VENTOS DO SUL Revista do Grupo de Poetas Livres www.poetaslivres.com.br Difundindo a Poesia e fazendo Amigos Uma Revista sem prazo de validade Ano XV—nº 40—Janeiro a Julho de 2013 Distribuição Gratuita GRUPO DE POETAS LIVRES — 15 ANOS! Homenagem à fundadora do Grupo, Maria Vilma Nascimento Campos que, em dezembro de 1997,começou a reunir amigos e familiares criando o Grupo que seria oficialmente fundado nas dependências da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Ba rreiros Filho, em 13 de abril de 1998. Biblioteca Pública Municipal, onde, no auditório “Abelardo Sousa”, foi fundado o GPL. Rua João Evangelista da Costa 1160, Bairro Estreito, Florianópolis, SC. Sumário: GRUPO DE POETAS LIVRES Dados administrativos / 2 Oração do Poeta / 3 Hino dos Poetas Livres / 3 Editorial / 4 Obras em Destaque I , Poetas d´Além Mar, Raul Brandão / 5 Homenagem a Maria Vilma Campos—/ 6 Poemas de Maria Vilma Campos / 7 Colaborações de Sócios e Amigos — Arnaldo Golino / 8 Aos Poetas Mortos... Doralécio Soares / 9 Homenagem I — José Cacildo Silva / 10 Homenagem II — Zeli Maria Dorcina / 11 Obras em Destaque II — Márcia Reis Bittencourt / 12 Vozes d´Africa — Eduardo Quive / 13 Colaborações de Sócios e Amigos — Emanuel Medeiros Vieira / 14 Sócios Correspondentes / 15 Destaque Literário — David Azevedo / 19 De braços abertos....Estamos! / 20 XVI Encontro de Jovens Músicos / 23 Nossos Amigos Portugueses—Carmo Vasconcelos, Eugénio de Sá e Manuela Barroso / 24 Coisas da Ilha de Santa Catarina / 25 As Cartas de Celestino (Prof.Celestino Sachet) / 26 e 27 In Memoriam: Alcita, Áureo, Adelicio, Manoel e Ubirajara / 28 Promovendo...Poetas do Grupo / 29 Biblioteca Maria Vilma Nascimento Campos / 39 Aconteceu / 40 Fundado em 13 de abril de 1998, por Maria Vilma Nascimento Campos e alguns abnegados. No ano de 2013 completa 15 anos de ininterruptas atividades. É uma entidade privada, sem vínculos partidários ou religiosos e sem fins econômicos. Seus Projetos, Concursos e publicações dão-lhe notoriedade não só no Estado de Santa Catarina, bem como no Brasil e no exterior por onde a Revista Ventos do Sul viaja com as poesias de seus membros e de amigos. Reúne-se todas as 5as.feiras,a partir das 19.30 horas, na Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho(vide endereço no Expediente). Para participar, o poeta deverá ter disponibilidade de horário e ter produção em poesia. Possui estatuto e regimento interno. Possui a Oração do Poeta, Hino dos Poetas Livres, Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos”, Bandeira e Troféu Garapuvu, todos instituídos por Portarias. Seus poetas ao representarem o Grupo em solenidades, são identificados por sua Medalha. Lei de Utilidade Pública Estadual 14.560, de 01.12.2008, proposta pelo deputado Júlio Garcia, assinada pelo Governador Luiz Henrique da Silveira e Utilidade Pública Municipal 5.671, de 26.05.2000, proposta pelo vereador André Freyesleben, assinada pela prefeita Angela Amin. Embora possua as duas leis, não recebe subvenção social, sobrevivendo da colaboração de seus poetas. Possui membros Efetivos, Correspondentes e Beneméritos. (*)A logomarca do GPL, na capa desta Revista, foi idealizada por Hiamir Polli, uma das fundadoras do Grupo. EXPEDIENTE: Revista Ventos do Sul Organização e Editoração: Profa. Maura Soares Revisão: Eloah Westphalen Naschenweng Sede:Biblioteca Pública Municipal Prof.Francisco Barreiros Filho, rua João Evangelista da Costa 1160,Estreito. Fone (48) 3271 7914 *** Caros associados, mantenham em dia suas colaborações; só assim o GPL poderá continuar sua trajetória, que é difundir a poesia e fazer amigos. CORRESPONDÊNCIA: Profª Maura Soares Avenida Patrício Caldeira de Andrada,581 apto 306 – Abraão - Residencial Victória Florianópolis,SC Cep 88085-150 Fone (48) 3249 6082 2 Hino dos Poetas Livres Oração do Poeta (*) A E7 /. Faz bem sonhar A Poetar é bom F#m E A No GPL tenho união, amor e paz./. (estribilho) C#7 F#m Com a rima penso a vida EA Com o metro ajudo a fala F#m Bm Nos versos livres meu coração EA Vai ao teu e diz assim: DA Poetas Livres, meu grupo amado F#m Bm Que me transporta e me aconchega EA Com ternura noite e dia. F#m Bm Nas linhas do “Ventos do Sul” EA Meus escritos dizem paz Bm E A Dá-me, Senhor, as palavras certas para que eu possa expressar o amor pela vida e pela humanidade. Dá-me inspiração para mostrar que somos todos irmãos. Aponta-me, Senhor, o caminho da compreensão do mundo. Permite-me apresentar as belezas da vida,as dores do mundo, as injustiças sociais e exprimir o que me vai na alma. Autoriza-me a falar as verdades do coração. Abençoa, Senhor, minhas palavras para que possam atingir aqueles que amam a vida e a Arte. Faz com que todos sintam, por meu intermédio, que só o Amor maior pode revolucionar o mundo E que esta revolução de Paz Venha por meio da Poesia. Zeula Soares (julho de 2009) (*) Autoria de Zeula Soares, do GPL. Instituída através da Portaria 02/2009, assinada pela Vice-presidente Heralda Victor, em 7 de Agosto de 2009. Voando em rumo do saber que o amor traz. Bm E A Dizendo ao mundo a oração da poesia. (*) Hino Oficial do Grupo, letra e música de José Cacildo Silva. Instituído por Portaria n. 3/2009, de 4 de setembro de 2009, assinada pela vicepresidente Heralda Victor. Zeula Soares “A linguagem se deteriora, porém a função dos poetas é revalorizar as palavras.”(Octavio Paz,poeta mexicano, Prêmio Nobel de Literatura de 1990.) “Música é vida interior; e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão”. (Arthur da Távola, senador brasileiro) “Aprendi com meu filho de dez anos que a poesia é a descoberta das coisas que nunca vi.” (Oswald de Andrade—”3 de Maio”.) “O Futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos”. (Roosevelt) 3 Cacildo Silva SER POETA A poesia no mais profundo desenrolar não faz todo leitor compreender o amor do poeta. Ser poeta é carregar a cruz da alegria e da tristeza, é ser aplaudido e escarnecido durante a trajetória. [Alzemiro Lídio Vieira, in Mundo Neutro, p.40] Editorial - 15 anos! Então, completamos em 13 de abril de 2013, 15 anos! Não faltamos um mês sem atividades ao longo deste tempo. Foram livros lançados de nossos associados, as antologias do Grupo que espalha nosso fazer poético, a nossa Revista, as homenagens prestadas a escritores, associados, nossos poetas mortos revisitados para que suas obras jamais sejam esquecidas, os amigos de longa data com seus poemas publicados na Revista, sessões especiais de aniversário da Biblioteca— a nossa sede—, (gentilmente cedida pelo Poder Público Municipal, com apoio pessoal de todos os Prefeitos e Secretários do Continente), sessões especiais pelo centenário de poetas catarinenses, palestras proferidas por amigos escritores, apresentações de corais e peças de teatro, nossos projetos Viajando com Poesia, O escritor e sua obra, Doce Poema, os diversos concursos literários on-line, granjearam a simpatia do público internauta, e a sempre presença de amigos aos nossos eventos... Enfim, uma vida rica de apresentações que neste espaço não conseguiríamos mencionar, porém as sete Antologias de poemas do Grupo contam, a cada edição,a sua história ampliada. A Revista Ventos do Sul,igualmente, revela as muitas atividades durante o ano acadêmico. No mês de abril, data do aniversário, lançamos a 7a. Antologia, comemorativa aos 15 anos, que intitulamos Os melhores poemas e textos do Grupo de Poetas Livres, como que um resgate daquilo que nossos poetas tem para oferecer com seu carinho e dedicação. Além da fundadora Maria Vilma Campos e sua família, não podemos esquecer daqueles que nos ampararam nesses anos: os Prefeitos Municipais nos seus períodos; os Secretários Regionais do Continente; a Big Pan 24 Horas(Samuel Moreira); Rede SC/SBT/ Jornal Noticias do Dia (depois RIC-RECORD Jornal Noticias do Dia—Marcello Petrelli); Café MeIitta; Importadora e Exportadora Souza; Organizações Koerich; o editor Jorge Luiz Wagner Behr; poeta Carlos Picolli; Claudir Silveira(ALESC); ex-Deputado Júlio Garcia; ex-Vereador André Freyesleben Ferreira; poeta Cacildo Silva; e na primeira fase da Revista a poeta Vilca Merizio; Hiamir Polli (idealizadora do nosso símbolo); os mais de 300 poetas que passaram pelo GPL e tantos e quantos que nos ajudaram a fazer a sua história, cujos nomes nos falham. Procuramos, nesta edição fazer singela homenagem a dois associados, que foram uns dos primeiros a compor o quadro associativo e ainda não haviam tido seus destaques: José Cacildo Silva e Zeli Maria Dorcina. A RVS já homenageou Ivan Alves Pereira, Sueli Bittencourt, Zeula Soares, Alzemiro Lidio Vieira, Hermelinda Izabel Merizi, Licinho Campos, Heralda Victor, Eunice Leite da Silva Tavares, Therezinha Cacilda Monteiro Mann, Doralice Rosa de Souza, Maurilia Freitas, Maria da Anunciação Pereira e não vai parar de homenagear. Em junho foi lançado o 9º Concurso On-line de Poesia,sendo o 2º Prêmio Licinho Campos de Poesias de Amor, veiculado até setembro de 2013. A todos, uma boa leitura. Maura Soares Presidente Troféu Garapuvu, simbolizado por uma canoa,de forma rústica ,como os pescadores artesanais da Ilha de Santa Catarina ,fazem. A árvore símbolo, Garapuvu, é utilizada para a construção, pela largura de seu tronco. Autor: Cacildo Silva, do GPL. (poeta e artista plástico) 4 Obras em Destaque - Poetas d´alem mar Os Pescadores Destacamos nesta página a obra de Raul Germano Brandão, escritor português, nascido em 12.03.1867 e falecido em 05.12.1930, na Foz do Douro, Porto, filho de José Germano Brandão e Laurentina Ferreira de Almeida. A obra em questão foi ofertada por nosso associado António José Barradas Barroso, de Parede, Portugal. Da beleza da narrativa, retratando a vida dos pescadores portugueses, extraímos do Capítulo “Pequenas Notas”(pág.60-61). No texto a seguir, fazemos homenagem não só aos pescadores portugueses bem como os da Ilha de Santa Catarina que também lidam diariamente para tirar do mar o sustento de suas famílias. REDES Mulheres(pág.101) , umas frases. “Foz do Douro. Esta velha, crestada pela desgraça e pelo tempo, com sulcos de velhice e de lágrimas na cara, é que os impele para o mar. E o mar temlhos levado todos. Dobra-se-lhe o corpo exausto, rodilha gasta pela vida. Mas quando o Inverno chega e a fome aperta, é ela que os injuria: - Má raios partam o mar! Então quereis morrer à fome e os mininos? (...) - Que lhe falta, tiazinha? As redes são muito variadas. Há as redes da pescada; as roba- O meu filho, o meu neto. Já o maldito me levou o pai, leva-me agora os fileiras para o robalo na restinga e fora da barra; os quartos para o lhos!” sável; e para a solha que vive na areia e cor da areia, uma rede (...) Na Foz são os pescadores que fazem as redes, sentados no areal, com a primeira malha metida no dedo grande do pé, na mão direita a agulha com o fio e na mão esquerda o muro. As melhores redes eram as de ticum, e o melhor ticum o que se vendia em Lordelo. especial, a feiticeira, com duas ordens de malha. A rede,quando vem do mar, é lavada, seca e encascada. Depois remenda-se e mete-se nos cestos. Há também diferentes linhas e espinhéis, para a faneca, para o robalo, que gosta das águas remexidas e dos sítios onde rebenta a onda, para a enguia, que é tão voraz que nem precisa de anzol, apanha-se com engodo, e até para o congro, no mar alto, tendo-se o cuidado de levar um machado, porque esses peixes, quando grandes, são terríveis, e mesmo dentro do barco, levantam-se para os homens como feras. Barcos, houve na Foz catorze catraias (já não há nenhuma), batéis para a sardinha, que levavam quatro homens e seis peças, botes para a faneca, e gamelas para o serviço do rio. Tenho por estas quatro tábuas com o fundo chato uma especial predilecção. Foi nelas que aprendi a gingar, o que se faz só com um remo e certo movimento de pulso, e foi nelas também que aprendi a nadar à força, porque se voltam na ressaca com uma extrema facilidade. Quanto a quinhões,era assim: vendido o peixe, metade do dinheiro que a mulher do pescador ganhava com a canastra tomava conta dele o arrais, que o dividia em quinze partes para os homens, uma para o moço e duas para a embarcação. Assim, até os que por sorte não apanhavam peixe, tinham um quinhão garantido do mealheiro comum. Ficava ainda uma pequena parte nas mãos do arrais para o tempo do Inverno, quando se não podia ir ao mar. A sombra da manta de tainha desliza ao longo.Mas o vigia, olhos fitos no ar, nada vê. Só seu pesar. (Hoyêdo de Gouvêa Lins, escritor e poeta catarinense) “O peixe escasso mede *** a graça da rede” Osmar Pisani, poeta catarinense 5 Homenagem a Maria Vilma Nascimento Campos Maurília Freitas, Maria Vilma e Eunice Tavares, na festa dos 15 anos do Grupo, abril 2013. Maria Vilma nasceu em Brusque,SC, em 17 de agosto de 1934. Bacharel em Direito. Publicou o livro “Mulher”, aprovado juntamente com outro livro “Devaneios”, pelo Conselho Estadual de Cultura. Autora da coletânea “Poemas aos bem vividos”, como formanda do Curso de Monitores da Terceira Idade – NETI – UFSC,1997 e “Meu entardecer”. Em dezembro de 1997, reuniu a família e amigos em sua residência com o propósito de fundar um Grupo que a princípio não teria regulamento, número estabelecido de componentes, a não ser um Estatuto para registro em Cartório. No dia 13 de abril de 1998, no Auditório Abelardo Sousa da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, foi oficialmente fundado o Grupo de Poetas Livres. Atuou como presidente de 1998 a 2000 quando abdicou da presidência, pois seu intuito era criar um grupo que abrigasse pré-adolescentes, jovens, adultos e idosos, e isto estava bom. Fundadora do GPL e de outras instituições literárias, como a ACPCC, Academia São José de Letras, Academia Catarinense de Letras e Artes (tornou-se acadêmica),União Brasileira de Escritores-Seção Santa Catarina. Criou a Revista Ventos do Sul que é distribuída não só no Brasil como no exterior. Em formato de bolso a Revista ficou até o número 13, quando passou ao tamanho A-3,de revista. Contabilizados desde os primeiros associados, já passaram pelo GPL mais de 300 poetas. Ao lado de Maria Vilma, os fundadores em 1997:Adriana Cruz, Hiamir Polli Mathias, Kátia Rosana Campos e Silvia Cristina Sato. Citando os associados que ainda permanecem no Grupo, por ordem de entrada,até junho 2013: em 1998: Cacildo Silva, Zeula Soares, Maura Soares, Zeli Maria Dorcina, Ivan Alves Pereira; em 1999: Neomar N.B.Cezar Junior, Manoel Philippi (Presidente de Honra);em 2000:Alzemiro Lidio Vieira, Neusita L.A.Churkin, Maurília Freitas, Doralice Rosa S.Silva; Maria da Anunciação Pereira; em 2001:Sueli Rodrigues Bittencourt, Nelson Carneiro (correspondente), Donato Perrone (repres. do GPL na Argentina), em 2002:, Leatrice Moellmann, Julio de Queiroz, Carlos Piccoli, Heralda Victor; em 2003: Lucy Golino (correspondente),Marinês Potóskêi(corresp.),Edmar Almeida Bernardes(licenciado); em 2004:Janete Veira (corresp.), Valter Osvaldo Sant´Ana; em 2005: Márcia Reis Bittencourt, José Luiz Amorim, em 2006:Eunice Leite da Silva Tavares; em 2008:Manoel Mario R.Bittencourt, Terezinha Cacilda M.Mann, António José B Barroso (corresp.Portugal); em 2009:Celso João de Souza, em 2010:Sinval S.Silveira, Maristela Giassi, Sandra R.C.N.Pinto, Ivone L. Rodrigues; em 2011: Antônia Maria Gama, Vera M.D.Portella, Eloah W.Naschenweng;em 2012: Arnaldo Golino (corresp), Alcides R.Calazans, Emerita B.de O.Silva(Corresp.), Ana Cristina R.Cascaes e Annemarie Mülder-Hendel(corresp) ; em 2013: Stela Máris Alves, Airton da Silveira Filho, Áurea de Mello Baldissera.Sabemos que Maria Vilma é grata pelo caminho trilhado pelo Grupo ao longo desses anos , com os prêmios recebidos, e criação de seus símbolos: Oração do Poeta, Hino dos Poetas Livres, Bandeira, Troféu Garapuvu, Medalha do Poeta Maria Vilma Campos e seu acervo que cresce a cada ano. Grata também está aos Prefeitos e Secretários do Continente pela cessão de uma sala que leva o seu nome para o acervo e reuniões do Grupo. Comovida e agradecida, como sabemos que ela é aos funcionários da Biblioteca que ao longo desses anos tem atendido todos os pedidos do Grupo. Associados falecidos: Áureo C. Souza, Alcita Varela C. Leite, Manoel Jover Teles, Hermelinda I. Merize, Ubirajara M. Barbalho e Licinho Campos (Adelicio Manoel). Aos parceiros que a ajudaram desde a primeira revista, ao Jorge Behr, ao Samuel Moreira pelo projeto Doce Poema, a Padaria Vó Zulma que também estampa nos sacos para pães os poemas do GPL, ao senhor Marcello Petrelli, da RICRECORD, pelo Projeto Viajando com Poesia, ao Carlos Piccoli e muitos, muitos outros. Enfim, um abraço como ela gosta de dar, com carinho e afeição. (ms./) “Cadê aquela exuberância? E a garra de viver, cadê? Cadê a gana do insistir, que me sustentou até então, cadê? De repente as forças já exauridas, busco-me; toco-me; sinto-me; então, ciente de mim, Recomponho-me! Faço-me Calmaria! Remonto-me os fragmentos. Encontro a verdade Interior. Visto por inteiro a Incontestável Realidade. Lúcida, coerente, assumo Nova Postura. Refeita, imponho-me a conviver com Elegância e dignidade, o que ainda me falta completar!... E, resoluta, Senhora de Mim, prosseguir com Retidão, todo o percurso que se me apresente, com a Missão de DIFUNDIR: O Otimismo, a Alegria, o Apego à Vida! Enquanto no aguardo da SUPREMA LUFADA!!!” (1986) [Extrato do poema “De Repente”, classificada no 1º Concurso Literário para a 3a.Idade—1986. In: Poemas aos “Bem vividos”] 6 Poemas de Maria Vilma DÚVIDAS OSSO DURO DE ROER quantas e tamanhas, medram-me n´alma!!! pressinto...percebo...prevejo... sem gesto qualquer! invadem-me os cismares, que, já nem sei quem sou!!! vivencio...presencio...testemunho... sem palavra sequer! confuso, aturdido, num “escorrer” sem rumo!!! perdido...aturdido...ferido... consciente,sem me Render! enredado, taciturno, prossigo às tontas!!! *** destoando estou... no conjugar minha verdade! quantas verdades,céus prestes a alçarem voo!!! repousam-me os Sonhares... mas, minh´alma, todavia atenta! ... e quando o fizerem... vai ser um Deus nos acuda!!! arvoro-me no Prosseguir... pois, sou... Osso Duro de Roer!!! libertar-me-ei, do jugo que me prende!!! também, de mim mesma, aí, salve-se, quem Puder!!! porquanto, “essas” Eclodirão, e, as Amarras Rebentar-se-ão, de vez!!! (2001) PENSAMENTO: Todo Perfulgente é um Fazedor de Versos. E todo desbravador na arte de escrever, é um Versejador. Todo Poeta é um Fazedor de Verdades! (M.V.Campos) Lançamento da 2a.Antologia do GPL—Contos, Crônicas e Poesias— na 1a.Bienal do Livro do Cone Sul - Beiramar Shopping. Maria Vilma ao centro, atrás da poetisa mirim Cecilia Nascimento( 10 anos). Veja também o poetinha Jonathan S. Thiesen(10 anos), filho de Mery, ao lado dele, também do Grupo à época. (2000) 7 COLABORAÇÕES DE SÓCIOS E AMIGOS I E a vida que se extinguia Volta cheia de esperança Espanam-se as tristezas Abortam-se as doenças Viva a longevidade... Viva de novo o tesão Voltamos a passos lentos À nossa melhor idade! (30.12.2012) Em forma de poesia, nosso associado de Belo Horizonte, Minas Gerais, Arnaldo Golino, envia “Redescobrindo a vida”, analisando poeticamente sobre o envelhecimento e o sentimento de amor que perdura, ainda,em muitos corações, mesmo com a idade avançada. REDESCOBRINDO A VIDA Ficamos absortos Em nossas trajetórias de vida Pasmos com os acontecimentos À nossa volta Tentamos, mas não conseguimos Entender nossos destinos Que tantas surpresas apresenta-nos Umas erradas, outras nem tanto Em plena crise da terceira idade Quando desabam-se os hormônios Quando a autoestima se esvai Atônitos,com tamanhas mudanças, Esforçamo-nos Para parecermos normais! E somos normais, eu pergunto? Of course not! Afinal, sofremos de insônia, Temos medo,não sabemos de que! Do inimigo relógio Que marca nosso tempo Que esvai célere como um bólido! Dos dias que não vemos passar Dos netos que não vemos crescer Que não conseguimos notar. Arnaldo, em Florianópolis (dez-2012) Esquecemos dos fatos presentes Lembramos dos fatos passados Mas nosso lado romântico Não nos deixa esquecer Que ainda dentro de nós Existe a beleza do amor! Repentinamente... Somos acordados da inércia Alguém nos torna vívidos Geramos vida dentro de nós Parimos um outro Eu Voltamos para viver Um novo e eterno romance. Como é maravilhoso Sentirmos, de novo, a felicidade Voltarmos à adolescência Escrevermos versos pueris Como se menino fossemos. Não nos afastamos do telefone Aprendemos a duras penas Lidar com a Internet Que conduz-nos para junto Da amada ou do amado, Dormimos para sonhar, Pois voltamos, como moleques, A sonhar acordados. Praia de Itaguaçu, Florianópolis. Ao longe, o Morro do Gigante e o Cambirela. (visitada por Arnaldo, quando em Florianópolis) Foto:Maura Soares 8 Aos Poetas Mortos...Fontes de muitas Inspirações DORALÉCIO SOARES Tive o prazer de conviver com este nortista fantástico,no seio do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina,desde o tempo em que Walter Piazza era o presidente do IHGSC (anos 80). Doralécio visitava o Instituto com regularidade e eu estava lá prestando serviços, depois comecei a participar mais ativamente como membro. Doralécio abraçou a causa do folclore e pelas tradições, pautou sua vida. A obra “A Biblioteca e seus Patronos”(*), que conta a história da Biblioteca Pública Municipal Prof.Francisco Barreiros Filho, possui um capítulo sobre ele, eis que é um dos patronos daquele estabelecimento, na área do folclore catarinense. Tivemos a satisfação de entrevistá-lo para o livro. O nosso amigo que nos deixou em 30.08.2012, aos 96 anos, nasceu em Recife,PE. o cerimonial, com a presença da Prefeita, de seu Secretário Regional do Continente (que viria a ser nosso Presidente de Honra),demais autoridades, familiares dos homenageados Prof.Francisco Barreiros Filho, Abelardo Sousa e a presença de Doralécio. No seio dos poetas, Doralécio ao agradecer a homenagem, com sua belíssima voz e sotaque característico, ao microfone, declamou versos dos poetas pernambucanos, arrancando aplausos da plateia que lotava o recém-inaugurado auditório. Então, é assim, a nossa saudade deste poeta que na Comissão Catarinense de Folclore deu vida à poesia, ao artesanato, à música, à dança do Boi-de-mamão, do Pau-de-Fita, a divulgação das nossas rendeiras e tantas outras manifestações por este Brasil e não só Santa Catarina, que ele divulgou e participou de seminários, congressos e encontros. Bem a propósito esta homenagem a Doralécio Soares, eis que, neste ano de 2013 a Comissão Catarinense de Folclore, apoiada pela UFSC, NEA, Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina,realizará o XVI Congresso Brasileiro de Folclore. Temos certeza que o espírito de Doralécio estará sorrindo com as danças, as trovas e as poesias que serão apresentadas. Formado em Curso Técnico de Artes Gráficas pela Escola Industrial Federal de Pernambuco. Ex-professor da Escola de Aprendizes e Artífices de Santa Catarina(1935/1940). Funcionário da Imprensa Oficial e Tesouro do Estado de SC, de 1940 a 1972. Cursou, na UFSC, Dialectologia Brasileira; Introdução à Arte Contemporânea; Aspectos e Prática de Jornalismo; Capacitação para leigos em Programas de Desenvolvimento de Comunidades e Política Social; Folclore e Turismo Cultural, e outros. Coordenador e Professor de Literatura Oral e Artesanato e Curso de Folclore, promovido pela Comissão (Fonte: dados pessoais e Boletim do IHGSC n.168, ano XV, Nacional de Folclore, UFSC, e Comissão Catarinense de Fol- outubro 2012). clore, em 1978.Jornalista profissional. (*)Soares,Maura.A Biblioteca e seus patronos, PapaDiretor da Sucursal da Revista O Vale do Itajaí; editor Livro,1999. do Anuário Catarinense Florianópolis Turístico(1955 a 1957). Participou do Grupo Sul colaborando com a Revista Sul (1947 a 1955). Foi membro de diversas instituições jornalísticas, literárias e ligadas ao folclore.Membro da Comissão Catarinen- Na foto, Doralécio em seu escritório, 1º andar de sua residência, rua Júlio Moura,Fpolis,SC. Ele era assim: todo sorrisos. se de Folclore, presidiu a instituição de 1970 a 2007, até passar para o prof. Nereu do Vale Pereira que continua com o be- (Foto:Arquivo Doralécio Soares) (ms./) lo trabalho deixado por seu antecessor, participando e promovendo congressos e na continuação da edição do Boletim da Comissão Catarinense de Folclore. Autor de Aspectos do Folclore Catarinense; Boi de Mamão Catarinense; Rendas e Rendeiras da Ilha de Santa Catarina; Valentes e Valentões. Recebeu o Título de Cidadão Florianopolitano em 1989 e a Medalha de Mérito Anita Garibaldi. Maçom,atingiu todos os graus simbólicos e filosóficos da Loja Regeneração Catarinense, tendo sido elevado ao grau 33 em 1989. Sócio efetivo do IHGSC de 1993 a 2012(data de seu falecimento). Doralécio sempre que tinha oportunidade,declamava versos de poetas de sua terra, apaixonado que era pela poesia. O Boletim que ele editou sempre reservava página para a poesia. Doralécio era todo doçura no trato com os amigos e comigo sempre foi muito carinhoso. No governo de Angela Amin,com Manoel Philippi como Secretário Regional do Continente, foi feita uma reforma na Biblioteca, com a ampliação do seu auditório que, das 58 cadeiras, passou a 110 e o seu palco ampliado e construído um camarim. Na sessão de inauguração tive o prazer de fazer 9 HOMENAGEM I JOSÉ CACILDO SILVA Neste ano em que se comemora os 15 anos do Grupo de Poetas Livres, uma justa homenagem àquele que tem sido fiel ao Grupo desde sua fundação (ele é o número 27 no cadastro assinado em 5 de junho de 1998). Cacildo produziu para o GPL o Hino dos Poetas Livres; é autor do desenho da Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos”; dele também a arte da Bandeira do Grupo; deu forma ao Troféu Garapuvu, confeccionando em madeira, artesanalmente; idealizou e construiu o “parlatório” do Grupo, onde os poetas se posicionam para declamarem suas poesias; fez o Livro do Poeta, em madeira, uma edição única para encartar o livro no qual todos os membros do GPL, no aniversário de 11 anos, escreveram suas impressões. Poeta; contista; filósofo, licenciado pela UFSC; artista plástico formado pela UDESC; compositor; professor de violão; músico, até canta, às vezes, quando instado a isto. Fez dupla com Rita de Cássia Dircksen em muitos saraus do Grupo, sobretudo no Encontro com a Poesia,na Casa do Teatro Armação(2012). O nosso homem de mil instrumentos, nasceu em Santo Amaro da Imperatriz,SC, em 21 de outubro de 1947. Publicoucontos pela UFSC; participa de diversas publicações poéticas; recebeu Honra ao Mérito com a poesia Amorrendo e Menção Honrosa com o soneto Vida de Poeta, no 7º Concurso Internacional de Poesia, pelo Instituto da Poesia Internacional de Porto Alegre,RS. Participou de Antologias da ACPCC e do GPL e seus sonetos são publicados na Revista Ventos do Sul. Membro das Academias: São José de Letras(ASAJOL, como acadêmico fundador); Desterrense de Letras(ADL); Santoamarense de Letras. Autor de Janela e Solidão; Alma e Angelitude; Poetizando as pedras da estrada e Sendas e ensaios. JANELA E SOLIDÃO POESIA Visão quadriculada perde-se lá fora... As paredes brancas congelam-me cá dentro... Televisão, ligada, fala pra ninguém! Lá fora vive alguém fazendo alguém feliz, cá dentro morre, aos poucos, a ilusão que diz que para ser feliz—faça feliz alguém!? São muitos os tratados: versejados, prosas, chamados de “poesia” e disto e mais aquilo. Muitas vezes concordo e não me atrevo a glosas. Algum soneto até bem sei eu porque o fi-lo. Eu não sei se é feliz, alguém, estando livre. Às vezes ser feliz é estar preso à janela. Mas por saber que lá fora vai livre alguém, acrescendo emoções, as poucas que lhe dei, de pequena, a cabeça, já nem sei se sei. Só sei que a saudade transpassa vidro e vem. Na sala, lado oposto, sei, está a porta aberta para o mundo de qualquer pessoa. Mas qualquer pessoa é o mesmo que ninguém, quando, para alguém, apenas se é mais um. Pra alguém, ser qual alguém, não tem valor algum. Melhor é a janela de onde a saudade vem. Alguns são segredados—merecendo estilo— descrevem-se os perfumes escondendo as rosas, sem precisar dizer que as musas são formosas. Um que outro mal formado... Melhor extingui-lo. Daí que a poesia não se a faz por trilho. São linhas bem formadas por caminhos tortos. O poeta não a faz só a passar nos crivos. Cada poema meu é a parição de um filho! Alguns são naturais outros já nascem mortos Poesia de verdade são meus filhos vivos. [30.11.2012] De que vale a porta aberta se alguém se fecha? Que vale a presença desta ausência tão certa? Vale o que, o presente, pra quem não vê futuro? Pela janela o mundo, fora, me vê mudo. Ah!!! quando alguém, lá fora, para alguém é tudo, e quem, cá dentro está, não é ninguém! É duro!!! [página 82, de Janela e Solidão] Euterpe , deusa grega da Poesia. 10 HOMENAGEM II ZELI MARIA DORCINA Ao ser fundado o Grupo de Poetas Livres, uma das primeiras associadas foi Zeli Maria Dorcina, a quem rendemos homenagem neste número comemorativo aos 15 anos do GPL. Zeli é o número 037 do Cadastro de Associados. Zeli nasceu em Florianópolis, SC(29.09.1962) Filha de Aradi Dorcina e Natalina Maria Dorcina(in memoriam). Durante a infância e adolescência,estudou no Grupo Escolar Palmira Lima Manbrini e E.B. Profª Otília Cruz. Cursou o 2º.Grau na UDESC em 1984, onde concluiu o Curso Técnico em Desportos, ficando habilitada para exercer a função de Professora de Educação Física. Em 1988, atuou como Professora do Mobral, em São José. Em 1995, fez parte do Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente e também da Pastoral da Criança nesse mesmo ano. Em 1996, candidatou-se a vereadora pelo município de São José, onde reside. Cursou Teologia Popular(1995) (Curso Ecumênico) na Catedral Metropolitana de Florianópolis. Formada em Pedagogia pela Univali, campus de São José(2003). Atua como Professora de Educação Física no Centro Educacional Municipal Jardim Solemar, em São José,SC. Desde o ano da fundação do GPL, Zeli possui poemas nas sete Antologias; no Folhetim (Contos e Crônicas-2006); na MiniAntologia do GPL—”Poemas para 2002”; no Projeto Viajando com Poesia; Revista Ventos do Sul; e no Projeto Doce Poema. Participa do Projeto “O Escritor e sua Obra”, com apresentação de biografias de autores catarinenses e brasileiros. Zeli compõe poemas curtos, com a capacidade de síntese que possui. São poemas românticos e, por vezes, sensuais. No prelo está seu primeiro livro “Versos que me acalentam”, do qual extraímos poemas para ilustrar esta página. Poetisa fiel, é uma das frequentadoras assíduas do Grupo, tendo recebido o Troféu Garapuvu de Assiduidade. Atua em performances poéticas; em lançamentos de livros e outros eventos no seio do Grupo e a convite de outras instituições. Promoveu oficinas de Poesia na escola onde atuou. À Zeli, o nosso carinho e agradecidos pela fidelidade. VIESTE Vieste como um sopro Me invadindo por inteiro Deixando-me ofegante Único sopro e derradeiro Sufoco a vontade De não ter sido tua Por pudor... Meu Deus, eu não vivi um grande amor Que hoje em meu peito perpetua. E o tempo passa... E me guardo nos meus Livros de cabeceira. E adormeço com as páginas... “Às vezes me encontrava tão só que meu peito em tristeza se explodia.” [In ‘O Quarto de Pensão’, publicado na 1a. Antologia do GPL, 1999] PRA NÃO ESQUECER-TE Desenhei teu corpo Na parede do meu quarto Na agenda aberta No lençol que me farto. No tapete Na capa do computador Na toalha de banho Até no trilho do corredor. VOCÊ SE FOI A poeira invadiu o fone A teia teceu nossa casa O mofo cobriu como algodão Os nossos tapetes O vidro do armário Não reflete mais minha Imagem O gemido da saudade Permanece... SOCIALISTA “Tu, grande companheiro!... Do Amor de teus militantes escravo Para eles, és o caminho da mudança Muito embora, por muitos, ignorado Mantendo, apesar dos pesares, a esperança.” [extraído do poema publicado na 1a.Antologia do GPL, 1999] 11 OBRAS EM DESTAQUE O livro A influência do Português Açoriano no Português de Canelinha, de Márcia Reis Bittencourt, analisa e verifica os fenômenos morfossintáticos e lexicais no português de Canelinha – SC. A pesquisa não se baseia somente na linguística, mas também nos aspectos da história, os quais têm ligação muito próxima com as explicações linguísticas. O livro traz fatos da nossa história social para a compreensão do atual português do Brasil, tanto em uma perspectiva puramente estrutural, como de uma perspectiva mais propriamente sociolinguística. O trabalho investiga o falar de informantes compostos por benzedores, trovadores e contadores de histórias nascidos, em sua maioria, no início do século XX, e residentes na cidade de Canelinha - SC/Brasil. Assim, este trabalho acrescenta dados aos estudos do português falado no Brasil e constitui -se em mais um passo para a construção da história do português brasileiro .O livro pode ser adquirido através do site: http://www.clubedeautores.com.br/book/140878— A_influencia_do_Portugues_Acoriano_no_Portugues_de_Canelinha MÁRCIA REIS BITTENCOURT, filha de Manoel Mário Reis e Maria dos Santos Reis. Nasceu em 26 de dezembro de 1971 na localidade de Moura, município de Canelinha,SC. Em 2001 concluiu o curso de Letras – habilitação Licenciatura em Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Santa Catarina. Colaborou com vários jornais e revistas. Organizou em parceria com Tatiana Campos Elias de Santo Amaro da Imperatriz – SC, os seguintes livros: - “Aqui tem trovadores” – caderno de produções textuais dos alunos do Instituto Estadual de Educação – 1º série do ensino médio – Florianópolis - novembro de 2000. - “Nossos contos populares” - caderno de histórias dos alunos do Colégio Estadual Nereu Ramos – 6º série – Santo Amaro da Imperatriz – S.C. 2000. Organizadora do livro “História de um homem que era pobre e ficou rico”, poemas resgatados nos cadernos de Maria Souza Simas - livro em CD Rom. O CD contém seis livros e é organizado por Ademar Campos e Nacir Abdala, de Tijucas -S.C. Organizou “Benzimentos, Contos Populares, Advinhações e Provérbios da Nova Descoberta - Um bairro do Município de Tijucas” - trabalho dos alunos da Escola de Educação Básica Professora Olívia Bastos – Tijucas – SC. Coordena, pelo GPL,os Concursos “Liberte-se...nas Asas da Poesia”. Autora do livro de poesias “Noite cheia de estrelas” em co-autoria com seu filho: Manoel Mário Reis Bittencourt que publicou o livro “Meus primeiros poemas”. Fundadora do Jornal Vozes de Canelinha- Canelinha –SC, junto com Ilse Maria Paulino Gomes (O Jornal Vozes de Canelinha –SC já está na edição 81). É também uma das Editoras e fundadoras da Revista Passatempoesia de Nova TrentoSC. Membro Fundador (fundado em 26 de julho de 2006) do Grupo de Poetas Sol Nascente em Canelinha – SC. Publicou em 2013 pela editora Clube dos Autores, de São Paulo, os livros: Memórias da Escola de Educação Básica Professora Olívia Bastos 2012.; Antofagasta Deserto do Atacama; Para ver a banda passar...; O lugar onde eu vivo.; Buscando novos horizontes. O que você tem no seu cubículo?; Lugares, natureza e imagens...; A influência do português açoriano no português de Canelinha; *Vozes de Canelinha, números 04, 08, 10, 11, 12, 13,15 a 18, 64,66, de 70 a 80. Márcia em Antofagasta/ Deserto de Atacama/ Chile Outubro de 2012 12 VOZES D´ÁFRICA De Moçambique nos chega o poeta EDUARDO QUIVE, escritor e jornalista. Editor da Revista “Literatas—Revista de Literatura Moçambicana e Lusófona” do Movimento Literário Kuphaluxa, agremiação da qual é um dos fundadores. Correspondente em Moçambique do jornal angolano de artes e cultura “Cultura”. Autor de “Lágrimas da Vida Sorriso da Morte”(FUNDAC,2012). Blogue:www.quivismo.blogspot.com A ÍNDICA FORMA DE DAR UM BEIJO AO MAR POR INTERMÉDIO DE UM POEMA Para Eduardo White, esse poeta que amou sobre o Índico Índico.Cidade mítica escondida no mar. Uma cidade onde escorrem as mãos dos deuses. Este nosso mar não tem Deus. Lá do longe, dos pés molhados de uma criança, nasce o Ocidente. É tudo uma viagem perdida. Não há barcos que nos levem a tão longe! Porém há um olhar nas janelas que se abrem. Há uma distância transparente, para onde o homem puxa o barco. As cordas nos levarão até qualquer parte. Penduradas no pescoço dão-nos a beleza da morte e o sabor da coragem. Penduradas nas mãos firmes e negras, tem outro sentido.Já nos foi o cárcere, agora há muitas milhas por alcançar. O sol aça as costas, mas na costa não há vida, não há Índico. Das areias por onde a infância passa velozmente, vêm a mesma sede dos deuses de comer camarão ou de comer as gentes. Mas lá, no Índico, há chuva e há vida. Sathana ou Xikwembus. São todos nossos. O olhar infinito, agudiza a sede do Atlântico e do Pacífico, mas por onde passam os navios há caminhos subterrâneos.Os pássaros nos levarão pelos céus. Do chão a barco a vela. Velaremos até chegar ao azul preto e branco das cores do mundo. O desejo à infinitude é maior para as areias que não se acabam.Iremos. Iremos. Iremos da Ka Tembe, da Costa do Sol, para Mussulo à Iracema,passando pelo Sal e Santana à Praia do Futuro. Este Índico saudoso nos levará, de peitos fermentados, com sal na mão e manga verde na boca. Da Ilha de Moçambique olharemos para longe e não mais veremos as luzes.Veremos águas e mais águas. O Norte é mais distante de perto que de longe. E os pássaros nos levam pelos caminhos podres dos navios, estes barcos fartos de vida na costa. Moçambique, oficialmente República de Moçambique, é um país localizado na costa oriental da África Austral, limitado a norte pela Tanzânia, a noroeste pelo Malauí e Zâmbia, a oeste pelo Zimbábue, a leste pelo Canal de Moçambique e Oceano Índico, e a sul e sudoeste pela África do Sul e Suazilândia. No Canal de Moçambique,tem fronteiras marítimas as Comores, Madagáscar, a coletividade departamental francesa de Mayotte e as ilhas Juan de Nova, Bassas da Índia e Ilha Europa, pertencentes às Ilhas Esparsas das Terras Austrais e Antárticas Francesas. Esta antiga colônia e província ultramarina de Portugal, obteve a sua independência a 25 de junho de 1975. Faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da SADC, da Commonwealth, da Organização da Conferência Islâmica e da ONU. A sua capital e maior cidade é Maputo. Fonte: Wikipédia. Eduardo Quive nasceu em 8 de junho de 1991. É escritor e jornalista moçambicano. Reside na Matola, província de Maputo. *** É jornalista cultural do semanário @Verdade (www.verdade.co.mz) e é diretor editorial da Literatas – Revista de Literatura Moçambicana e Lusófona (www.revistaliteratas.blogspot.com). Glossário: Sathana – diabo, satanás Xikwembus — deuses, espíritos Ka Tembe — nome de um distrito da capital moçambicana Maputo com uma praia do mesmo nome. Costa do Sol — nome de uma praia da cidade de Maputo. Mussulo — ilha angolana com uma praia do mesmo nome. Iracema — nome de uma praia na cidade de Fortaleza, Brasil. Praia do Futuro — Fortaleza, Brasil. Sal — Ilha do Sal em Cabo Verde. Santana — Ilha de Santana, São Tomé e Príncipe. O seu primeiro livro de poesia intitula-se “Lágrimas da Vida Sorrisos da Morte” (FUNDAC, 2012). É membro fundador do Movimento Literário Kuphaluxa do Centro Cultural Brasil – Moçambique. Fonte: sites na internet (*) texto enviado pelo poetamigo Samuel Congo da Costa, de Itajaí, SC. VIDA Sentir o chão De pé nas úlceras do destino Contrapor em chamas o céu nos trópicos Caminhar de lés ao lés Cuspir verdades em ouvidos sãos Tecer vidas em mais vidas em pele morta Carniça Vaticino do além Errante no nada Isto não é vida É Poesia “A casa fica ao fundo de um terreiro em que ciscam galinhas e patos-do-mato. Na parede caiada de branco, aporta com umbreiras azuis e nela a moça de joelhos faz renda numa almofada.” Almiro Caldeira, escritor catarinense. [In:Agenda da Ilha,Dias e Noites de 1999] *** 13 COLABORAÇÕES DE ASSOCIADOS E AMIGOS FILHO Emanuel Medeiros Vieira (*) A faca afiada que não sai: furando a pele. Um rio muito rápido — posso falar assim? -, um rio apressado, como se essa ânsia fosse imanente a ele, e está comigo. Como encosto. Pois o filho já foi embora. Queria falar do filho e não sei mais. Penso em rio, ilha, mar. Ele chega, cedinho, cresceu, sorri, pego-o lá embaixo do bloco, recomendações da mãe, “o remédio de quatro em quatro horas”, cadernos para desenhar, batmans, me olha de modo tão penetrante, olhos negros—tão inteligente garoto—, deveres escolares, lápis de cor, toma um suco, o peixe não tem espinhas, ele sorri, depois olha de novo daquele jeito tão intenso, e parece que sabe de alguma coisa interdita que ficou engasgada como espinha, bloqueada em algum lugar, travada, e pego uma colher de arroz para disfarçar, porque parece que ele enxerga lá dentro, ainda está me olhando, sorri de novo, vai fazer sete anos, tão doce e forte presença, o que é um filho?, não só o cabelo, não só a calça já apertada, não só um corpo, a lembrança dos primeiros anos, as cólicas, as febres, as vacinas, as fraldas, os primeiros sorrisos, a mamadeira, as injeções, os choros, engatinhando na cozinha, um filho é mais que isso, mas o que é um filho?, e vai embora um dia, todos vão, mas penso nessa hora agora, nesse domingo à noite, na chuva miúda, na lembrança da roda-gigante, do parque, da pipoca, do algodão-doce, e não consigo responder a mim mesmo, o que é um filho?, um dia teremos algo a dizer um para o outro? Ou seremos apenas silêncio? Um filho. O que é? Não sei, em outra estação não estarei mais aqui, sou apenas mais um velho no mundo, no fundo, sou um “avô”, não um pai. Eu já era quase sessentão quando ele nasceu. Desço com o menino, o carro buzina, a mãe, gentil—como a distância deixa-nos enternecidos -, pergunta se foi “tudo bem”. Tudo — respondo.” “Até domingo que vem” - ela fala. Até. Tudo é noite,agora. Antes brincamos, e o filho com os seus jogos eletrônicos, seu picolé caiu no chão e acha que vou repreendêlo, não, as pessoas sempre esperam repreensões, filho, acabou a feliz zoeira na casa (agora vazia, olho o seu retrato), mas e le já foi, não está mais aqui, a mãe o pegou, esqueceu um boneco, um outro herói, este de borracha, ficou estendido na sala, já derrotou o mal no mundo, são quase nove da noite, esse domingo parece um monte de ferro retorcido, um tempo que não acaba nunca, o que é um filho?, e quando o carro desapareceu na noite do Planalto Central do Brasil — onde antes tudo era mato -, sinto como um míssil esse ritual de despedida, aqui ele ficava sempre, não precisava ir embora aos domingos à noite, e não tiro a faca afiada, uma falta de ar?, uma faca que te rasga aos poucos?, apenas se morre uma vez?, a vantagem da morte será essa? De acontecer só uma vez?, a morte total, mas há outras, a cada dia há uma pequena morte, a respiração foi embora?, não, não foi, é só impressão, tento conter o reles sentimentalismo, a travada segunda lágrima (pois tudo está seco em mim), ainda olho o filho acomodando-se no carro, havia me beijado, agora ele abana, o carro passa, escuto um “eu te amo”, menos audível, meu pai dizia, os outros pais diziam o mesmo?, e lá se vai um filho (que um dia vai ser pai, no domingo acabado, com os seus brinquedos, com o seu beijo ainda colado em mim, grude, ele vai embora— foi-se. Escuto um ronco de um caminhão, o latido de um cachorro. Tudo é pretérito. Tudo é agora. (No quarto, juntos, ele me perguntou: “Quando a gente morre, vai para onde, pai?” - os justos para o céu, os maus para o inferno, assim me ensinaram, eu olho dentro, bem dentro dos seus olhos, não sei filho, eu sabia: é tudo aqui, e só aqui, filho, o vento, o sol, o mar, a eternidade é hoje. Não falei nada. Só disse — não sei.) E o humor? O sol pleno desse belo domingo. A manhã, o pão dado aos pombos na Praça dos Três Poderes: o menino toca na minha boina— que foi de meu pai. Mostro para ele a estátua da Justiça, o branco palácio, as linhas retas do arquiteto, e vamos ao Parque da Cidade, enterneço-me com a sua alegria nos carros eletrônicos, nos trens-fantasmas, rimos juntos. Enquanto ele anda num carrinho, olho e penso, sem querer ser pomposo ou retórico: a alegria é fugaz, a tristeza duradoura e a morte soberana. Meus sentimentos são tudo o que eu tenho, filho. Acaricio seus cabelos crespos, e em casa leio historinhas para ele (e nelas, os heróis falando inglês, salvam o mundo, cheios de técnicas ousadas, são rápidos e astutos, tem pilhas e botões que não sei manejar), me lembro dos meus gibis de antigamente: Mandrake, Fantasma, Cavaleiro Negro, Flecha Ligeira, faço uma recriação amorosa de Alice no País das Maravilhas. Meu barco me leva até ao outro lado do rio: até ao teu sonho. Eu me preparo, filho, para a terceira margem. (Sempre estive preparado para chegar a ela: desde o berço, ou antes, na barriga de minha mãe.) O que é um filho? Lembro de João Cabral: “Esse rio / está na memória / como um cão vivo/ dentro de uma sala.” (*) Emanuel Medeiros Vieira nasceu em Florianópolis,SC, em 1945. Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul(FRGS),1969. Residiu em Brasília por cerca de 30 anos. Atualmente reside em Salvador, Bahia. “Cada livro, cada volume que você vê, tem alma. A alma de quem o escreveu, e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espírito cresce e a pessoa se fortalece. (...) Quando uma biblioteca desaparece, quando uma livraria fecha as suas portas, quando um livro se perde no esquecimento, nós, guardiões, os que conhecemos este lugar, garantimos que ele venha para cá.” (sobre o “Cemitério dos Livros Esquecidos”, in “A sombra do vento”, de Carlos Ruiz Zafón, obra traduzida em onze idiomas) 14 SÓCIOS CORRESPONDENTES O VENTO DA ETERNIDADE DER WIND DER “EWIGKEIT” Sobre todos nós, logo vai bater o vento da “Eternidade”, o qual ainda leva as flores e as folhas, distribuindo na areia e as ondas do lago outra vez vão bater a canção do “Altíssimo” do Sol, da Luz e da Noite. Über uns allen, wird bald der Wind der “Ewigkeit” schlagen (wehen) welcher noch die Blumen und die Blätter auf dem Sand zerstreut und die Wellen des Sees werden wieder den Gesang unseres “Höchsten” singenol anschlagen: von der Sonne, dem Licht und der Nacht. ANNEMARIE MULDER-HENDEL ANNEMARIE MULDER-HENDEL Arraial do Cabo, Rio de Janeiro Arraial do Cabo, Rio de janeiro [O vento da eternidade, tradução da autora] [Dois poemas de Manoel Mário] (*) POESIA O FANTASMA Poesia é bebida Que o poeta e o leitor Embriagam-se. Existe um fantasma No auto do beliche Quando a janela abria A luz apagava Quando eu olhava os livros O fantasma gritava Eu levava um susto E o fantasma dava risada. Poesia é comida Em que é possível Saciar a fome. Poesia é sonho Transformado em realização. *** POESIA DO NOME MÁRCIA REIS BITTENCOURT Canelinha,SC DANIELA DANI . . . . . . . ELA D . . . ELA D . . I . LA LADINA LINDA DANIELA MENINA DE ROUPA AMARELA AMIGA E BELA. MANOEL MARIO REIS BITTENCOURT (poemas escritos quando o autor tinha 10 anos) (*) por lapso na edição anterior, deixamos de publicar poema deste autor.Manoel é associado correspondente desde seus 10 anos de idade. Manoel Mário em apresentações no Chile com a OrquestraEscola, conduzida pelo maestro Carlos Alberto Angioletti Vieira (foto 2012). Em janeiro de 2013, em Viña Del Mar, no Chile, a Orquestra se apresentou no XVI Encontro Internacional de Jovens Músicos. Manoel Mário em sua apresentação dia 11 de abril de 2013, na Biblioteca Prof. Francisco Barreiros Filho, quando das comemorações dos 15 anos do GPL. A música é a linguagem universal da humanidade. (Longfellow) 15 SÓCIOS CORRESPONDENTES CHORA POESIA, CHORA QUIXABEIRA Vamos plantar a quixabeira Essa árvore bela e resistente Que continua muito verde Em nosso Sertão tão quente Se não plantarmos nossas mudas Do Sertão ela ficará ausente. Nascem lágrimas na alma do poeta, Que correm livremente, pelo rosto, Nas rugas de amargura e de desgosto, Numa angústia que prende, qual grilheta. Porque a musa deixou de ser vedeta E o verso perdeu força, foi deposto, Deixou de ter a rima por encosto, Poeta arruma as folhas na gaveta. Os seus ramos sempre verdes São apreciados pelos caprinos De suas flores perfumadas As abelhas fazem um mel fino Embaixo dos seus grandes galhos Eu brinquei muito quando menino. É pois neste ambiente de incerteza Onde se aloja a dor,mora a tristeza, Que o verso se envolveu em nostalgia. Minha imponente quixabeira Eu gosto bastante de você Eu a plantei com carinho Cuidei bem pra você crescer Hoje me sinto recompensado Ao ver em seus galhos frutos pra valer. Para o poeta, o céu escureceu, O impossível, então, aconteceu E, angustiada, chora a poesia. (23.01.2012) ANTÓNIO JOSÉ BARRADAS BARROSO Parede, Portugal JOÃO BIRICO FILHO [In: Entre flores e espinhos, p.11] Floresta, Pernambuco ALEGRIA E TRISTEZA Alegria, São os momentos felizes É o olhar cativante O semblante sofrido,mas belo O sorriso de amor É a presença esperada Com tanta ansiedade! António José Barradas Barroso Tristeza, É a ausência da voz A falta de um sorriso O olhar que não vemos O hiato dos encontros A expectativa do aguardar O apenas sonhar Com o dia, Quando tudo acontecer! ERA TÃO DOCE DE LONGE Era tão doce de longe a vida, amarga, vivida; perdidos foram seus lustres, e coches foram passados, deixando a carne ferida. Tão mansos eram os gestos de amores que eu desejava; chegados, foram tão crassos —minh´alma se lhes negava. ARNALDO GOLINO Belo Horizonte, MG (21.4.2013) Era tão dura de longe a vida que me propunha o homem de mãos feridas; vivida, foi-me suave, cheia de cantos e calmas, de amores nunca falados, de gestos sempre sentidos. Esperanças, Cheguei tarde demais Em dando-me só me arrepende dar-me assim, tão já marcado. JÚLIO DE QUEIROZ [Breve Aro, In Seleta Literária 1/3—Poemas— Fractais] como uma lágrima. (Paulo Leminski) Júlio de Queiroz, quando de sua palestra na Academia Desterrense de Letras, 2011. 16 SÓCIOS CORRESPONDENTES CÚMPLICES A DOCE LEMBRANÇA A minha essência exige a tua essência Menos que isso só me faz sofrer O meu desejo é sempre uma urgência Necessito de ti para viver. Quando fico a imaginar vejo Bem longe minha terra onde Nasci tão logo cresci a caminhar Mas eis que a vida é cheia de inclemência E às vezes não me podes pertencer Me crucifixas com tua ausência E o meu ciúme faz-me enlouquecer Caminhei, caminhei, caminhei Por fim imerso na doce lembrança Do mesmo céu de alterosas montanhas E horizontes infindos Não somos namorados nem amantes Pra expressar não há termos bastantes Cúmplices: nosso fado está escrito. Onde céu e terra se abraçam Em todo amanhecer num lírico Concerto de alegria entoado pelo Bucólico vento de lá do lado Oeste de onde o sol vem Cúmplices na verdade é o que somos No leito entrelaçados nos compomos O indissolúvel signo do infinito. Esta terra tão perto me acolhe Crescido bem pertinho com amor Respeito e carinho, tudo, tudo aqui É grandioso e mais bonito que a outra De saudade eu quero bem. LEATRICE MOELLMANN [In:Sedução, p. 197] = Adeus meus altos de serra Adeus vargem neblinosa = OS ENSINAMENTOS DE JESUS NELSON CARNEIRO [In:Devaneio, meu passatempo poético, p.56] São José do Rio Preto, SP *** Em tudo que se faça Desde que seja com amor Tudo vem e passa, Mesmo que seja na dor. O CARMELITA JOVENZINHO! Um ser em pessoa Repleto de bondade! Ele mais se aperfeiçoa Se estiver junto da caridade. Como pode um jovenzinho, na tenra idade, como você, ter no peito tanto amor, que transborda em seu ser. Em minha vida, nunca vi, nunca antes experimentei, um amor tão profundo, que dos meus olhos fazem lágrimas escorrer! Deus, é amor e misericórdia, pois me concedeu a graça de poder te conhecer, Sua pureza me encanta e me coloca a pensar... Cristo é lindo e tão bondoso, pois até a alma mais sábia e amadurecida na fé, logo se põe a te admirar! Suas mãos já são ungidas, seu coração transborda amor, seu olhar tão penetrante, renova a minha vivência na fé! Há uma frase no Evangelho, Capítulo tal de São Mateus Ensina o moço e o velho Amar o próximo e a Deus. Para viver a mensagem Que vem da Eternidade, Temos que ter paz, coragem E consolidar a fraternidade. Jesus, nosso mestre De maior lealdade, Viveu no mundo terrestre Para nos ensinar a caridade. Em todas as belezas da vida Está em nunca saber, Qual a ventura escondida, Que o amanhã poderá trazer. Me ensinou a ser orante, me ajudou a me amar, pois me amando eu descobri, a carmelita que havia, em meu coração, a pulsar. Hoje a felicidade permeia o meu viver, a confiança jamais me abandonará, pois seu olhar transbordante de amor, um dia também,veio me alcançar! Um carmelita jovenzinho, colocaste em meu caminho. Como é bom , oh Jesus, perceber nisso, o Teu carinho. É um anjo carmelita, em seu coração carrega um tesouro, de entregar-se completamente, nos braços de Jesus, seu Belíssimo Esposo! Um ensinamento completo Dito pelo mestre Jesus Quem segue o caminho reto Sempre terá mais luz. JANETE VEIGA ITAIÓPOLIS, SC Minha fidelidade eu prometi te dedicar e minhas orações, nunca irão te abandonar. Frei Flávio, comigo sempre poderás contar. Foi o próprio Cristo, que nossas almas quis irmanar. E a Mãezinha do Carmelo, com seu manto de amor, sempre e sempre te cobrirá! EMERITA BETEL DE OLIVEIRA E SILVA CARAPICUIBA, SP Janete Veiga 17 SÓCIOS CORRESPONDENTES MEMÓRIA Na memória os anos passam As lembranças estão vivas. EMOÇÕES Expresse suas emoções Dê vazão aos sentimentos Seja de raiva, de dor ou de amor Elimine toda angústia e ansiedade Tenha empatia e piedade Coloque-se no lugar do outro Controle seus impulsos E tenha consciência de si Perdoe, ame-se e deixe-se amar Permita que a felicidade venha ao seu encontro Não tenha medo de ser feliz Espante a tristeza Cultive a alegria Não se deprima Não guarde mágoas e ressentimentos Viva o presente Tenha entusiasmo pela vida E se motive todo dia Tenha uma razão de existir Tenha esperança Seja otimista e proteja-se da apatia Não minta pra você Não crie expectativas Não se iluda Não se apegue em demasia Cuide de seu corpo, mas preserve seu espírito Se interiorize e descubra esse ser maravilhoso que é você. São os elos que se unem Num recordar sem fim Dando vida aos pensamentos Talvez sejam elas o combustível Para quem sabe lições para viver Com a força da juventude. A consciência da maturidade A tranquilidade da velhice. LUCY GOLINO Belo Horizonte, MG *** PESSOAS CORAÇÃO Quietas, caladas Olham nos olhos Observam tudo, não falam nada Ouvem com atenção Vivem o que tu falas Sentem como se fossem tu Entendem, sofrem contigo Não te julgam Te estendem a mão Oferecem o melhor Dão tudo o que tem de si Para ajudar Dizem palavras de conforto Carinho, compreensão Entendem, mesmo que jamais Tenham passado pela mesma situação São profundamente sensíveis Acatam tudo e tentam ajudar A achar uma saída São amigos para sempre São amigos para toda vida. ALCIDES CALAZANS Florianópolis, SC MARINÊS POTÓSKÊI Pato Branco, Paraná Alcides Calazans e Rita de Cássia Dircksen em reunião do GPL. (2012) CASTELO DE AREIA Sou menino do Sombrio E aprendi a nadar O TEMPO DAS HORAS Mergulhei até no oceano Perdi o meu tempo nas horas passadas, sentado pensando nas minhas ideias, sou um covarde deixei a vida assim passar. Gritei bem alto depois que o sol se pôs, eu fui afoito ao mundo então, eu derrubei o Cálice da minha Salvação. E aos quatro anos Conheci o mar Quero mergulhar no oceano Quero ver os peixinhos nadando Quero ouvir o canto da sereia Quero ver o menino brincando na praia Construindo um castelo de areia NEOMAR N.B. CEZAR JÚNIOR VALTER OSVALDO SANT´ANA Santo Amaro da Imperatriz,SC 18 DESTAQUE LITERÁRIO — DAVID AZEVEDO Em 29 de novembro de 2012, Neusita Luz de Azevedo Churkin apresentou, em reunião do GPL,dentro do projeto “O Escritor e sua obra”, a vida e a obra de David Azevedo, seu tio. David fez parte da história do presbiterianismo no município de Governador Celso Ramos, onde seu avô Manoel José de Azevedo, foi o primeiro a receber e divulgar as doutrinas presbiterianas pelos idos de 1900. David nasceu em Ganchos (Governador Celso Ramos), em 06 agosto de 1908, filho de Basilissa Floriana de Azevedo e Hipólito José de Azevedo. Teve cinco irmãos e duas irmãs. Aprendeu o ofício de tipógrafo na Escola de Aprendizes e Artífices. Como desejava ser pastor, passou a residir com o reverendo Aníbal Nora. Fez o curso secundário no Ginásio José Brasilício, em Florianópolis. Com o fechamento deste, foi encaminhado para o Instituto José Manoel da Conceição, em Jandira(SP), dirigido pelo Rev. William Alfred Waddell. Decidiu-se pelo ministério pastoral e fez Curso de Teologia(Seminário Teológico), Campinas, SP, onde se formou em 1937. Foi ordenado em Ponta Grossa,PR, em 3.9.1938.Terminado o Curso de Teologia, David Azevedo pastoreou nas cidades catarinenses de São Francisco do Sul, Joinville, Itajaí, Camboriú, Itapema, Três Riachos, Jordão, Blumenau, Estreito,Criciúma e a região e Porto Belo e Zimbros, por 20 anos. Ficou conhecido como pastor-pescador, de peixes e de pessoas.Não poderia negar suas origens gancheiras, aprendendo a lançar a rede desde criança; agora pescando pessoas para o Reino de Deus. Foi um pescador apaixonado, chegando a construir canoas e fazer redes e tarrafas para uso próprio. Em 1966, deixou o pastorado da Igreja Presbiteriana de Itajaí, aposentando-se também como bancário, transferindose para São Carlos,SP, onde residiu até a avançada idade de 98 anos. Casado com Geny Ribas(*), em primeiras núpcias, teve três filhos:Lilian, Elcy(*) e Elcio. Em segundas núpcias com Dilza Kerr, com quem teve os filhos Américo e Jairo. Além das cidades citadas, David dedicou-se na sua missão nas cidades de Lages, Bom Retiro, Curitibanos(SC). Em São Paulo dedicou-se às cidades de Boa Vista do Jacaré, São Pedro, Bariri, Torrinha, Brotas, Dois Córregos, Rio Claro, Itirapina, Ibaté, Barra Bonita e Itapuí. Ajudou a construir muitas igrejas não só no seu estado natal como em São Paulo. O legado que deixou com seu trabalho em sua Igreja tem sido reverenciado não só no seio da família bem como na lembrança daqueles que o tiveram como condutor na Fé. David tinha um espírito alegre, sensível e comunicativo. Era poeta e amava a natureza. Deixou um único livro “Jornada de Fé e Poesia”, cuja capa estampamos e dele extraímos poema para ilustrar esta biografia. (*) Encontramos nomes grifados como Jenny e Elce. [texto compilado por Maura, de material fornecido por Neusita]. SOFRIMENTO À Dilza Quando disseste adeus e só, partiste, Fiquei quase a chorar; e de saudade Minha alma se sentiu amarga e triste E nessa angústia vivi, na ansiedade. Voltei pelo caminho onde me viste A caminhar contigo, sem vontade De chegar ao ponto onde sentiste A mesma angústia que o meu peito invade. Os dias são tão grandes dessa ausência E as horas tão infindas e tão longas, Que estou a perecer d´impaciência. E essa amargura me faz sofrer tanto... Que rogo, venhas sem ter mais delongas, Para enxugar meu desolado pranto! [São Paulo, 20.4.61] [In:Jornada de Fé e Poesia, p. 11] 19 DE BRAÇOS ABERTOS... ESTAMOS! DETENTE NÃO SEREI MAIS... Que prisa tienes detente solo un instante y observa la hermosura de esa flor. Não serei mais do que posso ser Não direi mais do que pode minha boca falar. Não espero que me critiquem, mas também não espero que me compreendam. Não precisam aplaudir, nem sair depressa. Quero que me escutem, nem que seja só por escutar. Detente y pasa tus dedos por sus pétalos como si lo pasaras a tu mujer amada y sentirás la belleza de la naturaleza. Quando eu morrer, não quero lágrimas, nem tristezas. Quero que cantem a beleza do dia que parti. Quero que distribuam por aí meus pobres versos, e que todo o universo sinta a vida, como eu senti. Pero que no sabemos apreciarla y convivir con ella solo al perder lo que amamos recién nos damos cuenta lo que perdemos. FERNANDO CESAR GOMES MACHADO (INGESC) DONATO PERRONE Buenos Aires, Argentina [email protected] COMERCIO Unas palabritas embaucadoras en mis encantadoras orejitas Fugaz el frotamiento en las escaleras del edificio contigüo a mi escuela Pongamos que fueran cincuenta los centavos que acepté aquella noche veraniega en Liniers Precoz la eyaculación del pobre transeunte o vecino. (nov.1999) Donato, em reunião no GPL (2012), com Heralda Victor e Maristella Giassi. ROLANDO REVAGLIATTI Buenos Aires, Argentina MARIA MULHER Cuando mi voz calle con la muerte TRAVESSIA Soletro o futuro na travessia da imagem e no silêncio da palavra descubro as ilhas da memória. Nos trilhos invisíveis do espaço busco as formas do passatempo,mas perco o rumo do silêncio. mi corazón te seguirá hablando. (Rabindranath Tagore, filósofo) (1861-1941) Maria da vida, mulher do mundo, esqueces as angústias em questão de segundos. horas ,sino búscala com horas para vivir. São tantas mulheres, são tantas Marias. Mulher, que irradia um manto de luz. Maria dos homens e de todos os tempos, abençoada mãe de Jesus. (Khalil Gibran, poeta libanês, 1883-1931) SUSANA ZILLI DE MELLO No busques al amigo para matar las LUIZ FERNANDES DA SILVA João Pessoa, Paraíba Maria guerreira, Maria mulher, de raça e de corpo, num rosto qualquer. (ACALLE, ACPCC) 20 DE BRAÇOS ABERTOS... ESTAMOS! ORACION DEL POETA(*) Um poema muy libre Dame Señor las palavras ciertas Para que yo pueda expresarlas, El amor por la vida y por la humanidad. Dame inspiración para mostrar Que somos todos hermanos. Enséñame Señor el camino Para ver la comprensión del mundo. Permíteme que pueda presentar las bellezas de la vida, Los dolores del mundo, las injusticias sociales, Y que pueda conocer el interior de las almas. Autorízame a hablar de las verdades del corazón. Acepta Señor mis palabras Para que pueda distinguir A aquellos que aman la vida y el arte. Haz que todos se sientan Con mi intervención felices. Que solo con amor bueno Se puede revolucionar el mundo, Y que esta revolución de Paz Venga por conducto de la poesia. UM DIA [E PARA SEMPRE] (Panegírico a Maria da Graça dos Santos Dias) (confreira da ACALEJ,Acad.Cat. de Letras Jurídicas) Um dia ouvirás a música de silêncio irresistível da Sereia Universal. Asas tênues [de colcheias] logo a Ela tu voarás, e em Sua Pauta musical, silencioso e tinta fresca, passarinho, pousarás. Então, a Clava sem dó, com seu Bequadro de sono, abrirá os cinco dedos da suprema Partitura, pro teu hino natural: vida [breve], pose [longa] e um suspiro [de bemol]... - Será o cisne de calares, a ouvires tu a voltares à Matéria marsupial. Com as flores e os pássaros, os cantores e os perfumes, o teu hino ficará: existindo ao levitares no elemento primordial, ressurgindo nos cantares da Sereia Universal. JOSÉ ISAAC PILATI (IHGSC,ACF,ADL,ALP,ACALEJ) CAMINHANTE DO VENTO Canta minh´alma o vento assovio Sou caminhante e deslizo bravio Veredas sem fim Alamedas rupestres exalando jasmim (*) Poema de Zeula Soares, do Grupo de Poetas Livres (Oração Oficial constante em todas as publicações do Grupo, por Portaria 02/2009) Traduzido por: Folhas caídas massageiam meus pés Insetos teimosos me fazem Mané Percorrendo o caminho Na mata seu ninho MANUEL GONZALEZ ALVAREZ Madri, Espanha Fazendo na trilha Um rastro teimoso Rasgando na terra Um traçado caloso Olhar distante Provoca o levante De um sol que brilha No longínquo horizonte Traz na mochila Impulso gigante Na terra insiste Em seguir confiante Zeula Soares A tarde se esvai E deita dormente Para o caminhante Findou mais um dia Nova trilha na mente Acorda na aurora Num instante se arvora E está caminhante! AUGUSTO CÉSAR ZEFERINO,2005 (IHGSC, Academia Portuguesa de História) Manuel Gonzalez Álvarez, Madrid, Espanha 21 DE BRAÇOS ABERTOS... ESTAMOS! DESEJOS Eu gostaria de poder fechar os olhos e ver o mundo; ver os castelos, os sonhos, a tua silhueta, e o teu modo de olhar; ver ou sentir: o perfume do luar, o canto das estrelas, o sorriso das virgens, e o teu jeito ingênuo de amar; relembrar: as promessas, os beijos, as carícias, e até o mundo que vamos habitar— —- o Mundo das Sombras— , onde haveremos de nos encontrar. Depois, gostaria de abrir os olhos e nunca mais voltar a lembrar que não me pertences mais, mas que só a ti sei amar. NILSON MELLO Florianópolis,SC (ASAJOL) [In: Fragmentos d´alma] MEU EU INTERIOR Nilson Mello e a esposa Santa Mello DESEJO Vejo na fronde engalanada, erguida, o vulto esguio de passarinho errante. É hino ao sol, à liberdade, à vida. Relembra o amor vivido a cada instante. Na solidão da madrugada Ouço o grito do silêncio Atingir minha mente, Despertar fantasmas materializados Em saudades do que não tive, Em futuro brilhante que perdi no passado Do passado frustrante que Encontrei no futuro, E do presente feliz Que vivo agora. ANTÔNIO PEREIRA MELLO Santa Maria,RS (Caposam) Canta e gorjeia, louva o novo dia, que renasceu da noite fria, escura. Lembrar me fez o que não mais sentia; um sentimento que calmo perdura. A evocar quimera e pensamento, bela avezinha simples, meiga ainda, tem na plumagem o sussurrar do vento. Quisera eu ter repleta em meu caminho, do passarinho a inocência infinda, mais o conforto e a calidez de um ninho. ROBERTO RODRIGUES DE MENEZES [In: Ao correr da vida, pág. 20] (ASAJOL, ADL, ALMESC) Edweine e a esposa Nao Yamada, em festa brasileira em Tóquio, 2012. AS PROSTITUTAS DO CAIS As prostitutas do cais tem os olhos grande demais de tanto esperar o mar. As prostitutas do cais tem as bocas grossas demais de tanto lamber o amor. As prostitutas do cais tem os dentes negros demais de tanto sorrir a dor. Elas tem a liberdade de sonhar com uma bailarina que não se destina, não se desatina, nem se abomina. As prostitutas do cais, tem a alma grande demais. RAUL LONGO Sambaqui, Florianópolis,SC [email protected] POEMETO A CASTRO ALVES (*) CHOVER Voa,condoreiro! E leva-me: Sou a sede a fome a garra com que o pássaro retira d’água o peixe que se oferece em superfícies Nas asas Da poesia na profundeza o abismo se fecha na escuridão do tempo naufragado minha fome se completa minha sede busca a gota terminal dos ares. Pelos caminhos da Mãe África. Ao som de tambores esquecidos. Rumo à Liberdade que tarda em raiar abaixo do equador... EDWEINE LOUREIRO DA SILVA Saitama, Japão (*) 2º lugar no 3º Concurso Literário Internacional Castro Alves, que fez parte das comemorações do 32º aniversário da Academia RioGrandina de Letras, Rio Grande,RS. Publicado no caderno O peixeiro, do Jornal Agora (02.04.2013). PEDRO DU BOIS Itapema, SC “O passado não passa de uma fraude que o presente consagra e o futuro não desmentirá.” Silvério da Costa (A.C.H.E., Chapecó, SC) 22 XVI ENCONTRO INTERNACIONAL DE JOVENS MÚSICOS O mês: Janeiro de 2013. Jovens de Santa Catarina, componentes da Orquestra Escola de Florianópolis, participaram, em Viña Del Mar, Chile, do XVI ENCONTRO INTERNACIONAL DE JOVENS MÚSICOS. Alunos, professores e pais de músicos da Orquestra Escola, com apoio da Fundação Cultural Franklin Cascaes, de Florianópolis, divulgaram os nossos talentos, jovens comandados pelo maestro Carlos Alberto Angioletti Vieira. O Grupo composto de 30 pessoas fez diversas apresentações no Chile. A cantora Claudia Todorov também se apresentou com a Orquestra Escola e ministrou aulas de Coro, formado especialmente durante o XVI Encontro Internacional de Jovens Músicos. O Maestro Carlos Alberto Vieira participa há mais de 25 anos de encontros internacionais no Chile e ele, em 2006, criou o Projeto Orquestra Escola, que tem como objetivo a inclusão social de crianças e jovens de diversas comunidades carentes. Para o Maestro Vieira “essas viagens de intercâmbio, proporcionam a troca de experiências, servem como motivação para que os nossos alunos mantenham o foco no estudo da música e é importante para o desenvolvimento cultural de todos os participantes”. *** Alguns leitores da RVS podem estar questionando porquê a Revista coloca em página especial um evento musical. Porque um dos músicos é membro do Grupo de Poetas Livres:MANOEL MÁRIO REIS BITTENCOURT que, com seu violino, faz parte da Orquestra Escola e, onde ele estiver, estará representando o Grupo. “Música é vida interior, e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão”, assim terminava o programa “Quem tem medo da música clássica”,da TV Senado, o senador Artur da Távola. No seio do GPL nunca dissociamos a música da poesia, pois uma está ligada na outra e temos a música e a poesia na Orquestra Escola, com o nosso jovem talento Manoel Mário. Foto: Manoel Mário está praticamente escondido.É o nono da esquerda para a direita. O Maestro Carlos Alberto, ao centro, de camisa branca e Márcia Reis Bittencourt, mãe de Manoel Mário esta também associada do GPL, é a segunda agachada da direita para a esquerda. A cantora Claudia Todorov é a segunda da esquerda para a direita. Texto e foto enviados por Márcia.Fizemos poucas alterações. (ms./) 23 NOSSOS AMIGOS PORTUGUESES A reunião de fundação do Grupo de Poetas Livres deu-se com a presença de cantores do Grupo Coral — “Orfeão Edmundo Machado de Oliveira”, de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores (Portugal), reconhecido pela UNICEF, que estava em visita a Florianópolis para apresentações. Na ocasião, convidados por Vilca Merizio, do GPL, prontamente compareceram e assinaram a ata: Maria Ângela Lopes Machado Avila Moniz Bittencourt; Leonel Z. D´Almeida Aguiar; João Paulo Cordeiro Aguiar; Belarmino José Machado Ramos . A eles nossas homenagens. Para ilustrar esta página, publicamos poesias de amigos portugueses. Carmo Vasconcelos, de Odivelas, Portugal, vencedora do 8º Concurso On-line “Doralice Silva de Poemas de Saudade”, edita as revistas eisFluências e Fénix, divulgando poesias não só de portugueses bem como de brasileiros. Eugénio De Sá, de Lisboa, já publicado nesta RVS quando fez par com nosso associado em Parede,Portugal, António José Barradas Barroso, também aqui está para mostrar sua arte. Manuela Barroso, do Porto, Menção Honrosa no concurso c itado, cá está também. Citamos também nosso associado correspondente, António, que comparece na página respectiva. A todos, o nosso carinho. MEU AMOR NÃO TEM DONO! AO MEU NAMORADO Jamais pensei voltar a ser amada E nem amar com tal intensidade... Dum grande amor vivia na saudade E de tédio minh´alma era assombrada Chegaste, meu amor,e eu me extasio Ante o sacro milagre inesperado Que a mim te trouxe como um anjo alado No calor d´asa que aqueceu meu frio És cálido e gentil, meu bem-amado Mente sã,coração apaixonado Poeta altivo que em versos me dás cor Sem ti,seria a poeta esmorecida A mulher de desejo desprovida Não me deixes, por Deus, sem teu amor! Lisboa, 14.02.2008 Meu amor não é teu, nem de mulher nenhuma É barco sem amarras, sem um porto de abrigo Eterno navegante, talvez por meu castigo Tem destinos de vento nos mistérios da bruma! Por isso, eterna amante, não me prendas do leme Que eu triste morrerei, gemendo males d´amor Perdida a liberdade, sentirei mais a dor E a saudade de amar é o que o peito mais teme! Procura-me no mar, e lá me encontrarás Entre as névoas da costa, e então me verás acenando-te ao longe, para além do farol... Tristeza não te trago, trago-te cheiros de mar Nem saudade de mim, que me dou ao chegar Descansos, esses sim, que me cansei de sol! EUGÉNIO DE SÁ Lisboa CARMO VASCONCELOS PARTE DE MIM Parte de mim é saudade que nasce algures em minha alma outra parte é vazio divino frio que me pacifica, acalma. Uma parte é natureza lava quente de vulcão outra, uma saudade imensa feita de amor, coração. Uma parte de mim é amálgama de tudo de nada, nuvem de pó fim de estrada... Outra parte, melancolia que dói bem dentro do peito! Ah! Silêncio Melodia! Nossa Revista não é colorida, ficando prejudicadas as cores vermelha(D) e verde(E) com o escudo em vermelho, branco e azul, e o amarelo do arco que o circunda. Verde,vermelha e branca também são as cores de Santa Catarina. MANUELA BARROSO Porto, Portugal [In: Inquietudes, pág. 13] “Deixa, Bocage, que teus versos sejam A musa inspiradora deste escrito, Porque muito, de ti, já se tem dito, Nem sempre com verdade, pois te invejam.” (Introdução, in: “A Bocage” (sonetos), de António José Barradas Barroso, na obra referente ao Prêmio de Poesia referente ao XIV Concurso Literário “Manuel Maria Barbosa Du Bocage”,da LASA– Liga dos Amigos de Setubal e Azeitão. 24 COISAS DA ILHA DE SANTA CATARINA Como sempre mexendo nos livros das estantes de casa, às vezes me deparo com coisas interessantes. Tenho guardado uma Agenda da Ilha “Dias e Noites de 1999” (Edições Cobra Coralina). Nela não há,de minha parte, nenhuma anotação, pois não quis colocar nada a não ser ler e apreciar o que os nossos poetas e escritores apresentaram nas diversas páginas do calendário. Como curio sidade, o dia 13 de abril (data da fundação do GPL), caiu numa terça-feira, Dia de Marte. Relembrando, pois, as coisas da nossa terra, colhi os pequenos textos de alguns autores desde Dias Velho (Francisco) o fundador da póvoa, até os poetas/ escritores que andaram e andam por aí, e nos brindam com seus trabalhos. (ms./) A terra é boa. Quem disser o contrário mente. (Francisco Dias Velho) JULHO Os habitantes, homens e mulheres, vivem numa grande ociosidade,e deixam aos seus escravos o cuidado da limpeza e arrumação e o pouco trabalho que se faz na região. A terra produz quase tudo o que é necessário para viver, sem que se deem ao trabalho de cultivá-la. (Dom Pernetty,navegador francês, em 1763) JANEIRO Se estás com a porta aberta Decerto estão me esperando Eu ando de porta em porta Santos Reis anunciando É meia-noite (Cantoria do Terno de Reis) AGOSTO FEVEREIRO O vento sul é um ilhéu típico, que fala com chiado e que, ao contrário dos magos de ocasião, consegue facilmente entortar árvores e encrespar oceanos. (Sérgio da Costa Ramos, cronista) MARÇO Na quaresma não se podia sair à noite, pois as bruxas, boitatás,saci-pererês, lobisomens, mulas-sem-cabeça, andavam todos soltos perseguindo pessoas quando passavam por algumas encruzilhadas de estradas. (Vilson Francisco de Farias, historiador) ABRIL Mais vale um bagre na linha que dois meros no mar. (Dito Popular) Quando se desconfia que alguém é bruxa, tem que emborcar a panela vazia sobre o fogão, e não fazer mais nada. Daqui a pouco,ela vai querer ir embora, mas está “amarrada”. (Seo Manoel Agostinho, Barra da Lagoa). MAIO Adormeci na pedra minha cabeça de sol no sul me ilha (Jayro Schmidt, artista e poeta) Enfeitaste a tua casa Com folhas de laranjeira Decerto estavas esperando Esta sagrada bandeira (Verso da Bandeira do Divino) (...) se sofrem uma picada de inseto botam alho. Para espantar as formigas da cozinha pegavam o alho, esmagavam e misturavam com água e depois espalhavam pelo chão. Para mordida de cobra,também. Usavam tanto no bolso como pra comer e para evitar bruxas, cobras, usavam muito isso. (Franklin Cascaes, artista e pesquisador) SETEMBRO Criei meus cinco filhos com um pano branco tapando o buraco da fechadura para as bruxas não entrarem na minha casa. Nunca tive problemas. (Dona Chiquita, benzedeira) OUTUBRO Essa cidade estendida assim entre uma igreja e seu hospital, e um cemitério, era o Desterro: era a cidade que bóia nas ondas como uma fada banhando-se à tarde meiga e risonha. (Duarte Paranhos Schutel, escritor) NOVEMBRO Pescador é um herói com muita certeza digo vive no mar dia e noite, não teme qualquer perigo enfrentando as tempestades pois o mar é seu amigo. (Jairo Costa, pescador e poeta) DEZEMBRO Você tem um risco de mar na pálpebra rubra. Eu: um anúncio vago de chuva. (Alcides Buss, poeta) Ilha, o poeta te quer Com ciúmes de quem Guarda o amor da mulher Ilha, minha fonte de luz Do sotaque “Mané” Na Praça Quinze a figueira Tua alma traduz (Jorge Coelho, poeta e compositor. Estrofe da música “Ilha”.) JUNHO Vejo o sol nadar no mar Sua luz vagar no ar. Tudo, porém,sem fervor. Vejo, com escândalo, o luar Inutilmente acordar Seres da dor, torpor. (Arthur Pereira e Oliveira, poeta) Minha mãe me casa cedo enquanto eu sou rapariga. O milho plantado tarde nunca dá boa espiga (Quadra popular) Capa, projeto gráfico e ilustrações: Andréa Ramos Seleção de textos Fernando Alexandre, Jorge E. Silva, Tânia Batista e Andréa Ramos. (Agenda da Ilha, 1999) 25 As Cartas do Prof. Celestino Sachet É com imenso prazer que apresentamos, mais uma vez, na Revista Ventos do Sul, as Cartas (em duas páginas) com comentários do Prof.Celestino Sachet que consideramos um verdadeiro literato (uma verdadeira “sabedoria celestina”). Para cada Revista Ventos do Sul que lhe enviamos, o prof.Celestino dedica-nos palavras gentis. Sua obra lançada recentemente “A literatura dos Catarinenses — Espaços e caminhos de uma identidade” , dá uma verdadeira aula de literatura apresentando o panorama literário catarinense. Associados poetas do Grupo são citados na obra, o que nos enche de extrema satisfação. Uma palavra, um gesto, um carinho. Assim definimos o sentimento do Prof. Celestino para com o Grupo que procura, dentro do possível, levar a poesia de seus associados e amigos aos quatro cantos do planeta (temos amigos na Argentina, Japão, Estados Unidos, Espanha, Portugal) e tivemos num concurso pela internet, uma participante brasileira residente na Inglaterra, fato agradável, pois é o resultado de um trabalho persistente. Então, nem pedindo licença, fotocopiamos a carta do Prof. e a publicamos, com muito orgulho. 26 As Cartas do Prof. Celestino Sachet Neste número de aniversário de 15 anos, é a nossa forma de homenagear o querido professor e amigo. 27 IN MEMORIAM Alegrias, tristezas. Sentimentos que estão sempre por perto. Sentimos a alegria de tê-los conosco durante alguns anos da trajetória desses 15 Anos de atividades. Nesta página, para lembrá-los, colocamos seus poemas. Onde estiverem nossos poetas, as nossas homenagens. O ETERNO NO INTENSO FELICIDADE Dois seres se encontram, Se amam, se separam, Mas a força de seu amor É, no entanto, maior E mais intensa quanto Mais breve ele tenha sido E ninguém jamais Poderá fazer desaparecer O tesouro que eles guardam Na saudade da memória, E retém firmemente No interior de suas mãos Fechadas: alguns instantes Da mais rara Felicidade É que: O Eterno no Amor Não está no Vento, Não está no Tempo Talvez esteja Na brevidade Do Intenso Felicidade: procurei na vida, mas não a encontrei; Porém, ao vagar por este mundo repleto de maldade, Um dia a vislumbrei humilde, oculta em outra esfera, Terna, inocente, pura radiante, jovial e bela, Ao desabrochar de uma rosa, em plena primavera. MANOEL JOVER TELES [In: 4a.Antologia do GPL, p. 67] Nos folguedos da despreocupada infância, Disfarçada num sorriso meigo de uma criança A espantar a solidão que oprime a vida, Lá encontrei doce Vestal, senhora Felicidade, A compartilhar daquela ingênua hilaridade. Na ternura de uma mãe a acariciar seu filho, Compreendi então que a verdadeira felicidade, É aquele sentimento bom que nos exalta e domina, Ela não contempla insulsas e ilusórias grandezas Porque é feita de coisas sóbrias e pequeninas. A felicidade existe, está sempre ao nosso lado, Afável, modesta, humilde, gentil e desprendida; Se não a visualizarmos,se não a encontramos, É que, enlevados pelo brilho do poder, a desprezamos Seduzidos pelos efêmeros prazeres desta vida Áureo Corrêa de Souza. Tinha o cuidado de solicitar opinião de seus amigos para depois enviar os poemas para publicação. Era um homem angustiado com os problemas sociais. ÁUREO CORREA DE SOUZA BAURU,SP - correspondente [In: Versos e Poesias, p. 15] SEGREDO Segredo quem o não tem segredo de amor segredo de dor Segredo que se guarda a sete chaves segredo que faz mal segredo que faz bem Meu segredo é tão bom me faz feliz Me dá forças na dificuldade Me alegra ao recordá-lo É mais sonho que segredo É tão bom saber guardá-lo Não dividir com ninguém Para que fique comigo Aqui, agora, além! ALCITA VARELA CORRÊA LEITE DESEJOS EM CÂNTAROS VIAGEM FASCINANTE Viajei, Percorrendo estradas projetadas Em retas e curvas Em aclive e declive Cortando ecossistemas Descobrindo as maravilhas Das diversidades Rumo ao sul do Brasil! Quanta beleza vivi! Meus olhos testemunharam Em êxtase e emoção Em sincopatia do meu coração O quebrar das ondas do mar Nas pedras espumadas E em areias ondulantes Da fascinante Florianópolis! UBIRAJARA DE MAGALHÃES BARBALHO Governador Valadares, MG– correspondente O favo que é mel em ti E que meu sentido aguça tanto Me faz teu odor melífluo sentir E enche de desejos meus cântaros <<< Licinho, gentil para com todos. O úmido sabor desse mel em mim Faz do caminho feito por teus lábios Rio que deságua em si O ápice de um sentido apurado Os cântaros de desejos Que transbordam volta e meia São da paixão doces sinais Enquanto a penumbra que rodeia Embaça vitrais. LICINHO CAMPOS [In: Lascívia,p.10] Para nós, o Bira.Ficou amigo do Licinho. Muitas conversas, ao telefone, tivemos com ele. Licinho, Alcita e Manoel Teles, três associados efetivos que deixaram suas marcas na poesia. Serão sempre lembrados, pois acenderam a chama da poesia em muitos corações. Alcita, grande declamadora, nosso carinho. Manoel, amigo de Pablo Neruda,nosso encantamento, e Licinho, de todos os do GPL , o nosso eterno amor. 28 Alcita Manoel. Elegante,educado. Um gentleman. PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! GAIVOTAS Mar calmo, as ondas batem mansas sobre as pedras da encosta. Ao longe, bem longe, surge uma gaivota. Sobrevoa as pedras, plaina sobre as águas, mergulha. Um mergulho rápido, ágil, sorrateiro. Emerge com uma facilidade incrível. Traz consigo seu alimento. Em instantes, com apenas alguns gritos, seu bando aparece. Aquele mar calmo pinta-se de um branco belíssimo. Passados poucos minutos, alçam voo e desaparecem no infinito do céu azul. Estas vão, com certeza, outras vêm. Fico sentada sobre a proa da canoa esperando o novo espetáculo e ele surge ao longe... ADRIANA CRUZ QUERIA SER UM PASSARINHO Eu queria morar em uma árvore, Mas comecei a pensar. Eu não tenho duas asas Não tenho como voar. CICLO Quisera ser teu leito do teu corpo repousando. Quisera ser teu destino dos teus passos caminhando. Quisera ser tua alegria tua energia em teu gozo gozando. Quisera ser tua dor em meu sangue sangrando. Quisera ser tua vontade em minha vontade acontecendo. Quisera ser teu ciclo de vida em minha vida vivendo. Quisera ser teu gosto em meu gosto degustando. Quisera ser teu amor em meu amor te amando. ALZEMIRO LIDIO VIEIRA [In: Vertente, pág. 99] Então aí eu me lembrei: É melhor morar no chão E farei então uma casa Vou morar na Armação. ESQUISITOS Os outros caminham com passos para nunca chegar E chegam onde eles não estão Às vezes chego a pensar Quero ser um Bem-te-vi Mas moro em uma boa casa É melhor ficar aqui. Os loucos não procuram por um final feliz Pois o final é o fim da história Abraçam sem medo já que faz tão bem E no silêncio da madruga a consciência não lhes tira o sono Quando passo em frente à árvore Fico bem perto a olhar Que pena que eu não tenho Asas para voar. Não há mapas E fracassados e frustrados não entendem, não sentem O Sol deles se pôs há muito tempo Dizem “avisei você” Agora mudei de ideia E cheguei à conclusão Vou comprar uma passagem Vou voar de avião. Mas desatinados se deixam levar Levantam-se e realizam os planos Não se corroem, não se escondem Sabem que não existe mais saia para fugir do mundo ANTÔNIA MARIA GAMA São estranhos Compreendem os outros sem serem compreendidos Desculpam os outros sem serem desculpados E com seu tempo perdido tiram o céu do chão AIRTON DA SILVEIRA FILHO Antônia Maria Gama 29 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! INSÔNIA DIÁLOGO COM DEUS Passar das horas Sem sons Sem sonhos Sem planos E alguns desenganos Ó, Jesus, estou tão triste, amargurado Luto, trabalho, mas tudo dá errado A família desunida Cada um para o seu lado Já tá me dando cansaço Dá vontade de largá A cruz tá ficando pesada Não quero mais carregá. Um não dormir Sem sons Sem tons Sem satisfação Muitas vontades acompanhadas de não Ô,meu filho, te acalma Eu sei o que tás passando Sei do teu esforço Sei que além do trabalho Caridade tás fazendo Mas a minha cruz foi mais pesada E eu continuei carregando. Problemáticas Sem paradas Sem soluções Sem esperança Pouca determinação e falta de confiança Horas em claro Sem companhias Sem conversas Sem correria Melhor deixar que venha um novo dia Ó, meu pai, desata-me da tristeza Vejo os homens só brigando Destruindo a natureza Os animais precisas vê Muitos da terra já foram dizimados Eu tento salvá alguns mis Meu pai, tá complicado.. ANA CRISTINA RIBEIRO CASCAES Ô, meu filho, paciência Eu deixei tudo quando o mundo contruí Deixei trilhas, caminhos bons Para meus filhos seguir E pra muitos, tu não sabes Que ainda ajudo daqui Ó,meu pai, Deus protetor Aqui quem dirige a gente São médicos, coronéis, juízes e desembargador. Falam, escrevem, prometem, roubam. E algo desesperado Eles ficam no poder Muitos não são merecedô Ô,meu pai, eles pensam que eles são o Senhor. Meu filho, Vai fazendo o que tu podes Lutando pras coisa se arrumar Semeia boas sementes Deixa os poderosos se achar Que eles tão esquecendo Que tá perto De Eu na terra voltar. Ó, meu Pai, Não,não vem já Deixa eu arrumá Um pouco do que está errado Colher o que foi plantado Se vieres agora Não estamos preparados. Celso João de Souza Poesia: uma parte da alma em versos. (Rubens de Azevedo Serra) CELSO JOÃO DE SOUZA Fé é o pássaro que sente a luz e canta quando a madrugada é ainda escura. (Rabindranath Tagore) A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego de tanto rir de surpresa, de êxtase e de felicidade. (Dylan Thomas, poeta galês, 1914-1953) Memória. Desenho colhido na internet. 30 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! POESIA ULTIMO POEMA São muitos os tratados: versejados, prosas, chamados de “poesia” e disto e mais aquilo. Muitas vezes concordo e não me atrevo a glosas. Algum soneto até bem sei eu porque o fi-lo. Na varanda do antigo casarão Na mesa corroída pelo tempo O poeta escreve seu último poema Alguns são segredados — merecendo estilo— descrevem-se os perfumes escondendo as rosas, sem precisar dizer que as musas são formosas. Um que outro mal formado...Melhor extingui-lo. A lamparina quase apagada Dificulta sua visão Mãos trêmulas, tem dificuldade Mas escreve para relembrar as saudades De um amor que viveu há muitos anos Daí que a poesia não se a faz por trilho. São linhas bem formadas por caminhos tortos. O poeta não a faz só a faz passar nos crivos. Cansado, o poeta adormece no sofá da sala O poema inacabado ficou sobre a mesa. Cada poema meu é a parição de um filho! Alguns são naturais outros já nascem mortos Poesia de verdade são meus filhos vivos. DORALICE ROSA DE SOUZA SILVA CACILDO SILVA MEU IRMÃO Justiça, direito de todos nós Por ela lutemos até o fim Coletivamente ou mesmo a sós Que ela seja para todos, incluindo a mim. DESDOBRANDO Em alguns momentos, alguma circunstância Poderemos à justiça direitos reivindicar Em buscas e lutas até às últimas instâncias Certamente a ela um dia iremos chegar. De um mágico sonho Me vi despertando Minha alma em letras Eu fui “Desdobrando” Esta é a hora em que o irmão aparece Juntando-se à dor em ajuda e compreensão Na proteção...esperanças florescem.. No espelho do tempo No sopro do vento A gente revisa A vida que passa. E em momentos de grande emoção, Acobertado por carinho fraternal,escuta! Vamos à ação meu amigo... Vamos à ação... Meu irmão. E sinto que o mundo De leve me abraça. CARLOS PICCOLI [In: Um novo olhar, pág. 201] ÁUREA DE MELLO BALDISSERA [In: Desdobrando, pág. 5] COLORIDO Sei que um dia me livrarei do tormento que torna a vida incolor e escrevo um poema colorido, com as cores da vida matizadas de luz, repletas de amor. O brilho das estrelas e as cores do arco-íris são difíceis de encontrar. Deixarei que a felicidade inunde meu coração para, de peito aberto, no momento certo, compor o que me proponho, dando cor e vida a tão desejado sonho. EUNICE LEITE DA SILVA TAVARES [In: Sonhos e fantasias, pág. 45] Áurea de Mello Baldissera, no lançamento de seu livro “Desdobrando”, dia 6 de junho 2013, na Biblioteca Barreiros Filho 31 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! ...EM FALÁCIAS SOLIDÃO Homenagem ao poeta Cacildo Silva És o meu mundo A perder-se na solidão. Um sonho a vagar sem destino E a reter um sopro de amor. Momentos roubados da vida Num sentir que não tem fim. Permeando entre falácias admiráveis Chega a simplicidade e pede acento Para entoar uma canção aos veneráveis Que leva ao coração riso e dá alento. Intocável ouvido, mas rejeita A arte singela e sã que a mão dedilha Os olhos cobre, repudia a feita Que de graça, oferece a boa partilha. És o meu mundo No vazio da minha alma errante, Triste,efêmero, só meu. Um esboçar de ser feliz, Uma tentativa de vencer barreiras Incerteza—eterna companheira. Quando a soberba ceia com a vaidade Não degusta do mel que tem magia Por manter alma presa na cobiça, És o meu mundo A descobrir tesouros secretos Na busca de ocultos sentimentos Ausências que trazem saudades ... e o triste correr nostálgico do ser só. Nem reconhece a tal felicidade Tampouco ouve os pardais em sinfonia Vai de alma pobre, escrava, vai submissa... HERALDA VICTOR [In: Nos degraus do silêncio, pág.33] És o meu mundo A marcar o tempo A torcer esperanças E a carregar a felicidade nas mãos. ELOAH WESTPHALEN NASCHENWENG [In: Fragmentos, pág. 63] BONS FLUIDOS Eloah Deixemos as ingratidões passar e finjamos olhar; mas olhemos para a frente ou para o outro lado. Na vida quase sempre não fazemos o que afirmamos. O tempo nos permite ocupá-lo com frases e orações. Com habilidade mandamos coisas ruins para além da esquina. É bom entrar em igrejas para, no silêncio, participarmos das meditações. Rir para a vida é garantir riso para todo corpo. Sinto na igreja um pulsar sadio da chama da vela. A luz não tremida repousa no pavio azeitado da lamparina. Mente quem afirma que as crianças nascem com pecados. É bom saber que Kirie, Eleison significa: Senhor, tende piedade de nós e que Christie Eleison é: Cristo tende piedade de nós. Gratia ágamos Domino; Deo nostro (Gracias demos ao Senhor Deus, nosso). Sanctus em latim é santo e Hosana é Hosana, mesmo. IVAN ALVES PEREIRA (Cazzivan, Ivan de Paulo Jacintho)) [In: Há (mar) e Bebê ( r) III, pág. 47] Domingo o tapete do mar se põe cedo aos navegantes Carlos Damião Jornalista e poeta [In: Agenda da Ilha ,1999] Praia de Itaguaçu. Foto: Maura 32 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! EGOÍSMO SUBLIME Infeliz sentimento nos afasta de Deus Não ouvimos sua voz Pensamos apenas em nós Leito, breve território De corpos transitórios A vencer obstáculos Ausente em oráculos. Fechamos no nosso eu Tudo se perde O amor como Cristal se estilhaça Somos o centro do Universo Cama fofa e macia Onde o eterno principia Seguido de inúmeros ais A afinar cordas vocais. Não sentimos a brisa soprando O perfume da flor desabrochando Ah, egoísmo vil atroz Nos fazes cegos Estado único, à tona. Risos deitados, extasiados, Com leve ar de pernoitados Como poetas livres sensíveis te repudiamos Queremos a graça da Paz Mas essa não emana de nós Mas do amor de Deus por nós Novamente olhos se tocam E corpos se encontram Além do que encontram. JOSÉ LUIZ AMORIM IVONE LIDIA RODRIGUES [In: 7a.Antologia—Os mais belos poemas e textos do GPL, pág.135] SER POETA Ser poeta é viver envolto em uma aura de sensibilidade. É perceber, com todos os sentidos, a harmonia, a beleza, o amor. É sonhar com sua própria realidade!... Ser poeta é fazer versos, é cantar, celebrizando os céus, os rios, o mar, a Terra e todo o Universo... Ser poeta é, em inspiração incontida, celebrizar a vida!... OLHAR SONHADOR Imagina se pudéssemos colorir nosso mundo Com as cores do nosso querer... Imagine você, se tudo fosse perfeito E não tivéssemos que escolher Entre ganhar e o perder,acreditar e esquecer. Que tal apurar nossos olhares Para as belezas do mundo?! Não ser tolerante à maldade A impunidade e seus abusos. Poderíamos, ainda, desenhar a vida, O cotidiano, o dia-a-dia... Nosso olhar não mais seria Olhar desacreditado. SUELI RODRIGUES BITTENCOURT Poetisa da Paz projetopazepoesia.blogspot.com tudoporummundobemmelhor.blogspot.com Nas belas noites de lua,tão somente aluados... Nas madrugadas de estrelas Completamente estrelados... E na aurora que se inicia, Seriam olhares ensolarados; De tão feliz pelo dia Que viveriam extasiados... CANTO TRISTE(*) Eu canto como quem encanta a tristeza que me possui sem pedir licença, me fazendo rugas na testa. Eu canto como uma sinfonia triste que me percorre sem piedade quando me vens à cabeça. E pensar que te perdi como um último suspiro foste eu fiquei porque jamais existi. (1990) Por que não ir mais adiante E sonhar com um grande amor Algo assim, sincero e puro, Felicidade e calor?! Este olhar não mais seria O que outrora contrariado. Em muitos olhos me vejo, Meu olhar apaixonado. ZELI MARIA DORCINA LUIS FABIANO SOUZA (*) republicado por falha na edição n.39. 33 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! LEMBRANÇAS DA MINHA INFÂNCIA CADEIRAS BRANCAS Lembranças da minha infância, Saudades do meu sertão, Da casa de pau-a-pique, O assoalho era de chão. Cadeiras brancas paz e esperança Cadeiras brancas quietas esperando No aguardo de poetas agitados Biblioteca Pública, espaço dos livros Do escritor, da arte, da palavra Sextas-feiras de belos encontros Dos versos, da lavra literária Encontros dos Prazeres da alma Fervilhando emoções, ternas lembranças Cadeiras brancas quietas,local iluminado Luz do amor de sentimento humano De adultos, de adolescentes, de crianças Brilho na voz dos poetas declamando Premiados no final por uma salva de palmas Merecido incentivo de mãos energizando Ainda mais esse espaço abençoado Cadeiras brancas paz e liberdade Cadeiras brancas vibrando e aguardando Biblioteca Pública mãe que guarda e ampara No relógio da parede as 20 horas marcando Sextas-feiras dos grandes encontros Da poesia do Grupo de Poetas Livres. O fogão de quatro estacas Era fincado no chão, Uma corrente amarrada no caibro, Na outra ponta, pendurado, o caldeirão. O fogo sempre aceso Para fazer a refeição, O café sempre quentinho Lá em cima do fogão. Era tudo muito simples, Tinha muita paz e amor, Não se falava em crimes e drogas, Vivíamos na paz do Senhor. MARIA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA NELSON RAMÓN BADIN OLHOS VERDES (*)poema elaborado quando o GPL reunia-se às 6as.feiras às 20 horas. Atualmente, as reuniões são às 5as.feiras, a partir das 19.30 horas. Olhos verdes foi embora por este mundo afora parando em cada estalagem a tocar sua vida. Cantando suas cantigas eu lembro com muito amor tu cantavas com amizade eu cantava com amor. Olhos verdes eu te amei como nunca amei na vida guardo ainda com carinho aquela linda margarida. Ela agora está amarela mas pra mim está sempre viva como é doce te lembrar olhando aquela margarida. Quando roubaste a margarida não sabia que era para mim hoje cultivo como se fosse a flor mais viva do meu jardim. MAURÍLIA FREITAS [In: Minha Saudade, pág.65] Artesanato confeccionado por Nelson Badin, em argila . Ocarinas, flauta e pássaros. Objetos sobre toalha pintada por Therezinha Cacilda Monteiro Mann. Dinossauro em argila. Autor:Nelson Badin. Fotos:Maura. 34 Maurília Freitas PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! DESILUSÃO PÊNDULO Ingênua foste em acreditar no amor Teu corpo ainda criança carrega no ventre O teu bem maior. Conseguir fuzilar o triângulo formado, retira da mais profunda sonoridade os alertas cruzados em esquinas. Frisa os exageros, requeridos e quistos, do querer sem receber. Posiciona tudo no tubo enxovalhado, cercado de propaganda. Sai e fica bem quente por de repente estar à frente do nada e do tudo. Questiona, soma, subtrai e divide, tudo vai dar igual ao que realmente pensar. Invade como o covarde que foge mas volta para reparar erros e trazer os acertos. Semelhança é igual a balança, não pode apenas explode de emoções conjugadas, inaladas para ressurgir o montante que está por vir. Saracoteia na saia, consoantes, pronomes que consomem o nome. Agora um amor mais profundo Será cenário da tua vida De um novo despertar. Levas contigo o amor mais bonito, Capaz de curar a dor mais dolorida Que porventura possam te causar. Desiludida, não consegues ainda entender O que te espera o teu amanhã. Serás uma mulher plenamente feliz E sorrirás quando a primeira vez ouvir A tão desejada palavra mamãe. STELA MÁRIS ALVES SANDRA CLARA NEPOMOCENO (2o. semestre de 2010) RENDEIRA Caminhos de casas Ou de mesas Rendas, bordados e fitas Bonitas Na dança dos bilros Feitura de toalhas E trilhos Mulher artesã Nas madrugadas, geladas Cansada, a tecer Tristeza ou prazer Matizes e contos de fada Coloridos mosaicos Modernos ou arcaicos Pensamentos e contornos Lamentos tristonhos Caminhos, labirintos Sismares, conflitos Madrugadas enfadonhas Sem travesseiros ou fronhas Manhãs tristonhas Trabalho, canseira Vida sofrida, de tecelã No afã De ser rendeira NEUSITA LUZ DE AZEVEDO CHURKIN *** A chuva é a doce melodia que a natureza entoa. (Neusita) Ponte Hercílio Luz. Foto batida durante trânsito pela Ponte Colombo Salles. Autoria:Maura 35 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! UMA CANÇÃO PARA FREDERICO Vai, amor, segue teu caminho em busca de outros carinhos, outros afagos, outros beijos, outros abraços. Procura lá fora o que não encontras dentro de ti: a razão, a emoção, a paz. Vai, amor, ancora logo teu navio que já viajou por tantos mares, parou em tantos portos e nas diversas docas só encontrou a passagem, o efêmero. Vai, amor, descansa de tuas lidas, de tuas desditas, de teus dissabores, de tuas angústias e procura nos colos que te oferecem a verdadeira essência da vida: o Amor – aquele Amor que ama sem nome - , que não quer nada em troca. Aquele Amor que desde tenra infância ansiosamente buscas. Aquele Amor que procuraste nos olhos de todas as mulheres com quem deitaste, com quem satisfizeste o prazer do teu sexo, o teu poderio de macho. Vai, amor, e medita num canto qualquer da tua alcova, buscando dentro de ti, finalmente, o Amor tão sonhado. Deixa as angústias para trás, deixa os amores fugidios, pois tudo é passado. Deixa tudo ao sabor do Tempo, implacável Tempo que sempre nos encontra nas esquinas da vida. Vai, amor, e sê, tu, finalmente, Feliz! POEMAS DE ESTRELAS criança não desabrochada... sonhos não aflorados, sou! sorriso não esboçado... alegria represada, sou! beijo proibido... carícias guardadas, sou! juras de amor não expressas... paixão escondida, sou! mágoas dissipadas... perdão declarado, sou! pranto contido... viagem marcada, sou! saudade domada... ternura latente, sou! cantigas de amor esquecidas... prece por fazer, sou! pedra bruta a ser lapidada... verso maturescente, sou! enquanto houver tempo... toda eu Esperança, sou! Depois, alçarei voo livre... compondo poemas com punhados de estrelas! (1995) MARIA VILMA NASCIMENTO CAMPOS Presidente-Perpétuo do GPL MAURA SOARES [11.09.2011, 08.55h] [In: Frederico e as Mulheres, p.66, inédito] Casario açoriano. Ribeirão da Ilha. Foto: Edmar Almeida Bernardes. 36 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! SONHOS DIVINO VENENO Sonhos coloridos Pintados e retocados Mais de uma vez refeitos Agora bem feitos Sem serem trocados Na grande tela da vida Pintados e expressados O vento que zumbe, ancora, em meu ser, o teu sutil aroma. Amarra as lembranças que se negam ao tempo morrer. E passas,por esta vida, em graciosa harmonia, a todos alucinando. Ah, fascinante olhar que faz gemer minh´alma. Sufocas, com o silêncio tumular da indiferença e sem piedade, o calor desta paixão. Assim, só resta o sofrimento, veneno doce destilado da divina essência que me mata de tanto amor. Sonho azul Verde amarelo Sonhos de todas as cores Multicolores No parque infantil Sonhados por todas as raças Acreditando ser adulto Às vezes sem graça São sonhos sonhados em todas as praças Sonhos fascinantes Em jovens mentes brilhantes Que não acordam Continuam sonhando Como farsantes Iludem pesadelos Criam figurantes Mudando a trajetória da história Fazendo sonhar com a glória SINVAL SANTOS DA SILVEIRA (30.07.2010) Sonhos preto e branco Sem tensão Sem nenhuma excitação Sonho de nanquim Sonho transparente Sonho sono lento Quase acordado Sonho de velho Acreditando ter sonhado O que viveu acordado O TEMPO E A VIDA No mundo não se corre Anda-se. A vida não dá certezas Para ninguém Às vezes... É uma doce ilusão Outras... Um divino mistério profundo O Tempo não anda para trás MARISTELA GIASSI “Viver é não ter a vergonha De ser feliz!” O bem e o mal Tem que estar sempre juntos Para que o homem possa escolher O tempo de batalha é a mente humana Todos os dias temos de agradecer Aos Tempos que nos trouxeram até aqui. THEREZINHA CACILDA MONTEIRO MANN Pássaro na praia do Bom Abrigo. Florianópolis, SC Foto: Maristela Giassi 37 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! ENTREGUE-SE AO AMOR... SONS DO SILÊNCIO Você nunca conhecerá o Amor se não se entregar a ele... porque o Amor não é um sentimento, é uma habilidade! É preciso ser talentoso para Amar! É preciso algumas renúncias para se entregar! O Amor muda a gente. Ele ilumina seu mundo como ninguém... ... e você sente o raiar do sol os tons da noite acabando ...o uivo do vento soprando refrescando seu olhar ... a canção das águas... as folhas colorindo o ar. Um dia você se pega poetando Sentindo o perfume de uma flor Você não percebe, não vê Mas sente que é Amor. Ele chegou sorrateiro e lhe fez sonhador Com olhar distante... o ontem e o hoje mudaram e se ficar um tempo... Ricas experiências em sua vida com o dom da convivência que o encantou! Você verá toda a cidade passar... Sua vida se modificar O carinho lhe tocar E então...simplesmente aprendeu a Amar. Ouço os sons do silêncio. São muitos e diferem com o momento. É no silêncio que busco a inspiração para a vida. Ele emite sons de esperança, de volta e não de partida. O silêncio mais profundo reserva-se para a morte. As vozes de além-túmulo nos falam de um mundo melhor. É no silêncio da morte que os sons se fazem ouvir com maior profundidade. É este o silêncio que fala da vida que cala vozes e acende muitas luzes para uma vida melhor. Ah! Se todos ouvissem o som do silêncio profundo tenho certeza que o mundo seria muito melhor. Ouço vozes do silêncio nos gestos que dizem querer alcançar a eternidade. Ouço as vozes da vida querendo a felicidade. Ouço o profundo silêncio que habita dentro de mim e que me faz consciente que esta vida,minha vida Mais dia, menos dia certamente terá fim. ZEULA SOARES (11.02.1999) VERA PORTELLA VISTA CANSADA Acho que foi Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela ultima vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou. Fugiu enquanto pôde do desespero que o roia - e daquele tiro brutal. Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio. (...) O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. (...) Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença. Carlos Piccoli em seu sítio. Tijucas, SC Quando citamos em nossos poemas a expressão “aquele Amor que ama sem nome”, sempre nos vem à mente a figura de CARLOS PICCOLI. Escolhemos esta foto, pois estava descontraído, prestes a abrir um vinho e ofertar aos seus visitantes. Carlos é uma pessoa abnegada, desprendida de bens materiais. Assumiu como Missão de Vida cuidar de seu irmão Claudio, até seu desencarne. Esta Revista deve a ele suas edições,desde seu ingresso no Grupo. Obrigada, Carlos, por tudo o que tem feito e por fazer parte de nossas vidas. OTTO LARA RESENDE , jornalista (homenagem da RVS a este grande jornalista) 38 BIBLIOTECA DOS POETAS “MARIA VILMA NASCIMENTO CAMPOS No primeiro semestre de 2013, nosso acervo bibliográfico ficou mais enriquecido com a doação de obras dos mais diversos autores, e também jornais, revistas, boletins e zines. Do associado António José Barradas Barroso, de Parede, Portugal, a obra resultado do XVI Concurso Literário Manuel Maria Barbosa Du Bocage, em que António classificou-se em 1o. Lugar com a obra “A Bocage” (soneto). Na edição, classificada em Conto, Maria de Fátima Clemente Bica, com “O dia em que Augusta morreu e depois merendou com as amigas” e prêmio revelação para “Princesa de Gama”, de Vânia Rebola Pimenta. De Samuel da Costa, de Itajaí, Revista O Estilingue, ano VII, n. 11, dezembro 2012/ fevereiro 2013. De Antonio Pereira de Mello, Santa Maria,RS: Diario de Los Poetas 3+1, ano 10,nº.52, janeiro 2011. Idem, Jornal Literarte, da Federação Brasileira de Alternativos Culturais, ano XXVIII,n. 335, janeiro 2013, São Paulo. Da FCC- Fundação Catarinense de Cultura, o suplemento cultural Ô Catarina!, nºs 73 e 74, ano 2011. De Antonio Pereira Mello,Santa Maria,RS, Jornal Letras Santiaguenses, ano 17, n. 102,Nov/dez 2012, de Santiago, RS. Idem Jornal Letras Santiaguenses,n. 103, ano 17, jan/fev 2013. Santiago, RS.Exemplar também enviado pelo editor Auri Sudati, Idem Zine “Jornal do Sábio” n. 491/2013, editado por Antonio Fernando de Andrade, Recife, PE. Idem Zine “As Acadêmicas”, ano 14, n. 178, dez. 2012, de Regina Menezes Loureiro, de Vitória, ES. Idem Jornal A Voz De Luiz Fernandes da Silva, João Pessoa, PB, Caderno 2 de A União, 23.12.2012, sobre o escritor Graciliano Ramos. Idem, recorte de Jornal sobre o escritor Charles Dickens. Idem, Recortes de Jornais Semanário O Combate (extinto), com texto de sua autoria “A obra poética de Nísia Nóbrega”. Idem recorte do Jornal A União (122 anos de existência), com texto de sua autoria “A linha poética de Luiz Peixoto Ramos”. Do escritor catarinense Celestino Sachet, sua obra “A literatura dos catarinenses — Espaços e caminhos de uma identidade— Poema. Prosa. Teatro. Nesta obra são citados membros do Grupo de Poetas Livres, com suas obras editadas. De Marco Marques, Porto Alegre, RS, em 22.2.2013, o Jornal “O Nheçuano”, ano 4,n. 16, jan/fev 2013, de Roque Gonzales, RS. Da presidente do GPL, Documento encadernado do Relatório das Atividades do Grupo em 2012, com cópia entregue na Assembleia Legislativa e na Secretaria Regional do Continente. Idem,da presidente do GPL, doação do Suplemento Literário A Ilha,março 2013,n.124, ano XXXII, com poema dela e do associa do Júlio de Queiroz. Do associado Celso João de Souza, Revista Passatempoesia, da Academia de Letras de Nova Trento, ano 01, n. 05,dezembro 2012. Idem, Jornal Vozes de Canelinha, do Grupescente (Grupo de Poetas e Escritores Sol Nascente), ano V, n. 79,março 2013. De Luiz Fernandes da Silva, João Pessoa, PB, a obra de Itapuan Bôtto Targino,”Centenário de Humberto Nóbrega—Médico e escritor”.(esta obra foi doada ao Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, haja vista que o homenageado pertenceu ao IHG Paraibano). De Silvério da Costa, Chapecó, SC, recorte do jornal Sulbrasil, ano 19, n. 5640, de21.3.2013, com sua coluna Fronte Cultural, na qual publica o poema Bacante, da presidente do GPL. Da presidente do GPL, recorte do Jornal Notícias do Dia, 11 de abril 2013, ano 8.n. 2209, traz reportagem de página inteira sobre o GPL, intitulada “Pra que serve a poesia?, reportagem de Carol Macario e traz fotos com membros do grupo. Da ANE— Associação Nacional de Escritores, Jornal ano VIII, n. 50,fev/março 2013, “ANE — Meio Século de Existência”. De Ernesto Wenth Filho, suas obras “Imagens e Poesias” e “Pensamentos e Conjecturas”. De Luigi Maurizi, suas obras “Brisa de Acasos” e “Sorversos”. De Valdir Appel, sua obra “Na boca do sol”. De Anselmo Boos, Gênice Suavi e Saulo Adami, a obra “Eu sou Anselmo Boos”. De Saulo Adami, suas obras “Kuranda” , “Palavra tardia”, “Kuranda do Espaço” e “Kuranda do Norte. De Saulo Adami e Tina Rosa, a obra “Duplo girassol”. De Saulo Adami, Tina Rosa e Gênice Suavi, “Jornais de Hontem” Manoel Ferreira de Miranda e o primeiro Diário de Itajahy”. De Saulo Adami e Celso Deucher, a obra”A revolução do voto. 20 anos do voto eletrônico no Brasil”. 39 Da presidente do GPL Revista A Figueira, ano XVI,n. 140, dezembro 2006 e Revista A Figueira, ano XVII,n. 142,março-abril-maio 2007. De Denise Bittencourt, sua obra “Sua felicidade está em você.Mulheres contam histórias de superação”. De Antonio Pereira Mello, Santa Maria, RS, Zine As Acadêmicas, ano 14, n. 179, janeiro 2013. Idem Jornal Manifesto, ano II,Centro Oeste.Minas Gerais, n. 13, dezembro 86. Idem Jornal Letras Santiaguenses ano 17,n. 104, março-abril 2013,com poemas seus. Da presidente do GPL, a obra “A viagem da Sabedoria”, de Andy Andrews. Idem os livretos de Literatura de Cordel de Abdias Campos, com os títulos : “Lampião: herói ou bandido”; “A peleja de João Mechíades e Lino Pedra Verde acerca do Reinado do Descoberto”; “Versos diários de um poeta”; “Hoje Teatro de Mamulengo”; “O casamento de Maria do Mercado com o poeta de Cordé em um romance de feira”. Todos editados em Recife, em 2006-2007. De Luiz Fernandes da Silva, João Pessoa, Paraiba,recortes de jornais “A Voz da Crítica”,com textos de sua autoria “Uma interpretação sobre Elizabeth Marinheiro” e “A voz e a vez de Francisco”, do Jornal O Dia (28.1.2012). Do IHGSC, Boletim n. 172, ano XV, março 2013, com capa da RVS 39 e cita Maura, Leatrice Moelmann e Julio de Queiroz. Da presidente do GPL, entrega de dois volumes encadernados com os adesivos do Projeto Viajando com Poesia. Da ASAJOL, Academia São José de Letras, Boletim O Trinta-Réis, abril-maio 2013, ano XVII,n. 68. Idem Boletim O Trinta-Réis, março 2013, ano XVII,n.67. De Zeli Maria Dorcina a obra de autoria de Marianinha Bicca Piazza ”Fifi e seus amigos”. Obra doada para o setor infantil da Biblioteca Barreiros Filho. Da FCC (citada), Suplemento Cultural de Santa Catarina n. 77 (Ô Catarina!).2o. Trimestre de 2013. De Marco Marques, Porto Alegre, RS, a Revista “Vaia”, n.33, maio de 2013. Idem, o Jornal O Nheçuano, ano 4, n. 17, abril-maio 2013, Roque Gonzales, RS. Do presidente da Academia de Letras dos Militares Estatuais, Cel. RRM Roberto Rodrigues de Menezes, o número 01, Ano 1, maio 2013, da Revista O Clarim,com textos de seus acadêmicos, entre biografias, crônicas e poesias. De Samuel da Costa, de Itajaí, o número 12 de abril, maio, junho 2013,da Revista O Estilingue. De Sonia Ripoll, presidente da Academia de Letras de Palhoça, o Boletim Flor de Lis, da ALP. Ano II, n. 2, fevereiro de 2013. De Sonia Ripoll, o volume 1—2013, da Academia de Letras de Palhoça—Sua História. Do poeta Malungo, de Olinda, Recife, o Alternativo “De cara com a Poesia” , n. 58, julho 2012 e n. 59, dezembro 2012. De Ivan, Alternativo “Papa-Figo”, ano XXIX, n; 337, outubro 2012, editado por Ivan Pé-de-Mesa, Recife,PE. De Maura Soares, o nº 125, Ano 33, junho/2013, do Suplemento A Ilha, na página 13 sua crônica A Mãe. Neste número, poema do associado Julio de Queiroz. ACONTECEU... No primeiro semestre de 2013, aconteceu: ===Dia 4 de janeiro de 2013, no auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca prof.Barreiros Filho, Maura, Eloah e Ivan, representaram o GPL na posse do Secretário Regional do Continente, João Batista Nunes. ===Do nosso poetamigo de Saitama,Japão, Edweine Loureiro, brasileiro de Manaus e radicado no país asiático, registramos seus prêmios recebidos no primeiro semestre de 2013, através de alguns emails: ===O conto “O Natal de Lúcifer” ficou entre os 10 selecionados para a Antologia “Natais fantásticos”. Recebeu 3º lugar entre os 5 premiados no Concurso Literário Poema de Natal, organizado pela República dos Autores. Seus poemas Réveillon,Réveillon Japonês, A Iemanjá, Tic-Tac, foram publicados no site da Revista Benfazeja, com o título da matéria “A poesia minimalista de Edweine Loureiro,Tema: “Celebração do Ano Novo”. Recebeu 2º prêmio na Espanha e primeiro de 2013 com o microconto Gênesis, também escrito em Espanhol Génesis, que compõe a Antologia do II Certamen Internacional mundopalavras de Microrrelatos. O poema “Aflição” obteve Menção Honrosa Internacional no VIII Concurso Literário “Poesias sem Fronteiras”. Ficou entre os 20 finalistas do Concurso Poesiarte; Obteve o 2o. Lugar com o poema “Memórias Póstumas de Quincas Borba” no Prêmio Valdeck de Almeida, referente a 2012. Tornou-se co-editor da seção de Concursos Literários da Revista Benfazeja. Seus microcontos do 3º Concurso de Microcontos de Jundiaí foram publicados em antologia. Seu poema “Receita” foi publicado na Antologia do I Concurso de Poesias da Big Time Editora. Seu poema “Filho da Floresta” obteve 1º lugar no VII Concurso Poesiarte (Arraial do Cabo, RJ). Sua resenha “Vestígios do Dia” e o conto “Tem pagode no Kibutz?”, foram publicados na Revista Samizdat n. 35. Foi premiado com obra da livraria Sancho Panza, da Espanha, que mencionou seu microconto “El suplicio de um Microcuentista” como o mais criativo na homenagem a Augusto Monterroso, no concurso “Esta Noche te Cuento”. Seu texto “Laços de Família” foi publicado na Antologia referente ao Concurso Nacional Sul Info de Minicontos(RS). Ficou em 5º lugar no Desafio dos Escritores—Contos do Vaticano 2013. Foi classificado para a Antologia “Os Anjos Negros da Poesia”, com a obra “Irrequieta”. Classificado para a 2a. etapa do Filma Brasil,com o curta-metragem “Água Viva”. No 3º Concurso Literário Castro Alves, da Academia Rio-Grandina de Letras, obteve dupla classificação, Categoria Internacional, 2º lugar “Poemeto a Castro Alves” e 3º lugar com “A confissão de Gregório de Matos ao Padre Antonio Vieira”. Seu poema “Exércitos”, classificado na Categoria Epanalépse, faz parte da obra “Trajes poéticos”. Seu poema já citado,”Memórias póstumas de Quincas Borba” participou do 27º Salão Internacional do Livro e Imprensa,Genebra(Suiça) no livro referente ao Prêmio Valdeck Almeida de Jesus. Seu microconto “Indumentária” foi um dos 25 finalistas no Concurso de MicroJareño-Relatos, apoiado pelo Museu da Biblioteca Nacional da Espanha. Seu curta-metragem “Água Viva” ficou entre os 10 melhores do Concurso Filma Brasil. Seu microconto Gran Hermano, em homenagem à obra “1984”, de George Orwell, recebeu Menção Honrosa. Foi indicado para receber o Press Award Japão, para premiação especial(em maio). Ficou entre os 20 selecionados de 747 participantes, no I Concurso de Microcontos Autores S/A. Seu microconto “En la Plaza Del Pilar” foi publicado na Revista La Calle de Todos,de Zaragoza, Espanha. Estes e muitos mais prêmios e publicações que nosso caro poeta recebeu somente no primeiro semestre de 2013, como frisamos no início. Nossos registros: ===No final de 2012,Márcia Reis Bittencourt, do GPL, registrou que a estudante de Canelinha, Daiana Suelen Rosa, da EEB Profª Minervina Laus, foi a vencedora do Concurso de Soletração da UNIASSELVI / ASSEVINM. A jovem de 17 anos ganhou uma Bolsa de Estudos, integral, optando pelo Curso de Arquitetura e Urbanismo. A 2a. Colocada foi a aluna Eduarda Lurdes Cipriani, da EEB Governador Ivo Silveira, também de Canelinha. Esta prática de soletração é muito usada em colégios dos Estados Uni- dos. Fazem concurso e só alunos muito capazes,vencem. Os nossos antigos professores de Inglês,aqui de Floria nópolis, também utilizavam a prática do “spelling”. A RVS parabeniza Daiana e Eduarda. ===Dia 19 de janeiro de 2013, Sueli Rodrigues Bittencourt, do GPL, lançou o Programa Construpaz—Construção da Paz, do Projeto Paz e Poesia, da qual é idealizadora e coordenadora. Está em sua página na internet e encaminhou a todos os colégios visando criar um espaço de discussão e reflexão sobre paz, violência e assuntos correlatos. ===Dia 02 de março de 2013, em Governador Celso Ramos, aconteceu a Abertura do Ano Literário da ALB/SC—Academia de Letras do Brasil, com entrega da Medalha Poeta Célio Gilberto da Silva para Heralda Victor, Maura Soares e Neusita Luz de Azevedo Churkin, todas do GPL, entre outros agraciados. ===Dia 23 de fevereiro de 2013, o GPL recebeu email da Sra. Walburga de Saxe-Coburgo e Bragança, Arquiduquesa da Áustria, apresentada a Maura e Therezinha Cacilda em evento em Treze Tilias, respondendo ao recebimento da RVS n.39. Eis seu comentário: “Agradeço a Revista do Grupo de Poetas Livres. Estou lendo as simpáticas — às vezes alegres, às vezes tristes — mas todas profundas e românticas poesias. Como são belas estas poesias, cheias de sensibilidade e amor. Eu estou lendo todas com atenção e noto que entre os poetas encontram-se também estrangeiros: portugueses e espanhóis—há mesmo uma poesia em alemão (que é de resto muito bonita). A “Oração do Poeta” de Zeula Soares é magnífica! Linda a poesia de Márcia Reis Bittencourt, responsável pelo sucesso da sua iniciativa,incentivando alunos em escrever poemas. Tantas outras poesias me impressionam e entusiasmam — “O Verbo”, de Leatrice Moellmann, “Tempestade de Sofrimento”, de Valter Osvaldo Sant´Ana e não por último “Bacante” de autoria da senhora. Gosto muito do interessante “Concurso On-line”, com os poemas de saudade, poesias como “Súplica da Árvore” que é uma poesia maravilhosa. Com admiração vejo que a cara D.Therezinha Monteiro Mann lançou um livro. Parabéns para ela! P.S. No momento estou em Baden perto de Viena e tenho somente um teclado alemão à disposição. Walli. Sra. Walburga de Saxe-Corburgo e Bragança com Therezinha Cacilda, em Treze Tilias, novembro 2012, ocasião em que The.Cacilda presentou-a com seus livros e a obra de Jelena Ribeiro, “A noite em que os céus se abrem”. O GPL entregou a RVS n.39. ===Registro em reunião de 7 de março de 2013, que Doralice Silva e Antonia Maria Gama, participaram em 12 de dezembro de 2012, da peça de Natal encenada pelo Teatro da 3a. Idade, de São José, em que Doralice foi a narradora. ===Registro em reunião de 7 de março de 2013, que Celso João de Souza trabalhou, em Biguaçu, na época de Natal, dezembro de 2012, na Cantoria do Terno de Reis, percorrendo os recantos do município cantando e declamando poesias alusivas à data. ===Dia 7 de março de 2013, Sandra Regina Clara N. Pinto registrou sua participação, pelo Hemosc, de corrida na beira-mar da Ilha — Corrida da Mulher — tendo recebido Medalha. “Mens sana in corpore sano”— o lema de Sandra. ===Dia 13 de março de 2013, na Casa José Boiteux, Abertura do Ano Acadêmico do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, com palestra do Pe. José Artulino Besen, pelas comemorações dos 300 anos da criação da Paróquia de Nossa Senhora do Desterro. A presidente Maura representou o GPL. ===Dia 16 de março de 2013, em Blumenau, no Teatro Carlos Gomes, Celso João de Souza declamou poesia, representou o GPL na posse da diretoria da Academia de Letras do Brasil, cujo presidente da região catarinense é o escritor Miguel João Simão. ===Dia 21 de março de 2013, a Portaria 01/2013,designou Eloah Westphalen Naschenweng como responsável pela página do Grupo de Poetas Livres, na internet. 40 ACONTECEU... ===Registro na reunião de 21 de março de 2013, que Maura, Sueli e António José Barradas Barroso, participaram da 1a. Antologia Logos-Fénix, de Portugal, com seus poemas. Maura comunicou que também está na Coletânea de Portugal—Fénix— com seus poemas e textos. ===Registro na reunião de 21 de março de 2013, da participação de 24 membros do Grupo,na obra do prof. Celestino Sachet, “A literatura dos catarinenses”. ===Registro na reunião de 21 de março de 2013, que Celso J. de Souza, dia 16 esteve na Rádio Tijucas e declamou poemas. ===Dia 27 de março de 2013, Maura participou, representando o GPL, nas comemorações dos 18 anos da ACPCC-Associação dos Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses, tendo por local o Auditório do Palácio Cruz e Sousa. ===Em abril de 2013, registro da participação do escritor e poeta Luiz Carlos Amorim,no 27º Salão Internacional do Livro de Genebra (Suiça). Nascido em Corupá, SC, Amorim foi o único catarinense que participou do evento este ano, lançando três obras: “Nação Poesia”; “Borboletas nos Jacatirões” e “O Rio da minha cidade”, esta agraciada com a Menção Honrosa nos Prêmios Literários Cidade de Manaus. ===Em carta de abril, do escritor de João Pessoa, PB, Luiz Fernandes da Silva, comunica o GPL do falecimento do poeta Lari Franceschetto, de Veranópolis, RS, que era amigo do Grupo. ===Dia 5 de abril de 2013, Maura esteve na sede da OAB/SC, para a Sessão Solene de Instalação e Posse da Academia Catarinense de Letras Jurídicas, tendo como presidente e vicepresidente, os confrades Cesar Luiz Pasold e José Isaac Pilati, respectivamente. ===Dia 6 de abril de 2013, a jornalista Carol Macário e a fotógrafa Janine, na residência da presidente do GPL, fizeram reportagem sobre o Grupo, para o Jornal Notícias do Dia, haja vista as comemorações dos 15 anos do Grupo. Eloah W. Naschenweng também participou, respondendo perguntas. Eloah doou seu E-Book, “A Dança da Vida” e Maura doou a 7a. Antologia e números da RVS. Sueli Rodrigues Bittencourt declamou seu poema-acróstico “Aniversário do GPL”: Grupo de Poetas Livres! Reúne-se hoje em festa!... Uns mais jovens,outros, idosos... Porém, todos com a mesma meta. O aniversário de quinze anos. 11 de Abril de 2013—Sessão comemorativa aos 15 Anos do Grupo de Poetas Livres, tendo por local o Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho. Nessa sessão comemorativa estiveram presentes:João Batista Nunes, Secretário Regional do Continente; Roberto Rodrigues de Menezes, presidente da ALMESC; Maria do Carmo Tridapalli Facchini, presidente da Acad. Letras de Nova Trento; Rosimeri Tridapalli, presidente da Assoc. de Teatro Anima Trentina, de Nova Trento; Hiamir Polli, presidente da ADL; Susana Zilli de Mello, repres. a ACALLE e a ACPCC; Maritza Fabiane Messini, diretora da Biblioteca Pública Prof.Barreiros Filho; Augusto Barbosa Coura Neto, da ADL; Nelcy Mendes, da Edit.Papa-Livro; Kátia Rebello, da ADL; Ivens Antônio Scherer, da ACALLE; Fernando Cesar Gomes Machado,presidente do INGESC; membros da Associação Coral Hospital Florianópolis. Associados do GPL presentes: Antonia M Gama; Zeli Maria Dorcina; Eloah W.Naschenweng; Alzemiro L Vieira; Stela Máris Alves; Sandra Regina C.N.Pinto; Therezinha Cacilda M. Mann; Ana Cristina R. Cascaes; Eunice Tavares; Maurilia Freitas; Zeula Soares; Ivan A Pereira; Celso J Souza; Manoel Mario R Bittencourt; Airton da Silveira Filho; Alcides Calazans; Maria A Pereira; Doralice Silva; Carlos Piccoli; Vera Portella; Sinval Silveira; Sueli R Bittencourt; Maura Soares. No Cerimonial, a presidente registrou as comunicações recebidas e votos de boa sessão, destacando o representante do GPL na Argentina Donato Ramos que enviou “un saludo a todos y mucha Paz”. No Editorial lembrou sobre a fundação do Grupo em 13 de abril de 1998, por Maria Vilma Nascimento Campos, comentou sobre a 7a. Antologia “Os mais belos poemas do Grupo de Poetas Livres”, obra assinada por 36 poetas do Grupo entre efetivos e correspondentes, que homenageia seus poetas em páginas especiais: Maria Vilma Campos, Adelício Manoel Campos(Licinho) e Maurilia Freitas. Registrou as outras publicações do Grupo, seus Projetos Doce Poema, Viajando com Poesia, O escritor e sua obra. Agradeceu a sonorização pelo técnico Helinho Sol. ===Dia 19 de abril de 2013, Celso João de Souza em Santo Amaro da Imperatriz, participou de comemorações junto ao Grupo de Senhoras daquele município, declamou poemas e fez entrega de exemplar da 7a. Antologia. ===Dia 25 de abril de 2013, em reunião, Maura comentou sobre a decisão do governo do Estado em entregar o Teatro Álvaro de Carvalho para o SESC.Disse que publicou carta sobre o assunto no Jornal Noticias do Dia. ===Dia 25 de abril de 2013, Celso João de Souza registrou que fez um Pasquim sobre coisas engraçadas do município de Palhoça, por ocasião do aniversário de emancipação política do município, que ocorre em abril. ===Dias 27 de abril a 12 de maio, na Feira do Livro de Santa Maria,RS, nosso poetamigo Antonio Pereira Mello compareceu, representando a Casa do Poeta de Santa Maria-CAPOSM. ===Dia 2 de maio de 2013, Sandra Regina Clara Nepomoceno Pinto, em reunião do GPL, apresentou a vida e a obra do escritor português Luis Serguilha, dentro do Projeto O Escritor e Sua Obra. Serguilha trabalha a metalinguagem na poesia e tem recebido prêmios por seu trabalho. ===Dia 9 de maio de 2013, dentro do Projeto O Escritor e Sua Obra, Vera Portella apresentou biografia do escritor gaúcho Apolinário Porto-Alegre, que foi poeta, romancista, contista, teatrólogo, filólogo, biógrafo crítico e historiógrafo. ===Dia 13 de maio de 2013,nos estúdios da RBSTV,Celso J.Souza e Zeli M.Dorcina compareceram ao Jornal do Almoço, pelo GPL, no dia do lançamento do Prêmio RBS de Educação para Entender o Mundo. ===Dia 14 de maio de 2013, na Biblioteca Barreiros Filho, Eloah W. Naschenweng e Maura Soares, pelo GPL, participaram de reunião com a diretora Maritza Fabiane Celestino com vistas a apoiar o Projeto Biblioteca Itinerante e os membros do GPL e dos grupos presentes serem padrinhos da Sala Infantil. Presentes: Cesar A.Rossi, Teatro de Bonecos; Laura M.G.Almeida, pela Associação Coral HospitalFlorianópolis; Vera Costa, pelo Gratta; Luciano José Silva, pelo Grupo Agnus Dei. De atividades, comemorar!... E então...Poetar e cantar... (e cantar, e cantar...) Poetas de todas as crenças... Ovacionam...Cantam o amor! E louvam o alívio da dor! Trabalhando pela paz, A educação incentivam, Saudando o bom professor! Livres por natureza, Investem no que acreditam, Vibram por um mundo melhor! Recusando sempre o pior!... Em plena harmonia aí se vive! SALVE O GRUPO DE POETAS LIVRES! Na sequência da programação de aniversário, uma Roda de Poesia com os poetas do GPL:Maria da Anunciação, Zeli, Sandra, Vera, Ana Cristina, Doralice, Antonia, Eloah, Alzemiro, Celso, Alcides, Sinval, Carlos, Stela Máris, Sueli, Maurilia e Maura (esta apresentou a Oração do Poeta, de Zeula Soares). Em seguida, a apresentação musical de Manoel Mário Reis Bittencourt, do GPL, apresentando-se ao violino. Finalizando a programação a apresentação da Associação Coral Hospital Florianópolis, regida pelo maestro Fernando Tadeu de Carli. Uma noite memorável! 41 ACONTECEU... ===Dia 16 de maio de 2013, Neusita representou o GPL na Sessão Solene de Emancipação Político-Administrativa de Biguaçu. ===Dia 27 de maio de 2013, na Abertura da Festa do Pinhão, em Lages, Carlos Picolli representou o GPL declamando seu poema “Semente de Araucária”. ===Dias 27 e 28 de maio de 2013, no Auditório do Tribunal de Contas do Estado, Maura e Therezinha representaram o GPL no Seminário alusivo ao Ano de Portugal no Brasil, promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. ===Dia 28 de maio de 2013,no Plenário da Câmara Municipal de Florianópolis, a Sessão Solene da Academia Desterrense de Letras, para entrega do Prêmio Vilson Mendes de Literatura ao Prof.Dr. Celestino Sachet. Esse dia também marcou os 15 anos da ADL. Heralda, Alzemiro, Maura compareceram pelo GPL. ===Dia 5 de junho de 2013, o lançamento da 9a. Edição do Concurso On-line, 2º Prêmio Licinho Campos de Poesias de Amor, com vigência até 30 de setembro de 2013. ===Dia 6 de junho de 2013, na Biblioteca Prof. Barreiros Filho, o lançamento da obra de Áurea de Mello Baldissera, do Grupo de Poetas Livres,”Desdobrando”. Apresentação Musical de Cacildo Silva, Rita de Cássia Dircksen e Luciano Zanetti. Participações Especiais de Alzemiro Lídio Vieira e Celso João de Souza. Compareceram pelo GPL: Alzemiro,Celso, Cacildo, Antonia Maria, Doralice, Stela Máris, Zeula, Heralda, Sandra, Sinval, Neusita, Eunice, Maristela, Eloah, Zeli Maria, Airton. Pela ADL, Augusto B. Coura Neto e Kátia Rebello.Maritza Fabiane, Edu, Leia, Silvana e Nilza, pela Biblioteca. Coquetel por Jean Carvalho Chef, Ivonete & Filhos e Moisés Garcom. A sonorização esteve a cargo do prof. Adair Lima. Cacildo, Rita de Cássia e Luciano receberam Certificado pela Participação Musical. Maura atuou no Cerimonial. A RVS cumprimenta Áurea por este lançamento. Cultura de São José com vistas a preparar intercâmbio entre aquela Secretaria e o Grupo de Poetas Livres. ===Dia 13 de junho de 2013, dentro do Projeto O Escritor e Sua Obra, Eloah W. Naschenweng apresentou vida e obra do escritor catarinense Luiz Delfino, considerado um dos príncipes da poesia brasileira. Nesse dia 13, o Aniversário da associada Antonia Maria Gama, que está preparando seu primeiro livro. ===Dia 15 de junho de 2013, Heralda, Maura e Alzemiro estiveram na posse de Kátia Rebello na Academia São José de Letras, cujo presidente é o confrade Artemio Zanon.. ===Dia 17 de junho de 2013,no Shopping Via Catarina, Celso João de Souza se apresentou com poemas e músicas. ===Dia 27 de junho de 2013, na sede da Academia Catarinense de Letras, Heralda Victor representou o GPL no lançamento da obra “Reino das Estrelas”, de Zenilda Nunes Lins, e declamou um poema de Hoyêdo de Gouvêa Lins. ===Dia 27 de junho de 2013, Alzemiro L. Vieira apresentou seu Recital “Retina da Alma”,dentro do Projeto O Escritor e sua obra, numa prévia para o final do ano acadêmico de 2013. ===Registro: O poeta catarinense Emanuel Medeiros Vieira obteve 1º lugar em Concurso Nacional com seu poema “Borges”, publicado no site Congresso em Foco. Seu outro poema “Agregar”, também recebeu 1º lugar em Concurso Nacional de Poesia. ===Registro: O Grupo Ritus Senior, de Madri, Espanha, recebeu Placa de Las Cáritas Parroquiales de Arganda Del Rey. Pelo beneficio em prol dos necessitados. O Grupo é presidido por Manuel Gonzalez Alvarez. ===Registro:José Luiz Amorim, do GPL, lança pela internet, no Youtube, seu Projeto “O Poeta e o Artista”. Consiste em convidar artistas a interpretar suas canções em parceria com Naya Rodrigues. O primeiro vídeo apresenta João de Paula, ao violão interpretando “Ode ao violão”. ===Dia 18 de junho, na Câmara Municipal da Palhoça, a Academia de Letras de Palhoça entregou o Prêmio Ivo Silveira a Juarez Naas e aos presidentes das Academias de Letras. Celso representou o GPL. ===Dia 7 de junho de 2013, Márcia Reis Bittencourt registra que representou o GPL na apresentação do Grupo Kamada, de Copiapo, Chile, no Teatro da UBRO, dia 4 e dias 5 e 6, em Tijucas e Canelinha. Márcia doou a 7a. Antologia. ===Dia 11 de junho de 2013, Celso esteve na TV Prisma, de São José, participando de programa e declamando poesias. === Dia 12 de junho de 2013,no Coreto da Praça de São José, Celso declamou poesias, deu entrevista à TV São José , como Talento do Bairro, comentando sobre o GPL, falou de sua batalha em prol da cultura e entregou a RVS e a 7a. Antologia. ===Dia 12 de junho de 2013, Celso esteve na Secretaria de Doralice e Maria da Anunciação. Foto na antiga sala do Grupo. Therezinha Cacilda e Maurilia 42 ACONTECEU... FLAGRANTES DO GPL—TÚNEL DO TEMPO 1a: Na Penitenciária do Estado, entregando prêmios de Concurso. 2a. Em reunião, na sede 3a.:Cena de Balada dos Já-com-terra. 4a.:Na Livraria Paulus, no aniversário da livraria, recital poético e sessão de autógrafos. 5a.:Após uma reunião, ainda com Licinho. Grandes momentos que já estão na História. Agradecemos a todos. 1a.foto: na antiga sala, Zeula declama. 2a.foto:Heralda,Maura e Licinho, em reunião, no mezanino da Biblioteca. 3a.foto:outra cena da reunião no mezanino. 4a.foto: ainda na antiga sala, Cacildo inaugura a placa alusiva a Biblioteca do GPL .Placa em madeira de sua autoria. 43 GRUPO DE POETAS LIVRES –Biênio 2012-2014 Presidente: Profª Maura Soares Vice-presidente: vago 1o.Secretário: Eunice Leite da Silva Tavares 2o.Secretário: Therezinha Cacilda Monteiro Mann 1o.Tesoureiro: Adriana Cruz 1o.Tesoureiro: Zeula Soares Diretor Cultural: Sinval Santos da Silveira Responsável pelo Site: Eloah W. Naschenweng Presidente Perpétuo: Maria Vilma Nascimento Campos Presidente de Honra: Manoel Philippi Morro das Pedras, sul da Ilha de Santa Catarina. Foto Maura Soares, 2012. 44