É como se Merleau-Ponty fizesse uma lista de todos os temas
anteriores e colocados junto, dentro do conceito da instituição antes de elaborar a última
filosofia dele: a ontologia indireta. O francês divide a instituição em uma instituição pessoal e
interpessoal primeiro e depois em uma instituição historica. A primeira ja é eficiente na vida. Os
animais não estão em uma direfença de natureza com relação ao homem, e sim numa
diferença de graus. O animal ja tem uma história com uma situação determinada pela vida e
uma construção pessoal. Merleau-Ponty elabora essa tese, a partir do trabalho de Raymond
Ruyer que escreve um texto que se chama As Conceipçãoes Novas do Instincto. Ele mostra
como o instinto não é algo perfeito que já está lá quando o animal nasce, e sim que aceita
relações, elaborações, educação, etc. Essa é a parte pré-historica da instituição que é a mesma
entre o animal e o homen. Para o homen, Merleau-Ponty acha que essa instituição pode se
fazer a partir de uma nova leitura de Freud e da psicanálise em geral. Ele mostra que existem
eras na vida, mas que cada era nunca é fechada, elas se abrem numa pesquisa. Depois disso,
ele defende a idéia de que a instituição pessoal se abre a partir do nascimento de um
sentimento, a partir de uma leitura de Proust. É o sentimento por alguém que abre a conciência
de si e que inicia uma pesquisa de si. Ele pega o exemplo de Swann pra mostrar como o
sentimento abre uma pesquisa sem fim pra tentar se fazer entender. Os dois últimos campos da
instituição são a obra e o saber. Aqui Merleau-Ponty vai mais longe e mostra que a obra ou o
saber são duas modalidades de pesquisa que abrem um novo campo do ser. A obra é sempre
uma pesquisa de um autor que abre a subjetividade dele com o mundo. Não pretendemos
descrever muito aqui a obra, mas podemos ver o Doute de Cézanne ou A Prosa do Mundo pra
entender o que quer dizer Merleau-Ponty. Pra melhor entender a instituição do saber,
podemos ler a Krisis de Husserl, mas ja falei um pouco disso. Em outras palavras, o saber se
constrói a partir da história e a verdade se faz pouco a pouco dentro das relações com o
passado. Ninguém pode saber como a verdade vai se revelar, mas ninguém pode dizer também
que a verdade é última. A verdade é uma relação, o ser evolui com o tempo, mas isso não quer
dizer que a verdade anterior é errada, a verdade do momento se pensa a partir da verdade
anterior. Para terminar, ele fala da instituição historica, que é a instituição no senso comum.
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Mas aqui ele não concorda com a definição clássica da instituição. A instituição não é um corpo
morto que representa um acordo passado como dentro das teorias do contrato social, é algo
vivo que fica em desenvolvimento. Para Merleau-Ponty, existem duas características da
instituição histórica: ela é universalista e particularista. Universalista porquê ela abre um novo
campo histórico e particularista porque ela sempre se acha última e se torna em si.
Conclusão:
Infelizmente não podemos tratar aqui mais profundamente o trabalho de MerleauPonty sobre a instituição. Queremos terminar com uma citação do fenomenologo francês que
ajuda a entender bem a instituição. Ele escreve:
Então entendamos aqui para instituição daqueles eventos de uma experiencia
que dão dimenções duráveis, a partir das quais toda uma seria de outras
experiencias teriam senso, formarão uma suíte imaginável ou uma história, ou ainda os eventos que deixam em mim um senso, não como título de
sobrevivência e de resíduo, mais como uma chamada a uma suíte, exigência de
um futuro.3
Referências bibliográficas
MERLEAU-PONTY, Maurice:
L’Institution-La Passivité (Cours au Collège de France), Belin, 2003.
3
Ibid., p.124
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La Phénoménologie de la Perception, Tel Gallimard, 2005.
La Prose du Monde, Tel Gallimard, 2004.
BARBARAS, Renaud:
Le Tournant de l’Expérience, Vrin, 1998.
L’Être du Phénomène, Millon, 1991.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich : La Phénoménologie de l’Esprit, Folio Essais, 2004.
HUSSERL, Edmund : La Crise des Sciences Européennes et la Phénoménologie Transcendantale,
Tel Gallimard, 1984.
RUYER, Raymond : Les Conceptions Nouvelles de l’Instinct, Les Temps Modernes, novembre
1953.
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