ResponsabilidadeSocial Social O Milagre de Cristais F OTOS DEC.T As obras empreendidas por FURNAS vêm recuperando a igreja interna e externamente Às margens do reservatório de Furnas, na região do Campo das Vertentes de Minas Gerais, o município de Cristais acompanha com atenção e emoção o ressurgimento de sua tradicional e histórica capela de Nossa Senhora da Ajuda, hoje Igreja Matriz de Nossa Senhora da Ajuda do Rio Grande dos Cristais, graças à participação de FURNAS. A capela, cuja estrutura estava seriamente comprometida e que corria risco de desabamento, é das mais antigas de toda a região e considerada a primeira edificação local. Há controvérsias sobre a sua antigüidade, mas, segundo a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, a 12 • maio 2004 • Linha Direta nº 308 data mais provável é aquela encontrada em uma pia batismal, em cujo pedestal está gravada a data de 1806, quase há 200 anos, portanto. Relatórios das visitas pastorais realizadas na região indicam que, ainda em 1825, meros três anos após a Independência brasileira, haviam sido ali crismadas 1.937 pessoas e que outras 1.200 haviam se confessado. Naquela época, a edificação não possuía qualquer ornamento, sendo composta apenas pela capela-mór: o povo ficava em uma espécie de alpendre durante o culto. Com o crescimento do povoado, foi decidido, ainda em 1825, que seriam feitas obras de ampliação da capelinha, tanto em seu comprimento quanto na largura e que os ornatos e alfaias seriam providenciados. Além disto, “os santos óleos deveriam ser de prata e as toalhas dos altares de puro linho”. Era acertado o período de um ano para as obras, que deveriam contemplar também “a colocação de cercas protetoras”. A capela reveste-se de importância por ser um marco indelével da ocupação da região e não só pelo acervo de obras de arte, como aquelas encontradas na região do ouro mineiro. E como tal, recebeu a atenção de FURNAS, que vem ali investindo na recuperação estrutural, troca do madeirame do telhado, colocação de piso e acabamentos. Entretanto, mesmo desprovida de obras dos grandes mestres, a igreja tem detalhes arquitetônicos que a fazem única no panorama do patrimônio cultural brasileiro. Ela não possui uma torre normal, mas sim um campanário que fica ao lado da nave principal, o que a faz merecedora da atenção de arquitetos e historiadores. Foi este interesse que motivou a movimentação de forças culturais mineiras no sentido de salvar a capela de sua ruína. Ruína, aliás, que vinha de longe. Em 1853, um relatório afirmava que a construção estava arruinada e necessitava de ornamentos, além de constatar que nenhum auxílio público fora concedido para reverter a situação, para a qual eram necessários 1.400$rs, dinheiro que seria suficiente para reformar as três igrejas existentes na região de Cristais. Um Patrimônio Único O Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Minas, já em 1988, temia pelo futuro da histórica construção, dez anos após uma pequena reforma feita pela própria comunidade e sem auxílio de restauradores e peritos. O que mais preocupava os técnicos e a própria comunidade de Cristais era o lamentável estado em que se encontravam os altares de madeira entalhada, ainda com pinturas originais, e os belíssimos painéis da Via Sacra, em tecido, com gravuras em traços orientais. Outros detalhes importantes, ainda segundo o mesmo relatório, eram “as tradicionais varandas que circundam o templo, o velho campanário ao lado, com seus sinos centenários, importados da Inglaterra”. Além destes detalhes, chamavam a atenção as “belas imagens que compõem o acervo como a imagem da Padroeira Nossa Senhora das Dores e do Senhor Morto, todas em tamanho natural e esculpidas por artistas mineiros”. Em 2001, todo este acervo corria o risco de simplesmente desaparecer. Foi quando se uniram as forças da comunidade, ajudadas pela Secretaria de Estado da Cultura de Minas, que lançaram um apelo em prol da salvação da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Ajuda do Rio Grande dos Cristais. Tal apelo encontrou em FURNAS, através do Escritório de Belo Horizonte, o eco necessário e as obras hoje se encontram em adiantado estado de restauração, com o decidido apoio da Presidência e da Diretoria da Empresa. O empenho de FURNAS neste caso é reflexo de um intenso trabalho de parceria com as comunidades existentes onde quer que a Empresa atue. Em Minas, há outros exemplos desta vitoriosa parceria com o governo mineiro e com as comunidades envolvidas, como o Casarão dos Quatro Cantos, histórica construção do século XVIII na cidade de Tiradentes. Ou o Solar da Baronesa de Santa Luzia, na cidade do mesmo nome. Ou ainda a Casa de Cultura de Conceição do Mato Dentro, em meio ao histórico Caminho Real. Em comum, estas obras são patrimônio, não apenas das cidades onde se localizam, mas do Brasil. E esta é uma responsabilidade abraçada com entusiasmo por FURNAS: lutar pelo futuro e zelar pelo passado da nação. Estão envolvidos na obra, os departamentos de Engenharia Civil (DEC.T, projeto de arquitetura e estrutura), o de Engenharia Mecânica (DEM.T, projeto de instalações hidrosanitárias, elétricas e iluminação) e o de Construção Geração Corumbá (DGB.T, fiscalização da obra). Linha Direta nº 308 • maio 2004 • 13