Uma “Capela Dourada” e outra por dourar”: o caso das Ordens Terceiras do Recife e da Paraíba Internamente, a igreja adotou a disposição em “U”, definida por grade de isolamento tanto dos seis altares laterais distribuídos três a três, como da capela-mor situada no leste litúrgico, sendo flanqueada por vias sacras de acesso à sacristia, localizada na parte posterior do altar-mor. Em sentido horário para quem entra na igreja foram dispostos os altares de Santa Clara, São Ivo Doutor, e Nossa Senhora (do lado do Evangelho), e Santo Antônio, Santa Isabel Rainha de Portugal e São Luís Rei de França (do lado da Epístola), havendo ainda dois púlpitos, seis tribunas laterais, e o coro alto situado na extremidade da nave, oposta à capela-mor. A decoração interna da igreja foi sendo complementada no decorrer do século XIX: em 1816, o mestre Alexandre Felipe da Silva talhou dois altares cuja pintura e douramento só foram executados em 1826, pelo mestre João Vicente, também contratado para “pintar e dourar os quatro altares colaterais, oito tribunas com suas sanefas, dois púlpitos”. 44 Entre os anos de 1830 e 1831, foi feito o douramento do coro pelo pintor João Baptista Correia. 45 Manoel da Silva Amorim “o maior artista na sua especialidade” na época, talhou as imagens de Santa Clara e de São Luiz, em 1836, e mais dois anjos para os altares, em 1867 46. O consistório de honra e o cemitério constituíram outras instalações dos terceiros na área cedida pelos frades menores, ao sul do convento. A primeira, situada no pavimento superior, na ala leste do claustro, sediava as reuniões oficiais da Ordem, enquanto que a segunda, localizada a oeste da capela, se destinava ao depósito dos ossos dos irmãos terceiros, tradicionalmente um dos espaços mais concorridos pela irmandade por representar o último acolhimento a todos os membros que, em vida, trabalharam pela causa franciscana. Ficava assim constituído o imponente conjunto edificado dos terceiros, que cresceu gravitando em torno da “capela dourada”, ícone da irmandade do Recife e, provavelmente, modelo para o que será executado na vizinha cidade da Paraíba, como relatado a seguir. ���������������� PIO, 1938: 36. ���������������� PIO, 1938: 41. ���������������� PIO: 1938: 39. 321