Inez Sallum
Naideron Jr.
Outro exemplo foi o espaço dedicado ao cuidado com a saúde
física e mental. A arquiteta Liliane Barros projetou, em 50 m2,
o ‘spa em casa’. Com o objetivo de proporcionar momentos de
relaxamento e lazer, o ambiente é uma mescla de academia
domiciliar, jardim e spa. “Essa área se caracteriza por ser um
novo elemento dentro dos itens necessários em uma residência
na qual as pessoas se preocupam com a boa forma e a qualidade
de vida. Para quem tem a agenda lotada e não gosta de sair
de casa nos fins de semana, essa é a solução ideal”, explicou
a arquiteta. Priorizando o consumo consciente, a profissional
optou por peças de bom custo-benefício, durabilidade e fácil
manutenção. Além disso, há também a preocupação com o
meio ambiente. A água do spa é tratada e, após utilizada,
reaproveitada para lavar as calçadas e irrigar as plantas.
Reciclar, reduzir e reutilizar foram os conceitos que a designer
de interiores Talissa Scarpin e os acadêmicos do curso de
Design de Interiores da Unicuritiba Leandro Schvitaicky,
Marina Marterer e Paula Vieira empregaram para compor o
‘estar e jantar do apartamento compacto’. As peças criadas
a partir de materiais considerados inúteis dão mais destaque
ao espaço. A mesa de apoio para o notebook foi construída
com peças automotivas resgatadas de um ferro velho, como
rodas e pneus. Uma árvore abandonada se transformou em
um cabideiro e um painel de lona de caminhão reciclado serviu
como mural de fotos e recados. No teto, cordas entrelaçadas
criaram um efeito interessante e dispensaram o uso de gesso.
Descascada, a parede que faz a divisão entre os espaços ficou
com os tijolos aparentes.
Marcelo Stammer
A natureza aliada à modernidade. É isso que o ‘estar da família’,
desenvolvido pelos arquitetos Luciana Cavalli e Zeh Pantarolli,
apresenta. “O ambiente comprova que materiais que iriam
para o lixo podem ser transformados em peças de design,
compondo um espaço sustentável, mas que não abre mão da
beleza, do conforto e da praticidade”, garantiu Luciana. Em
30 m2, os profissionais mesclam produtos nobres com objetos
reaproveitados e materiais inusitados, o que torna o ambiente
único. Diversas peças foram desenvolvidas exclusivamente
para a mostra com o intuito de trazer a natureza para dentro
do espaço. A moldura do espelho traz saquinhos de chá, a
luminária é feita de sombrinhas velhas, o que proporciona um
jogo de luzes interessante. Galhos de madeira compõem a
escada, um engradado antigo foi recuperado e se transformou
em uma adega, a poltrona recebeu revestimento de retalhos
de jeans e um tronco de madeira virou a mesa de centro.
“Queremos mostrar aos visitantes que é possível ter objetos
bonitos, modernos e diferenciados sem gastar muito. A
ideia é que o usuário desenvolva peças de design com suas
próprias mãos e enxergue em materiais que iriam para o lixo
a oportunidades de criar”, considera Pantarolli. Ao invés de
utilizar papel de parede, os arquitetos optaram por descascá-la,
deixando os tijolos à vista.
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2011 MÓBILE DECORE 29
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