Entropia e 2º Lei da Termodinâmica Uma situação bem conhecida Tcafé > Tar Q é transferido do café quente para o ar frio Mas... …é possível transferir Q de volta do ar frio para o café quente? Outras situações conhecidas • Um balão estoura e o gás He se mistura no ar. • Um copo cai e se quebra. • Um corpo é freiado pelo atrito e aquece. Em todos os casos • A energia é conservada. • Porque estes eventos não são observados? • Irreversibilidade : a seta do tempo. 2º. Lei da Termodinâmica Entropia Entropia “A utilidade do conceito de entropia é limitado pelo fato de que ele não corresponde diretamente a nenhuma propriedade física mensurável, mas é meramente uma função matemática da definição de temperatura absoluta.” Enciclopédia Britânica, 11a Ed. (1905). Entropia S k ln g g : Número de estados acessíveis ao sistema Entropia : Exemplo Magneto num campo magnético B ou U= -mB +mB Sistema com N magnetos N = n↑ + n↓ U= - (n↑ - n↓) mB Entropia : Exemplo Sistema com 4 magnetos: U 1 -4mB g 4 -2mB 6 0 4 +2mB 1 +4mB Equilíbrio Térmico Contato Térmico entre 2 Sistemas ANTES do contato térmico: 4 -2mB g=g1xg2=16 4 +2mB U=U1+U2=0 DEPOIS do contato térmico : 1 -4mB 4 -2mB 1 +4mB 4 +2mB 6 0 4 +2mB 1 +4mB g=1 U=0 6 0 4 -2mB 1 -4mB g=16 U=0 g=36 U=0 g=16 U=0 g=1 U=0 Equilíbrio Térmico N = N1+N2 g ( N ,U ) U = U1o+U2o = U1+U2 = cte g ( N ,U ) g ( N ,U U1 U 2 U 1 1 1 2 2 2 ) Termo g1g2 mais provável - Máximo: g1 g 2 g2 dU1 g1dU 2 0 U 1 U 2 ln g1 ln g2 dU1 dU1 0 U 1 U 2 S1 S 2 U 1 U 2 1 1 T1 T2 dU dU1 dU 2 0 Equilíbrio Térmico Entropia 1 S T U Energia trocada por contato térmico : dQ dQ dS T S S f Si i f dQ T Entropia S é uma função de estado S k ln g Caso simples: Gás Ideal – Processo Reversível : dQ dU dW nCv dT pdV dQ dT dV nCv nR T T V i f f dT f dV dQ nCv nR i T i V T S nCv ln Tf Ti nR ln Vf Vi S f Si Entropia Gás Ideal – Processo Reversível : dU dQ dW TdS pdV Transformação Adiabática Reversível dQ 0 P i dQ dS 0 T Si S f f V Entropia do gás constante na expansão adiabática. Transformação Isotérmica Reversível T cte P dU 0 i Q W f 1 Q S dQ T i T f V Entropia do gás aumenta na expansão isotérmica. Transição de fase Temperatura constante 1 Q S S f Si dQ T i T f Q mL mL S S f Si T 2º. lei da Termodinâmica “Em processos em SISTEMAS FECHADOS a ENTROPIA sempre aumenta PROCESSOS IRREVERSÍVEIS ou fica constante PROCESSOS REVERSÍVEIS.” 2º. lei da Termodinâmica SE o no. de estados acessíveis do sistema aumenta num processo, o sistema não volta naturalmente para a situação com menor probabilidade :PROCESSO IRREVERSÍVEL: → seta do tempo. Expansão Livre dU dQ dW 0 S S f Si f i dQ T Irreversível : dQ ? T ? S : função de estado : só depende dos estados i e f Calcula-se S para um processo reversível ligando os mesmos i e f Expansão isotérmica Exemplo Um mol de gás nitrogênio sofre uma expansão livre e seu volume dobra. Calcule a variação de entropia. f Sirrev S rev U 0 1 Q dQ T i T f Vf dV Q W nRT nRT ln V Vi i S nR ln Vf Vi S 1 8.3 ln 2 5.76 J / K Entropia do processo irreversível aumenta Exemplo Dois blocos idênticos de massa m=2 kg estão térmicamene isolados com temperaturas TA=60 oC e TB=20 oC. Os blocos são colocados em contato térmico. O calor específico do material dos blocos é 400 J kg-1K-1. a) Qual a variação de entropia do sistema formado pelos dois blocos neste processo irreversível? QA mc(T f TA ) mc(T f TB ) QB 2T f TA TB T f 40o C Usamos processo reversível entre mesmos estados i → f . Troca de calor com reservatórios com T variável lentamente. f f Tf dQ mcdT S mc ln T i T Ti i Exemplo a) Qual a variação de entropia do sistema formado pelos dois blocos neste processo irreversível? f f Tf dQ mcdT S mc ln T i T Ti i Entropia do processo irreversível aumenta Tf 313 S A mc ln 2 400 ln 49,55 J K Ti 333 Tf 313 S B mc ln 2 400 ln 52,82 J K Ti 293 S AB S A S B 49,55 52,82 3.27 J K Exemplo Um mol de gás ideal sofre uma compressão isotérmica onde seu volume reduz a metade do volume inicial. Calcule a variação de entropia do gás. Processo reversível f 1 Q S dQ T i T f Vf dV Q W nRT nRT ln V Vi i S 1 8.3 ln( 1 2) 5.76 J / K S nR ln Vf Vi Entropia do processo reversível diminui ??? Exemplo Um mol de gás ideal sofre uma compressão isotérmica onde seu volume reduz a metade do volume inicial. Processo reversível SGAS 5.76 J / K Sistema fechado : GAS + RESERVATÓRIO QRES QGAS SGAS QGAS QRES S RES T T Stotal SGAS S RES 0 Entropia do processo reversível se mantem cte Processos cíclicos Máquinas Térmicas Ideais Processo Cíclico Estado INICIAL = Estado FINAL Processos Reversíveis Máquinas Térmicas Reservatório quente TQ Módulo QQ→|QQ| QF→|QF| |QQ| Substância de trabalho FLUIDO caldeira condensador |QF| Reservatório frio TF válvula W pistão Conversão CALOR -TRABALHO CALOR Fonte quente TQ Processo Cíclico QQ Máquina U 0 Q W QQ QF W TRABALHO QF CALOR Fonte fria TF Conversão CALOR -TRABALHO W QQ QF Fonte quente TQ Entropia |SQ| QQ Processo Cíclico S SQ S F 0 W SQ |SF| QF Fonte fria TF QQ TQ QQ QF SF TF QF TQ TF Conversão CALOR -TRABALHO Eficiência Fonte quente TQ SQ trabalho executado W calor absorvido QQ QQ W W QQ QF QF 1 QQ QQ QQ QQ QF TQ TF SF QF Fonte fria TF TF 1 TQ Conversão CALOR -TRABALHO Fonte quente TQ SQ Eficiência de Carnot QQ W SF QF Fonte fria TF TF Carnot 1 TQ 0 Carnot 1 Maior possível de uma máquina térmica cíclica operando entre TQ e TF Conversão CALOR -TRABALHO Fonte quente TQ SQ QQ W W’ SF QF Fonte fria TF SE Carnot W W QQ QQ Para QQ QQ W W QF QF SQ S F Acúmulo de Entropia NÃO CÍCLICO Conversão CALOR -TRABALHO CASO Carnot Fonte quente TQ SQ W W QQ QQ QQ W W’ SF QF Fonte fria TF Para QQ QQ W W SQ S F Entropia gerada pela máquina Por processos irreversíveis : atrito MÁQUINAS REAIS Conversão CALOR -TRABALHO MÁQUINAS REAIS TF W Carnot 1 T QQ Q 2º Lei da Termodinâmica O enunciado de Kelvin É impossível realizar um processo cujo único efeito seja remover calor de um reservatório térmico e produzir uma quantidade equivalente de trabalho. Conversão CALOR -TRABALHO SE W QQ Fonte quente TQ Entropia SQ QF 0 QQ W W 1 QQ SQ Fonte fria TF QQ TQ SF 0 Acúmulo de Entropia NÃO CÍCLICO Refrigeradores Coeficiente de Desempenho Fonte quente TQ SQ QQ calor extraido QF K trabalho fornecido W W QF QF K W QQ QF QQ SF QF Fonte fria TF QF SQ SF TQ TF TF K TQ TF Refrigeradores Coeficiente de Desempenho de Carnot Fonte quente TQ SQ QQ QF TF K Carnot W TQ TF W KCarnot 0 SF QF Fonte fria TF Maior K possível de uma refrigerador cíclico operando entre TF e TQ Refrigeradores SE K KCarnot QF QF W W Fonte quente TQ SQ QQ W W’ SF QF Fonte fria TF Para QF QF W W SQ S F Acúmulo de Entropia NÃO CÍCLICO Refrigeradores CASO K KCarnot QF QF W W Fonte quente TQ SQ QQ W W’ SF QF Fonte fria TF Para QF QF W W SQ S F Entropia gerada pela máquina Por processos irreversíveis : atrito MÁQUINAS REAIS 2º Lei da Termodinâmica O enunciado de Clausius É impossível realizar um processo cujo único efeito seja transferir calor de um corpo mais frio para um corpo mais quente. Refrigeradores Fonte quente TQ SQ QQ SE W 0 QF QQ QQ QF SQ SF TQ TF SF QF Fonte fria TF Acúmulo de Entropia NÃO CÍCLICO Máquina + Refrigerador K KCarnot Carnot Fonte quente TQ Fonte quente TQ SQm QQm QQr SQr QFr SFr =W= SFm QFm Fonte fria TF Fonte fria TF Resultado líquido : QQm=QQr QFm=QFr SQm=SQr SFm=SFr Máquina + Refrigerador TQ TQ QQm QQr SE Carnot Resultado líquido : =W= QQm>QQr QFm TF Q TF Fr QFm>QFr Máquina + Refrigerador TQ SE Carnot Resultado líquido : Refrigerador Perfeito TF Máquina + Refrigerador TQ TQ QQm QQr QFm TF TF QFr SE K KCarnot Máquina + Refrigerador TQ SE K KCarnot Resultado líquido : Máquina Perfeita TF Ciclo de Carnot Ciclo de processos reversíveis para máquina térmica e refrigerador com eficiência/desempenho de Carnot Máquinas Reais Processos Irreversíveis Atrito Transferências de calor entre corpos com temperaturas diferentes Ciclo de Carnot Trocas de calor isotérmicas com reservatórios Mudanças de temperatura adiabaticas Expansão isotérmica TQ QQ P Compressão adiabática W>0 Expansão adiabática QF Expansão isotérmica TF V Ciclo de Carnot 1 TQ expansão isotérmica expansão adiabática 2 1 P QQ 4 QF 4 2 W>0 3 3 V compressão abiabática compressão isotérmica TF Outros Ciclos Máquina de Stirling T1 P T2 1 4 Q4 1 : Expansão Isotérmica 2 : Resfriamento Isovolumétrico 3 : Compressão Isotérmica 4 : Aquecimento Isovolumétrico Q1 W>0 3 2 Q2 Q3 V Ciclo de Stirling Q3 - Q4 Trocas de Calor com Reservatório com temperatura variável Reversível : dT lento T1 P T2 1 4 Q4 Q1 W>0 Stirling Carnot 3 2 Q2 Q3 V Ciclo de Otto Motor a gasolina gasolina 25% 1 → 2 : Calor transferido a volume constante 2 → 3 : Expansão adiabática com trabalho realizado 3 → 4 : Calor rejeitado a volume constante 4 → 1 : Compressão adiabática com trabalho fornecido Ciclo de Diesel diesel 40% 1 → 2 : Calor transferido a pressão constante 2 → 3 : Expansão adiabática com trabalho realizado 3 → 4 : Calor rejeitado a volume constante 4 → 1 : Compressão adiabática com trabalho fornecido Exemplo T1 Uma máquina de Stirling usa n = 8,1 x 10-3 moles de um gás ideal como combustível. A máquina opera entre 95oC e 24oC a 0,7 ciclos por segundo e o volume da substância dobra durante a expansão. P T2 1 4 Q4 Q1 W>0 3 2 Q2 Q3 V Exemplo a) Qual o trabalho efetuado por ciclo? V2 V1 Wisot 1 nRT1 ln , Wisot 2 nRT2 ln , WVcte1 WVcte2 0 V1 V2 V2 W nR(T1 T2 ) ln V1 (8 103 m ol) (8,31 J / m ol K ) (95 oC 24o C ) ln 2 3,3 J b) Qual é a potência da máquina? W 3,31 P 2,3 W t 1,43 Exemplo Um refrigerador ideal com coeficiente de desempenho 4,7 extrai calor de um recipiente frio à taxa de 250 J/ciclo. a) Qual o trabalho necessário por ciclo, para manter o refrigerador em funcionamento? | W | | QF | 250 53 J 4,7 b) Qual o calor entregue ao meio ambiente por ciclo? | QQ | | QF | | W | 53 250 303 J Exemplo A caldeira de uma máquina a vapor funciona a 180oC (T1= 453K) e o vapor escapa diretamente para a atmosfera. Qual seria o rendimento máximo da máquina? A pressão P2 é a pressão atmosférica, na qual a temperatura de ebulição da água é de 373K. TQ TF TQ 453 373 80 0,18 453 453 Comentário: o condensador serve para resfriar o vapor d´água, à temperatura ambiente (300K). Para quanto a eficiência da máquina aumenta se usar este dispositivo? TQ TF TQ 453 300 153 0,33 453 453