A interdisciplinaridade tem produzido grandes feitos. "Produção do Grupo de Estudos Redes, Cidadania e Cidade Educadora, 2000" Coordenação Érika Juffernbruch Alguns projetos interdisciplinares: • Manhattan (a bomba atômica, 1945) • Nobska (o míssil Polaris¹, 1956; o PERT², 1958) • Apollo (viagem à Lua, 1969) • Genoma Humano (2003) Porém, pode acontecer ... ¹GALBRAITH, J.K. A era da incerteza. Brasília: UnB, 1979. p.252-254.² PRADO, D. Administração de projetos com PERT/CPM. Belo Horizonte, Editora UFMG, 1988. p.1. A farsa da interdisciplinaridade Dois físicos mostram os farsantes das ciências sociais. A farsa da interdisciplinaridade 1996: um físico faz uma experiência social O físico Alan Sokal publica na revista Social Text¹ o artigo Transgredindo as fronteiras: em direção a uma hermenêutica transformativa da gravitação quântica. ¹ Social Text, nº 46/47, spring/summer, 1996. p. 217-252 A farsa da interdisciplinaridade Citando intelectuais como Gilles Delleuze, Jacques Derrida, Félix Guatarri, Luce Irigaray, Jacques Lacan, Bruno Latour, Jean-François Lyotard, Michel Serres e Paul Virilio, que, por sua vez, citavam cientistas como Heisenberg, Bohr, Newton, Einstein, Gödel e Planck, o artigo defende as implicações filosóficas e sociais das ciências naturais e da matemática. O artigo tem 35 páginas, 109 notas de rodapé e foram consultadas 220 obras. A farsa da interdisciplinaridade Meses depois, Sokal¹ revela que o artigo é uma farsa. Transgredindo as fronteiras: em direção a uma hermenêutica transformativa da gravitação quântica é, na verdade, uma compilação de bobagens ditas por intelectuais, que abusam dos termos e conceitos técnicos das ciências físicas e da matemática para defenderem certas teses filosóficas e políticas sem base teórica consistente, demonstrarem arrogância intelectual ou apenas nonsense. ¹ Transgredindo as fronteiras: um posfácio. A farsa da interdisciplinaridade Devido à polêmica, em 1997, Alan Sokal e Jean Bricmont lançam o livro Imposturas Intelectuais (O abuso da Ciência pelos filósofos pós-modernos)¹ que mostra que os intelectuais citados... ¹ São Paulo: Editora Record, 1999. 316 p. A farsa da interdisciplinaridade 1. Usam uma terminologia científica sem saberem o que ela significa; 2. Importam noções das ciências exatas sem darem a mínima justificativa empírica ou conceitual para essa importação; 3. Exibem uma erudição superficial usando sem pudor palavras complicadas em contextos em que essas palavras não têm qualquer significado. A finalidade é provavelmente a de impressionar e intimidar aqueles que não têm conhecimentos científicos; 4. Manipulam frases sem sentido e usam jogos de palavras com uma indiferença soberba pelo significado que essas palavras possam ter, a saber... A farsa da interdisciplinaridade Os farsantes: Nome: Jacques Lacan Modus operandi: Cita errado a topologia para explicar doenças mentais, confunde números irracionais com números imaginários e usa a lógica simbólica – de maneira oposta o que ela significa. A farsa da interdisciplinaridade Os farsantes: Nome: Julia Kristeva Modus operandi: Cita errado praticamente toda a matemática - a lógica booleana, a topologia, a teoria dos conjuntos, o teorema de Gödel - para explicar a poesia e literatura. A farsa da interdisciplinaridade Os farsantes: Nome: Luce Irigaray Modus operandi: Cita errado a teoria da relatividade, a mecânica quântica e a teoria das catástrofes para escrever sobre psicanálise e lingüística. A farsa da interdisciplinaridade Os farsantes: Nome: Bruno Latour Modus operandi: Cita errado a teoria da relatividade ao escrever sobre sociologia da ciência. A farsa da interdisciplinaridade Os farsantes: Nome: Jean Baudrillard Modus operandi: Cita errado ou de maneira obscura praticamente toda a física e a matemática moderna, da relatividade à teoria do caos –muitas vezes num único artigo – para criar metáforas sobre a atualidade. A farsa da interdisciplinaridade Os farsantes: Nome: Gilles Deleuze e Félix Guattari Modus operandi: Citam errado a teoria do caos, a mecânica quântica, a termodinâmica – em frases quase sempre ilegíveis – para escrever sobre filosofia e psicanálise. A farsa da interdisciplinaridade Os farsantes: Nome: Paul Virilio Modus operandi: Cita errado a teoria da relatividade, a mecânica quântica e o teorema de Gödel para escrever sobre o impacto da velocidade e da tecnologia na sociedade atual. A farsa da interdisciplinaridade Os farsantes: Nome: Regis Debray Modus operandi: Cita errado o teorema de Gödel para explicar o “segredo de nossas misérias coletivas”. A farsa da interdisciplinaridade As prediletas nas citações: • Mecânica quântica, sobretudo “o princípio da incerteza”; • Teoria da relatividade, daí “tudo é relativo”; • Teorema de Gödel, “a lógica não tem lógica”; • Teoria do caos, “tudo é um caos”; • Teoria das catástrofes, “as catástrofes são eminentes” A farsa da interdisciplinaridade A reação Apesar de responderem raivosamente – Derrida, por exemplo, reagiu com "oportunidade de uma reflexão séria desperdiçada", "não são sérios", "cavaleiros mal-treinados", "censores“ – nenhum dos intelectuais assumiu ou corrigiu os erros apontados. Sokal e Bricmont afirmam que não são contra a extrapolação de conceitos de um campo para outro, mas sim contra as extrapolações feitas sem fundamento. A farsa da interdisciplinaridade Alan Sokal é professor de física na Universidade de Nova York (EUA). Jean Bricmont é professor de física teórica na Universidade Católica de Louvain (Bélgica).