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A.w»lgnaturn«
CÔRT K B H ICTnKROY
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Por»n,.o
l*ÜUU
Por trimestre
O PROLETÁRIO
províncias
f»$000
2$000
Por anno
Por trimestre
ta
e recreativo
Órgão dos operários, critico, litterario
j
Le monde marche.—Pkllrtan.
DOMINGO (1 DR JANEIRO
DE
1878
N.
14
ANNO 11
o equilíbrio oitentas annos. « Emquanlo Gambeta,
estabelecer
tos
l
elle
nada.
do
para
o estava esperando na praça de S. JorPartido tirado
do estado.
O PROLETÁRIO
le, Thiers, estava morrendo em S. Oercercou-se de vultos nullos, cha- nas rendas
Para concluir ; em sua vida mano. » Espirito recto, caracter inmou para servi-lo tudo quanto
fez o partido corruptivel Thiers, nunca poderia
0
187 H.
inglória
nas
de
que
Janeiro
de
abjecto
de
e
G
baixo
Rio,
havia de
comsütuir-se instrumento nem mesmo
campear de um
deixar
foi
conservador
grande e generoso partido como
suas fileiras.
Mli»l*torlo
desse systema o a fraude nas repartições publi- o republicano francez. Menos ainda
resultado
O
de
ministro
e
1 •residente do conselho
dinheiro do estado, poderia a vaidade dominar aquelle cocas,esbanjar
assombrado.
apreciou
Lins paiz
ração que durante tres quartos de seconselheiro João
estrangeiros,
deixar
credito,
nosso
o
culo, só palpitava pela grandeza de seu
Os primeiros homens do par- abalar
Vieira Cansansão de Sinimbú.
delicit
em todas as províncias
paiz, guiado por uma cabeça cuja saLeoncio de tido conservador inulilisarão-se
Dr.
império,
do
Ministro
Todos ostra- espantoso, vendo-se na dura bedoria, o mundo admirou. Diz o
completamente.
Carvalho.
novos articulista quo Thiers devia entregardecretar
de
necessidade
do
Lafayette
poder.
se ao repouso para prolongar sua vida;
Ministro da justiça. Dr.
garão-se como gozo
:
impostos.
mas, os homens de Estado não se perA corrupção alçou o collo
Rodrigues Pereira.
da
Ja se vê que bem vindos tencem a si mesmos ; e patriota por
turvas,
Ministro da fazenda, Dr. Gaspar
pescadores de águas
ao menos, excellencia Thiers, nunca se cederia as
Silveira Martins.
cujo auxilio era necessário àj devem ser os liberaes,
suggestões do egoismo e a Europa, nâo
marquez do
e amor tia lhe
moralidade
surgitrazem
Ministro da guerra,
gangrenada
situação
tão °,
perdoaria a inércia em presença
primeira
,
..
i_.j-~
~~+.,;«
nín
«nndn
a
a
não sendo
primeira das veleidades e aventuras de MacHerval.
os lados.
todos
pátria,
de
rão
Joaum acto de Mahon, e seu corrilho.
Ministro da marinha,conselheiro
vez
praticam,
que
de
venenaram-o, e
Os homens do empenho
Delamare.
a direcção « Os contemporâneos
recebendo
quim Raymundo
civismo
foi elle um dos poucos que assistiram a
commercio honra alcançaram o triste priMinistro da agricu tura,
calamitosas,
do paiz em épocas
própria apotheose.
Villa-Bella. vilegio de ser em seu.reinado,
de
barão
« obras publicas,
como essas, arranjadas sempre « A justiça da historia dará a ultima
ministros
que
houvessem
demito ao busco desse homem, que era
que
rei.
do
amigos
mais que unia gloria da França, era
dispuzessem dos dinheiros pu- pelos
um foco cuja luz resplandecia pela
X quoda
blicos, e outros que fossem
Europa, e expargia seus raios até os
com contra-4 As
e
1877
Tlxlors
commanditarios
de
do
anno
nora»
o
Findou-se
conflnB do novo mundo. A verdade
ultimas
empregados.
e
do nosso exige esta rectiíicação. Não é minha incom elle a situação que se bandistas
Dando espaço á rectiücação
alto, ,11 nstre amigo, o Sr. Carvalho, temos a tençáo glorificar Adolpho Thiers, o que
do
influos
corrupção
a
sob
vindo
E
inaugurado
tinha
o artigo importa é impedir equivocos e deixar
declarar, que não é nosso
de
cova
uma
regede
estado
o
tornou-se
xos de uma aurora
mas sim, uma transenp- bem claro o gênio da França; que eu
publicado,
Caco onde todos os empregados Cão do Novo Mundo, que por engano amo porque amo a liberdade.
neração.
« Rio, 25 de Dezembro de 18?8.--F
sahiu no numero passado:
Bem fatal foi ao partido con- se locupletaram com os dinheicâmara « Sr. redactor.-SÓ hoje é que li em sua lt. de Carvalho. »
na
roubo
tempo
de
que
;
ros
espaço
o
públicos
servador
a epiconceituada folha o artigo com
tamonde
CaPará,
ao
do
subida
municipal
a
POLÍTICA
decorreu entre
acima e confesso que surprengrapbe
da rocha bem se usava n'uma agencia do deu-me dolorosamente ver nas columpitolio e a queda
França
correio de selos servidos, rou- nas do Proletário, apreciações acerca
Tarpeia !
tão
de Santos, des- do maior estadista deste século,
alfândega
A SU11M1SSÃO DE MAC-MAHON
na
bo
ao
poder
creio tremeria a mão do
O partido que subira
inexactas
que,
oascollectorias, fraude
falques
e
A noticia dos últimos acontecimentos
de Cassagnac, se preos
todos
princípios,
próprio Paulo
calcando
etc.
Thiers
de
na extracção de loterias,
em França alegrou a todos os liberaes
tendesse deturpar a memória
fazendo tantas promessas para
Do referido artigo dcprehende-se que, sinceros.
decoro,
do
leis
às
deixou
o
Desrespeito
somente
do
paiz, que
a salvação
o grande cidadão, não tinha
A queda da política de resistência
dinheiros pu- as nobres ambições do estadista que
depois de tantos annos do usu- esbanjamento de
os aabe o que quer, e tem consciência de não foi uma simples victoriâ de partido,
todos
corrupção
por
blicos,
frueto do poder?
os seu mérito ; que não tinha a .robustez mas a do grande principio da soberania
todos
de
o
inutilisação
imposto,
o
lados,
se
Nada ; deixarão
se apregoava nem a saúde que
do povo. Aos atritos do suffragio unique
colheu
o
de
e o desejo
déficit, a corrupção e o descre- seus homens ; eis que
suppunha ; que a vaidade
versai, abateu-se o poder pessoal. Triumavio
sué
sua
a
que
vingar-se de Mac-Mahon,
o partido áulico com
dito.
do direito contra o direito
a campanha phou a força
emprenhender
gorava para
O partido chamado pelo im- bida ao poder.
toda sua da força.
em que havia consagrado
de 1877,
se apresentava
Quando em 24 de Maio
Porém não foi só esse o mal, energia.
perador e que
estes
diante da colligação monarchica, desceu
como-o salvador do paiz, nada governando o paiz sem um fim « Nada mais injusto que um juízos.
velho
quando
fez.
do pod«r o salvador da França, laulugar, os Ha poucos mezes efestejava
oecupar
só
seu annie
para
Thiers,
de
im- amigo em expanções intimas o velho reado pela estima de seu paiz e admiNo intento de quando se reum
crearam
conservadores
versario,
tirassem do poder deixar algu- menso funecionalismo, para a- estadista disse a este seu amigo de rado pela Europa, não faltou quem
de
poder assistir ao achasse exagerada a susceptibilidade
julgava
ma cousa feita, os conservadoinfância
que,
verdadeiras
mesmo de Thiers. O velho estadista, vendo mais
quinhoar amigos,
mediseu centenário, e o modo
execução
em
res pozerào
augmendo ataque de
harpias do orçamento,
sua morte, a violência
seu
de
longe e mais alto que os seus censores,
fazião
não
parte
vie
obridas, que
robustez
a
~que foi victimà prova
déficit©- virão-se
de
tarâooo ueuww
tarao
conhecendo como ninguém o espirito
foram
isso
aos
e
natureza,-Jovem
programma que por
a decretar nOVOS impOS-I riUdade daquella
gados
pessimamente executadas.
.. »
®BaSOTS^'«»flyB*
*"~"T
seu paiz o as tendências do «ua época, tostada e, evitando equivoco», repellio
comprehondeu quo a derrota de Romusat das urnas o próprio chefe do gabinete,
e a estrondosa victoria do Rarodot oram primeira figura da ordem moral. Esse
uma advertência da politica quo a exomplo quo a democracia franceza dera
França desejava do preferencia, o, flol de sua vigorosa organisação. disciplina
ás tradições parlamentares de toda sua o bom sonso admirou o mundo q dosvida, entregou o poder a essa maioria,
embora de oceasião, forte para demolir.
impotente e incapaz de odiAcar.
Ephemera, sem raízes no paiz. fraca
por heterogênea, ella appellou para a
força creando o celebro governo de
cito, podera-80 tomar de assalto roductos fortificados ou fazerem-se bravura*
om um campo do batalha, o, todavia,
ser-so imbecil oin faço dos complicados
problemas do governo de um grande
duollo quo loucamente travou com o povo. o duque do Magenta «erá bravo
norteou as colligaçõos.
suffragio universal, Mac-Mahon achou-se soldado, até mesmo em Sodan, nunca,
Entregues do governo os legítimos em faço do adversário seguro da incor- porém, o chofe constitucional do uma
republicanos, a todos surpreendeu sua ruptivol maioria da câmara dos deputa- grande nação.
admirável aptidão o capacidade para o dos o do apoio moral d.a Europa, como
governo, de sorte que a indecisa bur- o réo <»m face do juiz!
NOTICIÁRIO
guezia abraçou de coração a republica,
sua
frente,
íí
com
Mac-Malton
combate,
o a própria, Europa monarebica ganhou
o qual, explorando as indecisões da
profunda sympathia por ella, e quando
o
radicacom
assustando-a
burguezia,
Mac-Mahon, o pretenso defensor da
Usino, a quem calumniava, confundido o ordem, tentou tomar
do assalto o posto
a
inlernaciocom
republicano
partido
oceupado pelos eleitos da nação envianesse
e
nal; essa maioria
governo, pondo do a Júlio Simon a celebre missiva em
tm concurso um tbrono, imitando a termos do
quartel, foi tal a unanimiHospanha, na caça de um rei e no leilão dade do
desgosto, que osso chefe de
de uma coroa, acabou por cobrir-se com estado
de coalição — tonteou. Soldado
o manto da republica, para melhor valente,
porém político boçal, tornott-.se
trahil-a.
instrumento maleavel nas mãos de
Estabelecendo uma republica, não Broglie e Dupanloup.
somente sem republicanos, mas contra
Dissolvida a câmara dos deputados;
os republicanos, creando uma constitui- atirado a luva
ao generoso e dedicado
ção resolvidos a desprèzal-a, os homens
partido republicano, levantou-a o quede 24 de Maio, do governo de combate rido filho da França,
o tribuno da
passaram a governo da «ordem moral». democracia, GamheMn, ergueu-se á aiNo entanto, a França assistia tran- tura do
povo francez e consubstanciai!estas
ridículas
transforséria
a
e
quilla
do-o atirou por sua vez ao marechal o
inações, a esses desacertos dos represen- famoso dilemma—suhmotter-se
ou detan tes do spasmo, da supréza dolo- mittir-se! Nem a subserviência
dos
rosa, do desastres quasi inverosimeis
juizes condemnando-o em ostentosos
e
valente
glorioso.
para um povo
processos, nem a violência dos insultos
A' violenta compressão exercida pelo dobraram a energia patriótica do deministério Buffet, o suffragio universal putado de Belle-Ville, apoiado pola
respondeu com a esplendida victoria de grande maioria do paiz.
20 de Fevereiro. A França varreu a sua
Tudo tentou-se; o gabinete Broglie-
FOLHETIM
Portou foi além das praticas deaavergoabadas do segundo império; mas, esbarrou de encontro a* tnquobrantavel
vontade da França. O 14 de Outubro
afilrmou o 20 de Fevereiro! Vencido nc
quo continuadamente annunciam cataclysmas ; mas bem se pôde comparar á
de Cazot, no festim dado em um palácio
O aiaor salva
situado ás margens do Sena, e onde se
Sabes o que é amor. Lauro ? !... achava reunida a elite da sociedade em
Am a.s te algum dia ? !... Houve instante 1785
pensa e teme ; senão ouve
em que o teu coração desse o grito de esta historia :
alarma... aquelle grito inexprimivel que
O VERSO DE UMA PAOtNA DA VIDA
esvae-se, deixando-nos iminensos n'uma
letbargia profunda... o verdadeiro grito
E' noite... As éstrellas brilham no
d'alma que expontânea e subtilmente verde-negro firmamento... uma viração
parto de nossos corações sem quo o pre- tepida acompanhada de repetidos ralamsintamos... aquelle grande sentimento pagos, annuncia a approximação de
d'alma que faz abater os instinetos uma grande tempestade... As ruas tormais feros... que recluzio a extrema nain-se desertas, o o silencio, esposo da
fraqueza as hercúleas forçasde Sansão? !... noite, é quebrado de espaço a espaço
Oh ! não! Não experimentastes... não pelo rouquenho canto de uma ave ágoúsentistes ainda pulsar com violência o reira...
coração !... Impossível !... nunca amasAlém, no fim da rua, em uma eletes e ainda não amas !
vaçãoou morro, distingue-se por entre a
Mas, como nós outros, que já passa- densa escuridão da noite, uma casinha
mos por essa, phase da vida, que já pa- arruinada que vista á luz do dia é de
gamos esse tributo da juventude, estás um aspecto alegre, e o que lhe dá ainda
sujeito e breve chegará a tua vez.
mais realce é estar circulada de diffeOh que immenso prazer sentiria ao rentes arvoredos fruetiferos, ao
passo
ver-te retratado !...
que a noite, com o seu negro véo, torQuando amareles, oh ! por Deos! sovas na-a semelhante á uma jazida de
perigoso !... O teu amor será ardente... mortos.
verdadeiro. . e... tocará ao zenith da
Veremos o que so passa no interior
allucinação !... amarás loucamente!... d'essa casinha :
Chamar-me-has de prophetisa, somA sala é um pequeno quadrado de
nambula e isso acompanhado de estri- quatro
paredes arruinadas, revertidas
dulas gargalhadas j embora...
de uma pintura bem difficil de distinNão será uma prophecia vulgar e guir-seacôr; uma velha o desengon^.
irroalisavel como a d'esses astrônomos cada
janella que dá para a rua está
Que fazer? Levar a mão á espada?
Mas, o exercito da republica occultamente sondado revelou respeito pela
soberania nacional, c deixou ver
que
os Monks não são para nossos dias e
os golpes á Pavia não são para a França.
Foi isto e não a allegada lealdade, que
valo tanto quanto as promessas de seguranças feitas aos prefeitos, energumenos quo sé estufaram pela politica do
marechal, e as famosas declarações de
permanecer até o fim, para mais tarde
depender de AudifTret-Pasquier é de
Bocber.
Se, ha uma raça que, máo grado os
cruzamentos, nunca degenera ó a dos
ambiciosos vulgares. Emperrados ou temerarios, covardes muitas vezes, amoldam-se a todas as situações e papeis.
Os Thiers, certos de seu mérito, honrosamente
deixam
os
postos eminentes
quando sentem sua respeitada autoritade enfraquecida de qualquer modo.
Os Mae-Mahons, depois de descerem á
arena da luta pessoal e serem vencidos
formalmente, seguram a ponta do dilemma e humilham-se pela submissão !
E' que, á frente de um valente exerhermeticamente fechada ; outro tanto
acontece á uma porta á qual a ausencia de gonzos e fechaduras é supprida
por um pedaço de caibro que escorando-a, impossibilita a qualquer pessoa
do penetrar no interior ; duas clássicas
cadeiras, uma cama feita de palhas de
milho ao rez do chão, um candeeiro,
cuja luz amortecida não é sufficiente
para dar a claridade necessária á esta
sala; e um copo contendo um liquido
amarello, são os únicos ornamentos
d'aquelle miserável aposento.
J)ir-se-hia uma caverna de salteadores !. . completo engano.
Uma mulher bella e com os cabellos
em desalinho, chora, deixando caliir de
par em par algumas lagrimas—súcoo de
siValma—na face'de uma tenra criança
qua jaz adormecida em seu collo.
Com a fronte pendida para o innocente, ella contempla-o em silencio, solucando apenas...
E' Elisa,., é uma victima do amor,
quo guarda o frueto de um crime, como
o usurario o ouro que lhe caho nas
garras ! !...
Amava outrora Alfredo e ainda o
amava ; esse amor tocara ao ultimo
gráo do delirio, na doce esperança de
uma breve alliança I.. Porém ó fatalidade ! Um acontecimento
imprevisto
veio separal-os, embora temporáriamente, isso bastou para que se divulgasse o secreto dos dous amantes...
Club Gonçalves Dias.—Acta
da sessão ordinária em 23 de
Dezembro de 1877.
A's 12 1/2 horas da tarde,
presentes os Srs. Chagas Pereira, Chaves Mattos, Edmundo da
Costa, Gomes dos Santos, Beaurepaire Pinto Peixoto, capitão
Senna, Duarte Nunes, Almeida
e Silva, Villa-Nova, Fonseca
Lobo, Joaquim Lima e Antônio
J. Pouget; o Sr. presidente deu
por aberta a sessão.
Ia parte da ordem do dia:
Foi lida e approvada a acta
da sessão antecedente.
0 Sr. Io secretario deu conta
do expediente que constou unicamente de um offlcio do Sr. 2o
secretario, participando não poder comparecer á sessão por
justos motivos.
0 Sr. Gomes dos Santos, como
relator da commissão nomeada
para assistir á missa do illustre
finado José de Alencar, deu
conta do desempenho da mesma
commissão.
2a parte da ordem do dia; —
0 Sr. Gomes dos Santos recitou uma poesia lyrica e diversas
glozas.
Porém, um dia veio em que um pai,
cioso de sua honra, vendo-a manchada,
expulsou in continenti a filha criminosa,
e o frueto do crime ; e foi longe da patria esconder as cans ultrajadas...
Expulsa do tecto paterno, ella qual
casquinha de nóz, vagando ao bel-prazer
das tenebrosas vagas nas immensidades
d'um occeano cheio de escolhos!
— Piedade, meu Deus! dizia Elisa
com a voz entrecortada por soluços ; já
não tenho forças, e entretanto quizera
vel-o !... Só, sem outra companhia além
da de meu pobre filhinho ! fraca, sem
ter com que alimentar-me... Oh ! meu
Deos, é horrível morrer á mingua de
recursos. . falta-me o sustento... breve
faltal-o-ha também a meu filho !..; piedade, Deos dos alllictos... já tenho os
seios mirrhados !... meu filho vai suecumbir por falta de alimentação !... Oh!
não... não quero vel-o morrer de
fome !... Serei criminosa pela terceira
vez!... embora... uma vez perdida a
esperança de tornar a ver Alfredo, só
me resta a morte ! ! !...
Pois cumpra-se o meu destino ! E
tomando o copo que tinha a seu lado,
esgotou o liquido amarellado que o
mesmo continha...
Deixemos estes dous entes infelizes
supportando as agruras da forno e luctando com a morte, e veremos o que foi
feito de Alfredo :
'
{Continua).
lOàWfiar
l^.ZiA^iuéltiim
O Sr. capitão Senna recitou
duas poesias, intituladas Bcrnardiccs.
3a parte da ordem do dia:
Discussão dá these: Qual a
f()rma de ensino preferirei!
O Sr. Edmundo da Costa leu
a primeira parte de um trabalho
de sua lavra, intitulado: A fòrma de ensino preferível, onde
trata do ensino individual e
mutuo, ficando de apresentar a
segunda que consta do ensino
mixto esimultâneo, na próxima
sessão.
O Sr. Beaurepaire Pinto Peixoto, na sua preleoção sobre a
these, refutou alsrumas idéas.
expendidas no trabalho do Sr.
Edmundo da Gosta, sobre o
ensino individual.
Nada mais havendo a tratar,
encerrou-se á sessão ás 2 1/2
horas da tarde.
Participamos aos nossos collegas da Republica e Contemporaneo, que a nossa folha lhes
tem sido enviada regularmente.
Agradecendo as lisongeiras
palavras com que o Cruzeiro
accusa o recebimento da nossa
folha, temos a desejar-lhe longa vida e prosperas felicidades.
LITTERATURA
Paginas
r.IttornriaB
IMPRENSA
_
cera o primeiro canto épico
quo fôrn
conhecido pelo universo, o repercutido
no formoso espaço debaixo do cuja abobada perdiam-se os sonoros cantos de
Leonpr, envoltos nos melodiosos hymnos
desferidos da lyra de Petrarca.
E o bardo do então, oomo a cândida
magnolia pendida pelo venda vai, cabia
subjugado pela miséria, porque fora
sagrado principe dos poetas, o o povo a
quem dedicou os seus versos, não sabia
soletrar as suas sublimes estrophes!
Homero morria cego e paupérrimo
porque fora lyrico e o lyrismo carecia
de desenvolvimento.
K o principe da philosophia socratica
discursando entre seus discípulos, umpunhava com a coragem dos martyres a
taça da cicuta, suecumbindo momentos
depois aos pupos de uma horda de bandidos, porque no meio das trevas d'nquelles tempos, pretendeu fazer refletir
a luz de seus conhecimentos, e antevia
o triumpho das doutrinas que propagava como o sonho de uma sombra, no
dizer do illüstro Pindaro.
Mas, por entre o.s nevoeiros densos da
ignorância, naufragara o
gênio emprehendedor. sem um astro luzente siquer
que guiasse á almejada terra da promissão que tão de perto avistara!
E' que n'aqnelles tempos, como ainda
hoje, era máxima dos tyrannos—marcotisar os dominados,
para melhor dominar: apothèosar a liberdade,
para mais
facilmente escra visar.
Além. eram as brisas su.ssurrant.es
que embalsamando o ether com o odori fero perfumo fornecido
por mil florestas, levavam em seu regaço uma nuvem
de fumo em que ia encarnado o
geriio da
eram
os
explendidos
tropheus
guerra;
de Mileiades que penetrando no cérebro
de Temistoclcs, não o deixavam dormir.
Eram os germens da victoria que o
fariam também immortal.
As glorias do heroe erain applaudidas phreneticamente.
mas
duravam
tanto quanto o fumo da metralha após
mortífero combate.
O que faltava, pois, para que a reA*0 DR. Ji Ai DE BÁRR.OS JÚNIOR.
cordação d'essas epopéas escri ptas com
a lança dos concidadãos de Xenefonte,
A imprensa livre e as ficasse indelével na memória de cada
doutrinas úteis são ele- subdito ?
mentos de prosperidade
Faltava a oncarnação viva dos feitos
moral de um paiz, d'esse
hoinericos, faltava um archivo
que asconsórcio surge a inspisoberbasse o pensamento, como a imração do povo á tudo
mensa massa do Hymalaia assoberba
quanto—é grande e su- os horisontes no seio
da Ásia.
blime.
Pois bem ! Como as águas crystaliCosta Barros.
nas do Euphrates que precipitando-se
de catarata em catarata, sobre um leito
Bellos e explendidos corriam aqueíles de catadupas immensas
procuram redias primitivos em que os povos julga- pouso no seio do infinito, no—Oceano,
vam-se felizes, porque desconheciam in- —assim os dias abysmando-se
de seteiramente os torneios democráticos des- culo em século na escuridão
d'aquellas
tinados a abrirem em seu próprio seio noites, esperavam
pelos arrebóes de uma
uma nova phase de luz e de progresso ; aurora,
que não tardou em raiar.
nem applaudiam os surtos do gênio que
E, sobre es pincaros da bella e livre
levados pelo brio do pensamento, procucidade de Mayença, transpoz os umbraes
ravam rasgar o tênue véo que encoda existência terreno o
fiat lu.v da humabrindo desconhecidos horieontes, eneernidade; foi lá, n'aquellas
longiquas
ravam também o desenvolvimento racparagens, que ergueu-se o titan que,
cional das gerações presentes.
Assim, os habitantes de Athenas com- luetando com mil diíficuldades e dissabores contínuos, pôde um dia annunciar
pravam pelles onde se achavam gravados
em inapaveis traços, uma de sua pri- áo mundo o seu nome—Guttemberg—e.
meiras epopuas cantadas pelas esquinas destribuir o prenuncio da revolução sodas praças por um pobre cego, que ao ciai, com a própria palavra do Messias,
som de maviosa lyra, pretendia que os representada por um—Evangelho.
seus compatriotas amparassem-o; elle,
O mundo estremeceu electrisado, e a
acabava
de demonstrar ao mundo Roma dos Césares senüu tão terrivel
que
os direitos que tinha sua pátria aos choque qual bússola que em noite de
foros de capital do mundo civilisado. tenebrosa tempestade é desorientada com
De facto; era ao som de serpentear a queda próxima de uma faísca que rasdas ribas pittorescas do Meles, que nas- gando a escuridão da procella com seu
.darão devastador, sopulta-so no dow.0
do oceano; não inais as lubrv-ldndos e
crimes de Tiberio seriam sustentados
em pleno parlamont \por sou cúmplice
ministro sojano; não mais as virtudes
de Sparta seriam subjugadas
pelas leis
do Lyourgo; não mais as leis ile Roma
seriam substituídas polas de Numa.
E a Allomanha
passava impávida
o triumphante por entre as nações estupefactas, levando diante de si coroado
do immarceciveis louros, a um simpies operário quo escarnecido pela sociedade e malbarateado em sua
própria
pátria, fez-se — nobre — pelo trabalho,
pola perseverança o por essa scentelha
divina quo so chama gênio.
f (Continua)
E depois, vellio o manchado,
já prestes a so romper,
desonleitando o enfeitado,
som mais bello.su conter,
á& ao mtinturo lançado,
que o preço porque comprado
pagasto caro a viver !...
O' mundo ! Tuas grandezas
não passão do uma illusão !
Chiméricas realezas
quo surgem como o volcão,
poróm a brisa soprando,
vão-so em breve dissipando
c fogem como a visão !...
Ckskuino
Meditação
i»a
Ros.v.
Dezembro de 1877.
Debalde lento o futuro
nos meus sonhos descobrir;
não vejo no céo escuro
nem uma estrêlla a luzir !
Quo triste desventurança,
Onde vais tu, esperança,
que nild vens destrahir?..
0' mundo! Tuas grandezas
não passão de uma iIlusão !
Ghimáricas roahv/.as
quo surgem como o volcão !
Porém a brisa soprando.
vão-se em breve dissipando
e fogem como a visão !...
Guardas no seio opulentos,
que bom pequeninos são
nos virtuosos intentos.
porém grandes na ambição !..
Que pensão dourar-te, ó mundo
mas quo são o foco immundo
gerando-te a podridão !...
Aqui — soluça uma pobre,
vergada ao peso da flor.
desgraçada, porém nobre,
vertendo a vida, o suor.
para manter na virtude,
embora sem luz e rude.
a filha do seu amor !..
Á~. O...
Escuta : Eu vi-te o amoi-te !
Uni easlo afleclo sagrei-te,
E niiniralma to adorou ;
Ao vèr-te tão meiga e bella,
Tão mimosa, tão singella,
.Meo coração palpitou;
Escuta-me. oh moreninha.
Escuta uma prece minha,
Escuta-a, mimosa flor :
— Se este culto a ti votado,
Fôr, meu anjo, rejeitado.
Não me iIludas, por favor !
Se dóe vèr-se dissipada.
Unia esperança adorada.
Murchará flor da paixão.
Dóe — mais a crença illudida,
Sangra inda inais a ferida.
Na artéria,
no coração !
Mas, se é correspondido
Este amor, d'alma nascido,
Desprende dos lábios teos
lim — sim — sincero, expressivo,
Que eu juro sôr leo eaptivo,
Perante o throno de Deos !
C.
A.
Oí.iviíira
Bastos.
Alli — um velho curvado
(que os annos pesados são) ;
pode uma esmola (coitado !)
mas nem a esmola lhe dão !..
Era hontem no trabalho !...
Hoje não tem agasalho !..
Cahio exhaustò no chão !...
Por toda a parte a desgraça
— monstro cruel — a raivar !..
Ií o pobre a sorver na taça,
o fél que o ha de matar !..
Sem que um só, um só instaure,
venha um riso palpitante
a sua vida enflorar !...
Ai ! pobre ! Tu és na vida
um tapete multicòr ;
emquanto a franja florida
não desbota a linda côr,
vais o salão enfeitando,
mas o peso supportando
do teu soborbo senhor !...
VARIEDADE
Rosa <> Matrgarrlcla
(lMIANTASIA
POR IIKNRY MUROKU)
E' de manhã. O sol sahe de sua aicova estrellada; a brisa embalsama-Síe põe suas azas; os sylphos vão encher'
ás fontes do céu as urnas que devem
derramar sobre as flores da terra.
Nos jardins e nos campos todas as
flores esperam, impacientes, porque o
dia antecedente fora abrazador.
Um dos sylphos está apaixonado da
rosa. Elle desempenha a sua tarefa
precipitadamente, e corro para junto d*
seus amores a todo o vôo das azas : é
tão apressado que se esquece de inclinar a sua urna sobre uma margaridinha dos campos. Ella chama-o, mas o
sylpho não a ouve : está já perto çí <
sua bella e verte-lhe gota a gota .ís
mais puras lagrimas do orvalho.
A pobre flor esquecida sente a morte
.'irt^nw *:,".?>. .^(.-.«iw.w* .,«—;—-
ffij,qj*i^ft
gelar-lho as raUos, inclina-se sobro a
haste e despode-so das suas companheiras dos rogos
« Adeus, minhas irmãs, vou morrer.
E* chegado o sol quo queima as folhas
<» acconde a poeira dos caminhos.
« Daqui a pouco não soroi mais que
uma fibra de herva secca, o esta tarde
a azado turbilhão me arrebatará
« Mais felizes que eu, vós bebestes a
gola de água da aurora: ella brilha
em vossos cálices, como uma pérola
num cofre: rcnasceis mais frescas o
mais perfumadas. A abelha sonora acaricia-vos como me acaoiciava hontem
quando eu dava mel, Hójo não me reconhece já. Adeus, minhas irmãs, vou
morrer •, o sylpho esqueceu-me. »
Entretanto o dia passa-se, a noite
chega; a frauta do pastor chama os
rchanhos ao redil. O signal de AveMáriu voa do campanário, e a estrella
vespertina abre sua pupilla de ouro. Os
grillos e a cigarra começam sua symphonia nocturna, o ;i humilde margarida dos campos não morrôra ainda.
Appareccu então pelo caminho dos
trigos uma donzella vestida de branco.
Quando o vento lhe enfuna a charpa,
ella parece ter azas e estar prestes a
voar, caminha de vagar, o volta-se aigumas vezes a olhar para traz; porém,
não vô chegar nunca quem parece esperar.
7
' jí° -;-
>»ao I Ah/
ha elle ?
Deus mo perdoe. Amar-me-
« Amar! Eu amo muito minha torna
mãe o também minha irmãsinha Mas
a elle/ .. Não o vi senão uma vez, mas
desde osso dia meus olhos procuram-o
por toda a parto o meus pensamentos
voam sem cessar para elle. Meu Deus /
amar-me-ha elle ? Serei eu só a chorar i" »
ltosa sentara-se á beira do rego onde
ugonisava a margarida ; uma das suas
lagrimas cahiu sobre a flor. que se
seuliu reanimar por esse orvalho inesperado, e se levantou lentamente sobro
a tiragem da
nua haste, respirando
tarde. Uma segunda lagrima cahiu dos
olhos de Rosa, e molhou as petulas argenteas da flor. A margarida reunimada viu a donzella lacrimosa e comprohendeu tudo.
— Rosa, Rosa, lho disse, conheço a
causa das tuas lagrimas. Teu rosto
está pallido, triste o teu coração e humidos os teus olhos. Eu ia morrer por
falta de orvalho, tu por falta de esperança. Sb feliz,/sê alegre: Rosa. Vou
di '-te o meu segredo, sem que tenhas
necessidade de me desfolhares. Enxuga
teus olhos, Rosa, e quo teu rosto se colore, e que teu coração palpite, e que
teu sorriso volte. Rosa, aquelle que tu
amas, ama-te lambem; aquelle que
esperas está a chegar. Elle ama-te
Ella chama-s«? Rosa e está a comple- muito, ama-le apaixonadamente.
lar 10 annos: sahira ao tocar das
Ave-Marias, e caminha ao acaso, procurando a solidão: o silencio para
Amor <lo vixilxo
ouvir mais distinetamente o som da
voz, cujo echo se repercutira em seu
O vinho sempre teve grandes amacoração. Se a essa hora seu rosto está
dores, c até entre os mais levantados
triste é porque seu coração soflre ; eis
em honras e consideração publica. Sem
as phantasias que ella desfolha ao ca- haver necessidade de remontar
até Caminhar:
tão, que, se embriagava freqüentemente,
nem a Homero que fazia mais do que
« Meu Deus ! De que
provém a
'
í
com o seu divino Falerno,
allegrar-se
minha tristeza
Ha sempre lagrimas
temos em séculos posteriores homens noem meus olhos/ E minha mãe perguntaseu talento e
taveis
sua
me: Porque chuvas? e en abraço-a, social, pelo não bebiam pelamenos posição
do que
que
mas ha ainda lagrimas nos meus elles. 1'aracelso, o homem
que no seabraços. Serei só a chorar ?
calo XIV intentou fazer uma revolução
« De manhã, se quero cantar, fiando na sciencia rn.ei.lica, para destruir a aumeu Unho, sinto-o huraido debaixo toridade de Ilippocrates e Avicenna,
dos dedos, porque ha também lagrimas bebia tanto, que nunca deixava de estar
em minha canção. Elias correm em alcoolisado, quando dictava ao seu secretario as paginas dos escriptos que lhe
meus olhos, mas a fonte é n'outro
deram nome. Embriagavam-se írequenlogar. Serei eu só a chorar ?
temente os celebres Pitt e Fox, e eram
« De noite n.o posso dormir sob dous estadistas de
que a Inglaterra se
meus cortinados, e, quando faço a orgulha. 0 marechal de Villars, um dos
minha oração ao deitar, também ha primeiros cabos de guerra, eutre os que
lagrimas na minha oração. Serei eu só a França conta como primeiros, bebia
tão sem medida que lhe aconteceu esta :
a choror !
.._v « A' noite, em volta do lar, quando
Atravessando a Itália para collocar-se
nos reunimos a ouvir a legenda, se a á frente do exercito na guerra de 1734,
alegria ruidosa de nossos visinhos in- foi fazer os seus comprimentos ao rei da
terrompe um instante o narrador, eu Sardeuha. Mas como ? tão carregado, e
em si, que mal podia suster-se
tão
quero rir-me como os outros, mas ha em pouco
pé, e por ultimo estendeu-se aos pés
também lagrimas no meu sorriso: Serei
do rei, dizendo :
eu só a chorar ?
« Ora eis-me de todo agora aos pés
«x Ah .' se elle soubesse—aquelle que
de Vossa Magestade ! » O espirito o comme levou comsigo a alegria—talvez que
o espiri:o o salvou, pelo
voltasse. Espero-o, procuro-o por tftda prometteu,
menos em palavras não se pôde ser mais
a parte e não o encontro .' Esta tarde conveniente no meio de circumstancia
também o espero. Virá elle ?
tão critica.
« Elle que me arrebatou o coração:
Ora, se os figurões de então bebiam, e
que me deixou apenas o seu nome/ Seu muitos de hoje não bebem menos, como
nome, que está sempre em meus lábios! não hão de beber os pobres amigos do
Seu nome, que eu metti em minha bal- Baccho ? E' no vinho que elles apagam
lada, parecendo-me a ária mais bella / a lembrança de muitas de suas mise?Que eu metti também em minha ora- rias,. »
AAA\;
FOLHETIM
42 fluencla do Sr. Pipo Chardon-
(I CEGO DE BAI.MH.ET
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üurlof DoHly»
VERTIDO
110
PRANCBZ
pon
•J. í?lí, 13,
III
— Sempre se ganha... excepto quando se perde !... Experimentai , meu senhores !
Como a fortuna, também sou
cego... Vinde, minhas senhoras ! Vinde, pois sou cógo como
o amor !... E a agulha gyrava,
primeira, segunda, terceira e
mais vezes, pois o interessante
velho tinha sempre nos lábios,
para os rapazes, uma phrase á
Désaugiers ; para as moças,
uma graça a Pompadour que as
fazia sorrir.
Em breve, em todo o bosque
de Romainville, nao se fallava
senão nos amáveis macarrões,
e nas elegantes phrases do velho de qualquer maneira se
ganha.
Os outros vendedores desprezados andavam furiosos.
Pois então as coisas chegaram á ponto de, o ultimo chegado, quasi que monopolisar
todo o commercio de maçarrões ? !...
Era absolutamente como no
reino dos céos.
Nada. Não ha tempo á perder. Torna-se necessário exterminar de qualquer fôrma o
fatal vendedor.
Para tratar-se deste pérfido
assumpto, reuniram-se em assembléa geral todos os maçarroneiros da visinhança.
Acclamaram um presidente ;
pronunciaram-se brilhantes discursos ; e terminaram gritando
todos ao mesmo tempo, pois não
chegavam á entender-se, coisa
esta muito commum em todas
as assembléas deliberativas.
Entretanto, concluíram que
este funesto estrangeiro oceultava a sua proveniencia, e que
não tinha permissão em regra
ou lugar reconhecido pela autoridade competente.
Concordaram comtndo que
uma commissão para este fim
nomeado iria á casa do Sr.
maire, e em nome da lei que os
regia e para desaggrayo da nacionalidade r o m a invilleuse,
exigiriam a immediata próscripção do intruso,
O golpe podia ser bem fu nesto.
Porém o ancião soube paral-o, antes mesmo de vibrarem-no.
E tudo graças à benéfica in-
neret.
Estejoven derninhador colhera ainda algumas moedas do
velho Macarrão.
A's vezes era um novo agarico ou novas lagartas ; outras
nm ramo enfermo ou quebrado
pela tempestade e que para interesse geral da arvore tornava-se necessário cortar... Quo
posso mais suppôr ?... PipeChardonneret, filho de jardineiro, cultivava soffrivelmente
a cenoura; e ainda mais, elle
pretendera exercer o direito de
caça sobre as duas arvores immediatamente vigiadas por elle
e a isto se oppuzera o ancião.
Travaram-se portanto grandes debates, que terminaram
por um tratado em que, me.diante o tributo semanal de
uma dnzia de macarrdes, o garoto considerava os dois carvalhos francamente accessiveis
ás aves do bosque.
Quer seja ou não assim, torna-se necessário ao nosso dever
de historiador, affirmar que...
mais por sympathia, que por
interesse, o rapaz tornara-se
amigo verdadeiro do pobro
cego.
Portanto, e nesta qualidade,
logo que soube da resolução tomada por seus inimigos, PipeChardonneret tratou do informar do perigo ao velho de qualquer maneira se ganha.
(Continua.)
AVISO
Constando-nos algumas irregularidades sobre a remessa da
folha, rogamos aos nossos assignantes dirigirem suas reclamações á rua de Theophilo Ofctoni n. 154, onde poderão pagar as assignaturas em atrazo.
Outrosim, estando Analisado
o primeiro trimestre da nossa
folha, não remetteremos mais
folhas aos Srs. assignantes que
não estiverem quites.
O escriptorio do Proletário é
exclusivamente na rua de Theo
philo Ottoni n. 154.
Typ. da Reforma rua 7 de Setembro 18í
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cogo ia morrer