CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA-UNIPÊ
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
COODENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
MILENA MEDEIROS DE MIRANDA
GESTÃO DE CRÉDITO – Um estudo de caso na
Ag Epitácio Pessoa - BANCO REAL S.A
JOÃO PESSOA
2008.2
MILENA MEDEIROS DE MIRANDA
GESTÃO DE CRÉDITO: Um estudo de caso na
Ag Epitácio Pessoa - BANCO REAL S.A
Monografia apresentada a Banca
Examinadora da Coordenação de Curso
de
Administração,
do
Centro
Universitário de João Pessoa-Unipê,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Bacharel em Administração.
Orientador: Oscar Estephano Gonçalves Coutinho
JOÃO PESSOA
2008.2
M672g
Miranda, Milena Medeiros
Análise de Crédito em instituições bancárias- Um estudo de caso/
Milena Medeiros de Miranda. João Pessoa, 2008.
61f.
Monografia (Curso de Administração de Empresas) –
Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ
1. Ciência da Informação. 2. Administração.
I. Título.
UNIPÊ / BC
CDU – 658.15
MILENA MEDEIROS DE MIRANDA
GESTÃO DE CRÉDITO: Um estudo de caso na
Ag Epitácio Pessoa - BANCO REAL S.A
Monografia apresentada ao Curso de Administração do Centro Universitário de João PessoaUNIPÊ, em cumprimento as exigências parciais para a obtenção do grau de Bacharel em
Administração.
Aprovada em
/
/ 2008
BANCA EXAMINADORA
----------------------------------------------------------------------Professor Oscar S. Gonçalves Coutinho
Orientador
-------------------------------------------------------------------------Professor George W. Alves Melo
Examinador-UNIPÊ
--------------------------------------------------------------------------Professor Marcio Reinaldo Lucena
Examinador-UNIPÊ
Dedico principalmente a Deus, a meus pais Márcia Medeiros e
Mircio Miranda aos meus irmãos, Marcio Medeiros e Melina
Medeiros, meus tios Solange Medeiros e Valdemir Miranda e amigos.
AGRADECIMENTOS
Principalmente a Deus, por ter me iluminado com seu amor me dando muita força e coragem
para suportar as dificuldades do dia-a-dia.
A querida professora Nilza, pelo carinho e orientação prestados em sala de aula.
Ao professor Orientador e namorado Oscar Coutinho, pela presença constante, carinho
atenção e apoio.
A minha família, que acompanhou todo o processo, oferecendo suporte indispensável.
Aos meus queridos professores, que durante todo o processo me ajudaram e deram apoio.
Aos meus verdadeiros amigos, Adenildo Aquino, Simone Mary, Adjane Miller, pessoas
especiais que me ajudaram muito nessa etapa. Só eu sei.
A querida Tia Regina que chegou como um anjo, prestando orientação detalhada para a
conclusão perfeita da monografia.
A todos que direta ou indiretamente, me ajudaram a vencer mais uma etapa da minha vida.
MIRANDA, Milena Medeiros de. Gestão de créditos. Um estudo de caso no Banco Real
Agência Epitácio Pessoa. 2008. 70 f. Monografia (Graduação em Administração) Centro
Universitário de João Pessoa - UNIPÊ
RESUMO
A análise de crédito é de fundamental importância numa instituição financeira visto que é
impossível venda à vista e o dinheiro é o principal produto de negociação de que dispõe a
instituição. Tem como questão norteadora: Quais clientes terão direito à concessão de crédito
e quais estratégias deverão ser observadas para que estes clientes tenham condições de
cumprir com seus pagamentos em dia, não se tornando inadimplentes. Participaram dessa
pesquisa clientes do Banco Real Agência Epitácio Pessoa, ligados às carteiras de cobrança e
abertura de crédito. Os dados foram coletados no Departamento do CDC (crédito direto ao
consumidor), sendo utilizadas fichas cadastrais ali existentes. Da análise realizada,
constataram-se os principais fatores que contribuem para a inadimplência dos clientes. A
partir dessa compreensão e análise minuciosa do fato estudado, esta monografia sugere novos
horizontes no cuidar quanto à análise de crédito, refletindo a dimensão dos prejuízos que o
problema poderá causar para a instituição, caso não se tenha dado a devida atenção para os
riscos a que está sujeita.
Palavras-chave: Gestão de crédito, Análise de crédito, Crédito bancário, Riscos.
ABSTRACT
MIRANDA, Milena de Medeiros. Management of credit. A case study at the Banco Real
Agency Epitácio Person. 2008. 70 f. Monograph (Graduate in Business Administration)
University Center of Joao Pessoa - UNIP
The credit analysis is of fundamental importance in a financial institution since it is
impossible to view sale and the money is the main product of negotiation for the disposal of
the institution. Its guiding question: What customers will be entitled to grant credit and what
strategies should be observed so that these customers are able to meet with their payments in
days, not becoming delinquent. Participated in this survey customers of Royal Bank Agency
Epitácio person and connected to the portfolios of recovery and opening of credit. Data were
collected in the Department of the CDC (direct to consumer credit), being used cadastral chips
there. Of the analysis, found the main factors that contribute to bad debts from customers.
From that understanding and thorough study of fact, this monograph suggests new horizons in
caring about the analysis of credit, reflecting the extent of the damage that can cause the
problem to the institution, should not have been given proper consideration to the risks it is
subject.
Keywords: Management of credit. credit analysis. credit, banking risks.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Perfil dos clientes ano 2005..................................................................
45
Gráfico 2: Perfil dos clientes autônomos ano 2005...............................................
45
Gráfico 3: Perfil dos clientes ano 2006...................................................................
46
Gráfico 4: Perfil dos clientes autônimos ano 2006.................................................
47
Gráfico 5: Perfil dos clientes autônomos ano 2007................................................
47
Gráfico 6: Perfil dos clientes autônomos ano 2007..............................................
48
Gráfico 7: Procedimentos de abertura de crédito ano 2005..................................
49
Gráfico 8:Procedimentos de abertura de crédito ano 2006....................................
50
Gráfico 9:Procedimentos de abertura de crédito ano 2007....................................
51
Gráfico 10: Clientes que foram ou são inadimplentes ano 2005............................. 52
Gráfico 11: Clientes que foram ou são inadimplentes ano 2006............................. 53
Gráfico 12: Clientes que foram ou são inadimplentes ano 2007..........................
53
Gráfico 13: Motivo de inadimplência ano 2005...................................................
54
Gráfico 14: Motivo de inadimplência ano 2006.....................................................
55
Gráfico 15 : Motivo de inadimplência ano 2007....................................................
55
Gráfico 16: Perfil da inadimplência anos 2005,2006 e 2007.................................. 56
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO..........................................................................................................
11
2 PRODEDIMENOS METODOLÓGICOS.............................................................
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA..............................................................
2.2 PROBLEMATIZAÇÃO..........................................................................................
2.3 OBJETIVO..............................................................................................................
2.3.1 Objetivo geral
2.3.2 Objetivos específicos............................................................................................
2.4 UNIVERSO AMOSTRAGEM..........................................................................
2.5 CAMPOEMPÍRICO................................................................................................
2.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS........................................................
13
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14
15
15
17
3 FUNDAMENTAÇÃOTEÓRICA............................................................................
3.1 Sistema Financeiro Nacional................................................................................
3.1.1 Subsistemas...........................................................................................................
3.1.1.1CRÉDITO.........................................................................................................
3.1.2.1 RISCO DECRÉDITO.......................................................................................
3.1.2.2 Riscos Internos..................................................................................................
3.1.2.3 Riscos Externos................................................................................................
3.1.2.4 Central de Riscos do Banco Central do Brasil.................................................
3.1.2.5 Outros Fatores de Risco....................................................................................
3.1.3 LINHAS DE CRÉDITO PESSOAFÍSICA.........................................................
3.1.4 ANÁLISE DECRÉDITO....................................................................................
3.1.5 Informação de crédito.........................................................................................
3.1.6 OS CS DCRÉDITO............................................................................................
3.1.5.1 CONCESSÃO E DECISÃO.............................................................................
3.1.5.1.1 Comprovação dos dados Residenciais........................................ .................
3.1.5.1.2 Confirmação das Atividades Atuais e Rendimentos....................................
3.1.5.1.3 Referência geral.............................................................................................
3.1.5.4 Declaração eAssinatura.....................................................................................
3.2GARANTIAS...........................................................................................................
3.2.1 GARANTIAS PESSOAIS...................................................................................
3.2.2 Aval......................................................................................................................
3.2.3 Sazonalidade do Produto .....................................................................................
3.2.4 Fiança...................................................................................................................
3.2.5 GARANTIAS REAI.S..........................................................................................
3.2.6 Caução de Duplicata.............................................................................................
3.2.7 Caução de Cheques...............................................................................................
3.2.8 Alienação Fiduciária.............................................................................................
3.2.9 Penhor e Hipoteca.................................................................................................
3.3 POLÍTICAS DE COBRANÇA............................................................................
3.3.1 FASES DA COBRANÇA...................................................................................
3.3.2 ATIVIDADES DA COBRANÇA........................................................................
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39
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40
3.3.3 PRODEDIMENTOS DE COBRANÇA...............................................................
40
3.3.5 Cartas...................................................................................................................
41
3.3.5 Telefonemas.........................................................................................................
41
3.3.6 Visitas Pessoais...................................................................................................
41
3.3.7 Uso de agencias de Cobrança.........................................................................................4
40
3.3.8 Protestos de Duplicatas.........................................................................................
42
42
3.3.9 EFEITO DO NÃO-PAGAMENTO...................................................................
42
3.3.10 PLANO DE FINANCIAMENTO.....................................................................
3.3.10.1 Empréstimos sem Garantia...............................................................................
42
3.3.10.2 Empréstimo com Garantia...............................................................................
43
44
4 ANÁLISE DOS DADOS...........................................................................................
58
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................
59
6 REFERÊNCIAS........................................................................................................
60
7ANEXOS...................................................................................................................
11
1 INTRODUÇÃO
Todas as operações que envolvem um determinado período de tempo entre a posse de
um ativo e o seu pagamento (exceto o escambo e as transações de compra e venda a vista)
terminam acontecendo em condições de crédito, mas para que isso se confirme faz-se
necessária a condição de confiança entre as partes envolvidas. Porém, as operações de crédito
atuais (empréstimos, financiamentos, limites rotativos, dentre outras) tem sua origem já no
Egito Antigo (por volta de 2100 a.C.) com os empréstimos de produtos naturais e na Roma
Antiga ( em meados de 509 a.C.) com os empréstimos de moedas que eram pesadas na
presença do cliente e mais cinco testemunhas e além do valor principal eles acrescentavam as
moedas equivalentes aos juros e as retiravam após a pesagem, sendo que o valor total deveria
ser pago ao final do contrato ( VENTURA, 2000).
O crédito para a humanidade é tão antigo quanto a própria história das civilizações,
portanto, já conseguimos identificar que o crédito faz parte da maioria das negociações
comerciais e que este sempre se expõem ao risco do não cumprimento do contrato, risco este
que deve ser classificado e monitorado. Dentro da história do crédito no Brasil destacam-se
instituições como Banco do Brasil, o pioneiro da atividade bancária pública, foi criado em 12
de Outubro de 1808 por D. João V I, além disso, destacou-se também o Barão de Mauá, o
fundador do primeiro grande banco privado nacional, o Banco Mauá, com filiais em países
como a Argentina, Uruguai e Inglaterra.
O crédito é uma ferramenta de extrema importância nas estratégicas mercadológicas
empregada pelas empresas para manter-se competitiva diante de um mercado exigente,
sempre carente de recursos financeiros e sujeito a mudança, principalmente de ordem
econômica, que transformam tendências e afetam diretamente toda população, motivando
ações como: aumentar o volume de vendas mediante uma política de crédito, criando
condições para aquisição de bens e serviços pelo maior número de consumidores possíveis e;
tomar as medidas preventivas para que os créditos concedidos sejam liquidados em seu
devido tempo, mantendo as organizações com níveis de rentabilidade de acordo com os
objetivos estabelecidos.
À medida que o tempo passa, podemos observar que as instituições financeiras
procuram minimizar seus riscos e tornar sua carteira de clientes mais sólida e menos
ameaçadora. Para as instituições financeiras, é importante seguir as normas e resoluções
emanadas pelo Banco Central do Brasil. Com o intuito de minimizar riscos o Banco Central
12
do Brasil tem como função fiscalizar e punir as instituições financeiras que não cumprirem
com as normas e resoluções. A punição pode até paralisar as atividades da instituição, para
que não ocorram novamente falências de bancos como no caso do Banco Excel.
É importante verificar que quanto mais se minimiza o risco, mais sólida fica a
organização. Por este motivo é necessário realizar uma análise de crédito dentro de uma
instituição bancária com a função de diminuir os índices de inadimplência.
Baseado na importância de minimização dos riscos dentro da organização, o estudo
em pauta procurará verificar possíveis falhas na concessão de crédito que venham influenciar
os índices de inadimplência.
A pesquisa tem como objetivo geral analisar os procedimentos de abertura de crédito
que venha influenciar nós índices de inadimplência da organização.
Trabalhou-se com a hipótese foi se os procedimentos de abertura de crédito estão
influenciando no resultado da inadimplência presente no Banco Real Agência Epitácio
Pessoa.
A pesquisa está organizada em cinco capítulos. No primeiro capítulo é feita a
introdução do tema. No segundo capítulo, a questão da metodologia, que se tomou como base
a pesquisa documental. Em seguida, a problematização, os objetivos geral e específico, o
universo e amostra, campo empírico e o instrumento de coleta de dados, no qual foram
utilizados os dossiês dos clientes do banco.
Já no terceiro capítulo aborda-se o sistema financeiro nacional e seus subsistemas.
Falou-se também tudo sobre crédito, enfatizando seus riscos internos e externos, linhas de
crédito, garantias como forma de minimizar riscos além de abordar também as políticas de
cobrança de crédito e planos de financiamentos.
O quarto capítulo refere-se à pesquisa, no qual onde foram apresentados os gráficos
sobre percentual de clientes inadimplentes, qual a justificativa para o não pagamento das
parcelas, procedimentos de abertura de crédito e perfil dos clientes do Banco Real agência
Epitácio Pessoa.
O quinto capítulo refere-se às considerações finais, enfatizando a análise de
crédito como um instrumento eficiente quando se buscar conhecer o perfil do cliente levando
em consideração suas reais necessidades.
13
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa se propõe a verificar os reais motivos pelos quais os clientes se tornam
inadimplentes. Assim sendo, a pesquisa se direciona ao uso de um método o qual permite a
entender a natureza de um fenômeno social.
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa é do tipo documental. Serão pesquisados os dossiês dos clientes que
constam todo o processo e procedimentos de abertura de crédito, quando concedido pela
instituição financeira. Além disso, verificar-se-ão os motivos que levaram aqueles clientes a
se tornarem inadimplentes. De acordo com Santos (2002), a pesquisa documental é trabalhada
com base em documentos que não receberam tratamentos de análise e síntese. Embora se
identifique com a pesquisa bibliográfica, está só se realiza sobre documentos analisados e
pertencentes a autores que deram o estudo pronto e acabado.
A análise de dados é do tipo qualitativo. Nesse caso identificar-se-á a qualidade na
abertura de crédito em função dos procedimentos utilizados. De acordo com Oliveira (2002,
p. 117), as pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder
descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de
certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos
sociais, apresentar contribuições no processo da mudança, criação ou formação de opiniões de
determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das
particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos.
Utilizou-se também a análise quantitativa para identificar, através da análise dos
gráficos, os índices de inadimplência dos clientes. De acordo com Oliveira (2002), o termo
quantitativo significa quantificar opiniões, dados, na forma de coleta de informações, assim
como também o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples. O método
quantitativo é muito utilizado no desenvolvimento das pesquisas descritivas, em que se
procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, assim como na investigação da
relação de causalidade entre os fenômenos causa e efeito.
14
2.2 PROBLEMATIZAÇÃO
Antes de iniciar o estudo sobre análise de crédito não se pode deixar de considerar as
resoluções emanadas pelo Banco Central do Brasil. É essa instituição que define os critérios
para o funcionamento do sistema financeiro nacional e conduz a política creditícia do país,
para que os estabelecimentos de créditos possam então atingir as necessidades dos seus
clientes. Assim, crédito é uma variável de importância fundamental do sistema econômico.
Em razão as políticas governamentais que ora estimulam e ora dificultam o crédito, as
instituições devem estabelecer mecanismos de prevenção e riscos representados pela
inadimplência. Tal prevenção pode também resultar da análise dos elementos objetivos e
subjetivos presentes no crédito que se pretende conceder.
À medida que o tempo passa, pode-se observar que as instituições financeiras vêm
procurando minimizar seus riscos e tornar sua carteira de clientes mais sólida e menos
ameaçadora.
Através deste estudo, realizado junto ao Banco Real Agência Epitácio Pessoa, pode-se
avaliar os procedimentos utilizados pelo departamento de CDC (Crédito Direto ao
Consumidor), na abertura de crédito que venham influenciar nos índices de inadimplência e,
por conseqüência avaliar, os riscos inerentes à concessão de crédito. Esse propósito levou à
seguinte pergunta: De que forma os procedimentos de abertura de crédito influenciam
nos índices de inadimplência no Banco Real Agência Epitácio Pessoa?
2.3 OBJETIVO
2.3.1 Objetivo Geral
Analisar de que forma os procedimentos de abertura de crédito influenciam nos índices
de inadimplência no Banco Real Agência Epitácio Pessoa.
2.3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS:
1. Levantar as formas de análise de crédito existentes no mercado de serviços
financeiros;
2. Demonstrar as análises efetuadas pela Agência Epitácio Pessoa;
15
3. Identificar o nível do risco dos serviços financeiros frente à inadimplência dos
clientes.
2.4 UNIVERSO E AMOSTRAGEM
De acordo com SANTOS (2006) Universo é o conjunto definido de elementos que
possuem determinadas características. Neste caso o universo será o cliente do Banco Real
Agência Epitácio Pessoa carteira de clientes anos 2005, 2006 3 2007, na qual a pesquisa será
realizada tomando-se como base
os anos de 2005, (totalizando 937 clientes) e
2006,
totalizando 1.421 clientes. 2007, totalizando 2.343 clientes da cidade de João Pessoa. Serão
utilizados 5% da população de cada período através de uma pesquisa aleatória simples, que
será feita através de uma tabela de números aleatórios que possibilitará uma chance igual para
toda população da pesquisa.
2.5 CAMPO EMPÍRICO
O Campo da pesquisa a ser realizada é o Banco Real Agência Epitácio Pessoa,
departamento de CDC. As áreas pesquisadas serão as de cobrança e abertura de crédito, onde
a sua principal atividade é o financiamento.
Tendo sua origem na Holanda, o Banco Real ocupa posição de destaque nos mercados
financeiros do mundo. Atuando em mais de 60 países, é o maior Banco da Holanda, um dos
maiores da Europa e o segundo maior Banco estrangeiro em atuação nos Estados Unidos.
Esse Banco, de nítida vocação internacional, foi formado pela união de duas importantes e
tradicionais instituições financeiras Holandesas: O Algemene Bank Nederlands (ABN Bank)
e o Amstardam Rotterdam Bank (O AMRO Bank). (www.bancoreal.com.br)
Esta fusão que resultou no nascimento do ABN AMRO Bank ocorreu em 1991, mas a
historia do ABN Bank e do AMRO Bank é muito mais antiga e também marcada por
associações e fusões. O ABN Bank teve sua origem há mais de 70 anos, a partir de uma
companhia de comércio exterior chamada Nederlandsche Handel-Maatschappijj, que se uniu
ao De Twentsche Bank e se tornou um dos mais importantes bancos da Holanda. A trajetória
do AMRO Banck teve origem em 1863, quando foi fundado o Rotterdamsche Banck que,
mais tarde, uniu-se ao Amsterdamsche Bank
No Brasil, o ABN AMRO Banck iniciou suas atividades em 1917 com o nome de
Banco Holandês da América do Sul e destacou-se em operações de câmbio e comercio
16
exterior, envolvendo principalmente, as exportações de café. Por esse motivo, as operações do
Banco Holandês da América do Sul foram iniciadas no Brasil através de Agências instaladas
em duas cidades portuárias; Santos, no Estado de São Paulo, e Rio de Janeiro. A primeira
agencia na capital paulista foi aberta dois anos mais tarde, em abril de 1919.
Em sua trajetória de mais de 80 anos de atuação no Brasil, o Banco Holandês da
América do Sul mudou de nome duas vezes, antes de adotar, em 1993, a denominação de
ABN AMRO Bank. Os outros nomes utilizados pelo banco foram os Bancos Holandês Unido
e Banco Holandês.
Em 1998, quando foi efetivada a aquisição do BANCO REAL, O ABN AMRO
BANK, era líder de mercado no financiamento de veículos usados, contava com cerca de 50
escritórios em todo país e com uma excelente reputação com banco de atacado, especializados
na formação de complexas operações financeiras para grandes empresas nacionais e
multinacionais.
O Banco Real, por sua vez, foi fundado em 1925 como uma cooperativa de crédito.
Em pouco tempo, transformou-se em banco, passou a atuar em todos os segmentos do
mercado financeiro e destacou-se no setor de varejo, sendo pioneiro no lançamento de muitos
produtos de serviços bancários hoje bastante utilizado por todas as instituições.
O Crescimento do Banco Real- que até 1971 utilizava a denominação de Banco da
Lavoura de Minas Gerais – também se caracterizou por uma serie de fusões e aquisições
envolvendo, inclusive, dois grandes grupos financeiros: O Banco Auxiliar e o Comind.
No momento da aquisição pelo ABN AMRO Bank, o Banco Real destacava-se por
operar em todos os segmentos do mercado financeiro e ser um dois mais respeitados e sólidos
bancos brasileiros, com cerca de 17.000 funcionários e, aproximadamente, 1.400 agências e
escritórios. (www.bancoreal.com.br).
2.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Esta pesquisa terá como instrumento de coleta de dados a investigação aos dossiês
dos clientes do Banco Real AG Epitácio Pessoa. As consultas aos dossiês serão realizadas em
função dos clientes da carteira de CDC, podendo-se observar nestes, todos os procedimentos
de abertura de crédito utilizados pela instituição, como também os históricos de cobrança
como meio de identificar os reais motivos da inadimplência.
17
3
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Sistema Financeiro Nacional
O sistema Financeiro Brasileiro derivou-se do modelo Europeu de 1808, por alvará
de D. João Vi, na época Príncipe Regente que fundou o primeiro Banco, denominando-o de
Banco do Brasil-BB. E a partir de 1909, este banco passou a acumular algumas funções,
como: desconto de letras de câmbio, captação de recursos para deposito a prazo, emissão de
notas bancárias, operações de cambio e acolhimento de depósitos dos diamantes, metais
preciosos e papel-moeda, além de deter a exclusividade das operações financeiras da coroa,
perdurando até meados do século XX, quando se verificaram grandes transformações
(ANDREZO; LIMA, 2006).
Tem como função descrever o sistema utilizado sobre moeda, agentes econômicos,
posição orçamentária, intermediação financeira e mercado financeiro, e junto com os seus
instrumentos fiscalizar todas as transações existentes na nossa nação com o objetivo de evitar
possíveis fraudes e riscos que prejudique o bom andamento da política nacional, nos agentes
deficitários que precisem de recursos para atender as necessidades de consumo e investimento
e os agentes superavitários precisam de alternativas para aplicar seus excedentes de recursos,
por isto o sistema financeiro nacional tem que procurar atender as necessidades e ao mesmo
tempo em que estimulam as elevações das taxas de consumo e investimentos.
Sistema Financeiro Nacional consiste de um conjunto de instrumentos e
instituições que funcionam como meio para a realização da intermediação
financeira. Deste modo, o sistema financeiro aproxima os agentes
econômicos com situação orçamentária superavitária dos agentes com
situação deficitária. (SILVA, 2000, p.42)
Dentro disto, o SFN pode ser dividido em duas partes, ou seja, em dois subsistemas,
um normativo e outro operacional. Vejamos:
18
3.1.1 Subsistemas
Os subsistemas estão divididos em dois grupos distintos o subsistema normativo e
operativo.
Subsistema normativo é responsável pela normatização e controle das
instituições que operam no mercado. É composto basicamente pelo
conselho monetário nacional, Banco Central do Brasil, Banco do Brasil,
Banco Nacional do desenvolvimento Econômico e Social e pela comissão
de valores imobiliários. (SILVA, 2000, p.42)
O Conselho Monetário Nacional-CMN foi instituído pela lei n 4.595 de 31 de
Dezembro de 1964, como um órgão deliberativo e de cúpula responsável pela fixação das
diretrizes das políticas monetárias, creditícia e cambial do país. É um conselho de política
econômica, podendo assumir funções de legislativo das instituições Financeiras Publicas e
Privadas. E para que haja um bom funcionamento deste sistema, integram-se a ele o Ministro
da Fazenda (presidente), o Ministro-Chefe da Secretaria do Planejamento, e o Presidente do
Banco Central.
Suas principais atribuições são, como informa o site www.bacen.com.br
Zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras;
Estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetárias, cambial e creditícia;
Regular as condições de instituição, funcionamento e fiscalização das instituições
financeiras;
Adaptar o volume dos meios de pagamento as reais necessidades da economia nacional
e seu processo de desenvolvimento;
Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, para tornar
mais eficiente o sistema de pagamento e mobilização de recursos;
Acionar medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios econômicos, surtos
inflacionários etc.;
Regular as operações de redesconto e as operações no âmbito do mercado aberto, entre
outros.
O Banco Central do Brasil-BACEN é uma entidade autárquica, criado pela Lei n
4.595/64 como um órgão de poder executivo das políticas traçadas pelo Conselho Monetário
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Nacional e do Sistema Financeiro Nacional. É ponderado como um banco fiscalizador do
cumprimento das normas criadas pelo Conselho Monetário Nacional e disciplinar do mercado
financeiro, assegurando o equilíbrio monetário, intervindo indiretamente na economia e
diretamente no sistema financeiro. O BACEN está situado em Brasília - capital federal, com
representações regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de
Janeiro e São Paulo.
O Banco do Brasil é um banco comercial oficial que possui uma economia mista mais
tendo no seu comando o governo federal que possui mais de 50% de suas ações. Tem função
operacional para política oficial do governo relativo ao crédito rural a ao crédito industrial,
trabalha também com câmara de compensação de cheques e o departamento do comercio
exterior.
O BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento e Social) è responsável pela política
de investimentos a longo prazo e visa ao desenvolvimento econômico e social do país no
fortalecimento das empresas e nos pólos de produção nacional, prestando a também apoio às
exportações brasileiras.
O CMV (comissão de valores mobiliários). É responsável basicamente pelo mercado
de ações a debêntures assegurando o funcionamento das bolsas de valores e demais
instituições, fiscalizando a emissão, o registro e a negociação dos títulos emitidos pelas
sociedades anônimas.
Subsistema operativo é composto pelas instituições financeiras (Bancárias
e não bancárias) que operam diretamente na intermediação financeira. As
normas operacionais das instituições financeiras constam o MNI (manual de
Normas e Instruções) que é elaborado pelo Banco Central do Brasil.
(SILVA, 2000, p.42)
A Caixa Econômica integra o sistema de poupança, sistema financeiro de habitação,
captação de depósitos a vista e atendimento ás necessidades de recursos de curto prazo. Opera
com crédito direto ao consumidor e empréstimos as pessoas físicas sobre penhor de bens
pessoais. Além de centralizar o recolhimento do fundo de garantia por tempo de serviço
(FGTS) dos trabalhadores, ainda tem a função de administrar as loterias federais e
recentemente trabalhar em parceria com a Receita federal.
Bancos de Investimentos-criados através da Lei n 4728 de 14 de Julho de 1965 são
instituições financeiras privadas, especializadas em operações de participação societária de
20
caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e
de giro de médio e longo prazo, além da administração recursos de terceiros. Para isto,
apóiam-se em iniciativas que visem fortalecer o capital social das empresas, ampliar a
capacidade produtiva da empresa, incentivar a melhoria da produtividade, entre outros.
No Brasil, há Bancos de desenvolvimentos que são: o BNDS( Banco Nacional de
Desenvolvimento Social) que é o principal agente para financiar as necessidades de
investimentos das empresas com recursos de longo prazo, o Banco do Nordeste do Brasil
(BNB) e o Banco Amazônia (BASA), que visam o desenvolvimento das regiões nordeste e
da Amazônia, respectivamente, atendendo diretamente as políticas e projetos de
desenvolvimento nestas regiões.
As sociedades de crédito, financiamento e investimento, atuam basicamente no
financiamento de bens duráveis, por meio do chamado CDC (crédito direto ao consumidor).
Sociedades corretoras, que operam no mercado acionário, na compra, na venda e
distribuição de valores mobiliários por conta de terceiros. Fazem a intermediação junto às
bolsas de valores e mercadorias além de efetuarem lançamentos públicos de ações e
intermediação das operações de cambio nessas atividades.
Sociedades distribuidoras operam no mercado de ações e debêntures, porém não
tem acesso a bolsa de valores e operam exclusivamente com títulos e valores mobiliários de
renda fixa e variável em nome próprio e de terceiros.
Dentro do subsistema operacional têm-se as sociedades de crédito imobiliário que
visam financiar o mercado imobiliário na aquisição de um imóvel, beneficiando em seu
empreendimento e desenvolvimento o empresário. Utilizando recursos capitados em sua
maioria pela caderneta de poupança. E por fim, os bancos múltiplos, como o próprio nome
sugere, atuam em múltiplas carteiras as que são operadas pelos bancos comerciais, pelos
bancos de desenvolvimento, pelas sociedades de credito imobiliário. A criação deste tipo de
banco tem finalidade racionalizar as estruturas administrativas e comerciais das instituições
financeiras, possibilitando que uma única possa desenvolver operações em diversas carteiras
que antes envolviam diversas empresas.
3.1.1.1 Crédito
Este mercado visa fundamentalmente suprir as necessidades de caixa, cujo prazo se
escala em curto, médio e aleatório perante os vários agentes econômicos, seja por meio da
concessão de créditos as pessoas físicas ou empréstimos para consumo das famílias, através
21
do consumo corrente e bens duráveis, ou de financiamentos as empresas, para o capital de
giro (ASSAF, 2001, p. 105). Estas operações são tipicamente realizadas por instituições
financeiras bancárias, campanhas financeiras e os bancos múltiplos, que funcionam a partir de
normas contratuais, envolvendo tomadores finais de crédito, doadores finais e intermediários
do processo de concessão.
Ainda de acordo com o autor Assaf (2001) as operações de empréstimos de curto e
médio prazo, estão os descontos de títulos, os créditos rotativos, as operações hot Money, os
empréstimos para capital de giro e pagamento de tributos, as operações de vender, os repasses
de recursos externos através da resolução 63, o crédito ao consumidor, as assunções de
dívidas, o adiantamento do contrato de cambio – ACC, além dos serviços bancários como
emissão de saldo e extratos de conta corrente, emissão de documentos de crédito, o acesso
eletrônico a saldos e aplicações financeiras, a abertura de crédito, entre outros.
Sua liquidez pode ser feita de duas maneiras: a primeira ocorre no dia do
vencimento do contrato, e a segunda ocorre quando são efetuadas em parcelas mensais e
consecutivas, até o final do prazo.
A oferta do crédito pode ser vista pelas empresas e instituições financeiras, como um
importante recurso estratégico para alcançar a meta principal da administração financeira, ou
seja, a atender as necessidades de todos para agregar valor ao patrimônio acionário.
O crédito possui duas noções fundamentais bem definidas a confiança, expressa na
promessa de pagamento, e tempo, que se refere ao período fixado entre a aquisição e a
liquidação da divida.
Dentre os conceitos predominantes entre os autores, referem-se à troca de um valor
presente por uma promessa de reembolso futuro, não necessariamente certo, em virtude de
fator risco, Daí a necessidade de que o credor faça uma análise cuidadosa de capacidade
financeira de cada cliente, antes da concessão do financiamento.
O crédito atende a múltiplas necessidades econômicas: nas pessoas físicas, possibilita
a compra de bens (imóveis, veículos, equipamentos eletrônicos entre outros), reforma de
imóveis, gastos com saúde, educação, lazer e moradia; nas pessoas jurídicas compra de
matéria prima, compra de máquinas e equipamentos, ampliação de fábricas, financiamento do
comércio exterior, financiamento ao cliente etc.
No entendimento destas necessidades, a questão do reembolso do crédito deve ser
cuidadosamente analisada, baseando-se na compatibilidade das fontes primarias de receita
com plano de amortização proposto.
22
3.1.2.1 Risco de crédito
O gerente de crédito deve lembrar-se sempre de que, ao vender um crédito, está
automaticamente comprando um risco com todos os problemas e benefícios que a transação
envolve. A qualquer momento, acontecimentos imprevistos e adversos, como os decorrentes
de recessão econômica, podem afetar fontes primárias de pagamentos das pessoas físicas e
jurídicas, reduzindo a probabilidade de recebimento do crédito.
Risco existe quando o tomador de decisões pode basear-se em
probabilidades para estimar diferentes resultados, de modo que sua
expectativa as baseie em dados históricos. Isto é, a decisão é tomada a partir
de estimativas julgadas aceitáveis. (Paiva, 1997, p 06.)
Então risco de crédito será um fator que determinará se aquele que concedeu o crédito
não receberá do devedor o pagamento nos prazos acordados. Para isto, existem dois
tipos de
riscos: os internos e extenos.
De acordo com (LEONI, 1997, p.109).
Risco de crédito será o valor operacional ou faturado para determinado
cliente/grupo, acrescido dos encargos incorridos, duplicatas vencidas e não
pagas, com correção monetária ou cambial, com diluição das perdas, nunca
comprometendo produção/operação com um cliente ou grupo e sim com
mais variados clientes e facções do mercado, proporcionando, desta
maneira, alternativas quando de alguma alteração na política governamental
ou mesmo mercadológica.
3.1.2.2 Riscos internos
São aqueles decorrentes do ciclo de produção, falta de matéria prima, necessidade de
manutenção de estoques, embargos feitos pelo governo, importação de matéria prima, o risco
do produto se tornar problemas com a mão de obra. Todos estes fatores de riscos ligados à
produção.
Existem também, os riscos ligados à empresa como a capacidade de direção,
administração familiar, que dependem sempre do aval do dono, produzindo assim uma
estrutura sem crescimento. Riscos ligados a um nível de atividades com elevados custos fixos,
dependência do capital de terceiros, crescimento com pouca participação de recursos próprios,
23
tendo em seu prejuízo aumento pelos custos financeiros. Riscos ligados à estrutura de capitais,
como alavancagem financeira negativa, pode ser algo altamente arriscado ou até mesmo uma
empresa que estiver numa situação em que sua dependência de capitais de terceiros aumenta
ao longo do tempo, uma recessão econômica que pode trazer riscos de quedas.
Riscos externos
Riscos ligados a fatores como as medidas políticas e econômicas, aos fenômenos
naturais e a eventos imprevisíveis, ao tipo de atividade, riscos ligados ao mercado, ao tipo de
operação de crédito, são denominados de externos.
Vale ressaltar que a propensão de assumir riscos que esta relacionado com a própria
personalidade de cada pessoa. Por exemplo, há pessoas cujas atitudes são bastante
conservadoras, deixam de obter retornos maiores, ao assumirem riscos proporcionalmente
menores, outras são capazes de arriscar seus salários em jogo, na tentativa de enriquecer
rapidamente.
Riscos Externos são de natureza macroeconômica e, por isso, relacionam-se
diretamente com a liquidez de empresas e pessoas físicas no mercado de crédito. Citam-se
também como fatores externos a concorrência, carga tributaria caráter dos clientes, inflação,
taxa de juros, paridade cambial entre outros fatores externos. “De acordo com (SILVA, 1998,
p. 38), risco é algo indispensável para uma organização que analisa grande volume de
proposta de negócios.”
CENTRAL DE RISCOS DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
A central de riscos do BACEN (Banco Central do Brasil) é atualmente uma
das mais importante fontes de informações para os próprios bancos. Cada
banco fornece ao BACEN a relação de operações de seus clientes pessoas
físicas ou jurídicas. Por sua vez, o BACEN agrupa informações recebidas
pelo CPF (pessoas físicas), ou CNPJ (as pessoas Jurídicas) e obtém a soma
do conjunto dos compromissos diretos (empréstimos, financiamentos,
leasing e outras operações) e indiretos (avais, por exemplo) de cada
tomador e/ ou garantidor em todo sistema financeiro. (SILVA, 2000, p.87)
Cabe ao BACEN através do CPF (pessoas físicas) e CNPJ (pessoas jurídicas) conhecer
quem são os grandes devedores no mercado de crédito, a qualidade desses devedores e
24
também quais são os bancos que estão suprindo recursos a tais tomadores. Qualquer banco
pode consultar esta central de risco sobre as dúvidas e coobrigações de seus clientes junto ao
sistema financeiro. Para conseguir esta autorização e consultar os dados dos clientes, o cliente
tem que fornecer uma autorização por escrito ao seu banco para que o mesmo possa consultar
a referida base de informação do Banco Central.
OUTROS FATORES DE RISCO
Um estudo estatístico identificou vários fatores de risco ou chance de insucesso para a
sobrevivência de novos negócios. Os principais pontos observados pela pesquisa foram as
seguintes ( BLATT, 1999, p. 64):
Morte-Quanto menor o empreendimento, maior o risco de mortalidade. 71% das
empresas extintas possuem até 2 empregados, enquanto apenas 9,8 tinham mais de 5;
Idade-Quanto mais novo o empreendimento, maiores os riscos de extinção. Cerca de
36% das empresas desapareceram antes de completar um ano de vida e no período até
dois anos 47% dos negócios desapareceram. Vale salientar que 7% das empresas quem
encerram suas atividades não o fazem direito, apenas de fato;
Escolaridade-Das empresas extintas 35% de seus proprietários tinham o 1 grau
incompleto, enquanto que este nível de escolaridade atingia menos de 20% das
empresas de sucesso;
Experiência - Das 60% das empresas de sucesso, seus empresários tinham
experiências anteriores;
Falta de Capital - Apenas 6% das empresas que morreram tinham capital disponível na
abertura da empresa, contra 14% dos empresários que obtiveram sucesso;
Identificação e avaliação das oportunidades- 71% das empresas que morreram, seus
empresários afirmaram que identificaram uma boa oportunidade de negócio, porém
não pesquisaram sobre as reais potencialidades dos mesmos.
25
LINHAS DE CRÉDITO PESSOA FÍSICA
A finalidade do crédito está diretamente vinculada com a necessidade do cliente. Por
isso, é preciso avaliar a sua situação financeira e patrimonial, para oferecer-lhe uma linha de
crédito compatível com suas necessidades de financiamento e capacidade de amortização.
Para as pessoas físicas, segundo (Santos, 2003), existem linhas de crédito que atendem
ás três necessidades básicas que são: créditos emergenciais destinam-se a atender ás
necessidades imediatas do cliente, para cobrir eventuais desequilíbrios orçamentários ou mesmo
financiamentos de compras. Os créditos emergenciais são operações de curtíssimo prazo (prazo
inferior a um mês), com a amortização concentrada na data do vencimento; financiamento de
compras, esses financiamentos permitem ao cliente adquirir produtos e serviços para consumo e
bem – estar, tais como alimentos, vestuários e bens eletrodomésticos. Os financiamentos de
compras são operações de curto prazo (inferior a 12 meses), com forma de amortização
parcelada ou concentrada na data do vencimento; investimentos, permitem ao cliente adquirir
bens de maior valor para integrar seu patrimônio ou mesmo desempenhar suas atividades
profissionais, tais como: imóveis, veículo máquina e equipamentos. Os investimentos são
operações de longo prazo, com forma de amortização parcelada.
No segmento de pessoa física, os exemplos mais tradicionais de créditos são os
limites rotativos (cheque especial e cartão de crédito), contrato de crédito, o crédito direto ao
consumidor, o crédito imobiliário e o leasing. Essas modalidades de créditos são direcionadas
ao atendimento de necessidades temporárias ou eventuais dos clientes, como por exemplo, as
decorrentes de gastos básicos (exemplo: moradia, alimentação, saúde, educação e combustível),
e com a aquisição de bens (móveis e imóveis). Abaixo será descrito cada um de acordo com
(STEPHEN 2000 P. 646)
Cheque Especial trata-se de modalidade de crédito rotativo para atender ás
necessidades eventuais e temporárias dos clientes; tendo como garantia usual o contrato de
cheque especial baseado na vinculação de uma nota promissória avalizada, com valor superior
ao crédito aprovado.
Cartão de crédito-trata-se da modalidade de crédito que permite aos clientes á
realização de saques e compras de bens e serviços, até o limite de crédito concedido. De posse
de um cartão de crédito (exemplo: Visa e Mastercard), o cliente poderá efetuar gastos em
estabelecimentos credenciados, como o beneficio de pagamento futuro, quando do
26
recebimento da fatura mensal. O debito é sempre feito em data de vencimento previamente
escolhida pelo cliente.
Contrato de crédito trata-se da modalidade de crédito condicionada a amortização
parcelada do principal mais os juros. Essa modalidade de financiamento é considerada
pontual, uma vez que possibilita o banco o conhecimento prévio do direcionamento que o
cliente dará para os recursos financeiros. Por isso pode ser direcionada para o financiamento
de projetos pessoais, como os decorrentes de gastos com moradia (ampliação ou construção
de imóveis), saúde, educação e aquisição de bens (exemplo: imóveis, eletrodomésticos,
veículos, eletrônicos etc.).
Crédito Direto ao Consumidor, trata-se de uma linha de crédito destinada a
financiar a prestação de serviço e aquisição de bens duráveis com amortização mensais e
fixas, já com os encargos envolvidos. Os bens duráveis financiados podem ser novos ou
usados. Os exemplos mais importantes desse financiamento são os destinados à aquisição de
veículos e eletroeletrônicos.
Usualmente, o próprio bem objeto de financiamento (exemplo, carros, máquinas e
equipamentos) representa a garantia para o banco, em caso de inadimplência do cliente.
Crédito Imobiliário - trata-se de financiamento destinado a aquisição ou
construção de imóveis residenciais, amortizáveis em prestações mensais, em períodos
usualmente há cinco anos.
Leasing - trata-se de uma operação de arrendamento ou aluguel de veículos de
passeio às pessoas físicas. A amortização desta modalidade de financiamentos ocorre de
forma mensal e em longo prazo-opcionalmente em 24 ou 36 meses.
ANÁLISE DE CRÉDITO
De acordo com Stephen (2002 p. 645), “ao conceder crédito, uma empresa procura
distinguir entre clientes que tenderão a pagar suas contas e os clientes que não pagarão.”
Entre as atribuições dos credores, destacam-se as tarefas de seleção, análise,
precificação e monitoramento do risco de crédito, baseadas em informações concretas dos
clientes. Segundo Santos, (2000 p. 43), “o objetivo do processo de análise de crédito é o de
averiguar se o cliente possui idoneidade e capacidade financeira para amortizar a dívida.”.
O objetivo da análise de crédito é identificar os riscos, fazer recomendações sobre a
melhor estruturação de crédito e aos riscos identificados, verificar a capacidade de pagamento
no tempo devido.
27
A análise de crédito envolve a habilidade de fazer uma decisão de crédito,
dentro de um cenário de incertezas e constantes mutações e informações
incompletas. Esta habilidade depende da capacidade de analisar
logicamente situações, não raramente complexas, e chegar a uma conclusão
clara, prática e factível de ser implementada (SCHRICKL, 1994, P.27).
INFORMAÇÕES DE CRÉDITO
A variável principal para a decisão de crédito é a informação. A obtenção de
informação confiável, e o competente tratamento das mesas constituem uma base sólida para
uma decisão de crédito segura.
As informações tipicamente necessárias para avaliar a qualidade de um
cliente incluem: demonstração financeira, relatório de crédito baseado nos
antecedentes do cliente com a própria empresa. Por este motivo a empresa
utiliza procedimentos para a concessão de crédito baseados nestas
informações. ( STEPHEN 2002 P. 645).
Tais procedimentos utilizam a análise do cliente como porte financeiro; os
rendimentos comprovados dos clientes que geralmente devem ser três vezes superior ao valor
da prestação, uma renda inferior pode ser aceita caso haja comprovação de estabilidade de
residência, estabilidade de emprego, idoneidade financeira, ausência de protesto e limite de
avalistas, levantamento cadastral checagem cadastral (consulta SPC/SERASA, experiência
com a instituição e consulta ao CPF).
Outros procedimentos também são necessários à concessão de créditos como a
confirmação cadastral, identificar se as informações sobre endereço residencial e comercial
são verdadeiras, utilizando para isto contato telefônico ou visita ao endereço comercial e
residencial do financiado.
OS CS DO CRÉDITO
Como visto o crédito consiste em o banco colocar á disposição do tomador
determinado valor sob a forma de empréstimo e financiamento, mediante uma promessa de
pagamento, isto implica risco de que essa promessa de pagamento não seja cumprida. O que
28
chamamos de Cs do crédito (caráter, capacidade, condições, capital e conglomerado) contém
as variáveis relacionadas ao risco.
De acordo com (Santos, 2000), por definição, os Cs do crédito é um progresso de
análise subjetivo que envolve decisões individuais quanto a concessão ou recusa de crédito.
Nesse processo, a decisão baseia-se na experiência adquirida, disponibilidade de informação e
sensibilidade de cada analista quanto ao risco.
Na decisão de crédito acredita-se que um dos insumos básicos é o julgamento
subjetivo que o analista financeiro faz para determinar se é valido ou não assumir riscos. A
experiência adquirida do analista e a disponibilidade de informações (internas e externas)
sobre o caráter do cliente são requisitos fundamentais para a análise subjetiva de crédito.
CARÁTER - refere-se segundo Silva (2003), a intenção do devedor (ou mesmo do garantidor)
de cumprir a promessa de pagamento. Segundo Schrickel (1997, p.48), “este é o “C” de crédito
mais importante, tendo em vista que independente do montante emprestado, este se refere à
capacidade que o tomador tem em repagar os empréstimos”. É aqui que se constrói a ficha
cadastral, instrumento de suma importância na análise da capacidade de pagamento do tomador,
quando bem elaborada é uma fonte preciosa de informações sobre o tomador. Para tal são
utilizados os documentos fornecidos pelo tomador e os bancos de dados de proteção ao crédito
para se avaliar o histórico do tomador de recursos , sua capacidade de pagamento , se há cheques
devolvidos, protestos ou outros débitos anteriores. A ficha cadastral permite angariar
informações sobre a identificação e qualificação do solicitante do crédito ( tomador) e sobre as
experiências de outros credores em suas relações comerciais com o mesmo, e para Schrickel (
1997, p. 49) “esta investigação deves ser obstinada e paciente, a fim de que o emprestador
construa seu arrazoado de convencimento acerca da índole do tomador em permanecer sempre
dentro dos limites das regras do jogo”. Cabe enfatizar, entretanto, que um individuo ou uma
empresa pode atrasar um pagamento ou mesmo deixar de pagar, em razão de não dispor de
recursos, o que não é decorrência necessariamente de seu caráter, dessa forma, a identificação
das qualidades subjetivas do tomador é muito difícil, porém os registros históricos dos clientes
são indispensáveis.
No caso das empresas, o caráter a ser analisado é o dos proprietários, dirigentes e
procuradores, enfim, daqueles que exercem a gestão da empresa. Nesse aspecto, é importante
saber que de fato controla a empresa e responde pelos atos por ela praticados. Enfim, destacando
especial cuidado para aspectos como pontualidade, restrições, experiências em outros contratos
e o histórico de atuação no mercado.
29
CONDIÇÕES - As condições referem-se aos fatores não controláveis pela empresa, como a
concorrência, as flutuações econômicas e os eventos naturais, como inundações e secas, entre
outros.
Segundo SILVA (1998 p. 141),
Mesmo sem pretensão de desenvolver uma análise macro econômica, cabe
ressaltar que certas decisões de políticas econômicas, por exemplo, o
desaquecimento de determinados setor da economia, bem como o
comportamento do mercado de forma geral, afetam o nível de atividade de
determinados tipos de empresas.
Desta forma, analisam-se as condições que o mercado interno e externo vem
proporcionando aos consumidores dentro da sociedade, temos como, por exemplo, os cortes
nos orçamentos do governo, que podem acarretar suspensão ou cancelamento de obras, o que
gera queda na atividade das empresas de construção civil traz como efeito colateral maior
desemprego e problemas sociais, interferindo na capacidade de compra das pessoas.
CAPACIDADE - Capacidade é a habilidade e a competência empresarial do indivíduo em
seu potencial de produção e comercialização da empresa. São habilidades administrativas que
o individuo tem para determinar certas decisões estratégicas adotadas pela empresa no que se
diz respeito à análise de crédito.
A capacidade do cliente para cumprir obrigações de crédito com base nos fluxos de
caixa gerados pela operação. (STEPHEN, 2000 p.646).
CAPITAL - Em relação ao capital pode-se identificar a real situação de uma empresa ou
uma pessoa, no seu âmbito financeiro, dando real segurança à abertura de crédito e podendo
assim honrar seus compromissos.
Segundo SILVA (1998, p. 155), no seu estudo dos Cs do crédito, afirma:
O capital refere-se à situação econômico-financeiro da empresa, no que diz
respeito aos seus bens e recursos possuídos para saldar seus débitos. Por
tanto, o C de capital é medido através da análise dos índices financeiros,
tendo, evidentemente, um significado muito mais amplo do que aquele que
é dado à conta de capital na contabilidade.
30
Para Santos (2003. P. 45), capital é medido pela situação financeira do cliente,
levando-se em consideração a composição (quantitativa e qualitativa) dos recursos, onde são
aplicados e como são financiados.
CONGLOMERADO - A análise do conglomerado abrange a apreciação dos fatores de riscos
relativos às coligações, controle e vínculos.
Conforme SILVA (1998 p. 164),
Conglomerado refere-se à análise não apenas de uma empresa especifica que
esteja pleiteando crédito, mas também ao exame do conjunto, do
conglomerado de empresas no qual a pleiteante de crédito esteja contida. Não
basta apenas conhecer a situação de uma empresa, é preciso que se conheça
sua controladora (ou suas controladores), e suas controladoras e coligadas
para se formar um conceito sobre solidez do conglomerado, do conjunto.
Para a realização de adequada análise de riqueza patrimonial, é fundamental que o
analista consiga a abertura da composição do patrimônio do cliente, além de identificar a
situação dos ativos em termos de liquidez, existência de ônus e valor de mercado.
Embora os credores reconheçam as dificuldades de conversão de garantias acessórias
(bens móveis e imóveis), encaixar a vinculação de patrimônio material aos contratos de créditos
constitui-se em prática comum para inibir inadimplência.
3. 1.5.1 CONCESSÃO E DECISÃO DE CRÉDITO
Na concessão de crédito pode-se perceber que as decisões tomadas todos os dias
podem não envolver ganhos ou perdas expressivas e o fato é que não escolhendo a melhor
alternativa podem surgir conseqüências que modifiquem nossas vidas.
Segundo Leoni ( 1997 p. 42),
Pode ser entendida como escolha entre alternativas. Todas as pessoas que
todos os dias, tomam decisões optando entre as alternativas que conhecem e
dispõem. O processo decisório pode requerer experiência anterior,
conhecimento sobre o que está sendo decidido, bem como o uso de
métodos, de instrumentos e de técnicas que auxiliam na concessão do
crédito. (LEONI, 1997, p54).
31
No crédito, ao se tomar uma decisão, escolhendo entre alternativas de emprestar ou
não emprestar, haverá um impacto sobre o lucro do banco e sobre o relacionamento do
cliente. No próprio banco há objetivos concorrentes entre si, pois poderá se possível
maximizar as vencidas e minimizar os incobráveis ao mesmo tempo. A decisão de conceder
crédito numa empresa comercial está relacionada ao volume de vendas que se quer atingir em
determinado produto e em determinada época, por este motivo a importância de se utilizar
procedimentos na concessão e decisão do crédito.
Segundo Leoni (1997 p. 42),
Na concessão de crédito é importantíssima à utilização de alguns
procedimentos para minimizar os riscos, são eles: comprovante de
residência, comprovante de renda, referencia em geral, descrição do crédito
ou compra declaração ou assinatura.
3.1.5.1.1 COMPROVAÇÃO DOS DADOS RESIDENCIAIS
Pode-se comprovar o local de residência atual do cliente de várias maneiras, mesmo
que indiretamente. Os dados poderão ser comprovados pelos documentos originais,
verificando: em nome de quem foi processada a compra, com a confrontação do endereço
transcrito, número de instalação do telefone, muitas vezes confirmando o mesmo, quando
houver registro de chamadas interurbanas na conta telefônica, anotar alguns telefones de
contato. Podem ser solicitados também contrato de locação, escritura de imóveis e também
guia de endereço e CEP que podem ser confirmados através da lista telefônica, pelos
funcionários da instituição financeira que está concedendo o crédito.
3.1.5.1.2 Confirmação das Atividades Atuais e Rendimentos
São diversas as atividades existentes no cadastro de pessoa física, são elas:
trabalhador com vínculo empregatício podendo ser de empresa publica ou privada registrados
pela CLT, aposentados, autônomos registrados (vendedores, corretores de imóveis,
ambulantes registrados pela prefeitura do município), autônomo sem registro (pedreiros,
marceneiros, pintores, encanadores etc.), autônomos liberais (médicos, dentistas, engenheiros
32
etc.), pessoal com rendimentos diversos, neste caso, pode-se citar o caso dos aluguéis e na
venda de bens e imóveis a prestação.
Consoante Leoni (1997 p.31),
É de fundamental importância, base mestra em que se alicerça todo impacto
da operação em qualquer venda a prazo, principalmente para as pessoas
físicas. Pode-se até afirmar que se trata de um dos principais procedimentos
de abertura de crédito.
3.1.5.1.3 Referência em Geral
Na referencia em geral podemos verificar que se os dados dos clientes são realmente
verdadeiros faz com que a empresa minimize o risco e avalie a capacidade de pagamento do
cliente como também o valor a ser concedido para o mesmo.
Segundo Leoni (1997), existem quatro tipos de referêcias:
referência pessoal referencia de parentes, referencias bancárias e referencias
comerciais que tem como objetivo verificar se as informações que o cliente
passou são realmente verdadeiras e desta forma minimizar riscos, podemos
afirmar que é um procedimento de abertura de crédito indispensável para as
instituições financeiras.
3.1.5.4 Declaração e Assinatura
Nos dias atuais, é indispensável também que a instituição financeira faça a
confirmação das assinaturas, sejam elas comparando com os documentos dos clientes como a
identidade e comparando com as assinaturas do cheque e do contrato.
Todo processo cadastral deverá conter a assinatura do cliente. Mister se faz
a declaração de responsabilidade de direitos sobre a veracidade dos dados,
autorizações para trocas de informações a respeito do cliente, mencionandose o código do processo civil e penal com os devidos artigos incidentes.(
LEONI, 1997 p. 42).
33
3.2
GARANTIAS
O Banco Central estabelece que as instituições financeiras, na realização de
operações de crédito, devem exigir dos clientes garantias adequadas e suficientes para
assegurar o retorno sobre o capital aplicado. Mais além, determina que garantia seja adequada
ao tipo, ao montante e ao prazo do crédito.
As melhores garantias são a de maior liquidez, especialmente as chamadas
autoliquidáveis, ou seja, aquelas cuja conversão em caixa, e respectiva liquidação do contrato
de crédito.
A finalidade de garantia é evitar que fatores imprevisíveis impossibilitem a
liquidação do crédito. Esses fatores são de natureza sistemática ou externa
a atividade da pessoa física ou da empresa, podendo ser resultantes de
medidas governamentais, concorrenciais, climáticas ou acidentais.
(SANTOS, 2003, P.34).
Os profissionais de crédito devem considerar que nenhum financiamento seja
concedido exclusivamente em função da garantia, por melhor que seja. Como regra básica,
todo profissional deve ter a convicção de que o financiamento foi concedido baseando-se na
capacidade de pagamento do cliente, partindo do principio de que não será necessário utilizar
a garantia para liquidar o crédito.
3.2.1 GARANTIAS PESSOAIS
Para Santos ( 2003, p.35),
Garantias pessoais são as garantias que, em vez de serem
constituídas sobre coisas especificas, repousam sobre pessoas (físicas
ou jurídicas). Essa modalidade de garantia não vincula nenhum bem
especifico do cliente ou do garantidor, mas recai sobre a totalidade
dos bens que ambos possuírem, no momento da liquidação do
crédito.
Com isso os credores expõem-se aos elevados riscos de crédito, em situações em que
o valor de mercado do patrimônio do devedor for inferior ao valor da vivida. A situação tornase pior ainda para os credores quando, numa execução judicial, os devedores comprovem a
inexistência de bens livres para serem penhorados. Nesse caso, o resultado para os credores é
o reconhecimento de perdas (totais ou parciais) com o não-recebimento de principal e juros.
34
“Segundo OCC (On-line Cobrança Consume) Manual do usuário (2004), essa modalidade de
garantia é constituída basicamente sobre o aval e a fiança”.
3.2.2 AVAL
Em termos jurídicos, o avalista (terceiro-garantidor da operação) assume a mesma
posição do avalizado, tornando-se solidário pela liquidação da dívida. Logo, defini-se aval
como uma garantia pessoal dada por pessoa física ou jurídica onde o avalista torna-se
solidariamente responsável com o devedor no pagamento da dívida. O aval dever ser
conferido por meio de assinatura no anverso ou no verso do título, e nesse último caso, devese indicar “por aval”. E Santos nos lembra que:
o avalista é responsável pela amortização do crédito, da mesma forma que o
devedor principal, não havendo, portanto, benefícios de ordem. Por ser
garantia solidária ao pagamento de uma dívida, pode ser exigido
integralmente do avalista, independentemente de ser cobrado ou não o
devedor principal. Todavia, nunca poderá ser cobrado um valor superior ao do
próprio título, salvo se o título for emitido com “ pacto adjeto” de correção.
(SANTOS, 2006, p. 36).
3.2.2 SAZONALIDADE DO PRODUTO
Existem empresas cujos mercados em que atuam dependem de épocas específicas,
como é o caso daquelas que produzem sorvetes (e apenas sorvetes), que devem orientar sua
produção para atender as épocas de maior demanda. Outro exemplo é o caso das usinas de
açúcar e das destilarias de álcool, cuja produção é desenvolvida durante cerca de seis meses,
que é a época da safra de canas. No caso de uma usina de açúcar, a necessidade de manter
estoques para atender a entressafra requer um adicional de capital de giro que poderá tornar
seu resultado (lucro ou prejuízo) vulnerável as variações nas taxas de juros. É evidente que é
através das cooperativas de produtores de açúcar, bem como de obtenção de linhas de crédito
especifico que esses problemas são atenuados.
3.2.4 FIANÇA
A fiança compreende, além do principal e juros, todas as despesas com acessórios,
como juros de mora, comissão de permanência, multa, despesas judiciais etc. “Já o autor
35
Leoni (1997 p. 136) diz que fiança é facilmente identificada pelo compromisso firmado entre
as várias pessoas responsáveis pela liquidação da obrigação contraída.”.
Quanto à execução, é mais lenta que o aval, por este motivo menos utilizado pelos
bancos. O fiador, demandando pelo pagamento da dívida, tem o direito de exigir, até a
contestação do processo, que primeiramente sejam penhorados os bens do devedor. No
entanto, perde essa oportunidade caso tenha concordado expressamente em renunciar ao
beneficio de ordem e obrigar-se como devedor solidário nos casos em que o devedor principal
torna-se comprovadamente insolvente ou falido.
Segundo Santos (2003 p. 37),
Fiança é uma garantia pessoal, mediante a qual uma pessoa (fiador)
garante, no todo ou em parte, o cumprimento de obrigação que outra pessoa
(afiança| devedor) assumiu com um concessor de financiamento
(beneficiário).
Alguns cuidados a serem tomados sobre garantias; fiança: verificar se a fiança foi
prestada por escrito; se é suficientemente clara quanto à obrigação assumida pelo fiador se
tem vencimento compatível com a obrigação garantida; se houver renuncia expressa aos
benefícios de ordem; se quem assinou tinha poderes suficientes para assumir a obrigação; se a
(s) assinatura (s) é (são) autentica (s); se quem assinou é pessoa física casada-caso em que o
conjugue deve também assinar o contrato; se o limite garantido é corrigido ou não, e de que
forma, para que a divida esteja suficientemente coberta, ao longo do tempo.
3.2.5 GARANTIAS REAIS
As garantias reais ocorrem quando, o devedor confere ao credor um direito especial
de garantia sobre um determinado bem, ou melhor, é a vinculação de um bem (veículos,
imóveis, máquinas etc.) ou direitos patrimoniais (títulos, cheques etc.) do devedor ao contrato
de crédito, o qual permitirá a liquidação da dívida. Essas garantias são indivisíveis, ou seja,
independentemente que o devedor pague uma parcela da dívida, a garantia continua por
inteiro, logo o bem só perderá seu vínculo jurídico mediante a quitação do débito, caso
contrário será levada à venda judicial para cobrir o saldo devedor do contratado. Dessa forma,
o credor tem assegurado na garantia real o direito preferencial de receber a dívida, em ralação
aos demais credores, cabendo lembrar que tal preferência está subordinada à classificação dos
36
créditos em caso de falência. Portanto, ressaltamos que a lei 11.101/05 (que regula a
recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária –
também conhecida como Lei de Falências) conferiu preferência aos bens gravados de garantia
real sobre os créditos fiscais.
3.2.6 CAUÇÃO DE DUPLICATA
Duplicata é um titulo de crédito que se origina de uma venda ou prestação de
serviço com recebimento a prazo. É uma garantia muito utilizada pelos
credores, já que possibilita a diminuição do risco de crédito por meio da
vinculação de duplicatas selecionadas ao financiamento do solicitado. A
caução de duplicata é uma espécie de penhor e, como tal, constitui-se como
garantia real. (SANTOS 2002 p. 38).
Na prática, as duplicatas representam uma das mais eficazes garantias sobre a
concessão de crédito, principalmente quando observados os seguintes cuidados usados pelo
banco Real que é a empresa estudada: evitar a concentração de sacados, procurando obter do
cliente duplicatas diversificadas e com um histórico de liquidez; verificar se as duplicatas são
sacadas contra empresas idôneas; conhecer o risco de crédito do sacado através de análise de
suas informações financeiras, patrimoniais e de idoneidade; confirmar no sacado a veracidade
da origem do título para evitar a ocorrência de duplicatas com o prazo de vencimento da
operação; verificar se as duplicas são sacadas contra os principais clientes do proponente;
receber as duplicatas devidamente endossadas por quem tenha suficientes poderes.
3.2.7 CAUÇÃO DE CHEQUES
Em face da elevada exposição à inadimplência-principalmente em época de recessão,
algumas empresas financeiras e não financeiras excluem essa modalidade de garantia em suas
políticas de crédito.
Cheque é uma ordem de pagamento a vista dada por alguém que possui
conta de depósito em uma instituição financeira. Sendo ordem de
pagamento a vista, deve ser paga no momento de sua apresentação. Como
forma de garantia refere-se à vinculação de cheques ao contrário de crédito.
(SANTOS, 2002, P. 39).
37
Alguns cuidados a serem tomados na caução de cheques: evitar concentração de
emitentes, procurando obter do cliente maior diversificação; verificar se os cheques são
emitidos por pessoas idôneas; conhecer o emitente por meios de informações cadastrais,
evitando o recebimento de cheques emitidos por pessoas com situações financeiras ruins, e
que apresentam registros de restrições no mercado de crédito (cheques devolvidos, protestos,
ações etc.); verificar a quantidade e o valor de cheques emitidos/devolvidos; verificar se a
data de vencimento dos cheques é compatível com o prazo de vencimento do crédito; verificar
se o valor dos cheques que o cliente está descontando é compatível com o seu histórico de
faturamento.
3.2.8 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
É uma garantia real que consiste na transferência do domínio de bem para o credor,
embora a posse permaneça com o devedor, e esta poderá ser constituída sobre veículos,
máquinas e equipamentos. A garantia consubstanciada na alienação fiduciária, especialmente
a do bem imóvel, que é relativamente nova em nosso ordenamento jurídico, oferece ao credor
muito mais eficácia e celeridade na recuperação do crédito quando comparada com outros
tipos de garantias. (SANTOS, 2006). No caso de inadimplência, o credor poderá promover
um simples procedimento de cobrança extrajudicial em face do devedor, e se o mesmo não
purgar a mora, ou seja, pagar a dívida em atraso acrescido dos encargos legais exigidos, a
propriedade, dantes resolúvel, consolida-se plena e extrajudicialmente em nome do credor. E
ainda o credor poderá requerer em juízo a busca e apreensão do bem alienado e, em se
tratando de bem móvel, caso o mesmo não seja encontrado, essa medida converte-se em ação
de depósito, em hipótese em que o devedor pode, inclusive, ser penalizado com a prisão civil.
3.2.9 PENHOR E HIPOTECA
O penhor pode compreender as coisas móveis, os imóveis, os direitos e os títulos de
crédito.
Segundo Silva (2000),
38
Penhor é um tipo de garantia real que recai sobre bens móveis corpóreos ou
incorpóreos cuja posse deverá ser transferida ao credor, que pode efetuar a
venda judicial do bem para liquidar a divida, da qual o penhor é acessório.
Já Hipoteca são bens imóveis passíveis: terras, casas, prédios, apartamentos, sítios,
lotes, navios e aviões.
Alguns cuidados a serem tomados na hipoteca são: verificar a documentação legal do
bem dado em garantia; verificar se os bens estão registrados em cartórios ou em órgãos
competentes; se há ônus sobre o bem; se o bem oferecido como garantia já se encontra
hipotecado em outros financiamentos, via levantamento em cartório ou em órgãos
competentes.
Contratualmente, observa-se com maior clareza que se trata de direito real
constituído a favor do credor sobre um bem imóvel do devedor ou até
mesmo de terceiros para deixá-lo em garantia da divida contraída, sem,
entretanto, trata-lo da posse de seu verdadeiro dono. Por falta de
pagamentos, todavia, poderá vir a perdê-lo. (LEONI, 1997, p. 137).
3.3 POLÍTICA DE COBRANÇA
Segundo Stephen (2002 p. 646), “cobrança é o processo de obtenção do pagamento de
contas vencidas”. O administrador “de crédito mantém um histórico de pagamento com cada
cliente.”.
A atividade de concessão de crédito sempre estará exposta ao risco de inadimplência,
ou seja, aos prejuízos de não pagamentos de dívidas por parte dos clientes. Para minimizar os
riscos, é fundamental que os profissionais de crédito somente liberem os recursos após a
realização de análises minuciosas da situação financeira dos clientes, baseadas em suas
informações cadastrais e de idoneidade.
A partir da concessão de crédito, as instituições financeiras devem monitorar
continuamente o comportamento de pagamento do cliente, fazendo averiguações com o
intuito de verificar se ocorreram registros (ex: atrasos, cheques devolvidos, protestos etc.) que
comprometam sua capacidade de pagamento.
39
3.3.1 FASES DA COBRANÇA
A cobrança está classificada em cinco fases, sendo: de 01 até 30 dias de atraso; de 31 a
60 dias de atraso; de 61 a 90 dias de atraso; de 91 a 360 dias de atraso; acima de 360 dias
(baixados para prejuízo).
O contrato é considerado prejuízo por decurso de prazo, por venda do bem antes de
360 dias restando saldo devedor ou conforme determinações de risco estabelecidas pelo
Banco Central do Brasil que controla todas as fases de cobrança com o intuito de observar a
real realidade da instituição financeira no que diz respeito à inadimplência, verificando, assim,
se a instituição não está ficando muito comprometida decorrente da inadimplência.
3.3.2 ATIVIDADES DE COBRANÇA
Os procedimentos da cobrança na recuperação do crédito são segundo Stephen (2002)
p.: Contatos telefônicos; Emissão de avisos de cobrança; Constituição de mora, neste caso é
utilizada notificações e protestos; Externado o funcionário fica responsável pela localização
do cliente sem constrangê-lo; Acessória de cobrança é um escritório contratado pela
organização que procede a cobrança dos contratos sob responsabilidade; Recuperação do
bem, neste caso pode ser feito através da entrega amigável ou de um processo judicial;
Localizador trata-se de um funcionário do escritório de advocacia responsável por
acompanhar o oficial de justiça para localizar, buscar a apreender o bem; Leilão também outro
instrumento legal utilizado para recuperação de crédito.
De acordo com o manual do usuário OCC
Banco Real é através de ações de cobrança especificas que a instituição
financeira procurará recuperar suas perdas e, quando for o caso, utilizar
preenchimento de históricos que podem ser relevantes à cobrança do
cliente, sendo subdividida através de prazos.(on-line cobrança consumer
2004 p. 50.
3.3.3 PROCEDIMENTOS DA COBRANÇA
Inúmeros tipos de procedimentos de cobrança são normalmente empregados. Se uma
conta não paga na data do vencimento, com a passagem do tempo as cobranças tornam-se
40
mais pessoais e rigorosas. Os procedimentos básicos de cobrança são apresentados, pela
ordem normalmente, seguida no processo de cobrança.
3.3.4 CARTAS
Alguns dias após o vencimento de uma duplicata, a empresa normalmente envia uma
carta cortês, lembrando o cliente de sua obrigação. Se a duplicata não for paga dentro do
período de tempo após o envio da carta, uma segunda carta, agora reclamando, é remetida.
Essa carta pode ser seguida por outra, se preciso. As cartas de cobrança são o primeiro passos
no processo de cobrança de crédito vencido.
3.3.5 TELEFONEMAS
Se as cartas não surtirem efeitos, o gerente de crédito pode ligar para o cliente e
solicitar que o pagamento seja efetuado rapidamente. Se o cliente tiver uma desculpa
plausível, podem-se fazer acordos para estender o período de pagamento. Uma ligação feita
pelo advogado da empresa pode ser usada se todas as tentativas tiverem sido inúteis.
3.3.6 VISITAS PESSOAIS
Essa técnica é muito comum, em nível de crédito ao consumidor; entretanto, pode ser
empregada por fornecedores industriais. A visita de um vendedor ou cobrador local ao cliente
pode ser um procedimento muito eficiente de cobrança. Pode-se conseguir que o pagamento
seja feito na ocasião.
3.3.7 USO DE AGÊNCIA DE COBRANÇA
Uma empresa pode transferir duplicatas incobráveis a uma agência de cobrança ou um
departamento jurídico para cobrança. Em geral, as taxas para esse tipo de cobrança são
bastante altas, podendo a empresa receber menos de 59% do valor das duplicatas cobradas
desse modo.
3.3.8 PROTESTOS DAS DUPLICATAS INCOBRAVEIS
Esse é o passo mais severo no processo da cobrança. É uma alternativa ao uso de uma
agencia de cobrança. Não somente é caro o protesto, mas também pode forçar o devedor a
41
concordata, reduzindo a possibilidade de negociação futura com ele, sem garantir o
recebimento final da importância devida.
3.3.9 EFEITOS DO NÃO PAGAMENTO
Às vezes, uma empresa pode negar-se a conceder crédito adicional a clientes até que
as contas vencidas sejam pagas. Isto pode irritar um cliente normalmente bom, e revelar um
conflito potencial de interesse entre o departamento de cobrança e o departamento de vendas.
Além de suspender o crédito, o cliente pode passar o constrangimento de estar em
outro estabelecimento comercial e ter ser crédito “negativo”, por estar em débito com outro
estabelecimento, que o cadastrou em empresas de informações como, por exemplo: SERASA,
como inadimplente. Estas empresas obtêm informações através do telefone. É cobrada, por
consulta, uma taxa que pode ser diminuída dependendo da quantidade de consultas ao mês.
A execução judicial e o protesto são os efeitos mais difíceis, pois é a última tentativa
da empresa de receber o que lhe é devido. A agência de cobrança, para protestar títulos em
cartório ou ajuíza-los, se faz necessário, que ela tenha esgotado todas as tentativas de um
acordo amigável. Além de ser demorado, o processo pode prejudicar ambas as partes. O
comerciante vai demorar a receber e o cliente pode ter uma tentativa de obtenção de crédito
no futuro negada.
3.3.10 PLANO DE FINANCIAMNETO
3.3.10.1 EMPRÉSTIMOS SEM GARANTIA
Incondicional quer dizer que a empresa vai captar um limite previamente estipulado,
sem submeter-se aos procedimentos burocráticos usuais. Já nas linhas condicionais o crédito é
fechado através de acordos formais que geralmente exigem que a empresa pague uma comissão
de abertura ao banco. As empresas médias e pequenas são nestes casos obrigados a manter
saldo médio no banco.
Stephen (2002, p. 243)
A maneira mais comum de financiar um déficit temporário é recorrer a um
empréstimo bancário sem garantia em curto prazo. As empresas que usam
empréstimos bancários em curto prazo geralmente pedem a seu banco uma
linha de crédito condicional ou incondicional.
42
3.3.10.2 EMPRÉSTIMOS COM GARANTIA
Geralmente os bancos e instituições financeiras exigem garantias num empréstimo de
curto e longo prazo. Nos casos de financiamento geralmente os bens que estão sendo
financiados é que é a própria garantia do banco nas empresas (pessoa Jurídica) a garantia geral
são os próprios estoques que estão sendo financiados. Este tipo de empréstimo dá aos credores
direitos a todos os estoques do devedor no caso do não pagamento.
43
4 ANÁLISE DOS DADOS
A pesquisa foi realizada na empresa Banco Real S:A, localizada na cidade de João
Pessoa.
O tipo de pesquisa utilizado foi pesquisa documental. Foram utilizados os dossiês da
carteira de clientes do CDC ( Crédito Direto ao Consumidor), nos quais se observou os
procedimentos de abertura de crédito e análise dos índices de inadimplência. Verificamos
também qual o real motivo da inadimplência, já que todo o contato com o cliente de cobrança é
registrado no sistema do banco, podendo assim verificar o real motivo da inadimplência. Nesta
pesquisa, também vamos observar o perfil dos clientes do Banco Real Agencia Epitácio pessoa.
De posse dos dossiês dos clientes foi feito um comparativo entre os anos de 2005, 2006
e 2007. Em seguida, realizamos uma análise quantitativa e qualitativa com o propósito de
verificar se a abertura de crédito está influenciando diretamente nos índices de inadimplência,
utilizando uma amostra aleatória simples na qual foram dadas chances iguais a todos os clientes
da carteira de CDC.
Foram pesquisados 5% dos clientes das carteiras de cada período, totalizando 46 clientes
pesquisados em 2005. 72 clientes em 2006 e 118 clientes em 2007. Neste caso, estamos
observando que houve um aumento significativo da carteira de clientes de 2005 a 2007 causado
pelo número de parcerias que em 2005 eram apenas 23 e hoje chega a casa dos 84 clientes.
O departamento de CDC tem como um instrumento o financiamento, que é feito através
de parcerias entre a loja e o banco, financiando equipamentos de informática, móveis, eletro
eletrônicos, equipamentos odontológicos e auditivos, carrocerias de caminhões, gás natural e
turismo.
Esse financiamento é aberto através de uma análise do cliente, através da qual se toma
como base para a concessão do crédito os Cs do crédito, utilizado desde o perfil do cliente até a
decisão do crédito, tendo como objetivo minimizar o risco.
Segundo Santos (2003), por definição, os Cs do crédito (caráter, condição, capacidade,
capital e conglomerado), é um processo de análise subjetivo que envolve decisões individuais
quanto à concessão ou recusa de crédito. Nesse processo, a decisão baseia-se na experiência
adquirida, disponibilidade de informação e sensibilidade de cada analista quanto ao risco.
Risco existe quando o tomador de decisões pode basear-se em
probabilidades para estimar diferentes resultados, de modo que sua
expectativa se baseie em dados históricos. Isto é, a decisão é tomada a partir
de estimativas julgadas aceitáveis. (PAIVA, 1997, p 06).
44
1 PERFIL DO CLIENTE ANO 2005
Funcinário de Empresa
Privada
11%
35%
15%
Funcionario de Empresa
Pública
Autônomo
Aposentados e Pensionistas
39%
Gráfico 1: Perfil dos Clientes ano 2005.
Fonte: Elaboração Própria (2008).
Através deste gráfico podemos observar que as pessoas que possuem vínculo
empregatício, ou melhor, certas estabilidades financeiras, representam 74% da carteira de
clientes minimizando o risco do não pagamento, já que os autônomos não possuem renda fixa
e representam um maior risco para a empresa.
2 PERFIL DOS CLIENTES AUTÔNOMOS ANO 2005
14%
0%
Profissional Liberal
Empresário
29%
57%
Gráfico 2: Perfil dos clientes autônomos 2005
Fonte: Elaboração Própria (2008).
Autonomo Registrado
Autonomo Não Registrado
45
No gráfico sobre o perfil dos autônomos podemos observar que o profissional liberal
(Médicos, Advogados, Engenheiros, Arquitetos entre outros) representa 57%. Com este
percentual podemos verificar que o banco também está preocupado com a qualidade na
carteira de clientes autônomos, já que procura abrir crédito para os clientes com certo nível
financeiro e intelectual, e também o empresário que possua empresas, geralmente, com pontos
fixos e registrados, representando em 2002 o percentual de 29%.
3 PERFIL DOS CLIENTE ANO 2006
11%
26%
Funcinário de Em pres a
Privada
Funcionario de Em pres a
Pública
24%
Autônom o
39%
Apos entados e Pens ionis tas
Gráfico 3: Perfil dos cliente ano 2006.
Fonte: Elaboração Própria. (2008)
Verificamos neste gráfico de 2006 que no Banco Real houve uma queda nos clientes
com vinculo empregatício, já que os funcionários de empresas públicas e privadas eram em
2005 de 74% dos clientes do banco, caíram para 65%, representando uma queda de 9%.
Mesmo com está diferença, o banco ainda continua com clientes que possuem certa
estabilidade. Neste gráfico também podemos observar um aumento de 10% dos clientes
autônomos em relação ao ano de 2005, que poderemos analisar melhor no gráfico a seguir.
46
4 PERFIL DOS CLIENTES AUTÔNOMOS 2006
Profissional Liberal
6%
11%
Empresário
24%
59%
Autonomo Registrado
Autonomo Não
Registrado
Gráfico 4: Perfil dos cliente autônomo 2006
Fonte :Elaboração Própria (2008)
Analisando este gráfico de autônomos, podemos observar que o banco continua se
preocupando com o perfil de clientes autônomos. Podemos observar que os profissionais
liberais e os empresários ainda são a maioria dos autônomos da carteira que está
representando, em 2006, cerca de 83% , minimizando assim o risco e qualificando a carteira
de clientes do banco.
5 PERFIL DO CLIENTE EM 2007
14%
26%
Funcionário de Empresa
Privada
Funcionário de Empresa
Pública
19%
Autônomo
41%
Gráfico 5: Perfil do cliente 2007
Fonte: Elaboração própria (2008)
Aposentados e
Pensionistas
47
Como já vimos nos gráficos anteriores, observamos que o banco continua com a sua
carteira bem trabalhada, com clientes de renda fixa, representando em 2007 cerca de 67%,
mantendo uma política de minimização de risco e uma preocupação com a qualidade da sua
carteira de clientes.
6 PERFIL DOS CLIENTES AUTONOMOS ANO 2007
13%
4%
Profissional Liberal
Empresário
22%
Autonomo Registrado
61%
Autonomo Não Registrado
Gráfico 6: Perfil dos cliente autônomo 2007
Fonte: Elaboração Própria. (2008)
Assim como nos anos anteriores, 2007 não foi diferente. A carteira de autônomos
continuou com sua maioria os profissionais liberais e empresários que também fechou com
83%, e os autônomos registrados (taxistas, corretores de imóveis entre outros) e os autônomos
não registrados ( camelos, vendedores de jóias etc.) representando apenas 17%. Um índice
que não fragiliza a carteira de clientes do banco.
Com isto, podemos observar nos gráficos apresentados que o Banco Real Agência
Epitácio Pessoa, trabalha em sua maioria com clientes de renda fixas, no caso dos
funcionários de empresas privadas e dos funcionários de empresas públicas, tornando de certa
forma uma empresa com menos riscos.
Observamos também que, no caso dos autônomos, o banco divide em quatro
categorias distintas, são elas: profissional liberal que representa uma media de 59% do
financiamento para autônomos. Em seguida, empresários que ficam em torno de 25% e por
fim o autônomo registrado (camelos, vendedores autônomos etc.), representando em média
48
16%. É bom lembrar que o autônomo não registrado tem um percentual bem inferior
chegando ao ano de 2007 com apenas 4%.
7
PROCEDIMENTOS DE ABERTURA DE CRÉDITO ANO 2005
120,00%
100,00%
100,00%
100,00%
91,40%86,96%
80,00%
65,30%
40,00%
54,34%
50%
60,00%
43,47%
19,60%
4,40%
0,00%
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20,00%
0,00%
Gráfico 7: Procedimentos de Abertura de Crédito ano 2005
Fonte: Elaboração Própria. (2008)
A tomada de decisão pode ser entendida como a escolha entre alternativas, com o
intuito de verificar se o cliente tem a capacidade de honrar seu compromisso. (SANTOS,
2000).
Através deste gráfico, observa-se que o Banco Real Agência Epitácio Pessoa utiliza 11
alternativas para minimizar os riscos, como nos procedimentos citados acima. Podemos
verificar que o banco está utilizando formas de minimizar risco que nem sempre é publicada
em livros com o in loco, conferência de assinatura, experiência com o banco e até mesmo a
alienação fiduciária que faz com que o cliente coloque o produto que está sendo financiado
como garantia no caso do não pagamento.
Verifica também que o banco esta preocupado com a qualidade na abertura de crédito.
Observamos que dentre os clientes analisados, a capacidade de pagamento e a consulta
spc/serasa foi feita em 100% dos clientes.
49
A confirmação do local de trabalho e residência foi de 90% e ainda conferência de
assinatura, referência bancária e referência pessoal, foram utilizadas em mais de 50% dos
clientes, ajudando na minimização dos riscos e qualificando a abertura de crédito na
organização.
8 PRODEDIMENTOS DE ABERTURA DE CRÉDITO ANO 2006
120,00%
100,00%
100,00%
98,61%
95,83%
90,27%
83,34%
80,00%
51,00%
60,00%
55,56%
44,44%
Série2
40,00%
20,84%
11,12%
6,95%
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20,00%
0,00%
Gráfico 8: Procedimentos de abertura de crédito ano 2006
Fonte: Elaboração Própria (2008)
No gráfico acima, observa-se que o banco continua com uma política de minimizar os
riscos também melhorando a análise na abertura do crédito e podemos verificar um aumento
no procedimento de conferência de assinatura que foi de 18% em relação a 2005. A exigência
do Aval que aumentou 6,7% em relação ao ano 2005, o in loco que em 2005 era de 0% em
2006 foi de 6, 95% e continuou
mantendo a média em ralação ao ano de 2005 nos
procedimentos de confirmação de local de trabalho e residência, avaliação da capacidade de
pagamento, consulta spc/serasa, referência pessoal, alienação fiduciária e experiência do
Banco Real Agência Epitácio Pessoa.
50
9
PROCEDIMENTOS DE ABERTURA DE CRÉDITO ANO 2007
120,00%
100,00%
80,00%
100,00%
100,00%
93,23%94,92%
85,60%
78,00%
63,56%
50,84%
60,00%
40,00% 26,28%
34,75%
17,80%
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20,00%
0,00%
Gráfico 9: Procedimentos de Abertura de Crédito ano 2007
Fonte: Elaboração Própria (2008)
No ano de 2007, observa-se um aumento significativo na utilização dos
procedimentos de abertura de crédito. Houve um aumento em quase todos os
procedimentos. Em relação à experiência do Banco Real Agência Epitácio Pessoa,
podemos verificar um aumento de 6% em relação a 2006; na conferência de assinatura o
aumento foi de 2%; já na referência bancária foi de 27%. Exigência de aval que era de
11% em 2005, em 2006 foi de 34,75%. Referência pessoal foi cerca de 8%. O in loco o
aumento foi de 11%. Assim, pode-se concluir que houve um aumento significativo no uso
dos procedimentos de abertura de crédito, verificando, assim, um aumento na eficiência e
na qualidade da concessão de crédito dentro da organização.
Através dos gráficos sobre os procedimentos utilizados pelo Banco Real Agência
Epitácio Pessoa, pode-se observar que o Banco vem se preocupando em minimizar cada
vez mais os riscos. Observam-se os procedimentos de abertura de créditos, o in loco, que
significa confirmação de local de trabalho e residência com visita externa, aonde o
funcionário do Banco vai até o emprego ou casa do cliente verificar se as informações que
o cliente fez na abertura do crédito são realmente verdadeiras. Este procedimento só é
utilizado apenas nos créditos acima de R$ 20.000,00 reais. Percebe-se, assim, que houve
um aumento significativo no valor agregado aos produtos. Houve um aumento também,
neste caso, de 17,80% em ralação ao ano de 2005.
51
Além de observamos que o banco também se preocupa na questão da garantia, que
neste caso é feita apenas para determinados produtos como informática, gás natural e
carrocerias de caminhões, através da alienação fiduciária. Observamos que também é uma
forma eficaz de minimizar o risco.
Crédito defini-se como um instrumento da política financeira a ser utilizado por
um empresa industrial na venda a prazo de produtos, ou por um banco comercial, por
exemplo, na concessão de empréstimos, financiamento ou fiança. (SILVA, 1998, p.22)
10 CLIENTES QUE FORAM OU SÃO INADIMPLENTE ANO 2005
9%
Clientes Inadimplentes
Clientes não inadimplentes
91%
Gráfico 10: Clientes que foram ou são inadimplentes 2005
Fonte: Elaboração Própria (2008)
Podemos observar, através deste gráfico, que os índices de inadimplência referente
a 2005 são pequenos e não compromete a solidez da organização. Podemos também
afirmar que os procedimentos de abertura de crédito estão influenciando diretamente nos
índices de inadimplência e confirmando a existência de qualidade na concessão de crédito.
52
11 CLIENTES QUE FORAM OU SÃO INADIMPLENTES ANO 2006
7%
Clientes Inadimplentes
Clientes não inadimplentes
93%
Gráfico 11: Clientes que foram ou são inadimplentes 2006
Fonte: Elaboração Própria
Podemos observar no gráfico acima que houve uma melhora nos índices de
inadimplência. Ocorreu uma diminuição em relação a 2005. Essa melhora nos
procedimentos de abertura de crédito está ajudando nesta diminuição nos índices de
inadimplência.
12 CLIENTES QUE FORAM OU SÃO INADIMPLENTES ANO 2007
7%
Clientes Inadimplentes
Clientes não inadimplentes
93%
Gráfico 12: Clientes que foram ou são inadimplentes 2007
Fonte: Elaboração Própria (2008)
53
Como percebemos nos gráficos anteriores, houve uma queda gradativa nos índices de
inadimplência em torno de 2% em relação ao ano de 2005. Essa diminuição é conseqüência
da melhor abertura de crédito, que faz a empresa minimizar bastante os riscos tornando
valores de inadimplência não tão preocupantes.
13 MOTIVO DA INADIMPLÊNCIA ANO 2005
Analisando os índices de inadimplência, procuramos verificar dos clientes os
motivos do não pagamento das parcelas. Esta pesquisa, também documental, já que nos
dossiês de cobrança são relatadas todas as informações acordadas com o cliente. Os
clientes, em sua maioria, justificam o não pagamento de suas parcelas e são registradas no
sistema.
25%
Descontrole Finaceiro
Desemprego
50%
Atraso no Sálario
25%
Gráfico 13: Motivo da inadimplência Ano 2005
Fonte: Elaboração Própria. (2008)
No gráfico acima podemos observar que 50% da inadimplência foi informado pelos
clientes como conseqüência de descontrole financeiro. Esse dado mostra que a população
na época estava em situação financeira muito comprometida, fato que ocasionou a
inadimplência. Foram citados também o desemprego representando 25% e o atraso no
pagamento dos salários, também representando 25%.
54
14 MOTIVO DA INADIMPLÊNCIA ANO 2006
40%
40%
Descontrole Finaceiro
Desemprego
Problemas de Saúde
20%
Gráfico 14: Motivo da Inadimplência Ano 2006
Fonte: Elaboração Própria. (2008)
Já no ano de 2006 houve uma diminuição no descontrole financeiro que caiu para
40%. Houve um aumento significativo no que diz respeito ao desemprego que em 2006 foi de
40%. Uma nova justificativa apareceu ligada à questão de saúde, com índice em torno de 20%
dos clientes inadimplentes em 2006.
15 MOTIVO DE INADIMPLÊNCIA ANO 2007
Descontrole Finaceiro
24%
25%
Desemprego
Problemas de Saúde
Greve dos Bancos
13%
13%
25%
Atraso do Governo
Estadual
Gráfico 15: Motivo da Inadimplência Ano 2007
55
Fonte: Elaboração Própria. (2008)
Através do gráfico 2007 houve um aumento no número de problemas. Observamos
que o item descontrole financeiro caiu novamente e, em 2007, foi de 25%. O desemprego
também caiu para 25%. Problemas de saúde atingiram índice de 12,50%. As novidades
foram a greve nos bancos representado com 12,50%. Em decorrência de uma classe, os
bancários, que reivindicavam aumento nos salários e ficaram cerca de 1 mês em greve.
Essa ação prejudicou os clientes e gerou inadimplência, e o atraso no pagamento dos
funcionários do Estado, que representou cerca de 25% da inadimplência, motivo de um
problemas econômico da região.
Podemos verificar nos gráficos sobre inadimplência que, mesmo com o aumento
nos motivos que levam os clientes a inadimplência, pode-se observar que houve uma
queda nos índices de inadimplência, não comprometendo assim a diminuição na
inadimplência.
16 PERFIL DA INADIMPLÊNCIA ANOS 2005, 2006 E 2007.
12%
7%
Funcionário Privado
19%
Funcionário Público
Aposentados e Pensionistas
Profissional Liberal
14%
Empresário
24%
14%
10%
Autonomo Registrado
Autonomo não Registrado
Gráfico 16: Perfil da inadimplência Anos 2005, 2006 e 2007.
Fonte: Elaboração Própria.
No gráfico acima se observa que nos índices de inadimplência, 47% são de clientes
autônomos, (profissionais liberais, empresários, autônomos registrados e não registrados).
56
Esse número representa metade da inadimplência no banco, provando, mais uma vez, que
os clientes possuem certa estabilidade financeira proporcionam menos riscos à
organização e influenciam diretamente os procedimentos de abertura de crédito, fato que
ajuda minimizar ainda mais os riscos inerentes à concessão de crédito.
57
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo, verificamos a importância de uma boa análise na concessão do crédito
através da seleção do perfil dos clientes e de condicionamentos para uma boa carteira de
clientes, além de proporcionar a organização menos riscos e incertezas para seu futuro.
Atualmente uma das preocupações do Banco Real Agência Epitácio Pessoa é a de
seguir as orientações contidas nas normas da resolução 2682 do Banco Central do Brasil, que
tem o objetivo de selecionar os tomadores de crédito para garantir o retorno dos pagamentos,
minimizando o risco.
No estudo, podemos observar que o perfil dos clientes do Banco Real Agência
Epitácio Pessoa é de clientes com certa estabilidade financeira. Essa característica minimiza
os riscos e proporciona a organização uma carteira de clientes sólidas e menos vulnerável aos
fatores externos.
Observamos também que a organização trabalha em função de uma boa abertura de
crédito, que está ligada diretamente aos 5Cs, e utiliza em procedimentos de abertura de
crédito, além das que constam nos livros, sempre com o intuito de minimizar seus riscos.
Já em relação à inadimplência, o banco possui índices baixos que não comprometem o
bom andamento da empresa. Podemos observar que existe uma diminuição gradativa desta
inadimplência em conseqüência de uma melhora significativa na qualidade dos procedimentos
de abertura de crédito, que estão sendo melhores utilizadas a cada ano.
Desta forma, podemos afirmar que o Banco Real Agência Epitácio Pessoa, utiliza a
melhor maneira possível nos procedimentos de abertura de crédito. Como resultado, está
obtendo baixos índices de inadimplência. Esse índice baixo fez com que a empresa minimize
seus riscos e proporcione segurança aos seus acionistas e parceiros.
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REFERÊNCIAS
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BLATT, Adriano. Avaliação de Risco e decisão de crédito um enfoque Prático.
São Paulo: Nobel, 1999.
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GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LEONI, Geraldo. Cadastro, crédito e Cobrança. 2 ed. São Paulo. Atlas. 1997.
OLIVEIRA, Silvia Luiz de. Tratado de Metodologia Cientifica: projetos de
pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo. Pioneira
Thomson Learning, 2002.
PAIVA, Carlos Alberto. Administração do Risco de Crédito. Rio de Janeiro:
Qualitymark ed. 1997.
ROSS, Stephen A. Administração Financeira/ Stephen A. Ross, Randolph W.
Westerfield, Jefrey F. Jaffe; tradução Antonio Zorato Sanvicente. -São Paulo:
Atlas, 2002.
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Paulo: Atlas 2 ed.2002.
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SCHRICKEL, Wolf Gang Kert. Análise de Crédito: concessão e gerência de
empréstimos. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1997.
59
SCHRICKEL, Wolgang Kurt. Análise de Crédito, Concessão e Gerencia de
Empréstimos. São Paulo. Atlas, 1994.
Sites: http// www.bacen.com.br. Acessado em: 18/08/2008
Site: www.BancoReal.com.br
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