PÓS-GRADUAÇÃO LATO SESU EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE VEDAS E EGOCIAÇÃO NEGOCIAÇÃO DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES Negociação dentro das organizações, como poder da negociação pode motivar funcionários. Monografia apresentada em cumprimento às exigências para obtenção de grau no curso de pós-graduação lato sensu de especialização Estratégica em de Gestão Vendas e Negociação. Por: Paulo Renato de Souza de Oliveira Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2010. DEDICATÓRIA Dedico essa monografia primeiramente a Deus, no qual me da uma força espiritual para continuar nessa caminhada, aos meus pais que tanto me deram apoio e minha noiva que soube priorizar o estudo como relacionamento. 2 um futuro melhor para nosso AGRADECIMENTOS Aos meus caros professores e companheiros de trabalho e de sala de aula que tanto me apoiaram e me forneceram informações para acumular conhecimento na difícil tarefa de negociar uma venda. Em especial ao Mestre Jorge Vieira que foi o maior incentivador do curso. 3 EPÍGRAFE “Eu procuro lembrar a mim mesmo, umas cem vezes por dia, que minha vida privada e profissional depende do trabalho de outras pessoas, vivas e mortas, e que preciso me superar para dar aos outros algo próximo do que eu recebi e recebo”. Albert Einstein 4 RESUMO A presente monografia teve como objetivo apresentar uma proposta metodológica para a análise e solução dos problemas detectados nas empresas mais em específica nas de negociação interna entre funcionários e gestores, visando agilizar e otimizar as ações de contenção e correção. Diante das dificuldades enfrentadas pelas empresas, relacionadas à gestão deficiente do negócio, que vem acarretando elevados índices de perca de produção, surge a curiosidade de saber quais os fatores que podem influenciar nestes acontecimentos. O objetivo de uma boa negociação é ter um aumento de possibilidade de sucesso dentro de uma organização, pois sempre que se fala em Negociação se fala em obtenção de bons resultados diante de uma diversificação de idéias. Tem sua fundamentação teórica nos estudos das necessidades humanas desenvolvidas por Maslow e Herzberg, assim como o relato da origem e evolução da motivação, seu conceito e principais características. Esta pesquisa investiga, ainda, se as teorias motivacionais interferem no ambiente de trabalho, no clima organizacional sinergéticos, gerando resultados favoráveis em seus negócios, diminuindo o absenteísmo, aumentando a produtividade e a qualidade das organizações. Palavras-chave: motivação, necessidades humanas, ambiente de trabalho e negociação. 5 ABSTRACT This monograph aims to present a methodology for the analysis and solution of problems encountered in business more specific in internal negotiation between employees and managers, to streamline and optimize actions of containment and correction. Given the difficulties faced by companies, related to poor management of the business, which is causing high rates of loss of production, there is the curiosity to know which factors that can influence these events. The objective of a good negotiation is to have an increased chance of success within an organization, because where. Negotiation talks about talks about getting good results before diversification of ideas. Has its theoretical studies of the needs human developed by Maslow and Herzberg, and the account of the origin and evolution of motivation, its concept and main features. This research investigates even if the motivational theories interfere in the environment work, the organizational environment mutually supportive generating positive results in their business decreasing absenteeism, increasing productivity and quality organizations. Keywords: motivation, human negotiation. 6 needs, environment work and Sumário Folha de rosto ...............................................................................................................1 Dedicatória ...................................................................................................................2 Agradecimentos ...........................................................................................................3 Epígrafe ........................................................................................................................4 Resumo .........................................................................................................................5 Abstract .........................................................................................................................5 Sumário .........................................................................................................................7 1 Introdução...................................................................................................................8 2 Motivação..................................................................................................................12 3 Conceituação ............................................................................................................16 4 Teorias Motivacionais................................................................................................18 5 Teorias Maslow.........................................................................................................23 6 Teorias de Herzberg...................................................................................................26 7 Qualidade de Vida no Trabalho.................................................................................34 8 Processos de Comunicação .....................................................................................38 9 Consonância .............................................................................................................41 10 Comunicação entre Pessoas....................................................................................43 11 Percepção Seletiva e Canais de Comunicação.........................................................45 12 Comunicação............................................................................................................47 13 Negociação...............................................................................................................50 14 Uma Boa Comunicação Interna...............................................................................54 15Conclusão.................................................................................................................56 Referências bibliográficas.............................................................................................60 7 1. INTRODUÇÃO O estudo sobre a motivação nas organizações faz parte da linha de pesquisa de Administração de negócios, tendo como área de conhecimento gestão de pessoas adotada no curso de pós-graduação lato sensu de especialização em Gestão Estratégica de Vendas e Negociação. A pesquisa tem em sua problemática estudar a dificuldade que os funcionários têm em lidar com a negociação e motivação para com o trabalho dentro de suas organizações. Com isso o artigo busca referências em pesquisas bibliográficas, artigos e sites especializados. Os desafios das organizações serão cada vez maiores, face ao cenário mundial, que as têm influenciadas as buscarem novos modelos de gestão, e torna-se cada vez mais comum à adoção de novos paradigmas, que serão reavaliados, na busca de valorização do ser humano. A valorização da qualidade de vida no trabalho é um dos meios que podem ser utilizados na busca do aperfeiçoamento da qualidade e excelência de produtos e serviços para atrair e manter os talentos humanos vitais ao funcionamento efetivo e bem sucedido das organizações podendo dar retorno significativos através da satisfação proporcionada aos trabalhadores. Para tanto, deve está no contexto organizacional à importância das pessoas e atenção que devem ser dadas a estas, melhorando assim as condições de trabalho. Uma gestão humanista se torna mais necessária à aplicação de novos métodos participativos, estimulados pela direção das organizações. O caminho da Qualidade de Vida no Trabalho é um modo sobre pessoas, trabalho e organização, tem sido apontado como a grande esperança das organizações para atingirem altos níveis de produtividade, pensando em atender as questões de motivação e satisfação do individuo. Tem como objetivo analisar como a motivação pode ser um fator de desenvolvimento dos funcionários, como pode interferir na produtividade 8 dentro da organização. Porém, certos princípios e teorias da motivação possibilitam uma maior compreensão e previsão das relações das pessoas ao desempenhar suas tarefas, apesar das singularidades dos seres humanos. Portanto, este trabalho terá objetivo pesquisar as principais teorias da motivação. A importância desta pesquisa se faz para disseminar conhecimentos que foram pesquisados e desenvolvidos por estudiosos desde Taylor até os dias atuais, se tornando oportuna para diversas áreas. Evidenciar a importância da Qualidade de Vida no Trabalho e a satisfação das pessoas vem tornando-se diferencial para as organizações que adotam modelos de gestão que valorizam mais as pessoas. Muitas empresas brasileiras já adotaram esta visão de gerenciamento, portanto, a viabilidade e acesso à estas informações são abrangentes. O assunto proposto é extenso e complexo, por isso, a proposta é demonstrar o principal enfoque caracterizado por uma abordagem crítica, onde são examinadas as principais manifestações da motivação, no qual vem surgindo grandes dificuldades em se compreender como se caracteriza o verdadeiro comportamento motivacional. Pressupõe-se que a motivação, tão próprio do comportamento das pessoas, seja um desencadeamento interno e individual e como conseqüência não se consegue a motivação das pessoas, como muitos pensam e acreditam. Conviver ou lidar com pessoas motivadas requer habilidade especial do ser humano que reside principalmente na sua sensibilidade para com os próprios esquemas motivacionais em jogo de acuidade na percepção das carências internas de cada um. O trabalho aqui exposto se preocupa em identificar como os lideres podem motivar cada vez mais seus funcionários, visando um bom desempenho. Uma empresa que pretenda ser dinâmica e competitiva precisa ser ágil e capaz de responder prontamente as demandas dos clientes e desafios dos concorrentes. 9 Nos dias de hoje, em ambientes competitivos, as organizações estão melhorando as suas comunicações internas e externas. Muitos presidentes tomam café da manhã, fazem reuniões semanais e almoçam com seus funcionários para comunicar-se com eles. O administrador moderno deve configurar toda sua organização na direção das pessoas/clientes incrementando as comunicações com eles. O exemplo que podemos citar a criação do disque 0800 onde as pessoas podem se comunicar gratuitamente. Sem exagero, cerca de noventa por cento dos problemas das organizações giram em torno da comunicação. A medida que as organizações crescem essa porcentagem aumenta. Comunicar significa tornar algo comum. A comunicação é uma ponte que transporta esse algo de uma pessoa a outra ou de uma organização a outra. Nos dias de hoje, na era da informação em que vivemos, o fato de produção absolutamente decisivo não é mais o capital ou a terra ou a mão de obra, e sim o conhecimento. A comunicação é o processo pelo qual a informação é trocada, compreendida e compartilhada por duas ou mais pessoas, geralmente com intenção de influenciar o comportamento. Não significa apenas enviar uma informação e sim torna-la comum entre as pessoas envolvidas. 10 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral - Melhorar o desempenho de uma negociação interna motivando seus funcionários. 1.1.2 Objetivos Específicos - o profissional deve administrar sua negociação, extraindo o melhor resultado para a empresa; - Os conceitos e importância da negociação e motivação; - Aplicar negociação com intuito de melhorar os resultados obtidos no relacionamento dentro da organização. 11 2. MOTIVAÇÃO 2.1 – Origem e evolução Com o advento da Teoria das Relações Humanas uma nova linguagem passa a dominar o repertório administrativo, pois fala-se agora em: • Motivação, • Liderança, • Comunicação, • Organização Informal, • Dinâmica de grupo, etc Os conceitos clássicos, vistos em Taylor e Fayol, como autoridade, hierarquia, racionalização do trabalho, departamentalização, princípios gerais da Administração e etc, passam a ser contestados. Subitamente, explora-se o "reverso da medalha" segundo o autor Idalberto Chiavenatto. O engenheiro e o técnico cedem lugar ao psicólogo e ao sociólogo. O método e a máquina perdem a primazia em favor da dinâmica de grupo. A felicidade humana passa a ser vista sob um angulo diferente, pois o homo economicus cede o lugar para o homem social. Essa revolução na Administração ocorreu nos prenúncios da Segunda Guerra Mundial, ressaltando o caráter democrático da administração. Importante a ênfase nas tarefas e na estrutura foi substituída pela ênfase nas pessoas. A motivação dos funcionários está ligado excelência na qualidade dos produtos e serviços de uma empresa, pois induz as pessoas a se comprometerem mais com a organização e consequentemente a melhoria do que está sendo produzido com relação a um produto para o publico alvo e pontencial. Segundo Bergamini Apud Pereira, Oliveira (2004:5), “a origem etimológica do termo explica a motivação deriva originalmente da palavra latina mover, que se significa mover. A origem da palavra encerra a noção de dinâmica ou de ação.” 12 Bergamini (1997) enfatiza que antes da Revolução Industrial, a principal maneira de motivar consistia de uso de punições, criando dessa forma, um ambiente generalizado de medo. Com a Revolução Industrial, investimentos cada vez mais pesados foram feitos com o objetivo de aumentar a eficiência da produtividade. Isso levou um maior e preocupação na melhoria dos procedimentos na forma de trabalhar. Assim os gerentes não tinham somente, a função de ordenar o trabalho e sim passaram a treinar os funcionários com ferramentas adequadas e métodos mais produtivos. Pereira, Oliveira (2004) relatam que, no início do século XX e da gestão da Escola Clássica, as pessoas eram consideradas como máquinas, racionais e calculista. Nestas mesma época enfatizam a teoria de Taylor, onde as tarefas eram especializadas e cada um tinha sua função especifica e mecânica. Em uma mesma linha evolutiva de pensamento, Pereira, Oliveira apud Schein (2004) enfatizaram que houve um processo de evolução sobre as pessoas em suas atividades profissionais, surgindo a teoria das Relações Humanas através de Elton Mayo e seus seguidores, tendo como características a motivação humana, trabalhando em equipe e a organização informal, dando inicio a valorização das pessoas no ambiente de trabalho. As pessoas eram consideradas mais uma ferramenta a ser utilizada na produção de um produto ou elaboração de um serviço. Cimbalista (2002) destaca a teoria da administração do inicio do século XX, que mostra as idéias de Taylor, Fayol e Ford, que enfatizam que as pessoas eram uma extensões das máquinas, produção em massa, porém não havia uma preocupação com as necessidades básicas dos indivíduos na organização. O autor continua relatando que houve uma evolução na teoria administrativa com o surgimento do sistema japonês (toyotismo) que após a segunda guerra mundial tinha como características uma produção enxuta, flexível, alto desempenho, priorizando a qualidade com pouco gasto, 13 obdiência as regras e a valorização dos er humano nas organizações, buscando a hamonia das relações interpessoais. A parti daí houve uma disseminação das teorias administrativas voltadas para as relações entre as pessoas no ambiente de trabalho, focando a motivação. O interesse das empresas pelo comportamento motivacional no trabalho, nestas últimas três décadas, tem atingido níveis excepcionalmente elevados. Os administradores não devem cometer o erro de pensar que os trabalhadores não produzem com qualidade apenas por falta de conhecimento técnico, e sim, pode ser indicio de u tratamento inadequado com o funcionário. O verbo motivar não pode existir sem complemento. Os responsáveis por empresas comentem o erro de solicitar pessoal motivado dentro do mesmo espírito, como se isso significasse uma qualidade permanente e distribuída de forma homogênea, não existe o pequeno gênio da motivação que transforma cada um de nós em trabalhar zeloso ou nos condena a ser o pior dos preguisoços. Em realidade, a desmotivação não é nem um defeito de uma geração, nem uma qualidade pessoal, pois ela está ligada a situações especificas. Um indivíduo motivado aqui, será diferente em outro lugar. Leboyer apud Bergamini (1997:27) As empresas que insistem em continuar oferecendo fatores extrínsecos na ingênua crenças que de dessa forma conseguirão motivar a sua mão-de-obra, não está entendendo o rela sentido de motivar seus funcionários para um aumento de produtividade. O homem cujas necessidades de nível mais elementar estão satisfeitas não estará mais motivados para elas. Para fins práticos, elas não existem mais. O empresário pergunta, muitas vezes: “Porque o pessoal não é mais produtivo? Pagamos bons salários, damos boas condições de trabalho, temos excelentes vantagens adicionais e emprego estável. Mesmo assim o pessoal 14 parece não estar disposto a depender mais doq eu o esforço mínimo”.Leboyer apud Bergamini (1997:58) Continuando a explanação do autor, essas necessidades não são mais interessantes, pois as necessidades mais primordiais já estão saciadas, tendo que o administrador ou o psicólogo do trabalho visar outras necessidades, como a social, ego ou auto-realização e não ficar insistindo em uma “fonte que já secou”. Chiavenato (1999), enfatiza que se pode citar, também, como conceitos importantes na evolução da motivação no trabalho como fator importante nas empresas, o desempenho no cargo e o clima organizacional que representam fatores importante na determinação da QVT (qualidade de vida de trabalho). Se a qualidade do trabalho for pobre, conduzirá a alienação do empregado e a insatisfação, a má vontade, ao declínio da produtividade, a comportamentos contraproducentes (como absenteísmo, rotatividade, roubo, sabotagem, militância sindical, etc.). Se a qualidade do trabalho for boa, conduzirá a um clima de confiança e respeito mútuo, no qual o indivíduo tenderá a aumentar suas contribuições e elevar suas oportunidades de êxito psicológico e a administração tenderá a reduzir mecanismos rígidos de controle social. (CHIAVENATO, 1999:392) O estudo da motivação cada vez mais se torna evoluída e essencial nas organizações e seu incentivo para que os funcionários se auto-motivem será primordial para que a produção ou serviço tenha qualidade e atenda as exigências do cliente externo. 15 3 – CONCEITUAÇÃO A motivação pode ser explicada como originário de um impulso provocado externamente que levas as pessoas a agirem com um comportamento específico. Motivação é um processo que governa escolhas entre diferentes possibilidades de comportamento do indivíduo que avalia as conseqüências de cada alternativa de ação e satisfação, que deve ser encarada como resultante de relações entre as expectativas que as pessoas desenvolve e os resultados esperados As pessoas podem mudar o seu comportamento por ocasião de atitudes e ações provocadas no seu ambiente de trabalho, podendo incentivar o indivíduo a exercer suas atividades não somente satisfeito e sim motivado a praticá-las. Para Vergara (2002:42), “motivação é uma força, uma energia que nos impulsiona na direção de alguma coisa”. A autora continua sua explanação sobre a motivação, dizendo que a mesma é intrínseca, que alguns autores de determinados best-sellers enfocam em auto-motivação, erroneamente, pois já que a motivação é intrínseca, não há necessidade de cometer este pleonasmo, logo a palavra auto está sobrando. Defini-se motivação dos indivíduos como um processo interno, em cada um desenvolve impulsos motivacionais distintos em momentos diferentes, reconhecendo que estas forças afetam diretamente a maneira de encarar o trabalho e sua própria vida. Um motivo, nada mais é do que uma necessidade que atua sobre o intelecto fazendo o ser humano agir, movimentar-se. Os anseios e vontade dos indivíduos são fatores pertinentes ao ser humano que se forem aflorados, proporcionam aos mesmos, estímulos que serviram para motivarem a praticar sua sanções nas empresas, aproximando o indivíduo a missão, visão e ao objetivo da organização. 16 Motivação está assim definida: conjunto de fatores psicológicos (conscientes ou não) de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo, despertando sua vontade e interesse para uma tarefa ou ação conjunta.(MACEDO, FILHO apud OLIVEIRA, PEREIRA, 2004:6) A definição vistas neste trabalho nos leva a concluir que fatores externos influenciam no estado emocional e mental do indivíduo que o incentivará ou não a praticar uma ação. Entende-se que a motivação é o aspecto dinâmico da relação comportamental, ela não é fisiológica. Ela também não é um fenômeno que aparece no comportamento para desaparecer logo em seguida. Ela é orientação dinâmica e continua que regula o funcionamento, igualmente contínuo do indivíduo em interação com meio. (Muchinsky apud Filho, Araújo (2001:29) A motivação será conseguida se o indivíduo tiver a percepção de sua importância, capacidade e segurança no ambiente que está a sua volta, pois levará a um impulso e o “eu” do indivíduo será manifestado em prol de uma ação. Para Steers, Porter apud Bergamini (1997:31), “a motivação é uma cadeia eventos baseados no desejo de reduzir um estado interno de desequilíbrio tendo como base a crença de que certas ações deveriam servir a esse propósito”. A motivação é uma força que se encontra no interior de cada pessoa e que pode estar ligada um desejo. Uma pessoa não consegue jamais motivar alguém: o que ela pode fazer é estimular a outra pessoa. Isso propõe que as pessoas façam as coisas como querem e quando querem. Com relação a motivação, elas têm, na maioria das vezes, liberdade e autonomia própria. 17 4 – TEORIAS MOTIVACIONAIS Uma grande preocupação das organizações atuais é a questão da motivação no trabalho. A busca de explicações sobre a motivação do trabalhador tem sido tema constante em várias pesquisas efetuadas por cientistas do comportamento humano. Santos (2005) relata na década de 50 começaram surgir teorias que enfatizavam sobre motivação com o objetivo de melhorar a eficácia e eficiência nas organizações. O autor acima mencionada enfatiza outras tendências que fizeram surgir a preocupação com a motivação dos funcionários, tais como: Competição, Diferencial no mercado, Esforços e retornos como instrumentos mensuráveis, O prazer de trabalhar, acarretando do trabalhador a obtenção do máximo com o mínimo de custo; A compreensão da motivação humana do comportamento supõe o conhecimento das necessidades humanas. A Teoria das relações humanas constatou a existência das necessidades humanas básicas. O comportamento humano é determinado por causas que, ás vezes, escapam ao próprio entendimento e controle do homem. Essas causas se chamam necessidades ou motivos: são forças conscientes ou inconscientes que levam o indivíduo a um determinado comportamento. A motivação se refere ao comportamento que é causado por necessidade dentro do indivíduo e que é dirigido em direção aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades. O homem é considerado um animal dotado de necessidade que se alternam ou se sucedem conjunta ou isoladamente. Satisfeita uma necessidade, surge outra em seu lugar e, assim por adiante, contínua e infinitamente. As necessidades motivam o comportamento humano dando-lhe direção e conteúdo. Ao longo de sua vida, o homem evolui por três níveis ou estágios de motivação: a medida que cresce e amadurece, vai ultrapassando os estágios mais baixos e desenvolvendo necessidades de níveis mais elevados. As diferenças individuais influem na duração, intensidade e 18 possível fixação em cada um desses estágios. Os três níveis ou estágios de motivação correspondem às necessidades fisiológicas, psicológicas e de auto-realização. a) Necessidades Fisiológicas São as necessidades primárias, vitais ou vegetativas, relacionadas com a sobrevivência do indivíduo. são inatas ou instintivas. situadas no nível mais baixo, as necessidades fisiológicas são também comum aos animais. As principais necessidades fisiológicas são as de alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo e proteção contra os elementos e de segurança física contra os perigos. Se um indivíduo tem fome, procura alimentos, porem quando come regularmente, a fome deixa de ser uma motivação importante. As necessidades fisiológicas podem ser satisfeitas por antecipação, sem mesmo atuarem sobre o comportamento humano. A experiência de hawthorne revelou que a Western Eletric desenvolvia uma política com relação ao seu pessoal, que atendia as necessidades básicas dos empregados. Uma vez satisfeitas essas necessidades, elas passaram a não mais influenciar o comportamento dos mesmos. Desse modo, o comportamento passou a ser motivado por outras necessidades mais complexas: as necessidades psicológicas. b) Necessidades Psicológicas São necessidades secundárias e exclusivas do homem. são aprendidas e adquiridas do decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de necessidades. As necessidades psicológicas são raramente satisfeitas em sua plenitude. O homem procura indefinidamente maiores satisfações dessas necessidades, que vão se desenvolvendo e se sofisticando gradativamente. A teoria de Maslow foi a percussora das demais teorias que abordam a relação das pessoas e suas necessidades que impulsionam ao prazer de trabalhar, a motivação em si. 19 Serrano (2003) enfoca sobre a teoria de Maslow e relata que as necessidades humanas estão dispostas em níveis hierárquicos numa hierarquia de importância, apresentando através de um desenho piramidal, divididas em necessidades básicas e secundárias. A partir de Maslow, surgiram diversas teorias, aprofundando o tema motivação no trabalho. As teorias de motivação mostram um pouco de complexidade sobre o tema, entretanto, faz-se necessário compreender que elas não estão competindo entre si, na verdade em sua maioria são complementares, com isso, é imprescindível aos gestores um maior conhecimento sobre o assunto em questão. Não há um principio universal que explique as motivações de cada ser e recebe influências, características, valores culturais e ações que o impulsionam a exercer atividades cotidianas com mais vontade e que precisam ser fortalecidas no ambiente de trabalho.(SANTOS, 2005:2) As teorias motivacionais convergem para um aperfeiçoamento no tratamento das pessoas dentro das organização, buscam uma forma de incentivar os funcionários e proporcionar uma motivação e consequentemente um aumento na produtividade da empresa. Vergara (2000) apresenta as principais teorias motivacionais e as definem algumas resumidamente, como a teoria de McClelland (necessidades de poder, afiliação e realização, sendo adquiridas socialmente, teoria da expectativa (desempenho ligado a recompensa); teoria da equidade (motivação através da igualdade nas relações de trabalho): entre outras teorias como a teoria das necessidades, ERC, teoria das necessidades secundárias, Maslow e a teoria do Herzberg. Estas teorias têm como objetivo explicar o processo pelo qual a conduta se inicia se mantém e termina. Estas teorias e suas aplicações desenvolveram-se em um contexto de crescimento econômico, quer dizer, num período no qual prosperidade e progresso social caminhavam juntos. Nos últimos dez anos, o crescimento 20 diminuiu seu ritmo, a crise econômica e os problemas de emprego vêm dominando a cena. Quando se reflete sobre isso evidente que os esquemas propostos num período de expansão, no tocante a motivação no trabalho e aos métodos utilizados para estimula-la, não podem ser transpostos sem outro exame para o contexto econômico atual. Em período de expansão, procura-se, sobretudo, como mobilizar as fontes da motivação dos trabalhadores, a fim de se aumentar a produtividade, bem como a qualidade dos serviços e dos produtos. Atualmente não se trata tanto de canalizar e organizar a motivação existente, mas de lutar contra a corrosão que ataca os próprios valore do trabalho, em resumo, de compreender as causas da crises das motivações tentando limitar sua extensão.(LEBOYER, 1994) Leboyer (1994) “ as teorias motivacionais são muitos numerosas pra que uma após a outra seja aqui apresentadas a fim de procurar aquela que permite compreender a atual crise das motivações”. O autor desta pesquisa busca focar teorias que enfatizam a motivação em ambientes internos das organizações e que sejam mais abrangentes em termos de satisfação e insatisfação dos funcionários. Reconhece a existência de um estado permanente de busca do equilíbrio pessoal como fonte da psicodinâmica motivacional quando ressalta que praticamente todas as teorias históricas e contemporâneas de motivação se unem na consideração das necessidades, impulsos e estados motivadores em geral, como algo de que nós devemos nos livrar.Bergamini apud Maslow (1997) Do ponto de vista da motivação, sendo a mesma intrínseca, as pessoas são vistas como possuidoras de necessidades que lhes são próprias e as leva a tirarem partido que podem daquilo que já possuem, como habilidades, conhecimentos, experiências acumuladas, nível intelectual e inteligência emocional e que levará a uma das necessidades que Maslow enfatiza em sua teoria, a auto-realização. 21 Maslow e Herzberg, em suas teorias, buscam colocar este parâmetro de vontade e desejos constituídos ou não pelo cliente interno e em suas teorias analisam bem claramente essa dualidade, da satisfação e insatisfação. Essas teorias tentam explicar ou mostrar como é que a motivação surge. Dentre as clássicas, destaca-se a de Maslow e a de Herzberg, que serão abordados adiante. 22 5 – TEORIAS DE MASLOW Dentre todas as teorias apresentadas, as de Maslow sintetiza de forma simples e objetiva o que o individuo necessita para se tornar produtivo na empresa e ser um trabalhador feliz e disposto a se sacrificar pela organização. Em 1943, Maslow formulou o seu conceito de hierarquia das necessidades, que influenciam o comportamento humano, concebeu essa hierarquia porque o homem é uma criatura que expande as suas necessidades no decorrer da vida. À medida que o homem satisfaz suas necessidades básicas, outras mais elevadas tomam o predomínio do comportamento.(ESTORNINHO, 2004) Vergara (2000) relata sobre a criação da teoria de Maslow na década de 50 enfatizando a questão das necessidades humanas. Aborda a divisão das necessidades primárias que não são fisiológicas e as de segurança e as necessidades secundárias que são efetivo-sociais, as de estima e as de autorealização. Em meados da década de 40 e durante os anos 50, Abraham Maslow, baseando-se nas suas observações como psicólogo clinico, propõe duas premissas básicas a respeito do comportamento motivacional. Em primeiro lugar, supõe que as pessoas desempenhem o papel característico de seres que perseguem a satisfação dos seus desejos. Numa segundas etapa, acredita que, quando essas necessidades não possam ser satisfeitas, geram estados interiores de tensão que levam o individuo a comportar-se numa tentativa de reduzir tal tensão que levam o individuo a comportar-se numa tentativa de reduzir tal tensão e recuperar, assim, o equilíbrio interno perdido. Uma vez satisfeita determinada carência ou necessidade, ela perde seu potencial enquanto força motivadora de comportamento.(BERGAMINI, 1997) A teoria de Maslow faz um paralelo nas necessidades humanas e as dividi em primárias e secundárias, enfocando que os clientes internos devem estar com suas necessidades mais básicas supridas para se manter disposto 23 a executar tarefas rotineiras em seu trabalho e que a partir daí, deve-se almejar as necessidades secundárias que vão gerar motivação e aumento do rendimento do indivíduo em seu ambiente de trabalho. Para Santos (2005) relata sobre a teoria de hierarquia de necessidade de Maslow, em um nível de importância divididas em cinco: Fisiológicas, segurança, sociais, estima e auto-realização, afim de averiguar em qual nível de motivação o indivíduo se encontra para descobrir quais são as necessidades a serem supridas. A teria de Maslow se destaca pela sua simplicidade e seu fácil entendimento em sua apresentação em uma pirâmide ou um gráfico na seqüência de necessidades primárias e secundárias que regem o indivíduo. Serrano (2005) apresenta as necessidades humanas e como elas estão organizadas e dispostas em níveis de hierarquia, de importância e influência, onde na base estão as necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades de auto-realização), conforme figura abaixo. Figura n°01: TEORIA DE MASLOW – NECESSIDADES Fonte: Serrano (2005:1) 24 HIERARQUIA DAS Silva e Alves (2001) descrevem que as necessidades fisiológicas aparecem na base da figura, sendo as necessidades mais básicas para a sobrevivência humana, ou seja, alimento, moradia, repouso; já as necessidades de segurança estão relacionadas a proteção contra o perigo físico e contra a privação dos fatores básicos de sobrevivência; necessidades sociais, que enfatiza a aceitação do indivíduo em grupos sociais; as necessidades de auto-estima, que indica quando as pessoas são reconhecidas; e a necessidade de auto-realização, onde as pessoas anseiam consolidar seus próprios potenciais, sejam eles quais forem. O cliente interno precisa suprir suas necessidades pessoais e profissionais, conforme mencionadas no quadro acima para se tornar um bem valioso e produtivo para a empresa e conseguir utilizar suas experiências e criatividades, se a empresa proporcionar a liberdade de idéias, acrescentando informações úteis de profissionais motivados. Maslow consegue, através de sua teoria, descrever um pouco da complexa interatividade do individuo dentro do seu ambiente de trabalho e com seu próprio “eu”, quais suas necessidades pessoais no cotidiano e percepções de sua existência ou vontades a serem realizadas no ambiente de trabalho. 25 6 – TEORIAS DE HERZBERG Silva a Alves (2001) descrevem como Herzberg realizou suas entrevistas com engenheiros e contadores de industrias em 1959, procurando identificar os fatores que geraram satisfação e os fatores que geravam insatisfação no trabalho, concluindo que os fatores que causavam insatisfação estavam relacionados ao ambiente de trabalho e os fatores de satisfação ao trabalho em si. A teoria de Herzberg abrange os conceitos do que traz satisfação e insatisfação para as pessoas no ambiente de trabalho. Vergara (2000)”menciona que Frederick Herzberg, na década de 60, focalizou a questão da satisfação para formular sua teoria. Segundo ele, existem dois fatores que explicam o comportamento das pessoas no trabalho: os higiênicos e os motivacionais”. Teoria motivação – higiene de Frederick Herzberg investiga sobre o que as pessoas queriam de seus trabalhos. Nesta teoria aspectos como realização, reconhecimento, responsabilidade, progresso e crescimento estão relacionados com a satisfação no trabalho. Nesta teoria, o resultado da satisfação está muito ligado ao esforço próprio, enquanto que as insatisfações são de ordem externa. Como a política da organização e condições no trabalho. Os fatores motivadores são ligadas as situações do próprio trabalho, como a forma que o funcionário está sendo tratado por seu líder, se o mesmo consegue progredir, possui oportunidades de crescimento profissional, realizar-se como funcionário essencial para empresa, ou seja, fatores que fazem o funcionário elevar sua auto-estima e ficar motivado. Ter, hoje em dia, uma atividade remunerada e definida não corresponde mais a um desejo de todos os funcionários. Alguns escolhem um estilo de vida em contraposição as condições de trabalho imposta pela organização. 26 Os fatores higiênicos podem satisfazer os funcionários através de uma boa organização nas tarefas, salários, limpeza, boa iluminação, porém, não se pode dizer que levará a uma motivação de fato. Esses fatores poderão satisfazer os clientes internos, porém se fatores motivacionais não estiverem de acordo com as necessidades dos mesmos, o nível de empolgação com a realização das tarefas destes funcionários não alcançara o seu ideal desejado pelas organizações. O que motiva é o atingir de uma meta, isto pode levar a uma motivação para novos desafios, ou seja, são os fatores motivadores, pois o homem busca descobrir coisas, realizar-se, atualizar-se, progredir e agregar coisas a sua existência. Os principais fatores motivadores são as conquistas, a realização pessoal, o reconhecimento pelo trabalho em si mesmo, a responsabilidade, o avanço e progresso profissional.(PEREIRA, OLIVEIRA apud HERZBERG, et al, 2004) Essa teoria busca enfatizar o equilíbrio de comportamento da pessoa em seu ambiente de trabalho. Como exemplo, podemos enfatizar um funcionário que está satisfeito com seu salário, porém com um grau elevado de insatisfação com relação ao reconhecimento da empresa perante o seu trabalho, o que gerará um conflito no indivíduo e uma perda ou estagnação de sua produtividade. De acordo com Frederick Herzberg (2003) o papel do administrador como agente motivador é praticamente tornar o trabalho da pessoa mais interessante, fornecendo desafios e responsabilidades cada vez maiores, ou seja tornar os seus funcionários cada vez mais auto-suficientes. Alguns fatores utilizados pelos administradores para motivar os seus funcionários: • Redução do tempo de trabalho • Salários em espiral • Pacote de benefícios • Treinamento em relações humanas • Treinamento em sensibilidade 27 • Comunicação • Comunicação de mão dupla • Participação no trabalho • Aconselhamento do trabalhador A Pesquisa de Herzberg levada em empresas americanas, especialmente na Texas Instruments, permitiu-lhe afirmar que existem dois tipos de fatores ou objetivos motivacionais de naturezas diferentes. No primeiro grupo, estão os fatores que ele denominou de motivacionais. Nesse caso, quando esse fator é oferecido, proporciona grande satisfação motivacional às pessoas. No segundo grupo, estão os fatores que denominou de higiênicos, cuja presença não determina aumento de satisfação, mas que quando ausentes, precipitam grande insatisfação por parte daqueles que acusam sua falta.(BERGAMINI, 1997) Segundo Bergamini (1997) “ considerando que todas as pessoas possuem ao mesmo tempo, as quatro orientações de comportamento motivacional (participação, ação, manutenção e conciliação), pode-se utilizar os dois tipos de fatores de Herzberg para organizar em quadros as suas variáveis em grau de importância, baseando-se em pesquisas brasileiras, conforme segue. 28 QUADRO 2: PREFERÊNCIAS DOS FATORES DE MOTIVAÇÃO SEGUNDO O PRINCIPAL ORGANIZADOR DO COMPORTAMENTO(Herzberg) Participação Ação 1 – Auto-realização 1 – Possibilidade 2 – O trabalho em si Progresso 3 – Responsabilidade 2 4 – Desenvolvimento Pessoal Pessoal 5 – Reconhecimento 3 – Reconhecimento 6 – Possibilidades de 4 – Responsabilidade rogresso 5 – O trabalho em si – de Desenvolvimento 6 – Auto-realização Manutenção Conciliação 1 – Responsabilidade 1 2 – Reconhecimento Progresso 3 – O trabalho em si 2 – Reconhecimento 4 – Desenvolvimento Pessoal 3 5 – Auto-realização Pessoal 6 – Possibilidades – Possibilidades – de Desenvolvimento 4 – Auto-realização de 5 – Responsabilidade Progresso 6 – O trabalho em si Fonte: Bergamini (1997:1997) Como pode ser observado, cada norteador de comportamento motivacional, determina diferente ordem de valorização. Pode-se compreender esta ordenação à medida que ela seja confrontada com as características comportamentais que retratam a orientação especial do organizador comportamental. Logo, cada estilo de comportamento (participação, ação, manutenção ou conciliação) vai ter seu nível de importância diferente para cada situação. 29 Nos fatores higiênicos em relação ao organizador do comportamento motivacional, a diferenciação de importância nos leva a dizer que alguns estilos se sentem mais insatisfeitos pela ausência de uns e não de outros fatores extrínsecos. O mesmo pode ser verificado dentro das quatro subdivisões determinadas pelo organizador do comportamento motivacional. Cada fator de higiene tem valor diferente, conforme o perfil motivacional da pessoa estudada e ilustrada no quadro a seguir. QUADRO SEGUNDO O 3: PREFERÊNCIAS PRINCIPAL DOS ORGANIZADOR FATORES DO DE HIGIENE COMPORTAMENTO MOTIVACIONAL.( Herzberg) Participação Ação 1 – Salário 1 – Políticas Administrativas 2 – Competência 2 – Segurança do 3 – Status supervisor 4 – Políticas Administrativas 3 – Status 4 – 5 Relacionamento – Competência supervisor Interpessoal 6 5 – Segurança – Relacionamento Interpessoal 6 – Salário Manutenção Conciliação 1 – Políticas Administrativas 1 – Salário 2 2 – Relacionamento Competência Relacionamento 3 – Segurança 3 – Segurança – – Interpessoal Interpessoal 4 do 4 do – Competência do supervisor supervisor 5 – Status 5 – Status 6 – Salário 6 – Políticas Administrativas Fonte: Bergamini (1997:197) 30 A empresa e seus analistas em Recursos Humanos devem estar atentos a esse dois fatores: satisfação e insatisfação, buscando as verdadeiras causas de desmotivação baixa na produtividade, turnover, desperdício de material, que podem ser influencias de falta de reconhecimento, mal iluminação, layout mal planejado, falta de material de trabalho, mesmo que exista uma satisfação parcial como bônus e gratificação, aumento de salário, poderá ser insuficiente para incentivar o funcionário a se motivar. Fazendo se um paralelo com a hierarquia das necessidades de Maslow, poder-se-ia dizer que os fatores higiênicos seriam aqueles que procuram satisfazer as necessidades fisiológicas, de segurança e social. Os fatores motivadores seriam aqueles que procuram satisfazer as necessidades de estima e auto-realização. Ao longo dos anos, passamos a acreditar que quando uma pessoa se põe a caminho de um objetivo, os fatores que levam a caminhar naquela direção podem-lhe ser intrínsecos ou extrínsecos. Quando são intrínsecos, há motivação, quando são extrínsecos há apenas movimento. É fato que muitas vezes, uma pessoa sente-se levada a fazer algo para evitar uma punição ou para conquistar uma recompensa. Entretanto, em ambos os casos, a iniciativa para realização da tarefa não partiu da própria pessoa, mas de um terceiro, que a estimulou de alguma forma para que ela se movimentasse em direção ao objetivo pretendido. A pessoa não teria caminhado em direção ao objetivo caso não houvesse a punição ou a recompensa. As pessoas também podem, também, agir levadas por impulso interno, por uma necessidade interior. Neste caso, existe vontade própria para alcançar o objetivo, existe motivação, que pode ser transformada em movimento permanente por meio da doutrinação. Aliás, é isso que as organizações produtivas buscam. Porém, na maioria das vezes, o que se vê é 31 a aplicação de técnicas de estimulo ao movimento imediatista. O movimento é uma situação passageira. Só dura enquanto persistirem os estímulos normalmente provoca insatisfação e um comportamento indesejável. Se realmente quiser realmente influenciar e entusiasmar as pessoas, precisa descobrir por que elas fazem as coisas e quais são seus motivos e intenções. Sim, porque ninguém fica motivado com as razões e os objetivos dos outros. “O que eu ganho com isso?” podem perguntar os colaboradores. Sabendo disso, é do gestor a responsabilidade de adequar as motivações de todos às atividades e aos objetivos da empresa. Só assim conseguirá afetar positivamente a performance de cada um. Como você sabe se seu trabalho está sendo bem-sucedido? Quando os colaboradores começam a perguntar “O que nós ganhamos com isto?”. Nesse momento, eles passam a perceber que ao se preocuparem com os colegas e com a empresa, eles estão, em última instância, se preocupando com eles mesmos. É claro que isso pode levar algum tempo para acontecer, mas se você persistir, essa percepção crescerá e a espera será recompensada. Muitos gestores tentam aumentar a motivação dos profissionais usando tanto as abordagens positivas quanto as negativas. Atualmente, em virtude da situação de nosso país, tendo em vista que a economia encontra-se estagnada e em conseqüência disso existe um alto índice de desemprego, motivo esse que alguns trabalhadores se sentem satisfeitos pelo simples fato de estarem empregado, sendo que boa parte dos trabalhadores já não vêem o dinheiro como o principal fator motivacional. Nesses casos, os trabalhadores necessitam mais de estímulos, pois, são pessoas com sentimentos desejos e ambições. Ninguém pode negar que há luta pela estabilidade econômica e financeira, mas os trabalhadores também se esforçam para conseguir suas realizações profissionais. Nos dias de hoje, estar empregado significa um premio que o trabalhador ganha a cada dia que se passa, idealmente, a remuneração deveria acompanhar o bom 32 desempenho, como forma de recompensa e reconhecimento, mas mesmo que não ocorra desta forma, o trabalhador poderá estar consciente de suas capacidades e habilidades, o que faz com que não desanime, pois há sempre a possibilidade de oferecer seus serviços a outras empresas que venham necessitar. As empresas que conseguiram estudar seus funcionários e descobriram o que motivam, devem trabalhar no sentido de manter e incrementar a motivação, de forma a maximizar as potencialidades dos seus importantes recursos que são as pessoas. A motivação e tão individual como a personalidade e o comportamento humano, assim você verá seus colegas de classe, com diferentes antecedentes, necessidades e inspirações, tem maneiras diferentes de encarar a motivação. Porém, certos princípios e teorias da motivação possibilitam uma maior compreensão e previsão das relações das pessoas ao desempenhar suas tarefas, apesar das singularidades dos seres humanos. Portanto, este trabalho tem como seu principal objetivo pesquisar as principais teorias da motivação. 33 7- QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT) O tema qualidade de vida tem sido objeto de reflexão devido a busca de melhores condições de vida, devendo ser enfatizada a promoção da saúde, englobando diversos fatores que determinam a qualidade de vida da população. Pode-se afirmar que a saúde é um dos principais parâmetros, porém há vários indicadores que visam quantificá-la, e serão abordados posteriormente. Para proporcionar condições para que haja melhora na qualidade de vida no trabalho e do trabalhador algumas empresas preocupadas com este enfoque e em manter também a qualidade de seus produtos e a produtividade têm utilizado estratégias para favorecer estas condições, como por exemplo, a ginástica laboral, períodos de descanso dentro da rotina do trabalho (pausas)(Na Azul Seguros está sendo realizado ginástica laboral no intuito de melhorar postura e dores do dia dia do colaborador, onde tem sido uma forma motivação dentro dos departamentos onde o o RH recebeu diversos elogios dos funcionários da empresa), maior participação do trabalhador na organização e tomada de decisões no processo de produção, dentre outras. A qualidade de vida no trabalho (QVT), de acordo com CHIAVENATO (1999)"representa em que graus os membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais através do seu trabalho na organização." O mesmo autor destaca os fatores envolvidos na QVT, que são: "a satisfação com o trabalho executado; as possibilidades de futuro na organização; o reconhecimento pelos resultados alcançados; o salário recebido; os benefícios auferidos; o relacionamento humano dentro do grupo e da organização; o ambiente psicológico e físico do trabalho; a liberdade e responsabilidade de decidir e as possibilidades de participar." CHIAVENATO (1999) Deste modo, tanto as características individuais quanto as organizacionais são determinantes para a qualidade de vida no trabalho. 34 Alguns autores propõem modelos de QVT, os três modelos mais importantes são : De acordo com NADLER & LAWER apud CHIAVENATO (1999) a QVT está fundamentada em quatro aspectos: "1- Participação dos funcionários nas decisões. 2- Reestruturação do trabalho através do enriquecimento de tarefas e de grupos autônomos de trabalho. 3- Inovação no sistema de recompensas para influenciar o clima organizacional. 4- Melhoria no ambiente de trabalho tanto físico quanto psicológico." Segundo HACKMAN & OLDHAN apud CHIAVENATO (1999, 392) as dimensões dos cargos refletem em aspectos psicológicos que afetam os resultados pessoais e de trabalho, que interferem na QVT. Estas dimensões do cargo são: "1- Variedade de habilidades. 2- Identidade da tarefa. 3- Significado da tarefa. 4- Autonomia. 5- Retroação do próprio trabalho. 6- Retroação extrínseca. 7- Inter-relacionamento." Os referidos autores "utilizam um modelo de pesquisa sobre o diagnóstico do trabalho baseado em um inventário de diagnóstico das características do cargo para medir o grau de satisfação geral e o grau de motivação interna como diagnóstico da QVT". CHIAVENATO (1999) O terceiro modelo de QVT é de WALTON, que estabelece oito fatores que afetam a QVT: "1- Compensação justa e adequada - remuneração do trabalho adequada. 35 2- Condições de segurança e saúde no trabalho - jornada de trabalho e ambiente físico adequados. 3- Utilização e desenvolvimento de capacidades - desenvolver a autonomia, autocontrole e obter informações sobre o processo total do trabalho. 4- Oportunidades de crescimento contínuo e segurança - desenvolvimento pessoal e segurança no emprego de forma duradoura. 5- Integração social na organização. 6- Constitucionalismo - estabelecimento de normas e regras da organização,além de direitos e deveres do trabalhador. 7- Trabalho e espaço total de vida - o trabalho não deve absorver todo o tempo e energia do trabalhador. 8- Relevância social da vida no trabalho - o trabalho como uma atividade social que traga orgulho para a pessoa participar da organização." CHIAVENATO (1999) Através destes modelos, pode-se perceber a importância da empresa valorizar os trabalhadores, enfatizando as condições físicas e psicológicas dos mesmos, possibilitando oportunidades para estarem em sintonia com os objetivos da instituição. Assim, ao investir em melhores condições de vida no trabalho e do trabalhador, a empresa estará investindo indiretamente na elaboração de seus produtos, garantindo uma melhor qualidade e produtividade. Conhecer a origem e os conceitos de planejamento são fatores relevantes, mas também é importante saber que existem princípios do planejamento que devem ser levados em consideração, Oliveira (2007) relata esses princípios de forma bem clara. a) Principio da contribuição aos objetivos, o planejamento deve sempre visar aos objetivos máximos da empresa; 36 b) Princípio da Precedência do planejamento onde a função planejar vem antes das outras funções do administrador, como organização, direção e controle; c) Maior penetração e abrangência são as modificações que o planejamento provoca nas pessoas, na tecnologia e nos sistemas; d) Principio da maior eficiência, eficácia e efetividade, onde eficiência é fazer as coisas certas de maneira adequada, eficácia é fazer as coisas corretas e efetividade é apresentar resultados. Segundo Ackoff (1974), existem quatro princípios de planejamentos que podem ser considerados como específicos: a) Participativo - deve-se dar maior valor ao processo de planejar e não ao resultado, b) Coordenado - interdependência entre as etapas do processo, c) Integrado - integração entre os níveis da organização no processo de planejamento, d) Permanente - adaptação do plano às mudanças ambientais. A elaboração do planejamento dentro de uma organização deve acatar esses princípios, para que a implicação de sua operacionalização seja o alcance dos objetivos traçados no plano de ação. Além dos princípios a empresa deve seguir as características do planejamento para o alcance dos seus objetivos, posteriormente estas características serão abordadas. 37 8- PROCESSO DE COMUNICAÇÃO As pessoas se comunicam sem fazer nenhum esforço, é inerente do homem. No entanto, muitas vezes essas transmissões são enviadas ou recebidas de maneira distorcida. Abaixo está um modelo do processo de comunicação. FIGURA Fonte: CHIAVENATO,1998 Fonte é quem transmite a mensagem, a pessoa ou as pessoas. A fonte da início ao processo e a mensagem podendo transmitir informações, atitudes, comportamento, conhecimento ao destinatário. A fonte codifica a sua idéia através de palavras, gestos, sinais, etc. A mensagem é enviada através de um transmissor. Transmissor é o meio ou aparelho utilizado para codificar a idéia em forma de mensagem. Exemplo o aparelho de telefone. Canal é o meio escolhido através do qual a mensagem flui entre a fonte e o destino. É o espaço ou ambiente que medeia os elementos envolvidos no processo de comunicação. Pode ser também o meio escrito ou 38 falado utilizado para produzir a mensagem. Exemplo fio condutor que liga um aparelho telefônico ao outro. Receptor é o meio ou o aparelho que decodifica ou interpreta a mensagem. A experiência e o conhecimento são importantes para que a mensagem possa ser adequadamente interpretada. Todavia a mensagem pode ser distorcida pelo destinatário pelas seguintes razões: o receptor não conhece a codificação e não sabe decodificá-la, o receptor tem dificuldade em interpretar a codificação, o receptor não está exatamente sintonizado no canal (por ansiedade, cansaço, desatenção ou desinteresse). Destino é a pessoa ou grupo de pessoas /organização que deve receber a mensagem e compartilhar o seu significado. Ruído é o termo que indica qualquer distúrbio indesejável dentro do processo de comunicação e que afeta a mensagem enviada pela fonte ao destino. Exemplo: linha cruzada. A retroação ou retroinformação é o processo pelo qual o destinatário recebe e assimila a comunicação e retorna o que ele percebe a respeito da mensagem desejada. Ocorre quando o destinatário responde à fonte com uma mensagem de retorno, a segunda mão da estrada. Ela permite que se verifique se o destinatário recebeu e interpretou corretamente a mensagem. Se a reação do destinatário não é adequada, a fonte pode concluir que a comunicação não foi bem sucedida. O administrador deve encorajar a retroação e avaliar cuidadosamente. A comunicação eficaz ocorre quando o destinatário decodifica a mensagem e agrega-lhe um significado que se aproxima da informação ou idéia que a fonte tentou transmitir. O processo da comunicação pode ser eficiente e eficaz. A eficiência está relacionada com os meios utilizados enquanto a eficácia está relacionada com o objetivo de transmitir uma mensagem com significado. 39 Comunicação Eficiente Comunicação Eficaz O emissor fala bem A mensagem é clara e objetiva O transmissor fala bem O significado é consoante O canal tem pouco ruído O destinatário compreende a mensagem O receptor funciona bem A comunicação é completada O destinatário ouve bem A mensagem torna-se comum Não há ruídos ou interferências O destinatário fornece retroação ao emissor, indicando que internas ou externas compreendeu perfeitamente a mensagem enviada. A Comunicação significa compartilhar, e não apenas falar ou escrever. Ela envolve uma ponte de duas mãos, um tráfego duplo onde transitam significados que tornam comuns entre duas ou mais pessoas. Como obter Retroação através de confiança e calor humano no relacionamento; Através de preocupação com relação às pessoas; Através de um comportamento aberto; Através de disposição para mudanças; Quando o objetivo é ajudar e não penalizar; Quando a retroação não causa dano nenhum a ninguém; Através de um bom relacionamento com as pessoas; Através da percepção do impacto da comunicação sobre as pessoas." (CHIAVENATO, 1998) 40 9- CONSONÂNCIA Segundo Colombini (1998) Consonância significa que a mensagem enviada e a mensagem percebida são perfeitamente iguais. Utilizamos este termo, consonância, quando a mensagem enviada pela fonte é semelhante ao significado da mensagem recebida pelo destino. O processo de comunicação está intimamente ligado ao conhecimento da pessoa, ao ambiente que a rodeia, seus valores pessoais, experiências psicológicas passadas e presentes, o qual é influenciado pelas características de personalidade, estrutura física e fisiológica, e pelo ambiente físico e social que a envolve externamente. Quando falamos do conhecimento ou de aquilo que as pessoas sabem de si mesmas e do ambiente que as rodeiam, estamos falando de Cognição. Cognição é o processo consciente de aquisição de conhecimento. É o que as pessoas sabem sobre si mesmas e sobre o seu ambiente e que funciona como um padrão de referência. Sistema cognitivo compreende valores pessoais e experiências psicológicas passadas. O sistema cognitivo cria o ambiente psicológico ou comportamental que é o que a pessoa percebe e interpreta a respeito do seu ambiente externo. É um ambiente moldado pelas suas aspirações, e principalmente, pela sua maneira de ver e sentir as coisas externas. Nesse ambiente psicológico, os objetos, pessoas ou situações podem adquirir valência (é a força de preferência da pessoa por um objeto, situação ou pessoa particular). A valência pode ser positiva quando os objetos, pessoas ou situações podem ou prometem satisfazer as necessidades positivas do indivíduos, atraindo o indivíduo. A valência pode ser negativa quando pode ocasionar algum prejuízo ou dano ao indivíduo, quando ocorre, tende a causar-lhe repulsa. 41 Assim o comportamento é a função da interação entre a pessoa e o seu ambiente, ou seja, objetos, pessoas ou situações que a rodeiam. Um mesmo objeto, pessoa ou situação podem adquirir valências diferentes ou até opostas para diferentes indivíduos, tudo depende de sua experiência, sucessos ou fracassos, suas facilidades e dificuldades. Cada pessoa se esforça para estabelecer um estado de consistência ou de coerência consigo mesma, quando há falta de consistência ou de harmonia entre as varias cognições da pessoa gerando um conflito interno significa que está ocorrendo umadissonância cognitiva. A dissonância ocorre quando o significado percebido pelo destino é diferente do significado percebido pela fonte. As organizações preocupadas em construir consonância e reduzir as dissonâncias criam programas de treinamento e desenvolvimento pessoal." (COLOMBINI, 1998) 42 10- COMUNICAÇÃO ENTRE PESSOAS 10.1 - Aparato de Comunicação das Pessoas "Órgãos sensoriais: Visão, audição, tato, paladar e olfato. - Receptores de estímulos, recebem sensações codificadas como percepções dos fenômenos ambientais. Órgãos efetores: A linguagem humana falada e escrita, os gestos a mímica, a expressão corporal etc. - São os transmissores de mensagem para o ambiente. Centro de comunicação: Constitui o local de origem e de destino de todas as mensagens." (COLOMBINI, 1998) 10.2 - Comunicações entre Pessoas "A comunicação interpessoal é um processo de enviar e receber símbolos aos quais são agregados significados de uma pessoa para outra. Cada pessoa é um microssistema diferenciado dos demais pela sua constituição genética, histórico psicológico e personalidade que funcionam como padrão pessoal de referência para tudo aquilo que ocorre no ambiente dentro de si mesma. Por força disso, o processo de comunicação depende, em grande parte, do grau de homogeneidade de significados entre a fonte e o destinatário, o que nem sempre ocorre. Quanto maior a harmonia entre duas pessoas em seu respectivos padrões de referências pessoais, tanto maior a probabilidade de uma comunicação bem sucedida. Pessoas com diferentes bases culturais e lingüísticas provocam sérias dificuldades na comunicação interpessoal." (COLOMBINI, 1998) 10.3 - Barreiras à Comunicação "São restrições ou limitações que ocorrem dentro ou entre as etapas do processo de comunicação, fazendo com que nem todo sinal emitido pela 43 fonte percorra livremente o processo de modo a chegar incólume ao destino, sofrendo perdas, mutilações, distorções, como também ruídos, interferências, vazamentos, e ainda, ampliações ou desvios. O boato é um exemplo de comunicação distorcida, amplia e muitas vezes desvia. As barreiras de comunicação provocam: perda na comunicação entre as pessoas; impede o transito livre e aberto das mensagens; cria dificuldade de intercâmbio de comunicações. A remoção das barreiras de comunicação e dos ruídos é o ponto de partida para se conseguir um ambiente de comunicação aberta e franca entre pessoas. 44 11- PERCEPÇÃO SELETIVA E CANAIS DE COMUNICAÇÃO Percepção é o processo pelo qual cada pessoa seleciona, organiza e dá um sentido ao mundo que rodeia. Organização seletiva é a categorização de um objeto ou estímulo de acordo com os padrões de referência de cada pessoa. Percepção seletiva é o processo pelo qual cada um escolhe e seleciona os vários objetos ou estímulos que chamam atenção. A percepção humana é muito limitada, são as necessidades, influência sociais e culturais, e vontades de cada pessoa que vão determinar quais são os estímulos para serem percebidos. A forma mais comum de uma organização perceptiva é a estereotipagem. Umestereótipo ocorre quando alguém é identificado com um grupo ou categoria e seus atributos são simplificados para associá-lo a um grupo ou categoria familiar à pessoa. É uma generalização a respeito do grupo ou pessoas. As diferenças preceptivas ocorrem quando os indivíduos percebem os mesmos objetos de maneira diferentes. Elas influenciam poderosamente as comunicações, distorcem mensagens e criam ruídos e interferências. O efeito de generalização é uma outra forma de organização preceptiva , e ocorre quando um atributo é usado para desenvolver uma impressão geral de uma pessoa ou situação." (COLOMBINI, 1998) "O canal de comunicação é o meio utilizado para transmitir a mensagem do emissor ao seu destino. A capacidade de um canal de comunicação é ditada por três características : capacidade de manipular vários assuntos ao mesmo tempo; capacidade de facilitar a retroação; capacidade de estabelecer foco pessoal. A conversa face-a-face é o canal mais rico, eficaz e rápido de se transmitir informações. 45 As mensagens rotineiras devem ter um tratamento diferenciado em relação às não rotineiras com relação ao canal empregado. As mensagens não rotineiras, avisos de eventos novos, assuntos ambíguos, que podem gerar muitas dúvidas e portanto distorções, devem ser tratados por meio de canais mais amplos e ricos. Por outro lado, as mensagens rotineiras, por exemplo, registros e estatísticas, são simples e rápidas e então podem ser tratadas por canais mais simples. " (CLAPARÉDE, 1988) 46 12- COMUNICAÇÕES ORGANIZACIONAIS "A comunicação entre pessoas em uma organização pode ser dividida em dois canais: Formais e informais Tanto um quanto outro canal estão sujeitos a três tipos de problemas de transformação da comunicação: 12.1 - Omissão Quando alguns aspectos e dados da mensagem são omitidos quando passada adiante; 12.2 - Distorção Quando há alterações no conteúdo original da mensagem ao longo de sua passagem pelos diversos agentes do sistema; 12.3 - Sobrecarga Quando existe uma quantidade de informações maior que a capacidade do canal. Contribui para a omissão e a distorção do conteúdo da mensagem. 12.4 - Canais Formais de Comunicação Os canais de comunicação formal são aqueles que obedecem a cadeia de comandos ou de responsabilidades dentro da organização e podem ser divididos em três tipos: Ø Comunicações Descendentes: São as mensagens enviadas dos postos de comando aos subordinados. Ø Comunicações Ascendentes: São aquelas mensagens que fluem dos níveis inferiores para os mais elevados na hierarquia da organização. Ø Comunicações Horizontais: São aquelas mensagens de intercâmbio lateral ou diagonal entre pares ou colegas. Ø Canais Informais de Comunicação: Os canais informais são aqueles que funcionam fora dos canais autorizados e que não seguem obrigatoriamente a hierarquia de autoridade da organização. 47 Este tipo de canal pode ser utilizado por administradores com o intuito de diminuir as distâncias entre os níveis hierárquicos. 12.5 - Comunicação em Equipes O trabalho em equipe envolve intensa comunicação. A comunicação em equipe pode ser dividida em dois tipos: Ø Centralizada: A comunicação centralizada tem a característica de ter um único indivíduo como centralizador das informações. A rede centralizada proporciona tomada de soluções mais rápidas e menos precisas. Portanto, possui melhores resultados em decisões para questões simples. Ø Descentralizada: Na comunicação descentralizada os membros da rede têm liberdade de comunicação entre si. Este tipo de rede tem como característica uma maior lentidão na tomada de decisões, porém uma maior precisão na resposta a problemas. É um importante meio para se conseguir soluções para problemas complexos. 12.6 - Reuniões As reuniões são uma importante ferramenta de trabalho para a discussão de assuntos ou a resolução de problemas em uma organização. Os objetivos das reuniões podem ser os seguintes: Transmissão de informações; Consulta de sugestões, pontos de vista e pareceres; Tomada de decisões; Solução de problemas; Criação e inovação. Para tornar as reuniões mais produtivas e objetivas, evitando desperdício de tempo, abaixo algumas atuações que o administrador deve fazer: 48 Antes da Reunião (Folheto de Revise fatos e sintomas Esclareça problemas e objetivos Encoraje a obtenção de todos os dados necessários Assessore na seleção dos participantes da equipe Estimule o raciocínio Proporcione informação Submeta uma agenda prévia aos participantes Incentive as interações entre os participantes Faça os arranjos físicos necessários Durante a Reunião e apropriados Faça uma breve introdução e desenvolvimento social Ajude os participantes a assumir responsabilidades de grupo Dê informações relacionadas a essas responsabilidades Conduza o grupo para discutir problemas Ajude nas soluções alternativas e na seleção da melhor opção Verifique as recompensas para as contribuições pessoais Proporcione retroação e relacione o apoio de todos os membros Após a reunião Comunique os resultados do desempenho do grupo a todos Verifique se as idéias estão sendo praticadas Conduza a monitoração e avaliação dos resultados Continue a proporcionar retroação aos participantes" Treinamento da MP2 Comunicação, 1998) 49 13- NEGOCIAÇÃO "Negociação ou barganha é o processo de tomar decisões em conjunto sobre assuntos que afetam direta ou indiretamente os indivíduos envolvidos com interesses e preferências diferentes. Para obter sucesso em negociações o administrador deve possuir habilidades como: Saber planejar; Conhecer bem o assunto; Pensar clara e objetivamente sob pressão e incerteza ; Expressar verbalmente as suas idéias; Saber ouvir; Saber julgar; Possuir uma inteligência geral; Ser íntegro; Ter persuasão e paciência. Toda negociação visa uma "zona de acordo" conforme o esquema abaixo: Fonte: URURAHY,2000 "A" e "B" são diferentes posições que buscam uma posição intermediária, ou de acordo, através da negociação. Obviamente "A" tentará usar de argumentação e estratégia para trazer a posição de acordo "x" mais para a região de seus interesses (a), enquanto que "B" fará com que a posição de acordo seja deslocada para o seu sentido (b). Quase sempre as partes envolvidas mostram que seus limites sejam superiores ou inferiores às quais se tem interesse, fazendo com que o que foi concedido durante a barganha não influencie no resultado final da negociação." (URURAHY, 2000) 50 13.1 - Estratégia de Negociação "Toda negociação envolve um plano estratégico para direcionála. Estratégia de Negociação é um compromisso de se atingir os objetivos do negociador. Três tipos de estratégias podem ser empregadas durante um processo de negociação: Dura, o negociador encara a negociação como um processo antagônico, trabalha à base de ameaças, não faz nada para gerar confiança na outra parte e tem como objetivo derrotá-la; Suave, o negociador, chamado de "soft" ou "bonzinho", faz de tudo para preservar o relacionamento com a outra parte. Para evitar conflitos, ele cede às pressões;Colaborativo ou Honroso, sendo o meio termo entre as duas anteriores, o negociador enfatiza a criatividade, a construção e a confiança mútua e busca conjunta por soluções que atendam os interesses de todos." (URURAHY, 1998) 13.2 - Reuniões de Críticas "Várias empresas fazem reuniões em que as pessoas, são convidadas a falar, sugerir, avaliar, criticar. Estas reuniões tem por finalidade abrir de verdade os canais de comunicação interno, e passou a ser uma necessidade vital. Essas reuniões são chamadas de encontro de "feedback, outras de avaliação motivacional, seja como for, as empresas sabem que essa é uma peça muito importante de qualquer política de abertura. A questão é, como não deixar tudo isso apenas na teoria e fazer essas reuniões funcionarem na prática? Boa parte destas sessões acabam sendo pura perda de tempo. Por insegurança, receio de se comprometer, medo da reação da chefia, comodismo ou simples timidez, as pessoas não falam o que realmente pensam. O resultado são monólogos por parte do condutor da reunião, ou algumas frases vazias por parte de quem está falando. 51 Muitas empresas porém têm tido excelentes resultados com esse tipo de iniciativa. Nestas empresas as reuniões obedecem a uma estrutura genuinamente destinada a fazer com que os participantes se expressem. Para isso é indispensável um tipo de líder que inspire confiança nas pessoas, aplique boas técnicas na condução da conversa e não se conforme com reuniões onde os presentes passem o tempo ocultando o que acham. É incrível o que se pode descobrir nessas reuniões, diz o consultor Luciano Castelo, do Rio de Janeiro. Ele se especializou no que se pode chamar de psicoterapia de empresas. Entre seus clientes, figuram companhias como Odebrecht e Citibank. Há pessoas que trabalham juntas há anos mas só durante a avaliação é que descobre o que a outra pensa dela. O primeiro ponto a observar para o sucesso desse tipo de reunião, é ter em mente que o seu objetivo não é lavar roupa suja. E sim, dar idéias para colocar a casa em ordem, tentar arrumar o que não está ajudando (ou o que está atrapalhando) e ressaltar o que vale a pena. " Tudo o que um funcionário reivindica geralmente é muito simples, como melhor comunicação com a chefia e direito a participar mais do processo de trabalho", diz Castelo. Na Segunda questão chave, o superior deve garantir que jamais, em hipótese alguma, haverá qualquer tipo de retaliação pelo que foi dito, profissionalmente, na reunião de crítica. Não basta que ele diga isso, é indispensável que as pessoas acreditem e, para tanto, essa imunidade deve ser praticada de verdade. Estabelecida a confiança, trata-se de fazer as reuniões renderem, as barreiras têm que ser rompidas e as pessoas têm de falar. O condutor da conversa terá tanto mais chances de êxito quanto mais aplicar algumas regras básicas: A reunião tem de ter um foco, cada reunião deve-se dedicar a um ou dois temas; Para fazer os participantes se desenibir, o medidor deve recorrer a frases capazes de desbloquear a conversa; É 52 importante que o medidor anote tudo o que foi discutido, ponto por ponto, e faça uma ata de reunião; Jamais deixe uma crítica sem resposta; Se possível, marque uma data para próxima reunião, o ideal é que elas ocorram de dois em dois meses ou uma vez por trimestre; Fazer sempre happy hour para tentar melhorar a forma como trabalhamos." (COLOMBINI, 1998) 53 14 – UMA BOA COMUNICAÇÃO INTERNA "Os funcionários são os principais formadores da imagem da empresa. Portanto, dedique à comunicação interna o mesmo cuidado que é dispensado à externa. Pesquise continuamente entre os melhores meios a fim de detectar ou ampliar os canais de comunicação para que a mensagem seja alcance todos os níveis hierárquicos. Ações de comunicação interna devem ter continuidade. Não basta a empresa se pronunciar apenas em momentos delicados. Por falta de hábito, os funcionários acabam encarando essas mensagens com desconfiança. Jamais minta. Os funcionários têm condições de averiguar a veracidade dos fatos que estão sendo divulgados. As principais ferramentas de comunicação internas são os house organs, revistas, murais, os VTs, as rádios ou intranet. Para escolher qual ou quais são os mais indicados para o perfil de funcionários da empresa, pesquise. O mural é uma das ferramentas mais eficientes em comunicação interna. Contudo, deve ser encarado de forma dinâmica, não estática. Qualquer aviso que permanecer por mais de 15 dias no mural é considerado velho e passa para os funcionários a idéia de que o mural não muda nunca. Refeitórios e salas de reunião são ótimos lugares para veicular vídeos institucionais ou programas de rádio sobre a empresa. Segmente o seu público interno. Uma grande industria com várias unidades fabris pode ter uma publicação institucional bimestral e outra publicação mensal específica com as atividades de cada unidade. Promova a integração dos funcionários com os níveis hierárquicos superiores. A maneira mais usual é organizar cafés da manhã periódicos entre grupos de funcionários e o presidente ou diretores da empresas. Envolva a família dos funcionários em suas ações de comunicação. Se o custo permitir, mande entregar as publicações da empresa em casa. Abra a 54 empresa para que os funcionários possam trazer a família para conhecer seu lugar de trabalho. Dessa forma você ganha um público multiplicador da imagem da empresa. Incentive todos os funcionários a enviarem opiniões e sugestões sobre a empresa. O retorno será maior se for oferecido algum brinde. Caso você opte por pedir também críticas, não exija a identificação do funcionário. Ele pode se sentir constrangido. (COLOMBINI, 1998) 55 15 – CONCLUSÃO O presente trabalho apresenta grande transformações que as organizações vem sofrendo. Desde Taylor que diminuiu a organização científica do trabalho(aumentando a produtividade e diminuindo o ócio dos operários) até nossos dias, a gestão empresarial vem tomando uma importância muito grande no mundo dos negócios. O foco estava e está em técnicas cada vez mais aplicadas voltadas para o bem estar do ser humano em tudo o que venha abranger seu desenvolvimento tanto profissional, quanto sua auto-estima, seus valores de satisfação e necessidades fisiológicas. As grandes necessidades de mudanças para resolver os obstáculos apresentados pelo mercado, são feitas através da visão dos gestores nas empresas, do que há necessidades de uma política de recursos humanos que favoreça a harmonização de interesses dos indivíduos e da organização. Este fato vem levantar uma grande polemica, muitas organizações não conseguem ou não tem interesses em associar a satisfação do empregado com os resultados da organização. Mais hoje, podemos observar que grandes exemplos vem de organizações e programas de gestão empresarial que levam aos sucessos e desenvolvimento da mesma. A concorrência é enorme, então já vimos que os funcionários necessitam estar satisfeitos para pode satisfazer seus clientes e apresentar bons resultados a organização. Este trabalho buscou refletir e ressaltar a importância do lado humano na empresa e chamar a atenção para que a política organizacional funcione junto com o clima organizacional, visando assim o sucesso da empresa como um todo. A organização hoje, podemos ver a importância de se ter funcionários motivados e satisfeitos, pois sua característica vem apresentar perfil diversificado, onde os gestores de pessoas e equipes necessitam assumir 56 uma postura flexível de harmonização entre os objetivos organizacionais e individuais. Isto só é possível quando se aplicam técnicas exclusivas para isso. Assim o contexto o que favorece o sucesso empresarial são os profissionais que compõe o quadro de uma empresa, possuidores de uma competência e habilidades imprescindíveis ao negócio. Inicia-se uma fase importante, não estamos apenas fazendo de comportamento motivacional abstraído do ambiente de trabalho, esta nova edição traz o novo titulo que vemos muito hoje sendo aplicado nas técnicas de recursos humanos a motivação nas organizações. A comunicação é muito importante para todos, mas principalmente para as empresas, pois é a partir da comunicação que os colaboradores compartilham informações e as pessoas conhecem seus produtos e serviços, não se restringindo apenas em falar. Para haver uma boa comunicação dentro das empresas, a distorção não pode ocorrer e devem atingir também os colaboradores de baixo ou nenhum conhecimento, pois o que se ouve e entende-se aqui, certamente será dito logo ali. A escolha certa de canais de comunicação, pode desenvolver melhor os resultados e decisões, mais rápidas, o que para empresas é de suma importância. A comunicação interna de empresas é importantíssimo, devendo estar sempre motivadas, pois é através dessa comunicação que os colaboradores conhecem as missões, resultados, valores, visão e objetivo da empresa, ficando sob a responsabilidade do departamento de recursos humanos. A comunicação externa feita em campo aberto, com concorrência de outras empresas especializadas no assunto, usando-se delas para a divulgação de seus produtos ou serviços, ficando ao encargo do departamento de relações públicas. 57 A negociação é a discussão de idéias diferentes, onde cada um defende sua missão e interesses, com o resultado chegando sempre a um consenso. Enfim, para qualquer empresa se tornar competitiva e organizada, deve tornar sua comunicação interna e externa a mais clara e legível o possível, pois disso depende sua clareza para sua interpretação e entendimento. 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERGAMINI, C.W. Motivação nas Organizações. 4.Ed. São Paulo: Altas, 1997 Boehringer, lngelheim, Case de Comunicação Química e Farmacêutica Ltda, , 1998. BRUCE, Anne. Como Motivar sua Equipe. RJ: Sextante, 2006. BOOG, Gustavo G. Manual de Treinamento e Desenvolvimento. 3. Ed. São Paulo: Makron Books,1999 CHIAVENATO, Idaiberto, Administração Nos Novos Tempos - Ed. Campus, São Paulo, 1998. CHIAVENATO,Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração – 6ª Ed. RJ: Campus,1999 CLAPARÉDE, Édouard. Educação funcional, São Paulo: Cia Editora Nacional, 1988. COLOMBINI, Luís. "Reunião de Críticas" Revista Você S. A. São Paulo: Abril, set 1998. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Ed. Campus, 1999 HERZBERG, Frederick. Como Motivar os Funcionários?. Harvard Business Review, RJ, 2003 MAXIMIANO, César Amaru. Introdução à Administração RJ: Atlas,1999 MP2 Comunicação. Dicas Preciosas da Comunicação, 1998. Folheto de Treinamento. NOHARA, Acevedo C.R. Monografia no Curso de Administração. São Paulo: Atlas, 2004 VERGARA, Sylvia Contant. Gestão de Pessoas. 2ª edição. SP: Atlas, 2000 VROOM, H. Victor, Gestão de pessoas, não de pessoal. Ed. Campus RJ, 1997 59