Cuidado com os alimentos industrializados
Com o estilo de vida moderno, muitas famílias sofreram mudanças acerca
da alimentação. A busca por maior praticidade, rapidez, durabilidade facilitou o
acesso aos alimentos prontos para o consumo, que por sua vez leva a um
aumento na ingestão de refeições mais gordurosas, como também o consumo
de refrigerantes e guloseimas de um modo geral.
Os alimentos industrializados apresentam alto teor de gordura, açúcar e
sódio. São considerados os vilões da boa alimentação, principalmente para o
público infantil.
Um estudo recente realizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa ao
consumidor (IDEC), avaliou o teor de açúcares, gorduras e sódio em alimentos
para crianças. Foram analisados 30 alimentos industrializados (15 bolos e 15
salgados) que repetidamente fazem parte dos lanches das crianças do nosso
país. A maioria deles apresentou excesso de sacarose, de gorduras saturadas e
trans e excesso de sódio.
Refrigerantes, sucos (em pó, caixinha), biscoitos recheados, macarrão
instantâneo, pipoca de microondas batata frita, pastel, coxinha, achocolatados
de caixinha, alimentos congelados (hambúrguer, pizza, nuggets, lasanha),
sobremesas prontas e salgadinhos se tornaram os alimentos preferidos da
garotada. Sem muita informação os pais acabam oferecendo, nas refeições
principais e nos lanches, esses alimentos de forma exagerada.
O excesso no consumo dos alimentos industrializados pode contribuir
para a mudança no hábito alimentar das crianças, gerando problemas de saúde
como as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) - obesidade, colesterol
elevado, doenças do coração, diabetes, hipertensão, entre outras. Patologias
que antes eram vistas somente em adultos, hoje são bem frequentes entre os
pequenos.
Segundo dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada entre
2008/2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em
cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos estão com peso acima do
recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da
Saúde. O índice de jovens de 10 a 19 anos com excesso de peso passou de
3,7%, em 1970, para 21,7%, em 2009.
Diante dessa realidade, orientamos que os responsáveis façam a leitura
dos rótulos nutricionais, como critério essencial na escolha de alimentos para as
crianças. Fiquem atentos às informações nutricionais: vejam as quantidades de
sódio, açúcar e gordura por porção do alimento. Essa é uma ação muito
importante para a mudança dos hábitos alimentares que agridem a saúde das
crianças.
Serviço de nutrição
Texto adaptado por Luciana Ramos - Nutricionista
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