/r.epensadores/ Pio Borges Marcelo Coutinho IBOPE INTELIGÊNCIA Maurício Palermo TERRA Patrícia Pflaeging GOOGLE Otavio Dias R.EPENSE Luna Gutierres R.EPENSE André Passamani, Eduardo Camargo e Kazi Enor Paiano Marcelo Lobianco Gil Giardelli Gilson Schwartz Leandro Cruz de Paula Marco Antonio Almeida Elvin Rocha SP/ 11 3097 3300/ repensecomunicacao.com.br RJ/ 21 2540 6020/ Clientes r.epense: Action Aid, Banco Itaú, Bob’s, Boehringer, Cultura Inglesa, Cremer, Editora Campus-Elsevier, Electrolux, Estácio Participações, Fundação Abrinq, Fundação Dom Cabral (FDC), Fundo Cristão para Crianças, Grupo Multiplan, HSM, Microsoft, Nasha Cosméticos (Phytoervas), Oi, Onduline, Organon, Unimed RJ, WWF-Brasil e Xuxa Produções ASSOCIADA À THENETWORKONE, REDE INTERNACIONAL DE AGÊNCIAS INDEPENDENTES R.EPENSE Olavo Ferreira TV COLMÉIA UOL IG PERMISSION USP MSN/MICROSOFT R.EPENSE ENGAGE YAHOO! BRASIL R.EPENSADORES: uma rede de parceiros cada vez mais completa e diferenciada. A R.EPENSE acredita no trabalho colaborativo para impulsionar negócios e, principalmente, INOVAÇÃO. Confira abaixo o nosso pool de parceiros nas diferentes arenas de comunicação. André Passamani, Eduardo Camargo e Kazi, TV Colméia, Nerdfotainment: Nerd está na moda Elvin Rocha, Engage, O database marketing on-line Enor Paiano, UOL, Mídia no mundo da lua Gil Giardelli, Permission, Web o quê? Humanidade 4.0? Patrícia Lago, BL Productions, CONTEÚDO E MODA Gilson Schwartz, USP / Cidade do Conhecimento 2.0, Do YouTube ao U2B: branding knowledge Ary Peres, Tero Design, DESIGN, ARQUITETURA E SUSTENTABILIDADE Leandro Cruz de Paula, MSN/Microsoft, Turma do Funil Julia Petit, Menina Produtora, CONTEÚDO E MÚSICA Marcelo Coutinho, IBOPE Inteligência, O R.MIX da propaganda Nany Lopes Aliaga Bilate, Behavior, COMPORTAMENTO E ESTRATÉGIA Marcelo Lobianco, IG, Repense o todo Alexandre Le Voci Sayad, Educomunicação, COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E PARTICIPAÇÃO Maurício Palermo, Terra, oportunidade para o anunciante Denise Gomes, Be Bossa Nova Filmes, CONTEÚDO E ENTRETENIMENTO Olavo Ferreira, Yahoo! Brasil, O poder de influência do consumidor Ana Carla Fonseca, Garimpo de Soluções, ECONOMIA CRIATIVA Patricia Pflaeging, Google, Colaboração na Web funciona A R.EPENSE é uma agência de comunicação que nasceu com o propósito de estar 100% SINTONIZADA com o futuro da comunicação. E não há como pensarmos em FUTURO sem estudarmos e nos envolvermos profundamente com o impacto que os MEIOS DIGITAIS trouxeram para a vida das pessoas, pois em qualquer categoria de negócio (sem exceção!), as novidades tecnológicas influenciarão cada vez mais a forma como as marcas se relacionam com seus diferentes stakeholders. Temos convicção de que nos próximos anos as diversas frentes do universo digital, como os sites e hotsites (que continuam crescendo e se sofisticando a passos largos), a Mídia On-line (muito além do banner), o E-Mail Marketing, o Marketing Viral, as Redes Sociais, o Search Engine Marketing (que em alguns países já chega a representar mais de 50% dos investimentos na Internet), os Sites de Vídeos, o Mobile Marketing e a TV Interativa, ganharão espaço cada vez mais relevante nos planos e verbas de comunicação das grandes corporações. E a R.EPENSE, junto com cada um dos parceiros aqui apresentados, DESEJA FAZER PARTE DESTE FUTURO. Este encarte foi conseqüência de um ciclo de palestras realizado com todos estes parceiros para 100% da nossa equipe interna, pois no pensamento estratégico da R.EPENSE, não acreditamos numa “área digital” dentro da agência, mas num pensamento digital integrado e permeado por toda a nossa estrutura. Aqui você conhecerá o ponto de vista de empresas e profissionais que fazem parte da história da Internet no Brasil e estão acompanhando estas transformações muito de perto. Estamos orgulhosos em termos viabilizado a reunião de um grupo tão ilustre e desejamos que a leitura destes artigos traga muita inspiração para você e para a marca que representa. Otavio Dias, idealizador e Presidente da R.EPENSE. Para r.epensar a comunicação de sua empresa, ligue para a R.EPENSE e agende uma reunião com os nossos sócios. Em São Paulo, fale com Otavio Dias (011 3097 3300). No Rio de Janeiro, fale com Pio Borges (021 2540 6020). /O impacto da mudança/ “O controle do que interessa ao consumidor se transfere cada vez mais... para o consumidor!” /PIO BORGES/ O que considero mais impactante numa mudança é se constatar na prática que a mudança não fez qualquer diferença para as pessoas envolvidas. E foi isto o que ocorreu em São Paulo após a implantação do projeto Cidade Limpa. A não ser pelas empresas atuantes na área, a eliminação de outdoors em nada afetou o público a que era direcionado. Ao contrário do que se podia supor, não houve quem se queixasse da ausência da propaganda nas ruas. Ocorreu a completa ausência do “clamor público”, numa época em que o clamor público – efetivo ou não – se tornou muito mais intenso via seções de cartas dos leitores dos jornais e revistas e muito mais ainda nos diversos sites e blogs que devem a sua existência à divulgação das opiniões de milhares de pessoas todos os dias. São Paulo levou a mídia exterior à saturação com apoio da tecnologia. Ocorreu a evolução dos cartazes bidimensionais para outdoors tridimensionais e daí para os painéis eletrônicos capazes de apresentar milhares de mensagens. E a cidade, sem pedir licença adquiriu uma nova face, que hoje reconhecemos como desagradável. A mídia exterior foi a primeira forma de fazer propaganda como a entendemos hoje. Da evolução da mídia exterior foram criadas as demais mídias sempre /Saiba mais sobre pio borges/ Tem o seu nome no hall da fama da Associação Brasileira de Marketing Direto desde 1994. Foi fundador e presidiu a ABEMD por dois mandatos de três anos. Passou pela JWT, Reader´s Digest, Diners Club, Ogilvy & Mather Direct – hoje Ogilvy One – Draft e PB Comunicação Dirigida. É autor de várias obras sobre marketing direto, professor e conferencista no País e no Exterior. Atualmente, é Conselheiro e Consultor Estratégico da R.EPENSE Comunicação. Nos últimos 10 anos, tem-se dedicado a desenvolver projetos de Fundraising para entidades do terceiro setor que atuam no Brasil. Há mais de 15 anos é chairman, no Brasil, do Prêmio John Caples de Criatividade em Marketing Direto. Foi coordenador do Prêmio Echo da DMA, tendo recebido um Echo Award de Ouro por sua atuação. Quando perguntado sobre sua carreira, costuma dizer: “Jamais vivi um momento tão estimulante como este. A vida inteira propus mudanças na forma e no conteúdo da comunicação, e na maioria delas deu muito certo. Na R.EPENSE, as mudanças são parte do DNA da agência, ou seja, estou no paraíso, cercado de anjos bons e criativos.” /004/ para chegar com mais eficiência ao público. Gosto sempre de me referir a um baixo relevo numa calçada da cidade de Éfeso, hoje na Turquia, no sexto século antes de Cristo, que me surpreendeu numa visita como turista. Este baixo relevo está numa calçada que ligava o porto ao centro da cidade. No baixo relevo Theodora, proprietária de um famoso bordel, anunciava a sua atividade, uma mão com cinco dedos indicava as especialidades disponíveis e a direção a ser tomada pelos possíveis clientes. Aparentemente ela teve sucesso. Tivesse Theodora e seus sucessores permanecido com o negócio de sexo, hoje se fosse buscada no Google, em 0,04 segundos estaria entre aproximadamente 710.000.000 de indicações. Theodora atingiria muito mais prospects, mas teria de ser muito mais criativa para ter sucesso. Este exercício que fiz unindo “a mais antiga mídia exterior” com as infinitas possibilidades do Google tem relação com a pergunta que freqüentemente me é feita. Para onde foram os reais anteriormente investidos na mídia exterior em São Paulo. A pesquisa do projeto Inter-meios de março de 2008 revela que os valores a ela relacionados caíram de 2006 para 2007 cerca de R$ 100 milhões e que a Internet cresceu perto de R$ 200 milhões. Mas muitas outras mídias também cresceram entre 2006 e 2007 e de uma forma mais abrangente – embora São Paulo seja a potência que é, a mídia exterior continua a existir ainda no país como um todo. Mas, prevejo que estamos diante de um decréscimo anual bastante intenso doravante. Como professor da ESPM tenho o privilégio de conviver ano após ano com o novo mercado ainda saindo das fraldas. Em busca de trabalhos, os jovens estão hoje no mesmo “frame of mind” de uma profissional norte-americana, Alexia Quadrani, revelado em sua participação na Conferência de Mídia da Associação Americana de Agências de Publicidade, em março de 2008. Alexia, diretora de marketing da Bear Stearns, que na ocasião vivia o drama de ver o seu próprio negócio como banco centenário de investimento ir para o vinagre disse que outros investidores deviam estar muito preocupados: eram os acionistas de agências de publicidade confrontados com o que ela chama de “Google Panic”. O que ficou claro para os investidores é que a cada novo dia o controle do que interessa ao consumidor se transfere cada vez mais... para o consumidor! Este controle é alguns milhões de vezes por dia exercido junto ao Google, ao Yahoo, e a centenas de outros mecanismos de busca em todo o mundo. Numa indicação tão evidente quanto os analistas possam ver de como irá evoluir não só a mídia exterior – a primeira vítima – mas todo o negócio de convencer pessoas a se tornarem consumidoras. Vilfredo Pareto, o matemático italiano nascido na França em 1848 e morto em 1923, além de pai da lei de Pareto do 20/80, em que o mundo concordou que em qualquer negócio 80% dos lucros vêm de 20% dos clientes, chegou também a outras conclusões com seu inegável talento matemático. Pareto dividia o mundo nos speculateurs e renteurs, dentre os que investiam e arriscavam-se a perder ou a ganhar e os que conviviam com os empreendedores, a grande massa. Pareto dizia que os primeiros eram 10% da humanidade. Mas todos os avanços – para o bem ou para o mal – eram devidos a eles. Cerca de três décadas após a sua morte um escritor e militar norte-americano da Segunda Guerra Mundial S. L. A. Marshall conduziu uma pesquisa e a publicou com o título Men Against Fire que teve há poucos anos uma republicação pela editora da Universidade de Massachusetts. Marshall concluiu que somente um terço dos soldados mortos em combate tinham indícios de terem disparado as suas armas. Marshall também conclui que os comandantes mais bem-sucedidos eram os que inspiravam os seus combatentes a atirarem mais. Mais uma vez na sua pesquisa, a minoria dos que ousavam é que possibilitava o sucesso e a vitória. E ao ler este artigo tenho uma evidência de que você, leitor, está no time dos speculateurs e que se verá “forçado” a tomar decisões de risco para obter sucesso e vitória neste novo cenário em mutação. Resta saber ou receber a inspiração para agir diante do mundo da comunicação de marketing que determinou já em São Paulo o começo do fim da mídia exterior. Não se trata da decisão de um prefeito de alterar numa penada toda uma forma de fazer comunicação eficiente para milhares de pessoas. Mas de estar diante de mudanças na forma de comunicação de massa para milhões de pessoas iniciada pela eliminação da mídia exterior por força de novas leis na cidade de São Paulo. Da comunicação direta e indiscutível da Theodora há hoje mais de 700 milhões sobre o mesmo tema disponíveis em três cliques na Internet. Será preciso ser mais preciso, determinar com muito mais precisão qual é o cliente que precisa de fato dos produtos e serviços que você tem. Portanto é preciso saber, hoje, que o “Google Panic” não é apenas um nome assustador para fazer os publicitários donos de agências deixarem o negócio enquanto ainda puderem. Na verdade há no “Google Panic” muito mais food for thought. Um exemplo que junta mais gasolina a esta fogueira: há pouco mais de um ano uma grande agência com cerca de 10.000 funcionários no mundo, mais de 60 anos de atividade, foi vendida a uma holding de comunicações por um valor inferior ao pago pelos investidores do Google aos inventores do YouTube. O YouTube ainda não tinha três anos de existência, tinha menos de 50 funcionários e um lucro menor do que o obtido numa boa loja franqueada de fast food. A diferença entre o valor pago não está nem no passado, nem no presente, mas no futuro dos negócios. No presente, único lugar em que todos estamos, o tempo todo é preciso gerar riqueza de um negócio ancorado em fundo de lama, em que os ferros ficam tão profundamente encravados que para soltá-los a melhor solução seria já cortar as amarras e deixá-los de vez no fundo. E que âncoras são estas na comunicação? Os formatos de remuneração, a automação na escolha das mídias (coisas como “não há o que supere um comercial na novela das oito”), as certezas quanto ao comportamento dos consumidores baseadas unicamente no que se vê pelo espelho retrovisor, o desconhecimento do novo poder das comunidades de informação compartilhada do tipo Orkut, da forma de agir e interagir de todos os jovens promitentes consumidores do mundo inteiro. A melhor recomendação para você leitor e leitora é que preste toda a atenção ao que até agora não era tão digno de atenção. A questão ambiental é um destes temas, mas ambiente é todo o meio em que vivemos, é o nosso habitat pessoal, profissional, nacional, regional, mundial. Pense e repense no que estará fazendo até o fim do ano, mas comece com o que deva fazer até o fim do dia de hoje. É mais rápido e reconfortante... E a vantagem é já começar amanhã com uma parte da tarefa de mudar para melhor já feita. E você poder mudar sem sentir tanto a diferença entre o que faz hoje com o que você fará amanhã. /005/ /O R.Mix da Propaganda/ “A Web 2.0 está reconfigurando a Internet como um espaço de comunicação: agora são muitos que falam com muitos.” /MARCELO COUTINHO /IBOPE/ No início da sua popularização, em meados dos anos 90, a Internet seguia um modelo “broadcast” tradicional, onde um falava com muitos: através dos portais ou via websites próprios as empresas procuravam atingir o consumidor com uma extensão das suas práticas tradicionais de comunicação adaptadas para o meio digital. Nos últimos anos, o desenvolvimento de novas tecnologias de software e a popularização da banda larga permitiram a consolidação de novos formatos de comunicação e relacionamento na Internet. Blogs, sites de comunidades e sites de conteúdo colaborativo como os wikis (dos quais o mais popular é a Wikipédia), são o exemplo mais conhecido deste fenômeno. Esse conjunto de tecnologias recebeu o nome de Web 2.0 e, de acordo com o IBOPE/ NetRatings, o Brasil lidera em termos proporcionais /Saiba mais sobre marcelo coutinho/ Marcelo Coutinho é diretor de Análise de Mercado do IBOPE Inteligência e professor da Fundação Getulio Vargas. Foi diretor executivo do IBOPE Inteligência, diretor de Marketing e Serviços de Análise para América Latina do IBOPE/NetRatings, pesquisador visitante no Grupo de Tecnologia da Informação da Universidade Harvard, diretor de Pesquisa do Zoom Media Group (EUA), gerente de Marketing e editor assistente de Economia Internacional da Agência Estado. Marcelo é Doutor em Sociologia (USP), Bacharel em Publicidade (USP) e Bacharel em Administração (FGV). Publicou dezenas de artigos sobre marketing e Internet, além de entrevistas sobre globalização com o Dalai Lama do Tibet e Noam Chomsky, e relatos de trekkings pela India, Nepal, Marrocos e Paquistão /006/ a utilização das mesmas, quando consideramos somente o acesso domiciliar: 78% dos internautas visitam/utilizam este tipo de site, contra 59% na Espanha e 57% nos EUA, por exemplo. A Web 2.0 está reconfigurando a Internet como um espaço de comunicação: agora são muitos (consumidores) que falam com muitos (outros consumidores). Além disso, outros dados do IBOPE indicam que os brasileiros lideram a utilização da Internet no domicílio, com uma média mensal (março) de 23 horas e 51 minutos, superando EUA, Japão e países europeus. E uma pesquisa nacional feita pelo Comitê Gestor da Internet (disponível em www.nic.br) mostra que o acesso, antes concentrado nas classes A e B, já chegou à classe C: cerca de 40% dos seus integrantes acessam a Web, sendo que deste total 48% o fazem diariamente. Toda essa atividade acaba por influenciar a maneira pela qual as pessoas se relacionam com as marcas. A comunicação publicitária é, no fundo, uma informação sobre um produto ou serviço. Sendo uma informação, ela também pode ser “digitalizada”, assim como notícias, músicas ou programas de televisão. Dessa forma, transformada em zeros e uns, pode ser alterada, remixada ou mesmo recriada por consumidores com alto envolvimento emocional – negativo ou positivo – com uma determinada marca. A comunicação de massa requer uma série de agentes para sua produção – veículos, p esquisas sobre consumidores, empresas para produzir conteúdo para rádio, televisão, meios impressos etc. Como os custos de coordenação deste processo são razoavelmente elevados, as agências de publicidade surgiram como a solução economicamente mais ef iciente para desenvolver a comunicação das empresas. Uma agência “agencia”, ou seja, ela coordena diversos for necedores do sistema de comunicação de massa. Esses for necedores “colab oram” com as empresas at ravés de um complexo sistema de cont ratos e cont roles gerenciais, que tem como elemento regulador o preço de seu serviço. A digitalização reduz estes custos de coordenação e permite o aparecimento de um novo grupo de “comunicadores”: os consumidores que desejam produzir, e fazer circular, suas boas ou más experiências com um marca. Os exemplos são abundantes nos veículos especializados, variando desde gigantescas comunidades e blogs do tipo “Eu odeio a marca tal”, até cases de empresas que deram chance aos seus consumidores de criarem comerciais para suas marcas, alguns veiculados inclusive em veículos de comunicação tradicional. Ao mesmo tempo, a crescente fragmentação da mídia torna mais difícil atingir grandes volumes de consumidores de uma só vez e de forma homogênea. Os planos de mídia ficam mais complexos, mas o retorno de cada ação específica apresenta uma relação custo x benefício decrescente. Esta combinação é preocupante para o modelo de negócio da comunicação de massa tradicional – tanto para os veículos quanto para as agências. Neste modelo, somente as grandes corporações detinham os recursos necessários para elaborar um “discurso” sobre suas marcas. A elaboração e a circulação desta informação exigiam investimentos maciços em criação, produção, pesquisas, compra de mídia etc. A partir do momento em que os consumidores passam a ter a possibilidade de elaborar um “contradiscurso” ou oferecer outras visões sobre a marca, que não aquela desejada pelos departamentos de marketing e agências, o ambiente da comunicação mercadológica tradicional começa a entrar em desequilíbrio. Esse é um fenômeno que já ocorre em países onde o uso da rede superou o limiar de 50% da população (no Brasil, ainda estamos em cerca de 25%) e que vai se agravar na medida em que novos aparelhos de digitalização se tornem mais móveis e mais presentes (o telefone celular). A história da comunicação mostra que raramente o aparecimento de uma nova mídia leva ao fim de outra. Na maior parte das vezes, o que acontece é a combinação de características e conteúdos de diferentes sistemas midiáticos. Talvez esse seja um conceito útil também para repensarmos a comunicação mercadológica. A maneira de criar, divulgar e medir o retorno das ações de publicidade e marketing vai precisar incorporar um novo espaço de comunicação, o das redes sociais digitais, e novos atores: os consumidores que, além de um “target”, também são produtores do discurso sobre as marcas. Somente assim as organizações que fazem parte do setor (departamentos de marketing, agências, veículos, institutos de pesquisa etc) serão capazes de triunfar neste novo “ambiente digital” da comunicação. /007/ “É preciso deixar que a liberdade do anunciante seja a principal mensagem da idéia. Na internet, é a idéia que garante o sucesso de um anúncio.” /Comunicação Digital: oportunidade para o anunciante, espaço para a criatividade/ /Maurício Palermo /Terra/ /Saiba mais sobre maurício palermo/ Diretor Comercial do Terra há quatro anos. Com 28 anos de experiência na área Comercial (Vendas e Marketing), atuou em empresas de internet, televisão e agências de propaganda. Antes do Terra, foi diretor-geral da Táxi Mania e, antes, diretor comercial do IG e do SBT. Já atuou na área de mídia das agências McCann Erikson Publicidade e CBBA, Castelo Branco e Associados Propaganda. Pós-graduado em Marketing, pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM, e graduado em Publicidade e Propaganda, pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP. /008/ Da palavra à imagem, a história da comunicação humana sempre se pautou pelo aprimoramento da expressão, transmissão e compreensão da mensagem entre emissores e receptores. Agora, a mensagem é elevada à categoria de conteúdo, assumindo um importante papel na comunicação digital. E é o receptor que decide como, quando e onde quer ver este conteúdo. Na internet é assim: todos têm a posse do controle remoto, interagindo e participando. A rápida expansão dos serviços de banda larga no país desenvolve cada vez mais a distribuição de conteúdo multimídia. Nesse cenário, o portal Terra tem como foco fornecer um serviço completo, gratuito e de qualidade, unindo texto, imagem e vídeo. No Terra TV, por exemplo, o internauta pode conferir, gratuitamente e on demand, filmes campeões de bilheteria, séries consagradas e desenhos animados de sucesso, além de vídeos com os melhores momentos do esporte e notícias do Brasil e do mundo. Um conteúdo profissional, feito de forma criteriosa e distribuído para o consumidor da maneira que ele quer, oferece espaço para a visibilidade do anunciante que exige associação direta de sua marca com a credibilidade. Esse amplo espaço virtual é uma oportunidade inegável para a publicidade, pois aproveita o momento em que o internauta está de olho na tela, vendo aquilo que ele quer. Outra vantagem da internet para a publicidade é a flexibilidade de formatos. Mas, como ser eficiente e certeiro na mensagem? Na publicidade on-line, qual é a fórmula para atrair a atenção do internauta que tem pressa e sede de informação e entretenimento? Além do conteúdo crível, a forma criativa é imprescindível. É preciso deixar que a liberdade do anunciante seja a principal mensagem da idéia. Na internet, é a idéia que garante o sucesso de um anúncio. O anunciante pode ousar na internet, experimentar o que não é possível (e não cabe!) em outras mídias. No entanto, o meio virtual não substitui o impacto da televisão, o aspecto comunitário do rádio ou a eficiência dos jornais e revistas. A realidade de hoje é que as mídias se complementam, formando um mix de comunicação muito mais completo. E a internet deve ser valorizada por sua capacidade multimídia, por alcançar cerca de 40 milhões de brasileiros – número que posiciona o Brasil entre os sete maiores do mundo em quantidade de internautas. Hoje, temos mais usuários que a França, Itália e Espanha, e a expectativa é que em 2008 a base de usuários alcance 50 milhões. Ou seja: o caminho da comunicação digital é rápido, crescente e dinâmico, assim como a publicidade on-line. /009/ /COLABORAÇÃO NA WEB FUNCIONA/ “O Google tornou-se um dos principais expoentes dessa nova geração, justamente por acreditar na colaboração.” /Patrícia PfLaeging /GOOGLE/ E afinal, para que serve a web? Tim Berners-Lee, físico e ex-integrante do laboratório de aceleração de partículas CERN – na fronteira entre a França e a Suíça – quando criou a World-Wide-Web no início dos anos 90, idealizou um ambiente colaborativo onde as pessoas pudessem ao mesmo tempo consumir informação e publicar conteúdos. Entretanto, o descompasso entre a evolução dos browsers de navegação e as ferramentas de publicação de conteúdo criou uma década sem muita participação popular, a não ser pela troca de e-mails e algumas poucas experiências interativas. O que conhecemos hoje como Web 2.0 é a realização do sonho de Berners-Lee. Foi com o surgimento de ferramentas como os blogs, wikis e redes sociais que as pessoas finalmente se apropriaram da web. O Google tornou-se um dos principais expoentes dessa nova geração, justamente por acreditar na colaboração. A começar pelos seus produtos, continuamente lançados e em evolução com o intuito primeiro de prover ao usuário a melhor experiência possível. /Saiba mais sobre patrícia pflaeging/ Patrícia Pflaeging é diretora de marketing do Google. Formada em Jornalismo e Administração de Empresas, com MBA pela USP e mestrado em Psicologia Social pela PUC-SP, Patrícia acumula mais de 15 anos de experiência como executiva de marketing em empresas multinacionais e agências de publicidade. A sua trajetória profissional inclui empresas como Red Bull, Loctite, FischerAmérica e Grey Worldwide. Atualmente também é professora de Gestão de Marcas no Ibmec São Paulo. /010/ Essa é a razão da interface dos produtos do Google ser simples, limpa e clara. Desde o design, o texto, as fontes, o tipo de linguagem utilizada – tudo é pensado para colocar o usuário em primeiro lugar e facilitar a sua vida. As páginas carregam rapidamente, não utilizam recursos como flash e pop-ups que irritam bastante o usuário. É levando em consideração a sua opinião, como ele se sente ao usar os nossos produtos que construímos lealdade com o público. Além disso, consideramos os nossos usuários como co-desenvolvedores e a participação do público na criação do conteúdo é vital para a continuidade dos projetos que desenvolvemos. Por exemplo, o Google descobre se a criação de um novo produto trouxe ou não resultados positivos para a empresa através da quantidade de downloads feitos por usuários. Estabelecemos uma relação cada vez mais próxima dos consumidores para ver se o projeto deu certo ou não – e quem decide se o produto vai sobreviver e se as funcionalidades devem ou não ser modificadas, são os próprios usuários. O princípio de que colaboração na web funciona também faz parte do nosso marketing e das ações que realizamos para e principalmente com os nossos usuários. Várias campanhas de marketing contam com a participação do público. Cada vez mais, percebemos que as pessoas querem dialogar, contribuir, dar sua opinião e participar dos projetos. Gostaria de citar aqui algumas das iniciativas de comunicação que realizamos mais recentemente partindo sempre do princípio que a voz dos consumidores é que constrói a comunicação: >> Como uma mensagem de e-mail viaja ao redor do planeta? Foi essa pergunta que o Gmail fez aos diversos usuários no mundo todo. Eles foram chamados a participar da campanha, enviando um clipe que desse continuidade ao trecho original que estava no ar. Selecionamos os melhores vídeos enviados e produzimos um vídeo colaborativo que expressava a imaginação dos nossos usuários. Foram centenas de trechos enviados por pessoas de dezenas de países, inclusive o Brasil, e o vídeo final foi publicado na home do Gmail. >> Pergunte a uma lenda viva. Por meio de canais interativos no YouTube percebemos que internautas podem contribuir ainda mais para o conteúdo da internet. É por isso que queremos dar voz aos usuários, criando possibilidades diferentes de interação com pessoas e organizações. Para isso, estamos, cada vez mais, criando plataformas que possibilitam ao usuário interagir e se expressar. No caso do Living Legends, o conceito é que as lendas vivas da nossa sociedade nas áreas de cultura, esporte, moda etc. respondam às perguntas da própria comunidade. Para o lançamento do canal esse ano, convidamos os Rolling Stones para responder às perguntas dos internautas. Mick Jagger e Keith Richards gravaram um vídeo e encorajaram os usuários a enviarem vídeos com perguntas “picantes” e as dez melhores questões foram respondidas pelos Rolling Stones e estão disponíveis no próprio canal para o público. >> O que você acha que devemos fazer para que a América Latina se torne um lugar melhor em 2008? Já no canal Questão Latina, queríamos aproximar a comunidade do YouTube do Fórum Econômico Mundial e abrir um debate que, até então, era algo reservado apenas para os poucos convidados dos debates políticos. Em parceria com o World Economic Forum, abrimos um canal no YouTube e pedimos que os usuários enviassem vídeos com as suas opiniões e respostas à questão proposta. Os melhores vídeos postados por pessoas da América Latina, inclusive do Brasil, foram apresentados durante o último encontro do World Economic Forum para a América Latina em Cancún, para uma platéia de mais de 500 pessoas, de cerca de 40 países. Os convidados do fórum também foram encorajados a gravar comentários sobre as respostas dos internautas em um lounge do YouTube montado no local do evento. >> O encontro da arte com o Google. O iGoogle já é um espaço que pode ser totalmente personalizado pelo internauta de acordo com seus gostos e necessidades pessoais. Imagine se esse espaço pudesse se transformar numa galeria de arte contemporânea? Assim nasceu o iGoogle Artist, um projeto internacional em que artistas do mundo todo, de diferentes ramos de atividade, foram convidados a desenvolver temas para a página personalizada do Google. Mais de 70 artistas aderiram ao projeto, entre eles as bandas Coldplay e Beastie Boys, os estilistas Dolce & Gabanna e Oscar de La Renta, o designer Philippe Starck, o músico Ron Wood (Rolling Stones), o esportista Lance Armstrong e o artista plástico Jeff Koons. Além de artistas brasileiros, como o pintor Gustavo Rosa e os cartunistas Fábio Moon & Gabriel Bá e Angeli. A partir da colaboração de artistas renomados, transformamos o iGoogle também num ponto de encontro de arte, no qual os temas que foram desenvolvidos estão disponíveis para os usuários e podem ser escolhidos livremente. A internet está mudando o mundo e também o marketing. Vivemos um momento de interação cada vez maior em que a comunicação precisa ser a mais personalizada possível. No Google essa crença faz parte do nosso DNA e todos os dias pensamos como interagir ainda mais com os nossos usuários e envolvê-los nos processos e na comunicação da empresa. /011/ /R.EPENSANDO O MODELO DAS AGÊNCIAS/ “Ser contemporâneo em comunicação é pensar ‘fora da caixa’, descobrindo novas formas de manifestação das marcas, quebrando paradigmas, fugindo do lugar-comum...” /otavio dias/ Falar sobre a “reinvenção” das agências é apaixonante e, ao mesmo tempo, intrigante, pois já há algum tempo todas as agências do mercado (se não todas, quase todas...) falam em “revisão de modelos”. É cada vez mais comum ouvirmos publicitários renomados se orgulhando em dizer que “não pensam somente em propaganda”, mas na prática, ainda concentram boa parte de seus esforços na mídia convencional. Ser contemporâneo em comunicação é pensar “fora da caixa”, descobrindo novas formas de manifestação das marcas, quebrando paradigmas, fugindo do lugar-comum e, principalmente, conseguindo estar onde o consumidor está. E eu pergunto a você, leitor: atualmente, quanto tempo passa na frente da TV, do jornal ou de uma revista? Quanto tempo passa na frente do seu notebook? Quanto tempo passa acessando seu SMS ou WAP via celular? Certamente o notebook e o celular são os campeões da SUA audiência, não é mesmo? E eu lhe pergunto: da verba de comunicação que você administra, quanto investiu em web /Saiba mais sobre otavio dias/ Desde 1993 atua como empresário, gestor e executivo de planejamento do setor de marketing direto e relacionamento. Por 14 anos liderou a Zest Marketing Direto, que se transformou numa das maiores e mais premiadas agências do Brasil, hoje incorporada ao Grupo Grey/WPP. Desde 2007, resgatou a sua independência empresarial e executiva através da idealização da R.EPENSE, que viabilizou o seu ingresso num modelo de negócio multidisciplinar. Atua ativamente como palestrante e participante dos principais seminários nacionais e internacionais de marketing de relacionamento. Foi eleito “Empresário de Marketing Promocional do Ano” pelo Prêmio Colunistas Paraná de 2003. Em 2004 e 2005, foi o presidente do Comitê do Prêmio ABEMD, principal premiação de marketing direto do País. Em 2006, foi o representante brasileiro da categoria Lions Direct no Festival de Cannes. Já recebeu os mais importantes prêmios do Brasil, tais como: Prêmio Abemd, Prêmio Colunistas, Prêmio About e Prêmio Amauta. Atuou diretamente na concepção estratégica de campanhas e programas de relacionamento para marcas, tais como: Banco Itaú, Correio Braziliense, Cultura Inglesa, Cyrela, Diário de Pernambuco, Electrolux, Eli Lilly, Estadão, Faber-Castell, Fundação Dom Cabral, Gafisa, Greenpeace, Grupo Positivo, HSBC, hth, HSM, ISAD, Lojas Riachuelo, Lojas Renner, Merial, Nissan, Oi, Oracle, Organon, Renault, Tim, UOL, Volvo do Brasil, dentre outras. /012/ ou mobile marketing? E quanto investiu na mídia tradicional? Ainda vivemos uma grande incoerência na distribuição das verbas de comunicação, mas esta mudança é um caminho sem volta. Em poucos anos a representatividade dos meios digitais saltará para 2 dígitos, assim como já está acontecendo em países como a Inglaterra, onde os investimentos em publicidade online já superaram os meios tradicionais. Que o comportamento do consumidor mudou radicalmente em função das novas tecnologias e mídias diversas todo mundo já sabe, pois sentimos isto na pele diariamente enquanto consumidores 100% envolvidos e dependentes da internet, do celular, do i-pod, das comunidades on-line, das redes sociais, dos mecanismos de busca (quem de nós consegue passar um dia sequer sem buscar algo através do Google?), dentre tantas outras ferramentas e recursos. A grande dificuldade é avaliar este novo momento e enxergar como poderemos nos preparar para esta nova realidade. É um desafio para todo e qualquer empreendedor, especialmente para nós, jovens empreendedores, que na faixa dos 30-40 anos tivemos a oportunidade de vivenciar os dois momentos: pré-revolução tecnológica e pós-revolução tecnológica. Atuei num modelo de agência 100% voltado ao marketing direto. Fui independente por sete anos. Depois fui comprado por um grupo internacional onde fiquei do ano 2000 até o ano de 2006. Esta vivência de 13 anos como gestor de agência, somada ao período sabático que passei estudando os modelos das novas agências que estão dando muito certo lá fora, foi fundamental para minha tomada de decisão de resgatar a minha independência empresarial e assim conseguir implementar um modelo de agência que acredito estar sintonizado com o futuro. Promover mudanças em grandes grupos não é impossível, mas será sempre mais difícil, pois se esbarra em problemas políticos e em interesses/compromissos financeiros. Na minha visão, para haver mudança EFETIVA nas agências precisamos encarar três questões fundamentais: 1) Reavaliação dos formatos de remuneração e das estruturas (custos fixos): a mídia convencional ainda é responsável pela grande fatia de receita das agências; aliás, o próprio ranking de agências ainda é baseado no volume de movimentação de mídia; o que num momento da publicidade em que quase todos falam e se posicionam como multidisciplinares, é no mínimo uma incoerência. Para uma agência ser imparcial, precisará repensar seu modelo de remuneração, identificando formatos inovadores que a permita trabalhar (de forma rentável) com todas as disciplinas. É preciso reavaliar também toda estrutura de custos das agências, que por muito tempo esteve muito acima dos padrões de qualquer outra indústria no Brasil; 2) Envolvimento do anunciante: do lado do cliente, há também muita dificuldade em valorizarem-se as novas mídias e mudar-se radicalmente a distribuição das verbas, ou seja, o próprio anunciante cobra da agência uma visão inovadora, mas no “frigir dos ovos” (logicamente, com as devidas exceções), ele também tem receio de ousar ou mudar, pois carrega há anos um histórico de percentuais de distribuição de verba em seus BPs*, na grande maioria das vezes ainda muito concentrados na mídia de massa convencional. Para haver mudança nas propostas das agências, é preciso haver também coragem, incentivo e apoio dos anunciantes; *BP = Business Plan 3) Perfil dos profissionais: no Brasil, as lideranças das grandes agências de comunicação ainda estão extremamente vinculadas à propaganda tradicional. No nosso país, a motivação da maioria dos nossos profissionais e muitas vezes também do anunciante ainda está muito vinculada à mídia de massa e à excessiva “glamorização” da profissão. Todos querem ver suas campanhas estampadas na mídia aberta. E sejamos sinceros: quem de nós não se empolga em produzir um filme e vê-lo veiculado na TV em rede nacional? Esta empolgação vai sempre existir, em especial num país de dimensões continentais, onde TV aberta terá sempre uma força muito grande. O desafio é conseguirmos enxergar esta MESMA empolgação em outras mídias, ferramentas e disciplinas. É aí que as HOT SHOPS de fora têm dado um show. É aí que o TITANIUM de Cannes já começou a nos mostrar onde está o futuro. Cases como o Bairro Bonito da Nike, dentre tantos outros, sinalizam uma mudança muito grande no que representará, em poucos anos, ser VENCEDOR na propaganda. O profissional de planejamento e de criação verdadeiramente multidisciplinar ainda é uma RARIDADE no nosso mercado: aquele que pensa na idéia independente da mídia. Por isto, acredito na importância da formação deste profissional, mesclando especialistas de diferentes disciplinas, trabalhando de forma colaborativa, aprendendo um com o outro – com parceiros externos que também tragam inspiração em outras arenas da comunicação, como o urbanismo/ arquitetura, a moda, o entretenimento, a educação, além das muitas empresas do mundo digital. Prefiro substituir os conceitos de MULTIDISCIPLINARIDADE, COMUNICAÇÃO INTEGRADA ou COMUNICAÇÃO 360º pelo conceito de IMPARCIALIDADE DISCIPLINAR, pois uma solução, muitas vezes, pode estar sim baseada numa única disciplina. As novas mídias caminharão para viabilizar um RELACIONAMENTO cada vez mais individualizado com o consumidor, com o expectador, o que eleva a importância da experiência acumulada e do conhecimento das técnicas do marketing de relacionamento a um novo patamar. Não é à toa que em grandes grupos de comunicação e também em vários clientes, os profissionais de marketing direto começam a ocupar cargos extremamente relevantes e estratégicos. Caberá às lideranças das agências espelharem e impulsionarem esta mudança (top-down) e estimularem suas equipes a se engajarem verdadeiramente com este futuro (bottom-up). Não acredito numa mudança que venha numa só direção. É preciso contagiar líderes e equipes, só assim haverá VERDADE na entrega. Pode parecer pretensão ou excesso de “idealismo”, mas tenho muita convicção de que desta nova geração sairão os novos nomes da propaganda brasileira. /013/ “O mundo digital não deve ser encarado como o mais barato e sim como o de melhor relação custo X benefício.” /O Mundo Digital e o Relacionamento/ /Luna Gutierres/ /Saiba mais sobre luna gutierres/ Uma das profissionais mais respeitadas do mercado de marketing direto brasileiro, Luna é formada em Direito e especializada em marketing com MBA pelo IBMEC. Com mais de 20 anos de experiência no planejamento e implantação de programas de CRM – lead generation, venda direta, programas B2B e programas B2C –, Luna atuou como diretora de atendimento/planejamento e gerente geral de expressivas agências, tais como: GreyZest Direct (atual G2), Souza Aranha, Salem e Thompson (JWT). Atualmente é sócia, vicepresidente de atendimento e planejamento e diretora-geral da R.EPENSE Comunicação. É professora de CRM da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e do curso de especialização da ABEMD (Associação Brasileira de Marketing Direto). Atuou em dezenas de projetos de relacionamento, alguns deles pioneiros no Brasil, como o Smiles da Varig. Outras marcas que atendeu diretamente: Aché, Autoban, America Online, AstraZeneca, Banco Itaú, BenQ, CVC, Dell, Bradesco, Embratel, EMC, Eli Lilly, Fundação Abrinq, Fundação Dom Cabral, Shopping Iguatemi, Estadão, GM, Faber-Castell, Ferrosan, Hospital Sírio Libanês, HSM, Intel, Leo Madeira, Melitta, Microsoft, Oracle, Organon, Pirelli, Pial Legrand, Renault, Senac e Symantec. /014/ O mundo digital começou a dar certo quando se entendeu que o seu ponto forte é manter as pessoas conectadas. Então estamos falando de relacionamento. Esta Conexão vai desde o conteúdo feito de indivíduo para indivíduo, sem necessariamente ter um interesse comercial. E as possibilidades de relacionamento que ele proporciona são tão fascinantes que podem nos deixar per plexos sem saber por onde começar. Pessoas com pessoas, clubes, ídolos e fãs, marcas com seus diversos públicos. Já sabemos muita coisa sobre esta era digital e já conseguimos atuar com clareza com estes recursos. O que parece que ainda não aprendemos é que, apesar de tudo que ele permite, ele não deve ser confundido com o mundo do amadorismo. Amadorismo este, que vai desde a geração de conteúdo sem relevância até produções que não despertam qualquer interesse do ponto de vista estético. O mundo digital não deve ser encarado como o mais barato e sim como o de melhor relação custo x benefício. Para entrar neste mundo com objetivos comerciais claros, e com a responsabilidade de expor uma marca, qualquer coisa que seja feita deve ser feita com profissionalismo, baseada em estudos, estratégia, sinergia, adequação e principalmente idéias. Mas como entender o meio digital, ou melhor, o que posso fazer neste meio para fortalecer a minha marca, vender o meu produto ou estabelecer relacionamento com o meu público de interesse? O melhor caminho, já se sabe, para entendê-lo é colocando o pé lá dentro, com a clareza de que este pensamente não se resume a e-mail e banner. É abrir-se para este mundo e gerar aprendizado a partir da atuação com ousadia e coragem. Como já entendemos que relacionamento deve, necessariamente, se iniciar testando diferentes abordagens e com diferentes públicos, para se identificar o melhor modelo, no mundo digital isto pode ser feito com uma precisão cirúrgica sem precedentes, com a melhor relação custo x benefício. Mas o olhar ainda é de perplexidade, de espera. Enquanto as marcas que já aprenderam a utilizar o mundo digital estão proporcionando experiências interessantes a seus clientes e prospects e como conseqüência retornos imediatos de vendas ou fortalecendo suas imagens, parte do mercado ainda espera, não sabemos exatamente o que, para que alguém lhe apresente a fórmula do sucesso neste mundo. Por mais que seja interessante e recomendável aprender a partir da experiência do outro, no mundo digital, como as possibilidades são infinitas, como cada marca tem o seu DNA, como a resposta sempre está no mercado e não em nossa imaginação (isto é que o torna fascinante) e também como ainda não temos histórico suficiente para se definir formatos consagrados, o aprendizado efetivo só se dá a partir da experiência de cada um. E como uma das características intrínsecas deste mundo é não se repetir (pelo menos por ora), a sua experiência também servirá só para impulsioná-lo a continuar investindo e buscando novas idéias e novas possibilidades. Desta forma, o convite é para “mudar de mente”. Neste mundo não podemos atuar com os pensamentos consagrados. Até podemos a partir da experiência acumulada ter mais segurança para este aprendizado, mas tudo é diferente agora. E quanto mais tempo se demora em atuar neste mundo, mais o custo de entrada é alto e, às vezes, proibitivo. O mundo digital também cobra o aprendizado. Sugiro começar pelo começo, mas com a aspiração de atuar da forma mais sofisticada e ousada que a marca permita. O que te causa mais espanto? É este pipocar de possibilidades ou a insistência de grande parte do mercado de agir como sempre agiu, utilizando as mesmas fórmulas e esperando um resultado diferente? Os anunciantes devem cobrar de suas agências as novas idéias e para esta relação continuar saudável, estas agências devem cobrar de seus clientes uma abertura para receber estas novas idéias, e isto só é possível com uma nova cabeça dos dois lados. /015/ “Os nerds assumiram o controle nos EUA. Hoje, o que todo mundo quer é um bando de nerds como fãs.” /NERDFOTAINMENT: NERD ESTÁ NA MODA/ /andré passamani, eduardo camargo e kazi /TV Colméia/ /SAIBA MAIS SOBRE A TV COLMÉIA/ Eduardo “Dudu” Camargo é engenheiro civil, entrepeneur e “estratego”. Vive internet desde 1996. Já foi cliente (BCP/Claro), agência (Leo Burnett) e veículo (Terra). É diretor executivo da Colméia, após 2 anos como produtor executivo do núcleo de novas mídias da Margarida/Academia de Filmes. Mantra: “A Colméia trabalha no mercado de exceção da propaganda: se já há um consenso, há que se procurar outro.” / André “Maratimba” Passamani é jornalista. Trabalhou em veículo (Gazeta de Vitória on-line), portal (Super11, StarMedia), entidade governamental (Prefeitura de SP) e agência (OneDigital). Especializou-se em redes sociais, mashups, produção de vídeo interativo e negócios web. É um trendwatcher por natureza. Tornou-se diretor de Inovação da Colméia por instinto, necessidade e fé. / Kazi, profissional de comunicação, antediluviano da internet brasileira. Trabalhou em universidade (CCE-USP), produtora (StudioWeb, AlterBrain), portal (Terra, iG), incubadora (SpreadMedia), produtora de conteúdo (Silika) e agência (PopCom, Grey Interactive, OneDigital). Diz-se que estuda folksonomy, trusted networks, information design, processos cognitivos e websemantics, essas coisas que ninguém sabe direito o que são. Chegou na Colméia como diretor de operações e tornou-se um “quebrador de paradigmas”. /016/ O blog Rands In Repose publicou o artigo Nerdfotainment (www.randsinrepose.com/archives/ 2008/03/11/nerdfotainment.html) no início de março. Você nunca ouviu falar desse blog ou do termo? Não se aflija, eu li o artigo por indicação do Arhur Lima, gerente de tecnologia da Colméia. O blog é um repositório de reflexões de um gerente de software. Leitura especializada, portanto. Acontece que no artigo Nerdfotainment, o autor (codinome Rands) fundamenta seu raciocínio. Desde o dia em que eu li esse artigo, a expressão “Nerd está na moda”, freqüentemente usada aqui na Colméia e no nosso blog, ganhou uma conotação fundamentada, séria mesmo. Basicamente, o autor aponta que os EUA têm uma geração de nerds na casa dos 30 anos disposta a gastar com entretenimento. Esse pessoal já foi chamado de kidults. Mas o raciocínio do Rands é de consumidor e não de doutor. Ele percebeu que a indústria do showbiz está criando conteúdos especialmente para esse grupo, do qual faz parte. Claro que essa lógica se aplica especialmente aos EUA. Home of the braves, land of the nerds. Mas a gente aqui acha que o Brasil deve ter sua parcela nerd significativa. Certamente na faixa dos 20 anos. Um resumo rápido do artigo: o precursor de tudo é Star Trek. O primeiro conteúdo para nerds. Kaiser Soze de Os Suspeitos levou o nerdpower para Hollywood. Lost levou isso para a TV em escala maior e Piratas do Caribe é a consagração nerdpower em versão para toda família. Blockbuster total. E nem precisa falar de World of Warcfraft né? Assim que li o artigo pensei em duas coisas. A primeira: Piratas do Caribe é um filme nerd? Como assim? O autor informa que a denúncia vem do ultranerd videocast Ask A Ninja. Em 2006, o podcast (www.askaninja.com/ node/1175) analisou o segundo filme da série e observou que todo personagem tem uma história diferente e fica muito difícil entender o filme e termina com uma frase capitular. “Filmes não deveriam dar tanto trabalho”. Não na opinião do público. Filmes devem ser intrincados assim se eles forem pensados como filmes para nerds. Se eles quiserem dar a seu público o prazer de desvendar esses subplots e entenderem depois de ver o terceiro filme da série por que o personagem tal diz uma determinada frase no segundo filme. Lendo o artigo, pensei em inúmeros outros exemplos. Faz uns 2 anos que Hollywood foi superada pela indústria dos games em faturamento. Há 15 anos, George Lucas conseguiu com Guerra nas Estrelas mostrar que game rima com filme. Mas, desde Matrix, se percebeu a dificuldade crescente em se fazer bons games a partir de grandes sucessos de bilheteria. E Speed Racer, também dos irmãos Warchowsky tenta responder a isso, unindo a produção do filme e do game quase como num projeto só. O artigo também esquece de mencionar os Simpsons, Heroes, Arquivo X e, mais importante, esquece de referenciar Futurama, a prova viva de que os nerds venceram esse jogo. De acordo com David X. Cohen, em uma entrevista à revista Wired (Futurama Is Back! Grab a Can of Slurm and Settle In), ele montou a equipe mais geek de roteiristas de TV com um matemático, um cientista da computação, um filósofo, um químico, um PHD em matemática aplicada e “uns caras normais pra balancear”. Toda essa nerdice transparecia e talvez tenha pesado no cancelamento. Mas como disse Cohen, a nerdice do seriado gerou fãs entusiasmados que criticavam qualquer tipo de erro mas se empenhavam em desvendar charadas científicas e, por isso, salvaram a série. Afinal, para esse tipo de gente, adquirir um DVD com todos os episódios da série é muito lógico e natural. “Talvez seja uma janela de oportunidades muito breve essa a nossa, em que a venda de DVDs pode representar a sobrevida de um programa de TV. Há 10 anos, o programa teria sido cancelado e não teríamos chances. Daqui a algum tempo, o compartilhamento talvez não permita um evento assim de novo”. Alguém aí falou em direitos autorais? Conteúdo de nicho precisa entusiasmar seus fãs. Fãs apaixonados se comportam como nerds. Demonstram seu carinho por um filme, seriado ou personagem sem se importar com o que os outros vão pensar. A pergunta de 100 milhões de dólares hoje na indústria do entretenimento é: essa história é nerd o suficiente? /017/ “Era só fazer o “xizinho” de acordo com a fórmula preconcebida. Hoje esta ilusão se desfez e isso traz um monte de problemas.” /Mídia no mundo da Lua/ /Enor Paiano /UOL/ /Saiba mais sobre Enor Paiano/ Enor Paiano é jornalista formado pela PUC-SP, com mestrado na USP. Trabalhou com jornalismo em empresas como Folha, Estadão, Editora Abril e TVA até o início da Internet, em 1996. Naquele ano, ingressou no UOL, por onde já atuou nas áreas de parcerias de conteúdo, planejamento estratégico e assinaturas; é diretor de publicidade desde 2005. Foi professor da PUC-SP de 1989 a 2005. /018/ O meu avô, que nasceu em 1904, não acreditava que o homem tivesse chegado à Lua. Era piada na família. Em 1989, ano em que ele morreu, o instituto Gallup fez uma pesquisa mostrando que 11% da população norte-americana, ou cerca de 27 milhões de pessoas, duvidavam do pouso. Experimente fazer uma busca por “fake moon landing” no UOL e você receberá mais de 40 mil resultados, a maioria dos sites defendendo que o pouso lunar foi forjado. O grupo de pessoas que tem essa opinião não surgiu agora; a tecnologia apenas lhes forneceu um meio de expressão. Naquele dia de julho de 1969, 500 milhões de pessoas no mundo inteiro assistiram na TV Neil Armstrong dando os seus passos lunares, muitos ficaram maravilhados. Os que duvidaram não tinham onde protestar e ficaram sujeitos ao ridículo. Não adianta lamentar a descentralização e a fragmentação da mídia contemporânea porque o período onde um pequeno número de veículos de comunicação pareciam formar um amplo consenso na sociedade para veicular idéias, propostas e marcas não volta mais. Naquele período de falso consenso, a comunicação, especialmente a das marcas, se concentrou na mensagem (a “criação”) e deixou a questão de como alcançar o consumidor de lado. Era só fazer o “xizinho” de acordo com a fórmula preconcebida. Hoje esta ilusão se desfez e isso traz um monte de problemas. As marcas precisam conhecer seus consumidores (e potenciais) muito melhor, para definir a mensagem, mas também quais canais usar para atingi-los; os veículos também precisam conhecer muito melhor o seu público para saber o que podem entregar realmente. E além dos veículos profissionalizados, as pessoas comuns continuam produzindo conteúdos (como sempre fizeram também...), mas agora podem atingir mais gente, em qualquer lugar do mundo. O meu avô não tinha nenhum blog à disposição e só conseguia defender suas opiniões para o público da cancha de bocha que ele freqüentava. Esta situação problemática está exigindo um aprendizado, e quem sair do mundo da Lua e entrar logo no jogo tem vantagem. Vou dar um exemplo. Eu conheço uma empresa que, apesar de ser relativamente jovem, gerida por pessoas esclarecidas e operar num segmento empresarial de ponta, sempre pautou sua mídia pelo consenso. Aí, em 1996, alguém sugeriu experimentar alguma coisa nessa tal de Internet. O infeliz foi criticado no começo, mas conseguiu uns trocados e começou a fazer algumas campanhas, e ninguém media nada. Mas a coisa foi pegando e resolveram profissionalizar a mídia on-line. Demorou algum tempo para montar a equipe, e então a primeira exigência deles foi que houvesse uma ferramenta para medir resultados. Esse processo demorou mais de ano, enquanto isso a equipe monitorava apenas os cliques das campanhas. Quando a ferramenta ficou pronta a equipe teve a primeira fotografia; imediatamente as experiências começaram mudando a criação, a mídia, as ofertas. A coisa foi melhorando e a equipe ganhando mais verba, e hoje o retorno é quase o dobro do que era no início. Os concorrentes que decidirem experimentar a Internet vão demorar os mesmos dois anos para chegar lá. Alguém aí adivinha o nome desta empresa? Isso mesmo, UOL. Portanto, se a sua empresa está meio perplexa com o que está acontecendo – bom, bem-vindo ao clube. Mas não é hora de ficar na estratosfera; é preciso aterrissar porque não vai mais existir fórmula para acertar, e cada um (cada marca, cada produto, cada empresa) vai ter que definir o que é o seu resultado e como medir se ele está sendo alcançado. E quem começar a aprender logo sairá na frente. /019/ Além da explosão dos meios, temos a multicanalidade acontecendo na própria internet. Redes sociais, blogs, leilão, venda direta, promoção, troca e publicação.” /REPENSE O TODO/ /Marcelo Lobianco /ig/ /Saiba mais sobre Marcelo Lobianco/ A carreira de Marcelo Lobianco pode ser resumida em três fases. A primeira corresponde aos anos 90, desenvolvendo sua carreira como executivo de agências como McCannErickson e Young & Rubicam. Sendo responsável na época pelas contas da Coca-Cola, Gillette do Brasil, United International Pictures e Xerox do Brasil.Por três anos foi sócio e diretor executivo de agência digital no Rio de Janeiro, experiência traduzida em diferentes cases de web marketing para clientes como Xerox do Brasil, Varig, Telefônica Celular, Cultura Inglesa, Ponto Frio, Sul América Seguros, Fischer América entre outras empresas. Na seqüência, foi diretor de marketing por 4 anos no e-commerce de Shoptime.com e Americanas.com, desenvolvendo trabalho de reposicionamento de marca, venda multicanal e relacionamento com base de clientes. Conversão e ganho de market share. Após rápida passagem pela Abril Digital, Marcelo Lobianco é o atual diretor de publicidade do iG, com a missão de redesenhar a estrutura comercial, desenvolver o mercado e posicionar a marca como uma excelente opção de mídia digital – conceito de flexibilidade, criatividade e resultados. /020/ Sim. Mudaram os bancos, começou com as ATMs e agora o internet banking resolve minha vida. Desnecessário ir até uma agência. Cheguei a votar em cédulas de papel, mas hoje temos nas urnas eletrônicas um dos sistemas mais avançados do mundo. E a música? Há vinte anos atrás dei minha coleção de LPs, comecei a colecionar CDs e agora, vou ripar e provavelmente guardar no armário todos eles. A indústria se esfarelou e, perdida, não sabe como se reinventar. Canais novos surgiram, como os celulares e músicos começam a testar solitariamente novos modelos. O cinema está receoso. Hoje temos banda larga, torrent e telas de LCDs em casa. Acesso a filmes antes mesmo de eles serem lançados. Como também estão receosos os corretores de seguro, por que têlos? A figura do intermediário perde razão de ser. Lembro-me quando a Gol lançou seu site e a Varig iniciou imediatamente uma campanha pra dizer que ela sim estava ao lado dos agentes de turismo. Passados os anos, vocês viram uma empresa 100% criada na plataforma digital lançar suas ações na bolsa de NY, enquanto outra quebrava cheia de dívidas. O marco do comércio eletrônico se dá com o lançamento da Amazon, mas hoje temos a B2W como top 3 mundial em volume de vendas. Praticidade, conforto e todo poder nas mãos do consumidor. Preço, prazo e promoção ao alcance do mouse. Necessidade absoluta de rever constantemente sua cadeia de valor para se tornar competitivo. O Google aparece há menos de 10 anos e já reinventa a quase centenária indústria da publicidade. Hoje já temos o próprio consumidor criando os filmes da marca que consome. Há alguma coisa fora da ordem? Lembro-me quando chegaram os primeiros computadores na agência que trabalhava – a Provarejo, house da falida Mesbla. Início dos anos 90, posso considerar como marco zero da revolução digital, início de profundas mudanças em todos os segmentos de mercado. Demissões em algumas posições de operação trouxeram alarme para grande massa que poderia ficar desempregada; da noite para o dia, foram 10 arte-finalistas que foram demitidos da Provarejo, ou melhor, trocados por um pentium 386 – lembram dele? Mas da mesma forma que algumas posições se extinguiam, outras apareciam, trazendo a especialidade da nova era. Velocidade, integração e horizontalidade foram os primeiros impactos sentidos nas empresas. Da revisão de processos à simples possibilidade de você falar com o presidente de sua empresa, via notes, apresentava um mundo mais integrado e participativo. Com a chegada da internet, a interconectividade começou a ser o drive e ao mesmo tempo a tradução para lucratividade e ganhos operacionais. na própria internet. Redes sociais, blogs, leilão, venda direta, promoção, troca e publicação. Você pode ser seu próprio editor, músico, crítico, propagador ou mediador, em cenário nunca existente. A quantidade de conteúdo produzido anualmente se multiplica de forma incrível e a nova geração já nasce com este DNA digital. Quando você pega todas estas variáveis de um lado e as coloca em um grid global, suas possibilidades de interseção se multiplicam de forma exponencial. É realmente o fim do mundo como nossos pais conheciam, estamos no meio da transição e, certamente, meus filhos não irão ler jornal. Tempo é a mais-valia da nova era. Velocidade o seu diferencial competitivo. É o fim da ordem natural e o início do repensar o todo. Se há 20 anos tínhamos 4 canais de TV aberta, seu jornal da capital e 2 estações de rádio de sua preferência, hoje realmente o cenário é outro. Além da explosão dos meios, temos a multicanalidade acontecendo /021/ “Vivemos em uma ruptura. Este é o momento de repensarmos nos direitos autorais, ética, privacidade, comércio, relações humanas e em nós mesmos, como os indivíduos digitais.” /web o quê? Humanidade 4.0? Quando a Cibercultura se transformou em Ciberespiritual/ /Gil Giardelli /PERMISSION/ /Saiba mais Sobre Gil Giardelli/ É diretor-geral da Permission, (www.permission.com.br) vice-presidente da Adrenax Venture Capital (www.adrenax.com), editor do Blog Humanidade 4.0 (www.gilgiardelli.wordpress.com) e editor do Blog Experts (www.financialweb.com.br/blogs/blog.asp?cod=73) na FinancialWeb. Já proferiu palestras em mais de 300 eventos, tais como Fórum de Inovação RJ, Planeta Web e para empresas como Banco Real, Visanet, Motorola, Oracle entre outras. Gil Giardelli também é coordenador do curso “Ações inovadoras em comunicação digital”, do CIC/ESPM. /022/ Eu amo a Internet, vanguardista e revolucionária tem como principal e mais vantajosa a característica pura e simples da liberdade de expressão. A cultura da generosidade é a espinha dorsal da Internet, na verdade vivemos de uma substituição da era da informação pela era da participação. Feita por pessoas para pessoas. Gente como você. Tem algo novo, neste exato momento; você constrói uma nova sociedade dos sonhos, com uma nova economia criativa, o consumo consciente e capitalismo solidário! Novo poder, nova força de trabalho, novos pensamentos, nova competição, novos modelos de negócios, novo estilo de vida, novas possibilidades, novas audiências, novos mercados. Sejam bem-vindos à Humanidade 4.0. A primeira Humanidade 1.0 era a agrícola, depois vivemos na Humanidade 2.0 industrial, passamos pela Humanidade 3.0 tecnológica e agora vivemos a 4.0. Quem manda nesta nova ordem são os 4 cês (Conteúdo, Comunidade, Comércio e Compartilhar). A deusa da casualidade usa de requintes de crueldade. Não é nada novo, é apenas a antropofagia de nossos antigos gênios. Antes de falar do nosso presente e do futuro, precisamos olhar ao passado, pois ele nos ensina e nos alerta. Vivemos a revisão histórica do panteão dos gênios da Humanidade. Releia a antítese do egoísmo de Adam Smith, em Slideshare.net, com conteúdo acadêmico grátis para todos. Em Del.icio.us, você faz e outro repete como Galileo Galilei. Reaprenda a obra de Maquiavel, que contraria interesses privados em favor do bem maior nos sites do MIT, a universidade estimula estudantes de países emergentes a estudar e estudar nos cursos abertos e grátis da universidade. Corre e clica lá! Aprenda a filosofia de Sócrates que pregava a união dos povos; neste minuto voluntários e anônimos discutem na rede da luta contra o aquecimento global, a pobreza, o fim das doenças unindo toda a comunidade científica mundial para entender o genoma ou descobrir a cura para o câncer em innocentive.com. Renegue Lutero e sua máxima de não pagar entradas para o céu no zappo.com com seu lema “se você não encontrou aqui, nós iremos ajudá-lo a encontrar em outro lugar.” Releia o amor e a poesia de Marcel Proust, em Librarythings.com, que com 12 meses de lançamento, tem 15 milhões de livros catalogados. Alguns com direitos reservados, mas não todos. Raciocine como Einstein, que disse que tudo depende do ponto de vista! Dos 100 clips mais acessados do youtube.com, apenas dois foram produzidos por alguma agência de comunicação; e lembre-se que 1/3 de toda audiência na Internet norteamericana passa por lá. Ou seja, uma geração mais influenciada pelo youtube.com do que pela CNN. Ressuscite o egoísmo da Capela Sistina de Michelangelo, pedindo dinheiro emprestado para um banco como Zopa, Prosper e Wesabe, são todos bancos da nova geração! O lema deles diz que é humano, é fácil, é seguro, são pessoas emprestando para pessoas. É uma velha idéia que se tornou nova! Relembre o herói desgraçado e o infeliz bem-aventurado de Shakespeare, no Pallalink.net! Em um mundo de megalópoles mergulhadas no caos, um artista japonês repinta, cola e refaz centenas de cidades. Ajude-o enviando a foto da sua cidade! Pronto, a Internet lançou um novo artista plástico: você. Esbarre na filosofia de Jean Paul Sartre que escreveu que “As pessoas lêem porque um dia desejam escrever” Eureka! Inventamos os blogs e eles são criados 1,5 por segundo. Você já tem o seu? Aterrisse em Cervantes e Dom Quixote, que nos mostrou a lucidez da loucura e a inconveniência da verdade com os Internet boomers – a geração que nasceu com o mouse na ponta dos dedos – e não os acuse de alienados! Milhares deles conectados no takingitglobal.org, a versão digital dos e-caras pintadas, só que agora em vez de ser local é global, e não tentam derrubar um presidente e sim encontram formas para reconstruir um mundo mais justo, sério e honesto! A ordem “Proletários de todo o mundo, uni-vos” do Manifesto Comunista de 1848 de Marx e Engels, inspirou os autores do livro,”Wikinomics”; eles readaptaram-na e proclamaram: “Os perdedores lançaram websites. Os vencedores lançaram comunidades dinâmicas. Os perdedores guardam com ciúmes os seus dados e interfaces de software. Os vencedores compartilham o conhecimento com todos.” Na nova economia disruptiva, construída com pitadas da blogosfera, temperos da inteligência coletiva e toques refinados, estamos reescrevendo a constituição mundial do retrocesso da mídia, alterando a cultura de consumo para refinarmos o conceito das leis de propriedade intelectual com co-inovação e co-produção. A revolução não é toda história, mas é uma grande história onde não podemos usar velhos mapas para descobrir novas terras! Lembrem-se: as vanguardas incomodam, nos fazem repensar! São pessoas como nós, sensíveis, inventivas e criadores digitais modelando uma nova Humanidade 4.0 para as novas gerações e utilizando um novo software chamado “sabedoria das multidões”. Algo mudou? Hora de acordar, Monalisa? /023/ /Do YouTube ao U2B: branding knowledge / “A fórmula para a criação de valor a partir de ícones é uma alquimia incessante entre conhecimento e marketing: branding knowledge.” /Gilson Schwartz /usp/ “A História será generosa comigo, pois pretendo escrevê-la”, disse Churchill, citado nos créditos de um clipe do YouTube (www.youtube.com/ watch?v=x2NQiVcdZRY). É curioso que um clipe de três minutos sobre uma revolução audiovisual na cultura digital termine com uma citação ao ato de escrever, ainda mais sobre escrever algo tão imaterial quanto a própria narrativa histórica. Escrever a história é privilégio dos vencedores. Exibi-la em vídeo é a oportunidade aberta a qualquer pessoa plugada na web 2.0. Mas qual afinal é a lição histórica do YouTube? Superficialmente, é mais uma etapa na democratização dos meios, podium participativo onde se coroam consumidores criativos. Mas indica também a consolidação da Iconomia, ou seja, da nova economia onde a criação de riqueza e a geração de empregos, renda e investimentos exigem suportes digitais /Saiba mais sobre Gilson Schwartz/ Gilson Schwartz, ([email protected]) é líder do Grupo de Pesquisa Cidade do Conhecimento (www.cidade.usp.br) e professor do Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde criou a disciplina “Introdução à Iconomia”, oferecida para alunos de engenharia, administração, economia, computação, comunicações e artes. Curador do Centro Cultural Bradesco no Second Life (www.fl2.com.br/bradesco), assina o blog “Iconomia” no Terra (www.fotolog.terra. com.br/iconomia) e escreveu “As Profissões do Futuro” (Publifolha, 2007). /024/ audiovisuais. A Iconomia é, sobretudo uma economia da informação audiovisual. A mensagem mais profunda, no entanto, é que a aliança entre universidade e mercado pode produzir riqueza em escala e qualidade sem precedentes. A economia política da sociedade da informação é sempre uma resultante da gestão criativa do conhecimento. O YouTube é apenas mais um, certamente dos mais visíveis e espetaculares efeitos do movimento “U2B” ou “university to business”. A fórmula para a criação de valor a partir de ícones é uma alquimia incessante entre conhecimento e marketing: branding knowledge. Em inglês, a ambigüidade de causa e efeito entre “branding” e “knowledge” fica evidente. A expressão “branding knowledge” aponta para o processo de criar marcas ou “marcar” o conhecimento, mas também ao próprio conhecimento do processo de criar marcas. O peso ora recai no marketing do conhecimento, ora no conhecimento do marketing. Na prática, ambos participam de um jogo de espelhos, campo de especulação que se anima a partir do comércio entre universidade e mercado. Possuir um conhecimento sobre os processos de “branding” é uma ferramenta estratégica na sociedade da informação, cuja economia é estruturada por ícones. Até o “No Logo” vira logo nesse “logos”. A ação social e a responsabilidade ambiental são ícones também. Converter o conhecimento em marcas, no entanto, é o reflexo inevitável da evolução do conhecimento sobre o “branding”. Sorte dos mineiros que exploram nos laboratórios e salas de aula das universidades aquele conhecimento que pode ser marcado ou “marqueteado”. Além da condição econômica e da posição no sistema, os indivíduos participam da vida social em função do volume e da qualidade das informações a que têm acesso e de sua possibilidade de aproveitá-las para interferir no processo como atores de conhecimento. No pensamento iconômico, ganha relevância o “fazer saber” frente ao “saber fazer”, o “how to know” mais que o “know-how”. A produção de valores ocorre a taxas mais elevadas nos setores com elevada capacidade de captar, processar e distribuir a informação que vira marca de conhecimento. Monopólios e sistemas de compadrio político caracterizaram o mundo pré-internet da gestão das mídias. Contra essa corrente, grupos heterogêneos procuram salvaguardar a inteligência digital na metamorfose, que apenas se iniciou, dos mercados em redes sociais. A digitalização da mobilidade promovida pela telefonia celular atinge o cerne da intimidade, uma reiteração exponencial da visão McLuhaniana dos meios de comunicação como extensões do corpo. A exposição dos corpos é também um dos palcos mais freqüentados nas telinhas da nascente IPTV. A auto-reconstrução da identidade nos avatares do Second Life reitera essa desmaterialização ou liquefação do corpo individual num ícone digital. É o domínio das TICs (infraestrutura e linguagem) que dá a cada indivíduo, grupo, empresa ou nação os diferenciais e potenciais de inserção competitiva nas dinâmicas intangíveis de recriação das identidades no oceano nem sempre azul da globalização. Conhecimento é poder quando tem marca e, portanto, ganha valor na medida em que se produzem ou exploram assimetrias de informação naturais ou forjadas. Se há uma assimetria entre o global e o local, a desigualdade dos arranjos comunicativos coloca sempre em jogo uma tensão entre colaboração e competição. As universidades são, por excelência, incubadoras onde esse tipo de contradição se resolve na recriação das matrizes. Serão possíveis “cidades de conhecimento” apenas na medida em que cada sociedade, cada arranjo econômico e empreendimento mobilizar energias mediadas por pólos de tecnologia, educação e cultura para produzir ou nivelar, a cada momento, essas assimetrias. A universidade é um celeiro de ícones de inteligência que se manifestam como corpos digitais. A garotada agora milionária que saiu de Stanford para criar o YouTube que o diga. Transformar a produção de conhecimento em estratégia de branding é a fronteira dessa concepção iconômica da riqueza. Os modelos de inovação tecnológica contemporâneos colocam em primeiro plano a abertura, a “open innovation”. Inovar de modo aberto significa criar uma disponibilidade comunicativa ou, pelo menos, uma abertura gradual e relativa para se conectar com alguém, por algum tempo, usando redes digitais. Formar redes entre as universidades, as empresas e os mercados é o caminho para incubar redes de inovação abertas e, justamente por isso, sustentáveis porque são necessariamente adaptativas. O protocolo da internet é a tecnologia matriz dessa cultura hacker. Mas “hacker” nada mais é senão outra palavra para “pesquisador empreendedor”. A “Cidade do Conhecimento” surgiu no Instituto de Estudos Avançados da USP, em 1999, como laboratório para experimentar o potencial das mídias digitais na emergência de uma economia de ícones, numa época em que se falava muito de “sociedade da informação”. Hoje sabemos que a informação só tem valor quando traz ou provoca conhecimento reconhecido pelos mercados que funcionam como redes. Essa chave ou código do valor chegou ao mundo das marcas, mas é preciso muito conhecimento de marketing para extrair todo o valor presente em cada bit de conhecimento. Do YouTube ao U2B, vai sobrar e contar a história quem dominar a arte e a ciência do branding knowledge. /025/ “A Web criou uma volatilidade que faz daquele consumidor estático e facilmente classificável um alvo móvel e altamente susceptível a estímulos de diversas fontes muito além do controle dos gestores de marcas.” /Turma do Funil/ /Leandro Cruz de paula /microsoft/ /Saiba mais sobre Leandro Cruz de paula/ Leandro Cruz de Paula é Country Sales Manager da Microsoft Digital Advertising Solutions. O executivo é formado em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie, com MBA pela University of Pittsburgh – Katz Business School e, atualmente, também é professor de Marketing do curso de MBA da ESPM. Leandro foi diretor-geral da G2 do Brasil, agência do grupo Grey/WPP, implementou os escritórios da StarMedia no Brasil e foi responsável pela área comercial da Rede de Rádios Transamérica. /026/ Um dos grandes avanços do marketing ao longo dos anos foi quando as grandes multinacionais de produtos de consumo começaram a se organizar por Gerências de Produto. Ao nomear um responsável pelos 4 Ps, ao invés de deixar essas atividades em silos separados, as empresas deram um passo importante no caminho da excelência em marketing. Porém, em menos de uma década, as regras do jogo mudaram completamente e poucas empresas estão conseguindo ser tão ágeis para perceber e se movimentar. O Gerente de Produto tradicional é aquele profissional que supervisiona uma série de atividades em torno do produto, preço, como e onde ele é vendido e qual o mix de comunicação e promoção que será utilizado. Ao olhar o produto dessa forma holística, as empresas conseguiam desenhar estratégias bastante sofisticadas de como convencer o consumidor a comprar determinado produto, ou melhor ainda, se apaixonar por uma determinada marca. Nesse cenário, entender o caminho que os consumidores levavam da experimentação até a adoração era absolutamente necessário para se conseguir definir a melhor combinação dos 4 Ps para cada estágio na vida ativa daquele consumidor com o produto ou marca. Do primeiro contato com a marca, passando pela experimentação, adoção do produto como preferido até chegar ao Olimpo dos marketeiros, o estágio em que o consumidor não só consome, mas também fala bem da marca para todos do seu círculo de relacionamentos. Essa fórmula criou uma maneira quase automática de se executar marketing para marcas. Use a TV para lançar os produtos e construir a grande imagem, crie um bom mix de comunicação para dar suporte e complementar essa mensagem principal. Em revistas e jornais aprofunde mais em detalhes suas vantagens competitivas. Em rádio aproxime-se do consumidor com promoções. Coloque seus exércitos de promotores para espalhar ícones da campanha nos pontosde-venda e crie ações para gerar experimentação. Quando avançar no relacionamento com seus consumidores, use comunicação dirigida para gerar mais intimidade e aprofundar o relacionamento. E não se esqueça de separar uma boa verba para, em paralelo, fazer muita pesquisa e validar o já consagrado sucesso dessa fórmula. Acontece que o céu de brigadeiro em que os homens de marketing navegavam mudou e os sextantes das pesquisas não indicaram que caminho seguir. Talvez porque não exista mais somente um caminho ou uma fórmula a seguir. Entramos numa era em que o consumidor participa de todos os estágios. Da criação de produtos à sua divulgação. Em comunidades virtuais cria pesquisas informais ao pedir aos amigos opiniões sobre produtos. Com tecnologias disponíveis na palma da mão, produz vídeos e os publica para o mundo inteiro assistir. De um ambiente com pontos de contato controlados e totalmente separados, migramos para vários pontos de contato entrelaçados, em alguns momentos complementares em outros contraditórios. No mesmo ambiente em que se comunica a grande mensagem, deve-se também descer ao detalhe técnico mais específico, para não decepcionar os consumidores mais exigentes. E nesse mesmo canal o consumidor poderá comprar o produto. A fórmula anterior não funciona mais e, com ela, também se foram as métricas. Como medir o estágio de vida de um consumidor mutante e altamente influenciável por seus pares? A Web criou uma volatilidade que faz daquele consumidor estático e facilmente classificável um alvo móvel e altamente susceptível a estímulos de diversas fontes muito além do controle dos gestores de marcas. A melhor solução para as empresas é transformar-se em uma entidade líquida que consiga se adaptar a qualquer ambiente. Estar em movimento no território do próprio consumidor, conversando abertamente em canais por ele dominados como os comunicadores instantâneos e as redes sociais. Criando uma espiral de informações que vão e vêm com a mesma rapidez com que os consumidores se comunicam com seus pares. Essa espiral pode ser uma nova maneira de olhar para o funil de consumo, como o redemoinho de água que desce, levando da experimentação à adoração em círculos virtuosos de aprendizado e crescimento. E para a Turma do Funil que ainda está acomodada na velha fórmula, é melhor tomar cuidado pois o redemoinho em que se encontram, ao invés do sucesso esperado, vai levá-los para o ralo. /027/ /pessoas reais por trás de conexões virtuais/ “É a grande massa produzindo cultura, entretenimento e informação, invertendo a posição passiva de seguidor de tendências para uma atuação cada vez mais crescente de criador de tendências.” /Marco Antonio Almeida/ Ainda somos seres humanos. Isso é o que me alivia nessa nossa subserviência à tecnologia. Por trás de qualquer equipamento sempre haverá um homem ou uma mulher de qualquer faixa etária, com sentimentos, ações, reações e emoções como qualquer um de nós. A grande revolução tecnológica dessa nova era digital é, ao final das contas, uma gama de brinquedinhos que veio para facilitar a nossa vida. Quanto tempo investimos nesses nossos brinquedos e não temos a menor idéia de quanto os integramos à nossa vida! Basta ficar sem a bateria do seu celular e você vai se sentir despido, desprotegido e, invariavelmente, fora do mundo. Que porta é essa que abrimos? Para onde ela vai nos levar? Afinal somos nós que estamos no comando ou não? Atualmente, nós que trabalhamos com comunicação, festejamos, admiramos e queremos ter as definições certas sobre essa nova era digital e o consumidor que hoje está dando as cartas. Na verdade sabemos /Saiba mais sobre MARCO ANTONIO ALMEIDA/ É formado em Comunicação Visual pela FAAP, passou pelos departamentos de marketing direto e de publicidade da Editora Abril e Editora Azul. Teve seu próprio estúdio de design e foi diretor de arte e diretor de criação em agências como G&K Solution, Basics e MSW. Passou os últimos 7 anos no Grupo Ogilvy, comandando as equipes de criação de marketing direto e Internet atendendo clientes locais e globais. A lista de prêmios conquistados por Marco Antonio com suas equipes certamente é uma das maiores do país. São mais de 180 nos últimos anos, incluindo New York Festivals, John Caples, Amauta e ABEMD Gramado, DMA Echo Awards, London Festival, Art Directors NY, One Show, Cannes, entre outros. Pintor nas horas vagas, Marco Antonio já participou de exposições coletivas e individuais. Acredita que o exercício livre da arte contribui para seu trabalho do dia-a-dia. Já foi jurado em Cannes, London Festival, Gramado, Prêmio ABEMD, MMonLine, Prêmio ABOUT e Clube de Criação de São Paulo. /028/ que ele sempre deu as cartas, usando o seu livre arbítrio na escolha dessa ou daquela tendência, desse ou daquele produto. O que fazíamos era atraí-lo para envolvê-lo em nossas mensagens e produtos que ofertávamos de uma maneira direta. Mas a escolha final sempre foi dele. Só que agora o caminho tem duas mãos. Os novos consumidores, além de deterem o poder da escolha, estão atuantes, seja no simples registro de sua opinião via telemarketing ou por site sobre produtos, reclamações etc., seja na produção própria de informação dentro da web usando seus novos brinquedos. E eles levaram isso a sério. Esse consumidor, detentor de produção de conteúdo, está cada vez mais atuante e produtivo. Milhares de páginas são produzidas minuto a minuto no mundo. É a grande massa produzindo cultura, entretenimento e informação, invertendo a posição passiva de seguidor de tendências para uma atuação cada vez mais crescente de criador de tendências. O fato é que a cultura de massa do século passado hoje se potencializou. Lugares distantes, longínquos, com outra cultura, língua e preferências distintas estão praticamente lado a lado, próximos e se mesclam de uma maneira nunca imaginada. Isso graças à possibilidade do mundo todo se materializar na tela de um laptop, de um celular ou de outro gadget qualquer que venha a ser a bola da vez. Todos ligados por uma grande teia de comunicação. Não tem saída – praticamente todos nós que vivemos em um ambiente urbano, estamos no meio e dependemos dessa teia. A Internet. Esteja você tomando um café na rua Amauri ou fazendo nada em algum bar em Tókio, e até mesmo esperando um vôo em Madri, o mundo está na palma da mão, literalmente. Executivos com seus desafios de negócios, jovens trocando dicas de baladas e se relacionando, crianças jogando em rede, pessoas comuns checando seus e-mails, descobrindo o mundo... Estamos dividindo nosso dia-adia com o planeta sem percebermos de uma maneira racional e, sem parar para pensar seriamente o que isso significa. Basicamente significa eliminar fronteiras, mesmo que virtualmente. Há ainda uma grande barreira que é a língua. E diferentemente dos jovens que já têm em seu DNA essa afinidade, o indivíduo adulto já se acostuma, cada vez que se conecta, com as facilidades imediatas que obtém desse recurso, eliminando desperdício de tempo em filas de banco, pesquisando produtos para compra, trocando mensagens com sua rede de relacionamento. E todos começam a produzir algum tipo de conteúdo para dividir com o mundo. A grande quantidade de pessoas que está produzindo conteúdo sem um objetivo comercial de mídia é crescente. O grande questionamento sobre a detenção de poder das mensagens publicitárias faz com que líderes desse segmento comecem a percorrer caminhos alternativos para encontrar os que realmente produzem a grande massa de conteúdo na Web. Como envolver esses consumidores/produtores em benefício de uma marca? Como fazer com que eles “comprem” suas idéias e as validem? Até que ponto a produção de conteúdo deve vir das marcas? Perguntas como essas ainda estão com respostas incompletas. Os internautas de hoje sabem que podem produzir e produzem suas próprias páginas, blogs etc. Até as empresas de registro já autorizam que uma pessoa física registre um domínio ponto com. A multiplicidade de sites feitos por pessoas comuns é uma resposta do consumidor avisando que ele já percebeu sua importância nesse universo tecnológico. As ferramentas de produção de sites do tipo “faça você mesmo” existem aos milhares. Nos últimos 7 anos a Internet cresceu perto de 600% só na América Latina. No Brasil, para cada 100 pessoas 23 estão ligadas na Internet. Imagine essa população produzindo e se alimentando de produções independentes e isentas de representação de uma marca. Estamos apenas no início da exploração de como vamos atuar nesse campo. Teremos muitos erros antes de acertar, mas é certo que há um potencial fantástico de criação de conhecimento coletivo em benefício dos usuários, e que está oferecendo a eles a capacidade de expor suas criações dentro de um esforço colaborativo sem precedentes. É aí que as marcas devem ficar atentas. Não basta ser fashion, bonito, cool, eficiente e útil. Como produto tem que ir além, tem que prestar serviço. Ser relevante para o consumidor e fazer parte do que ele estabelece para sua vida. É isso que devemos buscar em nossas análises, pesquisas e planejamentos: conhecer a fundo o novo consumidor e ficar cada vez mais perto dos passos que ele está trilhando e com isso oferecer a ele o que ele espera. Penso que as marcas devam atuar como co-provedor, ser fonte de inspiração e insights que façam com que o consumidor reconheça aquela marca ou produto como seu aliado não só para consumo do seu dia-a-dia, mas sobretudo como parceiro de suas idéias e anseios de vida. Convidá-lo para participar de um game para conquistar algum tipo de premiação é default, quando você quer alavancar vendas. O difícil é que, além de entregar o mais importante, que é a qualidade do seu produto ou serviço, você possa oferecer algo que toque diretamente seu interesse e que o faça agir do modo que você espera, ou melhor, agir em conjunto com o que interesse a ambos. Esses novos consumidores/produtores, para se tornarem finalmente seus brandadvocates, devem encontrar em sua marca ou produto valores que coincidam com os deles e que os movam a produzir voluntariamente algo que beneficie sua marca ou produto, independente de recompensas, divulgando esse benefício entre sua própria rede social bem como produzindo “campanhas” que poderão ganhar o mundo através de recursos cada dia mais à mão de quem se serve dessa grande rede. E se você quer se valer disso, não se esqueça de que os novos consumidores são seres humanos com todas as contradições, experiências, estilos etc. O que nos resta é ficar atentos aos movimentos que eles estão fazendo de maneira incessante. /029/ “Sem dúvida alguma a Internet é o maior facilitador para estratégias de marketing de relacionamento e Database Marketing jamais inventado.” /O Database Marketing On-Line/ /Elvin Rocha /engage/ O Database Marketing nasceu em meados dos anos 80, e de lá para cá vem crescendo e sendo muito valorizado devido à necessidade crescente das empresas em fidelizar as suas bases de clientes, identificar potenciais clientes (prospects) e desenvolver práticas mais eficazes e mensuráveis de marketing. Um Database Marketing bem implementado permite à empresa: • Criar modelos de segmentação por: Lucratividade, Rentabilidade, RFV, Potencial de Compra, ProspectScore, Cluster – Características de Compra ou Características de Perfil, Ciclo de Compra etc.; • Criar modelos preditivos: Regressões simples, múltipla, linear, logística, rede neural etc.; • Calcular o LTV (Valor do tempo de vida) para cada cliente e usá-lo para avaliar suas ações de marketing; • Mudar o comportamento de compra do cliente através de campanhas de vendas cruzadas (cross-selling) ou campanhas para otimizar as vendas em determinados grupos de clientes (up-selling); • Mensurar e gerenciar o resultado de cada campanha (Break-Even e ROI). /Saiba mais sobre elvin Rocha/ Sócio fundador da Engage e.business em 2004. Formado em Tecnologia da Informação e e-business pelo IBMEC. Atua em Marketing de Relacionamento / E-CRM há mais de 13 anos, tendo desenvolvido e implantado programas de relacionamento, automação de força de vendas, database marketing e projetos de CRM operacional e analítico em grandes empresas, como HSM, Lilly, Microsoft, Embratel, EMC², Copel, Bradesco Seguros e Previdência, Sulamérica Saúde, Compaq, Vera Cruz Seguradora, Pirelli, Aché, Belgo Mineira, Shopping Iguatemi, Santista Alimentos, AutoBAn, Honda, entre outras. /030/ Com este arsenal de modelos e possibilidades de análise sobre os seus clientes as empresas podem/ devem desenvolver estratégias de marketing que reflitam de forma mais afinada as necessidades da empresa e principalmente oferecer aos clientes e prospects um tratamento mais personalizado e produtos/ serviços que se ajustem melhor às suas expectativas. Este processo com certeza vai proporcionar à empresa um diferencial em relação aos seus concorrentes. Entretanto nem é tão simples assim. Durante todos estes anos de Database Marketing, existiram fracassos notáveis devidos à falta de planejamento, à falta e à dificuldade de criar uma estratégia de relacionamento diferente para cada segmento/perfil identificado, de automatizar todo operacional envolvido, de integrar todos os sistemas envolvidos e principalmente pela grande dificuldade de interagir com os clientes. Então veio a Internet para otimizar e revolucionar todo o processo, porém levou vários anos antes da maioria das empresas perceberem o verdadeiro potencial da web. Sem dúvida alguma a Internet é o maior facilitador para estratégias de marketing de relacionamento e Database Marketing jamais inventado, e que vem sendo incrementada dia a dia com a crescente inovação em tecnologias e aplicativos para web que facilitam cada vez mais a interação com clientes. Soluções como AJAX, JQUERY, FLASH, SILVERLIGHT, RSS, WEB SERVICES, BLOGS, REDES SOCIAIS, COMPRESSÃO DE AUDIO/VIDEO, CONECTIVIDADE e outras possibilitam a implementação de modelos ativos de relacionamento com clientes. O advento da WEB 2.0 também é um fator muito importante, pois coloca o usuário no centro da estratégia digital, como colaborador de conteúdo, de preferências de design etc. Todo este ambiente de interatividade da Internet integrado a um Database Marketing on-line significa o retorno ao atendimento individualizado. Para isto o ideal é implementar uma estratégia digital ativa com objetivo de criar/estreitar o relacionamento com seus clientes e visitantes dos seus sites. É fundamental obter todas as informações e dados de cada visitante: além dos dados de identificação (nome, endereço, e-mail etc.) é necessário coletar uma análise completa do comportamento do visitante no site. O processo funciona da seguinte forma: incorporam-se ao Database Marketing todas as informações de log do visitante como: região geográfica de acesso, site de origem do visitante, tempo total no site, páginas visitadas, página de saída, o fluxo da navegação, além de cookies para identificar se é uma visita de retorno ou não. Através desta visão é possível definir um plano de comunicação dinâmico e segmentado para cada visitante do seu site atendo-se também às suas necessidades específicas. O próximo passo é incorporar a este processo uma ferramenta web based para “Automação e Gestão de Campanhas de Marketing” tornando o processo totalmente integrado, facilitando muito o planejamento e a mensuração de resultados das ações on-line e off-line. Por exemplo, para uma ação e-mail marketing ou sms basta selecionar o segmento desejado, configurar o template de e-mail/sms e fazer o disparo; em poucos dias teremos o resultado consolidado a partir do Database Marketing. Através desta prática alcançaremos índices elevados de resultado e principalmente a melhora dos índices de satisfação ao cliente. /031/ /O poder de infLuência do consumidor/ “estamos começando a poder usufruir a chamada convergência de todos esses meios e serviços que estão transformando nossa capacidade de comunicação numa velocidade quântica.” /Olavo Ferreira /Yahoo!/ De repente nos damos conta de que a internet, que até outro dia nós mesmos, profissionais da área, chamávamos de nova mídia, já não é algo tão novo assim. A web como nós conhecemos, fácil de usar, com navegabilidade gráfica, já está beirando seus 15 anos e tem uma audiência mundial de 1,3 bilhão de pessoas, de acordo com dados do Internet World Stats. Só no Brasil já são mais de 40 milhões de internautas, segundo o IAB/GNett. Sem a pretensão de ser historicamente preciso, pode-se dizer que tudo começou lá pela metade dos anos 90, nos Estados Unidos. O Yahoo!, atualmente o maior portal do mundo em audiência, com mais de 500 milhões de pessoas visitantes, surgiu nessa época, em 1995. Então como explicar o fato de que mesmo com tal longevidade e alcance, a web ainda seja /Saiba mais sobre Olavo Ferreira/ Olavo Ferreira trabalha em web desde 1998 e atua como diretor comercial do Yahoo! Brasil desde 2002, quando a empresa adquiriu o Cadê?, marca pioneira do setor de buscas no país. Nessa posição, tem sido, junto com sua equipe, um dos responsáveis por integrar e aprimorar as diversas linhas de produtos de mídia do portal, que incluem tanto os formatos de publicidade gráfica, também chamados de displays, quanto as soluções de busca, também conhecidas como links patrocinados. Entre os vários produtos de mídia lançados por seu grupo, está a Intervenção de Home Page do Yahoo! Brasil, um dos formatos publicitários on-line mais valorizados atualmente pelo mercado anunciante. Mais recentemente, vem trabalhando na implementação de soluções de publicidade em celulares, uma das novas plataformas de mídia que o portal vem desenvolvendo. Por ser o mercado publicitário brasileiro extremamente competitivo, com uma enorme concentração de receita no meio TV, Olavo decidiu abraçar também, junto com outros profissionais do segmento, o papel de contribuir para o aprimoramento da indústria on-line. Com esse objetivo, juntou-se ao IAB Brasil em 2005 onde atua no momento como Diretor de Ética da entidade e como Vice-Presidente do Grupo de Portais. Antes de sua entrada no setor de internet, atuou em áreas comerciais de veículos por mais de 10 anos, em empresas líderes de mercado, como as dos Grupos Abril e Globo. Olavo é graduado em Comunicação Social pela Universidade de São Paulo e pós-graduado em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. /032/ vista e referida por todos, inclusive (e principalmente) pela imprensa, como um setor de inovação constante? Por que se divulgam com tanto destaque os movimentos das empresas online e repercutem tanto as mudanças de comportamento observadas nos diversos grupos de consumidores? Provavelmente porque o advento da internet foi apenas o começo de uma revolução muito mais ampla. Se observarmos bem, as alterações em nossas vidas têm sido muito mais profundas do que os triviais testemunhos do tipo “deixei de comprar livros nas lojas e passei a fazê-lo on-line” ou “não sei mais o que é ir ao banco”. E também vai além das discussões sobre o destino das verbas de mídia dos anunciantes: “devo continuar direcionando a maior parte do meu orçamento para a TV, mesmo sabendo que o meu comprador se relaciona com o meio de forma cada vez mais superficial e distante?” Essas são as questões mais visíveis, pois são as do dia-a-dia. Mas o que acontece num âmbito mais estrutural? Como vamos trabalhar, estudar, fazer negócios, nos divertir, exercer cidadania e travar relacionamento daqui para os próximos anos? Não pretendo responder aqui a essas perguntas e não vou usar como justificativa a falta de espaço. O fato é que não tenho as respostas e não acredito que alguém tenha. Mas posso contribuir para o debate. A tecnologia ganhou presença constante em tudo o que fazemos e consumimos e, por enquanto, vem se materializando na forma de dispositivos e equipamentos aos quais cada vez mais pessoas têm acesso. As estrelas nessa área são os computadores e os celulares. O que as pessoas desejam com essas aquisições? Em minha opinião, descontado o conhecido desejo pelo consumo e pela novidade, elas buscam liberdade. Liberdade na forma de acesso veloz a informações, serviços, canais de comunicação, mobilidade e sociabilidade. Não há nada de novo nisso, já que as pessoas sempre foram assim. Mas nem todos percebemos que houve uma mudança sem volta. De que não faz mais sentido pensar sobre as coisas como pensávamos até semana passada. E isso vale para todos os setores da vida em sociedade: educação, política, negócios, entretenimento, saúde, tudo. Inclusive - e principamente, para nós que somos do ramo - o marketing e suas disciplinas, entre elas a propaganda. Tem sido nessa área, não por acaso, que as respostas do público vêm se tornando mais visíveis. Com a internet, o comportamento do consumidor mudou diametralmente do papel de receptor de mensagens e ofertas ao de propagador de opinião, positiva ou negativa, sobre marcas e produtos. A tal ponto que, hoje, um consumidor chega a uma concessionária de automóveis sabendo tanto ou mais sobre o carro recém-lançado do que o próprio vendedor da loja. O mesmo acontece em praticamente todos os pontos-de-venda de produtos e serviços. Pesquisas comprovam o poder dos internautas na propagação de conceitos sobre produtos, marcas e empresas. Um estudo realizado pelo Yahoo! em setembro de 2007, denominado “Passionistas: The New Empowered Consumers” identificou um perfil de consumidor altamente propenso a dividir com outras pessoas seu grau de paixão por determinadas marcas. Essas pessoas fazem isso por iniciativa própria e fazem de diversos modos, principalmente pelo meio on-line. Com a evolução do conceito da web 2.0, que significa a parte do conteúdo on-line que é produzida pelos próprios usuários, o fenômeno da propagação só tende a se intensificar. Blogs, sites de comunidade, fóruns e grupos de discussão trafegam milhares de conceitos sobre marcas a cada minuto. E as oportunidades de propagação se multiplicam, já que a qualidade da conexão melhora e cresce a base de dispositivos conectados. Diante disso, como planejar marketing e publicidade de forma adequada ao novo momento? Primeiro, é preciso avaliar novos meios, novas plataformas e novas linguagens. E a maior parte do que surge de novo hoje em dia surge no ambiente on-line. Um primeiro passo, portanto, é reavaliação da mídia utilizada. Em seguida, vale repensar a maneira de se fazer as coisas. Os veículos on-line (portais e sites verticais) têm papel decisivo, já que são eles os canais por onde as empresas podem falar com o público que não apenas compra, mas influencia tendências. E tem cabido aos veículos on-line, em grande parte, a criação e a divulgação de novas plataformas e soluções. Atualmente, já é possível fazer campanha de marca na internet com alto grau de criatividade e para grandes audiências, coisa que antes era associada ao composto TV+revista. Os melhores locais para isso são as páginas de maior audiência daqueles portais que permitem liberdade criativa aos anunciantes e que disponibilizam formatos inovadores, como a home page do Yahoo!, por exemplo. Também é viável veicular na internet campanhas de venda para públicos segmentados, papel que anteriormente se atribuía aos jornais e às listas. Links patrocinados em sites de busca são perfeitos para esse fim. O marketing direto e a promoção também migraram boa parte dos seus esforços para o ambiente online. E dá para fazer tudo isso de forma dinâmica e interativa, construindo relacionamento com as pessoas e se beneficiando do enorme poder de propagação que elas passaram a ter. Não é possível saber como será o cenário do marketing - e cenário nenhum - daqui a mais 15 anos. Mas quem quiser chegar lá para ver, precisa olhar as mudanças de hoje e se adaptar aos novos conceitos, principalmente os de liberdade e de influência que o consumidor conquistou com a internet. E que ele nunca mais vai perder. /033/ Equipe multidisciplinar colaborativa, verdadeiramente imparcial na escolha das disciplinas de comunicação e com foco em inovação, otimização de verbas e resultados. O que sua marca faz para a sociedade? Então pense o que a sociedade fará com ela. Este é o momento para conversar com a R.EPENSE. Ligue 011 3097 3300 ou 021 2540 6020.