Análise de Custo Benefício
Aula # 5
Prof. Giácomo Balbinotto Neto
Economia
Economia:
É o estudo de como indivíduos e
sociedades exercem a opção de escolha
na alocação dos escassos recursos entre
as alternativas que competem pelo seu
uso, e como estes escassos recursos são
distribuídos entre os membros da
sociedade.
2
Economia: Fundamentos
A economia não busca
fundamentalmente poupar dinheiro, ela
busca, isto sim, usar os recursos do
modo mais eficiente possível.
3
Economia: Fundamentos
Recursos são escassos e finitos
Ser humano = Infinito necessitar e
querer.
O Custo da oportunidade.
4
Economia: Fundamentos
Escassez
Não há e nunca haverá recursos
suficientes para satisfazer todas as
necessidades e o querer do ser humano.
Exemplo Clássico: Área da saúde !!!
5
Economia: Fundamentos
Recursos Escassos e Finitos
Processo de Escolha:
O que fazer ?
O que deixar de fazer?
6
Análise Econômica
“ Quando duas ou mais estratégias
são comparadas considerando-se
suas conseqüências e custos”.
7
Necessidade da Economia
Pessoas necessitam tomar decisões e
querem saber o valor dessas decisões.
Decisões Ruins são Custosas
8
Avaliação……
De que se trata ?
Estudar e comparar os custos e os
benefícios de um projeto ou programa
para decidir a conveniência de sua
execução.
9
Avaliação Econômica
A avaliação econômica consiste num
conjunto de técnicas e procedimentos
metodológicos destinadas a avaliar o
impacto ou cursos alternativos de ação
sobre o bem-estar da sociedade.
10
O Objetivo das Avaliações
Econômicas
O objetivo das avaliações econômicas são
o de ajudar a tomar ações racionais, isto
é, decidir de forma coerente, levando em
conta determinados objetivos e restrições.
11
Avaliação Econômica
A avaliação econômica se centra na identificação,
medição ou valorização dos efeitos que se supõe
tenham uma relação direta com o bem-estar da
sociedade.
A avaliação consiste em determinar-se os efeitos
derivados de se seguir uma das várias opções
possíveis em uma situação que envolva escolha e
compara-los em termos de sua eficiência social,
isto é, de maximização do bem-estar-social.
12
Avaliação Econômica
As avaliações econômicas se centram na
determinação da eficiência.
A eficiência consiste precisamente na
relação entre os benefícios obtidos em
termos de recursos necessários para
mantê-la ou melhora-la.
13
Por que avaliar?
A justificativa fundamental da avaliação
econômica é que os recursos são limitados em
relação aos seus benefícios potenciais.
Assim, se se deseja maximizar o bem-estar
social, é necessário ter-se em conta todos os
efeitos que daquelas decisões que afetam direta
ou indiretamente a alocação de recursos.
14
Por que avaliar?

Queremos obter mais do que
gastamos.
• Devemos hierarquizar, já que os
recursos não são suficientes para todas
as necessidades .
15
Avaliação de Projetos Públicos

Objetivos da Avaliação:
Estabelecer o grau de pertinência, idoneidade, efetividade,
eficiência e eficácia, ou seja, o rendimento de um programa,
projeto ou serviço;



Determinar as razões dos êxitos e fracassos;
Facilitar o processo de tomada de decisão para melhorar e ou
modificar o programa ou projeto;
Analisar outros objetivos que podem ser alcançados.
16
Avaliação


Avaliação é diferente de monitoramento e
supervisão
O monitoramento e supervisão é para ver
se o projeto está caminhando conforme
planejado.


Utiliza indicadores de desempenho do projeto
A avaliação pode ser definida ex-ante ou
ex-post.
17
Ciclo de Projetos Públicos
Concepção
Formulação
Execução/
Supervisão
Análise
Ex-ante
Operação
Onde eu quero chegar?
Avaliação
Ex-Post
Onde eu cheguei?
18
O que é um projeto ?
Empreendimento planejado que consiste em um conjunto
de ações interrelacionadas e coordenadas, para alcance de
objetivos e resultados, dentro dos limites de um orçamento
e de um período de tempo dado.
Situação Desejada
Situação Atual
Projeto
19
Requisitos de um projeto






Objetivos claros
Resultados exeqüíveis
Definição dos beneficiários diretos
Localização espacial
Tempo de duração
Definição de recursos
20
Avaliação de Projetos Públicos



O principal objetivo da avaliação de projetos é
determinar a viabilidade dos investimentos mediante o
uso de critérios que busquem uma ordenação, de forma
a excluir as opções menos atrativas ou mais arriscadas.
Essa ordenação envolve métodos de avaliação que,
quando se leva em consideração situações de interesse
público, tornam-se um pouco mais complicados que
quando se avalia projetos de interesse privado.
Assim, projetos públicos requerem
elaborados para a sua avaliação.
métodos
mais
21
Avaliação de Projetos Públicos



Os projetos públicos tem como objetivo fornecer bens e
serviços que possam aumentar o bem-estar da sociedade.
Para dar suporte a tomada de decisões governamentais, o
método de análise custo-benefício é o que cumpre melhor
as exigências, embora se utilize de técnicas de avaliação
de projetos privados para atribuir valor social a todos os
efeitos de um determinado projeto.
Também, devem ser considerados métodos que levem em
conta o efeitos externos do projeto. Os efeitos externos,
ou melhor, não-intencionais produzidos por um projeto
são chamados de externalidades.
22
Avaliação de Projetos Públicos:
As Etapas
Qualquer que seja o projeto público de
investimento, este deve ser composto das
seguintes etapas:





1) estudos de mercado;
2) estudos referentes a tamanho e localização;
3) aspectos técnicos e de engenharia;
4) avaliação dos impactos ambientais;
5) definição das medidas necessárias para se
mitigar os impactos ao meio ambiente;
23
Avaliação de Projetos Públicos:
As Etapas

6) estimação dos benefícios e dos custos (inclusive
ambientais);

7) cálculo do valor do investimento a ser realizado;

8) definição da forma de financiamento (fontes dos
recursos);

9) análise financeira;

10) análise de risco e incerteza;

11) análise final / recomendações / conclusões
24
Avaliação de Projetos Públicos



Avaliação de Impacto Social
São baseadas na relação existente entre a oferta
e demanda de produtos sociais por públicos-alvo
específicos e seus respectivos impactos na
sociedade;
Seu objetivo é mensurar a redução de diferenças
sociais em função de programas e investimentos
realizados por um agente de transformação
(fundações e institutos privados, organizações da
sociedade civil e agências governamentais.
25
O Plano de Custo Efetividade
Custo
Alto
Rejeita o tratamento A
?
Piora
Melhor
A
Efeito
Efeito
?
Adota o tratamento A
Custo
Custo
26
Análise de Custo-Benefício
Introdução
Em muitos casos, um governo deseja mais do
que uma análise quantitativa, ele necessita de
uma análise quantitativa.
Ele necessita saber não somente se há uma
racionalidade para a ação governamental, ele
necessita saber se os benefícios de uma dada
ação governamental excedem os custos.
28
Valor Presente Líquido (VPL)
i=n
Bi - Ci
(1 + r) i
VPL =
r%
)
(r =
100
i=0
Exemplo com taxa de desconto de 10 %
Ano
0
1
2
3
4
5
Custos
2500
150
150
300
150
650
Beneficios
1000
1000
1000
1000
1000
Neto
-2500
850
850
700
850
350
(1+r) i
1
1.1
1.21
1.33
1.46
1.61
V.P.
-2500
773
702
526
582
217
VPL = 300
29
Análise de Custo-Benefício
A análise de custo benefício é um conjunto de
técnicas que visam gerar informações sobre a
relevância social de projetos públicos.
Ela se constitui num instrumento importante
para balizar a tomada de decisão acerca dos
investimentos públicos.
30
Análise de Custo-Benefício
O termo análise custo-benefício é usado
para denominar uma diversidade de
técnicas empregadas na avaliação de
projetos por parte do setor público,
buscando fornecer parâmetros para a
avaliação dos custos e benefícios de um
projeto.
31
Análise de Custo-Benefício: Diferenças
entre os Projetos Públicos e Privados
1) a análise de custo-benefício social leva em
conta uma ampla gama de impactos e não
somente os lucro;
2) na análise de custos benefícios privados, os
preços de mercado podem não existir para
muitos benefícios e custos, e os preços de
mercado não podem ser usados devido a falhas
de mercado (de modo que os preços de
mercado não refletem os custos e benefícios
marginais sociais)
32
Análise de Custo-Benefício:
critério para aceitação de um projeto
Um projeto deveria ser aceito se seus benefícios
totais excederem seus custos totais, ou se a
razão benefício-custo exceder a unidade.
Os benefícios incluem o excedente do
consumidor, a diferença entre o que os
indivíduos estariam dispostos a pagar e o que
eles têm que pagar.
33
Análise Custo-Benefício (ACB)
DESCRIÇÃO
Tipo de Avaliação:
Custo – Benefício
Medida de Custos: Unidades Monetárias
Medida de Efeitos: Unidades Monetárias
Análises: (CA - BA) - (CB - BB)
Vantagem: Permite comparar diferentes tipos de alternativas
Limitação: Dificuldade de converter resultados de saúde em unidades
monetárias
34
Análise Custo-Benefício (ACB)
Objetiva identificar e avaliar sistematicamente
todos os custos e benefícios associados a
diferentes alternativas, e, assim, determinar qual
a alternativa que maximiza a diferença entre
benefícios e custos, os quais são expressos em
termos monetários.
35
Análise Custo-Benefício (ACB)
Exemplo: Impacto do Programa de Atenção Primária
em Saúde em Comunidades de Difícil Acesso
Custos da implantação do programa: Diretos
(construção de unidades sanitárias, material de
consumo, contratação de pessoal) e Indiretos (ex:
construção de estradas vicinais, transporte de
profissionais em saúde ...)
Benefícios da implantação do programa: Diretos
(eliminação de gastos com o tratamento de doenças
evitáveis) e Indiretos (aumento da capacidade
produtiva da comunidade decorrente da queda da taxa
de mortalidade e morbidade da população).
36
Análise Custo-Benefício (ACB)
Escolhas de Programas utilizando como Critério o VPL
Programa A
Programa B
Benefício (R$)
Custos (R$)
Benefício (R$)
Custos (R$)
Período 0
---
100
---
60
Período 1
50
20
---
30
Período 2
50
20
60
10
Período 3
50
20
60
10
Período 4
50
20
60
10
37
Análise Custo-Benefício (ACB)
Indicador: Relação Benefício-Custo
B / C = [ Σ Bt / (1 + d)t ] / [ Σ Ct / (1 + d)t ]
Viabilidade será indicada com B/C = 1 e ações podem ser indicadas
de acordo com as magnitudes de B/C.
B / C = Relação benefício / custo;
Bt = Benefício do período t;
Ct = Custo no período t;
d = taxa de desconto.
38
Análise Custo-Benefício (ACB)
Indicador : Taxa Interna de Retorno
Σ Bt – Ct / (1 + TIR)t = 0
Viabilidade será dada quando TIR = d.
TIR = Taxa Interna de Retorno;
Bt = Benefício do período t;
Ct = Custo no período t;
d = taxa de desconto.
39
Análise Custo-Benefício (ACB)
A Análise Custo Benefício é de difícil realização
porque requer que custos e benefícios sejam
mensurados (ou convertidos) em termos
monetários;
Exemplo: realização de tratamento psiquiátrico
em
hospitais
tradicionais
ou
sem
a
hospitalização.
40
Qalidade de Vida
Origem da QALY
O conceito de QALYs (quality-adjusted life years)
foi desenvolvido na década de 1970 a partir de
estudos sobre insuficiência renal crônica.
A vantagem desse indicador de saúde é que ele
permite simultaneamente capturar ganhos com a
redução da morbidade (ganhos em qualidade) e
com a redução da mortalidade (ganhos em
quantidade), integrando-os em uma única
medida.
42
QALY
(Quality-adjusted life-year)
O conceito de QALY baseia-se na crença de que o
objetivo de qualquer intervenção com relação aos
cuidados de saúde pode ser dicotomizada entre dois
fatores: (i) aumento nos anos de vida e (ii) melhoria na
capacidade de desfrutar a vida (= boa saúde).
Aplicando-se ponderadores de qualidade a cada ano
adicional de vida experimentado após o tratamento, o
QALY busca incorporar ambos os elementos acima numa
única medida.
43
QALY
(Quality-adjusted life-year)
A aproximação mais frequentemente usada para
fornecer um indicador total do “valor” ou
“utilidade” para intervenções em cuidados de
saúde são os QALYs.
Este conceito é uma das contribuições mais
importantes da teoria econômica para a análise
dos benefícios no sector da saúde e tenta
ultrapassar as limitações das medidas clínicas.
44
QualityAdjusted Life
Years-Gained
1.0
Com
programa
A
Sem
programa
B
0.0
Morte sem
programa
Death
Quantidade de anos de vida
A – corresponde a quantidade de QALYs ganhos devido a ganhos em
qualidade (ganhos que o indivíduo ganha durante o temo que teria de
vida. B – ganhos devido a extensão de sua vida (anos adicionais)
45
Calculando QALYs:
Um Exemplo
Com tratamento X
Estimativa de sobrevivência: 10 anos
Estimativa da qualidade de vida
(relativa a saúde perfeita) = 0,70
QALYS = 10 X 0,7 = 7,0
Sem tratamento X
Estimativa de sobrevivência: 5 anos
Estimativa da qualidade de vida
(relativa a saúde perfeita) = 0,50
QALYS = 5 X 0,50 = 2,5
QALY ganho com o tratamento X = 7 – 2,5 = 4,5 QALY
Se os custos do tratamento X é $18.000, então o custo
por QALY é $4000/QALY ($18.000/4,5)
46
Estimated costs of treating selected conditions. Gold, et al, 2005 (unpublished)
Condition/Treatment
Cost per QALY
Cost per
person
Number of people
to treat
TOTAL COST
Erectile Dysfunction
$6,400/QALY
$480
5 million
3 billion
Physician Counseling for Smoking
$7,200/QALY
$128
4 million
0.5 billion
Total Hip Replacement
$9,900/QALY
$31,000
250,000
7 billion
Outreach for Flu and Pneumonia
$13,000/QALY
$17.50
20 million
0.35 billion
Major Depression
$20,000/QALY
$2,000
2 million
4 billion
Gastric Bypass Surgery
$20,000/QALY
$81,000
70,000
6 billion
Treatment for Osteoporosis
$38,000/QALY
$950
5 million
5 billion
Screening For Colon Cancer
$40,000/QALY
$350
8.4 million
3 billion
Implantable Cardioverter
Defibrillator
$75,000/QALY
$35,000
50,000
1.75 billion
Lung-Volume Reduction Surgery
$98,000/QALY
$50,000
20,000
1 billion
Tight Control of Diabetes
$154,000/QALY
$1400
4.8 million
7 billion
Elevated Cholesterol
$200,000/QALY
$1350
8 million
11 billion
Resuscitation After Cardiac Arrest
$270,000/QALY
$45,000
130,000
6 billion
Left Ventricular Assist Device
$900,000/QALY
$100,000
100,000
10 billion
47
Preços-Sombra (Shadow Prices)
O preço-sobra (shadow price) de um bem,
também conhecido como preço social, é um
preço que reflete seu verdadeiro custo ou
benefício social marginal.
Na avaliação social de um projeto deve ser feita
aos preços-sobra e não aos preços de mercado.
48
Valoração


Seja empregando-se preços de mercado seja
empregando preços-sobra, o valor de um projeto é a
soma dos valores de todos os seus produtos menos o
valor de todos os seus insumos.
O valor da produção de um determinado bem
decorrente de um projeto nada mais é do que a
quantidade produzida desse bem vezes o seu preço de
mercado ou o seu preço-sombra (shadow price),
dependendo do contexto. O custo do insumo é calculado
pelo produto entre a quantidade empregada desse
insumo vezes seus preço de mercado ou seu preçosobra.
49
Valoração
Alguns benefícios gerados por projetos que não
possuem preços de mercado são:
- redução no tempo de viagem;
- redução no rico de acidentes numa rodovia;
-melhoria visual de uma cidade associada a um
programa de combate a uma doença
contagiosa.
50
Valoração
Exemplos de custos sem preços de mercado
associados a projetos:
- poluição sonora gerada por um aeroporto;
- poluição atmosférica gerada por uma
rodoviária;
- aumento na ameaça de extinção de uma
espécie em decorrência de uma construção de
uma represa de grande porte;
51
Valoração
Quando um resultado de um projeto não pode
ter seu valor calculado através de um preço de
mercado é preciso lançar mão de alguma
técnica de valoração para estabelecer seu valor.
Podemos supor que esse valor deva refletir o
valor que seus membros da população atribuam
ao resultado em questão.
52
Valor do Tempo
O valor do tempo pode ser estimado ou
aproximado pela taxa de salário daqueles que,
por exemplo usam o sistema de transporte.
Por exemplo, um sistema de metrô mais
eficiente poderia reduzir o tempo de
deslocamento em 20 min. Supondo que ta taxa
de salário seja $9/hora, temos que o valor do
tempo poupado por cada indivíduo será de $3.
53
Valoração
O processo de valoração deve passar por duas
etapas:
(i) determinação dos valores que os indivíduos
atribuem ao item do projeto que se pretende
avaliar;
(ii) determinar a forma de agregação daquelas
valores.
54
Medidas de variação
de bem-estar individual
Os dois conceitos teóricos de valoração
de bem-estar mais empregados na
análise de custo-benefício são:
(i) os conceitos de variação
compensatória e
(ii) variação equivalente.
55
Medidas de variação
de bem-estar individual:
Variação Compensatória
A variação compensatória indica de
quanto deve ser reduzida a renda do
indivíduo para que, após a realização do
projeto, ele volte ao mesmo nível de bemestar em que estava antes da realização
do projeto.
56
Medidas de variação
de bem-estar individual:
Variação Compensatória
Caso a variação compensatória seja
positiva isso indica que o resultado do
projeto é desejado por esse indivíduo.
Nesse caso a variação compensatória pode
ser interpretada como sendo a disposição
a pagar (willigness to pay) do indivíduo
para que o projeto seja realizado.
57
Medidas de variação
de bem-estar individual:
Variação Compensatória
Caso a variação compensatória seja
negativa isso indica que o resultado do
projeto é indesejado pelo indivíduo.
58
Willingness-to-Pay Approach
Willingness-to-Pay Approach
De acordo com a teoria do bem-estar, o
benefício que um indivíduo recebe de um
serviço ou intervenção é definido como a
disposição máxima que um indivíduo está
disposto a pagar pelo serviço ou intervenção.
O benefício para a sociedade da intervenção é a
soma da disposição a pagar de cada indivíduo.
60
Willingness-to-Pay Approach
Nesta abordagem, a vida é avalida de acordo com o que
os indivíduos estão dispostos a pagar por uma mudança
que reduza a probabilidade de morte ou doença.
Esta abordagem é útil para indicar como os indivíduos
valorizam a vida e a saúde quando deriva-se
preferências sociais para políticas públicas.
61
Willingness-to-Pay Approach
A abordagem Willingness-to-Pay determina os
custos indiretos quando são consideradas as
preferências dos indivíduos.
Esta abordagem busca mediar o montante
monetário máximo que um indivíduo estaria
disposto a investir para preserver sua vida ou
saúde para limitar os fatores de risco e saúde.
62
Willingness-to-Pay Approach
Vamos assumir aqui que um tratamento é introduzido e
que desloque o seu status de saúde de um estado de
doença específico (HD) para um de plena saúde (H*).
A disposição a pagar é igual ao montante máximo de
recursos monetários que você estaria disposto a pagar
pelo tratamento que restaurasse a sua plena saúde
enquanto mantivesse o mesmo nível de bem-estar geral
ou a sua utilidade.
Se você tivesse que pagar mais do que este máximo, a
perda de renda iria mais do que compensar o ganho de
bem-estar devido a mudança no estado de saúde.
63
Willingness-to-Pay Approach
Utilidade (U)
U(H*)
U(HD)
U*
0
Y1
Y0
Renda (Y)
Willingness-to-Pay
64
Willingness-to-Pay Approach
A disposição a pagar é uma medida de
quanto um indivíduo valoriza uma
determinada melhoria.
Isto varia entre indivíduos e depende da
severidade da doença bem como da
disposição e capacidade de trocar
recursos monetários por saúde.
65
Willingness-to-Pay Approach
Visto que a disposição a pagar varia entre os
pacientes, tanto devido as diferenças nas
preferências como na renda, a curva de
demanda é negativamente inclinada, indicando
que mais pacientes irão escolher o tratamento
a preços mais baixos.
66
Willingness-to-Pay Approach
preço
0
A área sob a curva de demanda
representa a disposição a pagar pelo
tratamento (a soma da disposição a
pagar de cada paciente).
Todos os
pacientes
67
Medidas de variação
de bem-estar individual:
Variação Equivalente
A variação equivalente indica de quanto deve
ser aumentada a renda do indivíduo caso se
queira fazer com que ele tenha o mesmo ganho
de bem-estar que teria caso o projeto fosse
executado.
Se ela for positiva, o projeto é desejado. Neste
caso ela pode ser interpretada como uma
disposição a receber por parte deste indivíduo
para aceitar ou não a execução do projeto.
68
Métodos de Valoração
Valoração contingente
Valoração hedônica
69
Valoração Contingente
Valoração Contingente
Os métodos de valoração continente
procuram determinar a disposição a pagar
ou a receber das pessoas em relação ao
item que se pretende avaliar através da
simulação de um mercado hipotético
(contingente) por meio de entrevistas
(questionários).
71
Valoração Contingente



O método de valoração contingente busca, por meio de surveys (entrevistas)
pessoais, revelar as preferências dos indivíduos por um bem ou serviço
ambiental; conseqüentemente, busca captar a disposição a pagar (DAP) para
garantir um benefício ou a disposição a aceitar (DAC) para incorrer em um
malefício.
A idéia central do MVC é que indivíduos possuem diferentes graus de
preferência por um bem ou serviço. Essa preferência torna-se visível quando
os consumidores vão ao "mercado" e pagam valores por tais ativos.
O MVC estima uma medida monetária extraída de entrevistas que tendem a
refletir as preferências expressas por consumidores, relativas ao
acréscimo/decréscimo na qualidade de ativos ambientais.
72
Valoração Contingente
O método de valoração contingente consiste na
aplicação de um questionário que começa com a
descrição do bem que se pretende avaliar e termina com
uma questão acerca da disposição a pagar ou receber
do entrevistado para que esse bem se torne disponível.
Essa questão pode ter a forma aberta (pedir ao
entrevistado que diga quanto ele está disposto a
pagar/receber para ter acesso ao bem avaliado) ou ter a
forma fechada de um referendum (oferecer um valor ao
entrevistado e perguntar se ele está disposto a
pagar/receber esse valor para que o bem se torne
disponível)
73
Valoração Contingente
Os métodos de valoração contingente são
frequentemente empregados na avaliação
de bens ambientais.
74
Exemplos
Valoração contingente do parque "Chico Mendes": uma aplicação
probabilística do método Referendum com bidding games
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-20032004000400008&script=sci_arttext
Feira do Livro em porto Alegre
http://www.anpec.org.br/encontro2008/artigos/200807180032160-.pdf
Valoração contingente da Área de Proteção Ambiental (APA) São José - MG:
um estudo de caso
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-20032008000300004&script=sci_arttext
75
Métodos Hedônicos
Métodos de Preços Hedônicos (MPH)
O método de preços hedônicos consiste
em estimar o preço de um bem como
função de seus atributos. Esta função é
conhecida como função hedônica.
77
Métodos de Preços Hedônicos (MPH)
MPH é um dos métodos de valoração econômica mais
antigos e dos mais utilizados.
Quando uma pessoa vai ao mercado imobiliário comprar
um imóvel, ela considera também as suas características
locacional e ambiental para fazer a sua escolha.
Ao tomar a sua decisão, considerando também a
percepção que essas características lhe despertam, ela
está, de certa forma, “valorando” essas particularidades
do imóvel.
78
Exemplos




Criminalidade e valor dos imóveis em Curitiba
http://www.ppge.ufrgs.br/direito-economia/disciplinas/10/teixeira-serra-2006.pdf
Criminalidade e valor dos imóveis emBelo Horizonte
http://www.cedeplar.ufmg.br/economia/publicacoes/diamantina/textos/D44.pdf
79
Método dos Custos de Viagem (MCV)
Método dos custos de viagem (MCV)
MCV é um método voltado à avaliação de sítios
recreativos. Aqui, o valor de um bem público é
estimado com base no preço dos bens
relacionados a esse bem público, qual seja, nos
custos de viagem nos quais seus freqüentadores
incorrem para visitá-lo. Esses custos de viagem
são, em geral, obtidos através de questionários
aplicados junto aos freqüentadores do sítio.
81
Método dos custos de viagem (MCV)
A idéia do MCV é que os gastos efetuados pelas
famílias para se deslocarem a um lugar, geralmente
para recreação, podem ser utilizados como uma
aproximação dos benefícios proporcionados por essa
recreação.
Em outras palavras, utiliza-se o comportamento do
consumidor em mercados relacionados para valorar
bens ambientais que não têm mercado explícito. É
como se as famílias entendessem que os benefícios
proporcionados pela viagem em termos de satisfação
pessoal, i. e. melhoria de bem-estar, “compensassem”
os gastos no seu preparativo e durante a estadia no
local.
82
Método de Gastos Defensivos
Método de Gastos Defensivos (MGD)
O MGD procura avaliar os custos de um
malefício ou de um risco público, tais
como a poluição sonora ou risco de
enchente, a partir dos dispêndios
realizados pelos indivíduos e domicílios
com vistas a evitar tais malefícios.
84
Método de Gastos Defensivos (MGD)



A idéia subjacente ao MGD é de que gastos em produtos substitutos
ou complementares para alguma característica ambiental podem ser
utilizados como aproximações para mensurar monetariamente a
“percepção dos indivíduos” das mudanças nessa característica
ambiental.
Seria o caso de um indivíduo comprar água mineral engarrafada
e/ou ferver a água encanada para se proteger de uma contaminação
da água servida à população no local onde reside.
São esses “gastos defensivos” ou “preventivos” dos indivíduos que
são considerados nesse método. No exemplo citado, os gastos são
adicionados conjuntamente de maneira a englobar todos os
possíveis gastos efetuados pelo indivíduo para proteger a sua saúde.
85
Métodos de Custos de Saúde
(MCS)
Métodos de custos de saúde (MCS)
O MCS é empregado para avaliar os custos
associados a diferentes fontes de risco à
saúde e à vida humanas, tais como a
poluição do ar e da água ou a ausência de
saneamento básico por parte de
determinada população.
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Métodos de custos de saúde (MCS)
MCS consiste em duas partes:
(i) procura-se estabelecer a relação entre a fonte de
risco e índices de mortalidade ou morbidade da
população, estimada, de um modo geral a partir de um
estudo de dose-resposta;
(ii) em seguida, empregando dados de outros estudos,,
busca-se atribuir um valor a estes riscos.
88
Método Dose-Resposta (MDR)
Método Dose-Resposta (MDR)
A idéia subjacente ao MDR é bem ilustrada através do exemplo de
uma cultura agrícola. Suponha uma área destinada ao cultivo que
apresente erosão do solo.
Para diferentes níveis de erosão, existirão diferentes níveis de
produção final. Isto é, para cada “dose” de erosão do solo, existirá
uma “resposta” em termos de redução na quantidade produzida da
cultura.
Alternativamente, pode-se utilizar os custos de reposição dos
nutrientes que se perdem com a erosão de solo. Essa perda pode ser
aproximada pela aplicação de fertilizantes químicos que possuem
valores de mercado explícitos. Os gastos na sua aquisição podem
fornecer uma medida monetária dos prejuízos decorrentes da “dose”
de erosão do solo.
90
Métodos de Produtividade
Marginal (MPMg)
Métodos de produtividade marginal
(MPMg)
O método da produtividade marginal visa
determinar o valor que um determinado
bem público pode acrescentar à produção
das indústrias por ele afetadas.
92
Métodos de produtividade
marginal (MPMg)
A melhoria na qualidade da água de um
rio pode afetar positivamente a
produtividade da indústria da pesca e da
agricultura locais.
O valor desse benefício é determinado na
proporção do valor do produto marginal
do bem público nessas indústrias.
93
Método Custo de Reposição
(MCR)
Método Custo de Reposição (MCR)
Este método apresente uma das idéias intuitivas mais
básicas quando se pensa em prejuízo: reparação por
um dano provocado. Assim, o MCR se baseia no custo
de reposição ou restauração de um bem danificado e
entende esse custo como uma medida do seu
benefício.
Por também utilizar preços de mercado (ou preçosombra), como o MDR, também se inclui na
abordagem de mercado e suas medidas não se
baseiam na estimativa de curvas de demanda.
95
Método Custo de Reposição (MCR)
O MCR é freqüentemente utilizado como uma medida do dano
causado.
Essa abordagem é correta nas situações em que é possível
argumentar que a reparação do dano deve acontecer por causa
de alguma outra restrição, p. e., de ordem institucional.
É o caso do padrão de qualidade da água: os custos para
alcançá-lo são uma proxy dos benefícios que esse padrão
proporciona à sociedade. Porém, os riscos desse procedimento
porque ao impor uma reparação a sociedade está sinalizando
que os benefícios excedem os custos, quaisquer que sejam
estes, e que, portanto, “os custos são considerados uma medida
mínima dos benefícios”.
96
Estudo de Caso:
Programa de Despoluição da Baia da
Guanabara no Rio de Janeiro
Estudo de Caso: Programa de Despoluição da
Baia da Guanabara no Rio de Janeiro
O Programa de Despoluição da Baia da Guanabara é um
projeto de grande monta que teve início em 1998 e
ainda se encontra em andamento.
A população afetada pelo projeto é de aproximadamente
7,3 milhões de habitantes.
O projeto prevê investimentos no valor de US$ 793
milhões em uma primeira etapa que foi objeto de
estudo aqui apresentada.
98
Estudo de Caso: Programa de Despoluição da
Baia da Guanabara no Rio de Janeiro:
Principais Investimentos e Benefícios
Investimento
Benefícios
Setorização e micromedição do sistema de
abastecimento
Aumento da oferta decorrnte de redução de perdas
Racionalização do consumo tornando-o mais eficiente
Aumento na oferta de coleta de esgoto
Redução na contaminação de rios, canais e valões
Construção de novas redes coletoras de
esgoto
Construção de coletores tronco
Tratamento de esgoto
Melhores condições para balneabilidade, a prática de
esportes, pesca na baia
Aumento na produção dos setores turístico e pesqueiro
Drenagem de rios
Eliminação das enchentes em áreas urbanas densamente
povoadas
99
Estudo de Caso: Programa de Despoluição da Baia da
Guanabara no Rio de Janeiro: Setorização e
micromedição do sistema de abastecimento
Os benefícios decorrentes da setorização do
sistema de abastecimento foram avaliados
empregando-se uma técnica de gastos
defensivos.
Os dados levantados permitiram a identificação
de uma função demanda pela água potável e o
cálculo do ganho do excedente do consumidor
decorrente do aumento no abastecimento.
100
Estudo de Caso: Programa de Despoluição da Baia da
Guanabara no Rio de Janeiro: Setorização e
micromedição do sistema de abastecimento
A micromedição implicaria a instalação de 252 mil
medidores que permitiria a cobrança pelo uso da água
fosse correspondente ao consumo efetivo do domicilio e
não a um consumo presumido, implicando assim numa
cobrança mais justa e num uso mais racional da água.
Os benefícios associados à micromedição foram
estimados como equivalentes ao valor da redução nos
gastos com investimentos e manutenção do sistema de
provisão de água decorrente da redução do consumo.
101
Estudo de Caso: Programa de Despoluição
da Baia da Guanabara no Rio de Janeiro:
Construção de novas redes coletoras de esgoto
A construção de novas redes coletoras teria como
conseqüência o aumento no número de domicílios com
acesso à coleta de esgoto.
Para avaliar os benefícios decorrentes desta ampliação
de acesso, o estudo empregou resultados de pesquisas
de valoração contingente realizadas em outras partes do
país.
Aplicando-se a relação mais conservadora entre a
disposição a pagar e renda, para estimar uma disposição
a pagar de US$ 12,73 por família/mês para a baía da
Guanabara.
102
Estudo de Caso: Programa de Despoluição
da Baia da Guanabara no Rio de Janeiro:
coletores tronco
Para avaliar o valor dos benefícios decorrentes
da construção de coletores tronco e da
conseqüente redução da poluição dos rios foi
feita uma pesquisa de valoração contingente
com uma aplicação de 500 questionários a
habitantes da sub-bacias dos Rios Faria e Timbó
e do Município de Niterói.
Os resultados da pesquisa indicaram uma
disposição a pagar mensal de US$7,30 por
família.
103
Estudo de Caso: Programa de Despoluição da
Baia da Guanabara no Rio de Janeiro:
Drenagem de Rios
O principal benefício da drenagem dos rios foi a
eliminação das enchentes em regiões densamente
povoadas. O valor anual desse benefício foi estimado
como sendo o valor médio dos prejuízos decorrentes das
enchentes ocorridas em anos anteriores.
Esses valores foram levantados através de valoração
contingente.
O benefício médio por família diretamente atingida pelas
enchentes foi estimado em US$153,5. Para famílias
indiretamente atingidas pela enchente, esse benefício
médio foi de US$ 40,6.
104
Estudo de Caso: Programa de Despoluição da
Baía da Guanabara no Rio de Janeiro:
Comparação de Custos e Benefícios
Os benefícios gerados pelo projeto de
despoluição da Baía da Guanabara foram
comparados aos custos de implementação
do projeto, e os resultados estão
resumidos nas tabelas abaixo.
Percebe-se que o projeto se mostra
vantajoso em todos seus aspectos.
105
Estudo de Caso: Programa de Despoluição da
Baia da Guanabara no Rio de Janeiro:
Comparação de Custos e Benefícios
Investimento em
Beneficio
Custo
Benefício Líquido
Abastecimento
267,6
154,3
113,3
Setorização do sistema
109,1
77,8
31,3
Micromedição
158,5
76,5
82,0
Esgotamento sanitário
267,6
154,3
113,3
Ampliação da rede
187,4
92,1
95,3
Construção de
Coletores
215,6
110,2
105,4
Tratamento do esgoto
582,4
347,5
234,9
10,2
9,5
0,7
995,6
559,3
436,3
Drenagem
Total
106
107
Fim
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Análise de Custo Benefício Aula # 5 - Programa de Pós