ACIDIFICAÇÃO E PERDAS DE NUTRIENTES DO SOLO Luciane Costa de Oliveira ACIDEZ • Acidez é representada pela concentração de íons de H+ existente em uma solução, ou seja, seu pH. • De onde vem os íons H+ ? • Ácido, básico e neutro, são os valores de pH. Valores de pH ideais para plantio • A maioria das culturas cresce melhor em solos levemente ácidos (5,5 e 6,5). • Valores de pH inferiores a 5,5 a produtividade diminui acentuadamente. • Para corrigir a acidez, aplicamos corretivos como o calcário. A importância das chuvas • Quando chove a água (H2O) infiltra no solo, adicionando íons H+ , uma vez que o pH da chuva é menor que 7,0. • Esses íons H+ podem retirar os nutrientes que estão retidos nas cargas do solo, trocando de lugar com eles. Lixiviação • Quando são trocados estes deslocam-se para solução do solo, podendo ou não serem absorvidos pelas plantas. • Quando não são absorvidos, ocorre a lixiviação. • E para onde vai a solução lixiviada? Água mineral.... ? • Uma prova de que os nutrientes são lavados (lixiviados) é a composição química da água mineral, que contém nutrientes lavados do solo. • Cada água mineral tem composição variada, dependendo do solo e geologia da região. Olhe o rótulo da água, entre outros parâmetros, contem a concentração dos cátions mais abundantes: Ca, Mg, K e Na. Solo jovem x solo velho Amostra pH Parâmetros químicos (cmolc / kg) Al+ 3 H+ Ca+ 2 Mg+ 2 K+ Na + Solo jovem (pouco intemperizado) 7 0 1 22 6 1 0,1 Solo velho (muito intemperizado) 4 5 17 1 0 0,1 0,1 O que ocorre com o Ca e o Mg? • São compostos pouco solúveis em água e, quando chegam aos oceanos, acumulam-se no fundo ou são absorvidos pelo organismos, formando conchas e corais. • E o Na? Por isso o mar é “salgado”. Origem dos adubos • As fontes de K e P e os corretivos da acidez (Ca e Mg) têm origem em rochas sedimentares, ou seja, acúmulo. Estas rochas são moídas e tratadas quimicamente para a produção de adubos. • A úreia sintetizada (N) é a forma mais comum de N usada pelos agricultores. É altamente dependente do petróleo para síntese. Estercos e adubação verde são alternativas viáveis para substituir a uréia. Adubação e problemas ambientais • Mesmo sendo necessária para o crescimento das plantas, o uso excessivo ocasiona uma série de problemas • O mais visto é o uso exagerado de N. As plantas crescem demais com altas doses desse nutriente, ficando tenras (moles), sendo vulneráveis ao ataque de pragas e doenças. Como consequência disso, maiores também são as doses de agrotóxicos necessárias para o controle. Eutrofização • Além do uso excessivo de N, o uso de P em grandes quantidades ocasiona problemas relacionados a qualidade da água. • O excesso desses nutrientes é lixiviado e alcança corpos d’água, alimentando a população de microalgas (fitoplâncton) que aumenta rapidamente a sua população. Morte de peixes por asfixia • Como a população de microalgas aumenta muito, após sua morte, ocasiona consumo de O2 através da decomposição. Devido a esse alto consumo de oxigênio, o mesmo diminui sua concentração na água, ocasionando a morte de organismos aquáticos (peixes por exemplo). • Muitas vezes a eutrofização compromete temporariamente a qualidade da água, podendo gerar mau cheiro, alteração no sabor e na cor. Adubos orgânicos, contaminam? • Sim, a aplicação direta e excessiva no solo de estercos animais, ocasiona os mesmo problemas já citados anteriormente; • Deve calcular a dose certa e fazer o devido tratamento antes da aplicação; É possível cultivar sem aplicar adubos? • Os nutrientes são retirados da área rural e acumulados na área urbana, empobrecendo a primeira. • O lógico seria retornar os nutrientes retirados, depois da compostagem dos resíduos urbanos (esgoto, lixo orgânico, resíduos de podas, etc...), até a área rural; O ser humano quebra ciclos!!! • Altas doses de adubo = maior produtividade/área • 1 hectare (10.000 m2) pode produzir hoje 6.000 kg de grãos, arroz por exemplo, suficiente para mais de 120 pessoas durante 01 ano. • A justificativa para esse excesso de adubação é: assim não há necessidade de aumentar o número de áreas ainda não exploradas. SERÁ?