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Curso de Letras
Titulo:
A Literatura Afro-Brasileira Infanto-Juvenil No Ensino Básico: Diversidade E Identidade
Autor(es): Angela Maria Thereza Lopes, Marina de Souza Mello Silva e Andreia
Travisco
[email protected]
UNESA
Resumo:
O projeto objetiva aprofundar o estudo da Literatura Afro-Brasileira Infanto-Juvenil, que hoje se constitui em conteúdo obrigatório nas
escolas públicas e particulares no ensino básico, e se propõe a munir os alunos, futuros professores do curso de Letras de material teóricoprático, para despertar e desenvolver nas crianças e adolescentes o interesse pelos estudos da história e cultura africanas no contexto
brasileiro, através dos textos literários afro-brasileiros, reconhecendo nessas produções a diversidade que caracteriza a identidade da nação
brasileira, ou seja, como somos e quem somos. Nossa pesquisa tem como foco criar um suporte teórico sobre a história, a cultura e a
literatura africana e afro-brasileira para uso do professor do ensino básico, bem como analisar as produções literárias infanto-juvenis,
selecionadas. A bibliografia consiste, essencialmente, de textos ficcionais de literatura infanto-juvenil, de textos teóricos sobre a estrutura da
narração, da construção de personagens e sobre história e cultura da África, bem como teorias que tentam preservar a exclusão do negro no
Brasil. A apresentação deste trabalho busca transmitir algumas ideias desenvolvidas nesta pesquisa pela análise do livro "África: explicada
aos meus filhos", de Alberto da Costa e Silva, que trata de diversos fatos histórico-culturais pouco conhecidos; apresentação de um conto
africano ou afro-brasileiro articulado às teorias culturais e literárias. Pretende-se também contribuir para modificar uma situação que,
historicamente, demonstra a dificuldade ou a falta de preparo teórico para se lidar com a temática do preconceito e da discriminação racial
e/ou social nas escolas. É possível, no entanto, tratar da questão étnica na literatura, através de canções, lendas, contos, casos, ditados e
fábulas e é através da literatura que se pode provocar uma visão crítica dos valores que perpassam nesses textos, a denúncia e as
reivindicações de grupos diversos. A Lei N° 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que altera o artigo 26-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional torna obrigatório o ensino da História e da Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio das redes
oficiais e particulares, incluindo o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro
na formação da sociedade nacional; resgatando dessa forma a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política brasileira.
Esses conteúdos poderão ser ministrados nas áreas de Educação Artística, de Literatura e História Brasileiras. Com as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana propõem-se caminhos
para a correção das injustiças sociais, das discriminações raciais, resgatando a identidade histórica dos afrodescendentes, tendo em vista
que no embate racial no nosso país, os brancos sempre estiveram numa posição privilegiada. Valorizando e respeitando a diversidade da
cultura da nação brasileira, é possível desconstruir o mito da democracia racial, que ignora e desmente o preconceito racial, valendo-se da
premissa de que há igualdade para todos, assim como reforça a existência do mito da cordialidade que caracteriza o povo brasileiro e que
por isso encoberta pelo nosso temperamento amistoso as injustiças e as desigualdades. Esta pesquisa pretende por meio da educação, e no
caso específico, pela leitura e análise de textos ficcionais e teóricos transformar valores já cristalizados, bem como hábitos e
comportamentos para construir o respeito à pluralidade cultural e étnica do nosso país e contribuir para a preservação dos direitos de todos
e de cada um, independente da etnia, voltando-se para o desenvolvimento do cidadão.
III Seminario de Pesquisa da Estácio
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