- Metodologia de Atendimento e Acompanhamento às famílias, focando na identificação e redução das violações de direitos, acesso à serviços. socioassistenciais e melhoria de qualidade de vida; - A ação socioeducativa no fortalecimento de vínculos comunitários e familiares. Metodologia de Atendimento e Acompanhamento às famílias, focando na identificação e redução das violações de direitos, acesso à serviços. socioassistenciais e melhoria de qualidade de vida; Compreende atenções e orientações direcionadas à promoção de direitos, à preservação e ao fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais e o fortalecimento da função de proteção das famílias diante do conjunto de condições que causam fragilidades ou as submetem a situações de risco pessoal e social. É um serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Compreende atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos, a preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais e para o fortalecimento da função protetiva das famílias diante do conjunto de condições que as vulnerabilizam e/ou as submetem a situações de risco pessoal e social. Oferece atendimento a situações como violência (física, psicológica e negligência, abuso e/ou exploração sexual), afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida socioeducativa ou medida de proteção; tráfico de pessoas; situação de rua; mendicância; abandono; vivência de trabalho infantil; discriminação em decorrência da orientação sexual ou raça/etnia e outras formas de violação de direitos decorrentes de discriminações ou submissões. O atendimento fundamenta-se no respeito à heterogeneidade, potencialidades, valores,crenças e identidades das famílias. O serviço articula-se com as atividades e atenções prestadas às famílias nos demais serviços socioassistenciais, nas diversas políticas públicas e com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos. Deve garantir atendimento imediato e providências necessárias para a inclusão da família e seus membros em serviços socioassistenciais e/ou em programas de transferência de renda, de forma a qualificar a intervenção e restaurar o direito. Objetivos: - Contribuir para o fortalecimento da família no desempenho de sua função protetiva; - Processar a inclusão das famílias no sistema de proteção social e nos serviços públicos, conforme necessidades; - Contribuir para restaurar e preservar a integridade e as condições de autonomia dos usuários; - Contribuir para romper com padrões violadores de direitos no interior da família; - Contribuir para a reparação de danos e da incidência de violação de direitos; - Prevenir a reincidência de violações de direitos. Como Implantar: Ambiente físico: espaços destinados à recepção, atendimento individualizado com privacidade, atividades coletivas e comunitárias, atividades administrativas e espaço de convivência. Acessibilidade de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Recursos materiais: materiais permanentes e de consumo para o desenvolvimento do serviço, tais como mobiliário, computadores, linha telefônica, dentre outros. Materiais socioeducativos: artigos pedagógicos, culturais e esportivos; banco de dados de usuários de benefícios e serviços socioassistencias; banco de dados dos serviços socioassistenciais; Cadastro Único dos Programas Sociais; Cadastro dos Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Recursos humanos: de acordo com a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Suas (NOB-RH/SUAS). Trabalho social essencial ao serviço: acolhida; escuta; estudo social; diagnóstico socioeconômico; monitoramento e avaliação do serviço; orientação e encaminhamento para a rede de serviços locais; construção de plano individual e/ou familiar de atendimento; orientação sociofamiliar; atendimento psicossocial; orientação jurídico-social; referência e contrarreferência; informação, comunicação e defesa de direitos; apoio à família na sua função protetiva; acesso à documentação pessoal; mobilização, identificação da família extensa ou ampliada; articulação com serviços de outras políticas públicas setoriais; articulação interinstitucional com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos; mobilização para o exercício da cidadania; trabalho interdisciplinar; elaboração de relatórios e/ou prontuários; estímulo ao convívio familiar, grupal e social; mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio. Segurança de Acolhida : Ser acolhido em condições de dignidade em ambiente favorecedor da expressão e do diálogo; Ser estimulado a expressar necessidades e interesses; Ter reparados ou minimizados os danos por vivências de violações e riscos sociais; Ter sua identidade, integridade e história de vida preservadas; Ser orientado e ter garantida efetividade nos encaminhamentos. Segurança de convívio ou vivência familiar , comunitária e social : Ter assegurado o convívio familiar, comunitário e social; Ter acesso a serviços de outras políticas públicas setoriais, conforme necessidades. Segurança de desenvolvimento de autonomia individual , familiar e social : Ter vivência de ações pautadas pelo respeito a si próprio e aos outros, fundamentadas em princípios éticos de justiça e cidadania; Ter oportunidades de superar padrões violadores de relacionamento; Poder construir projetos pessoais e sociais e desenvolver a autoestima; Ter acesso à documentação civil; Ser ouvido para expressar necessidades e interesses; Poder avaliar as atenções recebidas, expressar opiniões e reivindicações; Ter acesso a serviços do sistema de proteção social e indicação de acesso a benefícios sociais e programas de transferência de renda; Alcançar autonomia, independência e condições de bem estar; Ser informado sobre seus direitos e como acessá-los; Ter ampliada a capacidade protetiva da família e a superação das situações de violação de direitos; Vivenciar experiências que oportunize relacionar-se e conviver em grupo, administrar conflitos por meio do diálogo, compartilhando modos não violentos de pensar, agir e atuar; Ter acesso a experiências que possibilitem lidar de forma construtiva com potencialidades e limites. FORMAS DE ACESSO: Por identificação e encaminhamento dos serviços de proteção e vigilância social; Por encaminhamento de outros serviços socioassistenciais, das demais políticas públicas setoriais, dos demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos e do Sistema de Segurança Pública; Demanda espontânea. CONDIÇÕES: Famílias e indivíduos que vivenciam violação de direitos. Período de funcionamento: período mínimo de 5 (cinco) dias por semana, 8 (oito) horas diárias, com possibilidade de operar em feriados e finais de semana. Abrangência: municipal e/ou regional. Articulação em rede: serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica e Proteção Social Especial; serviços das políticas públicas setoriais; sociedade civil organizada; demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos; sistema de Segurança Pública; instituições de ensino e pesquisa; serviços, programas e projetos de instituições não-governamentais e comunitárias. Impacto Social Esperado: A implantação deste serviço deve contribuir para redução das violações dos direitos socioassistenciais, seus agravamentos ou reincidência; orientação e proteção social a famílias e indivíduos; acesso a serviços socioassistenciais e das políticas públicas setoriais; identificação de situações de violação de direitos socioassistenciais e melhoria da qualidade de vida das famílias. A dimensão das atividades de Intervenção com Famílias... Na atualidade, reconhecemos a centralidade do trabalho com famílias nas políticas sociais. No entanto, apesar das modificações ocorridas tanto na compreensão quanto no trabalho com as famílias, o discurso direcionado às mesmas, continua, em muitas situações, conservador, não as reconhecendo enquanto rede de relações, de reciprocidade e mutualidade (CAMPOS, 2008). Exemplo: Trabalho desenvolvido com famílias nos CRAS; Segundo Rosa ( 2009) o trabalho com famílias precisa ser desenvolvido em uma perspectiva emancipatória e primeiramente o profissional precisa reconhecer “ que as pessoas são ou podem vir a ser autores e atores de sua própria história, a partir do resgate de seus saberes e quereres,...” ( 2009, p. 10). PARA O QUE PRECISAMOS NOS ATENTAR? 1. 2. 3. 4. a intencionalidade da nossa intervenção, pois nossa ação profissional não está despedida de um aporte ético-político; o trabalho interdisciplinar que nos permite dialogar com os diferentes saberes na busca da reconstrução do real; o lugar ocupado pelas famílias nas esferas de decisão, pois as mesmas precisam tornarem-se co-partícipes do processo o qual fazem parte; a metodologia do trabalho, que precisa transcender à dimensão técnico-operativa conjugando aportes teóricos que permitam ao profissional uma leitura crítica da realidade. APORTE METODOLÓGICO O planejamento constitui-se etapa imprescindível no trabalho com famílias; O uso de instrumentais técnico-operativos de forma ocasional não constitui uma metodologia. Esses encontros devem ser previstos, planejados e organizados em sua estrutura para que aconteçam (reuniões,encontros, visitas domiciliares, passeios, palestras,filmes,...) APORTE METODOLÓGICO Conhecimento da dialética da família; quem são os sujeitos? Mapeamento das situações de vulnerabilidade; Não é possível uma metodologia já pronta antes de iniciar a prática; Formação de grupos como estratégia de intervenção; Conforme Boehs (1990,p.126 ) família sadia é aquela que mantém um conjunto de reservas físicas, psíquicas, sócio-culturais e de ambiente físico que permitem normatizar sua vida e instituir novas normas em situações novas. Enquanto família doente é aquela que tem diminuição ou ausência de reservas que impedem normatizar sua vida familiar e instituir novas normas. Trabalhar com famílias exige a incorporação de uma tecnologia “relacional” (Franco e Mehry, 1999), fundada na abordagem humanista, e desenvolvida por meio da compreensão do funcionamento sistêmico da família e da aplicação do método clínico centrado no paciente. Segundo Gomes (1994), o ponto de partida para o trabalho com família é a compreensão, por parte do profissional, do próprio modelo de organização familiar, com crenças, valores e procedimentos que efetivamente são adotados na sua vida em família. PREMISSAS: 1. O vínculo é um requisito fundamental para a construção do processo de reconhecimento de necessidades. A partir do momento em que se narra uma história família, por um paciente ou por sua família, esse vínculo já começa! 2. A MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DESSE VÍNCULO DEPENDE DAS DUAS PARTES... 2. A avaliação consiste em analisar a família de um modo mais objetivo, perceber o funcionamento do grupo em estudo, reconhecer a crença da família no processo de adoecer e propor um plano de ação que respeite o seu modo de vida. A avaliação adequada do papel que a pessoa portadora de qualquer agravo possui em sua estrutura familiar permite que o profissional tenha um poder de intervenção que aumenta significativamente a resolubilidade da proposta; 3. As atividades socioeducativas são as ações mais importantes neste processo de inclusão. É nelas que vamos fortalecer vínculos, desenvolver habilidades relacionais, reduzir agravos., criar percepção de futuro para a família... 4. Conhecer profundamente a dinâmica familiar facilita o trabalho com a família. Há algumas ferramentas que podemos utilizar nesta pesquisa/abordagem. FORMULÁRIOS... RELATÓRIO MENSAL DE ATENDIMENTOS DO CREAS REGISTRO DAS FAMÍLIAS INCLUÍDAS EM ACOMPANHAMENTO PELO PAEFI FERRAMENTAS PARA INTERVENVENÇÃO EM FAMÍLIAS GENOGRAMA O Genograma ou Árvore da Família é um método de coleta, armazenamento e processamento de informações sobre uma família. É uma ferramenta que parte de um conceito sistêmico de família e tem sido utilizada em contextos mais convencionais de constituição do núcleo familiar, embora possa ser aplicada também em interpretações ampliadas do conceito de família (Moysés e Silveira Filho, 2002). GENOGRAMA □ ○ + _ = ≠ ≡ Relacionamento muito estreito Homem Mulher Morte União entre duas pessoas Casamento Separação /\/\/\ Relacionamento conflituoso ... Adoção ? Abandono, desconhecido /\ Gêmeos bivitelinos Δ Gêmeos univitelinos ● Aborto Há a necessidade de vínculo para elaborar o Genograma com a família; Mais de um profissional pode e deve colaborar com dados para o Genograma; Ele não é estático, deve ser sempre visitado e alterado quando necessário; Guarda-se junto com o prontuário do paciente/família; Sua principal característica é: identificar a estrutura familiar e seu padrão de relação, mostrando as doenças que costumam ocorrer, a repetição dos padrões de relacionamento e os conflitos que desembocam no processo de adoecer (Rakel, 1997; Moysés e col., 1999; Moysés e Silveira Filho, 2002); também pode ser usado como fator educativo, permitindo ao paciente e a sua família ter a noção das repetições dos processos que vem ocorrendo e como estes se repetem. Os componentes do genograma devem incluir, de acordo com Rakel (1997): 1. Três gerações; 2. Os nomes de todos os membros da família; 3. Idade ou ano de nascimento de todos os membros da família; 4. Todas as mortes, incluindo a idade em que ocorreu ou a data da morte e a causa; 5. Doenças de problemas significativos dos membros da família; 6. Indicação dos membros que vivem juntos na mesma casa; 7. Datas de casamentos e divórcios; 8. Uma lista dos primeiros nascimentos de cada família à esquerda, com irmãos sequencialmente à direita; 9. Um código explicando todos os símbolos utilizados; 10. Símbolos selecionados por sua simplicidade e visibilidade máxima. CICLO DE VIDA DAS FAMÍLIAS Esta ferramenta divide a história da família em estágios de desenvolvimento, caracterizando papéis e tarefas específicas a cada um desses estágios (McWhinney, 1994; Carter e McGoldrick, 1995; Wilson e Bader, 1996; Moysés e Silveira Filho, 2002). O ciclo de vida das famílias é uma série de eventos previsíveis que ocorrem dentro da família como resultado das mudanças em sua organização. Toda mudança requer de cada membro uma acomodação ao novo arranjo, transformando o papel a cada alteração de limites. Afinal, “nas fases de transição onde a família é desafiada a estruturar um novo pacto que o estresse cresce, possibilitando o surgimento de doenças” (Wagner e col., 1999). Por que conhecer esses ciclos/estágios da família: O conhecimento do desenvolvimento da família é útil porque facilita a previsão e antecipa os desafios que serão enfrentados no estágio de desenvolvimento de uma dada família, e isso permite melhorar o entendimento do contexto dos sintomas e das doenças. (McWhinney, 1994; Carter e McGoldrick, 1995; Wilson e Bader, 1996). Permite o planejamento de ações na perspectiva de redução de agravos, preparação para o novo, organização familiar... De acordo com Moysés e Kriger (2008), ele pode expandir as possibilidades de atenção em saúde centradas nas relações e papéis familiares. Estágio do ciclo de vida da família Tarefas a serem cumpridas Tópicos de prevenção Iniciando a vida a dois • Estabelecer um relacionamento mutuamente satisfatório. • Aumentar a autonomia em relação à família de origem e desenvolver novas relações familiares. • Tomar decisões sobre filhos, educação e gravidez. • Desenvolver novas amizades. • Discutir a importância da comunicação. • Fornecer informação sobre planejamento familiar. Estágio do ciclo de vida da família Tarefas a serem cumpridas Tópicos de prevenção Famílias com filhos pequenos • Ajustar-se e encorajar o desenvolvimento da criança. • Estabelecer uma vida satisfatória a todos os membros. • Reorganizar a unidade familiar de dois para três ou mais membros. • Fornecer informações. • Envolver o pai na gestação e no parto. • Discutir desenvolvimento infantil, papel de pais e relacionamento pais e filhos. • Encorajar um tempo para o casal. • Discutir rivalidade entre irmãos. • Discutir o sentimento de “afastamento” dos pais perante o nascimento dos filhos. Estágio do ciclo de vida da família Tarefas a serem cumpridas Tópicos de prevenção Famílias com crianças pré-escolares • Prover espaço adequado para a família que cresce. • Enfrentar os custos financeiros da vida familiar. • Assumir o papel maduro apropriado à família que cresce. • Manter uma satisfação mútua no papel de parceiros, parentes, comunidade. • Encorajar um tempo para o casal. • Estimular o diálogo sobre educação dos filhos. • Fornecer informações sobre o desenvolvimento das crianças. Estágio do ciclo de vida da família Tarefas a serem cumpridas Tópicos de prevenção Famílias com crianças em idade escolar • Facilitar a transição da casa para a escola. • Fazer face às crescentes demandas de tempo e dinheiro. • Manter uma relação de casal. • Fornecer informações sobre o desenvolvimento de crianças em idade escolar. • Monitorar o desempenho escolar e reforçar posições realísticas sobre expectativas de desempenho. • Sugerir estratégias de manejo de tempo. • Encorajar discussões sobre sexualidade com as crianças. Estágio do ciclo de vida da família Tarefas a serem cumpridas Tópicos de prevenção Famílias com adolescentes • Equilibrar liberdade com responsabilidade, à medida que os adolescentes vão adquirindo individualidade. • Estabelecer fundamentos para atividades dos pais após a saída dos filhos. • Estabelecer relação com o adolescente que reflita aumento de autonomia. • Fornecer informação aos pais sobre desenvolvimento de adolescentes. • Conversar com adolescentes sobre drogas e sexo. • Discutir com o adolescente o estabelecimento de relações ao longo da vida. Estágio do ciclo de vida da família Tarefas a serem cumpridas Tópicos de prevenção Casais de meia idade • Prover conforto, saúde e bem-estar enquanto casal. • Planejar futuro financeiro. • Crescimento e significado do indivíduo e do casal. • Ser avós. • Encorajar o casal a fazer planos para aposentadoria: atividades de lazer, finanças, moradia. • Explorar o papel de avós. • Discutir a sexualidade e os processos ligados ao envelhecimento. Estágio do ciclo de vida da família Tarefas a serem cumpridas Tópicos de prevenção Famílias envelhecendo • Tópicos de moradia e de finanças. • Integridade do ego. • Saúde. • Ficar mais tempo juntos. • Enfrentando a vida sozinho. • Discutir tópicos de saúde, planejamento a longo prazo. • Revisar a vida como ferramenta para a saúde mental. • Encorajar interesses individuais e compartilhados. • Preparar para lidar com a perda do companheiro(a). Fonte: Wilson e Bader (1996); Oliveira e colaboradores (1999). O modelo F.I.R.O. de Avaliação da Família Orientações Fundamentais nas Relações Interpessoais, do original em inglês Fundamental Interpersonal Relations Orientations (FIRO) Quanto ao estudo das famílias, são aplicáveis em quatro situações: 1. quando as interações na família podem ser categorizadas nas dimensões inclusão, controle e intimidade,ou seja, a família pode ser estudada quanto às suas relações de poder, comunicação e afeto; 2. quando a família sofre mudanças importantes, ou ritos de passagem, tais como descritos no ciclo de vida, e faz-se necessário criar novos padrões de inclusão, controle e intimidade; 3. quando a inclusão, o controle e a intimidade constituem uma sequência inerente ao desenvolvimento para o manejo de mudanças da família; 4. quando as três dimensões anteriores constituem uma sequência lógica de prioridades para o tratamento: inclusão, controle e intimidade. A inclusão diz respeito à interação dentro da família para sua vinculação e organização, ou seja, desvenda os que “estão dentro” ou os que “estão de fora” do contexto familiar apresentado. O controle refere-se às interações do exercício de poder dentro da família: 1. controle dominante, quando um exerce influência sobre todos os demais, caracterizando o controle unilateral; 2. controle reativo, quando se estabelecem reações contrárias, ou seja, de reação a uma influência que quer tornar-se dominante; 3. controle colaborativo, quando se estabelece a divisão de influências entre os familiares. A intimidade refere-se às interações familiares correlatas às trocas interpessoais, ao modo de compartilhar sentimentos, tais como esperanças e frustrações, ao desenvolvimento de atitudes de aproximação ou de distanciamento entre os familiares, às vulnerabilidades e às fortalezas (Wilson e col., 1996b; Moysés e Silveira Filho, 2002). Modelo P.R.A.C.T.I.C.E. de avaliação da família problem, roles, affect, communication, time in life, illness, coping with stress, environment/ecology. P – Problema apresentado (Problem) Auxilia a equipe a compreender o significado daquele problema, muitas vezes o motivo da queixa, da autopercepção e da busca de atendimento por parte da família. Permite compreender como aquela família vê e enfrenta o problema R – Papéis e estrutura (Roles and structure) O momento aprofunda aspectos do desempenho dos papéis de cada um dos membros e como eles evoluem a partir dos seus posicionamentos A – Afeto (Affect) O momento reconhece como se estabelecem as demonstrações de afeto entre os familiares e como essa troca afetiva pode interferir, positivamente ou negativamente,no problema apresentado C – Comunicação (Communication) O momento ajuda a observar como se dá a comunicação verbal e não verbal dentro da família T – Tempo no ciclo de vida (Time in life) O momento correlaciona o problema com as tarefas esperadas dentro do ciclo de vida a serem desempenhadas pelos membros daquela família, tentando verificar onde pode estar situada a dificuldade I – Doenças na família, passadas e presentes (Illness in family) O momento resgata a morbidade familiar, valoriza as atitudes e os cuidados frente às situações vividas e trabalha com a perspectiva de longitudinalidade do cuidado, contando com o suporte familiar. Como a família lidou com as crises no passado? Como lida com a crise presente? Quão compreensivos e coesos eles foram e são agora? Quais são as forças e os recursos da família? O papel do profissional é identificar as forças, explorar alternativas de enfrentamento, se requeridas, e intervir se a crise estiver fora do controle. Isso incluem as redes sociais e de vizinhança, bem como questões mais estruturais, como coesão social e determinantes sociais no trabalho, na renda, no saneamento, na escolaridade dentre outros A AÇÃO SOCIOEDUCATIVA NO FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS COMUNITÁRIOS E FAMILIARES PROPÓSITOS COM FAMÍLIAS EMPODERAMENTO; EMANCIPAÇÃO; AUTONOMIA; PARTICIPAÇÃO; PROTAGONISMO Territorialidade, interdisciplinaridade, subjetividade, cidadania. DIRETRIZES DO TRABALHO O trabalho com famílias deve partir do reconhecimento das necessidades, inseguranças, potencialidades das famílias atendidas. No decorrer do processo, elas adquirem informação, desenvolvem auto-estima, autonomia, constroem vínculos sociais e projetos coletivos. A proposta articula a dimensão individual, familiar, grupal e coletiva, de forma a buscar a inserção dos beneficiários no circuito do território e da rede de segurança social. Toda a construção da metodologia partiu da visão do homem como sujeito de direitos que constrói a sua história. Diretrizes Trabalhar com a família exige a compreensão histórica, social, política e econômica do seu cotidiano e suas relações sociais. Portanto, o trabalho deve fundamentarse numa prática multidisciplinar e politizada que oportunize e garanta um acompanhamento efetivo da família nos processos sociais. A FAMÍLIA COMO GRUPO... - A identidade: o que é grupo e o que caracteriza; Contém três elementos: A formalização organizativa; As relações com outros grupos; A consciência de pertencer É conhecida a importância fundamental dos grupos na vida e para a constituição dos sujeitos, como mediadores nas relações sociais entre os indivíduos e a sociedade, desde a família até os grupos de trabalhos (sindicatos, associações etc.) Guimarães Como o próprio nome sugere, as reuniões são situações criadas em que se destacam dois aspectos: socio, do latim sociu, companheiro, indicando a dimensão social, que neste caso, particulariza-se no aspecto grupal. A instância através da qual o trabalho se desenvolve também aponta para uma forma de inserção e de participação social e política na vida do bairro e da cidade (território), que expressa a dimensão socioeducativa. Um dos conceitos do autor interessante para esta discussão inicial, é o de grupo enquanto “conjunto restrito de pessoas, ligadas entre si por constantes no tempo e espaço, e articuladas por sua mútua representação interna, que se propõe, de forma explicita ou implícita uma tarefa que constitui sua finalidade”. (RIVIÈRE, 1988: 177); Tomemos as idéias de Baró a respeito do que ele denomina de grupo humano “como aquela estrutura de vínculos e de relações entre pessoas que canaliza em cada circunstância suas necessidades individuais e/ou interesses coletivos” (BARÓ, l989: 206). A questão do contrato e das regras do grupo Necessidade de contrato entre seus membros – contratar significa combinar, ajustar aspectos, condições/formas de participação e fixar direitos e deveres dos envolvidos como:funcionamento, periodicidade e duração das atividades, participação e permanência, sigilo das informações, etc. Definição de papéis O papel do coordenador do grupo familiar ou várias famílias... A comunicação na construção da identidade desse grupo familiar... Elementos que ocorrem durante as falas dos participantes Expressões fisionômicas, posturas e movimentos corporais, silêncios ou excesso de verbalização – podem representar e explicitar – tensão, desinteresse, preocupações. A relação Liderança – Poder na condução de atividades com famílias... Liderança e poder O poder está ligado à maneira como se forma a liderança no grupo; Desenvolver a liderança democrática para romper com lideranças autocráticas, laissezfaire; As reuniões do grupo socioeducativo Preparo dos encontros dos grupos; O grupo socioeducativo deve considerar o resultado a ser atingido naquele encontro, naquela reunião ou ao longo das reuniões; Então qual a direção para as atividades?????? Autonomia, cidadania, fortalecimento de afetividade..... Busca-se a ampliação das questões vividas subjetivamente para uma reflexão que permita ao participante e aos demais encontros novos significados para a situação vivida, contextualizando-a dentro de uma dimensão mais ampla social, política e cultural..; Cada membro encontra no grupo uma referência afetivo-emocional para as suas questões e sofrimentos; REFERÊNCIAS CARVALHO, M.C.B. O lugar da família na Política Social. In: A família contemporânea em debate. São Paulo: Cortez, 2000. MIOTO, R. C. R. Novas propostas e velhos princípios: a assistência às famílias no contexto de programas de orientação e apoio sociofamiliar. In: LEAL, M. C; MATOS, M. C. de; SALES, M.A. Política Social, Família e Juventude: uma questão de direitos. São Paulo, Cortez, 2004. MIOTO, R. Família e políticas sociais. In: BOSCHETTI, I et al (orgs). Política social no capitalismo- tendências contemporâneas. São Paulo, Cortez, 2008a, p. 130- 148. __________. Família e Serviço Social: contribuições para o debate. 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São Paulo, v.18, n.3, p.515-524, 2009. PEREIRA, Potyara A. Necessidades humanas: subsídios á crítica dos mínimos sociais. São Paulo : Cortez, 2000. CASTRO, Marina Monteiro de Castro e. Politicas Sociais e Famílias. Revista Libertas, volume 3, n 1. , 2008. Antonia Alves Vanzetto.Trabalhando com famílias. São Paulo: PUCSP, IEE e PM de São Paulo, 2005. Site visitado: http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/protecaoespecial/mediacomplexidade