Nº 111 - Brasília, novembro de 2009
Franqueado
DECRETO
LEGISLATIVO
No 52288/63
unicef
Rádio
parceria
Quando a família
participa da escola
A participação dos pais tem forte impacto sobre o
desempenho escolar dos filhos. Outros fatores, como
atividades extracurriculares e hábitos de leitura
também influenciam no aprendizado. Os dados estão
nas avaliações da qualidade do ensino realizadas pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep/MEC). Vários outros estudos também
indicam que quando a família está por perto, interessada,
a criança se sente segura e motivada a estudar.
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A participação não é só na verificação dos deveres ou nas
reuniões programadas. Isso é importante, mas existem
outras formas de estar presente e contribuir para a
educação dos filhos. Os pais devem ir à escola, conversar
com funcionários, professores e procurar colaborar.
Assim, eles mostram que acreditam na educação. E o que
acontece? Os educadores também trabalham motivados,
contribuindo para a qualidade do ensino.
No boletim deste mês você vai conhecer algumas
formas de participação da família na escola e
como ela influencia na melhoria da educação e no
desenvolvimento da criança.
Participe você também, radialista. Todos têm alguma
contribuição a dar para melhorar a educação de nossas
crianças e adolescentes. Divulgue. Faça entrevistas,
reportagens, ouça pais, mães, professores, funcionários
de escola e ainda os setores da sociedade que colaboram
com alguma escola pública.
Boa Leitura!
Equipe do Rádio pela Infância
Radígia de Oliveira
pela Infância
Família participativa, aluno e escola valorizados
Como a família pode
participar mais da
escola
Quem é responsável
pela escola pública?
Dicas para os pais
Leia
neste
boletim
O Rádio Pela Infância voltará em março de 2010
Neste fim de ano o Rádio Pela Infância fará uma pausa para avaliação. Este é o último boletim de 2009. Voltaremos no mês
de março com o informativo aperfeiçoado para que seja cada vez mais útil para o seu trabalho como radialista.
Este é o momento para você fazer críticas e dar sugestões. Diga também o que mais gosta no boletim, o tipo de
informação que tem sido de mais utilidade para a sua emissora. Mande um e-mail para [email protected]. Se preferir,
ligue para (61) 3202-1720 e fale conosco.
Família participativa, aluno e escola valorizados
O relacionamento que a mãe e o pai do
estudante têm com a escola reflete no
desempenho dos filhos. Os alunos se
sentem mais motivados e confiantes quando
os responsáveis acompanham a vida escolar
deles. Junto com a participação dos pais, também
pesam a gestão participativa e democrática da escola
e as parcerias externas com empresas, associações
de moradores, universidades e organizações nãogovernamentais (ONGs).
Pra você ter uma ideia de como essa participação é
importante, em 18 escolas das 33 analisadas pela
publicação Aprova Brasil, o Direito de Aprender, o
bom desempenho das crianças e dos adolescentes foi
atribuído à participação da comunidade no cotidiano
da escola, incluindo aí a presença dos pais. O estudo
foi realizado pelo UNICEF, Ministério da Educação
(MEC) e União dos Dirigentes Municipais de Educação
(Undime).
Segundo a Secretária de Educação Básica do MEC, Maria
do Pilar Lacerda, pesquisas mostram que as crianças têm
um melhor desempenho quando a família acompanha
de perto como está a vida escolar delas. Esse não é o
único fator de sucesso, mas tem um peso grande. Pilar
Lacerda diz que “é muito importante que o pai e a mãe
se interessem e, principalmente, que valorizem a escola
do filho, com atitudes como: não deixar a criança
chegar atrasada, perguntar se fez exercício, olhar o
caderno”. A secretária arrisca uma sugestão para o
pai ou a mãe que não tem tempo: “Se o pai chega
tarde pode deixar um bilhetinho dizendo que viu
o dever e que gostou. Todas essas demonstrações
sinalizam para a criança que estudar, ir pra escola
e participar das tarefas escolares são atividades
valorizadas pela família”.
A participação dos pais na escola também tem
peso na melhoria da qualidade da educação
oferecida. Pilar Lacerda acredita que se a
família se interessa, o diálogo com professores
e coordenadores flui melhor: “Uma família que
informa que o filho não está querendo ir para a
aula, que percebe alguma dificuldade da criança e
procura a escola, a relação não sofre interrupção
e não acontece só em momento de crise. A relação
se dá com menos tensão e o resultado é melhor”.
A secretária se refere aos períodos em que os pais são
convocados para saber de algum problema relacionado
ao filho ou filha, ocasião em que geralmente são
chamados para uma conversa.
Maria do Pilar Lacerda
Assessoria de imprensa SEB/MEC
[email protected] (61) 2022-8321
Radígia de Oliveira
Pais e mães atuantes
A contadora Esther
Felipe Gonçalves
sempre arranja
tempo para
acompanhar a vida
escolar das duas
filhas: Sthefany, de
14 anos, e Jéssica, de
8. As duas estudam
em escolas públicas
de Brasília. Apesar
de trabalhar oito
horas por dia, a mãe
participa ativamente
da vida escolar das
João Gonçalves de Melo com a filha Jéssica
meninas: frequenta
as reuniões, auxilia nas tarefas de casa e faz questão de
conversar com as duas sobre os professores, os colegas,
as atividades em sala de aula. Quando descobre algum
problema, Esther entra logo em contato com a escola.
Recentemente, a Jéssica, que está no 3º ano do Ensino
Fundamental, recebeu uma advertência. A mãe não
perdeu tempo: ligou para a professora e agendou um
encontro. Ela diz que é “para a criança saber que tem um
suporte”. Quem pensa que as meninas acham ruim, se
engana. A Jéssica, por exemplo, opina que “a professora
tem de falar o que a criança tá fazendo na sala”.
O pai, João Gonçalves de Melo, contribui principalmente
quando a lição de casa das meninas exige habilidades
manuais. Há um mês ele ajudou Sthefany a fazer um
fantoche para apresentar em sala de aula. Além de
acompanhar as tarefas diárias, o pai também frequenta
as festinhas escolares, atividades importantes para a
aproximação entre a família e a escola.
Exemplo – A professora de português Josidalva Torres
Coelho guarda com carinho os trabalhos do ex-aluno
Cleber Lopes Júnior. A participação do pai dele na última
reunião escolar do ano foi decisiva para esse menino
de 12 anos que fazia a 6ª série e estava de recuperação
em praticamente todas as matérias. Para passar, o
adolescente precisaria alcançar média 10 em algumas
disciplinas, entre elas, português. Ao saber da situação
do menino durante a reunião, o pai assumiu toda a
responsabilidade. A partir daí, colocou o filho para
estudar, deu apoio na hora de fazer os trabalhos e, no
fim, o adolescente conseguiu passar para a 7ª série.
Essa história faz três anos, mas a professora Josidalva,
que dá aulas em escolas públicas de Sobradinho, no
Distrito Federal, não cansa de falar de Cleber para os seus
atuais alunos toda vez que vê um estudante querendo
desistir. “Ele passou direto, você acredita?”. Na opinião da
professora, a participação do pai foi mesmo decisiva: “Ele
dificilmente teria conseguido sozinho”. Ela observa que
“estudantes com pais presentes são mais aplicados”.
Josidalva Torres
[email protected] (61) 9695-5438
Como a família pode participar mais da escola
Os pais ou responsáveis devem ir
à escola sempre que puderem.
É importante conhecer a
diretora, os professores,
os funcionários e ouvir o
que eles têm a dizer sobre
os filhos; participar das
reuniões, das festas; ajudar
na organização de algum
evento ou algo que esteja ao
seu alcance... Sempre há um
meio de se aproximar.
Os pais também podem participar
dos Conselhos Escolares e das
Associações de Pais e Mestres (APMs).
Nesses conselhos ou associações, os pais
podem influir em decisões
como a elaboração
do planejamento
anual e a formulação
Dicas para os pais
Na escola:
- Visitem a escola de seus filhos sempre
que puderem.
- Observem se as crianças estão felizes e bem cuidadas
no recreio, na hora da entrada e na hora da saída.
- Observem a limpeza e a conservação das salas
e demais dependências da escola.
- Conversem com as mães, os pais ou os
responsáveis pelos colegas de seu filho sobre o
que vocês observaram.
- Conversem com os professores. Perguntem como seus
filhos estão nos estudos. Peçam orientação, caso seus
filhos estejam com alguma dificuldade na escola.
- Procurem saber o que podem fazer
para ajudar. Conversem também com o
diretor ou a diretora e as outras pessoas
da escola.
- Leiam bilhetes e avisos que a escola
mandar e respondam quando necessário.
- Compareçam às reuniões da escola. Deem sua opinião.
Em casa:
- Conversem todos os dias com seus filhos sobre a
escola, a professora, os colegas.
- Procurem saber o que estão aprendendo, o que mais
gostam de fazer.
- Perguntem a eles uma coisa interessante que
eles aprenderam na aula e podem ensinar para o resto
da família.
- Ajudem seus filhos a cuidar do material escolar e
do uniforme.
- Prestem atenção na saúde de seus filhos. Se
suspeitarem de algum problema, comuniquem
à direção da escola. Problemas de saúde podem afetar a
vida escolar.
conjunta de regras e acordos. É a chamada gestão
democrática, apontada pelo estudo Aprova Brasil, o
Direito de Aprender como um fator que contribui para a
aprendizagem das crianças e dos adolescentes.
APMs- As Associações de Pais e Mestres (APMs)
são associações civis, independentes da escola.
Tradicionalmente, a missão dessas associações é de
aproximar os pais do cotidiano escolar. Em algumas
redes de ensino, as APMs são também responsáveis pelo
recebimento e pela gestão de recursos do poder público,
a exemplo do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).
CEs- Os Conselhos Escolares (CEs) são criados por lei
municipal e reúnem representantes da escola, das
famílias e da comunidade com a função de opinar e
decidir sobre tudo o que tem a ver com a qualidade da
escola e do ensino. Os pais podem se candidatar a uma
vaga no conselho. É importante conhecer as pessoas
que compõem o Conselho, o trabalho que elas fazem e
participar das reuniões sempre que possível.
O que observar - Seus filhos devem estudar
em casa tudo o que os professores estão
ensinando na escola. Isso é bom
para um aproveitamento melhor
das lições recebidas.
- Eles devem fazer o dever de casa com
regularidade, cuidado e zelo, assim
aprenderão mais e melhor.
- Nem o pai e nem a mãe devem fazer
o dever para os filhos, mas, quando possível,
podem ajudar quando eles tiverem
alguma dificuldade.
- Se eles não conseguem completar
o dever, vejam com eles e com os
professores quais são as dificuldades.
Fonte: Com informações da cartilha
Nenhuma Criança Brasileira vai Crescer
sem Saber Ler! Ou sem Gostar de Ler!, do
MEC, em parceria com o movimento Todos
pela Educação e outras instituições. A cartilha
é ilustrada pelo Ziraldo e você pode encontrá-la no
site do MEC:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/cartilhaziraldo.pdf
Ilustração Ziraldo - Cartilha de Mobilização das Famílias pela Educação/MEC
Quem é responsável pela escola pública?
A educação pública é responsabilidade de todos:
das prefeituras, dos governos estaduais, da União e
da sociedade civil organizada. Se qualquer pessoa
observar irregularidades, como falta de vagas, falta
de professores, falta de merenda de qualidade e
instalações deficientes, procure a direção da escola
e os órgãos responsáveis, como os Conselhos
Tutelares e o Ministério Público.
O que cobrar
• Merenda de qualidade.
• Livros distribuídos pelo FNDE – Procure
saber como são utilizados
• Matrícula de criança com qualquer
deficiência nas classes comuns de
ensino. A escola deve ter professores
preparados e os recursos necessários
para esse atendimento.
• 200 dias de aulas por ano e, no mínimo, quatro
horas de aula por dia. Se o professor faltar, deve ser
imediatamente substituído.
Sugestão de pauta
O seu município já definiu as normas de
gestão democrática do ensino público,
conforme orienta o artigo 14 da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB)? As escolas têm Conselho
Escolar? Converse com o dirigente de
Educação para saber como se dá a
participação da comunidade na escola,
o que é decidido em conjunto e como
os pais podem participar. Ouça também
professores, estudantes e os
próprios pais sobre a participação
deles na escola.
No portal do Ministério da
Educação (MEC) http://portal.mec.gov.br,
na barra à esquerda direcionada a pais
e familiares, você encontra informações
sobre os Conselhos Escolares.
ESPAÇO DO RADIALISTA
"Olá, pessoal do UNICEF,
estou aqui em nome
da Rádio Interativa Mix
de Fortaleza (CE) para
agradecer. O material está
sendo bastante utilizado e
esperamos contribuir para
que todos também possam
estar juntos por uma educação mais justa e digna para
todas as crianças e para aqueles que ainda não sabem ler
nem escrever. Forte abraço e muita força nesse desafio
de LEVAR MAIS E MAIS A SÉRIO A EDUCAÇÃO!"
Paulo Sérgio Guimarães Damasceno
Rádio Interativa Mix - Fortaleza (CE)
[email protected]
O que mais se pode fazer
Se na escola ainda não existe um Conselho
Escolar, os pais podem exigir a sua criação. É bom
conhecer as pessoas que compõem o Conselho e o
trabalho que elas fazem. Outra coisa importante é
participar das reuniões, conversar com as pessoas
do Conselho Escolar sobre as condições e o
funcionamento da escola – professores, resultados
das avaliações, biblioteca, laboratórios de ciências
e informática, tudo o que houver na escola.
Vejam se há cuidado com o prédio, com os
banheiros e com as salas de aula. Peçam
informações sobre a administração da escola, o
trabalho dos professores, o resultado das provas e
outros assuntos de seu interesse.
Visite a página do No Ar, Todos pela Educação www.todospelaeducacao.org.br. Você encontra peças de mobilização, spots,
músicas, depoimentos de pais, mães, de artistas e o boletim Rádio pela Infância. Todo mês há novidades.
Você também pode entrar no site www.unicef.org.br. Na seção multimídia há vários spots disponíveis para veiculação gratuita.
E não se esqueça de escrever para o Espaço do Radialista. Fale do seu trabalho, encaminhe sugestões, críticas e solicite o
envio dos spots do UNICEF pela internet [email protected].
EXPEDIENTE
Edição
Heloisa d’Arcanchy (Escola Brasil)
Pedro Ivo Alcantara (UNICEF)
Reportagem
Radígia de Oliveira
Tiragem
5.700 exemplares
Diagramação
RV Comunicação
Integrada
OSCIP Escola Brasil
SRTVN 702, Ed. Brasília Rádio Center, 4033
CEP 70.719-900, Brasília-DF
Tel.: (61) 3202-1720
[email protected]
Movimento Todos pela Educação
Av. Paulista, 1294, 19º andar
CEP 01.310-915, São Paulo-SP
Tel.: (11) 3266-5477
[email protected]
Fundo das Nações Unidas para a Infância
SEPN 510, bloco A, 2º andar
CEP 70.750-521, Brasília-DF
Tel.: (61) 3035-1900 Fax: (61) 3349-0606
[email protected]