UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO
Avaliação da Importância da Demonstração de Fluxo de Caixa na Tomada de Decisões
Financeiras na Transporte Kanimambo, Limitada e Companhia Industrial de Açucar,
SA (2010 - 2012)
De:
ISSUFO ABDULAY TEIXEIRA DA SILVA
Dissertação Apresentada Como Exigência Parcial Para Obtenção do Grau de
Mestrado em Contabilidade e Auditoria (MCA) à Comissão Julgadora da
Universidade Católica de Moçambique
BEIRA
MARÇO, 2014
I
DEDICATÓRIA
Dedico esta Pesquisa a minha esposa Guinelza e ao
meu filho Alttuaf, pela ausência que a mesma me fez
prescindir da companhia de ambos.
II
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, quero agradecer ao Louvado DEUS, que tem atendido as minhas preces e
me mantido firme e saudável para a continuação da minha viajem neste Mundo.
À minha querida esposa Guinelza Parreirão, aos meus País João Teixeira da Silva e Cagimala
Amido da Silva e aos meus irmãos, que têm rogado a DEUS afim de me conceder a
oportunidade de ir cada vez mais longe a procura de conhecimento.
Ao Dr. Tuarique e Dr. Aufe, pelo todo apoio em todos os aspectos.
Ao Dr. Alfandega Manjoro e a Dra. Albertina Celestina Ribáue, pelas suas contribuições em
todos aspectos para que eu pudesse atingir este nível bem como por ter despertado em mim o
caminho de ensinar e aprender cada vez mais.
Aos colegas da turma, especialmente ao Mambico e Fernando e do serviço, Dr. Armando,
Dra. Amina, Dra. Felecidade, Dra. Leonor e Dra. Daiate e a todos que directa e
indirectamente contribuiram na realização da presente pesquisa.
Ao Dr. Abudo Issufo Amade, pelo acompanhamento até então de todo meu processo da
minha aprendizagem no ensino superior e pelas críticas no sentido de aumentar cada vez mais
o nível de conhecimento e ser um bom profissional.
E por fim, quero dirigir os especiais agradecimentos ao meu supervisor, Dr. Leote Banze, cujo
suas contribuições até ao momento de entrega deste trabalho ou seja desde o projecto, a
pesquisa no terreno e a dissertação desta, foram bastante importantes a prossecução do
objectivo desejado.
III
SUMÁRIO EXECUTIVO
A presente pesquisa faz uma análise da importância da demonstração de fluxo de caixa. O
objectivo da pesquisa consiste na avaliação da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) na
tomada de decisões financeiras. A escolha deste tema, está ligado na introdução deste
demonstrativo em Moçambique e ainda na verificação da dificuldade das empresas
moçambicanas em distinguir o lucro económico do lucro financeiro ou seja ter lucro e ter
dinheiro. Neste caso, partindo de que o tal lucro é ilustrado pela Demonstração de resultados e
o dinheiro pela DFC, procurou-se pesquisar a importância da DFC e a diferença das decisões
financeiras tomadas por via de utilização de um deste demostrativos, visto que ambos ilustram
realidades diferentes. No entanto, para se chegar a conclusão foram pesquisadas duas
empresas, denominadas por Transporte Kanimambo, Limitada e Companhia Industrial de
Açucar, SA. Devido a característica da pesquisa, considera-se de carácter qualitativo com uma
abordagem exploratória. Portanto, da pesquisa foi possível verificar que a tomada de qualquer
dicisão financeira, a escolha e a utilização de demonstrativo financeiro adequado é pertinente
para a eficiência e a eficácia da mesma. Deste modo, concluíu-se que a DFC é bastante
importante neste processo, pois para além de ditar a realidade financeira, determina se a
empresa pode ou não recorrer a um finaciamento caso as actividades operacionais da empresa
não consigam gerar fluxos para financiar as outras actividades. Às empresas pesquisadas,
começando pela Transporte Kanimambo, Limitada, recomenda-se a instalação de um sistema
de contabilidade inovado que lhes ajude a elab`orar a DFC de forma mais fácil e a Companhia
de Açucar, recomenda-se o mesmo e ainda o mais envolvimento da direcção local no processo
de decisões financeiras estratégicas e na formação do pessoal ligado a contabilidade e
adminstração financeira no processo de elaboração de DFC.
Palavras Chaves: Fluxos de Caixa, Lucros, Prejuízo, caixa e seus equivalente, decisão
financeira, liquidez e solvência.
IV
ÍNDICE
DECLARAÇÃO ....................................................................... Error! Bookmark not defined.
DEDICATÓRIA ........................................................................................................................ II
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. III
SUMÁRIO EXECUTIVO ........................................................................................................ IV
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... VIII
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. IX
LISTA DE APÊNDICES .......................................................................................................... X
LISTA DE EQUAÇÕES .......................................................................................................... XI
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ............................................................................ XII
GLOSSÁRIO ......................................................................................................................... XIV
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1
1.1 Introdução ......................................................................................................................... 1
1.2 Justificativa ....................................................................................................................... 4
1.3 Objectivos do Estudo ........................................................................................................ 5
1.3.1 Objectivo Geral .......................................................................................................... 5
1.3.2 Objectivos Específicos ............................................................................................... 6
1.4 Definição do Problema ..................................................................................................... 6
1.5 Questões de Pesquisa ........................................................................................................ 7
1.6 Delimitação do Estudo ...................................................................................................... 7
1.7 Limitação do Estudo ......................................................................................................... 8
1.8 Organização da Pesquisa .................................................................................................. 8
CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 10
2.1 Introdução ....................................................................................................................... 10
2.2 Literatura Teórica ........................................................................................................... 10
2.2.1 Evolução do Sistema de Contabilidade Empresarial de Moçambique ..................... 10
2.2.2 Importância da Informação Financeira .................................................................... 12
V
2.2.3 As Decisões Financeiras........................................................................................... 14
2.2.4 Planeamento Financeiro e Necessidade de Financiamento ...................................... 15
2.2.5 Demonstrações Financeiras ...................................................................................... 20
2.2.6 Usuários das Demonstrações Financeiras ................................................................ 24
2.2.7 Demonstração de Fluxos de Caixa ........................................................................... 26
2.2.8 Componentes da Demonstração de Fluxos de Caixa ............................................... 29
2.2.9 Método de Elaboração das Demonstrações de Fluxos de Caixa ............................. 32
2.3 Literatura Empírica ......................................................................................................... 35
2.3.1 Demonstrações de Fluxo de Caixa no Brasil ........................................................... 35
2.3.2 Demonstração de Fluxo de Caixa em Portugal ........................................................ 40
2.3.3 Demonstração de Fluxo de Caixa em Cabo Verde .................................................. 44
2.4 Literatura Focalizada ...................................................................................................... 46
2.4.1 Estudos Sobre a Demonstração de Fluxo de Caixa em Moçambique ...................... 47
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................. 49
3.1 Introdução ....................................................................................................................... 49
3.2 Desenho da Pesquisa ....................................................................................................... 49
3.3 Definição da População de Estudo ................................................................................. 53
3.4 Processo de amostragem ................................................................................................. 56
3.5 Método de Coleta de dados ............................................................................................. 57
3.5.1 Dados Primários ....................................................................................................... 57
3.5.2 Dados Secundários ................................................................................................... 58
3.6 Análise de Dados ............................................................................................................ 59
CAPÍTULO 4: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................... 61
4.1 Introdução ....................................................................................................................... 61
4.2 Perfil dos Entrevistados na População de Estudo ........................................................... 61
4.3 A Elaboração das Demonstrações Financeiras nas Empresas ........................................ 62
4.3.1. Tipos de Df’s Elaboradas no Período de 2010 à 2012 ............................................ 62
VI
4.3.2 Nível de solicitação das Demonstrações Financeiras ............................................... 65
4.3.3 Nível de Relevância das Demonstrações Financeiras .............................................. 69
4.4 O Processo de Tomada de Decisões Financeiras na Transporte Kanimambo, Limitada 72
4.4.1 Decisão de Investimento Operacional ...................................................................... 73
4.4.2 Decisão de Investimento de Capital ......................................................................... 74
4.4.3 Decisão Financiamento ............................................................................................ 75
4.5 O Processo de Tomada de Decisões Financeiras na Companhia Industrial de Açucar,
SA ......................................................................................................................................... 76
4.5.1 Decisão de Investimento Operacional ...................................................................... 77
4.5.2 Decisão de Investimento de Capital ......................................................................... 77
4.5.3 Decisão de Financiamento ....................................................................................... 78
4.6 Comparação do Processo de Tomada de Decisão........................................................... 79
4.6.1 Transporte Kanimambo, Limitada Versus Companhia Industrial de Açucar, SA ....... 79
4.6.2 Moçambique Versus Brazil ......................................................................................... 80
4.6.3 Moçambique Versus Cabo Verde ................................................................................ 80
4.7 A Importância da Demonstração de Fluxo de Caixa ...................................................... 81
CAPÍTULO 5: CONCLUSÕES E RECOMEDAÇÕES DA PESQUISA ............................... 83
5.1 Introdução ....................................................................................................................... 83
5.2 Conclusões ...................................................................................................................... 83
5.3 Recomendações .............................................................................................................. 85
5.3.1 À Transporte Kanimambo, Limitada ....................................................................... 85
5.3.2 À Companhia Industrial de Açucar, SA ................................................................... 85
5.3.3 Ao Governo .............................................................................................................. 86
5.3.4 Aos futuros pesquisadores ........................................................................................ 86
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 87
APÊNDICES ............................................................................................................................ 91
ROTEIRO PARA ENTREVISTA ........................................................................................... 95
VII
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Resumo da evolução da contabilidade em Moçambique....................................... 12
Tabela 2.2: Formato geral de orçamento de caixa .................................................................... 19
Tabela 2.3: Classificação das Empresas ................................................................................... 21
Tabela 2.4: Formas de Apurar o Resultado .............................................................................. 23
VIII
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1: Tipo de Decisões .................................................................................................... 14
Figura 2.2: Necessidade de Financiamento .............................................................................. 18
Figura 2.3: Usuários das Demonstrações Financeiras .............................................................. 24
Figura 2.4: Método de conversão da informação de regime de acréscimo à de caixa ............. 28
Figura 3.1: Perspectiva na investigação qualitativa.................................................................. 55
Figura 4.1: Nivel de solicitação das DF’s................................................................................. 68
Figura 4.2: Nivel de relevância das DF’s ................................................................................. 71
IX
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice 2.1: Balanço Patrimonial .......................................................................................... 91
Apêndice 2.2: Demonstração de Fluxos de Caixa – Método Indirecto .................................... 92
Apêndice 2.3 : Demonstração de Fluxos de Caixa – Método directo ...................................... 93
Apêndice 4.1: DF’s elaboradas na Transporte Kanimambo, Limitada, 2010 – 2012..............94
Apêndice 4.2: DF’s elaboradas na Companhia Industrial de Açucar, SA 2010 - 2012 ........... 94
Apêndice 4.3: Solicitação das Demonstrações financeiras, 2010 - 2012 ................................. 94
Apêndice 4.4: Relevância das Demonstrações financeiras, 2010 – 2012 ................................ 94
Apêndice 4.5: Roteiro de Entrevista ......................................................................................... 95
X
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 2.1: FAN ................................................................................................................... 17
XI
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
DF’s – Demonstrações financeiras
DFC – Demonstração de fluxos de caixa
DFC’s – Demonstrações de fluxos de caixa
DOAF – Demonstração de Origens e Aplicação de Fundos
DOAR – Demonstração das origens e aplicações de recursos
DRE – Demonstração de resultados
DACAP – Demonstração de alteração de capital próprio
FCDF – Fluxo de caixa descontado para firma
IAS – International Accounting Standards
IASB – International accounting standard board
IASC – Internatinal accounting standard committee
IFAC – International Federation Of Accountants
IFRS – International financial reporting standards
MOAF – Mapa de Origem e Aplicação de Fundos
NCRF – Normas de contabilidade e relato financeiro
NIC’s – Normas internacionais de Contabilidade
NIRF – Norma Internacional de relato financeiro
NIRF’s – Normas internacionasis de relato financeiro
OCAM – Ordem dos contabilistas e auditores
PGC-NIRF – Plano geral de contabilidade baseado em normas internacionais de relato
financeiro.
PGC-PE – Plano geral de contabilidade para pequenas empresas
POC – Plano Oficial de Contabilidade
SCE – Sistema de contabilidade do sector empresarial
SNC – Sistema de Normalização Contabilística
XII
XIII
GLOSSÁRIO
Activo – é um recurso controlado pela empresa de que se espera um in fluxo de benefícios
económicos futuros para a empresa, originado por eventos passados.
Caixa – compreende o dinheiro em caixa e em depósitos àordem.
Equivalentes de caixa – são investimentos de curto prazo, altamente líquidos, que sejam
prontamente convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um
risco insignificante de alterações de valor.
Desenvolvimento – é aplicação das descobertas derivadas da pesquisa ou de outros
conhecimentos a um plano ou concepção para a produção de materiais, mecanismos,
aparelhos, processos, sistemas ou serviços, novos ou substancialmente melhorados, antes do
início da produção comercial ou uso.
Ex fluxos de caixa – saida de dinheiro.
Fluxos de caixa – são fluxos de entradas e fluxos de saídas de caixa e equivalentes de caixa.
Forward – trata –se de um acordo, entre duas partes, para comprar ou vender um determinado
bem ou activo, numa determinada data futura e a um determinado preço (ambos fixados no
momento do contrato.
Gastos – são diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico na
forma de ex fluxos ou deperecimento de activos ou na incorrência de passivos que resultem
em diminuições do capital próprio, que não sejam as relacionadas com distribuições aos
participantes no capital próprio.
Goodwill – activo que representa benefícios económicos futuros resultantes de outros activos
adquiridos numa concentração de actividades empresariais que não são individualmente
identificados e separadamente reconhecidos.
In fluxos caixa – entrada de dinheiro.
XIV
Investimento de capital – é um desembolso de fundos pela empresa, do qual se espera a
obtenção de benefícios por um prazo superior a um ano.
Investimento operacional – é um gasto efectuado pela empresa que resulta em benefícios a
serem recebidos dentro de um ano.
Know-how – conhecimento e/ ou experiência específicos.
Lucro contabilístico – é o resultado líquido de um período antes da dedução do gasto de
imposto.
Mercado de capital – mercado em que são negociados fundos de capital. Mercado de títulos
representativos de dívida e mercado acionário.
Orçamento – são dados financeiros projectados, os quais, são comparados com os dados reais
observados.
Passivo – abrange um conjunto de obrigações presente da empresa de que se espera um ex
fluxo de recursos da empresa, originado por eventos passados.
Período contabilístico – espaço de tempo abrangido pelas demonstrações financeiras.
Pesquisa – é a investigação original e planeada levada a efeito com perspectiva de obter
novos conhecimentos científicos ou técnicos.
Princípio de competência/ base de acréscimo – na elaboração de demonstrações financeiras
reconhece a receita no momento da venda e as despesas quando incorridas.
Regime de caixa/ Base de caixa – reconhece a receita e as despesas somente quando ocorrem
as efectivas entradas e saídas de caixa.
Rendimentos - são aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico, na
forma de in fluxos ou melhorias de activos ou de diminuições de passivos que resultem em
XV
aumentos no capital próprio, que não sejam relacionados com as contribuições dos
participantes no capital próprio.
Solvabilidade – provém da palavra solvável, diz respeito à capacidade de pagamento da
empresa, isto é, uma empresa solvável é a que consegue saldar suas dívidas.
Stakeholders – neologismo americano derivado de stockholders (accionistas) para representar
participantes que estejam envolvidos afectivamente com a organização, entre os quais se
incluem clientes, traballhadores, accionistas, fornecedores a sociedade.
Swaps – operações de trocas dos resultados financeiros decorrentes da aplicação de taxas ou
índices sobre activos e passivos utilizados como referenciais. Significa troca ou permuta e é
uma estratégica financeira por meio da qual duas partes acordam trocar fluxos de pagamentos
futuros, respeitando uma fórmula preestabelecida.
Tomada de decisão – processo de discutir objectivos e soluções possíveis e, escolha da
melhor opção.
XVI
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
A presente secção, constitui o ponto de partida da pesquisa realizada. Assim, para além de
uma breve introdução, explica-se claramente as premissas que deram origem a sua realização
e os objectivos traçados. Do mesmo modo, com vista a clarificar o foco principal da pesquisa,
nesta componente são apresentadas as questões e posteriormente é feita a delimitação do tema
pesquisado. E por fim, refere-se as limitações decorrentes aquando da realização da pesquisa e
a forma como estão organizados os elementos que fizeram parte da mesma.
1.1 Introdução
O marco histórico do surgimento da contabilidade está directamente ligado a necessidade de
suprir as limitações da memória humana no controle do Património individual e ou das
famílias. Mais tarde, com a descoberta e o desenvolvimento do caminho marítimo levou ao
crescimento das actividades comerciais passando a contabilidade a ser utilizada como uma
técnica de registo dos factos comerciais dos mercantelistas de tal forma que este fim serviu até
ao momento do apogeu da era industrial.
Actualmente, a contabilidade não é apenas considerada como uma técnica mas sim uma
ferramenta importante para os stakeholders (internos e externos). Contudo, a informação
fornecida por este instrumento nem sempre é suficiente e adequada para tomada de todo tipo
de decisões na empresa.
Mas, a contabilidade para os administradores financeiros fornece informações cruciais e
mecanismos para tomada de decisões financeiras de grande relevância na continuidade da
empresa. Nesta ordem de ideia, Brigham e Ehrhardt (2010), afirmam que a contabilidade é
usada para manter os registos e se os administradores financeiros não os conhecerem, estes
não saberão se seus actos são apropriados.
A nível mundial, devido a adopção de modelos diferentes de contabilidade, nomeadamente,
Europeu-continental e Anglo-saxónico em diferentes Países, faz com que as informações
produzidas e fornecidas para a administração da empresa para o efeito de tomada de decisão
tenham utilidades bem distintas. Ou seja, o modelo Europeu-Continental estando subordinado
1
ao fisco e aos credores, a informação contabilística deve servir os intereses destes, pelo que o
lucro está em primeiro lugar. Devido a esta característica e ainda pela aplicação do princípio
de especialização de exercício (base de acréscimo),
torna difícil a tomada de decisões
financeiras adequadas por parte dos adminstradores da empresa.
Enquanto que, as informações fornecidas no modelo Anglo-saxónico tem mais utilidade para
administradores, a medida que estas apresentam-se de forma a permiti-los a tomar decisões
que não têm nada haver com o fisco mas sim com o crescimento da empresa. Deste modo,
diz-se que este modelo serve os interesses dos investidores da empresa, pois nele encontra-se
patente o regime de caixa onde a maior preocupação está em obter e manter o caixa e seus
equivalentes de modo a continuar gerar lucros e acrescer a capacidade de liquidez da empresa.
Moçambique, tendo sofrido influência do modelo da Europa-Continental, devido a ligação
com o Portugal, até 2009 as demonstrações financeiras elaboradas obdeciam praticamente a
único princípio, princípio de competência ou da base de acréscimo. Este facto, veio criar uma
cultura de uso do lucro contabílistico resultante da demonstração de resultados (DRE) para a
tomada de qualquer tipo de decisão por parte dos utilizadores incluindo o administrador
financeiro. Todavia, as decisões financeiras não podem apenas considerar o lucro económico
proveniente da DRE mas sim, o lucro financeiro, cujo sua proveniência é determinada pelo
princípio de caixa ou base de caixa e a sua demonstração é por via da demonstração de fluxo
de caixa.
Com o intuito de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras (DF’s) das empresas
nacionais e torná-las mais competetivas independentemente da sua situação económica, lucro
ou prejuízo, Moçambique através do Decreto nº 70/ 2009 de 22 de Dezembro introduziu no
lote das DF’s o mapa de demonstração fluxo de caixa (DFC) como um elemento obrigatório
para as empresas que forem adoptar o Plano Geral de Contabilidade baseado em Norma
Internacionais de Contabilidade (PGC –NIRF). Este mapa, mostra principalmente os
movimentos (in fluxos e ex fluxos) de caixa e seus equivalentes e a capacidade da empresa em
proporcionar valores aos seus credores e investidores, expandir as suas actividade por meio de
investimentos operacionais e de capital, mesmo que não tenham lucros.
Assim, a DFC com respeito ao regime de caixa, veio complementar as tarefas dos
administradores financeiros. Pois, estes com as informações recolhidas neste mapa, passam a
2
saber que o facto de por exemplo ter prejuizo não é sinónimo de sua empresa estar insolvente,
muito pelo contrário, pode ter uma maior capacidade de liquidez do que uma empresa que
apresente lucro, pois o lucro não define a liquidez da empresa muito menos a solvabilidade.
Acrescentando, Brigham e Ehrhardt (2010) , respondendo uma questão sobre o que detemina
o preço das acções de uma empresa, estes, de forma resumida responderam: “.....é habilidade
que a empresa tem de gerar fluxos de caixa no presente e no futuro”. Esta resposta, suscitou
uma clareza em torno de algumas questões, ou seja pode-se dizer que a geração do lucro
depende de existência de fluxo de caixa, muitas vezes alguns designam por capital de giro.
No mesmo contexto, Simões (2009) apud Silva (2005) afirma o seguinte:
“para a sobrevivência e sucesso de qualquer empresa, é fundamental que o Fluxo de
Caixa apresente liquidez, com ou sem inflação ou recessão, de forma a cumprir com
seus compromissos financeiros, e que suas operações tenham continuidade, pois, se a
empresa tem liquidez, ela pode gerar lucro. A gestão dos fluxos financeiros é tão
relevante quanto a capacidade de produção e de vendas da empresa ”.
Esta pesquisa procede uma avaliação da importância do mapa de fluxo de caixa para os
administradores das empresas na tomada de decisões financeiras, no que diz respeito as
políticas de investimentos de capital e expansão das actividades operacionais e na
determinação da capacidade da empresa em cumprir com as obrigações de reembolso de
financiamentos obtidos ou então a necessidade de recorrer a financiamentos. Por isso, ao
longo da pesquisa procura-se responder questões ligadas a liquidez e solvabilidade das
empresas e ainda a necessidade da interligação das informações das demonstrações
financeiras fornecidas pela contabilidade que permitam aos administradores financeiros
efectuarem uma análise financeira e económica e a consequente tomada de decisões
estratégicas adequadas.
E, tratando-se de uma pesquisa de carácter exploratória, caracterizada pela aplicação de
métodos qualitativos, tem como base dados primários e secundários, colhidos por via de
entrevista e análise de relatórios financeiros, respectivamente. Para tal, foram analisadas duas
empresas cujo devido a confidencialidade das informações financeiras fornecidas por estas,
foram tratadas por denominações sociais fectícias.
3
De referir que, de modo a sustentar os fundamentos da pesquisa efectuou-se uma busca
bibliográfica (livros, dissertações, artigos científico), com proveniência credível e científica,
tendo-se recorrido a manuais de contabilidade, administração e gestão financeira, a legislação
e aos pronunciamentos técnicos da matéria de contabilidade.
Deste modo, os dados obtidos, foram compilados e processados, e por fim analisados e
extraidos as respectivas conclusões sobre o papel desempenhado pela DFC nestas empresas, e
a sua superioridade na tomada de decisões financeiras relativamente ao DRE.
1.2 Justificativa
O tema pesquisado é de grande importância, por vários motivos. Primeiro, Moçambique ao
introduzir as Normas Internacionais na conjuntura contabilística nacional tinha por objectivo
que as DF’s elaboradas no âmbito nacional tivessem uma maior aceitação a nível global,
principalmente na esfera do Mercado Nacional e Internacional de Capital. Dai que, a pesquisa
vem ajudar o Governo bem como à actual Ordem dos Contabilistas de Moçambique (OCAM)
na concretização das suas políticas, inclinadas ao desenvolvimento do Mercado de Capital
moçambicano e na aceitação da qualidade da prática contabilistica nacional ao nível da
International Federation of Accountants (IFAC)1.
Segundo, no que diz respeito ao sector empresarial de Moçambique a pesquisa traz uma nova
forma de execução do processo de decisão em investimentos de capital nas empresas bem
como operacional, permetindo um crescimento saudável e sustentável das empresas
moçambicanas. Pois, esta realça a importância de um demonstrativo que muito pouco tem
servido de ferramenta de administração financeira nas empresas moçambicanas, visto que
contrariamente as recomendações da maioria dos autores de livros de finanças, estas
preocupam-se mais nos lucros do que no fluxo de caixa, mantendo-se apegados aos métodos
tradicionais, que consiste em verificar os lucros através da DRE e daí tomar as decisões
financeiras.
1
IFAC – foi fundada em 1976, é uma federação de organizações nacionais de profissionais em contabilidades e
de outros grupos especializados que interligam a esta, cujo objectivo é de desenvolver a profissão e harmonizar
padrões mundiais, a fim de permitir aos contadores fornecer serviços de alta qualidade de interesse público.
4
Sob ponto de vista do ensino, importa referir que o ensino (técnico médio profissional e
superior) tem a tarefa de preparar um homem capaz de produzir decisões eficientes e eficazes
para as empresas. No entanto, ao longo da experíência profissional, quer no exercício da
contabilidade bem como na docência, a contabilidade e a gestão têm vindo a serem tratadas
como duas área dicotómicas por profissionais e por estudantes destas àreas. Pelo que, a
demonstração de fluxo de caixa sendo um instrumento de gestão a ser elaborado pela
contabilidade, vem mostrar que as duas áreas não devem ser dessociadas pois tem uma
complementa a outra.
O pesquisador considera-se concretizado ao abordar uma ideia que surgiu por simples
discussão nas aulas com os estudantes e com os colegas de profissão e da turma. Visto que, a
adesão constituíu uma desafio que visava comprovar que o lucro não é sinónimo de dinheiro.
E ainda, vem demonstrar que as empresa para se manterem no mercado não é necessário ter
lucro mas sim dinheiro e umas podem falir mesmo com lucro enquanto as outras manteremse estáveis no mercado sem que não tenham alcançado um resultado positivo ao longo dos
seus exercícios económicos. E por fim, pretende-se despertar atenção aos estudantes do curso
de gestão a importância da contabilidade para sua futura profissão, pois há necessidade destes
terem um certo domínio “know-how” nesta área, uma vez que não é possível efectuar uma
análise financeira e ou gerir financeiramente uma empresa, de forma eficiente e eficaz com
dificuldades de interpretação da informação contabilística.
1.3 Objectivos do Estudo
Para melhor percepção do fim a que se pretende com o tema da presente pesquisa foi definido
em primeiro o objectivo geral e por final os objectivos específicos.
1.3.1 Objectivo Geral
O Objectivo geral é avaliar a importância da DFC na tomada de decisões de investimento de
capital e investimento operacional e na determinação da necessidade de financiamento em
situações de lucros ou prejuízos, concretamente nas empresas Transporte Kanimambo,
Limitada e Companhia Industrial de Açucar, SA, no período de 2010 à 2012.
5
1.3.2 Objectivos Específicos
Como a pesquisa pretende –se atingir os seguintes objectivos específicos:
1. Efectuar uma análise comparativa de decisões financeiras, tomadas com base na DRE e
com as que foram tomadas com a DFC;
2. Verificar e demonstrar o melhor demonstrativo para a tomada de decisões de
investimento de capital, de investimento operacional e determinação da necessidade de
financiamento nas empresas;
3. Demonstrar a importância da DFC na tomada de decisões de investimento de capital, de
investimento operacional e na determinação da necessidade de financimento nas
empresas;
4. Apresentar o processo de interligação das informações das DF’s, utilizado pelos
administradores na tomada de decisões
financeiras de forma prudente, eficiente e
eficaz;
1.4 Definição do Problema
Uma entidade dotada de personalidade jurídica (empresa individual ou colectiva) pode obter
rendimento sem que tenha havido o seu respectivo recebimento e ainda pode ter um
recebimento sem haver rendimento. E nestas situações, geralmente os administradores destas
entidades tomam decisões financeiras que comprometem a situação financeira da empresa,
pois consideram o lucro o sinónimo de liquidez e ou solvabilidade. Ou ainda, quando têm
prejuízo mantêm as decisões de investimento operacional e ou de capital imobilizadas,
conscientes que a empresa não está em condições de realizar os tais investimentos por falta de
recursos financeiros.
No entanto a falta de tomada de decisões no momento oportuno e certo, isto é, nas situações
apresentadas no parágrafo anterior, deve-se ao fraco domínio de utilização (análise e
interpretação) das DF’s, principalmente da DFC na tomada de decisões de investimento
operacional, de capital e ainda na determinação da necessidade ou não de financiamento na
empresa. E também deve-se a dificuldade de efectuar uma conjugação das informações entre
os demonstrativos financeiros de modo a tomar decisões eficientes e eficazes para atingir
objectivos de curto e longo prazo propostos pela empresa.
6
Assim, o problema da presente pesquisa consiste no facto dos administradores das empresas
tomarem decisões com base na DRE e não DFC, confundido deste modo o lucro da liquidez
ou da solvência, pelo que face a esta situação, coloca-se a seguintes questão: Será que a DFC
constitui o melhor mapa na análise da liquidez e da solvência quando as empresas têm lucro
ou prejuízo para consequente tomada de decisões financeiras?
1.5 Questões de Pesquisa
Conforme foi referenciado anteriormente, o processo de elaboração da presente pesquisa foi
precedido por várias discussões com estudantes, colegas da turma e de profissão, pelo que foi
possível formular as seguintes questões de pesquisa:
 Qual é a importância da DFC na tomada de decisões financeiras?
 Qual é a diferença entre as decisões financeiras tomadas por via da DFC e da DRE?
 Será que a DFC é o mapa mais importante para a tomada de decisões financeiras
relativamente a DRE?
 Qual é o processo de interligação das informações das DF’s na tomada de decisões
financeiras?
1.6 Delimitação do Estudo
A DFC é um documento de grande importância para os utentes da informação contabilística e
financeira. Até 2009, este documento não era obrigatório nas Df’s do Sistema de
contabilidade do Sector empresarial de Moçambique e nesta altura em algumas empresas, as
decisões eram tomadas com base nos lucros ou prejuízos, ou seja se a empresa tivesse lucro
elaborava orçamento para os investimentos em capital e investimento operacional e em caso
de prejuízo procurava o financiamento.
Assim, uma vez que a DFC é um elemento novo, a pesquisa avalia a importância deste
demonstrativo na tomada de decisões de investimento de capital e operacional e na
determinação da necessidade de financiamento nas empresas Transporte Kanimambo, Lda e
Companhia Industrial de Açucar, SA, ao longo do período de 2010-2012.
7
Para tal, na pesquisa compara-se o nível de importância depositado pelas empresas a cada
uma das Df’s para a tomada decisões financeiras, de modo a encontrar o melhor. E ainda,
atendendo aos motivos que deram origem a pesquisa, esta demonstra a importância da DFC
na empresa e as informações a serem conjugadas entre as DF’s para que decisões financeiras
na empresa permitam atingir objectivos de curto e longo prazo traçados na empresa.
No entanto, verifica-se a não inclusão dos exercícios económicos 2009 e 2013. Este facto,
deve-se ao facto do exercício 2009, constituir o ano de aprovação, isto é, a DFC entra em
vigor em um de Janeiro de 2010, contudo as Df’s referente ao exercício de 2009 para efeitos
comparativos foram objecto de reclassificação e relativamente ao exercício de 2013, não foi
incluído na pesquisa, porque até ao momento da realização da mesma não tinha sido
encerrado.
1.7 Limitação do Estudo
A realização de uma pesquisa que envolve análise de informações de carácter financeiro de
uma empresa, devido aos fins inadequados que a mesma pode ser utilizada, cria um receio
para o fornecimento da mesma por parte das empresas. Pelo que, a presente pesquisa não
fugiu da regra, pois encarrou dificuldades na obtenção de resposta que envolvem informação
de carácter confidencial e sigilosa, facto que levou ao pesquisador para além de utilizar
designação fectícia às empresas alvo também teve que assumir o compromisso da mesma não
ser utilizada para fins não académicas bem como para prejudicar as empresas pesquisadas.
Outro facto, que limitou o estudo está ligado na dificuldade de comunicação numa das
empresas com um dos elemento das população alvo (administrador financeiro). Isto devido a
dificuldade da lingua com vista a interpretar alguns aspecto na entrevista, fazendo com que
levasse mais tempo na empresa bem como a entrevistar mais elemento de modo a alcançar o
objectivo traçado.
1.8 Organização da Pesquisa
De acordo com Kumar et al (2007), o conhecimento científico e o seu bom resultado na
divulgação científica, requerem um modelo de padronização, e é através de exigência que a
8
normalização de documento se torna um importante processo de comunicação científica.
Assim, seguindo os padrões estabelecidos pela Universidade Católica de Moçambique, a
pesquisa está composta por cinco capítulos:
 Capítulo I: Introdução – nesta primeira secção da pesquisa, faz-se de forma clara e
objectiva, a apresentação do trabalho, seguido pela exposição dos objectivos do estudo.
E como qualquer estudo, ganha interesse quando existe uma motivação, ainda nesta
secção traz-s a justificativa da escolha do tema acompanhado da definição do problema
que deu origem a pesquisa. E finalmente a secção é encerrada com a delimitação do
tema da pesquisa e com o destaque das limitações que foram encontrados ao longo da
pesquisa.
 Capítulo 2: Revisão da literatura – este capítulo está dividida em quatro partes. A
primeira parte traz uma visão geral do capítulo, a segunda parte é a revisão da literatura
teórica, onde faz-se retrospectiva da contabilidade e da DFC em Moçambqiue e ainda
algumas teorias relevantes são revisadas, a parte três, revisão da literatura empírica, traz
o de estudos empíricos realizados em diferentes países da CPLP (Brasil,Portugal e Cabo
Verde) e da literatura focalizada vai-se trazer estudos de âmbito nacional.
 Capítulo 3: Metodologia de pesquisa – Esta componente da pesquisa através do
desenho da pesquisa, revela os métodos e procedimentos científicos que foram
utilizados para a prossecução da pesquisa. E ainda, apresenta os critérios buscados para
a definição da população estudada bem como os métodos que permitiram a coleta dos
primários e secundários. E por fim explica a forma como os dados foram analisados.
 Capítulo 4: Análise e interpretação dos dados – neste capítulo, o pesquisador analisa
os dados recolhidos de forma a tirar as conclusões, de acordo com os objectivos e
questões colocadas.
 Capítulo 5: Conclusões e recomendações da pesquisa – Assim, depois de analisados e
interpretados os dados, este capítulo apresenta as conclusões das respostas dos
inquéritos provenientes dos estudos nas empresas. E por último, a pesquisador
encarregou-se a trazer o levantamento de todas as referências bibliográficas recorridas .
9
CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Introdução
Para uma melhor contextualização no que diz respeito a importância da DFC a nível das
empresas, este capítulo traz uma base para melhor compreensão deste demonstrativo e o
âmbito da sua aplicação. Assim, de forma criteriosa recorreu-se à aspectos bibliográficos
através da literatura teórica, empírica e focalizada de modo a trazer as diversas abordagens
discutidas em torno deste tema ao nível da conjuntura internacional e nacional.
2.2 Literatura Teórica
Nesta componente da revisão da literatura foram buscados os conceitos de elementos
pertinentes da pesquisa. Pelo que, havendo necessidade de historial a forma de entrada da
DFC no Sistema de Contabilidade Empresarial de Moçambique iniciou-se por um relato da
evolução de contabilidade e por fim encerrou-se com uma abordagem detalhada dos
elementos que compõem a DFC. Esta componente da revisão da literatura é de grande
importância, visto que traz conceitos mais genéricos do tema, de modo a uniformizar as
designações utilizadas ao longo da discussão da pesquisa.
2.2.1 Evolução do Sistema de Contabilidade Empresarial de Moçambique
Conforme ilustra a tabela 2.1, a evolução da contabilidade em Moçambique conheceu três
fases diferentes. Sendo assim, verifica-se que a primeira surgiu nove anos após a declaração
da independência nacional em 1975. Isto é, após a independência, o País viveu uma era de
reestruturação económica e administrativa, caracterizada pela nacionalização de infraestruturas físicas e económicas. E, existindo empresas privadas, em 1984, ainda República
Popular de Moçambique, foi aprovada a Resolução nº 13/ 84 de 14 Dezembro, cujo objectivo
era de introduzir um Sistema de Contabilidade para Sector Empresarial de Moçambique.
Com está resolução, Moçambique passou a apoiar-se para regulamentar as actividades do
sector privado, permitindo deste modo dar maior informe ao governo de modo a regular a
actividade económica bem como definir as políticas fiscais e tributárias. Desta forma, importa
10
referir que as políticas fiscais constituem o processo de administração das receitas e despesas
públicas e as tributárias são mecanismos usados por este orgão que permitem obter as receitas
necessárias para fazer face as despesas públicas.
A segunda era, inicia em 2006, quando Moçambique aprova o Decreto nº 36/ 2006, de 25 de
Julho. Este novo normativo, é antecedido de evolução tecnológica mundial e da crescente
utilização das novas tecnologias de informação e comunicação nas empresas e, pela
incapacidade da contabilidade em registar determinados bens, ou seja os imobliários
incorpóreos (marcas, patentes, software). Assim, o Decreto nº 36/ 2006, veio solucionar os
problemas em torno das dificuldades do tratamento contabilístico das imobilizações
incorpóreas, pois através deste as empresas passaram de modo uniforme a contabilizar estes
elementos do património.
Durante os anos 2006 à 2009, o mundo já estava em processo de harmonização contabilística,
devido a unificação das fronteiras internacionais, a globalização, a necessidade da expansão
de negócios internacionais e de financiamentes através do Mercado de capital. Esta
harmonização, consistiu em integração das normas internacionais de relato financeiro nos
sistemas de contabilidades dos Países Europeus e Americanos.
Coincidentemente, Moçambique ao longo da mesma época iniciou com as descobertas de
recursos minerais e entradas de investimentos estrangeiros. E, mais uma vez o sistema de
contabilidade utilizado nesta altura (2006 -2009) começa a mostrar fragilidades no registo de
determinadas operações realizadas por estas grandes empresas e ainda pelas dificuldades
apresentadas na comparação com as operações dos empreendimentos do grupo localizados
fora das fronteiras nacionais. Pois, estas multinacionais eram obrigadas a elaborarem duas
DF’s, os primeiros para fins locais e o segundo para fins de gestão interna da empresa,
comparação e submissão ao Mercado de Capital Internacional.
Desta forma, Moçambique passa a viver a terceira e actual fase do seu Sistema de
contabilidade do Sector Empresarial (SCE). Com interesse de desenvolver o Mercado de
Capital em Moçambique bem como integrar as empresas nas bolsas de valores estrangeiras foi
aprovado o Decreto nº 70/ 2009 de 22 de Dezembro, que está baseado em Normas
Internacionais de Relato Financeiro (NIRF’s). E, com a criação da Ordem dos Contabilistas e
Auditores (OCAM) este interesse foi alargado, pois esta organização tem uma visão mais
11
ampla em relação a aprovação deste normativo contabilístico à medida que vai certificar a
qualidade das Df’s elaboradas no terrítório nacional e ainda vai permitir o profissional desta
àrea a melhorar a qualidade dos seus serviços e abrir novos horizontes internacionais de
oportunidade de trabalho.
Entretanto, este normativo veio evolucionar a realidade contabilística moçambicana, pois
vários elementos novos foram introduzidos, destacando -se a DFC e a demonstração de
alterações de capital próprio, o que veio a melhorar a qualidade das DF’s. Face a esta
situação, de modo a seguir a exigência deste novo normativo, as empresas abrangidas por este
têm envergado esforço de modo a integrar-se nesta nova era da contabilidade moçambicana,
através de capacitação dos seus trabalhadores e contratação de empresas de renome que
trabalham a muito com estas normas para efeitos de reclassificação e requalificação do seu
património.
Tabela 2 1: Resumo da evolução da contabilidade em Moçambique
Período
1984– 2006
2006 – 2009
Actualmente
Normativo
Resolução nº 13/ 84 de 14
Dezembro
Decreto nº 36/ 2006 de 25
Objectivos

Introdução do SCE em Moçambique

Fazer
de Julho
Decreto nº 70/ 2009 de 22
de Dezembro
face
ao
desenvolvimento
tecnológico Mundial

Desenvolver Mercado de Capital;

Responder
as
necessidades
de
investimentos estrangeiros;

Necessidade de harmonizar o sistema de
contabilidade;
Fonte: Dados Primários, 2014
2.2.2 Importância da Informação Financeira
Actualmente, a informação financeira passou a ser o mecanismo mais importante para a
tomada de decisões de forma adequada pelos administradores e esta, bem apresentada pode
contribuir no crescimento das Empresas. Deste modo, de acordo com Serra (s.d) para que a
informação seja útil aos seus utentes deve apresentar os seguintes requisitos:
12
a) Objectividade – corresponder a factos, não depender da informação pessoal do
informador;
b) Inteligibilidade – ser perceptível para os utilizadores;
c) Relevância – a informação deve ser pertinente para a tomada de decisão, ou seja, deve
estar relacionada com a mesma;
d) Oportunidade – estar disponível no momento em que é necessária;
e) Rendibilidade – o custo de obter a informação não deve ser superior ao proveito de
utizar a mesma;
f) Credibilidade – deve ser credível para que todos os utentes a quem ela se destina
possam retirar conclusões idóneas.
No entanto, devido aos requisitos acima referidos a contabilidade passou a exercer um papel
importante na economia como uma técnica de informação e não simplesmente de registo que
visava controlar e preservar bens, isto é, devido a complexidade e a globalização do mundo
empresarial, as empresas são exigidas a clarificarem as suas informações económicas e
financeiras, obrigando-se a cumprirem com os requisitos mencionados.
Nabais e Nabais (2010), afirmam que a Contabilidade é uma importante fonte de informação
para todos os possíveis interessados (sócios, administradores, Estado, credores, concorrentes,
etc) e, no seu entender as informações podem ser:
a) Internas – aquelas que abrangem a actividade interna de uma empresa, onde há uma
preocupação em conhecer os gastos, os rendimentos e os resultados, por centros ou
produtos, e apoiam a tomada de decisões;
b) Externas – refere as que são úteis aos administradores da empresa mas também aos
sócios, a outras empresas concorrentes, ao Estado, aos credores, etc.
13
2.2.3 As Decisões Financeiras
A contabilidade desde muito já vem revelando que o Balanço Patrimonial de uma empresa é
composto por dois membros, o primeiro designado por Activo e o segundo por Passivo e
Capital Próprio e, ao mesmo tempo tem afirmado que o primeiro não existe sem que antes
exista o segundo. Supondo-se que a empresa está no momento da sua constituição e não
existem nenhum investimento de capital (activos tangíveis e intangíveis) na sua estrutura é
lógico que o primeiro ponto de partida será recorrer a um financiamento que pode ser interno
ou externo. Neste caso, o Interno seria por vias dos sócios e o externo seriam por via de
credores comerciais ou outros credores.
Desta forma, diz-se que houve uma decisão financeira. Uma dicisão que envolveu uma
necessidade de financiamento para efectuar um investimento, por isso que conforme está
ilustrado na figura 2.1, diz-se que ao obter os activos corresponde uma decisão de
investimeno tomada pelos administradores da empresa enquanto que, se esta optar recorrer a
terceiros por via de aquisições a crédito de longo prazo de vários elementos do património
(recurso financeiros, materiais e imobilizados) por via de passivo e ou de capital próprio dizse houve uma decisão de financiamento.
Figura 2. 1: Tipo de Decisões
Aplicação ou
Investimento
Fonte de
Financiamento
Fonte: Dados Primários, 2014
14
Gitman (2010) afirma que estas decisões são umas das actividades do Administrador
financeiro, não obstante, estas decisões estejam concentradas apenas nas mãos dos
administradores pois os contabilistas das empresas também podem faze-lo. No entanto,
adjacentes à estas decisões, também encontra-se aquelas decisões que iniciam e terminam ao
longo do exercício, as chamadas decisões de investimento operacional.
E ainda complementado de forma mais explícita o que foi anteriormente dito, Nabais &
Nabais (2011), afirmam que as decisões financeiras tradicionalmente são classificadas de
curto e de médio e longo prazo.
a) Decisões financeiras de curto prazo - são as que centram-se na gestão de fundo de
maneio e na gestão da tesouraria. Por outras palavras pode-se dizer que são as decisões
de investimento operacional e, destacam-se:

Gestão do activo circulante – aqui referem que as decisões a tomar centram-se nas
disponibilidades, no controlo do crédito concedido aos clientes, no controlo financeiro
dos inventários e na aplicação dos excedentes temporários de tesouraria em depósitos
a prazo e em títulos negociáveis.

Gestão dos Débito a curto prazo – são as decisões a tomar, tem por domínio de
actuação os créditos obtidos dos forncedores e de outros credores e a cobertura dos
défices temporários de tesouraria.
b) Decisões financeiras de médio e longo prazo – aqui econtramos, as decisões de
investimento e de financiamento e ainda as de distribuição de resultados e segundo os
autores afirmam que estas decisões estão inseridas na estratégia financeira da empresa.
2.2.4 Planeamento Financeiro e Necessidade de Financiamento
As decisões financeiras de uma empresa são eficientes e eficazes se esta tiver a capacidade de
elaborar e executar um planeamento financeiro. Gitman (2010) afirma o seguinte: “O
planeamento financeiro é um aspecto importante das operações das empresas porque fornece
um mapa para orientação, a coordenação e o controle dos passos que a empresa dará para
atingir seus objectivos”.
15
Nesta ordem, o autor classifica o planeamento financeiro em dois aspectos:
a) Planeamento de Caixa – este envolve a elaboração do orçamento de caixa.
b) Planeamento de Lucros – envolve a elaboração de demonstrações financeiras próforma.
Ainda, afirma que o processo de planeamento financeiro começa pelos planos financeiros de
longo prazo ou estratégico e posteriormente estes planos orientam a formulação de planos e
orçamentos de curto prazo ou operacional. E, relativamente a cada um destes processo de
planeamento financeiro conceitua-os da seguinte maneira:
a) Planos financeiros de longo prazo (estratégicos) – expressam as acções financeiras
planeadas por uma empresa e o impacto previsto dessas acções ao longo de períodos
que vão de dois a dez anos.
b) Planos financeiros de curto prazo (operacional) – especificam acções financeiras de
curto prazo e o impacto previsto.
No entanto Brigham & Ehrhardt (2010), não designando por planos de longo prazo mas
simplesmente por estratégias da empresas, diz que são abordagens amplas e não planos
detalhados e enquanto aos planos financeiros, usando a mesma designação diz que são planos
que fornecem uma guia detalhada de implementação, baseada na estratégia declarada da
empresa.
Deste modo embora o
Brigham & Ehrhardt (2010), não tinham sido muito claros na
explicação e diferenciação dos planos estratégicos e financeiros relativamente ao Gitman
(2010) há que congratular quando expõem os seis passos a serem seguidos no âmbito do
planeamento financeiro, nomeadamente:
1. Projectar as demonstrações financeiras e usar essa projeções para analisar os efeitos do
plano operacional sobre os lucros e índices financeiros projectados;
2. Determinar os fundos necessários para sustentar o plano para cinco anos;
3. Prever a disponibilidade de fundos durante os próximos cinco anos;
16
4. Estabelecer e manter um sistema de controle sobre a alocação e o uso dos fundos
dentro da empresa;
5. Desenvolver procedimentos de ajuste do plano básico se a previsões económicas sobre
as quais o plano foi baseado não se materializarem;
6. Estabelecer um sistema de remuneração para a administração com base no
desempenho;
Estes passos, devem ser seguidos pelas empresas quer na tomada de decisões de investimento
operacional e ou então de capital, ou ainda se pretender determinar a necessidade de
financiamento. Não obstante, relativamente a determinação de necessidade financeira, os
autores de livros de finanças são unânimes que deve ser por via de demonstrações financeiras
projectadas e do orçamento de caixa.
Assim, através da segunda via que pode a ser usada com vista a determinação de necessidade
de financiamente, isto é, através de uso das demonstrações financeiras projectadas, o Brigham
& Ehrhardt (2010) traz a equação 2.1. que permite aos administradores calcularem os fundos
adicionais necessários na empresa.
Equação 2.1: FAN
Legenda:
FAN – fundos adicionais necessários.
A* – activos relacionados directamente com as vendas, de forma que aumentam se as vendas
aumentarem.
V0 – vendas durante o último ano.
A*/V0 – percentagem de activos requeridos com relação às vendas, que também mostra o
aumento requerido de valor monetário em activos para cada 1,00 Mt de aumento em vendas
P* – passivos que aumentam espontaneamente, geralmente muito inferior que o passivo e
abrange o passivo corrente.
P*/V0 – passivos que aumentam espontaneamente como uma percentagem das vendas ou
financiamento gerado espontaneamente para cada 1,00 Mt em aumento.
V1 – vendas totais projectadas para o próximo ano.
∆V – variação nas vendas.
17
M – margem de lucro, ou lucro para cada 1,00 Mt de vendas
TR – taxa de retenção, que é percentagem retida de lucro
No entanto, após aplicação da equação 2.1., obtem-se os resultados que permitirão preencher
a cada um dos elementos resumidamente ilustrados na figura 2.2, isto é, o aumento do activo
requerido, aumento do passivo e a previsão dos lucros acumulados e assim determinar-se-à os
fundos necessários para concretizar todos estes itens.
Figura 2. 2: Necessidade de Financiamento
Fonte: Adaptado por Autor na base de Brigham e Ehrhardt (2010)
No entanto, esta forma de calcular a necessidade de financiamento pode se considerar pouco
anómala para empresa cuja a estratégia de venda é baseada em vendas a crédito e também
para a que apresenta uma despesa de depreciação muitíssimo elevada. Isto deve-se ao facto de
não considerar que as vendas nem todas são efectivamente recebidas assim como as despesas
nem todas são desembolsáveis, assunto a ser desenvolvido mais adiante.
Mas, para já coloca-se a seguinte questão: como é possível estimar a necessidade de
financiamento através de uma venda e um lucro que não corresponde exatamente a entrada de
fundos na empresa. Outrossim, ao considerar-se todas as vendas e os lucros da empresas e
determinar a necessidade de financiamento pode-se correr o risco de colocar a empresa em
estado de endevidamente sem necessidade.
Portanto, a melhor opção para uma estimativa da necessidade de financiamento seria o
orçamento de caixa e não pela projeção de vendas e lucros (DRE e Balanço). De referir que, o
orçamento de caixa, tem uma ligação com a DFC, pois estima as entradas e saidas em caixas
bem como, determina a necessidade da empresa recorrer ao financiamento.
18
Para tal, Weston & Brigham (2000) difinem o planeamento financeiro como sendo um
processo que envolve a realização de projeções de vendas, rendas e activos baseados em
estratégias alternativas de produção, marketing, seguidas pela decisão de como atender às
necessidades financeiras previstas. E acrescentam dizendo que este processo é da
responsabilidade de cada sector da empresa e estes devem combinar todos os níveis e, por sua
vez nesta combinação os fluxos de caixa da empresa são consolidados em seu orçamento de
caixa. Por isso Weston & Brigham (2000: 357), sobre o orçamento de fluxo de caixa afirmam
o seguinte:
“ A empresa estima suas necessidades de caixa como parte do seu processo de
orçamento geral, ou de previsão. Iniciamante prevê tanto as necessidades de activos
fixos quanto ao estoque juntamente com as datas em que os pagamentos devem ser
feitas. Essa informação é combinada como projeções sobre a demora na cobrança
das contas a receber, datas de pagamentos de impostos, datas dos pagamentos de
dividendos e juros assim por diante.”
Na mesma ideia, Gitman (2010), diz que o orçamento de caixa ou projeção de caixa é um
demonstrativo das entradas e saidas planeadas de caixa da empresa, usado para estimar suas
necessidades financeiras de curto prazo. Aqui, nota-se que o orçamento de caixa permite as
empresas tomarem decisões do plano operacional, pois mostram quando a empresa tem
excesso ou escassez de fundos, como ilustra a tabela 2.2.
Tabela 2. 2: Formato geral de orçamento de caixa
Jan.
XXX
XXA
XXB
XXC
XXD
XXE
Fev.
XXG
XXH
XXI
XXD
XXJ
XXK
XXL
........
Recebimentos
Menos: desembolsos
Fluxo de Caixa Liquido
Mais saldo de caixa inicial
XXJ
Saldo de caixa final
Mane: saldo de caixa mínimo
Financiamento total necessário
Saldo excedente de caixa
XXF
Fonte: Adaptado por Autor na base de Gitman (2010)
Nov.
XXM
XXN
XXO
XXP
XXQ
XXR
XXS
Dez.
XXT
XXU
XXV
XXQ
XXW
XXY
XXZ
Com este orçamento, a empresa tem a possibilidade de prever as entradas e saidas efectivas
em caixa e, ao mesmo tempo no final do exercício económico faciltar a elaboração de DFC.
Não se esquecendo, que este considera os prazos de recebimento e pagamento dos valores na
19
empresa, o que permite ilustrar as entradas e saida efectivas de caixa de caixa, dai que
constitui a melhor opção para a tomada de decisões de financiamento de fundos adicionais.
2.2.5 Demonstrações Financeiras
Nos finais de 2009, o Governo moçambicano, introduziu no SCE as normas emitidas por
International Accouting Standards Committee 2 e pela International Accounting Standard
Board3. Este facto enquadra-se na estratégia do governo em estabelecer uma oportunidade de
competetividade das empresas nacionais com as empresas estrangeiras através de
disponibilização de informações contabilisticas e financeiras de qualidade.
Para o efeito, foram adoptados no país de forma complementar as IAS e as IFRS, através do
Decreto nº 70/ 2009 de 22 de Dezembro. Este decreto foi designado por PGC-NIRF e, uma
vez que adopta as normas supracitados, que se traduzem em NIC’s e NIRFs, ao serem usados
em conjunto no SCE este passaram a ser designadas por Normas de Contabilidade e de Relato
Financeiro (NCRF)4. Neste contexto, de acordo com o historial da normas internacionais de
contabilidade, as NIRF’s constituem o conjunto de padrões contabilísticos internacionais, de
alta qualidade, emitidos pelo IASB (2001 até hoje) e as NIC’s são padrões internacionais de
contabilidade emitidos pelo IASC (1973 -2001), na qual veio ser sucedido pelo IASB. Desta
forma, embora o IASB ainda continue a emitir normas internacionais de contabilidade por
forma a adequar a realidade económica mundial e ainda às exigências do mercado de capital,
Moçambique adoptou a normas emitadas até Outubro de 2003.
Dado que, as estruturas fisicas, económicas e financeiras das empresas não são iguais, o PGCNIRF prevê dois planos de conta, um destinado à pequenas empesas que é conhecido por
2
International Accounting Standards Committee (IASC) – surgiu em 1973 e esse organismo gerou normas
internacionais de contabilidade (IAS – International Accounting Standards) até 2001.
3
International Accounting Standard Board ( IASB) é uma instituição responsável pela emissão das International
Financial Reporting Standards (IFRS ) e, foi precedida da IASC, tendo iniciado com as funções em 1º de Abril
de 2001 e não tem fins lucrativos.
20
Plano de Contas para Pequenas Empresas (PGC-PE) e outro para Médias e Grandes Empresa,
o PG-NIRF, conforme a tabela 2.3.
Tabela 2. 3: Classificação das Empresas
Empresas
Lucros / Ganhos/ Activos
(Valores em milhões de
meticais)
 proveitos e ganhos ≤ 500
Pequenas
 activo líquido ≤ 500
Médias
 500≤ lucro e ganho<1.275
 500≤ activo líquido<igual
 proveitos e ganhos ≥ 1.275
Grandes
 activo líquido ≥ 1.275
Número de
trabalhadores
Inferior a 500
trabalhadores
Médio anual igual
ou superior a 250
mas inferior a 500
trabalhadores
Médio anual igual
ou superior a 500
trabalhadores
Tipos de Empresas
 Sociedades comerciais
ou empresas individuais
 Sociedades comerciais
com obdeçam os
limites de médias
empresas
 Empresas públicas;
 Sociedades comerciais
(nacionais) cotadas em
qualquer bolsa;
Fonte: Dados Primários, 2014
Deste modo, a força deste Decreto-lei, impõe a Grandes e Médias Empresas a elaborarem o
conjunto das demonstrações constituidas por:
a) Um Balanço – é um quadro que contém informação referente a determinada data,
acerca dos recursos (Activo) que a empresa utiliza e da forma como estão a ser
financiados pelos titulares da empresa (Capital próprio) e por terceiros (Passivo).
(Nabais & Nabais, 2010)
b) Uma Demonstração dos Resultados (DRE) – é um quadro que evidencia as
componentes negativas (Gastos) e positivas (Rendimentos) do resultado a um
exercício económico. (Nabais & Nabais, 2010)
c) Uma Demonstração das variações no Capital Próprio – também conhecido por
Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados – revela a mudança nos lucros
acmulados entre as datas dos Balanços Patrimonias. (Brigham & Ehrhardt, 2010)
21
d) Uma Demonstração dos Fluxos de Caixa durante o periodo Contabilístico, ainda de
acordo com Araújo e Assaf (2004), indica a origem de todo o dinheiro que entrou na
empresa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu dela em determinado
período, corroborando o saldo final existente.
e) Notas explicativas, incluindo um resumo das políticas contabilísticas mais
significativas adoptadas e informação adicional, aqui a empresa faz explicações de
movimentações em contas de grupo de contas representados nas demonstrações que
deverão trazer informações adicionais para que sejam compreendidas pelos usuários
dos relatórios contabilísticos. (Araújo & Assaf, 2004).
f) Um Balanço no início do período comparativo mais antigo, no caso de uma entidade
aplicar uma política contabilística retrospectivamente ou efectuar uma reexpressão ou
reclassificação retrospectiva de itens das suas demonstrações financeiras.
Perante todas estas DF’s, os administradores têm tido muitas dificuldades em interpretar as
diferentes informações nelas patentes e algumas vezes dão importância a um determinado
mapa deixando de lado os outros. E de acordo com a realidade, o Balanço tem sido visto
como um dos elementos mais importante, pois é considerado o espelho da empresa e traz
informações da situação económica e financeira.
No entanto, o Balanço nem sempre traz informações que sirvam de ferramenta sustentável
para a toma de decisões financeiras da empresa. Pois, trata –se de uma mapa de resumo dos
restantes dos valores dos outros demonstrativos financeiros, conforme está ilustrado no
apêndice 2.1, o seu melhor uso deve-se sobretudo pela busca de informações nos respectivos
mapas.
Um outro aspecto ligado a tomada de decisões financeiras consiste na utilização de único
demonstrativo, neste caso a DRE. Os administradores recorrem a este elemento das DF’s,
para tomar de decisões de investimento operacional e de capital, é que algumas vezes
baseando no lucro decidem elaborar um orçamento de caixa ilustrando investimentos de
capital e assumindo compromissos destas aquisições e mais tarde mostram dificuldades
22
depois de descobrir que o lucro reflectido na DRE não se traduzia em existência física dos
recurso financeiros na empresas.
O surgimento de decisões financeiras ineficazes na empresa a preferência do lucro económico
ao lucro financeiro pelo administradores nas suas decisões. Por isso, toma-se atenção o facto
do lucro económico que é proveniente da contabilidade, considerar princípios contabilísticos,
destacando o princípio de competências e este por sua vez pressupõe que o lucro da empresa
devem ser apurados tomando em consideração a receita ganha ou gerada no período e despesa
incorrida (consumida) no período. Enquanto que lucro financeiro, considera a diferença entre
as receitas efectivamentes recebidas e os custos pagos. Esta diferença entre o lucro financeiro
com o económico é ilustrada na tabela 2.4.
Tabela 2.4: Formas de Apurar o Resultado
Receita
(-) Despesa
(=) Resultado
Regime de Competência
Regime de Caixa
Gerada ou ganha no período
Recebida no período
Consumida ou incorrida no período
Paga no Período
Económico
Financeiro
Fonte: Adaptado por Autor na base de Araújo & Assaf ( 2004)
Assim, para a tomada de decisões financeiras, aconselha –se aos administradores a tomarem
em consideração a base de caixa, ou seja ter em conta as receitas e despesas efectivamente
recebidas e pagas, respectivamente. E consequente dar uma importância das informações
ilsutradas nas DFC’s, pois estas fazem-se reflectir os meios liquidos da empresa de forma
detalhada, caixa e seus equivalentes.
E ainda o administrador da empresa deve considerar que não é possível tomar decisões apenas
com e único mapa de demonstração financeira. Pois, existe uma ligação muito grande entre
eles e para uma melhor tomada de decisões aconselha –se que os administradores tenham a
capacidades de puder interpretar todos mapas e principalmente o mais complexo, o Balanço
(Resumo de todos), como se ilustra na apêndice 2.1, nota –se que existe uma grande
informação que provem da DRE, da DFC e DACAP.
23
Mas, o interesse pelo fluxo de caixa não é apenas para o administrador das empresas mas os
investidores na maioria das vezes estão mais preocupados em fluxos de caixa em relação ao
lucro contabilístico. Nestes termos, Brigham & Ehrhardt (2010: 62), afirmaram:
“Os investidores estão, no mínimo, tão interessados no fluxo de caixa líquido
projectado da empresa quanto nos lucros informados, porque ele significa dinheiros
em caixa e não apenas um lucro representado no papel, que é pago como dividendo
e reinvestido na empresa para produzir crescimento ”.
2.2.6 Usuários das Demonstrações Financeiras
As demonstrações financeiras de acordo com o Decreto nº 70/ 2009 de 22 de Dezembro,
referem-se a uma representação da estrutura da posição financeira e do desempenho de uma
entidade, cujo objectivo é de proporcionar informação financeira de desempenho económico e
os fluxos de caixa, que seja útil a um conjunto alargado de utilizadores quando tomam
decisões económicas e financeiras. Para tal, destacam –se os seguintes utilizadores
demonstrados na figura 2.3.
Figura 2.3: Usuários das Demonstrações Financeiras
USUÁRIOS DAS DF’s
Internos
Investidores
Externos
Empregados
Mutuantes
Fornecedores e Outros
credores comercais
Clientes
Governos e seius
departamentos
Público
Fonte: Adaptado por Autor na base de Borges et al (2010)
24
Da figura 2.3, pode-se concluir que a maioria dos utentes das DF’s financeiras da empresas
são externos, por isso a empresa deve ter o cuidado ao elaborar, pois sendo externos para uma
melhor percepção das DF’s da empresas estas devem ser de qualidade. Assim Borges at al
(2010), para cada um dos utentes de forma diferencial destaca as seguintes necessidades das
DF’s:
a) Investidores – os fornecedores de capital de risco e os seus consultores necessitam de
informação para os ajudar a determinar se devem comprar, deter ou vender, por
exemplo acções e obrigações. Os accionistas estão também interessados em
informação que lhes facilite determinar a capacidade da entidade pagar dividendos.
b) Empregados – os empregados e os seus grupos representativos estão interessados na
informação acerca da estabilidade e da lucratividade dos seus empregadores. Estão
também interessados na informação que os habilite a avaliar a capacidade da entidade
proporcionar remuneração, benefícios de reforma e oportunidade de emprego.
c) Mutuantes – os mutuantes estão interessados em informação que lhes permita
determinar se os seus empréstimos, e os juros que a eles respeitam, serão pagos
quando vencidos.
d) Fornecedores e outros credores comerciais – os fornecedores e outros credores
estão interessados em informação que lhes permita determinar se as quantias que lhes
são devidas serão pagas no vencimento.
e) Clientes – os clientes têm interesse em informação acerca da continuação de uma
entidade, especialmente quando dela estão dependentes. É o que se passa
relativamente a empresas que fornecem determinado bens e serviços.
f) Governos e seus departamentos – o Governos e seus departamentos estão
interessados na alocação de recursos e, por isso, nas actividades das entidades.
Também exigem informação a fim de regularem as actividades das entidades,
determinar as políticas de tributação e como base para estatísticas do rendimento
nacional e outras semelhantes.
25
g) Público – as entidades afectam o público de diversos modos. Por exemplo, podem dar
uma contribuição substancial à economia locar de muitas maneiras incluindo o número
de pessoas que empregam e patrocinar o comércio dos fornecedores locais. As
demonstrações financeiras podem ajudar ao proporcionar informação acerca das
tendências e desenvolvimentos recentes na prosperidade da entidade e leque das
actividades.
No entanto, pode-se notar que são vários interessados na informação financeira da empresa ou
seja entidades que querem saber da realidade económica e financeira da empresa. Mas existe
uma entidade que não foi referido, ou seja o administrador da empresa, este exerce um papel
muito importante, pois é este que análisa e usa a informação de modo a tomar decisões que
podem influenciar no desempenho da estrutura económica e financeira da empresa.
2.2.7 Demonstração de Fluxos de Caixa
De acordo com o Decreto 70/ 2009 de 22 de Dezembro e do quadro das IFRS emitidas até
outubro de 2008, o mapa de fluxo de Caixa em si constitui um dos elementos que compõe as
demonstrações financeiras de uma empresa. E, é obrigatório para as médias e grandes
empresas.
De acordo com Nabais & Nabais (2011), DFC é um documento de informação referente aos
fluxos de dinheiro gerados e utilizados pelas actividades operacionais, de investimento e de
financiamento das empresas, visando complementar a informação recolhida no Balanço.
Enquanto Brigham & Ehrhardt (2010), conceituam a demonstração de fluxo de caixa como
um mapa que apenas aponta os efeitos de actividades operacionais, de investimentos e de
financiamento sobre os fluxos de caixa durante um determinado período contabilístico.
E para Da Costa & Alves (2008), a demonstração de fluxos de caixa é a demonstração
financeira adoptada para apresentar as alterações na posição financeira e na qual os influxos e
os exfluxos de caixa são devidamente explicados e justificados. Estes atribuem à DFC os
seguintes benefícios:
26
 Proporcionar informação sobre o contributo das actividades operacionais, de
investimentos e de financiamento para obtenção de caixa e equivalentes a caixa;
 Ajudar os utentes a melhorarem os conhecimentos das alterações ocorridas na
estrutura financeira da empresa ou entidade (incluindo a liquidez e solvabilidade) e da
sua capacidade de gerar meios de pagamento e do respectivo tempo, tendo em conta a
necessidade de adptação a situações de mudança e de oportunidade de mercado;
 Ajudar aos utentes a avaliar a capacidade da empresa em satisfazer as suas obrigações
e propocionar retornos aos seus investidores e desenvolver modelos para determinar e
comparar o valor presente dos fluxos de caixa de diferentes empresas;
 Relacionar a lucratividade da empresa com a capacidade de gerar dinheiro;
 Facilitar a comparabilidade do desempenho operacional entre empresas uma vez que
elimina o efeito das diferentes políticas contabilísticas adoptadas relativamente a
idênticas operações.
Das atribuições alocadas por Da Costa & Alves (2008) à DFC, pode-se notar vários espectos
importantes, embora este documento seja recente a nível nacional e internacional veio
contribuir na melhor percepção da informação financeira, destacando a informação relativa a
actividade operacional, de investimento e de financiamento.
E ainda, fornece informações da empresa no que diz respeito a envidências claras da
solvabilidade e liquidez da empresa, através da distinção de lucro com a capacidade da
empresa gerar meios financeiros capazes de manter a empresa estável e contínua, pois veio
facilitar a compreensão entre políticas contabilísticas baseadas em reconhecimentos das
operações da empresa com base no acréscimo e com as operações que devem ter a base de
caixa, permitindo diferenciar entre o ter lucro e o ter dinheiro.
Em suma a DFC, traz claras evidência das diferenças entre base de acrescimo e a base de
caixa, dai a sua importancia para a Gestão, pois permite tomar decisões sob ponto de vista
económico e financeiro. Por isso, Gitman (2004) como forma de dar mais ênfase na
27
importância de base de caixas e dos fluxos de Caixa afirma dizendo “os administradores a
partir do fluxo de caixa mantém a solvência da empresa planejando os fluxos de caixa
necessários para que ele cumpra nas obrigações e adquira activos necessários para alcançar
seus objectivos”.
As empresas ao elaborarem os fluxos gerais através da DFC, tem por objectivo apurarem os
meios liquidos da empresa, caixa e equivalentes de caixas. Estes dois elementos, conforme no
apêndice 2.1 que poderiam ser facilmente encontrados no Balanço patrimonial da empresa
mas para a sua análise detalhada necessitam da DFC e ainda de modo a permitir a diferenciar
os princípios contabilístico, base de acréscimo e base de caixa. Ou seja, conforme Da Costa &
Alves (2013), afirmam que as Df’s tradicionais, como sejam o Balanço e a Demonstração de
resultados, são preparados em regime (bae) de acréscimo, o qual constitui o pressuposto
fundamental da contabilidade e enquanto que a DFC, como próprio nome india, tem
subjacente a adopção do regime (base) de caixa.
E uma vez que constituem princípios diferente de tratamento de informação contabilística,
estes autores afirmam que para ultapassar a dificuldade proviniente desta diferença, há instalar
na empresa um subsistema de informação adequada ou a adopção de métodos que permitam a
conversão da informação obtida em regime de acréscimo em informação que traduza os
recebimentos e os pagamentos verificados no período, principalmente no que se refere às
actividades operacionais da empresa, como se pode verificar na figura 2.4.
Figura 2.4:Método de conversão da informação de regime de acréscimo à de caixa
Rendimentos
obtidos
Eliminação de
Rendimentos
não recebidos
Fluxos das
Actividades
operacionais
Resultado
Líquido
Gastos
Incorridos
Eliminação dos
Gastos não
desembolsado
Fonte: Adaptado por Autor na base de Da Costa e Alves (2013)
28
2.2.8 Componentes da Demonstração de Fluxos de Caixa
Weston & Brigham (2000) dividem o fluxo de caixa em duas classes: fluxo de caixa
operacional e outros fluxos de caixa. E difinem o fluxo de caixa operacional como sendo
aquele que surge de operações normais e constitui em essência, a diferença entre as receitas
de vendas e as despesas que resultam em saída de caixa, incluindo-se os impostos pagos. E,
outros fluxos de caixa consideram aqueles que provêm da emissão de acções, de empréstimos
ou de venda de activos imobilizados.
Assim, estes autores concentram a sua maior atenção sobre o fluxo de caixa operacional,
reconhecendo que este é o que surge de operações normais ou seja a diferença entre a receita
de vendas e as despesas que significam saida de caixa, afirmam que este é o responsável pela
diferença entre este e o lucro, destacando dois motivos:
 A possibilidade de nem todos os impostos divulgados na DRE terem sido pagos no
ano corrente;
 As vendas poderem ser a crédito e, assim, não representarem o dinheiro, e algumas das
despesas (ou custos) deduzidas das vendas para determinar os lucros não serem custos de
caixas. Por fim, fazem referência a depreciação dizendo que estes não constitui um custo
de que resulta em desembolso.
De um modo geral e de acordo com o Decreto 70/ 2009 de 22 de Dezembro, a DFC é
composto por três elementos provenientes de cada classes de actividades a saber: as
operacionais, as de investimentos e as de financiamento. Por isso pode não diferir muito com
a divisão de Weston e Brighan (2000), havendo diferenças de designações.
Gitman (2010) diz que os fluxos operacionais são os que estão directamente relacionados à
venda e á produção de bens e serviços. E segundo o Comitê de Pronunciamento Contábeis
(s.d) afirma que fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são basicamente
derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade e que portanto, estes
geralmente resultam das transações e de outros eventos que entram na apuração do lucro
líquido ou prejuízo liquidos.
29
Fluxos de caixa de investimentos, referem-se a operações de alienação e aquisição de
investimentos de capital (investimentos financeios, activos fixos tangives e activos fixos fixos
intagiveis). Da Costa e Alves (2008), afirmam que este fluxo ser relevante na medida que
representa a extensão de dispêndios feitos para a obtenção de recursos que tenham em vista
gerar resultados e fluxos de caixa futuros.
E por fim, relativamente aos fluxos de financiamento, Gitman (2010) diz que estes são os que
resultam de transações de financiamento com capital de terceiros e capital próprio. E Da
Costa e Alves (2008), concordando com o Gitman, afirmam que estes fluxos têm como
consequência alterações na extensão e composíção dos empréstimos obtidos e do capital
próprio da empresa e, acrescentam que através deste fluxo a empresa consegue estimar as
necessidades de meios de pagamentos e de novas entradas entradas de capital (necessidade de
financimento). Mas, deve aqui ficar claro que os empréstimo obtidos a que se refere nestes
fluxos são as de médio e longo prazo, pois os empréstimos de curto prazo (descoberto
bancário, overdraft, empréstimo a conra corrente, entre outros) uma vez que são liquidadas ao
longo do mesmo exercício económico são assim consideradas fluxos de actividade
operacional.
Assim, o Decreto 70/ 2009 de 22 de Dezembro apresenta os seguintes influxos e exfluxos que
podem provir de cada actividade:
a) Acividade Operacional:

Recebimentos de clientes pela venda de bens e da prestação de serviços;

Recebimentos de royalties, honorários, comissões e outros rendimentos;

Pagamentos a fornecedores de bens e serviços;

Pagamentos aos trabalhadores;

Recebimentos de, e pagamentos a, uma companhia de seguros relativos a prémios,
indemnizações, anuidades e outros benefícios das apólices;

Pagamentos ou reembolsos de impostos excepto se puderem ser especificamente
identificados com actividades de investimentos; e

Pagamentos e recebimentos relativos contratos detidos para negociação.
30
b) Actividade de investimento:

Pagamentos para aquisição de activos tangíveis, intagíveis e outros activos não
correntes incluindo os relativos a custos de desenvolvimento capitalizados e
trabalhos para a própria empresa;

Recebimentos da venda de activos tangiveis, intagiveis e outros activos correntes;

Pagamento para aquisição de instrumentos de capital próprio de outras entidades e
interesses em empreendimentos conjuntos (desde que não sejam pagamentos de
instrumentos considerados como equivalentes de caixa ou detidos para
negociação);

Recebimentos da venda de instrumento de capital próprio de outras entidades e
interesses em empreendimentos conjuntos (desde que não sejam pagamentos de
instrumentos considerados como equivalentes de caixa ou detidos para
negociação);

Adiantamentos e empréstimos concedidos a terceiros (que não sejam concedidos
por instituições financeiras);

Reembolso de adiantamentos e empréstimos concedidos a terceiros (que não sejam
concedidos por instituições financeiras);

Recebimentos de contratos futuros, contratos forward, contratos de opções e
contratos swap, excepto se tais contratos forem detidos para negociação ou os
pagamentos forem classificados como actividades de financiamentos; e

Recebimentos de contratos futuros, contratos forward, contratos de opções e
contratos swap, excepto excepto se tais contratos forem detidos para negociação
ou os pagamentos forem classificados como actividades de financiamentos.
c) Actividade de financiamento:

Recebimentos resultantes de emissões de acções ou outros instrumentos de capital
próprio;

Pagamentos aos detentores do capital para aquisição ou remissão de acções da
entidade;

Recebimentos resultantes da emissão de título de dívida, empréstimos, livranças,
obrigações e outros financiamentos;

Reembolsos de financiamentos;

Pagamentos feitos pelo locatário para reduzir a responsabilidade de um contrato
de locação financeira.
31
Na mesma classificação, Brigham & Ehrhardt (2010), diferenciam as actividades
operacionais, de investimentos e de financiamentos da seguinte maneira:
a) Actividade operacionais, incluem o lucro líquido, a depreciação e as mudanças em
outros activos e passivos circulantes que não caixa, os investimentos de curto prazo e
as dívidas de curto prazo;
b) Actividades de investimento, incluem investimentos ou vendas de activos
permanentes;
c) Actividade de financiamento, incluem o levantamento de caixa por meio da venda de
investimentos de curto prazo e pela emissão de dívidas de curto prazo, dívidas de
longo prazo ou acções. E ainda, são incluídas os dividendos pagos e o caixa utilizado
para a recompra de acções ou títulos de dívida em circulação.
Esta forma de deferenciação, conforme será abordado nos próximos tópicos da pesquisa, está
mais inclinada para o Método indirecto de elaboração de fluxo de caixa. Ou seja, a forma
como define as actividades operacionais parece estar a falar apenas do método directo. Pelo
que, para quem tem pouco domínio da contabilidade este conceito de fluxo de caixa é mais
fácil perceber.
2.2.9 Método de Elaboração das Demonstrações de Fluxos de Caixa
A demonstração de fluxos de caixa segue dois métodos: Método directo e Método indirectos.
a) Método directo
Da Costa e Alves (2008) em relação a este método afirmam o seguinte: “.....é aquele em que
são divulgados os principais componentes dos recebimentos de caixas e dos pagamentos de
caixa, em termos brutos, permitindo aos utentes compreender o modo como a empresa gera e
utiliza os meios de pagamentos”.
Os mesmo autores, acrescentam ainda que neste método os recebimentos e os pagamentos
podem ser obtidos directamente dos registos contabilísticos mediante a existência de um
subsistema de informação apropriado. Mas, a usar estes registos sempre deve-se tomar o
32
cuidado de tratar adequadamente os movimentos relacionados cujo estão incluídos enventuais
juros ou então imposto sobre valor acrescentado (IVA).
De acordo com o Decreto 70/ 2009 de 22 de Dezembro, as componentes de pagamentos e
recebimentos neste método podem ser obtidas por duas vias:
1.
A partir dos registos contabilísticos das entidades;
2.
Pelo ajustamentos das vendas, os custos das vendas e outros itens da demonstração
dos fluxos relativos a:

Variações, durante o período, nos inventários e nas contas a receber e contas a
pagar de natureza operacional;
b)

Outros intens que não representem recebimentos e pagamentos; e

Outros itens relativos a actividades de investimento e financimento.
Método indirecto
De acordo com o Decreto 70/ 2009 de 22 de Dezembro, resulta dos resultados líquidos do
período na qual são ajustados dos efeitos de transações que não tenham a natureza de
pagamento e recebimentos, dos acréscimos e diferimentos, e também dos itens de
rendimentos ou gastos relativos a fluxos de caixas das actividades de investimento ou de
financiamentos.
A diferença entre os dois métodos, conforme ilustram os apêndices 2.2. e 2.3, está
exclusivamente relacionada com o cálculo a determinação dos fluxos referentes a actividades
operacionais, pois as actividades de investimentos e financiamento são determinados do
mesmo modo em ambos métodos. Contudo, o método directo é desejável em relação ao
método indirecto, pois este proporciona informação que pode ser útil para estimar os fluxos de
caixa futuros.
33
2.2.10 Vantagens e de Desvantagens dos Métodos de Elaboração das Demonstrações de
Fluxos de Caixa
Dentre os métodos acima apresentados, cada um têm suas vantagens e desvantagens.
Começado pelo método directo, ela apresenta mais informações que sustentam as actividades
operacionais da empresa e ainda evita o risco de transportar erros de elaboração da DRE e as
estão inseridas nas dificuldades de elaboração, exige que o indivíduo conheça muito bem a
empresa e acompanhe todas as operações.
E o método indirecto é mais fácil de elaborar, pois transporta o resultado liquido proveniente
da DRE e faz ajustes das diferenças provenientes de base de caixa e a base de acréscimo, ou
seja as despesas e custos que não são consideradas saidas de caixa. E quanto a inconveniênvia
deve-se ao risco que se corre ao buscar apenas o resultado liquido, pois em caso da DRE estar
mal elaborado e apresentar dados distorcidos pode-se incorrer a falhas e ainda este
demonstrativo não permite uma análise detalhada das actividades operacionias, pois
assemelha-se aos critérios tradicionalmente utilizados ou seja, recorrer a DRE para busca de
dados.
Quanto aos objectivos a que se pretende no trabalho, é preferível o uso da DFC método
directo pois só assim será possível destacar a real importância. Isso, deve –se facto do DFC
método indirecto recorrer a DRE na integra, pelo que pouco se notará a importância das
DFC’s na empresa. E é importante referir que a diferença entre estes dois métodos está
basicamente na demonstração das actividades operacionais, visto que as restantes actividades,
de investimento e de financiamento são demonstradas de igual forma.
O Decreto nº 70/ 2009 de 22 de Dezembro dá maior primazia ao método directo de elaboração
de DFC por motivos ligados às vantagens atrás mencionadas relativamente ao método. E
ainda, devido a forma de adopção, ou seja todos estes países consideraram as normas da IASB
para harmonização contabilística dos seus sistemas de contabilidade. E, esta instituição de
emissão de normas internacionas de contabilidade dá maior importância ao método directo
devido a maior clareza que este método para análise e interpretação das actividades
operacionais das empresas e este facto vai influenciando aos países que forem a adoptar as
IAS/IFRS.
34
2.3 Literatura Empírica
Nesta literatura o pesquisador traz uma informação sobre os estudos em torno das DFC’s em
outros países. Tendo –se baseado em estudos já realizados por alguns países membros da
CPLP, traz uma visão por estes colhida relativa a realidades vivida nas matérias de elaboração
e análise das DF’s, uma vez que adoptaram as IAS e as IFRS recentemente e por sua vez a
DFC constitui um elemento novo, legal e obrigatório no conjunto das suas DF’s. Referir que,
os elementos que esta literatura fornece para a presente pesquisa, constitui de facto uma
componente de extrema importância, pois o pesquisador tem a possibilidade de colher
experiências relativas as metodologias utilizadas por outros pesquisadores bem como acatar as
recomendações deixadas para as futuras pesquisas em torno desta matéria., em pró do
desenvolvimento do tema que é novo nos sistemas de contabilidade da maioria dos Países.
2.3.1 Demonstrações de Fluxo de Caixa no Brasil
Macário (2009) apresentou um estudo na sua monografia para conclusão do curso em gestão
de negócios financeiros na Universidade Federal de Rio Grande de Sul intitulado “ a
importância da Gestão de Fluxos de Caixa no Controle da Inadimplência”. Este estudo tinha
como objectivo analisar a inadimplência no fluxo de caixa na empresa e teve sua premissa
demonstrar a importância deste para a sobrivivência das empresas.
O autor supracitado, ao desenvolver o estudo tinha em vista obter resposta às dificuldades
vividas pelas empresas Brasileiras, diante dos desafios impostos pela globalização da
economia e pelo dinamismo do ambiente interno e externo. Deste modo, este traz uma
informação que realça a importância da demonstração de fluxo de caixa na busca do senso
crítico, bases concretos e subsídios teóricos de modo a efectuar uma análise mais próxima da
realidade e auxilio na melhoria dos cálculos e projeções futuras das empresas quanto a
inadimplência.
Pelo que, Macário afirma que a gestão de risco e o equacionamento da incerteza passa pela
utilização de fluxo de caixa como ferramenta de gestão. Pois, este posssibilita o administrador
a programar e acompanhar as entradas e saidas de recursos financeiros, tanto a curto e longo
prazo e consequentemente o controle dos meios financeiros, o que lhe permite a medição da
35
escassez de caixa ou um possível excesso de recursos financeiros que poderiam ser aplicados
no mercado financeiro rendendo recursos a mais para a empresa.
Como forma de reforçar sua opinião, fundamenta-a afirmando que o fluxo que caixa ajuda o
administrador a manter a empresa no mercado. Pois geralmente, este tem sido um dos
elementos usados para concessão de créditos e neste espelha a competência da tesouraria da
empresa em administrar o dinheiro gerado pelas vendas, dado que a insuficiência em caixa
pode ser um motivo de rejeição de crédito e ainda a suspensão de fornecimento de materias
para a continuidade da empresa, pelos fornecedores.
Para o desenvolvimento do estudo, o autor apoiando do método cientifico, utilizou o modelo
dedutivo. E de acordo com este apud Lakato (2008), afirma que este método, consiste no
facto da necessidade de explicação não residir nas premissas, mas ao contrário, na relação
entre as premissas e a conclusão.
Devido a este facto, o Macário traz uma abordagem de informações quem só em si são
verdadeiras e condizem com a realidade, de modo que não houve necessidde de ampliação
dos conteúdos, pois a conclusão e os objectivos traçados são certos. E para a busca de tais
informações baseou-se na técnica de documentação indirecta abrangendo a pesquisa
documental e bibliográfica.
Assim, ao longo da sua redação foi possível constatar um aspecto que deve servir de um dado
para as empresas que estão constantemente preocupados em manter a sua contabilidade
organizada. Ou seja, diferentemente o que tem acontecido, as empresas elaboram a DFC no
final de cada exercício, pelo que pode não permitir o uso adequado deste demonstrativo ao
escopo destinado, para que isto não aconteça, Macário afirma que este pode ser elaborado no
final de cada mês, trimestre e se possível diariamente.
Um outro aspecto importante que pode-se notar na abordagem deste autor, é o facto de usar o
termo Fluxo de Caixa para designar a DFC. Em poucas palavras, utiliza o primeiro termo
como uma abreviatura do segundo, pelo que toma atenção a observação dos seguintes
objectivos para elaboração de um bom e eficiente fluxo de caixa:
36
 Proporcionar o levantamento de recursos financeiros necessários para execução do
plano geral de operações e, também realização de transacções económico-financeiras
pela empresa;
 Empregar, da melhor forma possível, os recursos financeiros disponíveis na empresa,
evitando que fiquem ociosos e estudando antecipadamente a melhor aplicação, o
tempo e a segurança dos mesmo;
 Planear e controlar os recursos financeiros da empresa, em termos de ingressos e de
desembolsos de caixa, através das informações constantes nas projeções de vendas,
produção e despesas operacionas, assim como relativos a indices de actividades:
prazos médio de rotação de estoques, de valores a receber e de valores a pagar;
 Saldar as obrigações da empresa na data de vencimento;
 Analisar as fontes de crédito que oferecem empréstimos menos onerosos, em caso de
necessidade de recursos pela empresa;
 Evitar desembolsos vultuosos pela empresa, em época de baixo encaixe;
 Desenvolver o controle dos saldos de caixa e dos créditos a receber pela empresa;
 Permitir a coordenação entre recursos que serão alocados em activo circulante, vendas,
investimentos e débitos;
Em conclusão, Macário afirma que as receitas da empresa não representam fluxo de caixa
disponível aos accionistas e estes recebem os dividendos apenas somente quando um
aumentos dos lucros é acompanhado por uma elevação do fluxo de caixa actual e/ ou
esperado. E por isso há necessidade que todas demonstrações financeiras sejam avaliadas de
forma criteriosa, de modo que a DFC seja um instrumento poderoso para a empresa.
A pesquisa do Macário tem uma relação com a presente. Pois, ambas tem o escopo de
comprovar que o facto da empresa auferir muita receita não quer dizer que tem um
disponibilidade estável ao ponto de assumir o cumprimento das obrigações com os seus os
credores, quer comerciais, por emprestimo ou então fornecedores de capital numa data mais
recente do que a de recepção dos seus valores, em outra outras palavra, fixar uma data de
pagamento de obrigações inferior a data de recebimento das dívidas.
Assim, como nos aspectos mencionados anteriores no que tange a elaboração de um fluxo de
caixa eficiente, encontra-se mais uma relação que é da gestão de recursos financeiros. Ou seja,
o objectivo da presente pesquisa demonstrar a importância do DFC na tomada de decisões
37
administrativas financeiras e no entanto a pesquisa do Macário estava inclinada numa das
componentes da administração financeira, que era do uso da DFC na análise da inadimplência
das empresas que certo modo envolve uma coordenação de vários recursos na empresa a
serem alocados e ou aplicados.
Ainda no Brasil, foi desenvolvido e apresentado um estudo por Costa (2009) na Universidade
Federal Santa Catarina, com o tema “Análise financeira de uma empresas através de fluxos de
caixa”. O objectivo do estudo era evidenciar a situação financeira de uma empresa através da
DFC.
Na definição do tema e do problema, Costa apud Gitman (2002), afirma o seguinte: “uma
empresa pode ser lucrativa e mesmo assim fracassar, devido a um insuficiente fluxos de caixa
para satisfazer as suas obrigações nas datas de vencimento”. Com esta citação, este pretendia
alertar às empresas e aos administradores financeiros que o lucro não é sinónimo de caixa, de
forma que a empress pode apresentar lucros em suas demonstrações financeiras e estar com
dificuldade de geração de caixa.
A escolha do tema deve –se sobretudo de muitos administradores financeiros esquecerem –se
da adequada administração de recursos financeiros, o que leva as empresas a insolvência.
Pois, confundindo o lucro com o caixa, faz com que muitas empresa encontre a falência
devido a falta de caixa e não de lucro.
Ainda, ao escolher o tema, Costa visava responder algumas questões que deram origem da
substituição da Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos (DOAR) com a DFC. Isto
é, no Brazil como forma de responder ao cenário internacional do mercado, através Lei
11.637 de 28 de Dezembro de 2007, tornou obrigatória a elaboração do DFC e facultativa a
DOAR, pelo que não foi num passado longiquo na qual a DFC passou a ser considerado um
elemento obrigatório das DF’s.
Para a concretização da pesquisa, o autor em questão, tendo a necessidade de delinear a sua
pesquisa quanto aos objectivos, enquadra como uma pesquisa exploratória, pois trata-se de
uma tema pouco conhecido e que exige uma busca profunda de assuntos em seu torno, de tal
forma que se possa tornar mais claro.
38
Para a busca de informações, o autor recorreu ao material divulgada em formatos electrónicos,
ainda colecta em livros e em demonstrações financeiras da empresa Beta, S.A. E assim, por
isso este afirma que a sua fundamendação teórica foi baseada em pesquisa bibliográfica e
documental e aplicou o procedimento de estudo de caso, de modo a tornar o estudo profundo
e exaustivo através de um ou pouco objectos.
Mas, para complementar o estudo e torná-la rica, para a abordagem do problema seguiu a
linha qualitativa e quantitativa. A aplicação destes dois métodos em conjunto por Costa, devese sobretudo em querer interpretar uma realidade, através de documentos e registos
levantados, dai que considera ser antes qualitativa e a medida que pesquisa foi tomando uma
linha que exigiu um maior aprofundamento desta realidade e do assunto investigado teve que
complementar usando a pesquisa quantitativa.
A abordagem geral da pesquisa do Costa, inicia por levantamento de conceitos gerais de
contabilidade e das informações contabilistica. E por fim, dado relevancia sobre o tema em
questão, ele ressalta a importância da DFC é a tomada de decisões de forma eficiente e que
constitui uma ferramenta para informar aos administradores acerca da capacidade da empresa
liquidar os seus compromissos financeiros de curto prazo e longo prazo. Ainda acrescenta que
a DFC mostra a necessidade de caixa da empresa, evidencia o confronto entre as entradas e as
saidas de caixa, se ocorrem sobras e faltas de dinheiro, permitindo a administração da
empresa decidir com antecedência se a empresa deve tomar recursos ou aplicá-los.
Ao longo da dissertação do Costa, este aponta os seguintes requisitos que uma DFC deve
atender:
 Evidenciar o efeito periódico das transações de caixa segregadas por actividades
operacionais, actividades de investimento e actividades de financiamento, nesta
ordem;
 Evidenciar separadamente, em notas explicativas que façam referencia a DFC, as
transações de investimento e financiamento que afetam a posição patrimonial da
empresa, mas não impactam directamente os fluxos de caixa do período;
 Reconciliar o resultado liquido (lucro/ prejuízo) com o caixa liquido gerado ou
consumido nas actividades operacionais.
39
Costa, concluíu que uma melhor gestão envolve o domínio e a capacidade de interpretação
dos elementos das DF’s e ainda a busca de elementos para a tomada de decisões.
Por fim, encontra-se uma relação entre as duas pesquisas brasileiras, pois ambas foram
realizadas em virtude da recém aprovação da obrigatoriedade da DFC no Brazil.. Ainda,
considerando as pesquisas no seu interior estas vem para validar a grande importância deste
demonstrativo financeiro na evidênciar dos recursos financeiros da empresa do lucro apurado
pela demonstração de resultados.Não obstante, importa referir das duas uma apresenta um
exploração cientifica do que a outra. Ou seja, o Costa procurou reunir e aplicar de forma
criteriosa para a realização da sua pesquisa relativamente ao Macário.
2.3.2 Demonstração de Fluxo de Caixa em Portugal
Em Portugal, foi desenvolvida uma dissertação, no Instituto Politécnico do Porto, sob autoria
de Barbosa (2011), cujo teor era “NCRF 2 – Demonstração dos Fluxos de Caixa e Suas
Implicações Fiscais e de Auditoria”. Esta tinha por objectivo estabelecer ligação com a
necessidade e importância que ela tem para a gestão das entidades e ainda, avaliar o impacto
da adopção da NCRF 2- Demonstração dos Fluxo de Caixa ao nível da implementação e do
benefício da informação dela decorrente e efectuar a contraposição à situação existente
aquando do Plano Oficial de Contabilidade (POC).
Uma das grandes motivações que levaram, a Barbosa a escolher o seu tema, estavam
relacionadas com questões profissionais. Pelo que, no âmbito da pesquisa, buscou encontrar
resposta a diversas questões, destacando –se o facto de que a determinação do lucro líquido
não fornecer um indicador seguro da capacidade de gerar dinheiro, uma vez que a
contabildade em regime de acréscimo é demasiado permiável face aos significativos fluxos de
caixa da empresa.
Assim, para efectivação da pesquisa, primeiramente considero-a como sendo uma pesquisa
qualititativa na parte da revisão teórica e quantitativa na parte tratamento e processamento do
resultado dos inquéritos. Conforme a autora, a primeira metodologia utilizada estava assente
na revisão da literartura relativa ao tema, análise das Demonstração de Fluxo de Caixa de
40
acordo com vários normativos, como a SNC, POC e a IAS. E a segunda na elaboração de
inquéritos e na conclusão sobre o estudo desenvolvido.
Barbosa (2011), traz uma pequena referência sobre o processo de introdução e aprovação da
DFC em Portugal. Esta referência inicia por um historial acerca do primeiros passos que
Portugal deu para o melhoramento da qualidade das suas DF’s e o momento em que começa a
preocupar-se com os fluxos de caixa e não apenas no lucro contabilístico.
Este processo, conforme o Barbosa, diz que iniciou com a aprovação do “ Mapa de Origem e
Aplicação de Fundos ” doravante conhecido por MOAF, através do primeiro POC em 1977, o
POC/ 77. Este mapa tinha a função de apresentar as variações patrimoniais de activos,
passivos e capitais próprios através de comparação de dois Balanços consecutivos.
Já em 1989, foi aprovado o segundo POC, POC/89. Nesta altura, este normativo veio alterar a
designação do MOAF passando para a Demonstração de Origens e Aplicação de Fundos ou
seja DOAF, mantendo-se os mesmos objectivos.
No entanto, com o processo de normalização contabilística, em 2003, através do Decreto –Lei
nº 79/ 2003 veio eliminar do POC a DOAF e tornou obrigatória a DFC pelos métodos directos
ou indirectos. Assim, o Portugal estava a dar os primeiros passos rumo a harmonização
contabilística.
Mais tarde, com o Decreto-Lei nº 158/ 2009, a DFC passou a ser obrigatória e deveria ser
elaborada e apresentada pelo método directo. Neste momento, Portugal estaria a integrado no
processo de harmonização contabilística internacional na plenetude.
Com vista a fundamentar a escolha do DFC em relação a DOAF pelo Portugal, Barbosa apud
Barata (1999) afirma o seguinte:
“razões que fundamentam a opção pela DFC em detrimento da DOAF terão por base
não tanto a maior objectividade da primeira demonstração relativamente à segunda,
mas muito mais no facto de ter lucros (perspectiva financeira/liquidez), razão pela
qual dificilmente haverá correlação entre os resultados apurados e os fluxos de
caixa, ou, dito de outra forma: ter lucros não significa ter dinheiro!”.
41
No entanto, a autora supracitada teve uma abordagem abrangente o que tornou a pesquisa até
certo ponto pouco perceptível. Pois ao estudar a DFC no controle interno da empresa
(auditoria) e na área da fiscalidade tornou-a a pesquisa mais ambiciosa, pelo que foi possível
ter condições de criar relações com as pesquisas do Brazil muito menos com a presente.
Este facto pode-se notar desde a metodologia até a forma de abordar os factos. Isto sobretudo
quando apenas diz que a sua pesquisa é qualitativa e quantitativa e mais nada e, não mais
detalhes em relação a este aspecto que é muitíssimo importante para um trabalho de pesquisa
científica.
Mas, ainda em Portugal, De Azevedo (2012) realizou um estudo sobre a importância dos
fluxos de caixa na análise da solvência, liquidez e viabilidade das empresas, na mesma
instituição de ensino superior, cujo objectivos eram de verificar como o fluxo de caixa
interfere na gestão financeira das entidades, caracterizar a estrutura financeira das empresas,
verificar como as empresas faziam o controlo dos fluxos de caixa, identificar as naturezas
financeiras de recebimentos e pagamentos e verificar se os empréstimos e financiamentos
estão a ser registados de forma adequada.
Um aspecto semelhante com a realidade empresarial moçambicana encontrado neste estudo é
pelo facto de muitas empresas não darem grande importância na DFC, isto deve-se pelo facto
de Portugal só ter alargado a obrigatoriedade deste demonstrativo à todas médias e grandes
empresas em 2005, onde deixou de abranger apenas à empresas que estão cotadas nas bolsas
de valores. Ainda, este autor afirma que a obrigatoriedade da divulgação da DFC demonstra
uma mais-valia para o trabalho dos auditores, pois a análise deste demonstrativo permite
inferir sobre a continuidade da entidade do que antes quando a base era apenas a DRE e o
Balanço.
Para realização da pesquisa, o autor supra citado, recorreu ao método qualitativo e também
quantitativo, pois teria que inquerir pessoas ou organizações envolvidas no processo
financeiro da empresa e por fim analisar os respectivos dados ou números. Quanto a técnica,
recorreu a exploratória, tendo para tal escolhido duas empresas para efectuar o estudo de caso
e por fim apoiou-se a dados primários e secundários para a compilação da dissertação, tendo
realizado pesquisas bibliográficas e análise de relatórios financeiros bem como questionários.
42
Este autor, não considera que a DFC seja um mapa evolutivo da demonstração de origem e
aplicação de resultados (DOAR), como muitos outros tem afirmado, pois consta no seu estudo
que estas demonstrações são ambas de fluxos e tém finalidades diferentes. Assim, como
forma de enfatizar a importância de DFC, ele diz que esta é que melhor permite inferir acerca
das decisões de investimento e aponta de um modo mais claro e objectivo a situação de
liquidez e solvência da empresa, e acrescenta que para o IASC, as informações sobre fluxos
de caixa de uma empresa são úteis na medida em que proporcionam aos utentes das DF’s uma
base para avaliar a capacidade de a empresa gerar caixa e equivalentes de caixa e as suas
necessidades para utilizar esses fluxos de caixa.
Nesta ordem de ideia, Azevedo (2012) afirma que a informação sobre o fluxo de caixa é uma
informação sobre fluxo financeiro de uma empresa e é através deste que as empresas
planeiam e tomam decisões de investimentos, financiamentos, distribuição de recursos, entre
outros aspectos, fundamentais para a continuidade das operações normais das entidades.
Assim, da mesma forma que o estudo de Azevedo pretendia comprovar que o DFC envidencia
e explica que disponibilidade não significa lucro, e lucro nem sempre significa
disponibilidade de caixa, no presente estudo pretende –se também atingir a mesma prova mas
aqui vai incedir-se muito mais para as decisões que os administradores tomam nas actividades
operacionais, de investimentos e de financiamentos.
Um aspecto importante abordado no estudo de Azevedo está relacionado com a manipulação
de fluxos de caixa, pois devido a importância para análise do desempenho e capacidade
financeira da empresa, o autor fez referência ao estudo efectuado por Megan, Hategan, Caciuc
e Cotlet (2009) onde confirmam que as empresas conseguem adulterar a DFC através de uma
alteração na forma como reconhecem os seus pagamentos pendentes, citando um exemplo de
uma empresa que passa um cheque para pagar a um fornecedor, enquanto o cheque se
encontra em trânsito a empresa pode optar por não reduzir as suas contas a pagar e, assim,
manipular os fluxos de caixa operacionais.
Uma outra referência trazida por Azevedo é do estudo realizador por Professor Paulo Miller
da Universidade do Colorado publicado em 2007, tendo estudado a empresa Hertz e
Abercrombie & Fitch ambas dos EUA, fundadas em 1918 e 1892 respectivamente. Do estudo
43
efectuado a empresa Abercrombie & Fitch diz que a estratégia utilizada por esta empresa para
a manipulação dos fluxos de caixa consistia no facto de no final do ano, apresentar os cheques
que ainda não tinham sido descontados como um passivo em vez de uma redução do saldo de
caixa, esses cheques eram registados numa conta do passivo para ser divulgado no balanço e,
no dia seguinte, os cheques eram depositados e a conta anteriormente utilizada ficava saldada.
Assim, Azevedo (2012) apartir dos resultados obtidos dos inquéritos concluíu no seu estudo
que os auditores independentes reconhecem de forma explicita a utilidade da DFC e que a sua
análise auxilia a compreensão da solvência, liquidez e viabilidade das empresas e ainda que os
credores tendem a dar maior importância pois apartir deste demonstrativo obtem informações
sobre a capacidade da empresa para cumprir as suas obrigações de pagamento.
Entretanto, do estudo da De Azevedo (2012) nota-se uma maior clareza e objectividade na
abordagem dos assuntos realativamente a o estudo efectuado pelo Barbosa (2010). E
consequentemente, neste estduo possível encontrar traços comum com a presente pesquisa
desenvolvida, isto é, no que diz respeito a metodologia, uma vez que considerou-a a sua
pesquisa exploratória e como também qualitativa embora também quantitativa, não
constituindo um motivo para tirar o mérito da pesquisa.
2.3.3 Demonstração de Fluxo de Caixa em Cabo Verde
Vieira (2010) na sua monografia para a obtenção de grau de licenciatura apresentado ao
Instituto Superior de Ciências Económicas e Empresariais, afirma o seguinte:
A Demonstração de Fluxo de Caixa (out – put da Contabilidade) revela -se como um
instrumento de excelência na tomada de decisões que envolvam aspectos monetários
mas acabam por reflectir em toda a organização, tomando a sua análise fundamental
para a continuidade dos negócios das empresas. (Vieira, 2010, p.5)
Esta afirmação revela mais uma vez, a necessidade de tomar a DFC como instrumento que
ajudará os administradores das empresas a desenvolverem e tomarem decisões eficientes e
eficazes dentro da organização ou da conjuntura empresarial.
O estudo desenvolvido por Vieira (2010) teve motivações que se assemelham a realidade do
nosso País e a Portugal, pois em Cabo Verde passou-se a adoptar o Sistema de Normalização
44
Contabilística e de Relato Financeiro em 2009, através de Decreto – Lei nº 5/ 2009, de 5 de
Fevereiro, tendo instituido às médias e grandes empresas Cabo Verdianas mais um elemento
nas Demonstrações Financeiras, a DFC, pelo que trata-se de uma elemento muito novo nos
sistemas de contabilidade deste Países.
Por isso Viera, achou melhor elaborar a sua Monografia com vista a despertar atenção sobre a
importância da DFC na estabilidade dos negócios das empresas Cabo Verdianas, tendo
estabelecido como objectivo geral, evidenciar a necessidade da utilização da DFC como
instrumento útil para a gestão das empresas em Cabo Verde e um meio para obtenção de
informações fiáveis e úteis que contribuem para o acompanhamento dis objectivos
estabelecidos pela empresa se este for implementado com rigor.
E como forma de tornar mais interessante a sua pesquisa, a autora inicou deduzindo que as
empresas não entram em solvência por acumularem prejuízos sucessivos mas sim pela falta de
liquidez que lhes permita solver o passivo não corrente. Esta afirmação desperta muita
atenção, pois no entender de muitos, ter lucro significa uma empresa estável.
Ao longo da sua dissertação Viera traz uma classificação de fluxos de Caixa ou seja,
indentificou dois tipos de fluxos de caixa, a DFC histórico ou realizado e a DFC previsional.
A primeira refere a componente do conjunto das DF’s que as empresas divulgam, servindo
principalmente para análise comparativas e históricas e a segunda DFC é aquele que é
utilizado principalmente pela gerência das empresas no planeamento operacional e estratégico
na gestão da actividade financeira, inclinada para o futuro, sendo uso interno da empresa.
Assim, a autora (2010) afirma que:
“...A DFC previsional permite o conhecimento a priori da capacidade de gerar
fluxos de caixa suficientes para o cumprimento das suas obrigações e ainda
avaliação da sua folga financeira para novos “ataques” em termos de
competitividade na sua área de negócios, ou para alargamento de mercado com a
implementação de novos projectos, diversificação e/ ou aumento dos seus
segmentos”
E por sua vez destaca três niveis tomada de decisões: estratégico, operacionais e decisões de
tesouraria.
45
Para a concretização da pesquisa, Viera classificou a sua pesquisa como exploratória e de
modo a aprofundar definiu as suas hipóteses e ainda uma empresa para o estudo de caso. No
entanto, de modo a contextualizar ainda sobre a pesquisa ela inicia por uma abordagem
descritiva, tendo deste modo recorrido a diversas referências bilbliográficas. E por fim através
de inquérito conseguiu obter cerca de 40 questinários respondidos pelo mesmo número de
empresas, num universo de 60. Assim, pode-se verificar, que não existe muita diferença entre
a pesquisa de Viera com a de Azevendo (Portugal), bem como as metodologias definidas na
presente.
Em termos do tema, a presente pesquisa assemelha –se com a de Azevedo em termos no teor
desenvolvido. Pois, enquanto o Azevedo específicou area de estudo, neste caso a
solvabilidade, a liquidez e a viabilidade das empresas portuguesas, tendo definido estes
elementos como critérios que os administradores usam para com este analisarem as DF’s e
tomarem as decisões enquanto que Vieira, simplesmente busca estudar a DFC na integra sem
antes indentificar os critérios que o administrador pode utilizar na tomada de decisões, em
poucas palavras ela é mais genérica.
E ainda, quer as pesquisa do Macário e Costa quer De Azevedo têm uma extrema relação mas
cada uma com traços bem definidos, pois esta última pretende revelar a importâncias da DFC
nas empresas Cabo Verdianas. E no entanto, na sua pesquisa concluiu que existe um esforço
as empresas em Cabo Verde tendem a aumentar o seu esforço no sentido de se organizarem e
considerarem as exigências da actual realidade da conjuntura contabilística, pois muitas
empresas até então não elaboram este demonstrativo financeiro.
2.4 Literatura Focalizada
No que diz respeito a literatura focalizada, fez-se aqui referência a pesquisas realizadas no
território nacional. Esta componente desempenha um importante papel, ao revelar as áreas do
tema em questão já pesquisadas em Moçambique, trazendo deste modo uma visão das
diversas abordagens dos pesquisadores moçambicanos e que poderão servir de contrapartida e
ou variável de estudo para a presente pesquisa.
46
2.4.1 Estudos Sobre a Demonstração de Fluxo de Caixa em Moçambique
Nhampossa (2007), desenvolveu uma pesquisa com o tema “ Avaliação de empresas através
do Modelo dos Fluxos de Caixa Descontado para Firma – Caso CETA SARL”, tendo
remetido à Universdade Eduardo Mondlane - Faculdade de Economia. A pesquisa tinha como
objectivo estudar os modelos de avaliação de empresa, e procurar aplicar o modelo de fluxo
de caixa descontado para firma (FCDF) no apuramento do valor de referência para caso real e,
tendo escolhido a CETA, SARL para a sua pesquisa.
Da mesma forma que a Viera (2010), para atingir os seus objectivos bem como testar as suas
hipóteses classificou a sua pesquisa quanto aos meios como sendo pesquisa bibliográfica,
documental e estudo de caso. Mas, diferentemente das outras pesquisas aqui referidas, este
traz uma nova classificação e, afirma que sua pesquisa é descritiva pelo facto de ter procurado
descrever uma série de modelos de avaliação económica da empresa e, metodológica, na
medida que a sua pesquisa ilustra vários caminhos, formas de procedimentos com vista ao
apuramento de um valor Valor Referência para transações e ou tomada de decisões.
A pesquisa de Nhampossa não tem nenhuma ligação com a pesquisa da Viera (2010) muito
menos com a presente, pois este realizou a sua pesquisa muito antes das DFC’s serem
obrigatórios em Moçambique. Ou seja há uma diferença de realidade temporal, uma vez ao
desenvolver a sua pesquisa a sua visão estava virada no dos processos de fusões, aquisições,
investimentos em outras empresariais e ou activos, como as opções dos administradores em
expandirem as suas empresas.
Assim, de um modo geral, o autor supracitado defendia que antes da aceitação ou então de
aplicação das estratégias acima referidas, para uma melhor tomada de decisões e garantir uma
capacidade de negociação nestes negócios há necessidade de usar uma ferramenta adequada,
facto que naquela altura o SCE nacional não apresentava qualidades e instrumentos para tal.
Assim, referiu-se dos Modelos de fluxos de caixa descontados como uma ferramenta ideal
para a tomada decisões dos administradores das empresas no âmbito da reestruturação,
integração, investimento, desinvestimento e gestão baseada no valor.
No entanto, antes mesmo de destacar o FDCF, como Modelo de avaliação de empresas, ele
inicia por trazer outros modelos a destacar:
47
 Avaliação baseada no valor contabilístico ou no valor patrimonial;
 Avaliação baseada no valor contabilístico com a inclusão de Goodwill;
 Avaliação relativa por comparação através de múltiplos;
 Avaliação por FCD;
 Avaliação pelo modelo do Valor Presente Ajustado e valiação baseado no Lucro
Económico.
Contudo, tal como os objectivos estabelecidos, termina por destacar o Modelo de fluxo de
caixa descontado como o mais utilizado pelas empresas de consultoria e bancos de
investimento, sendo amplamente difundido no mercado financeiro.
Assim, Nhampossa (2007) apud Calvacante et al (2004), diz que modelo de FCD está
fundamentado no conceito de que o valor de uma empresa está directamente relacionado aos
montantes e às épocas nas quais os fluxos de caixa operacionais estarão disponíveis para a
distribuição. E ainda acrescentado diz que o valor da empresa é medido pelo montante de
recursos financeiros que serão gerados no futuro pelo negócio. Por fim, conclui que o modelo
de FCD é ideal para avaliação de uma empresa, embora no contexto das economias
emergentes seja difícil de aplicar devido a fraca disponibilidade e da qualidade das
informações financeiras e contabilísticas.
No entanto, depois de se verificar a abordagem de Nhampossa é importante mais uma vez
referir que devido a diferença da realidade temporal o estudo é diferente de todas as pesquisas
apresentadas neste projeto de pesquisa final. Pois, ele busca apenas inteirar-se sobre aspectos
mais financeira dos fluxos de caixas, embora algumas recorra aos mesmos conceitos usados
por pesquisadores Macário, Costa e De Azevedo. Todavia, existe algum em comum entre esta
e as pesquisas dos outros países, que é a supremacia que dá aos valores liquidos da empresas,
ou seja os meios que permitem a empresa a apurar os seus valores liquidos ou seja os fluxos
de caixa.
48
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PESQUISA
3.1 Introdução
Neste capítulo dá-se uma visão relativamente ao critério de abordagem da pesquisa, dos
métodos e das técnicas recorridas. Entretanto, iniciou-se por uma integração do desenho da
pesquisa, procurando clarificar o método, tipo e procedimentos técnicos de pesquisa
utilizados. Posteriormente, a população na qual a pesquisa incediu e os critérios usados para a
escolha da mesma.
E uma vez que o processo todo envolveu um procedimento para a colecta de dados, o
capítulo revela o método usado para o efeito e o tratamento destes e por fim a forma como
foram analisados. De referir que, esta componente da dissertação é de extrema importância,
pois qualquer pesquisa para ser considerada científica a metodologia usada deve estar bem
clara.
3.2 Desenho da Pesquisa
Para qualquer pesquisa de carácter científico deve-se primeiramente difinir a metodologia.
Este facto, é confirmado por De Andrade (2009) ao afirmar que metodologia constitui o
conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca de conhecimento.
Assim como, Major e Vieira (2009) concordando com De Andrade, dizem claramente que o
conhecimento do método de investigação constitui um factor chave para que o investigador
potencie os seus pontos positivos e reduza as suas fraquezas, resultando dai investigação de
maior valor reconhecidos pelos pares. Deste modo, na presente pesquisa foram inicialmente
desenhados os passos a serem percorridos e definidos os respectivos métodos e
consequentemete as técnicas.
Seguindo assim a metodologia do trabalho científico, a definição do tema da presente
pesquisa, avaliação da importância da demonstração de fluxo de caixa na tomada de decisões
financeiras na Transporte Kanimambo, Limitada e Companhia Industrial de Açucar, SA,
iniciou pela recolha de chuvas de ideias e de discussão com estudantes e profissionais da àrea
de gestão e contabilidade, tendo-se identificado a dificuldade da distinção entre os lucros ou
49
prejuízos com os recursos financeiros (Caixa e seus equivalente). Estes elementos constituem
chaves para a tomada de decisões financeiras nas empresas e podem influenciar na
continuidade, expansão ou então na dissolução da empresa.
Para o efeito, uma vez que os lucros são apurados pela DRE e o caixa e seus equivalentes pela
DFC , de modo a estudar com mais detalhes a situação, surgiu a oportunidade de efectuar a
presente pesquisa em torno deste último demonstrativo financeiro aplicável recentemente no
SCE em Moçambique. Este aplicativo, demonstra que a estabilidade da empresa não está na
existência de lucros liquidos mas sim de meios liquidos financeiros capazes de satisfazer as
necessidades financeiras da empresa.
Com o tema já em vista foram claramente traçados os objectivos com as respectivas questões
de pesquisa que fossem capazes de responder e consequentemente solucionar ou tirar as
possíveis conclusões do problema identificado e formulado. Depois desta fase, o pesquisador
em mente o que realmente pretendia pesquisar e mais uma vez de modo a recorrer a métodos
científicos adequados a pesquisa, ao problema
e aos objectivos traçados, classificou a
pesquisa da seguinte forma:
3.2.1. Método de abordagem da pesquisa
A pesquisa é considerada como sendo qualitativa. Esta classificação deve-se a natureza desta,
isto é, foram colhidos de forma aprofundada uma série de informações relacionadas com
questões de gestão e tomada das decisões financeiras nas empresas pelos administradores
utilizando determinadas ferramentas de contabilidade.
E conforme Major e Viera (2009) a pesquisa qualitativa proporciona uma compreensão mais
profunda dos fenómenos sociais do que aquela obtida pelos métodos adoptados na
investigação quantitativa. Com esta afirmação verifica-se claramente, que ao definir a
pesquisa como sendo de perspectiva qualitativa,
permitiu uma aplicação de critérios e
técnicas adequados, visto que ao seleccionar os métodos para coleta de dados, análise e sua
interpretação o pesquisador procura sempre atender aos métodos e procedimentos
qualitativos.
50
Importa referir que a posição em torno da objectividade de aplicar a pesquisa qualitativa
quando se pretende perceber universo de informações para melhor interpretar, é
compartilhada pelo Siena (2007), quando afirma o seguinte:
“[...] a pesquisa qualitativa tem muito a oferecer no entendimento do universo
organizacional e da prática administrativa. Embora tenha grande valia para a
administração, a pesquisa de natureza quantitativa pode não ser mais suficiente, em
muitos casos, para entender organizações complexas, seus processos, estruturas,
contexto e inter-relações.” (Siena, 2007 apud Goulart e Carvalho, 2005, p.136-137)
3.2.2. A Pesquisa quanto ao seu objectivo
O tema em questão é novo e pouco desenvolvido a nivel das empresas e das instituições de
ensino. Uma vez que procurou-se aprofundar mais sobre o tema considera-se ser uma
pesquisa exploratória. Pois, por meio desta foi possível aprofundar o tema e perceber das
entidades jurídicas (empresas) qual o grau de importância que estes dão a DFC de modo a
tomar decisões financeiras e o nível de percepção dos administradores no que concerne a este
demonstrativo. Ainda, verificar os efeitos das decisões financeiras tomadas por via da DRE e
DFC, isto de acordo com os objectivos e questões de pesquisa traçados.
E segundo Lakatos e Marconi (2010) as pesquisas exploratórias são investigações cujo
objectivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver
questões de pesquisa, aumentar a familiaridade do pesquisador com um fenómeno para a
realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos. Este facto
veio de certo modo servir de guia para execução da pesquisa, pois o pesquisador foi tomando
atenção, o carácter e o objectivo da pesquisa de modo a não desviar-se dos procedimentos
metodológicos recomedados e característicos.
Este facto veio permitir ao pesquisador buscar por uma informação de maior qualidade de
modo que fosse pertinente na efectivação, aprofundamento e clarificação do problemático da
pesquisa e ainda dar respostas em torno das questões levantadas no âmbito da mesma.
51
3.2.3. Procedimento Técnico da Pesquisa
A identificação do procedimento técnico da pesquisa de carácter qualitativa é bastante
complicado. Pois, a título de exemplo, aqui foram usadas as diversas linhas para pesquisar,
como a bibliografia e a análise documental, isto é, desde o momento da familiarização com o
tema, recorreram-se livros de contabilidade e administração financeira e ainda nos artigos
científicos.
A utilização destas técnicas deve-se sobretudo ao facto da pesquisa apresentar componentes
tais como a literatura empírica e focalizada que de algum momento exigiu ao pesquisador a
recorrer a dissertações, monografias e trabalhos de fim de curso, elaborados por vários
autores. E relativamente ao aspecto da análise documental foi realizada uma busca em torno
das variáveis estudadas, a DFC, DRE, o lucro, prejuízo, caixa e seus equivalentes.
No entanto, a chegada às conclusões da pesquisa bem como a obtenção das respostas das
questões proposta inicialmente só foi possível pelo estudo efectuado nas duas empresas
localizadas na Provincia de Sofala. E pela seguinte afirmação do Da Silva e Menezes (2005):
“A pesquisa exploratória visa proporcionar mais familiariadade com o problema
com vista a torná-lo mais explícito ou contruir hipóteses. Envolve levantamento
bibliografico, entrevisa com pessoas que tiveram experiências práticas com
problemas, em geral, as formas de pesquisa bibliográfico e estudo de caso.”
Permitiu que classificasse o procedimento técnico da pesquisa como sendo um estudo de caso.
Pois, antes a pesquisa já fora considerada exploratória e, foram estudadas duas empresas de
modo colher informação acerca da sua prática por via de entrevistas e perceber delas a
utilidade da DFC, DRE e outros demonstrativos e o papel que estes desempenham na tomada
de decisões financeiras. Esta entrevista, conforme foi traçado o tema, deu mais enfoque a
avaliação importância da DFC nestas empresa. Lembrar que, como foi afirmado anteriomente
pelos autores supracitados, o estudo de caso envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou
poucos objectos de maneira que se permita um conhecimento amplo e detalhado e umas das
vias de puder detalhar é por via de entrevista.
52
3.3 Definição da População de Estudo
Antes mesmo da definição da população do estudo, foi necessário definir termo população de
modo a adequar e limitar a ambiguidade da utilização desta palavra. Assim, Murteira et al
(2010, p. 4) define o termo população da seguinte maneira: “População, designa o conjunto
dos elementos cujos atributos são objecto de um determinado estudo. Deste modo a população
são conjuntos fundamentais para efectuar análise estátisticos.”
Um outro conceito de população é dado por Sincish (2009), que afirma ser um conjunto de
unidades (geralmente pessoas, objectos, transações ou eventos) que nos interessa estudar.
Adequando este último
conceito à presente pesquisa, a população de estudo ou então
população alvo é definida por Reis (2008) como sendo a totalidade dos elementos sobre os
quais se deseja obter
determinado tipo de informação. A esta afirmação também é
compartilhada por Kumar et al (2007) que diz que a população é constituida por elementos e
objectos que contém informação necessária para a pesquisa.
No entanto, atendendo e considerando que o tema em questão versa sobre a DFC, um
demonstrativo novo em Moçambique e cuja a sua aplicação é apenas recomendável e
obrigatório a nível de médias e grandes empresas cuja características foram apresentadas no
capítulo anterior, a escolha da população da presente pesquisa foi precedida por uma
avaliação da dimensão e por fim da situação económica de algumas empresas sedeadas na
Provincia de Sofala. A avaliação económica, tinha por objectivo através do conhecimento dos
resultados obtidos nas empresas durante o período em estudo escolher duas empesas, uma
com resultado negativo e outra positivo. Este facto, deve-se sobretudo ao pressuposto definido
pelo pesquisador ao entendre que a DFC deve ser importante na tomada de decisões
financeiras eficazes, independentemente de terem obtido lucro ou prejuízo.
Posto isto, a população da pesquisa realizada, foi constituida por duas empresas localizadas no
território moçambicano, na provincia de Sofala, sendo uma na cidade da Beira e outra no
Distrito de Dondo. E devido ao carácter do estudo, na qual incedi numa àrea sensível e
confidencial, as empresas escolhidas foram designadas por Transporte Kanimambo, Limitada
e Companhia Industrial de Açucar , SA. Estas duas empresas, apresentam características e
requisitos que as obrigam a elaborarem a DFC ou seja tratam-se de empresas de média e
53
grande dimensão e, uma vez que trata-se de apenas duas empresas, achou-se melhor optar
pela aplicação do censo na recolha das informações desejadas na pesquisa.
A Transporte Kanimambo, Limitada, é uma sociedade comercial por quotas, localizada na
cidade da Beira e foi legalmente constituida em Março de 1998 por seis sócios. O objecto
principal da sociedade é a exploração de transporte rodoviário de cargas e exploração de
manutenção e reparação de equipamento para industria de transporte e manuseamente de
carga.
De acordo com o historial, a Transporte Kanimambo, Limitada conheceu várias fases de
evolução tendo começado por exercer a sua actividade com apenas duas viaturas e
actualmente apresenta-se em média com mais de 170 viaturas de cargas. Esta expansão de
actividade deve-se sobretudo a crescente procura pelos seus serviços e a preocupação que esta
sociedade tem em satisfazer as necessidadse do mercado e dos seus clientes. Por este motivo,
tem cada vez mais alargado o volume dos serviço e para o efeito para além do seu objecto
principal, em anos últimos cresceu rapidamente passando a fazer parte das médias empresas
da Cidade da 2006 incrementou
no volume das suas actividades
outras actividades
acessórias, a saber:

O exercício da actividade de transporte rodoviário, marítimo e aéreo de cargas e de
passageiros nas rotas nacionais e internacionais;

A exploração de oficinas de reparação e de manutenção de equipamentos de transporte
de passageiros e de manuseamento de cargas;

A exploração de parques d e estacionamento de viaturas;

Comercialização de combustíveis e lubrificantes para viaturas e equipamentos;

A comercialização de peças e acessórios para viaturas e máquinas;

A exploração de terminais marítimos, ferroviários, rodiviários e multimodais, de
carácter nacional e internacional e de trânsito;

A exploração de portos secos, vulgarmente denominados dryports;

Prestação de serviços de armazenagem , processamento de cargas e logística;

Prestação de serviços especializados de operação de equipamentos de manuseamento
de carga portuária em terra e à bordo de navios.
No entanto, para além destes serviços a empresa pode presta ainda outros que esteja directa ou
indirectamente relacionada com o seu objecto social.
54
A Companhia Industrial de Açucar, SA, foi instalada em Moçambqiue na década 70, no
distrito do Dondo a 40 (quarenta) anos. Actualmente, está sob gestão de uma empresa sul
africana, considerada a segunda maior fábrica de produção de açucar naquele País vizinho e
está presente em Moçambique, Botswana, África do Sul, Swazilândia, Zimbabwe e Namíbia.
No entanto, a firma sul africana detém cerca de 85% de participação da Companhia Industrial
de Açucar, SA, o restante pertence ao estado moçambicano. E conforme a quantidade de
açucar produzido, ao seu volume de venda e aos investimentos em activos é considerada uma
grande empresa.
Depois de definição do alvo de estudo e considerando a perspectiva qualitativa, de modo a
chegar aos objectivos traçados, que consistiu em avaliar a importância da DFC em situação de
lucro ou prejuízo tomou-se como base para interação e adequação da população alvo aos fins
pretendidos o esquema presente na Figura 3.1.
Figura 3 1. Perspectiva na investigação qualitativa
Estudo do Sujeito
A e do seu ponto
de vista
Análise da interacção
e do discurso
Estudo do Sujeito
B e do seu ponto
de vista
Estudo do enquadramento cultural das práticas
Fonte: Flick , (2005)
Este esquema, conforme Fick (2005) ilustra a interacção das variáveis envolvidas nas
situações a estudar e dos significados que essa situação têm para eles. Ou seja, uma vez que
pretende-se demonstrar que a DFC é importante na tomada de decisões pelo facto de este não
tomar em conta aos lucros ou prejuízos da empresa, a técnica de selecção das duas empresas
com caracteristicas e situações económicas e financeiras diferentes veio permitir a retirada de
conclusões concretas relativamente a importância da DFC. Isto é, com as informações
contabilísticas das empresa, referente ao período de 2010 à 2012, fez-se análise sobre as
alterações havidas nestes demonstrativos por meio de comparação horizontal e vertical dos
55
valores. E ainda, através da entrevista procuraram-se os motivos que levaram a alterar as
contas em análise, isto é, as contas de investimento operacional, de capital e de financiamento
bem como a forma como foram levado a cabo as decisões para cada uma das actividades
operacional, de investimento e operacional na empresa.
3.4 Processo de amostragem
Levin et al (2012) dizem que a amostra é quando se estuda um número menor de indivíduos
da população. Segundo estes autores, o tal o estudo é efectuado por meio de processo de
amostragem, onde os pesquisadores buscam generalizar a partir de uma amostra (um grupo
pequeno) da populaçãoda qual ela foi extraida (um grupo maior).
E De acordo com Lakatos e Marconi (2010) a amostra é uma parcela convenientemente
selecionda do universo (população) e acrescentam que é um subconjunto do universo. Estas
autoras afirmam que o processo de amostragem é aplicado quando se deseja colher
informações sobre um ou mais aspectos de um grupo grande ou numeroso onde é impossível
fazer um levantamento de todo, o que implica a necessidade de investigar apenas uma parte
dessa população ou universo. E para o efeito podem ser aplicados técnicas de processo de
amostragem probablisticas ou então a não probabilísticas.
A técnica de processo de amostragem probabilísticas de acordo com Lakatos e Marconi
(2010) tem como característica primordial de poderem ser submetidas a tratatamento
estatístico, que permite compensar erros amostrais e outro aspectos relevantes para a
representatividade e siginificância da amostra. Enquanto que as técnicas de amostragem não
probabilística a sua principal característica, é a de, não fazendo uso de formas aleatórias de
seleção, torna-se impossível a aplicação de fórmulas estatísticas para o cálculo de amostra.
Portante, conforme foi anteriormente referido, a população desta pesquisa é constituída por
apenas duas empresas, pelo que o pelo número não se justificou a aplicação do processo de
amostragem ou seja estudar o subconjunto deste conjunto, pois foi possivel recolher as
informações desejadas nas empresas alvo. E consequentemente, o pesquisador não precisou
de aplicar nenhuma das técnicas de processo de amostragem.
56
3.5 Método de Coleta de dados
Para a coleta de dados primários aplicou-se a entrevista e para os dados secundários aplicouse a analise documental, de modo a permitir uma recolha de informações e confrontar com os
documentos existentes nas empresas em análise.
3.5.1
Dados Primários
Major e Viera (2009), relativamente aos métodos de procedimentos de uma investigação
qualitativa afirmam que se o objectivo for compreender como é que uma ou várias
ferramentas de Contabilidade estão a ser utilizadas numa empresa ou num conjunto de
empresas, então o recurso à entrevista e à observação são os métodos mais típicos das
investigações qualitativas a revelar-se mais apropriados.
Conciliando esta afirmação à finalidade da pesquisa, os dados primários foram coletados por
via de entrevista semi-estruturada, com questões fechadas e abertas. Com a entrevista semiestruturada pretendia-se adequar a roteiro elaborado, isto é, este tipo de entrevista permite
que as questões que são colocadas sejam flexiveis e facilmente alteradadas conforme o
desenrolar da entrevista bem como com as respostas que forem a se obter e consequentemente
faciltando o alcance dos objectivos traçados..
Em relação as questões fechadas pretendia-se obter evidências relacionadas com o processo
de elaboração ou não de determinados mapas contabilísticos de modo a confirmar se as
empresas pesquisadas estão a integrar no seu sistema de contabilidade os demonstrativos
financeiros preconizados pelo decreto 70/2009, isto no período em análise. Depois de
levantamento dos tipos de Df’s que as empresas elaboraram no período de 2010 à 2012,
procurou-se recorrer a questões com ordenação, ou seja questões que cuja resposta consistia
em atribuir um determinado grau que variava de 1 a 5. Com este tipo de questões, tinha-se por
objectivo, avaliar o grau de importância que as empresas atribuem a cada um dos
demonstrativos financeiros no processo de tomada de decisão e desta forma levaria a atingir
um dos objectivos traçados na presente pesquisa.
E quanto as questões abertas, a sua utilização tinha por objectivo colher informações e
opiniões pessoais dos entrevistados sobre determinados aspectos relativamente a tomada de
57
decisões financeiras, pois atendendo e considerando que os entrevistados tem uma larga
experiência na àrea de contabilidade e gestão e ainda, exerce as suas funções na empresa há
muito tempo eraa necessário auscultar as suas exeperíências.
No entanto, de referir que a aplicação definitiva do roteiro da entevista nas empresas alvos,
antecedeu a um teste em outras empresas da mesma àrea, de modo a concluir a sua eficiência
e eficácia. Pois, de acordo com Margarida e Andrade (2005), a entrevisa constitui um
instrumento eficaz de recolha de dados fiáveis para elaboração de uma pesquisa desde que
seja bem elaborada, bem realizada e interpretada para tal, é necessário definir os objectivos e
os tipos de entrevista e como deve ser planeada e executada. Esta acto, ajudou bastante, visto
que o roteiro depois da fase de teste e devidamente rectificado os pontos fracos, foi possivel
alcançar os objectivos traçados.
Dizer que, entrevista incediu sobre pessoal responsável da àrea de contabilidade e finanças e,
para melhor qualidade da mesma, o pesquisador inicialmente efectuou uma análise
documental (análise de dados secundários) neste caso, Balanço, Demonstração de resultados,
Demonstração de fluxos de caixa, demonstração da alteração de capital próprio e os relatórios
da gestão, elaborados nos período de 2010 à 2012 para melhor conhecer a empresa.
3.5.2 Dados Secundários
Os dados secundários foram levantados por via de análise documental, cujo o objectivo era
exatamente preparar a entrevista realizada nas empresas e enriquecer a pesquisa. Não só, o
sucesso de uma comunicação no processo de entrevista está exatamente em conhecer a
empresa, isto, a sua natureza, o nível de desempenho e execução, entre outros aspectos.
Assim, para o conhecimento da estrutura social da empresa recorreram-se aos boletins da
república bem como aos outros documentos que historiam a empresa desde o momento da
sua constituição. E de modo a verificar o valor dos activos e dos proveitos bem como dos
resultados na empresa recorreu-se as Df’s financeiras (Balanço e DRE) elaborados pela
empresa nos períodos em análise.
58
3.6 Análise de Dados
Primeiro, a pesquisa é meramente qualitativa, pois a entrevista foi realiazada com base em
informações constante nos relatórios financeiros das empresas e ainda das análise efectuadas
nos documentos que dão a conhecer sobre a criação e as características actuais das empresas
(boletim da república e outros materiais).
E devido alguma característica das questões
colocadas na entrevista e de modo a aplicar o esquema anteriomente 3.1, que ilustra a
interação na perspectiva qualitativa, recorreu-se a ao microsoft excell, de modo a concluir até
que ponto as empresa consideram a DFC um demonstrativo importante na tomada de
decisões.
O pesquisador ao recorrer ao microsoft excell, tinha por objectivo lançar as respostas que
foram obtidas através das questões de ordenação, conforme está ilustrado nos apêndice 4.3 e
4.4 e consequemente permiti-lo a representar graficamente o resultados destas questões. E
assim, permitiria facilitar a leitura bem como a retirada das conclusões, relativamente ao nível
de solicitações e de relevância que as empresas atribuem a cada uma das Df’s.
Relacionando a presente metodologia com os estudos apresentados na literatura focalizada e
impírica, verificou-se uma semelhança com a metodologia recorrida por Costa (2009) no seu
estudo efectuado no Brazil, cujo o objectivo era de evidenciar a situação financeira de uma
empresa através da DFC. Neste contexto, isto começa por classificar a pesquisa quanto ao seu
objecto, dizendo ser exploratória, procedimento, considera ser um estudo de caso e uma vez
que recorreu a diverso material teórica afirma que a técnia recorrida ser bibliográfica e
relativamente a abordagem considera ser qualitativa.
No entanto, esta forma tipo de metodologia de pesquisa não foi recorrida pelos outros autores,
pois mesmo no Brazil, Macário (2009) no seu estudo que tinha por objectivo demonstrar a
importância de caixa para a sobrivivência da empresa recorreu ao modelo dedutivo, pesquisa
documental e bibliográfica e por fim optou por um estudo de caso, tendo escolhido uma
empresa e comparado com mais outras duas localizadas na mesma àrea para lhe permitir a
retirada de melhores conclusões
E quanto aos estudos realizados em Portugal e Cabo Verde, por Barbosa (2011) e Viera
(2010), respectivamente, diferem complementamente em termos de Metodologia utilizada em
59
Brazil e na presente pesquisa. Embora a Viera considera a sua pesquisa de carácter
exploratória e apoiada a técnica bibliográfica, ambas pesquisa recorreram ao um inquerito
para a recolha de dados, tenho utilizado correio electrónico, o qual destinou a uma amostra
seleccionada da população alvo. E posteriormente aplicaram método quantitativo para anâlise
e interpretação dos dados. Devido esta situação estas pesquisas foram consideradas como
sendo qualitativas no que diz respeito ao aspecto teórico e quantitativa no levantamente,
análise e interpretação dos dados.
Na pesquisa de Viera, para além de inquérito ela recorreu a um estudo de caso na empresa
para demostrar a importância de DFC como um elemento na tomada de decisões. Com este
estudo de caso ela conseguiu demonstrar qual é papel desempenhado por cada um dos
elemento da DFC no processode tomada de decisões financeiras.
E do estudo realizado em Moçambique, por Nhapossa (2007) foi possível encontrar alguns
pontos comuns com o presente estudo. O primeiro ponto esta relacionada na aplicação de
estudo de caso e outro por ter recorrido a entrevista de modo a colher dados da empresa.
Ainda, classificou pesquisa como bibliografica e documental.
60
CAPÍTULO 4: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
4.1 Introdução
Esta componente precede ao processo de levantamento de dados no âmbito da análise
documental e da entrevista. Deste modo, foram aqui analisados os dados buscados através
destas técnicas de pesquisa, com vista a ter ideias claras sobre a realidade do problema bem
como a forma como as empresas estão a lidar com a DFC após sua aprovação pelo Decreto nº
70/ 2009. Referir que a interpretação foi seguida de uma análise profunda dos dados
levantados com vista a não incorrer à falácia no momento da retirada das conclusões.
No entanto, de realçar que esta parte do trabalho é muito importante, visto que dela foi
possível retirar as conclusões e obter respostas práticas sobre a real importância da DFC na
tomada das decisões financeiras bem como a comparação deste com a DRE para os mesmo
fins. E ainda, colheu-se das empresas o nível de percepção do lucro e dinheiro, uma vez que
existem os dois demonstrativos atrás mencionados com a finalidade de apurar estas duas
grandezas nas empresas.
4.2 Perfil dos Entrevistados na População de Estudo
O estudo, como foi anteriormente referido, teve como alvo à duas empresas moçambicanas
localizadas na Provincia de Sofala, as quais foram na presente pesquisa designadas por
Transporte Kanimambo, Limitada e Companhia Industrial de Açucar, SA.
Na Transporte Kanimambo, Limitada, foram recolhidos dados primários e secundários,
através da entrevista e análise documental, respectivamente. Para o efeito, a entrevista foi
dirigida aos responsáveis das áreas de gestão financeira e de contabilidade e finanças. Tendose apurado que o responsável pela área de gestão financeira tem formação superior nesta área
e uma certificação Internacional em contabilidade. Enquanto o responsável pela administração
e finanças, embora com formação superior em economia e gestão, tem uma formação técnico
médio profissional em Contabilidade e trabalha nesta área a mais de 25 anos.
Na Companhia Industrial de Açucar, SA a recolha dos dados primários e secundários seguiu
os mesmos moldes da empresa anterior. Todavia, contrariamente a Transporte Kanimambo,
61
apenas a responsável pela contabilidade da empresa foi entrevistada e por sua vez esta tem
uma formação superior em Contabilidade e Auditoria e trabalha nesta área a mais de 20 anos.
O facto de não entrevistar o mesmo número de trabalhadores que a empresa anterior deve-se a
facilidade havida na comunicação e na obtenção de respostas. Isto é, a entrevistada foi capaz
de responder positivamente o roteiro preparado e participar activamente na entrevista,
permitindo deste modo alcançar integralmente os objectivos traçados.
4.3 A Elaboração das Demonstrações Financeiras nas Empresas
Já antes, foi aqui mencionado que com a aprovação do Decreto 70/2009, isto é, o PGC –
NIRF, as média e grandes empresas são obrigadas a elaborar um conjunto de elementos de
demonstrações financeiras no final de cada exercício económico. E no entanto, a prática
actual é que muitas empresas por vários motivos ainda não estão a seguir o estabelecido neste
novo normativo de contabilidade em Moçambique, por isso partiu-se pela busca de
constatações do nível elaboração das DF’s nas empresas pesquisadas.
4.3.1. Tipos de Df’s Elaboradas no Período de 2010 à 2012
Para o início de recolha de dados e a respectiva análise e interpretação na presente pesquisa,
procurou-se colocar questões de reconhecimento dos tipos de Df’s elaboradas pelas empresas
pesquisadas no período em análise. Este reconhecimento permitiu o pesquisador ficar a saber
se as empresas pesquisadas tem ou não o conhecimento das Df’s que devem elaborar ou então
se já estão ou não a seguir o preconizado no decreto 70/ 2009. E consequentemente, ao saberse se estas elaboraram ou não todos tipos de Df’s que este normativo as obriga, permitiu o
enriquecimento das questões subsequentes, ao apenas não cingir-se em comparar a DFC com
a DRE mas sim incluiu-se as demais Df’s que porventura as empresas têm recorrido no
processo de tomada de decisões financeiras, como é o caso do Balanço e a DACAP.
Ou por outra, devido a utilização de uma entrevista semi-estruturada e com questões abertas
foi possível constatar que ao nível das empresas recorrem a outros demonstrativos
contabilísticos e financeiros para lhes facilitar a análise da sua situação económica e
financeira. E assim, as empresas estavam abertas a dar as suas opiniões na pesquisa no que
concerne ao todo o conjunto das Df’s financeiras na qual permitem a tomadas das suas
decisões de carácter financeira.
62
Este tipo questão constitui uma das que foi utilizada pela Viera (2011) na sua pesquisa em
Cabo Verde, mas com a sua questão pretendia saber apenas se as empresas tem a noção da
DFC. E uma vez que das 60 empresas inqueridas, apenas 40 responderam o inquérito, chegou
a conclusão de que 97,5% tinham noção da DFC enquanto 7,5%, responderam negativamente.
E nas empresas alvo da presente pesquisa, começando pela Transporte Kanimambo averigouse que esta, até 2012 apenas tinha elaborado o Balanço, a Demonstração de resultados e o
Relatório Técnico no seu processo de contas. No entanto, no final deste mesmo exercício
económico, por incumbência das autoridades competentes, a empresa foi obrigada a fazer
parte no seu processo de conta, a DFC sob pena de devolverem o processo deste ano e até
sofrer uma penalização.
Mais uma vez, esta acção, mostra claramente o impacto e a influência que estes orgãos ou seja
as finanças têm sobre as demonstrações financeiras das empresas em Moçambique. Pois,
mesmo com a introdução das NCRF no sistema de contabilidade nacional para o sector
privado, o estado e os seus orgão fiscalizam e regulam os relatórios financeiros das empresas,
sujeitando-as à auditorias fiscais em caso de existir irregularidades no processo de contas.
Isto, de um modo reduz a autonomia das empresas apresentarem as Df’s de acordo com a
substância e não com a forma, de modo a ajudar a administração interna, pois existe maior
preocupação em responder mais as exigências impostas pelo fisco e geralmente esta acção
provoca um atrito entre as finanças e os empresários.
Por conseguinte, o responsável da Contabilidade e Finanças acrescentou que embora nos anos
2010 e 2011 a empresa não tivesse elaborado a DFC para integração no seu processo de
contas que foi submetido às Finanças, ela sempre elaborava um mapa que se assemelha à
DFC. Este mapa, ajudava a empresa a ilustrar as entradas e saidas de dinheiro, isto é, permitia
deferenciar as receitas geradas e as despesas consumidas com as recebidas e pagas,
respectivamente.
Com esta resposta, permitiu o pesquisador a não descartar-se da empresa na sua população de
estudo, pois verificou-se que a empresa tem noção sobre a DFC e actualmente ela está a
elaborar e já antes elaborava um demonstrativo que ilustrava entradas e saidas de recursos
financeiros cujo estrutura não se igualava a de DFC previsto no PGC-NIRF e na estrutura
conceptual do IASB. Esta decisão tomada pelo pesquisador, deve-se a facto do seu objectivo
63
da pesquisa não estar virado ao estudo da DFC das empresas mas sim avaliar a importância
que as empresas atribuerm a DFC na tomada decisões financeiras.
Na Companhia Industrial de Açucar, SA, colocada é mesma questão, conforme ilustra o
apêndice 4.2., destacou –se o exercício de 2010, com a falta de alguns elementos que
completam o processo de contas de acordo com o preconizado no PGC –NIRF. E questionada
a empresa sobre este facto, respondeu que deveu-se a dificuldade havida aquando da
elaboração das demonstrações finaceiras no processo de transição do PGC anterior para o
actual e não só, deveu-se ao enquadramento do período económico, pois a empresa o seu
período económico não concide com o período civil conforme está estipula pelo Decreto 34/
2007 de 31 de Dezembro, isto é, inicia em um de Abril e términa no final de Março do ano
seguinte.
E tal como a Transporte Kanimambo, a Companhia de Açucar por exigência da sede, empresa
mãe, localizada na Àfrica de Sul, desde muito, antes mesmo da introdução das NIRF’s em
Moçambique, tem vindo constantemente e em período não uniformes a ser solicitada a
elaborar a DFC. Pois, pela característica da empresa mãe, isto é, prioriza os interesses dos
accionistas e já há muito tempo implementa as IFRS, faz com que considere a DFC um
elemento que lhes possibilite a controlar a situação financeira da empresa e consequentemente
tomar algumas decisões.
Portanto, na Transporte Kanimambo, Limitada verifica-se que existia dificuldades de elaborar
a DFC, facto que é normal para a maioria de empresas nacionais. Isto é, desde a introdução do
PGC-NIRF muitas empresas gastam somas avultadas com o objectivo de capacitar o seu
recurso humano em matéria das NIRF’s e ainda em consultorias com vista a efectuar uma
reclassificar e requalificação do Patrímónio com vista a adequar a empresa realidade
contabilística. Neste caso, a Transporte Kanimambo, para além do seu histórial em torno de
crescimento económico, isto é, passou a pertencer a classe de médias e grandes empresa a
uma data não muito longíqua tem vindo a empreender esforços no sentido de enquadrar todo o
seu sistema de contabilidade à exigências contabilísticas que estas empresas são alvo.
Contrariamente, na Companhia Industrial de Açucar, SA, graças a empresa mãe ela tem
elaborado DFC’s para fins internos mas, só agora com a aprovação do Decreto 70/ 2009,
passou a integrar a DFC no processo de prestação de contas às autoridades competentes. E
64
ainda, ao passar a elaborar a DFC nos anos 2011 e 2012, deveu-se a ajuda que esta empresa
tem tido no processo de elaboração das contas por empresas internacionais de consultoria,
como a KPMG e a Ernest and Young, cuja a sua vasta experiência não tiveram muitas
dificuldades de elaboração.
Finalmente, pode-se dizer que a nível da CPLP ainda existe empresas que não tem noção da
DFC ou ainda tem apresentam dificuldade em elaborar este demonstrativo. Pois, embora as
NIRF’s estejam a ser aplicáveis nestes países ainda existem dificuldade em seguir como
devem ser ou seja a passagem da aplicação do modelo contabilístico anterior para o actual que
vai de acordo com o normativo da IASB está sendo feito de forma progressiva nestes Países.
4.3.2 Nível de solicitação das Demonstrações Financeiras
a) Transporte Kanimambo, Limitada
Depois de averiguar os tipos de Df’s elaboradas pelas empresas e antes de avaliar e comparar
o nível de importância da DFC em relação aos outros mapas, principalmente a DRE,
conforme está ilustrado na figura 4.1 e apêndice 4.1, procurou-se antes apurar a frequência de
solicitação das Df’s elaboradas nas empresas pelos utilizadores internos. E assim, foi aberto
um intervalo de um a cinco, na qual deveria ser atríbudo um valor que faça parte deste
intervalo a cada uma das Df’s de acordo com o seu grau de solicitação pelos utilizadores
internos. Deste modo para cada ordem de numeração, foi classificado da seguinte maneira:
um indica mapa não solicitado, dois mapa pouco solicitado, três que dizer solicitado e quatro
e cinco, bastante solicitado e muito socilitado, respectivamente.
Assim, da análise feita na empresa Transporte Kanimambo, de acordo com a figura 4.1
verificou-se que o Balanço ocupa o nível quatro (bastante solicitado) em relação a frequência
requerida pelos utilizadores internos da informação financeira. Mas a que recordar que acordo
com o conceito de Balanço, este mapa ilustra o activo e o passivo da empresa, evidenciando a
situação liquida da empresa (capital próprio) e, embora a empresa tenha a faculdade de
elaborar diversos tipos de balanços desde, o inicial, extraordinário e até ordinário, esta ocupase geralmente a elaborar este o último, no final de cada exercício económico, que por sua vez
nesta empresa concide com o ano cívil. Assim, uma vez que no Balanço está ilustrado a
situação económica e financeira da empresa e apresenta-se nela os balanço comparativos, ou
seja balanço do exercício económico em encerramento com o do ano anterior, a administração
65
da empresa ao solicitar tem por objectivo avaliar o nível de crescimento dos activos e através
do passivo e o capital próprio efectuar algumas análises económicas e financeiras.
Relativamente a DRE, nesta empresa ocupa o primeiro lugar no nível de solicitações, isto é, é
muito solicitado, o que obriga a contabilidade constantemente a manter actualizado o processo
de contas, principalmente o controle das receitas e dos custos. Este nível de solicitação, devese sobretudo aos custos operacionais que constantemente a empresa deve incorrer e muitas
vezes não orçados e que têm origem em acontecimentos extraordinários, causados por danos e
perdas em acidentes que ocorrem nas suas frotas.
E como é evidente, trata-se de factos não controláveis mas que de um modo pode-se criar uma
provisão, de modo a empresa precaver-se destes custos. Com os custos que a DRE ilustra a
empresa poderá alterar o seu orçamento e até criar mecanismo e medidas de contingência para
prevenção destes acidentes, que por vezes são causados por erro humano.
No que concerne a DFC, verifou-se que a empresa tem solicitado bastantemente mas não ao
nível da DRE. Pois, como foi anteriormente dito, a empresa já elaborava o mapa da mesma
espécie que a DFC, com vista a controlar as entradas e saidas e dar a conhecer a gestão, as
receitas efectivamente cobradas e as despesas pagas. Deixando neste caso, o papel da DFC
para o final de ano, no momento de encerramento de contas e quando se pretende resumir
todos os movimentos anuais de caixa e seus equivalentes.
No entanto, deve aqui ficar claro, que o facto da empresa não solicitar este demonstrativo
deve-se a dificuldade que esta tem em elaborar mensalmente, trimenstral e até
semestralmente. Contudo, ao se elaborar existe uma solicitação por parte da empresa, pois
este demonstrativo ilustra um conjunto de elementos muito importante na análise dos
movimentos financeiros ou dos recursos financeiros aplicados nas diversas componentes da
empresa, como é o caso de valores dispendidos ou recebidos nas actividades operacionais, de
investimento e de financiamentos, cuja com as demonstrações tradicionais, o Balanço e a
DRE, não seria possível obter esta informação.
E por último, sobre a DACAP, constatou-se que este é um dos mapas não usado na empresa.
E uma vez que ainda não lhes foi exigido pela adminstração geral da empresa e pelas
autoridades fiscais, este mapa não ainda é elaborado. Deve ficar bem claro que este
66
demonstrativo ilustra a alteração no capital próprio e que um modo geral, pela característica
dos sócios-gerentes da empresas, não há necessidade de ocupar-se em analisar este mapa. Isto
é, para além de serem sócios da empresa, estes tem um certo grau de parantesco com os
restantes sócios e dai que raramente podem ocorrer o problemas de agency ou seja problemas
em que os adminsitradores das empresa colocam os seus interesses pessoais em primeiro
lugar relativamente aos da empresas. Não só, este tipo de demonstrativo é frequentemente
utilizado nas sociedade accionistas, onde existe um interrese muito grande em avaliar os
preços das acções.
b) Companhia Industrial de Açucar, SA
Entretanto, a mesma análise foi realizada na Companhia Industrial de Açucar, SA e verifou-se
uma disparidade na respostas, pois conforme está ilustrado na figura 4.1, o Balanço e a DRE
nesta companhia constituem os mapas que receberam o grau de atribuição inferior em termos
de solicitação para o processo de tomada de decisões relativamente na Transporte
Kanimambo. Tendo recebido o grau de solicitado e conforme os dados colhidos, ficou-se a
saber que estes mapas são elaborados uma vez por ano, dai que não são muito solicitados. E a
atribuição deste nível de solicitação, está relacionado ao número de vezes que as autoridades
fiscais, auditorias, as instituições financeiras e ainda a sede para efeito de consolidação das
contas solicitam.
As autoridades fiscais, ao solicitarem tem em vista averiguar se as contas estão devidamente
encerradas de acordo com os preceitos fiscais, pois a empresa até então ainda não contribuíu
em imposto sobre rendimento, devido a acumulação dos prejuízos anuais. Quanto as
instituições financeiras, solicitam estes mapa com vista averiguar a situação económica e
financeira da empresa afim de averiguar a capacidade financeira da empresa bem como as
garantias que a empresa dispõe.
Enquanto, a DFC é o mapa mais solicitado pelos utilizadores internos, isto é, pela Sede e pelo
Conselho de Administração da Empresa na Assembleia Geral, devido aos resultados anuais
negativos que a empresa está até então a obter. Pelo que, a DFC ajuda aos administradores do
mais alto nível a acompanhar a situação financeira da empresa e tomar conhecimento sobre a
capacidade da mesma continuar a gerar produção, cumprir com os compromissos com os
terceiros.
67
Outro dado colhido, é o facto da empresa mãe ser uma das grandes financiadoras do
investimento de capital da Companhia. Por este motivo, para averiguar a capacidade da
Companhia de Açucar em restituir os valores em contrapartidas dos adiantamentos das
aquisições realizadas tende a manter o controlo financeiro da companhia.
Relativamente a DACAP, constitui um mapa pouco solicitado na empresa, sendo apenas pelo
conselho da administração e ainda pelas Finanças. Este facto não retira o grau de importância
que o mesmo tem para a empresa.
Figura 4.1: Nivel de solicitação das DF’s
Fonte: Dados primários, 2014
E mais uma vez recorrendo a pesquisa de Viera (2011), ela ao invés de questionar sobre o
nivel de solicitação deste demonstrativo, preferiu colocar uma questão relacionada com a
periodicidade com que este é elaborado nas empresas. E assim, 7,5% estiveram equivocados
com a questão ao confunderem a DFC com diários de caixa, pois responderam que elaboram
diariamente, 45% responderam que elaboram anualmente, 15% semanalmente, 20%
mensalmente, 7% semestralmente e 5% trimestralmente. No entanto, estes dados colhidos
pela Viera, podem servir de experíência para as empresas moçambicanas que pensam que a
DFC apenas deve-se elaborar apenas anualmente mas desde já verifica-se este demonstrativo
68
tem uma grande utilidade de modo que as empresas devem criar condições de elaborarem no
mais curto período após a realização de operações que envolvem recursos financeiros.
Isto de um modo, criará uma cultura de utilização deste demonstrativo na empresa, pois é de
mais fácil análise em relação as outras Df’s quando se diz respeito aos valores que entraram e
sairam na empresa. E não só, administradores séniores da empresa ao solicitarem
constantemente obrigará o sector de contabilidade a manter constantemente os registos
actualizados.
4.3.3 Nível de Relevância das Demonstrações Financeiras
a) Transporte Kanimambo, Limitada
No entanto, depois de avaliar o nível de solicitação das Df’s nas empresas pesquisadas e com
vista a atingir o objectivo geral da pesquisa, que é avaliação da importância da DFC na
tomada de decisões nas empresas, foram aqui recolhidos dados nas empresas alvos da
pesquisa que permitissem apurar, primeiramente, o nível da importância deste demonstrativo.
E de modo a não limitar as empresas, abriu-se mais uma vez as opções aos entrevistados, pois
o objectivo não era de força este em apenas considerar a DFC e a DRE e lançar a sua opinião,
deixando por fora os outros demonstrativos que nas opiniões da empresa poderão ser
importantes para o processo de tomada de decisões financeiras. Por isso, para esta análise
foram incluídos o Balanço e a DACAP.
Portanto, a distribuição do grau de relevância entre as diversas Df’s foi uma tarefa bastante
difícil para as empresas. Pois, as empresas ainda não tinham feito uma análise que envolvesse
a avaliação do grau de relevância de cada uma das Df’s no processo de decisões financeiras.
Deste modo, contou-se com experiência dos entrevistados, resultante de vários anos de
trabalho na área de contabilidade e administração para ultrapassar esta dificuldade.
Pelo que, na empresa Transporte Kanimambo, devido aos objectivos pretendidos ou seja a
empresa ainda está em crescimento e para tal as receitas e os custos são elemento chaves para
o alcance da sua visão. Por isso, de acordo com a figura 4.2 a DRE é considerado um dos
mapas muito relevante na empresa. Assim, questionada a empresa sobre esta atribuição de
grau de relevância, ela respondeu que tem permitido uma análise e o controle dos custos e
despesas variáveis e fixas e ainda traçar políticas que envolvem a sua maximização e
69
minimização, respectivamente. E ainda, procurar cada vez mais atingir niveís elevados de
receitas capazes de forncerem um retorno sustentável e excelente sobre os investimento dos
sócios da empresa, mesmo que estas não estejam efectivamente realizadas.
Enquanto que o Balanço e a DFC tem o mesmo grau de relevância. Pois, o primeiro é usado
para efectuar comparação em torno do crescimento e a situação económica e financeira da
empresa e o segundo para avaliar capacidade da empresa em efectuar o pagamento das
obrigações contraídas. Enquanto a DACAP não é elaborado.
No entanto, ao verificar esta situação, pode-se notar que a empresa atribui um nível elevado
de relavância a um demostrativo que em algum momento poderá não ajudar muito no
processo de tomada de decisões de carácter financeira. Pois, ao longo da entrevista ficou-se a
saber que esta trabalha com capital alheio e a sua restituição ou reembolso depende da
capacidade financeira da empresa proveniente do recebimento efectivo da receitas, deste
modo a DRE não está capacitada em apresentar esta informação a empresa pois ela constitui
um mapa que segue o princípio de especialização de exercício.
b) Companhia Industrial de Açucar, SA
E portanto, feita análise da relevância das Df’s na Companhia Industrial de Açucar, SA, a
atribuição do grau de relevância das DF’s foi diferente da outra empresa em análise. Isto é,
conforme mostra a figura 4.2, a DRE e DFC são considerados os demonstrativos muito
relevantes para a tomada de decisão.
Mas, há considerar um aspecto, esta igualdade de relevância deve-se a constante utilização
destes demonstrativos financeiros pelos diferente níveis da empresa para tomadas de várias
decisões conforme será abordado nas próximas linhas. Isto é, a DRE para empresa é relevante
porque permite controlar as receitas e os custos e saber se a empresa conseguiu invertir a sua
situação económica enquanto que a DFC demonstra aos administradores que mesmo com
prejuízos a empresa tem uma situação financeira estável e que não há motivos de alarme.
Enquanto que o Balanço apresenta-se no nível três, isto porque, este demonstrativo não é
usado para a empresa tomar as decisões financeiras mas sim para apresentar a administração
fiscal (Autoridade Tributária) bem como às instituições financeiras quando lhe solicitado no
70
momento que requisitarem fundos externos. Relativamente a DACAP, embora com o nivel
pouco relevante a sua existência é pertinente, pois sendo a companhia uma sociedade
anónima, os sócios preocupam-se em saber o ponto situação do capital próprio.
Figura 4.2: Nivel de relevância das DF’s
Fonte: Dados primários, 2014
No entanto recorrendo mais uma vez a pesquisa da Viera (2011), ela procurou buscar sobre a
utilização de DFC nas empresas Cabo Verdiana, tendo verificado que esta consideram
importante no processo de tomada de decisões de investimento. E como foi anteriormente no
capítulo 2, que as decisões de investimento dão origem as decisões de financiamente, isto é,
para que haja um investimento na empresa, ela é obrigada a procurar um financiamento para
satisfazer o investimento requerido. Por isso, mais uma vez de acordo com o objectivo da
pesquisa verifica-se que a DFC é um importante demonstrativo neste processo de decisão.
E assim, encontramos uma concordância entre as empresas Cabo Verdianas com as
Moçambicanas, pois estas consideram que a DFC é importante, pois avalia a capacidade da
empresa cumprir com as obrigações financeiras perante os valores que estas recorrem ao
exterior. Do outro lado, também para além de demonstrar os movimentos de entradas e saidas
de cada actividade, este demonstrativo vem ilustrar os valores acumulados aplicados em
investimentos e actividades operacionais ainda se ela teve que requerer ao financiamento ou
ainda se aplicaram em actividades de financiamento.
71
4.4 O Processo de Tomada de Decisões Financeiras na Transporte Kanimambo,
Limitada
A tomada de decisões financeiras é um processo que envolve muita prudência, uma das
caraterísticas qualitativas exigidas desde o momento da elaboração das Df’s. Assim, visto que
existem vários tipos de decisões na empresa, aqui apenas procurou-se analisar como as
empresas tomam as decisões de investimento de capital, operacional e de financiamento, bem
como qual dos demonstrativos financeiro é utilizado e de que forma.
Assim, conforme foi dito anteriormente, a Transporte Kanimambo, Limitada até 2012
elaborava as Df’s tradicionais, nomedamente o Balanço e a DRE, tendo elaborado neste
mesmo ano a DFC por incumbência da administração fiscal. No entanto, diante desta situação
procurou-se saber qual era o procedimento utilizado por esta empresa no processo de tomada
de decisões financeiras, uma vez que estas Df’s tradicionais, não ilustram os movimentos dos
recursos financeiros na integra. Em resposta, a empresa frisou que está ciente de que o lucro
proviniente da DRE não constitui a existência de recursos financeiros na empresa muito mais
a capacidade da empresa em puder cumprir com certas obrigações. Em outras palavras,
recorrendo a tabela 2.4., estes pretendiam afirmar que sempre preocuparam-se em apurar
primeiro o lucro económico posteriormente seguindo a figura 2.4 apuravam o lucro financeiro
e assim a empresa tomava as decisões financeiras.
Isto comprova que de um ou de outro modo, a empresa recorre aos fluxos de caixa com vista a
tomar as suas decisões financeiras, embora não estivessem a elaborar a DFC. Para o efeito,
actualmente, depois de terem elaborado a primeira DFC em 2012, este elemento passou a ter
influências nas decisões de carácter financeiro, principalmente as que dizem respeito a
actividades de financiamento e investimento ou seja a empresa utiliza a DFC para tomar
decisões de financiamento e de investimento. Relativamente, a actividade operacional devido
os factos patrimoniais envolvidos a empresa ainda apoia-se a DRE de modo a efectuar uma
análise dos movimentos operacionais e posteriormente recorre a DFC para verificar os valores
aplicados nestas actividades.
Sendo assim, verificou-se que a Transporte Kanimambo, Limitada ao elaborar ou seja ao
incluir no seu processo de contas a DFC conforme será abordado nos próximos temas,
procurava conjugar a DRE com o mapa que ilustrava os seus movimentos financeiros e,
72
actualmente esta DRE com a elaboração da DFC ainda continua a apoiar no processo de
tomada de decisões financeiras pois é sabido que existem dois métodos de elaboração de
DFC, o indirecto e o directo. O indirecto ilustra a movimentação dos recursos financeiros
depois de apurar o resultado liquido ou seja na parte que diz respeito as actividades
operacionais não difere com o que está ilustrado na DRE, pois apenas na DFC acrescentasse
ao lucro os custos que não envolvem saidas ou dispêndio de recursos financeiros. Dai que, a
empresa ao adoptar o método indirecto não acha conveniente descartar a DRE na tomada de
decisões que envolvem actividades operacionais. Portanto, nos próximos temas pretende-se
abordar como cada uma das decisões financeiras são tomadas na Transporte Kanimambo,
Limitada.
4.4.1 Decisão de Investimento Operacional
Depois de verificar e demonstrar os demonstrativos recorridos pela Transporte Kanimambo,
Limitada na tomada de decisões financeiras relacionadas com cada uma das actividades,
pretende-se aqui demonstrar o processo de interligação das informações das DF’s, utilizado
pelos administradores para a tomada de decisões financeiras de forma prudente, eficiente e
eficaz, principalmente no que diz respeito as actividades operacionais. Deste modo, conforme
foi referido no capítulo 2, as decisões de investimento operacional são as que estão
relacionadas com a venda e à produção de bens e serviço e ainda são de curto prazo e, por sua
vez contribuem nas receitas e no apuramento do resultado líquido da empresa.
Portanto, como foi anteriormente dito, esta empresa na tomada de decisão apoia-se a DRE
para posteriormente através da DFC tomar as decisões operacionais. Isto é, a DRE contem a
informação que ilustra o lucro da empresa que por sua vez é utilizado na elaboração da DFC
no seu método indirecto. Portanto, sabe-se no entanto que a DFC apenas passou a ser
elaborado na empresa apartir de 2012 e na presente pesquisa constitui como período de
análise 2010 à 2012. Daí, quando colocada a empresa a questão como procedia está ligação
nos restante períodos em análise, esta respondeu que recorria a DRE para calcular o margem
de resultado operacional e caso este índice fosse superior que um, buscavam elaborar o mapa
de entradas e saidas com vista a verificar se as receitas e os gastos foram efectivados ou então
se as receitas geradas foram capazes de produzir recursos financeiros de tal modo que a
empresa está capacitada em cumprir com os seus cumpromissos financeiros. E com a
introdução da DFC na empresa, este processo torna-se mais fácil, pois ao invês de recorrer aos
73
índices financeiros simplesmente a empresa mantem o controlo de recursos financeiros, pois
este mapa já ilustra as entradas e saidas e constitui um demonstrativo obrigatório.
E, aqui mais uma vez a DRE mostra-se incapaz de ajudar a empresa em tomar esta decisão,
deixando-se na responsabilidade da DFC. Mas na empresa, a DRE constitui um demonstrativo
importante quando se pretende efectuar orçamento, pois neste mesmo capítulo este mapa foi
considerado mais relevante em relação aos outros a medida que ilustra custos que geralmente
são extraordinários e que a empresa deve passar a orçar para os anos subsequentes.
4.4.2 Decisão de Investimento de Capital
No que concerne a decisão de investimento de capital, há que considerar que este constitui um
dos grandes componentes do seu Património, fazendo parte do activo não corrente e que é
mentor pela execução de actividade principal da empresa, por isso a constante renovação do
mesmo é importante para que a empresa continue a prestar serviços aos seus clientes.
Portanto, para esta renovação ou seja aquisição de investimento de capital passa por um
processo de análise com vista a decidir se a empresa pode ou não acrescer o seu investimento
de capital.
Portanto, aqui há exclusão total da DRE, pois este mapa ilustra movimentos relacionados com
movimento operacionais da empresa e não com investimento. Para, tal há maior preocupação
da empresa em procurar interligar as informações do Balanço com as informações constantes
na DFC. Com o Balanço, pretende-se verificar os investimentos de capital existentes na
empresa e como tem sido a sua evolução e apartir daí, a empresa busca informações constante
na DFC com vista a examinar os valores dispendidos nos tais investimentos. Só que, mais
uma vez voltou-se a aquela situação ou seja a forma como procedia antes de passarem a
elaborar a DFC, pelo que esta respondia que esta análise não era efectuada, apenas recorriam
aos Balanços sucessivos da empresa com vista a verificar o crescimento da conta investimento
de capital ou então recorriam ao plano orçamental elaborado pelo sector da gestão financeira
da empresa com o objectivo de determinar as necessidades de investimento na empresa.
De referir que, em algum momento a empresa tende a verificar a DRE com vista a verificar se
os investimentos efectuados estão a surtir efeitos positivos sobre as receitas e o lucro da
empresa. Pois, a empresa ao investir tem por objectivo incremental a sua actividade
74
operacional, isto porque o volume de negócio da empresa está directamente ligado ao seu
activo tangível e intangível.
4.4.3 Decisão Financiamento
A decisão de financiamento ou de necessidade de financiamento é de grande importância para
a empresa devido a frequência da empresa em recorrer a empréstimos para fazer face ao
investimento de capital. Deste modo, aqui é um dos únicos momentos em que a empresa
busca as informações de todas as Df’s excluindo a DACAP.
Primeiro, foi referido anteriormente que esta decisão tem recurso a DFC devido a
característica deste mapa em ilustrar a capacidade da empresa em satisfazer as suas
necessidades financeiras ou então determinar se deve recorrer a um financiamento. No
entanto, quando se afirma que neste processo busca-se conjugar as informações de Balanço,
da DRE e do DFC, deve-se ao facto dos elementos destes demosntrativos directa ou
indirectamente sofrerem impacto resultante do financiamento. Por exemplo, a Transporte
Kanimambo, Limitada quando pretende incrementar as suas operações ou a suas receitas
primeiro recorre a DRE para verificar o volume actual e, posteriormente verifica se as receitas
foram efectivadas. Dai dependedo do grau de incremento pretendido e se este estiver ligado
com a capacidade de prestação de serviço instalada, a empresa recorre ao Balanço para avaliar
o investimento de capital existente na empresa.
Então, a empresa encontra-se confrontada com duas situações, a primeira constitui a pretensão
de aumentar o volume de negócios e o segundo, aumentar a capacidade dos serviço para
atingir o primeiro objectivo. É daí, começa a pensar noutros mecanismo de modo a efectivar
duas situações, pois se a empresa é obrigada a investir primeiro deve obter um financiamento.
E de acordo com os dados recolhidos, este financiamento é externo, portanto mais uma vez
busca-se informações da DFC com vista a verificar se a empresa não tem capacidade de pelo
menos investir com seus recursos financeiros, de modo a reduzir a devida externa bem como a
dependência externa. É daí, que a DFC e DRE são chamados a fornecerem informações de
carácter financeiro e económico de modo, que a empresa proceda da melhor maneira a
decisão de recorrer ou não a um financiamento externo. A conjugação entre a informação da
DFC e da DRE é muito importante, pois primeiro mapa ilustra o lucro financeiro e o segundo
o lucro económico.
75
4.5 O Processo de Tomada de Decisões Financeiras na Companhia Industrial de Açucar,
SA
A Companhia Industrial de Açucar, SA, além de ser uma empresa moçambicana ela é uma
subsidiária de uma empresa sul africana, consequentemente é inevitável a centralização de
algumas decisões. E uma vez que as políticas de gestão são diferentes, para evitar que a
Companhia Industrial de Açucar, SA tome decisões ineficientes, constantemente solicita
consultorias externas com vista a apoiar na elaboração das Df’s bem como na sua certificação.
Não obstante, sabe-se que as Df’s são elaboradas geralmente no final de um exercício
económico, mas as decisões são tomadas constantemente, para tal a empresa mãe solicita com
maior frequência a DFC com vista a delinear alguns aspectos de carácter financeiro.
Esta solicitação, ajuda de certo modo a tomada das decisões que envolve os investimentos e
financiamentos. Ou seja, uma vez que a empresa apresentou prejuízos no período em análise e
consequentemente estas duas decisões tem como base a DFC, pois, os investimentos da
companhia tem sido financiados pela empresa mãe e o seu reembolso é efectuado quando a
empresa tiver capacidade financeira ou recursos financeiros. Então, perante a presença de
prejuízos avultados não há alternativa a deixar de usar a DRE e recorrer a DFC, pois este
segundo apresenta-se como melhor demonstrativo nesta situação.
Portanto, também importa referir que, de acordo com os princípios da empresa mãe oriundos
do modelo contabilístico aplicável, ou seja esta empresa sofre uma influência do modelo
anglo-sãxao, daí que há maior primazia na base de caixa no âmbito de elaboração e análise
das Df’s. Sendo assim, na situação em que a DRE é elaborado na base de acréscimo e a DFC
base de caixa, leva com que a empresa mãe exclua a DRE na tomada de algumas decisões
financeiras, principalmente a de investimento e a de financiamento.
E relativamente, as decisões relacionadas com as actividades operacionais há que referir de
certo modo estas estão ligadas aos outros investimentos mas, a sua análise é por via da DRE,
pois este vai ilustrar se a empresa conseguiu reduzir os prejuízos e ainda verificar as causas
que levaram para que a empresa tivesse arrecadado prejuízos. E algum momento, recorrem a
DFC para verificar quais os valores que estão a dispender para no processo de produção e em
outras despesas operacionais mas, até então estas decisões recorrem a DRE para programação
e elaboração do plano de produção e outras despesas.
76
4.5.1 Decisão de Investimento Operacional
Como foi anteriormente referido, a empresa está a acumular prejuízos, dai que qualquer
decisão que envolve a operacionalidade da empresa requer muito cuidado pois, pode vir a
prejudicar a empresa. Mas, deve aqui ficar claro que a empresa esclareceu que embora a sua
situação económica não esteja estável ela apresenta uma capacidade e autonomia financeira
estável, pois consegue até então cumprir com as suas obrigações financeiras, evitando
acumular dívidas externas além das que já contraíu com a empresa mãe.
Portanto, aqui pretende-se abordar a forma como a Companhia Industrial de Açucar, SA
efectua a interligação das informações financeiras e económica no processo de tomada de
decisões de carácter operacional. Neste âmbito, partindo de que a empresa recorre a DRE para
este tipo de decisão, ela interliga as informações deste demonstrativo com a DFC, pois como
foi referido no capítulo 2, a DRE ilustra o resutado económico que é negativo na empresa e
havendo a necessidade de verificar se as receitas foram cobradas integralmente recorre a
DFC, na qual este responsabiliza-se em apurar o lucro financeiro através da expurgação dos
custos e despesas cuja sua ocorrência a empresa não necessitou de efectuar desembolso de
valores. Neste caso, este constitui o ponto de ligação entre a DFC e DRE.
E ainda, para além efectuar interligação no processo de apuramento de lucro económico e
financeiro, também no processo de maximização e minimizar os custos fixos e variáveis,
respectivamente, a empresa recorre a estes demonstrativos, pois existem custos controláveis
(variáveis) cuja empresa tende a preocupar-se em saber qual a parte dos seus recursos
financeiros é aplicado nestes. Isto, permitirá o uso racional e ou aplicação racional dos seus
recursos nos custos e despesas variáveis.
4.5.2 Decisão de Investimento de Capital
Quanto ao processo de decisão que envolve as actividades de investimento, como referiu-se,
constitui uma responsabilidade da empresa mãe, que tendo conhecimento da situação
económica ela recorre a DFC para verificar se a Companhia de Açucar já esta capacitada em
devolver ou desembolsar os fundos provinientes dos investimentos realizados. E também, a
empresa mãe recorre as informações de Balanço com vista a analisar a capacidade instalada
bem como as grandes manutenções efectuadas na fábrica e ai através destas informações
ajudar-lhes-á a tomar decisões se podem ou não investir.
77
Portanto, relativamente as decisões locais, a Companhia Industrial de Açucar, SA ciente dos
prejuízos e pretendendo efectuar um investimento sem recorrer a empresa mãe mas sim ao
financiamento externo, ela procura reunir o Balanço e DRE, com vista a canalizar às
Instituições financeiras. Mas esta decisão é somente tomada depois de avaliar se a empresa
terá capacidade de restituir estes valores em curto tempo, de modo que não possa acumular
divida externa na empresa. E aqui, a DFC é chamada de modo a responder que quantidade
(valores monetárias) a empresa deve fixar como pagamento das suas prestações.
Neste, caso pode-se notar que esta Companhia busca informações de Balanço para verificar a
capacidade instalada e ainda as grandes reparações efectuadas nos anos anteriores. E depois as
informações da DFC com vista a medir capacidade de restituição dos investimentos realizados
na empresa.
4.5.3 Decisão de Financiamento
Esta empresa até então continua a obter prejuízos contudo está estável e operacional, visto que
apresenta uma situação financeira estável. E recordando mais uma vez, o processo de tomada
de decisão de financiamento é da responsabilidade da empresa sul africana e geralmente, está
ligado na necessidade de incrementar a capacidade instalada da empresa ou então emissão de
títulos financeiros. Mas, no período em análise e conforme é sabido, para que haja um
investimento é necessário que a empresa possua um determinado financiamento, dessa forma
a empresa após verificar a necessidade de investir tomava a decisão de recorrer a um
financiamento externo ou então a empresa mãe.
Neste contexto, são reunidas diversas informações do balanço e da DFC, pois a DRE não
entra neste tipo de decisão por não apresentar um lucro financeiro senão económico e ainda
negativo. Posto isto, através do Balanço a empresa verifica qual a situação das dividas e se
vale a penas recorrer ao financiamento bancário. A resposta é dada pela DFC, pois se o DFC
apresenta saldos em caixa e seus equivalentes que possam fazer face ao objectivo pretendido
não há necessidade de recorrer a nenhum financiamento, caso contrário, será obrigado a
recorrer e mais tarde com o mesmo demonstrativo ajudará a empresa tomada a decisão em
relação a liquidação das dividas provinientes de tal financiamento.
78
4.6 Comparação do Processo de Tomada de Decisão
4.6.1 Transporte Kanimambo, Limitada Versus Companhia Industrial de Açucar, SA
Depois de verificar o processo de tomada de decisões nas duas empresas, notou-se algumas
semelhanças e também diferenças relativamente aos procedimentos recorridos. Diante desta
situação, a primeita constatação é que a Transporte Kanimambo, Limitada na maior parte do
período em análise buscou auxiliar-se das Df’s tradicionais relativamente a Companhia
Industrial de Açucar, SA, pois esta devido a sua filiação a uma empresa estrangeira, mesmo
antes de introdução das NIRF’s em Moçmbique ela procurou sempre elaborar as restantes
Df’s que actualmente são preconizados pelo PGC –NIRF.
Assim, a Transporte Kanimambo estando ciente da diferença entre lucro económico e
financeiro, procurou sempre arranjar mecanismos que podessem ajudar em demonstrar o lucro
financeiro de modo a lhe permitir a tomar decisões de todo carácter operacional, de
investimento e financiamento. E após a aprovação e a introdução do Decreto 70/ 2009, a
empresa passou a usar a DFC para tomar as decisões que envolvem dinheiro embora em
algum momento ter que recorrer a DRE quando pretende-se tomar as decisões operacionais,
visto que, a empresa ao utilizar o método indirecto da DFC tende a recorrer o lucro
económico para efeitos da elaboração deste demonstrativo.
Em relação a Companhia Industrial de Açucar, SA a empresa recorre exclusivamente a DFC
para a tomada de todas as decisões financeiras. Pois, a empresa ao apresentar prejuízos é
obrigada a recorrer a este mapa visto que a DRE não estará capacitada para tal. Não só, se a
empresa for a recorrer a este mapa corre o risco até de declarar falência devido aos avultados
prejuízos aculumados até então, enquanto ela possui uma capacidade de resolver os problemas
financeiros relacionados com a empresa.
Portanto, de tudo quanto foi abordado, a diferença encontrada neste processo de decisão
insere-se no facto da Transporte Kanimambo, Limitada no seu processo de decisão recorrer a
indíces financeiros mesmo antes de proceder a avaliação da diferença do lucro apurado pela
DRE e os dados que a DFC vai ilustrar. Facto que a Companhia Industrial de Açucar, SA não
procede, pois já apresenta prejuízos e assim só pode recorer a DFC.
79
4.6.2 Moçambique Versus Brazil
Um dos estudos efectudos no Brazil, neste caso do Costa (2009), ela apresenta uma forma de
utilização da DFC na avaliação das empresas e não está relacionado com o processo de
tomada de decisão. Contudo, foi possível encontrar no seu estudo de caso, um aspecto que
interessante, ao
calcular o resultado operacional em termos absolutos e relativos e
posteriormente procurar comparar com o fluxos das actividades operacionais.
Este procedimento de tomada de decisão também é utlizado na empresa Transporte
Kanimambo, mas para o caso da empresa escolhida por Costa, este pretendia demonstrar que
as empresas não devem se preocupar com o lucro, pois, partindo mesmo do resultado
operacional, sobre este são contabilizados as receitas, as despesas e custos e por sua vez não
afectam o caixa do período, o que acarreta uma variação anormal entre o lucro e a geração de
caixa.
4.6.3 Moçambique Versus Cabo Verde
Das empresas pesquisadas em Moçambique, concretamente na Provincia de Sofala verificouse que estas dão uma maior primazia a DFC pois este ilustra situação financeira destas. A
título exemplo, foi constatado que a Companhia Industrial de Açucar, SA, apresenta-se
sempre com prejuízos mas tem uma capacidade financeira robusta. Esta mesma situação
também foi constatada pela Viera (2011) na sua pesquisa realizada em Cabo Verde, quando
verificou que, das empresas pesquisadas mais de 50% responderam que o motivo da
utilização da DFC deve-se ao facto deste ilustrar a realidade financeira da empresa.
No entanto, quanto a utilização da DFC no processo de tomada de decisões, o estudo de caso
apresentado pela Viera (2011), de acordo com a empresa escolhida para o seu estudo, ela
refere que para as decisões operacionais, a empresa através do DFC busca verificar as vendas,
principalmente a crédito e, dependendo da capacidade e realidade financeira que a DFC for
apresentar ela poderá renegociar os prazos de pagamentos com os fornecedores, ou seja utiliza
a DFC para o processo de renegociação das dívidas com fornecedores e ao mesmo tempo isto
permitirá a empresa tentar melhorar a eficiência da sua produção bem como reduzir o prazo
de recebimento.
80
Quanto as decisões de investimento, o alvo de estudo da Viera, mais uma vez recorre a DFC,
pois a semelhança das empresas alvo da presente pesquisa, ela recorre aos fundos exteriores,
devido a incapacidade de gerar grande fluxos de caixa. No entanto, esta empresa após avaliar
até que ponto está capacitada em assumir os compromissos, ela poderá ou não decidir recorrer
ao capital alheio, pois se se verificar que os benefícios monetários que provirem dos
investimentos são superiores que os exfluxos então a decisão de recorrer ao financiemento
externo é viável, pois terá a capacidade de reembolsar.
Por fim, relativamente a tomada de decisões de financiamento, primeiro a empresa estudada
por Viera (2011), em 2009 não conseguir gerar um fluxo de caixa operacional positivo, dado
que teve que recorrer ao financimento externo para fazer face aos investimentos. Este facto
até então continua, isto é, por depender das actividades operacionais para gerar fluxos de
caixa que possam financiar as actividades ela tende a recorrer ao capital alheio, devido os
resultados abaixo de níveis aceitáveis. E assim, a empresa continua a pagar juros elevados
devido ao empréstimo, facto que só pode se alterar se ela decidir com os investimentos e
distribuição de lucros e adoptar medidas estratégicas de gestão das actividades operacionais
da empresa.
4.7 A Importância da Demonstração de Fluxo de Caixa
Após a análise da forma como as decisões financeiras são tomadas nas empresas pesquisadas
pode-se dizer que a DFC exerce um papel muito importante nestas decisões. Isto porque, em
quase todas as decisões as empresas recorrem actualmente a DFC para a tomada das decisões
financeiras, devido a função que este tem neste processo. Assim sendo, este mapa ilustra a
capacidade e
a realidade financeira das empresas, sendo utilizado na determinação da
necessidade de financiamento e ou então verificar a capacidade da empresa em liquidar o tal
financiamento obtido.
Pois, quer das empresa desta pesquisa, quer as empresa dos estudos empirrícos apresentados
elas apresentam-se com uma situação económica instável. Isto contrária a política de boa
gestão das empresas, pois, as actividades operacionais em princípio devem ser capazes de
financiar as restante actividades da empresas, principalmente as de investimento de modo que
as empresas reduzam o financiamente por via de capital alheio. No entanto, nas empresas
pesquisadas bem como dos outros estudos apresentados, verificou-se que continuam a
81
depender do financiamento externo para aumentar a capacidade dos seus investimentos de
capital, este facto deve-se ao facto do lucro financeiro operacional ainda não estar capacitado
em satisfazer as necessidades de investimento da empresa.
De um modo geral, as empresas embora tenham reconhecido que este mapa é de extrema
importância ainda continuam com ideia de que constitui mais um mapa cujo administração
fiscal as obriga a elaborar.
82
CAPÍTULO 5: CONCLUSÕES E RECOMEDAÇÕES DA PESQUISA
5.1 Introdução
Depois deste todo processo de pesquisa, com este capítulo pretende-se concluir os aspectos
pesquisados bem como deixar algumas considerações que o pesquisador acha necessário e
importantes quer para as empresas, ou então todos os que terão a oportunidade de ler a
presente dissertação. Por isso, esta componente de extrema importância é composta pelas
conclusões e pelas recomendações.
5.2 Conclusões
Concluindo, o pesquisador considera ter atingido os seus objectivos, quer gerais, quer os
específicos, bem como ter conseguido responder as questões de pesquisa. Pois, relativamente
ao objectivo geral, concluíu-se que a DFC desempenha um papel bastante importante na
tomada de decisões de carácter financeira, a nivel das empresas pesquisadas assim como nas
empresas alvos dos outros estudos apresentados. Pois, as empresas necessitam da informação
que a DFC fornece com o objectivo de avaliar a capacidade financeira bem como verificar a
necessidade de financiamento. Deste modo, contrariamento ao procedimento de Brigham &
Ehrhardt (2010), na qual apresentam a equação 2.1, para a determinação de financiamento, as
empresas alvo ainda não aplicam o tal procedimento, pelo que apenas baseam-se na
informação disponibilizada pela DFC e daí tomam as decisões financeiras.
Quanto, ao primeiro e o segundo objectivo específico, verificou-se que, no que concerne a
tomada de decisões de carácter financeiro, que são tomadas por via de utilização de DFC são
mais prudente em relação as que consideram a DRE. Pois, as decisões financeiras para serem
tomadas, as empresas necessitam de informações relacionadas com os fluxos financeiros ou
de caixa da empresa, que possibilitem avaliar a realidade e a capacidade financeira da
empresa. Assim, perante uma DRE que ilustra o lucro meramente económico que não condiz
com as entradas e saidas de caixa da empresa, tornasse ineficaz a sua utilização para este fim.
Quanto a DFC, pelo facto de constituir um mapa que apresenta as entradas e saidas de caixa,
ela ajuda as empresas e aos seus administradores a tomarem decisões financeiras prudentes e
eficazes, pois estarão a tomar decisões com consciência da realidade financeira da empresa.
83
Assim sendo, de acordo com terceiro objectivo traçado, verificou-se que a nível das empresas
a DFC entre várias informações, permite proporcionar o levantamento de recursos financeiros
necessários para execução do plano geral de operações e, também a realização de transações
económicos-financeiras e ainda saldar as dívidas da empresa. No entanto, perante uma
situação em que as empresas não consiguiram efectivar as suas receitas, de modo a cumprir
com as suas obrigações estes recorrem a DFC para verificar o volume de recurso financeiros
disponíveis para efectuar o pagamento das obrigações e ainda para aplicar nas operações da
empresa de modo a continuar a gerar receitas.
Contudo, de acordo com o último objectivo específico, embora a DFC seja um importante
mapa para a verificação e análise da liquidez e solvabilidade da empresa quando apresenta-se
com prejuízos ou lucros, estas tem a necessidade de recorrer aos outros mapa de modo a
procederem a interligação algumas informações afim de tomarem uma decisão eficaz. A
primeira interligação de informações constatada, está entre a DFC com a DRE, isto é, as
empresas ao usarem o método indirecto de elaboração da DFC tendem a buscar o lucro
patente na DRE e posteriormente eliminam as receitas e despesas não recebidas e não
desembolsáveis, respectivamente, de modo obter lucro financeiro ou os fluxos de caixa das
actividades operacionais da empresa. Uma outra ligação está entre o Balanço e os restantes
mapa. Isto ocorre a medida em que o Balanço resume todas informações da DRE e da DFC
assim como da DACAP, nomeadamente, o valor do lucro obtido e acumulado, a variação do
capital próprio, os valores dos investimentos anteriores e actuais e ainda os financiamentos
acumulados e a sua origem e por fim os valores de disponibilidades na qual na DFC são
designadas por caixa e seus equivalentes.
No entanto, com a introdução das IFRS em Moçambique, notou-se que muitas empresas
tiveram dificuldades de integração destas normas no seu sistema de contabilidade, ao ponto de
trabalharem com consultorias externas para lhes auxiliar na elaboração de alguns
demonstrativos financeiros. Assim sendo, nas duas empresas alvo, verificou-se que contam
com ajuda externa para elaborarem a DFC e consequentemente, estes elaboram geralmente
uma vez por ano, no momento de encerramento de contas, justificando que os seus sistemas
não tem capacidade de elaborar constantemente este mapa. Assim como, o pesquisador
verificou-se que embora a DFC seja um mapa de gestão que auxilia na tomada de decisões
financeiras, as empresas ainda tem o pensamento de elaborarem apenas para não ter
problemas com a Autoridade Tributária.
84
5.3 Recomendações
Nesta última secção, pretende-se deixar algumas recomendações na qual tiveram base as
análise efectuadas nas empresas e das conclusões retiradas. Deste modo, atendendo ao tema
pesquisado, para além de se deixar recomendações a Transporte Kanimambo, Limitada e a
Companhia Industrial de Açucar, SA, procura-se deixar algumas recomendações ao Governos
e aos futuros pesquisadores.
5.3.1 À Transporte Kanimambo, Limitada
A esta empresa recomenda-se a actualização do seu Sistema de Contabilidade. Pois a
empresa, ao afirmar que enfrentam dificuldades em elaborar a DFC, constatou-se que está
ligado com o sistema operativo de contabilidade utilizado na empresa, visto que este apena
extrai DRE, o Balanço e outros mapas e não está programado para extrair a DFC. Assim, estes
elaboraram através do microsoft excell, utilizando o Balanço referente a dois exercício e com
a DRE do exercício em análise. Este facto, faz com que o sector de gestão financeira que é
responsável pela elaboração da DFC, fique refém da DRE e do Balanço. Consequentemente,
pela característica de outros mapa, são elaborados uma vez por ano, a DFC também passa a
se elaborar uma vez por ano, limitando a sua utilização na tomada de decisões financeiras. No
entanto, actualmente, os pacotes de contabilidade, como por exemplo a Primavera versão 8,
permite a elaboração da DFC de forma muito fácil e já está actualizado de acordo com o
PGC-NIRF, bastando apenas a empresa constantemente actualizar os dados de modo a extrair
o mapa de fluxo de caixa em qualquer período.
5.3.2 À Companhia Industrial de Açucar, SA
Quanto a Companhia Industrial de Açucar, SA, a primeira recomendação que se deixa está
relacionado com o pacote informático que também acarreta dificuldade na elaboração da
DFC. Depois, recomenda-se a Direcção Geral a capacitar aos trabalhadores do sector de
Contabilidade e de outros sectores afins na elaboração deste mapa, pois até então o que se tem
verificado na empresa é que estes contam com ajuda das consultorias, pelo que há muita
dependência aos consultores externos. Isto, de um modo não ajuda aos contabilistas da
empresa no domínio deste mapa, no que diz respeito a sua elaboração e a sua dívida
percepção.
85
5.3.3 Ao Governo
Foi referido na Pesquisa que a introdução da DFC em Moçambique foi por via da aprovação
do Decreto 70/ 2009. Assim, de acordo com a realidade relacionada com o processo de
implementação deste normativo nas empresas moçambicano constitui uma tarefa bastante
difícil, levando as empresas a desembolsar recurso financeiros avultados com vista a seguir
com o que está preconizado neste Decreto. No entanto, um dos elementos que até então as
empresas apresentam dificuldades na sua elaboração é a DFC e ao ponto de muitas destas
desconhecerem a sua real utilidade. Deste modo, o pesquisador recomenda ao Governo,
principalmente ao orgão competente pela àrea de adminstração fiscal, a melhorarem nas
formações na àrea das NIRF’s que esta tem promovido para os agentes económicos. Pois, o
que se verifica é uma simples apresentação teórica de algumas normas sem se apoiar a
questões práticas que possam permitir aos profissionais que trabalham com estes agentes
identificar as suas dificuldades.
5.3.4 Aos futuros pesquisadores
A pesquisa de um tema que junta duas àreas como a Contabilidade e Gestão Financeira
proporciona um lote de conhecimentos para o pesquisador. Deste modo, recomenda-se aos
futuros pesquisadores a explorarem temas que interligam estas duas àreas, pois o profissional
de Contabilidade, actualmente de acordo com as exigências do mercado, principalmente a
necesidade do Governo Moçambique em desenvolver o Mercado de Capital, é obrigado a
conhecer e aprofundar os conceitos da Gestão Financeira, de modo a interpretar e contabilizar
alguns aspecto relacionados. Neste caso, na presente pesquisa buscou-se informar acerca da
DFC, com o intuito de diferenciar o lucro financeiro do lucro económico, consequentemente
estava-se a falar de dois princípios, de caixa e outro o de acréscimo. Portanto, como forma de
sugestão, os pesquisador podem buscar temas que abordem acerca de:

Efeitos Económico-Financeiro e Fiscal do Critério de Valor Presente Liquido na
Mensuração Subsequente dos Activos Tangíveis nas Empresas;

Instrumentos Financeiros : Sua Importância Para Empresas e o Nivel de
Reconhecimento em Moçambique
86
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WESTON, J. F. & BRIGHAM, E. F. Fundamentos da Administração Financeira. 10. Ed.
São Paulo: Person Makron Books, 2000.
90
APÊNDICES
Apêndice 2.1:Balanço Patrimonial
Fonte: Adaptação do Autor, 2013
91
Apêndice 2.2: Demonstração de Fluxos de Caixa – Método Indirecto
Fonte: Adaptado pelo autor com base no Decreto nº 70/ 2009
92
Apêndice 2.3 : Demonstração de Fluxos de Caixa – Método directo
Fonte: Adaptado pelo autor com base no Decreto nº 70/ 2009
93
Apêndice 4.1: DF’s elaboradas na Transporte Kanimambo, Limitada, 2010 - 2012
Demonstração Financeira
Ano
2010
Balanço
Demonstração de Resultados
Demonstração de Fluxos de Caixa
Demonstração de alteração de capital próprio
2011




2012








Fonte: Dados primárias, 2013
Apêndice 4.2: DF’s elaboradas na Companhia Industrial de Açucar, SA 2010 - 2012
Demonstração Financeira
Ano
2010
Balanço
Demonstração de Resultados
Demonstração de Fluxos de Caixa
Demonstração de alteração de capital próprio
2011








2012




Fonte: Dados primárias, 2013
Apêndice 4.3: Solicitação das Demonstrações financeiras, 2010 - 2012
Fonte: Dados primárias, 2013
Apêndice 4.4: Relevância das Demonstrações financeiras, 2010 – 2012
Fonte: Dados primárias, 2013
94
Apêndice 4.5: Roteiro de Entrevista
FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO
DEPARTAMENTO EM CONTABILIDADE E AUDITORIA
ROTEIRO PARA ENTREVISTA
BOM DIA/ BOA TARDE!
Desde já quero agradecer a disponibilidade para a presente entrevista que terá a duração de
45 minutos. Tal como foi inicialmente comunicado, esta constitui um instrumento de uma
pesquisa para dissertação de mestrado em Contabilidade e Auditoria a ser remetida a
comissão julgadora da Universidade Católica de Moçambique que tem como objectivo geral
avaliar a importância da Demonstração de Fluxos de Caixa na tomada de decisões de
investimento de capital e investimento operacional e na determinação da necessidade de
financiamento nas empresas e visa responder às seguintes perguntas:
 Qual é a importância da DFC na tomada de decisões financeiras?
 Qual é a diferença entre as decisões financeiras tomadas por via da DFC e da DRE?
 Qual é o melhor demonstrativo financeiro para a tomada de decisões financeiras?
Como é que os administradores podem utilizar as informações das DF’s de forma
conjunta para auxiliar as suas decisões?
A informação a ser recolhida nesta destina-se especialmente a carácter académico e será
apresentada a Universidade Católica de Moçambique – Faculdade de Economia e Gestão
para fins de julgamento dos resultados da pesquisa, garantindo o absoluto sigilo dos dados
identificativos das empresas participantes nesta entrevista.
Dados da empresa
Actividade principal da
empresa/grupo
Alistada na Bolsa
Número de trabalhadores

 Sim (por favor especifique onde) ______________
 Não
Menos de 250  250 - 500
 Mais de 500
Lucros (Valores em milhões de Menos de 500
meticais)
Ganhos (Valores em milhões de Menos de 500

meticais)
Activos (Valores em milhões de Menos de 500

meticais)
 500 – 1.275  Mais de 1.275

 500 – 1.275  Mais de 1.275
 500 – 1.275  Mais de 1.275
95
1 PERFÍL D ENTREVISTADO
1.1 Sector
 Contabilidade
 Aprovisionamento

 Gestão Financeira  Produção/ Prestação de Serviços
 Estudos e Projectos  Direcção Geral
Outro (Especifique)___________________________________________________
1.2 Posição (facultativo)
1.3 Área de Formação
1.4 Qual é o nível académico?
 Doutoramento
 Mestrado
 Licenciatura
 Bacherelato
 Nível Médio
 Nível Secundário
 Nível Primário
 Nenhum nível
2 ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS NA EMPRESA (SECTOR
DE CONTABILIDADE)
2.1
Em 2009, foi aprovado o decreto 70/2009 com efeito em 01 de Janeiro de 2010 e
este institui as médias e grandes empresa um conjunto de demonstrações financeiras. Para
cada ano marque com “X”, caso a empresa elaborado os demonstrativos abaixo
Demonstração Financeira
Ano
2010
Balanço
Demonstração de Resultados
Demonstração de Fluxos de Caixa
Demonstração de alteração de capital próprio
2011




2012








2.2 Atribuia um valor correspondente ao nível de “solicitação” das seguintes
“demonstrações financeiras” pelos utilizadores internos na empresa (de 1 a 5, onde 1=
não solicitaado, 2= pouco solicitado, 3= solicitado, 4= bastante solicitado, 5 = muito
solicitado)
Demonstração Financeira
Balanço
Demonstração de Resultados
Demonstração de Fluxos de Caixa
Demonstração de alteração de capital próprio
Solicitação
1
1
1
1
2
2
2
2
3
3
3
3
4
4
4
4
5
5
5
5
96
3 UTILIZAÇÃO DAS DFC
E DRE NA TOMADA DE DECISÕES FINANCEIRAS
3.1
Atribuia um valor correspondente ao nível de “relevância” para as “demonstrações
Financeiras” abaixo para a tomada de decisão Finaceira (de 1 a 5, onde 1= não relevante,
2= pouco relevante, 3= relevante, 4 = bastante relevante, 5 = muito relevante)
Demonstração Financeira
Relevância
Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC)
12345
12345
Balanço
 1  2  3  4  5
Demonstração de alteração de capital próprio
 1  2  3  4  5
Demonstração de Resultados (DRE)
Justifique a sua escolha:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3.2
Qual das demonstrações Financeiras é usada para cada uma das decisões?
Decisão
Demonstração Financeira
Decisão de Investimento de Capital
 DFC  DRE  Balanço  Alteração de Capital
Justifique:


Decisão de Investimento Operacional
 DFC  DRE  Balanço  Alteração de Capital
Justifique:


Necessidade de Financiamento
 DFC  DRE  Balanço  Alteração de Capital
Justifique:



3.3 A empresa faz a conjugação das informações patentes nas Demonstrações Financeiras
para tomada de decisões Financeiras?
 Sim
 Não(se não, vá para a Secção 4)
97
3.4 Que informação são estas ?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
3.5 De que forma a empresa efectua esta interligação
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
3.6 Para cada um dos anos qual foi o resultado económico da empresa?
Demonstração Financeira
Ano
2010
Lucro
Prejuízo


2011


2012


4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.1 Em pouca palavras, qual dos mapas aconselha as outras empresas a usarem para fins
de tomada de decisões financeiras?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
5 AGRADECIMENTOS
5.1 Mais uma vez, muito obrigado por ter cedido o seu precioso tempo para esta entrevista e
garantimos que todos os dados serão usados de forma cuidadosa e sigilosa e não
publicados sem prévio consentimento da empresa bem como para fins que possam
prejudicar a empresa.
98
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ISSUFO-ABDULAY -TEIXEIRA-DA-SILVA-MCA