Cultura Desportiva Caracterização da Modalidade Ginástica aeróbica Actividade física realizada em grupo, que tem o seu ritmo determinado pela música, com o principal objectivo de desenvolver a capacidade aeróbia do indivíduo. É reconhecida como um actividade física rítmica, que utiliza os grandes grupos musculares mantendo uma intensidade adequada por um período prolongado. Chamada de Ginástica Aeróbica (com variações como cardiofunk, aerobahia, aeroaxé, aerofunk, aerodance, aerolambada, etc...) ou popularmente de "aeróbica" enquadra-se nos conjuntos dos exercícios chamados aeróbios, que procuram a melhoria das condições cardiorespiratórias e circulatórias. Ginástica Localizada Esta actividade visa a tonificação muscular de todo o corpo, através de exercícios localizados utilizando o peso do próprio corpo ou instrumentos acessórios (pesos de mão, bastões, caneleiras e elásticos). Apresenta como vantagens a redução da massa gorda localizada, o aumento da força muscular, o controlo da pressão arterial, o fortalecimento da densidade óssea e a melhoria do sistema cardiovascular. Hip-hop Há 20 anos ele está entre nós. Chega no formato de dança pelas ondas da TV em 1983, deixando muitos adolescentes impressionados pelas performances que se fundiam nos movimentos de mímica, passando por uma espécie de simulação de golpes marciais e gestos robóticos que se completam com acrobacias similares a capoeira. Ginástica aeróbica Antigamente a actividade física com música era apenas para os bailarinos, hoje em dia já não acontece o mesmo. O termo aeróbica foi criado em França por Pasteur, em 1875, os ingleses traduziram-no para “Aerobics” e 100 anos mais tarde reaparece na língua francesa, com base na ortografia americana, para designar uma prática corporal. O Dr. Kenneth Cooper, doutorado em medicina desde 1956, é o responsável pelo aparecimento dos exercícios aeróbios através de planeamento e aplicação de programas de actividade física de baixa ou média intensidade durante longos períodos de tempo. O seu objectivo era desenvolver uma condição física tal que permitisse enfrentar as dificuldades da vida moderna: o sedentarismo e o stress, principais causas para o aparecimento precoce de doenças cardíacas. Através do seu trabalho, demonstrou que o exercício muscular não era suficiente e adiantou a importância do trabalho cardiovascular. Em 1968 publicou o seu primeiro livro onde apresenta os princípios do seu método. Este foi um verdadeiro êxito, o que levou a publicar, anos mais tarde, em 1977, um manual intitulado “The aerobic way”. Nele propunha uma verdadeira síntese de todos os seus trabalhos anteriores e punha o seu método ao alcance de todos. Todos os princípios preconizados por Cooper foram recuperados e utilizados por numerosos americanos, que por sua vez introduziam os seus próprios métodos. Jacki Sorensen adaptou alguns programas mais intensos da actividade física de alguns movimentos de dança que com acompanhamento musical, pretendiam atingir uma população feminina mais carente ao nível da actividade física elaborada (Aerobic Dance). Jane Fonda aproveitando a sua posição mediática, imprimiu uma nova perspectiva a esta actividade, com objectivos que se prendiam não só com a melhoria da condição física mas também com o controle do peso, demonstrando uma preocupação ao nível de estética corporal. Surge assim a moda Workout. A Ginástica Aeróbica consistia então em transformar os movimentos de dança em movimentos mais simples para que pudesse ser seguida por todos os sujeitos e que proporcionassem um certo esforço cardiovascular. Num curto espaço de tempo, o método tornou-se muito popular nos Estados Unidos, levando à sua organização e codificação, mas foi apenas nos anos 80 que a Aeróbica teve realmente o seu aparecimento. Segundo Charpin (1996), a sua explosão foi de tal forma forte, que abriram milhares de ginásios por todo o país, dirigidos por professores afortunados. A sua estrutura não assentava, no entanto, em princípios previamente estudados, tendo por base determinados exercícios (como a corrida e os saltos) cujo impacto deu origem a vários tipos de lesões em várias articulações dos membros inferiores e coluna – Ginástica Aeróbica de Alto Impacto. Perante a realidade, médicos, professores de Educação Física e fisiatras insurgiram-se, causando um escândalo por estarem a ser ignorados, reivindicam o direito de exclusividade de ensinar Aeróbica. Foi um duelo instaurar entre adeptos e profissionais que provocou durante 4 a 5 anos, uma descredibilidade da Aeróbica no público. A Ginástica Aeróbica de Baixo Impacto surgiu com Candice Coopeland tendo o objectivo de evitar lesões provocadas pelo tipo de exercício anteriormente referido. Foi considerado, no entanto, um exercício pouco intenso e por isso pouco motivante para os seus praticantes. Contudo, algumas pessoas conscientes do possível impacto positivo deste tipo de trabalho numa população sedentária, decidiram estudar a técnica para apresentá-la e adaptála correctamente ao público. Implantaram-se novas técnicas, saída do trabalho sobre o sistema cardiovascular à volta da Aeróbica, permitindo a criação de um novo conceito; Fitness, que com a sua variedade de actividades, responde ao desenvolvimento de todos os parâmetros de condição física, possibilitando ainda o restabelecimento e a manutenção do estado de saúde, a sua forma física e psicológica bem como o seu bem-estar. Ginástica Localizada Alguns métodos de origem estrangeira influenciaram directamente a Ginástica de Academia até ela tomar o formato actual. Nos anos 60 e 70 foi a Calistenia. Nos anos 80 a Ginástica Aeróbica (Alto e Baixo Impacto), seguidos nos anos 90 pelo Step Training. Actualmente a Ginástica Localizada tem a sua base na musculação. Vários factores, tais como cinesiológicos, anatómicos e de melhoria de performance são comuns nestas duas actividades, o que aumenta a correlação entre elas. Hip-hop O Hip-Hop emergiu no final da década de 60, nos subúrbios negros e latinos de Nova Iorque. Estes subúrbios, verdadeiros guetos, enfrentaram todo o tipo de problemas: pobreza, violência, racismo, tráfico, carências de infra-estruturas, de educação, etc. Os jovens encontravam na rua o único espaço de lazer, e geralmente entravam num sistema de gangs (quem fazia parte de alguns dos gangs, ou quem estava de fora, conhecia sempre os territórios e as regras impostos por eles), as quais se confrontavam de maneira violenta na luta pelo domínio territorial. Esses bairros eram essencialmente habitados por emigrantes latinos, vindos principalmente da Jamaica. Por lá existiam festas de rua com equipamentos sonoros muito potentes que eram chamados de Sound System e em alguns lugares com carros de som (carros equipados com equipamentos de som, parecidos com trios eléctricos). O Sound System foi levado para o Bronx em Nova Iorque pelo DJ Kool Herc, que com 12 anos migrou para os Estados Unidos com sua família, iludidos pelo American way of life (estilo americano de vida). Junto Herc levou o Toast (modo de se cantar bem parecido com o RAP, com levadas bem fraseadas e rimas bem feitas, muitas das vezes bem politizadas e outras banais e sexuais). Neste contexto nasciam diferentes manifestações artísticas de rua: música, dança, poesia e pintura. Os DJ’s Afrika Bambaataa, Kool Herc e Grand Master Flash, GrandWizard Theodore, GrandMixer DST (hoje DXT), Holywood e Pete Jones, entre outros, observaram e participaram destas expressões de rua, e começaram a organizar festas nas quais estas manifestações tinham espaço, assim nasceram as Block Parties. Cada gang, encontra na arte uma forma de canalizar a violência a que viviam submersas, passam a frequentar as festas e dançar break, competir com passos de dança e não mais com armas, essa foi a proposta de Afrika Bambaataa considerado hoje o padrinho da cultura Hip-Hop, o idealizador da junção dos elementos, criador do termo Hip-Hop e por anos e que por muitos anos foi tido como "Master of records" (mestre dos discos), pela sua vasta colecção de discos de vinil. O DJ Hollywood foi um DJ de grande importância para o Hip-Hop, apesar de tocar ritmos mais Pops como a Discoteca, foi o primeiro a introduzir em suas festas MC's que animavam com rimas e frases que deram inicio ao RAP. Os Mc's que animavam as festas passaram a fazer discursos rimados sobre a comunidade, à festa e outros aspectos da vida quotidiana. Taki 183 fez uma revolução em Nova Iorque ao lançar as suas Tags (assinaturas) por toda cidade, sendo noticiado até no New York Times da época. Depois dele vieram: Blade, Zephyr, Seen, Dondi, Futura 2000, Lady Pink, Phase 2, entre outros. Em 12 de Novembro de 1973 foi criada a primeira organização que tinha nos seus interesses o Hip Hop, cuja sede estava situada no bairro do Bronx. A Zulu Nation tem como objectivo acabar com os vários problemas dos jovens dos subúrbios, especialmente com o problema da violência. Começaram a organizar “batalhas” não violentas entre gangs com um objectivo pacificador. As batalhas consistiam em competição artística. Nascia assim o Hip-hop, aglutinando os 4 elementos básicos: 1 - DJ Para o Hip-hop, tudo começou com um DJ. Foi Kool Herc que pensou na utilização de dois toca-discos repetindo o mesmo trecho, que chamamos de breakbeat (batida) de um vinil. Deste modo, o DJ poderia aumentar e controlar o tempo da música o quanto quisesse. No início o DJ era o responsável por estas incitações: ele falava, ele fazia com que o povo se movimentasse. Com o tempo a coisa foi crescendo, as frases foram ganhando corpo e novas foram sendo criadas. Frases essas que se transformaram em estrofes e depois em letras mais elaboradas. O teor era sempre o de animação, de alegria, uma alegria diria até inocente. E os responsáveis pela composição (o MC) ganhavam mais espaço e iam conquistando o seu espaço ao lado do DJ. A evolução do DJ levou ao surgimento de vários sub-géneros dentro do elemento DJ. No princípio, a evolução foi aquilo que se podia fazer directamente com o toca-discos. Foram surgindo técnicas que sempre inovavam e revolucionavam. O scratch, os truques com o corpo, o transforming, o beat juggling. Com o crescimento da música Rap, grupos são formados e o DJ está presente como a pessoa responsável pela base musical sobre a qual o MC/Rapper vai mostrar suas rimas. Como os músicos, os DJs também têm diversas actividades e papéis. 2 – Break Up Rocking – criado entre 1967 e 1969 pelos dançarinos Rubber Band e Apache (idealizadores da crew Dynasty Rockers), no bairro do Brooklyn (NY). Este estilo consistia na simulação de uma luta. Extinto no início dos anos 70, alguns de seus passos reaparecem junto as coreografias dos b. boys do bairro do Bronx (NY). Cabe lembrar que o dançarino de up rocking era denominado de rocker. Locking – criado por Don Campbellock no final dos anos 60, em Los Angeles. Pode-se dizer que este estilo fora inventado acidentalmente pelo facto de Campbellock nunca ter conseguido interpretar correctamente os passos do funk chicken (estilo popularizado por James Brown em suas apresentações). É importante lembrar que o dançarino de locking é denominado de locker. Popping – criado por Boogaloo Sam, natural de Fresno (Califórnia). Num sincronismo de braços e pernas, o popping estiliza o pipocar (pipocas estalando) de movimentos. Boogaloo Sam também fora o criador do estilo boogaloo style em meados da década de 70 e o passo denominado de backslide, usurpado por Michael Jackson e popularizado com o nome de moonwalk. Vale ressaltar que o dançarino de popping é identificado pelo nome popper. Breaking (B. Boying ou B. Girling) – ao contrário do nome break dance, popularizado erradamente pelos media americana, este estilo não apresenta o nome original do seu criador. Contudo ele fora adoptado e desenvolvido pelos garotos do bairro do Bronx (NY) entre 1975 e 1976 nas block parties (festas de rua) ao som dos ritmos latinos, soul, funk e jazz. O facto curioso sobre o nascimento deste estilo, é que ele fora desenvolvido pelos adolescentes da época, que por não conseguirem imitar correctamente os seus irmãos mais velhos e os seus pais, que dançavam embalados pelo soul, acidentalmente acabaram criando um estilo mais radical, incorporando inclusive na sua coreografia, movimentos que iam desde mímicas e acrobacias olímpicas, até a estilização de capoeira e catares de lutas marciais. O termo break foi adicionado a sua identificação, devido a predilecção destes jovens pelo momento instrumental oferecido pelos discos (break beat), aonde faziam das pistas das festas o seu palco principal. Ficaram então conhecidos como break boys ou b. boys. Já o termo atribuído às mulheres é b. girl. Entre tantos gangs de breakin’ pode-se destacar a Rock Steady Crew com uma das mais populares em todo o mundo. Em Portugal, estes estilos de dança chegaram em 1983 através dos media e por isso, todos vieram centrifugados no formato break dance. Não fazemos uma grande distinção entre o que é locking, popping ou breaking. Então, todos os dançarinos são, geralmente, identificados de um modo sinónimo pelos nomes breakers, dançarinos de break ou b. boys. 3 - MC (master of cerimonies) MC - O “rimador”. O MC tem a preocupação de representar sempre a Cultura Hip-hop. Porta-voz que relata, através de articulações de rimas, os problemas, carências e experiências em geral dos guetos. Não só descreve, mas também, lança mensagens de alerta e orientação. Com o crescimento do RAP e o distanciamento da Cultura Hip-hop, o MC passou a chamar-se Rapper. Rapper – Pessoa que canta/faz Rap. Hoje o rapper está bastante distante da figura do MC que buscava o entretenimento, a diversão e a energia positiva. Hoje o Rapper está vinculado a luxúria, ostentação de propriedade, violência e drogas, principalmente nos EUA. Em Portugal, os envolvidos no Rap ainda “representam” nas suas comunidades de origem. 4 – Arte dos graffiti "Expressão plástica", "pinturas" geralmente feitas com latas de Spray. Em muros, escolas, estações de metro, etc. Sendo considerado por muitos uma forma de arte, diferente do "picho", que têm outra função de apenas deixar a sua marca, diferente do graffiti, que é usado por muitos como forma de expressão e denúncia. Nada será feito sem a interacção dos 4 elementos do Hip-Hop. O RAP não será Rap se não houver graffiti, o DJ não será DJ (de Hip-Hop) senão houver B.Boys dançando, e assim por diante segue toda a cultura, senão o Hip-Hop não é Hip-Hop, e sim RAP, Graffiti, DJ e B.Boy. Habilidades Motoras Ginástica aeróbica: Durante uma aula de Ginástica Aeróbica realizada num estilo coreografado, dá-se uma combinação não só de novos movimentos mas também de movimentos já realizados e padronizados em aulas anteriores – movimentos padrão. Essa identificação pode passar não só pela sua execução mas também pelo nome usualmente utilizado para esse movimento. Assim, é fundamental que um instrutor utilize um conjunto de nomes e termos conhecidos pelos seus alunos, para executar cada um desses movimentos padrão, criando desta forma uma linguagem com base em informações verbais o que facilita extremamente a condução da aula. Alguns destes tipos de movimentos derivam de outro tipo de actividades, principalmente os movimentos característicos de algumas formas de dança. Todos os movimentos realizados com as pernas derivam de 3 famílias. Assim, de acordo com a sucessão ou alternância de apoios e toques ou elevações, podemos determinar a família a que corresponde esse passo ou movimento: Família da Marcha – transfere a base de apoio do nosso corpo da direita para a esquerda e assim sucessivamente em cada batida da música e sem a existência de toques (ex: marcha). Família das Alternâncias – têm a característica de mudar a perna de liderança da direita para a esquerda e viceversa. Diferem entre si pelo tempo em que os apoios e os toques ou as elevações são realizados (ex. grapevine). Família dos Neutros – sem toques durante o movimento, os apoios são realizados com o peso equilibrado em ambas as pernas (ex: polichinelo). Direcção e deslocamentos Através dos vários movimentos utilizados numa aula podem surgir deslocamentos a partir de um ponto inicial (ponto estacionário). Estes deslocamentos são responsáveis pelas várias direcções possíveis de realizar, dando à aula muito mais alegria e motivação. Sequencias coreográficas Uma coreografia é um conjunto de passos básicos, que uma vez aprendidos e automatizados pelos alunos através da sua gradual conjugação, são agrupados independentemente, ao qual chamamos sequências coreográficas. Um bloco é constituído por 32 tempos e, como tal, composto por 4 frases de 8 tempos. As sequências coreográficas são caracterizadas pelo seu tipo de liderança, isto é, de acordo com a perna que inicia a primeira habilidade motora de cada sequência, ela pode ser considerada de liderança direita (LD) ou de liderança esquerda (LE). Podem ainda ser classificadas de liderança simples (LS) ou de liderança alternada (LA), consoante o número de passos de liderança alternada que esta contém. Capacidade de Liderança Entende-se por Instrução as informações sobre a realização dos exercícios e suas técnicas, as mudanças de movimentos e direcções. A Comunicação baseia-se na interacção com os alunos e permite criar uma relação e sintonia extremamente importantes que motiva os alunos durante as nossas aulas. A Representação pode ser Correspondente ou Espelhada dependentemente da forma escolhida para ensinar uma sequência pretendida. Na representação Correspondente, o professor e os alunos estão todos virados para a mesma direcção e a perna de liderança do professor corresponde à perna de liderança dos alunos. Na representação Espelhada, o professor lecciona de frente para os alunos e a sua perna de liderança é a perna contrária à perna dos alunos. Desta forma cria-se um contacto visual mais directo com os alunos e por isso uma maior empatia, alem de permitir que os alunos ouçam melhor a informação que o professor transmite. Ginástica localizada: Actualmente a Ginástica Localizada tem a sua base na musculação. Vários factores, tais como os cinesiológicos, os anatómicos e os de melhoria de performance são comuns nestas duas actividades, o que aumenta a correlação entre elas. Força inferior: Adutores: Glúteos e isquio-tibiais: Quadricípites e ísquio-tibiais: Força média anterior: Abdominais oblíquos: Abdominais inferiores: Abdominais rectos: Força média posterior: Dorsais e lombares: Força superior: Tricipite: Peitorais: Peitorais, bicípite e deltóide: Hip-hop: Actualmente o break dance faz uma mixagem de várias formas sobre este mesmo estilo de dança. Mas em cada passo, o que importa é o estilo e a atitude do dançarino. Existe técnica, rigidez na forma de passos, mas total liberdade na execução dos movimentos, por exemplo, é necessário parar o braço numa determinada posição mas, não existe um jeito único de se chegar a esse fim, como no ballet. No break dance cada um pode criar o movimento até atingir essa posição. Existe a valorização da criação individual, desde que, é claro, que a pessoa invente sem sair fora do ritmo, como, aliás, se exige em qualquer outra dança.