O PRÉ-MODERNISMO
Profª Vivian Trombini
O que você deverá saber ao final deste estudo.
1. O que foi o Pré-Modernismo.
Por que o Pré-Modernismo não é considerado
uma estética literária.
2. Como se caracterizou a obra de Euclides da
Cunha.
De que modo Os Sertões aproximam
jornalismo e literatura e, ao mesmo tempo,
conservam características do Naturalismo.
3. Que retrato da sociedade brasileira é feito
por Lima Barreto.
Como a interação entre acontecimentos
históricos e personagens ficcionais define a
obra de Lima Barreto.
4. Como as cidades do interior aparecem na
obra de Monteiro Lobato.
Por que Jeca Tatu se tornou uma personagem
“imortal” da literatura brasileira.
5. Quais são as características da
obra de Augusto dos Anjos.
De que modo sua poesia associa a
crença na ciência e indagações
filosóficas.
CONTEXTO HISTÓRICO:
*1896 – Primeira expedição contra
Canudos;
*1897 – Destruição de Canudos;
*1903 – Greves por melhores condições
de trabalho;
*1904 – Revolta da Vacina, no Rio
de Janeiro;
*1907 – Aprovada a lei que permitia
a expulsão de operários estrangeiros
acusados de agitação;
*1910 – Revolta da Chibata no Rio
de Janeiro;
*1912 – Paralisações – greves
operárias;
*1913 – Decretado estado de sítio para
controlar as greves;
*1913 – Henry Ford implanta a linha de
montagem em suas fábricas;
*1917 – Queima de milhares de sacas
de café para evitar a queda do preço.
*A REFORMA DAS CIDADES
- Deslocamento de muitas famílias
pobres para os grandes centros;
- Favelas criadas para abrigar ex-escravos
e migrantes do interior ;
- Importação de mão de obra europeia.
*OS CONFLITOS NO NORDESTE
- Seca;
- Antônio Conselheiro;
- Guerra de Canudos – cerca de 25 mil
mortos;
- O cangaço.
*A RIQUEZA DA BORRACHA E DO CAFÉ
- Amazônia – extração de borracha;
- São Paulo – café – industrialização –
imigração;
- Antagonismo entre regiões urbanizadas,
desenvolvidas e vastas áreas pobres.
PROJETO LITERÁRIO
- Representar o país (mostrar o Brasil aos
brasileiros);
- Ausência de idealização (crítica à realidade
social e econômica)
- Personagens que ainda não haviam
aparecido na literatura (pequeno funcionário
público, imigrantes, caboclos, sertanejos sem
idealização).
OS AGENTES DO DISCURSO
- Interesse por notícias;
- Literatura da diversidade;
- Telégrafo (ajudando na divulgação
de notícias pelo Brasil);
- Fotografia;
- Cinema.
LINGUAGEM
- Torna-se mais objetiva, direta,
precisa (texto jornalístico);
- Utilização de um português mais
“brasileiro”.
EUCLIDES DA CUNHA
1902 – “Os Sertões”
*Visão determinista – homem é fruto do ambiente;
*Tratado científico – características do solo;
*Investigação socioantropológica – caracteriza o
sertanejo;
*Matéria jornalística – registra em detalhes as lutas;
* Texto literário – capta em suas descrições a
sinceridade da alma do sertanejo.
ESTRUTURA DO LIVRO
*A Terra
* O Homem
* A Luta
- Linguagem: barroco científico –
expressões que sugerem conflito interior
que não pode ser solucionado.
LIMA BARRETO
*Retrata os subúrbios cariocas;
* Subúrbios – compostos pela classe
média (funcionários públicos, professores,
moças à espera de casamento etc.)
* Verdadeiros mecanismos de interação
social típicos do Brasil do início do séc.
XX.
* RECORDAÇÕES DO ESCRIVÃO
ISAÍAS CAMINHA
*CLARA DOS ANJOS
*TRISTE FIM DE POLICARPO
QUARESMA
MONTEIRO LOBATO
*Carreira jornalística e,
posteriormente, literária;
*Conhecimento do interior
(região do Vale do Paraíba);
* Companhia do petróleo
nacional.
* URUPÊS – Jeca Tatu;
*CIDADES MORTAS;
*O PRESIDENTE NEGRO;
*SITIO DO PICAPAU AMARELO
AUGUSTO DOS ANJOS
* Paraíba;
* Professor de literatura;
* “Eu”
* Influências simbolistas
* Gosto por imagens fortes;
* Construção formal do poema;
*Fenômeno isolado.
*Divagações metafísicas;
*Angústia existencial;
O DEUS VERME
Fator universal do transformismo.
Filho da teleológica matéria,
Na superabundância ou na miséria,
Verme - é o seu nome obscuro de
batismo.
Jamais emprega o acérrimo exorcismo
Em sua diária ocupação funérea,
E vive em contubérnio com a bactéria,
Livre das roupas do antropomorfismo.
Almoça a podridão das drupas
agras,
Janta hidrôpicos, rói vísceras magras
E dos defuntos novos incha a mão...
Ah! Para ele é que a carne podre
fica,
E no inventário da matéria rica
Cabe aos seus filhos a maior porção!
BUDISMO MODERNO
Tome, Dr., essa tesoura, e... corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo meu coração, depois da morte?!
Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contacto de bronca dextra forte!
Dissolva-se, portanto, minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;
Mas o agregado abstracto das saudades
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!
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