Veículo:
Data:
Agrolink
19/09/2012
Assunto:
Gene de café resistente a seca está em teste em culturas comercias
http://www.agrolink.com.br/culturas/soja/noticia/gene-de-cafe-resistente-a-seca-esta-em-teste-emculturas-comercias_156735.html
“A expectativa, como ocorreu com os resultados obtidos com uma planta
modelo, é que o gene confira tolerância prolongada à estiagem também para
essas outras culturas. A transgenia tem o potencial de transferir genes entre
espécies diferentes e expressar corretamente as características conferidas pelo
gene, neste caso, mantendo a produtividade mesmo na ausência de condições
favoráveis, como a escassez de água”, diz o pesquisador Eduardo Romano, da
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
O otimismo com relação ao uso de genes modificados em todas as variedades
testadas deverá ser comprovado com os resultados da pesquisa no campo,
previsto para o próximo ano. “Se tudo ocorrer conforme esperado, em cinco
anos a agricultura brasileira terá mais um aliado para superar problemas
climáticos, como a temperatura elevada e o déficit hídrico, que ameaçam a
produtividade no campo”, adianta o pesquisador.
A expressão do gene de resistência a seca está em observação em laboratório.
Após o nascimento das primeiras plantas transgênicas, as sementes serão
novamente testadas em laboratório para posteriormente, a partir de uma
seleção das melhores amostras, serem testadas em campo.
Além da expectativa de aumento ou manutenção dos níveis de produção
econômica e de desenvolvimento social, os pesquisadores envolvidos no
estudo acreditam que com o cultivo de plantas resistentes à seca será possível
reduzir os impactos ambientais provocados pela atividade, uma vez que abre
perspectivas de menor consumo de água.
Detalhes da pesquisa em café - Pesquisadores compararam variedades de
café tolerantes e suscetíveis a seca e identificaram um gene diferencial. Esse
gene foi isolado e transferido por ferramentas de engenharia genética para
plantas de outra espécie – Arabidopsis thaliana. As plantas de arabidopsis que
receberam o gene de café foram submetidas a um regime de 40 dias sem água
e permaneceram saudáveis enquanto plantas que não receberam o gene
morreram após 15 dias. A patente do gene foi registrada no Instituto Nacional
da Propriedade Industrial – INPI.
Origem do gene resistente a seca – É consequência do trabalho, realizado em
parceria por instituições participantes do Consórcio Pesquisa Café e pela
Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo – Fapesp, de mapeamento de
200 mil sequências de DNA, dos quais mais de 30 mil genes foram
identificados como responsáveis por diversos mecanismos fisiológicos de
crescimento e desenvolvimento do cafeeiro. Desse manancial genético, saiu o
gene identificado e testado pelos pesquisadores, denominado CAHB12. A
decifração do código genético do café, o genoma café, foi pioneirismo brasileiro
e colocou o Brasil na vanguarda das pesquisas em café.
Esse banco de dados, o maior do mundo para o grão, está à disposição das
dezenas de instituições que compõem o Consórcio Pesquisa Café, distribuídas
em 14 estados brasileiros. As informações estão guardadas pela Rede de
Genomas Agronômicos e Ambientais da Fapesp e pela Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia.
Benefícios do genoma café - O domínio do código genético tem tornado
possível o desenvolvimento de variedades mais produtivas, tolerantes a
variações climáticas (como seca e geada) e resistentes ao ataque de pragas e
doenças, com reflexos diretos no custo de produção, na proteção ambiental e
no incremento de 20 a 30% na produtividade das lavouras, em função do
menor uso de defensivos agrícolas. Além disso, os dados gerados pela
pesquisa aceleram a obtenção de cultivares de melhor qualidade, aroma, sabor
e propriedades nutracêuticas do grão, agregando qualidade ao produto e mais
satisfação e saúde para o consumidor.
Consórcio Pesquisa Café – Esse arranjo institucional atua em todos os
segmentos da cadeia produtiva, tendo por base a sustentabilidade, a
qualidade, a produtividade, a preservação ambiental, o desenvolvimento e o
incentivo a pequenos e grandes produtores. Hoje reúne mais de 700
pesquisadores de cerca de 40 instituições, envolvidos em 74 projetos dos quais
fazem parte 355 Planos de ação.
Foi criado por iniciativa de dez instituições ligadas à pesquisa e ao café:
Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola - EBDA, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária - Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de
Minas Gerais - Epamig, Instituto Agronômico - IAC, Instituto Agronômico do
Paraná - Iapar, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão
Rural - Incaper, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa,
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro - Pesagro-
Rio, Universidade Federal de Lavras - Ufla e Universidade Federal de Viçosa UFV.
As pesquisas do Consórcio Pesquisa Café contam com o apoio e o
financiamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé, do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa.
Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café
Texto: Flávia Bessa – MTb 4469/DF
Fone: (61) 3448-1927
Site: www.embrapa.br/cafe
www.consorciopesquisacafe.com.br
Download

Formulário para clipping Consórcio