DADOS DE COPYRIGHT Sobre a obra: A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudíavel a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo Sobre nós: O Le Livros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar mais obras em nosso site: LeLivros.us ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link. "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível." Série DEIXADOS PARA TRÁS Sé rie de icçã o mais lida no mundo, Deixados Para Trá s vendeu mais de 70 milhõ es de livros e foi traduzida para mais de 30 idiomas. A histó ria reú ne icçã o cristã , açã o e suspense comlancesdealtatecnologianumtrillerdetirarofô lego.Otemaprincipalé nadamenosqueo própriofinaldostempos. TimLaHaye&JerryB.Jenkins O GLORIOSO APARECIMENTO OFIMDASERAS UNITEDPRESS Jerusalém está quase caindo nas mãos do exército da Comunidade Global... Já sepassaramseteanosdesdeoarrebatamentoequaseseteanosdaassinaturadopacto do anticristo com Israel. Os crentes olham para o cé u na espera do Glorioso Aparecimento enquantoomundoestánolimiardofinaldostempos. Oanticristoreú neosexé rcitosdomundonovaledoMegidoparaoqueacreditaseroseu triunfodefinitivodetodasaseras.ComumavitóriaassimsubiráaotronodeDeus. ...enquanto milhões de pessoas se aglomeram para a grande batalha. OComandoTribulaçã omigrouparaoOrienteMé dio,amaioriaabrigadaemPetracomo remanescente judeu, somando agora mais de um milhã o de pessoas. Mas, somente um dos quatromembrosoriginaisdoComandopermanecevivo,emborapróximodamorte. A cidade de Jerusalé m nã o consegue mais resistir diante do Exé rcito da Unidade da ComunidadeMundialeTsionBen-Judá foimorto.PoucosemPetrasabemdasuaperda,etanto RayfordSteelequantoBuckWilliamsestãodesaparecidos. OGloriosoAparecimentoé oú ltimolivrodasé riequecontaodramadaquelesqueforam deixados para trá s no Arrebatamento. Os lançamentos da sé rie alcançaram imediatamente o topo na lista dos mais vendidos do New York Times, USA Today e principais jornais e revistas norte-americanos. A sé rie Deixados Para Trá s se transformou na primeira icçã o cristã a igurar na lista dos maisvendidosdarevistaVejaedeoutrosimportantesveı́c ulosdecomunicaçã o.Profanaçã o,o nonolivro,foiolançamentomaisvendidoem2001nomundointeiro. SETE ANOS DA TRIBULAÇÃO TRÊS ANOS E MEIO DA GRANDE TRIBULAÇÃO OsCrentes EnoqueDumas—Idade:pertode30anos;hispano-americano;pastordacongregaçã oO Lugar, em Chicago, composta de 31 membros; reassentado em Palos Hills, Illinois, escondido numabrigosubterrâneo. MontgomeryCleburn("Mac")MCCULLUM— Idade: pouco mais de 60 anos; ex-piloto do potentado supremo da Comunidade Global, Nicolae Carpathia; dado como morto em acidenteaéreo;piloto-chefedoComandoTribulação,sediadoemPetra. HannahPalemoon— Idade: pouco mais de 30 anos; ex-enfermeira daCG; dada como mortaemacidenteaé reo;trabalhandonoComandoTribulaçã oemPetracomopartedaequipe daCooperativaInternacional,umaredesubterrâneadecrentes. Razor— Idade: cerca de 20 anos; mexicano, assistente militar de George Sebastian, em Petra. Leah Rose — Idade: pouco mais de 40 anos; ex-enfermeira-chefe do Arthur Young Memorial Hospital de Palatine, Illinois; trabalhando na equipe da Cooperativa do Comando Tribulação,emPetra. Dr.ChaimRosenzweig (conhecido como "Miqué ias") — Idade: pouco mais de 70 anos; botânicoeestadistaisraelenseganhadordoPrêmioNobel;recebeuotítulodeCriadordaNotícia do Ano peloSemanário Global; assassino de Carpathia; lı́der do remanescente de mais de um milhãodejudeusemPetra. George Sebastian — Idade: perto dos 30 anos; ex-piloto de helicó ptero da divisã o de combate da Força Aé rea Norte-americana; escondido com o Comando Tribulaçã o e com a CooperativaInternacionaldeMercadorias;defendendoPetra. Priscilla Sebastian, — Idade: 30 anos; esposa de George Sebastian, mã e de Beth Ann; Petra. Abdullah Smith, — Idade: pouco mais de 35 anos; ex-piloto de aviõ es de caça na Jordâ nia;ex-co-pilotodoFê nix216;dadocomomortoemacidenteaé reo;pilotoimportantedo ComandoTribulaçãocomissionadoemPetra. RayfordSteele— Idade: perto de 50 anos; ex-capitã o aviador do 747 das Linhas Aé reas Pan-Continental;perdeuesposae ilhonoArrebatamento;perdeuasegundaesposaemacidente aé reo; ex-piloto do potentado da Comunidade Global Nicolae Carpathia; membro fundador do ComandoTribulação;fugitivointernacionalexiladoemPetra. EleazarTibério,—Idade:poucomaisde50anos;anciãoemPetra;paideNaomi. Naomi Tibério — Idade: perto de 20 anos; ilha de Eleazar; gê nio do computador; apaixonadaporChangWong;Petra. OttoWeser,—Idade:pertode50anos;chefedopequenogrupodecrentesalemã esque fugiramdeNovaBabilônia;Petra. Lionel Whalum- Idade: perto de 50 anos; ex-empresá rio; ex-piloto da Cooperativa Internacional de Mercadorias; em missã o do Comando Tribulaçã o na cidade de Petra, como novodiretordaCooperativa. Cameron ("Buck") Williams — Idade: perto de 35 anos; ex-articulista sê nior do Semanário Global; ex-editor doSemanário Comunidade Global de propriedade de Carpathia; membro fundador do Comando Tribulaçã o; editor da revista virtualA Verdade; sua esposa, Chloe,foimortanaguilhotinadaComunidadeGlobal;vistopelaú ltimavezdefendendoaparte velhadacidadedeJerusalém. ChangWong— Idade: perto de 21 anos; ex-espiã o do Comando Tribulaçã o na sede da ComunidadeGlobal,NovaBabilô nia;emmissã odoComandoTribulaçã ocomochefedosistema decomputadoresemPetra;apaixonadoporNaomiTibério. MingToyWoo— Idade: perto de 25 anos; irmã de Chang Wong; ex-viú va, casou-se de novo com Ree Woo; ex-guarda do Presı́dio de Reabilitaçã o Feminina da Bé lgica (PRFB); trabalhandonoComandoTribulaçãoemPetra;ajudandonaCooperativa. ReeWoo—Idade:poucomaisde25anos;maridodeMingToyWoo;pilotodoComando TribulaçãoemmissãoemPetra. GustafZuckermandelJr.(conhecidocomo"Zeke" ou"Z")— Idade: perto dos 30 anos; falsi icador de documentos e especialista em disfarces; seu pai foi morto na guilhotina; trabalhandoparaoComandoTribulaçãoemPetra. OsRecém-martirizados AlB.(conhecidocomo"Albie")—Idade:poucomaisde50anos;nascidoemAlBasrah,ao norte do Kuwait; piloto; trabalhou no mercado negro internacional; membro do Comando Tribulação;assassinadoemAlBasrah. TsionBen-Judá—Idade:poucomaisde50anos;ex-estudiosodasdoutrinasdosrabinos e estadista israelense; revelou sua fé em Jesus como o Messias em um programa deTV levado ao ar internacionalmente, o que provocou o assassinato de sua esposa e de seus dois ilhos adolescentes; fugiu para os Estados Unidos; ex-professor e lı́der espiritual do Comando Tribulaçã o; doutrinou os judeus remanescentes em Petra; suas pregaçõ es diá rias, via internet, alcançavam mais de um bilhã o de pessoas. Morto defendendo a parte velha da cidade de Jerusalém. Chloe Steele Williams — Idade: perto de 25 anos; ex-aluna da Stanford University; perdeu a mã e e o irmã o no Arrebatamento; ilha de Rayford; esposa de Buck; mã e de Kenny Bruce, quatro anos e meio; membro-fundador do Comando Tribulaçã o; ex-executiva da Cooperativa;mortanaguilhotinapelaCGnoantigoCentroCorrecionaldeStatevilleemJoliet, Illinois. OsInimigos Nicolae Jetty Carpathia — Idade: perto de 40 anos; ex-presidente da Romê nia; exsecretá rio-geral da Organizaçã o das Naçõ es Unidas; autodesignado potentado da Comunidade Global;assassinadoemJerusalé m;ressuscitounopalá ciodaCG,emNovaBabilô nia;liderandoas forçasdoExé rcitoUnidadenoValedoMegido;vistopelaú ltimavezdoladodeforadaPortade HerodesnaestradadeSuleimon,emJerusalém. LeonFortunato—Idade:pertode55anos;ex-supremocomandanteebraçodireitode Carpathia;recebeuotítulodeReverendíssimoPaidoCarpathianismo,proclamandoopotentado comoodeusressurreto;comandantedoExércitoUnidade,emMegido. VivIvins—Idadepertode70anos;amigadelongadatadeCarpathia;trabalhaparaGG. Suhail Akbar — Idade: pouco mais de 45 anos; chefe de Segurança e Inteligê ncia de Carpathia;comandantedoExércitoUnidadeMundial,emMegido. PRÓLOGO ExtraídodeArmagedom Rayfordcomeçouadescerpeloladodetrá sdePetra,achandoadescidaaindapiordoque asubida.ElepermaneceracomChangeNaomiumpoucomaisdoquehaviaplanejadoesupô s, portanto,queMacdeveriaestaràsuaprocuraeGeorgepensavaquejátivessechegado. Do lugar em que se encontrava, ele tinha uma boa visã o do exé rcito, a cerca de um quilô m etro e meio de distâ ncia. Fez um gesto para pegar o celular e tranqü ilizar Mac quando notouquealgoestranhohaviaocorrido.Aslinhasdefrenteestavamrecuandooutravez,sinalde queGeorgedeviateriniciadooutraseqüênciadedisparoscomasarmasdeenergiadirecionada. Destavez,poré m,apesardocaosqueseseguiu,oExé rcitodaUnidadenã oseacovardou. Rayford ouviu os estrondos dos disparos em represá lia, como trovõ es anunciando uma forte tempestadequeatingiriaumcírculodecentenasdequilômetrosdediâmetro. Ele conhecia o su iciente sobre muniçõ es para saber que as forças de Carpathia estavam umtantodistanciadasparausarcanhõ esdemorteiroseatiraremâ ngulosaltos.Calculouentã o queostirosnã oalcançariamoperı́m etrodePetra.Estavaenganado.Epossı́velqueoscanhõ es delesfossemmaioresdoqueostradicionaisdecanocurtoesemestrias. As bombas ultrapassaram o perı́m etro e começaram a cair ao redor dele. Quando uma explodiu bem à sua frente, Rayford quase foi atirado para fora do veı́c ulo. Agarrado ao volante comamãolivre,eleviuseutelefonesairvoandocercadecemmetrosprecipícioabaixo. Seu veı́c ulo icara agora fora de controle, fazendo com que Rayford se deslocasse do assento e icasse suspenso no ar, apenas com as mã os na má quina. Quando voltou a sentar-se comtodaforça,ageringonçadesgovernou-seeroloudelado.Manter-seequilibradoeraagoraa únicaopção,maslogoestapossibilidadetambémdeixoudeexistir. Oveı́c ulodetraçã onasquatrorodasbateudenovonaspedraseelefoiatiradoparafora. Enquanto rolava no terreno acidentado, viu o carro despencar, despedaçando-se contra as rochasquedesciamatéovale. Rayford teve tempo para lembrar-se de que nã o devia tentar interromper sua queda. Protegeuasmã oseosbraçoseprocurourelaxarocorpo,lutandocomtodasasforçascontrao seu instinto natural de contrair os mú sculos. O declive era ı́ngreme demais e sua velocidade muito grande para conseguir controlar-se. O melhor que podia esperar era uma aterrissagem suave. Umaexplosãoensurdecedorafez-seouviracercadetrêsmetrosàsuadireita,obrigando-o a rolar de lado. Ao bater a tê mpora numa pedra pontuda, Rayford ouviu um som de á gua correnteenquantorolavaemdireçã oaumarbustoespinhoso.Pormaisterrı́veisquefossemos espinhos,deviamsermaismaciosdoqueapedracontraaqualcolidira. Conseguiucomesforçoequilibraropesodocorpo,quandocaiudecostasnosespinhos.Foi entã oquecompreendeuoquesigni icavaosomdeá guacorrendo.Acadabatidaaceleradado seu coraçã o, o sangue que brotava da ferida na tê mpora esguichava a uma distâ ncia de quase doismetros. Apertou a palma da mã o com força contra a cabeça e sentiu o jato de sangue. Apertou mais uma vez para ver se o estancava. Rayford achava-se agora, poré m, em perigo — perigo mortal. Ningué m sabia o seu paradeiro. Nã o tinha meios de comunicaçã o nem de transporte. Nã o queria sequer examinar seus ferimentos, pois eram insigni icantes em comparaçã o com o buraconacabeça.Precisavaobterajuda—edepressa—oumorreriaemquestãodeminutos. Os braços de Rayford apresentavam cortes profundos e ele sentiu dores lancinantes nos joelhoseemumdostornozelos.Estendeuamã oparaarregaçarapernadacalçaedesejounã o tê -lo feito. Havia um pedaço de pele dependurado em seu tornozelo e, aparentemente, uma partedoossoforaarrancada. Teria condiçõ es de andar? Deveria tentar? A distâ ncia era muito grande para rastejar. Aguardou que sua pulsaçã o se acalmasse para readquirir o controle emocional. Devia estar a mais de um quilô m etro e meio de Mac e seu pessoal e nã o podia vê -los. Nã o havia meios de voltar.Virouocorpopara icardecó c oras,segurandooferimentocomumadasmã osparanã o sangraratémorrer. Rayfordtentouficarempé.Conseguiuapoiar-sesomenteemumadaspernas,exatamente aquelacujotornozeloemfrangalhos.Oossodacaneladaoutraestavaprovavelmentefraturado. Quis saltar, mas o declive era muito acentuado e teve de inclinar o corpo para a frente. Outra vez descontrolado, Rayford tentava pular com uma perna só para nã o cair, mas ganhando velocidade a cada salto. O que quer que izesse, nã o ousava tirar a mã o da tê mpora, cuidando paranãoirdeencontroaoutrapedraoucoisaparecida. Senhor,esteseriaomomentomaisapropriadoparaatuavolta. Chang sentiu que algo estava para acontecer. Ele tivera sucesso em interceptar os sinais dos saté lites geo-sincrô nicos que auxiliavam as comunicaçõ es entre os milhõ es das tropas, que agora estavam prestes a se movimentar. Os homens que ocupavam postos de comando precisavamserinformados. LigouparaGeorge. —Aguardeumavançodastropasdaquia60segundos. —Algumasbombasjácaíramaqui—gritouGeorge.—Vocêpensaquehaverámais? —Sim,haverá. —Rayfordfoivê-lo? —Saiuhápoucotempo,estáindofalarcomMac. —Obrigado.LigueparaMac,porfavor.Vouinformarosoutros. ChangligouparaMacedeu-lheasmesmasinformações. —Olhe,—disseMac,—nãoconsigofalarcomSebastianeRayaindanãochegou. —Eleestáacaminho. Emseguida,ChangligouparaBuck. —Aguardeumavan... Aligação,porém,foiinterrompida.Elediscounovamente.Nada. —Elesestãovindo!Estãovindo! Assimqueseucelularsoou,Buckouviuumjovemrebeldegritandoeavistouumobjetode fogo passando por cima do Museu Rockfeller e vindo em sua direçã o. Ao ver as tropas do Exé rcitodaUnidademovimentando-separatodososlados,elepegouocelular,segurando-ode encontro ao ouvido, no exato momento em que a bomba atingiu o muro bem à sua frente e espatifou-senochão,doladodefora. Buck reconheceu a voz de Chang pouco antes de a bomba abrir um rombo no muro. Pedras e estilhaços espirraram com forço por todo o seu lado direito, destruı́ram seu celular e derrubaramumadasUzis.Elesentiuquealgoaconteceraemseuquadrilenopescoçoenquanto caíadolugaremqueseachava. Umdosjovenspertodelefoiatiradoparaoareestatelou-senochã o.Omurocomeçoua desabarnomomentoemqueBuckdecidirasubirnovamente.Passouamã onopescoçoesentiu umagolfadadesangue.Mesmonã osendomé dico,elesabiaquealgohaviacortadosuaarté ria carótida.Oproblemaeragrave. Enquanto o muro desmoronava, ele saltou com a cabeça erguida para manter-se na posiçã overtical,masprecisavamanterumadasmã osnopescoço.AoutraUziescorregoupelo seubraçoesquerdoequandoelequis incá -laemalgumlugarparaservirdeapoio,aarmacaiu para o outro lado. Ele estava sem armas, sem forças para permanecer em pé e mortalmente ferido. Eoinimigoseaproximava. Rayford conseguiu evitar a queda com a mã o livre, sem atrever-se a tirar a outra da tê mpora. Seu queixo sofrera o mesmo impacto que a parte inferior da palma da mã o quando escorregouaumâ ngulodecercade45o.Nã ohaviamaiscondiçõ esdeandar.Daliemdiante,só conseguiriarastejaretentarpermanecervivo. Os pé s de Buck prenderam-se na fenda de uma rocha que se deslocara e a parte superior deseucorpotombouparaafrente.Eleficoupenduradodecabeçaparabaixonomuroemruínas acima da Cidade Velha. Seu quadril fraturado també m sangrava e o sangue escorria até a sua cabeça. Mesmo dentro do centro de tecnologia de uma cidade feita de pedra, Chang sentia a vibraçã odosmilhõ esdesoldadosavançandosobrePetra.Eleclicavaaquieali,apertavabotõ es e tentava ligar para outras pessoas. Por quanto tempo Deus permitiria que isto continuasse antesdeenviaroReivencedor? Lutandoparanã o icarinconsciente,eletentavamover-secuidadosamente,comumadas mã os à sua frente, a outra ocupada. Cada centı́m etro fazia o â ngulo parecer mais inclinado, o caminho mais instá vel. A cada batida do coraçã o, a cada golfada de sangue, a cada dor lancinante,eleseperguntavadequeadiantavatudoaquilo.Qualaimportâ nciadepermanecer vivo?Paraquê?Paraquem? Vem,SenhorJesus. A tontura aumentava, a dor era insuportá vel. Aparentemente, um dos pulmõ es estava perfurado. A respiraçã o tornou-se ruidosa, agonizante, descompassada. O primeiro sinal do im foram as batidas descontroladas de seu coraçã o. Rá pidas, falhando, depois trê mulas. Perda exageradadesangue.Poucairrigaçãonocérebro.Insuficiênciadeoxigênio. Asonolênciasobrepujouomedo.Ainconsciênciaseriaumgrandealívio. E assim ele se deixou levar. O pulmã o estava prestes a explodir. O coraçã o bateu descompassadoeparou.Osanguequepulsavatornou-seumapoça. Nã o via nada, mesmo estando de olhos arregalados.Senhor,porfavorEleouviuoinimigo aproximando-se.Sentiuaaproximaçã o.Mas,derepente,nã oouviumaisnada.Semsanguepara corrernasveias,semarpararespirar,eleperdeuasforçasemorreu. "Logo em seguida à tribulaçã o daqueles dias, o sol escurecerá , a lua nã o dará a sua claridade, as estrelas cairã o do irmamento, e os poderes dos cé us serã o abalados. Entã o, aparecerá nocé uosinaldoFilhodoHomem; todos os povos da terra se lamentarã o e verã o o FilhodoHomemvindosobreasnuvensdocéu,compoderemuitaglória.” Mateus24.29-30 CAPÍTULO1 MacMcCullumesquadrinhouoperı́m etrodePetracomseusbinó c ulospotentes.Rayford jádeviaterchegado. Oreló giodeMacmostrava13horas—umadatarde,tempodeCarpathia.Atemperatura devia estar acima de 38° C. O suor escorria dos cabelos vermelho-grisalhos que apareciam debaixo do boné , descendo para o pescoço e ensopando a camisa. Mac nã o conseguiu divisar nemumasombradeventoe icouimaginandocomo icariaoseurostosardentoecurtido,em algunsdias. Semtirarosolhosdaslentes,MacpegouocelulareligouparaChangWongnoCentrode Computação. —OndeestáRay? — Eu ia perguntar para você — respondeu Chang. — Ele saiu daqui há 45 minutos e ninguémmaisoviudesdeentão. —QuaissãoasnotíciasdeBuck?Macnotouahesitação. —Nadadenovo. —Desdequando? —Rayfordfaloucomelenofimdamanhã. —Eentão? —Nadadeimportante. —Oquevocêestádizendo,Chang? —Nada. —Percebiisso.Oqueaconteceu? —Nadaquenãosejaresolvidoempouco... — Nã o preciso de rodeios, camarada. — Mac continuou examinando as vertentes rochosas,sentindoopulsoacelerar-seapesardeseusanosdeexperiê ncia.—Senã omedisser, vouligarparaele. —Buck? —Quemmais? —Játentei.Meusensormostraqueseutelefoneestáinoperante. —Desligado? —Istoéimprovável,Sr.McCullum. —Possoimaginar.Defeituoso?Danificado? —Esperoquesejaaprimeiraopção,senhor. —OSistemadePosicionamentoGlobalestáativo,pelomenos? —Não,senhor. ChaimRosenzweignãodormiraedepoisdeapenasduasrefeiçõeslevesdemaná,esperava sentir-sefatigado.Mas,issonã oacontecera.Deacordocomseusmelhorescá lculos,aqueleera o dia. Sentiu a expectativa aumentar em sua cabeça e seu peito. Era como se sua mente disparasse,enquantoseucoraçãoansiavapelomaioreventonahistóriadocosmos. Os conselheiros sê nior dele, meia-dú z ia de anciã os, achavam-se ao seu lado num lugar escondido do complexo de Petra. Eleazar Tibé rio, um homem corpulento, comentou que os maisdeummilhã odeperegrinossobasuaresponsabilidadeestavamclaramentetã oinquietos quantonós. —Nãohánadaquepossamosdizeraeles? —Penseinumaatividade—disseChaim.—Mas,oquequerqueeudiga? —SoumaisnovodoqueoSr.,Rabino,mas... —Porfavor—replicouChaim,levantandoamã o.—Reserveessetı́t uloparaoDr.BenJudá.Eunãopassodeumestudanteatiradonisto... — Nã o obstante — continuou Eleazar — sinto que a populaçã o está tã o desejosa quanto eudesaberomomentoexatodavoltadoMessias.Querodizer,seforcomooSr. e o Dr. BenJudá ensinaramdurantetantotempo,seteanosdesdeaassinaturadoacordoentreoanticristoe Israel, será entã o no minuto preciso? Lembro-me da assinatura ter sido cerca das quatro da tarde,horadeIsrael,fazseteanoshoje. Chaimsorriu. —Nã otenhoidé ia,masseidisto:Deuscontaotempoaseumodo.CreioqueoMessiasvai voltar hoje? Sim. Ficarei aborrecido se nã o aparecer até amanhã ? Nã o. Minha fé nã o icará abalada.Euoespero,porém,embreve. —Eaatividadequemencionou? — Apenas algo para ocupar a mente do povo enquanto esperamos. Encontrei um videodiscodeumsermã odramá ticodeantesdaentradadosé culo,feitoporumpregadorafroamericano,queseachahámuitotemponocéu.Proponhoreuniropovoemostrá-lo. —OSenhorpodechegarenquantoosermãoestiversondoouvido—disseumancião. —Tantomelhor. —Háincrédulosentrenós—afirmouEleazar. Chaimmeneouacabeça. — Confesso que isso me intriga e perturba, mas cumpre també m a profecia. Alguns que tê m a segurança de Petra e até muitos que crê em que Jesus foi a pessoa mais in luente que já viveu, ainda nã o colocaram nele a sua fé . Eles nã o o reconhecem como o Messias há muito esperado e nã o o aceitaram como seu Salvador. Este sermã o é també m evangelı́stico. E possívelquemuitosdosindecisostomemposiçãoantesdachegadadoMessias. —Melhordoqueesperarpeloeventoemsi—alguémcomentou. —Reú naopovoparaumasessã oà sduashoras—disseChaim,levantando-se.—Vamos encerrarcomoração. —Peçodesculpas,masosenhorsentetantoaausê nciadoDr.Ben-Judá comoeu?—disse Eleazar. —Maisdoquevocê pensa,Eleazar.Vamosorarporeleagoraevoutelefonarparaeleem poucos minutos. Gostaria de compartilhar com o povo suas saudaçõ es e ouvir o que está acontecendoemJerusalém. AvisãoampliadadeMaccaiusobrepeçascoloridas,metálicas,brilhandoaosol,talvezuns doisquilômetrosdeondeseachava.Oh,não! Umtanquedecombustı́velvermelhoeumpneutinhamtodaaparê nciadefazerpartedo veı́c ulodeRayford.Mactentou irmarasmã osenquantoampliavaoraiodevisã odobinó c ulo, procurandosinaisdoamigo.Aoquetudoindicava,oATVpoderiatersidoatingidoporummı́ssil oudespedaçadoaocairdealgumlugar.Epossı́velqueofatodenã ohaversinaisdeRayfordpor pertosejamboasnotícias,pensouele. MacligououtravezparaChang. —Sintoincomodá-lo,masoqueoseusensordizsobreocelulardeRayford? — Estava com medo que perguntasse isso. Está també m com defeito, mas o seu GPS continuavibrando.Minhatelamostraqueseencontranofundodeumafenda,poucomaisde24 metrosabaixodosenhor. —Vouatélá. —Espere,Sr.McCullum. —Oquê? — Tenho uma lente apontada naquela direçã o e nã o há espaço na abertura para uma pessoa. —Podeverocelular? — Nã o, mas sei que está ali. Pode ser a ú nica coisa naquele espaço. A fenda é estreita demaisparaqualqueroutracoisa. —Vocêtambémviuoveículodele? —Estouprocurando. —Euvi.Seessecelularestáaosuldaminhaposição,procureavintegrausparaoleste. —Espere...estouvendo. —MasnenhumsinaldeRay,Chang.Vouprocurar. —Nãopoderiaenviaroutrapessoa? —Porquê?Estouperdendotempoaqui.AstropasestãosobcontroledeBigDogOne. —Parafalarfrancamente,preferiaquefosseatéJerusalém. —Vaiounãocontaroqueestáacontecendo? — Venha ver-me, Sr. McCullum. Eu estava honrando o segredo do capitã o Steele, mas pensoqueoSr.eoDr.Rosenzweigdeveriamsaber. Macchegouaocentrotecnoló gico,nasentranhasdePetra,poucosminutosdepoisdas13 horas.Chaimlevantou-separarecebê -lo,enquantoChangcumprimentou-ocomumolhar,mas continuouimersoemsuasnumerosastelas. Chang inalmenteafastou-seeostrê ssentaram-sebemafastadosdosouvidosdosdemais, Mac notou, poré m, que muitos té cnicos lançavam com freqü ência olhares furtivos na direçã o deles. —Nãohámaneiradelicadadedizeristo—começouChang. —OcapitãoSteelecontouaNaomieamimestamanhãqueoSr.Williamsoinformarada mortedoDr.Ben-JudáduranteumcombateemJerusalém. Macsentiuocorpoenrijecer.Chaimenterrouorostonasmãos. —Esperoqueelenãotenhasofridomuito—disseohomemmaisvelho. —ComaperdadocapitãoSteeleagorae... — O quê ? Ele també m? — perguntou Chaim. — E nã o consigo falar com Cameron no telefone... —Acheiquevocê sdoisdeviamsaber.Seiquetudoistopodeestarsendodiscutidoaesta horaamanhã. —Talvezatépelasquatrodestatarde—disseChaim. —Aquestãoagoraéoquedizer,oquefazer. —Nãohánadaquepossamosfazer—interferiuMac. —PediaAbdullahSmithqueprocurasseRay.ChangachaquedevoiraJerusalém. Chaimlevantouosolhos,aparentementesurpreso. — Acho mesmo — disse Chang. — Pelo que sobrou do carro dele e do celular, é bem possívelquetudoqueoSr.SmithvaiacharsãoosrestosdocapitãoSteele.Sintosertãodireto. —UmvôoparaJerusalémagora?—perguntouChaim. —SóparaverseCameron... —Eraoquegostariasefosseeu—disseMac.—SeiqueelepodeestarmortoeJesusestá vindo,mascomamortedeTsion,queromuitotirarBuckdeláetrazê-loparajuntodenós. —Mesmoquesejaporumahora—disseChaim,maiscomoumaa irmativadoqueuma pergunta. —Comojádisse,éoquedesejo. —Eoquediremosaopovo?—indagouChaim. Minutosdepois,MacestavanosaposentosdeGustafZuckermandel.Elecontouseusplanos aojovem. —Estaéapartedifícil,Z,queropartiremdezminutos. —Podedar-mevinteminutos? —Quinze. —Feito. —Oquevocê tememmã os,Z?—disseMac,enquantoofalsi icadorabriaumagavetade arquivo,manuseavaváriaspastaseabriaumasobreamesa. —Suanovaidentidade—disseele,indoatéumarmárioqueabriucomumfloreio. Havia ali duas dú z ias de uniformes negros do Exé rcito da Unidade Um da Comunidade Global, desde capacetes coloridos que protegiam os olhos até botas que cobriam a barriga da perna. —Escolhaumquesirvaenquantoestoutrabalhandonosseusdocumentos.Nã oesqueçaas luvas.Ninguémestámaisverificandomarcasdelealdade,masparanãocorrerriscos... — Como consegue fazer isso, Z? — perguntou Mac, aproximando-se das roupas que pareciamserdoseutamanho. — Com muita ajuda. O pessoal de Sebastian matou alguns deles e tenho uma pequena equipequerecolheascoisasqueficam—documentos,roupasetudomais. —Armas? —Claro. Quando Mac saiu com um uniforme perfeitamente ajustado, encontrou Zeke misturando umaespéciedecaldo. —Estáótimo,Mac—disseele—Oproblemaéquevocêtemdesernegro. —Epodeconseguirissoempoucosminutos? —Seconcordar. —Claroquesim. Mac tirou o capacete, jaqueta, camisa e luvas. Zeke usou a mistura para fazer com que ficassepardo-escurodesdeosombrosatéalinhadoscabelos. —Nãotireocapacete,porquenãotenhotempodetornarocabeloautêntico. —Certo. —Vamosajeitarsuasmãos,paraumanecessidade. ZeketingiuapeledeMacdesdeametadedoantebraçoatéapontadosdedos. — Isto deve secar em dois minutos e meio. Depois uma foto instantâ nea e você está a caminho.DêlembrançasminhasaBuckeTsion. Machesitou. —Nãovouesquecer,Zeke,vocêéumgênio. Ojovemresmungou. —Estouaquiparaservir. MacestavadecolandoquandoconseguiufalarcomAbdullahSmithpelotelefone. —Nadaainda,Mac.Ligoparavocênomomentoemquedescubraalgumacoisa. Quandooaviã oseelevou,Macviumultidõ esdetodososcantosdePetracaminhandoem direçãoaolugarcentraldeencontro. Chaimalarmou-secomadisposiçã odospresentes.Eraamaiormultidã oqueelejá havia atraídoemPetraetodossemostravamruidosos,claramentepreocupados,impacientes. Ele ouviu risos nervosos, viu uma porçã o de gente se abraçando. Quando uma ou duas pessoasolhavamparaocéu,centenasealgumasvezesmilharesfaziamomesmo. —Meusamadosirmã oseirmã snoMessias—começou—assimcomoosquebuscame os indecisos entre nó s, por favor, procurem acalmar-se por um momento. Sei que todos esperamosavoltaiminentedenossoSenhoreSalvadorenã opossopensarnumprivilé giomaior doquevê-loaparecerenquantofalamos.Mas... Aplausosclamorososevivasointerromperam. Chaimfezumgestoparaquesesentassem. —Compartilhooseuentusiasmo!Emborasaibaquenã ohaverá nadamaisemsuamente até queElevenha,penseiqueseriabomnos ixarmosespeci icamentenasuapessoaestatarde. Sei que existem entre nó s muitos que estã o retardando a sua decisã o sobre Cristo até que Ele apareça.Consideremesteomeuú ltimoesforçoparapersuadi-losanã oesperar.Nã osabemoso que nos acontecerá naquele momento, se Deus permitirá que zombadores e escarnece-dores, assimcomoosqueorejeitaramaté agora,mudemdeidé ia.Oremparaqueelenã oendureçao seu coraçã o devido à sua rebeldia e incredulidade. E certo que houve evidê ncia mais do que suficientepararevelaraverdadedoplanodeDeus. — Enquanto vigiamos e esperamos, considerem os pensamentos de um grande pregador de dé cadas passadas. Seu nome era Dr. Sadraque Mesaque Lockridge e sua mensagem tem comotítulo,"MeuReiÉ... Chaim fez um sinal para que o disco começasse a tocar e ele foi projetado em duas paredesbrancasdepedralisa,bemaltas,ondetodospodiamenxergar.Osistemadesomlevouoatéapartedetrásdasmassasqueseachavamsentadas. Lockridge provou ser animado e trovejante, interrompendo sua cadê ncia de gritos e rosnados com sussurros e largos sorrisos. O disco o apanhou quase no im do seu sermã o e ele estavaganhandoforças. —ABı́bliadizqueomeureié umreidesetefacetas.Eoreidosjudeus;portanto,umrei racial.EoreideIsrael;ouseja,umreinacional.Eoreidajustiça.Oreidaseras.Oreidocé u.O rei da gló ria. O rei dos reis. Alé m de ser um rei de sete aspectos, ele é o Senhor dos senhores. Esseéomeurei.Queroagoraperguntar,vocêoconhece? Centenas de milhares aplaudiram e muitos icaram em pé , mas sentaram outra vez enquantoLockridgecontinuava. —Davidisse:"Oscé usproclamamagló riadeDeus,eo irmamentoanunciaasobrasdas suas mã os" (Sl 19.1). O meu rei é um rei soberano. Medida alguma pode de inir seu amor ilimitado. Nem o mais poderoso telescó pio construı́do pelo homem pode tornar visı́veis as fronteirasinfinitasdeseupoder.Nenhumabarreirapodeimpedi-lodederramarsuasbênçãos. — Ele é sempre forte. Inteiramente sincero. Eternamente iel. Imortalmente gracioso. Infinitamentepoderoso.Imparcialmentemisericordioso.Vocêoconhece? Muitosgritaramquesim. — Ele é o maior fenô m eno que já cruzou o horizonte deste mundo. E o Filho de Deus. O Salvador dos pecadores. O eixo da civilizaçã o. Ele permanece na solitude de Si mesmo. E autênticoeéúnico.Nãotemparalelosnemprecedentes. —Eaidé iamaiselevadanaliteratura.Eamaiorpersonalidadena iloso ia.Eoproblema supremonaalta-crı́t ica.Eadoutrinafundamentaldaverdadeirateologia.Eomilagredaseras. Sim,Eleé .Eosuperlativodetudoqueé bomquevocê escolhachamá -lo.Eoú nicoquali icado para sernossatodo-suficiência.Perguntoamimmesmosevocêoconhecehoje. Enquanto o pregador continuava, mais e mais ouvintes icaram em pé , levantando as mãos,outrosgritavamsuaconcordânciaeoutrosaindaacenavamcomacabeça. — Ele dá força aos fracos. Está à disposiçã o dos que sã o tentados e provados. Tem compaixã o e salva. Fortalece e sustenta. Guarda e guia. Cura os doentes. Puri ica o leproso. Perdoa o pecador. Quita os devedores. Livra os cativos. Defende os fracos. Abençoa os jovens. Serve aos desventurados. Cuida dos idosos. Recompensa os diligentes. E confere beleza aos mansos.SeráquevocêOconhece? — Este é o meu rei. Ele é a chave do conhecimento. A fonte da sabedoria. A porta do livramento. O caminho da paz. A estrada da justiça. A vereda da santidade. A porta da gló ria. VocêOconhece? —Seucargoé multiforme.Suapromessaé certa.Suavidaé incompará vel.Suabondade ilimitada. Sua misericó rdia eterna. Seu amor nunca muda. Sua palavra é su iciente. Sua graça basta.Seureinoé dejustiça."Seujugoé suaveeseufardoé leve"(Mt11.30).Gostariadepoder descrevê-loparavocê. Isto provocou um mar de riso e mais aplausos. O mesmo havia acontecido com sua audiê nciaoriginal,eLockridge izeraumapausa,permitindoquetodosseacalmassemantesde continuar. — Ele é indescritı́vel. E incompreensı́vel. E invencı́vel. E irresistı́vel. Você nã o consegue tirá -lodamente.Nã opodetirá -lodamã o.Nã opodesobreviveraEleenã opodeviversemEle. Osfariseusnã oOsuportavam,masdescobriramquenã opodiamdetê -lo.Pilatosnã oconseguiu encontrar qualquer falta nele. Herodes nã o pô de matá -lo. A morte nã o O deteve e o sepulcro nãoconseguiusegurá-lo.Esseéomeurei! Todos estavam em pé agora, com as mã os levantadas, muitos aplaudindo, gritando, e algunsdançando. — E teu é o reino e o poder e a gló ria para sempre, sempre e sempre! Quanto tempo é isso? Sempre e sempre! Quando você terminar todos os sempre, entã o amé m! Deus TodoPoderoso!Amém! Quando Mac pô de ver os montes rochosos da Judé ia, onde a fumaça que se elevava da cidadedeJerusalé msubiaaosoldamanhã ,elejá começaraadesesperardeencontrarBuck.Se o amigo estivesse bem, nã o teria pedido emprestado um celular para dar notı́c ias? A ú ltima informaçã o de Chang era que Buck havia contado a Rayford sobre a morte de Tsion na Cidade Velha. Embora os exé rcitos colossais do mundo — agora reunidos no Exé rcito Unidade Mundial da Comunidade de Carpathia — se estendessem em multimilhõ es desde o norte de Jerusalé m até Edom, icavaporé mclaro,olhandodoar,queamaiorofensivadomomentoseconcentrava naCidadeVelha. Macprocurouumlugardepouso.Eletinhadeparecerumo icialdaCGaserviçoeirapé até aCidadeVelhacomosesoubesseoqueestavafazendo.Naverdade,nã otinhasequeridé ia. ACidadeVelhasótinha2,5km 2. Se encontrasse Buck vivo, o que devia fazer? Prendê -lo e levá -lo à força ao helicó ptero? DescobrirBuckmortoouvivo,decidiuMac,seriacomodescobrirumpedaçodeterrasecanos pântanosdaLouisiana. OcelulardeMactocoueeleviuqueeraChang. —Dê-meboasnotícias. —Quais,porexemplo? —TalcomootelefonemortodeBuckcomeçandoatocarrepentinamenteparamostrara suaposição. — Nã o consigo fazer isso. Mas tenho algo. Carpathia icou furioso com a destruiçã o de NovaBabilôniaeestásendopressionadoportodoomundo. —Pressionado? — Todos que dependiam de Nova Babilô nia estã o lamentando a perda. Venho recebendo relatos pela TV de toda parte onde os lı́deres, diplomatas, empresá rios (todos em que possa pensar), estã o literalmente chorando, lançando acusaçõ es sobre o que aconteceu em Nova Babilôniaeseusprópriosinteresses.Algunsestãocometendosuicídionafrentedacâmera. —NãoacreditoqueaCGestejacolocandoessamatérianoar. —Não,elesnão,masoseucriadoaquiaindatemseusmétodos. —Parabéns,Chang,mascomoissomeajudaaencontrarBuck? —Osenhornãovaiencontrá-lo,McCullum. —Oquê?Temcertezadisso? —Estouapenasafirmandooóbvio. —Você,homemdepequenafé. —Sintomuito.Calculeiquedesdequeestá aı́ emsegredo,poderiaquerersaberondeestá Carpathia. —Nãomeimportaondeeleesteja,vimaquiparaacharBuck. —Tudobem,então. — Mas, apenas para rir, onde ele está ? A ú ltima notı́c ia que tive foi que se achava num alto-falante do lado de fora da Porta de Herodes. Foi para lá do seubunker perto do Mar da Galiléia.Anãoserqueestivessemapenastransmitindoasuavoz. —Não,eraelemesmo.MudoutodooseucomandoparaaCidadeVelha. —Impossível,estouolhandoparaelanestemomentoeolugarestáformigandode... —Penseiissotambématéquesoubeondeera.Subterrâneo. —Estáquerendodizer... —OsEstábulosdeSalomão. —Comopossochegarlá? —Sigaalguém.Carpathiatemumregimentointeiroaliecoloqueioseunomenalista. —Issotalvezfosseimprudente,Chang. —Porquê? — E se eu resolvesse nã o ir, descobrissem minha ausê ncia e algué m me visse em outro lugar? —Essapossibilidadeexistemesmo.Digaaelesqueestáacaminho. —Esenã oestiver?Querodizer,eugostariadeserseusolhoseouvidosaqui,Chang,masa minha prioridade é Buck. O que quer que saibamos sobre Carpathia agora nã o vai adiantar praticamentenada.Oquetiverdeacontecer,acontecerá.Vocêpodemetirardessalista? —Nãosemparecersuspeito.Sintomuito,Sr.McCullum.Penseiqueestavaagindocerto. —Nãosepreocupe.Nadadissoteráimportânciaamanhã,nãoé? MacviuaCGematividadeeoutroshelicópterosdescendonasTumbasdosProfetas,aosul do monte das Oliveiras, a leste da Cidade Velha. Caravanas de jipes recebiam rapidamente o pessoalquesaíaeoslevavadiretoparaoconflito. No momento em que Mac deixou seu aparelho, à s 14h45m, um militar que dirigia o trâ nsito indicou-lhe um veı́c ulo blindado de transporte de pessoal. Mac fez continê ncia e encaminhou-se para ele, juntando-se a uma dú z ia de outros soldados de uniforme igual ao seu. Os homens simplesmente acenaram uns para os outros, taciturnos, e seguiram viagem em completosilêncio. Ogruposeguiunadireçã onortepelaestradadeJericó evirouemsentidooestenafrente doMuseuRockfeller,indoparaaestradaSuleimon. —VamosparaaPortadeHerodes?—alguémperguntou. —Estáaberta?—outrodisse. —PortadeDamasco,—anunciouomotorista. AopassarempelaPortadeHerodes,Macjuntou-seaosdemaisqueolhavampelajanelado ladosuldoveículo.Dealgumaforma,aresistênciacontinuavaadefenderaporta. —Quemestiveraserviçodopotentado—disseomotorista—siga-meaté aentradados estábulos.OsoutrosvãoparaaáreadaIgrejadaFlagelação.Quandotivermospessoalsuficiente, atacaremososrebeldesportráseosexpulsaremosdaPortadeHerodes. Mac sentia-se cheio de orgulho pelo que Tsion e Buck haviam aparentemente realizado antesqueorabinofossemorto.SetivessemestadonaPortadeHerodes,eramresponsá veispor ajudarem a defender essa posiçã o apesar das incrı́veis desvantagens.E nenhum dos dois tinha treinamentodecombate. Mac supô s que Buck concordaria com a idé ia de Tsion nã o desejar que seu corpo fosse removidodaCidadeVelha.Só esperavaqueBucktivesseencontradoumlugarconvenientepara o rabino. Os corpos que caı́am numa batalha ativa costumavam ser pisoteados, icando completamenteirreconhecı́veis.Issotambé mnã oimportariaamanhã ,masMacsabiaqueelee Buckestariamnamesmapágina. Mac sentiu-se lutando contra a angú stia. Buck nã o os deixaria preocupados por tanto tempo.Elecertamenteteriaencontradoummeiodeentraremcontatoseestivessevivo. Quandooveı́c uloparoueomotoristadeuaordem,Maceossoldadossaı́rameseguiram as instruçõ es recebidas. Mac diminuiu os passos, distanciando-se do grupo e telefonou para Chang,dizendobaixinho:—Algumanotícia? —Nada. —Nãovoutersucesso,nãoé? —Oquegostariadeouvir,senhor? —Vocêsabe. —Jánãoconsigofingir,Sr.McCullum. —Aprecioisso.Eutalvezdevaapenasseguirparaaminhadesignação. —Paraocomplexo? — E. Sei que deveria ter minha cabeça examinada, mas gostaria de estar com o velho NickquandoJesuschegar. ChangsentiuosdedosfortesdeNaomiemcadaladodoseupescoço. —Vocêestátenso—disseela. —Vocênãoestá? —Relaxe,amor.OMessiasestávindo.Changnãoconseguiaafastar-sedastelas. —Nãogostariadeperdermaisninguémantesdisso.Pormaisquequeirameconvencerde que icarã o mortos só por pouco tempo, tudo parece tã o sem sentido agora. Nã o quero que ningué m ique ferido, menos ainda que sofra e depois morra. A ida do Sr. McCullum foi idé ia minha. —Maselecomcertezaaprovouimediatamente,nãofoi? —Eusabiaquesuareaçãoseriaessa.Gostariadeterido. —Vocêsabequeestelugarnãofuncionasemsua... —Nãocomece,Naomi. —Vocêsabequeéverdade. —Averdadeé queoenvieiparaminhapró priagrati icaçã o,comoumsubstitutomeu.Ele nã ovaiencontrarBuckeseencontrar,Buckestará morto.OqueMacfará entã o,depois?Sefor descoberto,seráhistória.Eparaquê?Poderiaestaraquiesperandoavoltacomtodososdemais. NaomipuxouumacadeiraparapertodeChangesentou-se. —OquevocêsoubedoSr.Smith?Changsuspirou. — Isso també m acabou sendo uma perda de tempo e de energia humana. Ou o capitã o Steelefoieliminadoporummíssilouacabouenterradonaareia. —Poderiater-searrastadoparaumlugarseguro? —Nãohásegurançanessesol,Naomi. — E isso que quero dizer. Quem sabe ele encontrou abrigo ou construiu algum refú gio contraocalor. Changencolheuosombros. — Pensar o melhor é a idé ia, imagino. Mas, ele nã o pensaria em deixar algum sinal para nós? —Épossívelqueestivessemuitomachucado,ousimplesmentenãotinharecursos. —Poderiaarranjargravetosoupedras,atéumpedaçodetecido. —Setivessecondições—disseNaomi. AcampainhadotelefonedeChangfezosdoispularem. —Sim,Sr.Smith? —Estounapistadele.Pelomenossemovimentouporalgumtempo. —Oqueencontrou? —Sangue,infelizmente. CAPÍTULO2 Mac nunca vira os muros antigos de Jerusalé m em tal estado. Enquanto a Porta de Herodes(quealgunsaindachamavamdePortadasFlores)continuavadealgumaformasendo defendida pela resistê ncia, pedaços dos dois lados dos muros haviam sido destruı́dos pelas explosõ es, sendo reduzidos de sua altura normal de 18 metros para metade disso. Seria uma questãodetempoantesqueoExércitodaUnidadeMundialentrasse. Agora,entretanto,asforçasinvasoraspareciamestarconcentradasemoutraparte.Mac queria ser o ú ltimo da ila quando a unidade em que estava passasse pela Porta de Damasco. Dessemodo,elepoderiaafastar-seaqualquermomento.Encontrariadealgummodoaentrada paraosestábulossubterrâneos,masnãoantesdeterpelomenostentadolocalizarBuck. Mac, já com mais de 60 anos, se mantinha em forma com uma corrida diá ria. Embora o uniformetomadodeempréstimoparecessefeitosobmedidaparaele,asbotascomcertezaiam provocarbolhas.Enquantoseapressava,invisı́velnummardesaqueadores,pensounaironiade levarumtirodosfranco-atiradoresquenãosabiamqueeleestavadoseuladonoconflito. Macvirasu icientecarni icinaemseteanosparadurarumaeternidade,masnadapoderia tê -loendurecidocontraasimagensquesurgiamenquantosuapequenaunidadeseencaminhava a passos curtos para a Cidade Velha. As estreitas ruas de pedras redondas que serpenteavam atravésdosmercadosecasasabarrotadasestavamtãocheiasdecorposmortosemutiladosque ele tinha de tomar cuidado para nã o pisar neles. Seus olhos se moviam rapidamente por todo lado,procurandoBuck,orandoparaqueeleaindanãofosseumadasbaixas. AsnarinasdeMacforamassaltadaspelocheirodefumaça,suor,pó lvora,carnequeimada, esté reo e o odor doce e enjoativo dos carros de frutas e vegetais tombados nas ruas. Ele estremeceuaoouvirdoistirosrá pidosaté queviuquepartiramdeumcomandantedoExé rcito daUnidade,aliviandoumcavaloeumamuladesuatristecondição. Um alto-falante anunciou que as forças da Unidade haviam ocupado o bairro armê nio ao sul,obairrocristã oaoeste,egrandepartedobairrojudeudoladodeforadomontedoTemplo. Os insurgentes ainda resistiam no monte do Templo a sudeste, e no bairro muçulmano a nordeste, desde a Porta de Herodes até o leste da Igreja da Flagelaçã o. Mac icou imaginando como Carpathia e seu pessoal tinham acesso aos está bulos de Salomã o por baixo do monte do Templo. Ele orou para que Buck estivesse em algum lugar no bairro muçulmano ou no monte do Templo,sabendoqueseoencontrasseemoutraparte,estariaprovavelmentemorto. Se apenas ele pudesse "prender" Buck e convencê -lo a deixar-se arrastar para fora da CidadeVelha. Soldados de infantaria do Exé rcito da Unidade enchiam a á rea leste da Igreja da Flagelaçã o,evitandoooutrolado,queestavasendoalvejadopelosrebeldes.Umcomandanteda CGgritouqueosqueestavamreunidosdeviamficarprontosparainvadirosTanquesdeBetesda, depoisdapróximadescargadaartilharia. — Os rebeldes aparentemente construı́ram ali um santuá rio provisó rio para um rabino morto. Vai ser fá cil de encontrar. O corpo está escondido, mas eles o cercaram com pessoas e tabuletasdepapelã opedindoqueningué mprofaneoseulugarderepouso.Estamosamenosde cincominutosdolançamentodeummorteiroqueirá destruirtodoolocal.Vamosbombardear o enclave de modo a nã o haver possibilidade de escaparem pela Porta do Leã o a leste. Os sobreviventesserãoempurradosparaonorte,nadireçãodaPortadeHerodes,eestaremosbem atrá s deles. A porta que defenderam tã o ferozmente desde ontem vai agora se abrir por si mesma. Ocomandantedeuordensavá riastropasepelotõ es,algunsparaseguiremobombardeio dos tanques e outros para atacarem os rebeldes em fuga enquanto corriam para a Porta de Herodes. Mac icou quebrando a cabeça. Nã o havia mais escapató ria. Estava completamente envolvido. Embora nã o fosse atirar contra os inimigos do Exé rcito da Unidade, nã o poderia també msearriscaraservistoatirandocontraasforçasdaCG.Eramcomcertezaosrestosde Tsion que os rebeldes procuravam insensatamente proteger e ele podia imaginar Buck participandodisso.Buckteriatentadosepultarocorpo,mascompreenderiaafutilidadeefalta debomsensoempermanecerparaguardá-lo. Haveriapossibilidadedeoraremmeioà quelecaosparaqueMacpudesselevantarovisor e ser identi icado como crente até por um dos rebeldes? Nem todos eram crentes, é claro. Ele podia ser visto por um e alvejado por outro. O que estava fazendo ali? Suas chances eram infinitamentemenoresdoquesonharaepioravamacadasegundo. —Vem,SenhorJesus. Chang havia transmitido a apresentaçã o de S.M. Lockridge para o mundo inteiro, tendo entradonocentrodetransmissõ esdaComunidadeGlobal.ACGestavamelhorandosuastá ticas paraimpediressasinvasõ es,masosermã oforasu icientementecurtoapontodeterterminado quandoelesreagiram.Changacompanhoutambémareaçãoàmensagempelopovoreunidoem Petra. Naomidisse: —Estánahoradesairàluzdosolparaverporsimesmo. —Estoupraticamenteencerradoaqui—respondeuele. —Vocênãopodefazermaisnadaagora,—replicouela. —NãopretendeestaraquidentroquandoJesuschegar,nãoé?Eleolhouparaorelógio. — Se os anciã os estiverem certos, temos mais algum tempo. Pode acreditar, estarei lá foraantesdasquatro.Voudizer-lheoqueé maisestranhoemtudoisto:osrelató riosdetodoo globoqueCarpathianãopermitequesejamtransmitidos. —TodomundoselamentandocomadestruiçãodeBabilônia? —Issomesmo.Elesnã osabemoquevaiacontecerenã opodempensaremnadapiora estaaltura. —Mas,olhe—disseela,apontandoparaatelaquemonitoravaamultidã oemPetra.— Centenas,talvezmilhares,estãoseajoelhando.Vamosverseprecisamdeconselheirosou... —Numminuto.Queromostrar-lhealgunsdestes...olhe. Pelo re lexo da tela, Chang a viu sair. As prioridades dela estavam certas, ele sabia, e levantou-separasegui-la.Embrevepercebeuquandotempoficarasentadonumsólugar.Sentia doresdospésàcabeçaeesticou-seenquantocontinuavaaobservarastelas. —PrecisofalarcomoSr.Smith—gritou. —Elesabeoseutelefone—Naomirespondeu. —Saionumminuto. —Nãovouesperar. —Encontrovocê. —Esperoquesim. OslamentosdospoderosossefaziamouviremNovaYork,Bruxelas,Londres,BuenosAires, GolfoPérsico,Tóquio,Beijing,Toronto,Moscou,Johanesburgo,NovaDélhi,Sidney,Pariseoutras metrópoles. Aodareminı́c ioaoscomentá riosquehaviampreparadoarespeitodadi iculdadedeserem subitamente arrancados de Nova Babilô nia, de perder contato pela internet com as fontes do comé rcio e liderança, cada um, fosse homem ou mulher, começou a chorar. Os ombros sacudiam, os lá bios tremiam, as vozes icavam embargadas. De todos os lados, chegavam imagensvividasdosgigantesdocomérciosedissolvendoemsoluços. — Tudo está perdido! — a mulher encarregada da Bolsa de Tó quio gemeu. — Se tivéssemospodidoretomarnossasconexõesem14horas,poderiaaindahaverumarecuperação, mas toda a nossa economia está ligada à Nova Babilô nia e ver as imagens da cidade completamentedestruída,comafumaçasubindopeloar,foiapenas,apenas...indescritível! E ela desmoronou. Momentos depois, veio a notı́c ia de que a mulher se suicidara, assim comomuitosdogabinetedosubpotentadodaquelepaís. Um capitã o da indú stria europé ia anunciou que tinha milhares de navios no mar que estariamvirtualmentemortosnaáguaantesdopróximonascerdosol. O iciais do Exé rcito da Unidade dos Estados Unidos Norte-Americanos pediram demissã o emmassa—sabendoqueenfrentariamacortemarcialeexecuçã o—porteremperdidotodos osseusrecursosenãoconseguiremenviarreforçosparaArmagedom. — Esperem també m até que os milhõ es de tropas já reunidas lá saibam que nã o serã o maisenviadosalimentos,menosaindaqualquersalário... Enquanto incontá veis relató rios inundavam a sede de radiodifusã o da CG, algum o icial oportunista continuava mandando as notı́c ias para Carpathia e perguntando o que podia ser feito. Changinterceptoutodasessasinteraçõesedivertiu-secomaraivaevidentedeCarpathia. — Nã o me faça dizer isto outra vez — berrou ele. — Relató rios desse tipo nã o devem tornar-se pú blicos. Nã o devo ser mencionado exceto para dizer que esta perda aparentemente devastadoraserá corrigidapelanossavitó rianovaledeJezreel,emEdom,eespecialmenteem Jerusalé m, onde estabelecerei o meu reino eterno como o ú nico deus verdadeiro. As perdas inanceiras e comerciais temporá rias serã o esquecidas uma vez que eu tenha introduzido a supremaNovaOrdemMundial.Nã ohaverá depoisdissoqualqueroposiçã oporpartedehomem ouespíritoeesteplanetasetornaráumparaísodefarturaparatodos. Changapressou-seesejuntouaNaomi. —Algumasvezespensoqueestouesperandoofimdetudo,sóparaconseguirumpoucode descanso. Naomiriueimitou-o. —Quebomvê-lo,senhor.Possovoltardepoisdeumasoneca? — Vã o agora, agora, agora! — o comandante do Exé rcito da Unidade esbravejou, expulsando Mac e as outras tropas e seus pelotõ es da Igreja da Flagelaçã o. — Você s vã o icar expostospoucotempo.Osmorteirosserã olançadosatrá sdevocê sequandoosrebeldes izerem pontaria,serãoatingidos.Vão!Vão!Vão! As tropas, a maioria com a metade da idade de Mac ou ainda mais jovem, estavam de olhosarregaladosecomumaexpressã odepâ nico,maspareciamobterforçaecoragemunsdos outros. Macmanobrououtravezpara icarno imdogrupoenquantocorriamparaosTanquesde Betesda. —Dezsegundos!—veioavozdoalto-falanteatrásdeles,masfoitardedemais. Os que corriam na frente, claramente aterrorizados por estarem ao alcance do fogo da resistência,diminuíramopassoemuitospararam,agachando-seefazendopontaria. Isso levou os que estavam atrá s a atropelá -los e muitos foram pisoteados. Mac ouviu blasfê mias e gritos pouco antes dos rebeldes abrirem fogo. As forças da unidade revidaram rapidamente,mascadasegundosemoapoiodostirosdemorteiroostornavamaisvulnerá veis. Mac tinha a impressã o de que os homens estavam prestes a voltar-se furiosos e atirarem em seusprópriossuperiores. Osmorteirosforamentã olançados.Emvistadetantosà frentedeMacteremcaı́do,ele tinha uma visã o clara dos surrados rebeldes, suas faces re letindo o terror de ver os morteiros encaminhando-sediretamenteparaassuasposiçõ es.Elesseencontravamombroaombro,sem uniforme, pá lidos e des igurados por terem sobrevivido mais do que a maioria dos seus companheirostinhasuportado. Haviamorgulhosamentedefendidooseuterritó rioedesa iadoaCGavencê -loseapossarsedoseusantuário,masnuminstantetudoteriaterminado. Todospodiamverissochegando,acontecendo,eMacliatalcoisaemseusolhos.Ningué m semexeu.Nã ohaveriafuga.Muitosaparentementedecidirammorrerlutando.Agarraramcom força suas Uzis, disparando sem parar mesmo quando o primeiro morteiro os atingiu e fez dezenasdelesvoaremempedaços. Oseguinteveioumsegundomaistardeeolugarsetornouumacratera,comcentenasde mortosoumoribundosetrê svezesonú m erodelescorrendoparaaportamaispró xima.Como planejado,osqueoptarampelaPortadoLeã oalesteforamrapidamentemortosouenviadosde voltaagalopeporoutrarodadademorteiros. Agora,comoprevisto,asforçasdaresistê nciaquerestaramestavamfugindoparapoupar a vida na direçã o da Porta de Herodes. Os remanescentes dos que guardavam a porta tinham ouvido as explosõ es e visto o banho de sangue, compreendendo claramente que seus compatriotas nã o tinham para onde ir, alé m de voltar à s suas posiçõ es. Com os invasores nos calcanhares,oportãotinhadeserabertooutodosseriamencostadosaomuroeaniquilados. Desuaposiçã ovantajosa,Macpodiaverclaramenteoqueesperavaosrebeldesfugitivos do lado de fora da porta. Enquanto ele e os outros haviam entrado pela Porta de Damasco, o pessoal da Unidade se in iltrara à s escondidas no lugar com o que pareciam ser metralhadoras Gatlingcolossaissobrecarretasdemuniçõ es.Segundoaaparê nciadoscanos,Macimaginouque asarmaspodiamacomodarbalas.50. OsqueestavamnadianteiradoExé rcitodaUnidadequeavançavaatiravamagoracontra os rebeldes pelas costas e quantos maior o nú m ero dos que caı́am, mais eles atiravam nos outros. Macrelanceouosolhosparatrás.Eraumdosúltimos. —Senhor,perdoe-me,—sussurrou,girandoaUziefazendocairpelomenosumadú z iade CG pelas costas. Nã o sentiu remorso.Tudo é justo... Era apropriado, pensou, que o grupo do diaboestivessetodovestidodepreto.Vivapelaespada,morrapelaespada. O pessoal da Unidade na frente dele se dividiu como o Mar Vermelho quando seus companheiros fora dos muros abriram fogo com as grandes metralhadoras. Mac procurou tambémabrigo,observandohorrorizadoenquantodúziasderebeldeseramabatidos. Tudo pareceu acabar tã o depressa como havia começado. Elementos da CG passeavam entre os corpos, atirando nos que pareciam estar ainda se movendo. Outros se espalharam e puseram a apossar-se de armas e quaisquer lembranças que encontrassem entre os corpos despedaçados.EstaeraachancedeMac. Ele começou a ingir que estava fazendo o mesmo que os homens da CG, mas teve mais cuidado. Usou sua arma ou sua bota para virar apenas os mortos ou agonizantes que tinham a estatura aproximada de Buck. Mac pegou ocasionalmente uma arma e saqueou um bolso ou dois,só paraocasodealgué mestarolhando.Elenaverdadenã oqueriamaisencontrarBuck,a nã o ser que permanecesse ainda vivo no monte do Templo. Pelo que podia ver, nã o havia rebeldessobreviventesnobairromuçulmano. AquelaeraabatalhamaisestranhaemqueGeorgeSebastiantomaraparte.Quasenã ose podia chamá -la de batalha. Eram só ele e seu grupo desorganizado de crentes sinceros, fervorosos, vigiando o perı́m etro de Petra com um punhado de armas bastante so isticadas — algumas armas de energia direcionada que queimavam a pele dos soldados e cavalos a longa distâ ncia, e uns poucos ri les .50, de longo alcance — contra o maior exé rcito da histó ria da humanidade. OExércitodaUnidadeMundialUmdaComunidadeGlobal,lideradopelopróprioanticristo, enchia o horizonte, mesmo quando George recuou para as encostas e olhou atravé s de seus potentesbinóculosalimentadosporenergiasolar. Centenas de milhares de tropas vestidas de negro, a cavalo, pareciam ondular sob os vaporestremulantesdodeserto,osanimaismordendoofreioeempinando,parecendoprontosa levar seus cavaleiros para um ataque contra os defensores em nú m ero desesperadamente menor. Sebastian,noentanto,quasenã osentiamedo.Elenã opodianegarumacertatrepidaçã o, observando os tanques e os veı́c ulos blindados, os soldados de infantaria, os combatentes, os bombardeiroseoshelicó pterosqueapoiavamacavalariaaté ondeoolharalcançava.Nã oera exagerochamaroinimigodemardehumanidade,eelenã opodialembrardeumamultidã otã o maciçater-sereunidoemumú nicolugarantes.Viraemalgumasocasiõ esmaisdeummilhã o de pessoas reunidas em Petra; mas, apesar de impressionante, aquele espetá culo nã o era nada comparadoaeste. As rajadas ocasionais das DEWs e Fifties de Sebastian haviam sido um estorvo para as forças da Unidade. Ele chegara até a causar vá rias dezenas de baixas, o que fez os estranhos ajudantes de Zuckermandel saı́rem correndo para buscar mais armas, IDs e uniformes completos.Aproteçã osobrenaturaldePetrapareciacontinuar,mesmoforadela.Sebastiannã o perderaumatropasequer. Todavia, ele sabia muito bem que se aquele grande exé rcito simplesmente avançasse sobre a sua posiçã o, mesmo sem trocar um só tiro, sua inteira reserva de muniçã o nã o provocaria uma ú nica brecha nas forças alinhadas contra ele. O inimigo começara avançando muito devagar e nã o estava atirando nem lançando projé teis de qualquer tipo, o simples tamanhodessaforçadirigindo-separaelefaziatremeraterraevacilarospassos. EclaroquesepreocupavacomRayford.Eleviraohomemsendoprotegidocomooresto deles,mı́sseisorientadosporcalorquepareciamvoardiretamenteatravé sdoaviã osemtocar numsócabelodacabeçadealguém.Oquepoderiatê-loferidoagoraeporquê? Alguns haviam especulado que as peças de seu veı́c ulo encontradas nas colinas poderiam ter evidenciado danos produzidos por uma bomba incendiaria. O ú ltimo relató rio de Abdullah Smith, poré m, dizia que o estrago fora talvez resultante de perda de controle do veı́c ulo, que rolaraedespencara,ficandoempedaços. E a trilha de sangue que só poderia ter sido de Rayford? Sebastian de modo algum queria duvidardeDeus,mastinhadere letir.Teriaummı́ssilqueDeus izeradesviar-sedeRayford,ter ainda assim causado um acidente que o ferira mortalmente? De quem era a culpa disso? De Rayford?Doinimigo? Como é claro, a questã o maior agora era qual seria o resultado daquele avanço dos invasores. Sebastian acreditava de todo coraçã o que Petra era inexpugná vel. O que ele estava entãofazendoaliforacomseugrupoderebeldes? Supostamente dando aos atrasados uma oportunidade para bene iciar-se da segurança do lugar. Antes de caı́rem sob a in luê ncia salvadora da cidade de pedra, Sebastian tentaria ao máximoprepararocaminhoparaeles.Todavia,nenhumvieraeelenãoviuninguémacaminho. Comcertezaemquestã odehoras—algunsdiziamminutos—tudoperderiaarazã ode ser. Cristo ia surgir, venceria a batalha e Rayford, Buck e até Tsion — mortos, vivos, ou em estadointermediário—voltariamareunir-se. Apesardisso,Sebastiannã oconseguiatirarRayforddacabeça.Eleforatreinadoparanã o deixar um companheiro no campo de batalha. Nã o fazia sentido Abdullah ter encontrado o rastrodesanguedeumhomemgravementeferidoe,portanto,movendo-sedevagar,e,todavia, nãoconseguirencontrá-lo. QuantoaoqueSebastianhaviadescoberto,nenhumpessoaldoinimigoestavaperseguindo Rayford. Ele nã o poderia ter sido capturado. Caso pior, mas mais prová vel: Ray cavara um abrigocontraosolemorreraali.Issofaziadiferença,desdequeiriaestarcomCristo—comoo restodeles—quandotudoacabasse?Éclaroquefazia.Nãoseabandonaumhomem. Há quanto tempo ele contatara Abdullah? Olhou para o reló gio. Há bem pouco tempo. Abdullah dissera que o faria saber na primeira oportunidade. Sebastian, poré m, tinha de fazer algo,excetoirempessoaàscolinas—claramenteumaimpossibilidade.EleligouparaChang. —Não,nãosoubenadaatéagora—informouojovem. —Gostariamuitoquevocêestivesseaqui.MilharesestãoaceitandoCristoemPetra. Isso era maravilhoso, mas Sebastian nã o conseguia externar-se a respeito. Na verdade, sentia certo ressentimento e até repulsa por aqueles que haviam demorado tanto. Onde estavam quando todos os juı́z os foram enviados? Todos os milagres? Nenhum indivı́duo sensato podianegarqueduranteosúltimosseteanos,DeuseSatanáshaviamestadoemguerra. Essas pessoas estariam realmente hesitantes sobre o lado ao qual desejavam juntar-se? Qualquer dú vida sobre a realidade de Deus, sua misericó rdia e seu juı́z o havia sido há muito apagada. —Estáchegandoumaligação—disseChang. —Paramimtambém—avisouSebastian.—Falamosmaistarde. —BigDogOne,aquiCamelJockey. —Fale,Abdullah—respondeuSebastian. —Techie,vocêtambémestáaí? —Estou—disseChang. —LocalizeiocapitãoSteele. Enoque Dumas acordou logo apó s as 7h30. Seu colchã o mofado, no porã o de uma casa abandonada em Palos Hills, Illinois, estava quente onde dormira e frio nas outras partes. Nã o dormiramuitotempo.Passaraanoitetodadizendoasimesmoquehojeeraodia. Nã o conseguia imaginar dormir depois das quatro horas da manhã , mas na verdade fora nessa hora que realmente caı́ra no sono. Oito da manhã , tempo da Central, marcava o horá rio emqueseteanosantesforaassinadaaaliançaentreoanticristoeIsrael,umacordoquebrado anosantes,masassinalandoosanosqueantecederiamaoGloriosoAparecimentodeCristo. O Lugar, sua pequena igreja de 30 ou mais membros pobres do centro de Chicago, havia estranhamente lorescido desde que foram espalhados para os subú rbios por causa da difı́c il situaçã o da casa do Comando Tribulaçã o que lhes oferecia segurança. Nã o tinham mais um lugarcentraldereunião. Embora sabendo que nã o deviam con iar nos recé m-chegados, cada vez que se reuniam mais pessoas eram acrescentadas à igreja. Por reconhecerem o selo do crente na testa dos recé m-vindos, Enoque sabia que nã o tinham sido in iltrados. O total era agora de quase cem membros. Embora alguns tivessem sido martirizados, uma surpreendente maioria nã o fora descoberta e capturada, apesar de se ocuparem todos os dias na busca de novos convertidos "colocandomaisafogadosnobotesalva-vidas",comoEnoqueochamava. Ele à s vezes pedia cautela aos novos crentes fervorosos e os advertia de que o inimigo estavaconstantementealerta,prontoparadevorá-los,transformando-osemestatísticas. Todavia, era com freqü ência lembrado, no geral por algué m do seu pró prio rebanho, de quenãohaviaagoraoutraopçãoalémdeseremtransparentesemseutestemunho. Seus perı́odos favoritos eram aqueles em que o salã o era aberto e as pessoas que arriscavamsuasvidaspelofatodeestaremreunidas,manifestavamaalegriadocéuaofalar.Ele nã oconseguia,nemdesejava,apagardesuamenteotestemunhodeCarmela,umacorpulenta mulher latina, com cerca de 50 anos. Num parque abandonado, a 14 km a oeste da casa de Enoque,elacontarasuahistória,comlágrimascorrendoporsuasfacesbondosas. —Eueracega,masagoravejo,é aú nicamaneiracomopossoexplicaristo—disseela. — Era cega em relaçã o a Deus, a Jesus, vendendo meu corpo para comprar drogas e comida. Deixei tudo e todos que haviam sido importantes para mim. Antes que percebesse, só me importavacomigomesmaecomminhapró ximadose.Tudoseresumiaà sobrevivê ncia,matar ousermorto,fazeroquesetemdefazer. —Umdia,poré m,umdevocê sveiover-me.Foiela,bemali.—Carmelaapontarapara uma mulher mais velha, uma afro-americana chamada Shaniqua. — Ela me deu uma das brochurassobreasreuniõesedisse:Alguémamavocê. — Pensei:Alguémmeama?Diga-mealgumacoisaqueeunãosaiba!Homenstentandome amartodososdias. Eu sabia melhor. Ningué m me amava. De fato, eles me odiavam. Usavam- me. Eu nã o signi icava mais para eles do que a sua pró xima refeiçã o ou sua pró xima dose. O mesmoquesigni icavamparamim.Ningué mmeamoudesdeminhamã e,eelamorreuquando euerapequena. —Eusabiaqueofolhetodeviasersobrereligiã o,masofatodeeladizerquealgué mme amava e sua coragem de me dar o folheto quando sabia que era ilegal... essa foi a ú nica coisa quemeimpediudejogá-loforaoudeamaldiçoá-la. —Euolinaquelanoite,e iqueicontenteporhaverversı́c ulosbı́blicosnele,porquenã ovia uma Bı́blia havia anos. O que me prendeu foi o fato de nã o ser complicado, mas fá cil de entender. Dizia apenas que Deus me amava, Jesus morrera por mim, e Jesus estava voltando. Todas aquelas passagens das Escrituras pareceram verdadeiras para mim, sobre ser uma pecadora,separadadeDeuseJesussendoocaminhodevoltaparaEle. —Antesdemuitotempo,aquelaeraaú nicacoisaqueeuqueria.Nã osabiacomoseriaa minha vida, como ia comer, nem nada. Mas sabia que queria Jesus. Da pró xima vez em que vi Shaniqua,quaseaataquei,nã ofoi,querida?Disseaelaquetinhadeensinar-mecomofazerJesus entrar em minha vida. Ela me disse que era simples. Tudo que precisava fazer era orar com sinceridade. Dizer a Deus que lamentava a confusã o que izera da minha vida e aceitar Jesus comomeuSalvador.Nã otemsidofá cil;mas,sabedeumacoisa?Estoupreparadaparaavolta deJesus. Os crentes queriam estar juntos à s oito horas naquela manhã e haviam escolhido o estacionamento de um antigo shopping center. Enoque avisara que uma reuniã o daquele tamanhoàluzdodiapoderiaatrairaCG,eelesestariamprocurandoasmarcasdalealdade. — Deixe que eles nos examinem quando Jesus aparecer — disse algué m e todos aplaudiram. Enquantotomavabanhoesevestia,Enoquepercebeuqueestavamenospreocupadocom aquestã odeinterferê ncia.Adestruiçã odeNovaBabilô nianoespaçodeumahorahaviaabalado detalformaaeconomiainternacionalquepareciaquenadamaisimportavaaosnão-crentes.Os suicídiossemultiplicavameelesentiaumespíritoanti-Carpathiaentreosqueeramantesleais. Os serviços sociais e comunitá rios já reduzidos pela perda da populaçã o dos ú ltimos anos eram agora quase inexistentes. Corriam boatos de que até o pessoal de reforço da CG local icaria incapacitado, sem combustı́vel ou dinheiro para novas aquisiçõ es. Os salá rios já tinham sidocongeladospordoisanoseagorapareciaclaroparaopovoqueosfuncioná riospú blicosnã o receberiampagamentoaténovasordens. Osetorprivado—oquerestavadele—achava-setambé mdesorganizado.Ostentá culos deCarpathiahaviamavançadotantoemcadaá readavidaedocomé rcioqueafalê nciavirtual dogovernointernacionaliriacertamenteincapacitartodosemquestãodedias. Enoqueleraarespeitodegrandesdepressõ esefalê nciadebancosdurantetodaahistó ria, mas nenhuma fora tã o abrangente quanto esta. Assaltos, roubos, invasõ es — todos os atos de maugostoquetinhamsidoocampodeaçã odosubmundo—sehaviamtornadoagoraparteda vidadiáriadaspessoas. Cada um por si era a palavra de ordem e quaisquer vestı́gios de amabilidade, bom comportamento ou até legalidade seriam em breve histó ria. Enoque orou para que Jesus voltassenahoramarcada. Eramquase16horas,quatrodatardeemJerusalém. Mac sentia-se pegajoso em seu uniforme do Exé rcito da Unidade Mundial e teve de lutar contraatentaçã odegritarsuaverdadeiraidentidadeeabrirfogosemsepreocuparcomquem estivesse olhando. Ele podia acabar com mais algumas tropas de Carpathia, mas de que adiantava?Elasdesapareceriamembreve,comtodacerteza. A resistê ncia, exceto por trá s dos muros no monte do Templo, havia sido praticamente eliminada. As forças da Unidade se congratulavam enquanto vasculhavam entre os mortos rebeldes,recolhendoosdespojos. Mac ingiu estar fazendo o mesmo num ú ltimo esforço para encontrar Buck, embora ignorasse os olhos dos que pensavam ser seus compatriotas. Nada iria dar-lhe maior alegria do queverBuckempénomontedoTemploquandochegasseofim. Mac estava perto do muro meio desmoronado a oeste da Porta de Herodes quando um celular bateu no chã o ao seu lado e ouviu algué m blasfemar acima dele. O aparelho parecia familiar,masquandotentoupegá-loouviualguémdizer: —Nãopercatempo!Nãosobrounada! Maclevantouosolhosepô deverumjovemsoldadodaUnidadecurvadosobreumrebelde caído. — Otimas botas, e do meu tamanho. Ele deixou uma delas aqui no muro. — O soldado desamarrouaoutrabotaeestavaarrancando-adocorpoquandoelasoltou-seeescorregoudas suasmãos,caindonadireçãodeMac.EsteaagarrounoarereconheceucomosendodeBuck. — Ei, você aı́, jogue para mim, por favor! — disse o soldado, enquanto removia a outra botadeumafendaondeBuckaparentementeadeixaraaolutarparalivrar-se. Tremendo,Macapertouosdedosaoredordabota. — Que tal uma ajuda, companheiro? — disse o soldado, voltando-se brevemente para a botaqueaindaestavapresa. Macdeuumpassoparaobterumbomâ ngulo.Nomomentoemqueojovemtirouabota da fenda e voltou-se na direçã o dele, Mac lembrou de seus dias de esportista na juventude, atirandoabotaemsuasmãoscomtantaforçaqueosaqueadornãotevetempodereagir.Asola bateunapontedeseunarizeoderruboudomuro. Paranãoterdeencontrá-lonovamentefaceaface,Macatravessouapressadoaporta.Ele encontrou o jovem esparramado no chã o, evidentemente morto. Entrou outra vez e descobriu orifı́c ios e saliê ncias su icientes para subir até onde Buck se achava. Queria fazer algo, fosse o quefosse,masnã oconseguiapensaremnada.Oquequerque izesse,alé mdesaquearocorpo, sóiriadenunciá-loedequeissoserviria? MacrespiroufundoenquantoexaminavaosferimentosdeBuck.Eleestavadeitadonuma poça de sangue escuro e pegajoso que mal tivera tempo de escorrer pelo muro quando coagulara. Todo o seu lado direito fora dilacerado e ferimentos també m des iguravam seu quadrilepescoço. Umalto-falantepediuajudantesparaopotentadoeMacsabiaquesenã oseapresentasse poderiaseridenti icadocomoimpostor.Enquantoseafastavacomrelutâ nciadeBuck,eleorou para que Rayford nã o tivesse o mesmo destino. Nã o seria justo se ningué m do Comando TribulaçãooriginalsobrevivesseparaveroGloriosoAparecimento. Eramquatrohorasdatarde. CAPÍTULO3 Apesar de seus graves ferimentos, Rayford conseguira rastejar durante vá rios metros até umarochasaliente.Comamã olivre—emboramachucadaaté icaremcarneviva—ele,de algumaforma,puderaremoverterrasu icientedetrá sdaspedrasparaesticar-se,fugindodosol implacávelelongedavistadequalquerum. Haviaesgotadotodaasuareservadeforçasetevedetrocaraesperançadeservistopelo seu pró prio pessoal a im de lutar contra a desidrataçã o e perda de sangue o su iciente para sobreviver até o Glorioso Aparecimento. Posicionou-se cuidadosamente na sepultura rasa para que,nocasode icarinconsciente,suatê mporamachucadapermanecessecomprimidacontraa mã o. Cada vez que pensava ter conseguido estancar o luxo de sangue o bastante para que deixasse de latejar, via que se enganara quando levantava a palma da mã o sequer por um instante. Eraumalı́vioestarforadosol,masobenefı́c iodatemperaturalevementemaisbaixanã o duroudepoisdaremoçã odacamadadeterra.Dentrodemeiahoraabocaealı́nguadeRayford estavam secas e ele sentiu os lá bios inchando. Lutou contra o torpor, sabendo que a inconsciê nciaeraumainimiga.Seusferimentosdoı́ameelesepreocupoucomaidé iadeentrar emchoque. OdelírioveioaseguireRayfordsonhoucompessoasenxergandooATVeseguindoorastro desangue,sóparaencontrarseucorposemvidasendobicadoporurubus.Eledescobriaàsvezes tervoltadoàconsciênciacantando,orandoouapenasbalbuciando. Enquantoenrijeciaesuatemperaturaseelevava,começouasentiradorprofundadecada ferimentoeorouparaqueDeusolevasse. Eu queria ver o Aparecimento deste lado do céu, mas que diferença faz? Alívio, por favor, alívio. Nã otinhacerteza,masachavaquenã osangrariaaté morrerdequalquerferimentoalé m daqueledatê mpora.Quandotudopareciaterdesaparecido,comexceçã odeseuú ltimosuspiro, Rayford considerou tirar a mã o e deixar que o sangue també m se fosse. Mas, nã o podia fazer isso. Perdeu rapidamente toda a noçã o do tempo e teve de lembrar-se de que seu reló gio parecia estar em ordem, apesar de sua perda rá pida da capacidade de enfocá -lo. Rayford icou pasmoaovercomopassarapoucotempodesdequecomeçaraacair.Osolaindaestavaaltono céu. Elepensaraquehorassepassaram,masforamapenas50minutos. Quando acordou gemendo, compreendeu que adormecera com presença de espı́rito su icienteparamanteratê mporatapada.Seupescoçoendureceraesentiuquenã oconseguiria pô r-seempé ousequerrolarparaumaposiçã oemquepudesse icaragachado,mesmoquesua vida dependesse disso. Se algué m nã o o encontrasse logo, sua vidadependeria de um novo movimento.Masestenãoestavanascartas. Horas pareciam ter decorrido e Rayford perdera as esperanças. Ouviu o Exé rcito da Unidade avançando e icou surpreso ao ver o sol ainda diretamente acima dele. Sabia que nã o mudaria de posiçã o até o im da tarde, mas nã o icaria admirado se tivesse aberto os olhos ao anoitecer.Isso,porém,nãoestavareservadoparaele. Ouviuadistâ nciaoruı́doaltodeumapossantemoto,dotipousadoporAbdullahSmith.O jordaniano costumava rodar por Petra, cuidadoso em meio à multidã o, e depois ia para as encostas desoladas, onde realmente deixava a má quina correr. Rayford só podia orar para que aquelesomfosseAbdullahàsuaprocura. Tentousentar-se,masnã oconseguiu.Setivessedeadivinhar,diriaqueAbdullahestavano ponto em que a ATV inalmente estacara. A distâ ncia entre esse local e o abrigo reduzido de Rayford era longa. Ele tentou manter-se consciente, a im de poder gritar se o veı́c ulo se aproximasse,mastambé msabiaqueomotortinhadeestardesligadoparaqueoseuocupante pudesseouvi-lo. Rayford percebeu que a dor se espalhara para alé m dos lugares onde os ferimentos eram maisgraves.Suacabeçalatejava.Seusolhosestavamsupersensı́veisà claridadeeelemalpodia abri-los para olhar o reló gio. Seu pescoço doı́a, seus ombros estavam tensos e doloridos, atiçadoresquentespareciamatravessarsuascostelas. Sentia fome, ná useas, e alternava entre crises de calor demais e calafrios. Sentia cã ibras nosmúsculosdapernaeaténosdedosdospés. Rayford passava agora por perı́odos de consciê ncia e inconsciê ncia, quando ouviu inalmente a moto que se aproximava lentamente. Tinha certeza de que nã o passava de imaginação. Quando o motor parou, Rayford tentou mover-se, gemer, fazer qualquer coisa para que Abdullahouquemquerquefossesoubessequeestavaali. —BigDogOne,aquiCamelJockey...E,Techie,você está aı́?...Localizeiocapitã oSteele. Oupelomenospensoquesim.Orastroacabaaquieachoquenã ovougostardoquemeespera. Aguardeumpouco. ArespiraçãodeRayforderatãolevequeeletinhacertezadequeAbdullahnãosaberiaque estavavivo.Nã oconseguiamoverummú sculo,menosaindaviraracabeça,acenarousacudir umdedo. Ao ouvir os passos de Abdullah na areia, ele tentou abrir um olho. Nada funcionava. Abdullahestavarealmenteali,ouaquiloeraumaespéciedeexperiênciadequase-morte? — Puxa, penso que ele se foi — disse Abdullah. — Quero dizer, está aqui, mas acho que nãoconseguiu. Rayford sentiu o dedo indicador de sua mã o livre balançar, mas Abdullah nã o estava olhandoparaele. —Oh!capitãoSteele—disseojordanianoenquantorolavaRayfordgentilmentedecostas. PareciatãotristequeRayfordcomoveu-se. Rayford mantinha a mã o contra a tê mpora, mas em vez de persuadir Abdullah de que estavavivo,issodevetê -lofeitopensarqueorigormortisjá seinstalara.ERayfordfezentã oa ú nicacoisaqueconseguiafazer.Tirouamã odevagardatê mpora.Osanguejá coagularaporé m osuficiente,demodoanãoespirrardaferida. EAbdullahaparentementenãonotaraomovimento. Rayford sentiu a pressã o aumentando na tê mpora e quando Abdullah endireitou suas pernas,oferimentoabriu-senovamente. —Ora,ora!—disseAbdullah.—Homensmortosnãosangram.Vocêestáaí,nãoestá? Rayfordcolocounovamenteamãosobreaferidaeconseguiumurmurar: —Estou.Contenteporvê-lo. —Nãofale,capitão.Nãoqueroperdê-loantesdograndeevento. — Pensei que esteera o grande evento. Abdullah, entretanto, já estava de volta ao telefone. — Chang, ele está vivo. Preciso de ajuda aqui o mais depressa possı́vel... Sim, Leah seria perfeito.Peçaquetragatudoquepudercarregar.Voulançarumsinalemdezminutos. MacacompanhouastropasdoExé rcitodaUnidadenobairromuçulmanodaCidadeVelha de Jerusalé m e as seguiu até a entrada de um subterrâ neo obscuro, mas muito bem guardado. Ningué m se aproximava dali sem as credenciais adequadas e Mac procurou manter a composturaenquantoduassentinelaspuseramsuafotogra iaIDpertodeseurostoparaestudá lo.ElesópodiaesperarqueastinturasdeZekenãotivessemsaídoduranteasescaramuças. Eleeosoutrosforamencaminhadosparaumcaminhodeterra,depelomenos10metros de largura e ladeado por degraus estreitos de madeira que levavam para o interior do muro norteeultrapassavamomontedoTemplo.Continuaramacaminharporbaixodoú nicopedaço de Jerusalé m ainda mantido pela resistê ncia e que, como é natural, estava cercado pelo Exé rcito da Unidade. Estariam os rebeldes ainda irmes, ou se encontravam virtualmente prisioneiros? Mac se preocupava com Rayford e desejou que tivesse uma oportunidade de ligar para Chang, Sebastian ou Abdullah. Ree Woo comandava um pelotã o do lado oposto do contorno de Petra.EletalveztivessevistoRayford,masagoraMaetinhade.desligarseutelefone. Apassagemparaosestá bulosdeSalomã oeratã omaliluminadaqueeleeosoutrosforam imediatamente forçados a levantar seus visores coloridos. O efeito, mesmo assim, era como entrarnumteatroàsescurassaindodosolbrilhante. Os soldados diminuı́ram o passo e começaram a andar com cuidado para nã o caı́rem escadaabaixo.Macagradeceupelofatodabeiradadeseucapacetedesceraté assobrancelhas, impedindoquevissemqueelenãotinhaamarcadalealdade. Seu rosto e pescoço esfriaram depois que icou longe do sol da tarde e ele sentiu-se inclinadoatirarasluvas.Ficouquasesufocadopelocheirodesagradá veldeestrumeeurina,que aumentouaoseaproximaremdosestábulos. Ao chegarem ao sudeste do monte do Templo, cerca de 12 metros abaixo do solo, avistaramosEstábulosdeSalomão,umasériedecolunasearcosquehaviamsustentadoantesa plataforma sudeste do pá tio acima dela. Os corredores, formados por passagens cercadas de pilares, tinham pouco mais de 12 metros de largura, 54 metros de comprimento e quase 12 metros de altura. Pelo menos uma centena de homens nã o uniformizados parecia cuidar de maisdemilcavalos. O cheiro forte fez Mac voltar à sua infâ ncia e icou imaginando como conseguira se acostumaraele. —Atenção!—alguémgritou.—Silêncioparaoseupotentado! Tudo e todos se detiveram e Mac pensou onde Nicolae poderia estar. Mac e outros uniformizadosestavamcomascostascomprimidascontraumaparede,emposiçã odeatençã o. ElereconheceuavozdeCarpathiavindadeumasalainteriorsustentadaporpilares. —Senhoresesenhoras, icarã osatisfeitosemsaberquevá riasreformasforamrealizadas no espaço de menos de trê s semanas. As facilidades sanitá rias se equiparam à s melhores, pelo menosparasereshumanos,e,melhorainda—segundominhasinstruçõ es—elasdescarregam nolendárioBerçodeJesus. Só mesmo Carpathia para deixar Mac doente com suas primeiras palavras. Mac nunca ouvira falar do Berço de Jesus, pelo menos no contexto do monte do Templo. Outros també m nãotinhamaparentementeouvido,poisLeonFortunatofoichamadoparaexplicar. —Obrigado,Excelê ncia.OBerçodeJesuspodeseracessadoporumaescadaemcaracol do lado sudeste. Esta leva para uma câ mara de aproximadamente 15 por 21 metros, onde no passadohaviaabası́licadeSantaMariaeumamesquita.Naparedeaoeste,podemsertambé m vistosvestígiosdeartebizantinaantiga. Caso desejem ver a câ mara, nã o se esqueçam do seu uso corrente, que achamos mais apropriadoparaalgoquelevaoseunome.Desejarã oapertaronarizecomcertezagostarã ode voltaraoodordesimplescavalos. SuhailAkbar,chefedoServiçodeSegurançaeInteligênciadeCarpathia,foiopróximo. — Estou acabando de chegar do monte Megido, -começou ele. — Tenho o prazer de informarquetudoetodosestã opreparadosparaanossaindiscutı́velvitó riaqueacontecerá em breve.ApesardosrelatóriosdediscórdiadevidosàdestruiçãodeNovaBabi... De repente um berro, quase um grito, mas Mac reconheceu claramente a voz de Carpathia.Eleblasfemouváriasvezes. — Diga-me, Suhail! — esbravejou ele. — Diga-me que nã o vai violar minha ordem específicaparanuncamaismencionaronomede... —Mas,excelência,eusimplesmentequeria... —Ousainterromper-me?Considera-seacimadocastigocorporal? —Não,excelência,eu... Algobateunamesa. —Deveriamandarexecutá-lonesteinstante!Deveriafazerissoeumesmo! —Excelência,porfavor!Euestavadizendoqueapesardoqueouvimos,averdadeé... —Averdadeé quereconstruireiNovaBabilô niaaquimesmoemJerusalé m.Acidadeserá restaurada,comumabelezaemajestademilvezesmaiordoqueaprimeira.Decreteiquenã o haverámaismençãoaoqueaconteceucomela. —Minhashumildesdesculpas,potentado,eu... — Silê ncio! Eu falei. Volte aos seus aposentos, Chefe Akbar. Seus serviços nã o serã o mais necessáriosaténovaordem. O comandante encarregado da unidade de Mac adiantou-se rapidamente e conferenciou com um colega na entrada da sala de reuniõ es. Ele recuou quando seis guardas izeram Suhail Akbarsair,pálidodesusto. Ocomandanteapontouentã oparameiadú z iadehomensuniformizados,inclusiveMac,e mandouqueentrassemparasubstituirosquehaviamsaído. A lucidez de Rayford voltara um pouco depois de Abdullah ter feito com que bebesse um litro de á gua. Leah chegou num pequeno ATV com duas geladeiras cheias de suprimentos e jogouumapranchetaparaAbdullah. —Querfazerashonras,Sr.? —Ashonras? —Tomarnotas. —Claro. Rayfordainterrompeu. —QuaisasnotíciasdePetra?ElesachamqueJesusestáatrasado? —Fiquequieto. —Vamos,Leah,precisosabercomotodomundoestáreagindo. —Ningué mestá foradesi—eladissedistraı́da,inventariandocalmamenteosferimentos dele.—Chaimacalmoutodomundo. —Como?Oqueeleestádizendo? —OscaminhosdeDeusnã osã oosnossos.Elesegueoseupró priocalendá rio.Essetipode coisa. —Leah,vocêestágostandonãoestá? —Doquê? —Demeteràsuamercê. —Nãoseidoquevocêestáfalando. —Sabesim.Nós... — Sr. Smith — disse ela, — vou suturar o ferimento da cabeça. O queixo, braços, mã o direita e joelhos podem esperar. A tı́bia esquerda talvez esteja quebrada, mas nã o vou tentar nadaaté quetenhamoscerteza.Precisoexaminarotornozelodireitoeprovavelmentesuturá lo també m. Vai ser necessá rio arranjar um transporte para levá -lo de volta ao complexo, provavelmentedentrodemeiahora. —Vocêestágostandodisto,Leah!Tenhocerteza. —Vocêestádelirante. —Quetipodeviatura,Srta.Rose?—perguntouAbdullah. —Eleprecisaficardebruços. Abdullahvoltouaotelefone. — Você poderia ser um pouco mais rude comigo do que com outro paciente, só para descontar. Rayford estava brincando e tentando sorrir, mas Leah claramente nã o ia cair na armadilha. —Descontaremvocê?Qualomotivo? —Pelamaneiracomoeucostumavafalarcomvocê. —Talvezmedevaisso—replicouela. —Épossível,masnãoestouemposiçãodeexigirrepresália. —Eeutenhoseusferimentosemminhasmãos.Agorafiquequietoemedeixetrabalhar. Mac fez o possı́vel para nã o cair na risada quando viu Carpathia. Se estivesse usando um chapé upretopareceriaoZorro.Umacamisadecolarinhocombabadoseraaú nicapeçabranca emseuvestuá rio.Tudoomaiserapreto,desdeasbotasaté osjoelhos,calçasdecouro,coletee casacoatéascoxas,emformadecapa. Leon estava com suas roupas mais resplendentes, berrantes, inclusive um barrete vermelhocomvá riosenfeitespenduradoseumatú nicaescarlatecomgoladourada,ostentando apliquesdetodosossı́m bolosreligiososconhecidos,menosacruzdeCristoeaEstreladeDavi. Um anel turquesa em seu dedo mé dio direito era tã o largo que cobria os nó s dos dedos adjacentes. SeapenasDeustivesseprogramadooGloriosoAparecimentonodiadasBruxas... Carpathiaestavanacabeceiradeumaenormemesademadeiraenvernizada,aoredorda qual se assentavam-se Mac podia adivinhar pelos seus trajes nativos — os subpotentados de cada uma das dez regiõ es internacionais, seus sé quitos, e os leais a Carpathia, sem o chefe Akbar,éclaro.Maisdecinqüentapessoassereuniamali. VivIvins,comseujeitoafetado,sentava-seseiscadeirasdistantedeNicolae,à esquerda, com seu costume habitual azul-cé u (e cabelo combinando). Ela parecia ainda mais pá lida do queMacselembravaeelejulgouperceberumtremornosdedosdeVivaotomarnotas. Osoutros,apesardesuasposiçõ esdealtaautoridadenogabinetedeCarpathiaeaoredor domundo,pareciamigualmenteconstrangidosemsuapresença.AexplosãocontraSuhailAkbar haviaclaramenteabaladoatodos. Macseencontravapertodaentrada,foraumdosú ltimosaentrarecompreendeuqueas seissentinelasqueeleeseupelotã ohaviamsubstituı́dopertenciamaumcontingentedeoutras cinqü enta, alinhadas contra a parede do grande salã o. Por conhecer as exigê ncias necessá rias parapoderentrarnosubsolo,ele icouimaginandocontraquemestariamprotegendoCarpathia. Seráqueeletemiaseuprópriopovo? ChangtinhavoltadocomNaomiparaocentrotecnológico. —Oquevoufazer?—disseele.—Nãopodereidormirestanoiteeestouacabado. —Vocêcertamentenãopensaqueteremosdeesperarmaisumdia. —Nãoseioquepensar. —Hojeéodia,amor.Nãohádúvida. —Esperoqueestejacerta.Estoudisposto,masseiquevoudesmoronaremalgumponto. ODr.RosenzweigquerqueocoloquenaTVinternacionalpoucoantesdeescurecer.Vocêtalvez tenhademesegurar. —Vocêvaiconseguir.Sempreconsegue. Aparedeà ssuascostas,feitadegrandesplacasdepedra,resfriouMacatravé sdajaqueta do seu uniforme. Ele queria desesperadamente ver as horas no reló gio. Sabia que passava das quatrodatardeeacreditavaqueJesusviriaaqualquersegundoagora.Aqueleeraoú ltimolugar em que desejava estar quando isso acontecesse, mas fazia parte do preço que pagara para encontrarBuck.HaviatambémaperspectivadeveroolharnorostodeCarpathia. Mactentouparecerconcentradoemsuatarefaservil—provendosegurançaespetacular ondenã ohavianecessidadedela—masquandopensounoquequeriaestarrealmentefazendo, achoudifı́c ilmanterofoco.Alé mdeencontrar-seemplenaluzdodianaCidadeSantaquando Cristo, o Senhor, viesse, a segunda opçã o de Mac era abrir fogo contra Carpathia do lugar vantajosoemqueestava.Estavaconscientedequeissonã opoderiaacontecer.Ogestonã ose adequariaaqualquercenárioprofético,masquãogratificanteseria! Nenhumproveitoresultariadessaloucura,é claro.Ohomemjá tinhasidoassassinadouma vezeserá quehojeeramesmoumhomem?OsDrs.Ben-Judá eRosenzweighaviamditoqueo próprioSatanáshabitavaneleagora,umserespiritualusandoumcorpohumano—nãoobstante morto. Alé m disso, Mac desejava simplesmente desfazer-se de um peso. A idé ia de escorregar e sentar-se no chã o, de colocar as mã os sob a cabeça... bem, isso era algo que só seria possı́vel quando Jesus tomasse seu lugar de direito. Os amigos e companheiros de Mac falavam com freqü ênciasobreotipodemundonoqualembreveviveriam,maseleguardouparasiaidé iade queseumaioranseioerasimplesmentedescansar. Tinha certeza de que nã o era, poré m, o ú nico. Outros haviam feito insinuaçõ es. Todos se achavam tã o ocupados, tã o estressados, tã o privados de sono, e tudo isso só piorara à medida que o Glorioso Aparecimento se aproximava. A idé ia de viver num mundo de paz e segurança era tã o atraente para Mac que ele mal ousava imaginá -la. Poder dormir sem metade de um olhoououvidofiguradamenteabertoparaoperigo...seriamesmoocéunaterra. Estar reunido com os amigos e os entes queridos. Era quase demais pensar nessas coisas. Melhor de tudo, é claro, seria ver Jesus pessoalmente. Poderia tocá -lo, falar com Ele? Mac sentia-se tã o novo como crente, tã o limitado em seu conhecimento das coisas de Deus. Ele tinhaaimpressã odequeestiverafreqü entandooseminá rio,ensinadopeloslı́deresespirituaisdo Comando Tribulaçã o, desde que Rayford o levara à fé . Havia, entretanto, muita coisa que desconhecia. Changforachamadoparaapresentar-seaoDr.Rosenzweigeaosanciãos. — E claro que posso fazer isso, — disse ele, — mas a CG tem melhorado na questã o de retomar o controle das ondas sonoras. Quanto mais curta a transmissã o, mais prová vel que eu possamantê-laseminterrupções. —Vouserbreve—afirmouChaim. —Ese...querodizer,se... — Você está pensando no que acontecerá , esperando como eu, se o Messias chegar primeiro? —Ounametade—disseChang. —Olhe,eupensoqueesseeventoteriaprecedência,nãoacha? Changsorriuenquantoosanciãosriam. —OrabinoRosenzweigestátentando—interferiuEleazarTibério—persuadirorestante da populaçã o judia, os que recusaram a marca da besta, mas que ainda nã o aceitaram Jesus como Messias, a fazer exatamente isso. Ele e nó s concordamos que essas pessoas talvez constituamumterçodapopulaçã ojudiaremanescente.Você sabequesã oopovoescolhidode Deus, seus ilhos desde o começo dos tempos. A Escritura inteira é a sua carta de amor para eles,seuplanoparaeles. —Compreender?—replicouChang.—Nãopossodizerqueentendo,mascreionisso. Chaimlevantou-se. —Nã odevemosdemorar.Comojá dissetantasvezes,sabemosodia—hoje—masnã o sabemosahora.Sepensássemosocontrário,estaríamoserrados,nãoé,Eleazar? Ograndalhãosorriu. —Reconheçoisso.Mas,nã oé també mverdadequesabemosaseqü ênciadeeventos,de modoquetemosumaidéiadoquevaiseguir-sepeloqueaconteceprimeiro? —Édissoqueestareifalandonatransmissão,meusamigos. Antes de o anesté sico fazer efeito em sua tê mpora, Rayford lutou para nã o recuar diante da espetadela da agulha. Ficou surpreso ao ver que uma nova sensaçã o de dor pudesse superar todasasoutrasetambé mseespantoucomadelicadezadeLeahenquantoelaacomodavasua cabeçaegarantiaqueadordapicadaembrevedesapareceria. —Vocêestásendomuitomelhorparamimdoquemereço—disseele,sabendoquedevia pareceratordoadoeesperandoqueelacompreendesse. — Quer parar com isso, capitã o? Tenho trabalho a fazer e embora saiba que está procurandomanterascoisassuperficiais,nãoqueromepreocuparnocasodeestarfalandosério. Eleprocurouamãodela. — Espere um minuto, Leah, falo sé rio. Quando você veio trabalhar conosco sabe que implicamosumcomooutro.Eunã oestavaacostumadocomseutipodeperguntasesenti-me provavelmenteameaçadoporcausadelas.Nuncacorrigiisso,masnoquepudeperceber,você nuncamecobrou. Elacomprimiuoslábios. —Nã ovoutambé mfazerissoagora.Ouça,Ray,você está maisferidodoquepensa.Meu trabalhoé estabilizá -lo,impedirqueentreemchoque.Ofatodenã oteraindaacontecidoissoé um milagre. Entretanto, aparentemente precisa ouvir o que vou dizer-lhe. Falhei també m por nã o ter clareado o ar entre nó s. O fato é que com o tempo você conquistou a minha simpatia. Todos podiam ver como cuidava da gente, como era incansá vel, como punha tudo à frente de suasprópriasnecessidades. Rayford icou embaraçado. Nã o pretendera ouvir isso, por mais agradá vel que fosse. Apertou,então,amãodela. —Estábem,estábem.Somosnovamenteamigos. —Pensenaspessoasquevãoestarnocéuporsuacausa—disseela. —Tudobem,então.Euestavaapenastentandoagradecerporvocênãotercomplicadoas coisas. —Façaofavordeficarquieto! —Obedeço,senhora. MacnotouqueVivIvinslevantouosolhossurpresa,masdepoisserecuperourapidamente. Carpathiaindagara: —Osfotógrafosestãoprontos,Sra.Ivins? —Sim,Excelência. — Vou estar a cavalo — disse ele. — Todo o pessoal do Exé rcito da Unidade da Comunidade Global nesta sala, alé m de seus superiores, també m estará montado. Suas montariasvãoserarreadasenquantofalamos. Macentrouempâ nico.Há quantotemponã omontava?Seriacomosubirnumabicicleta? Será queselembraria?Nuncacavalgaraumanimaldotamanhodospuros-sanguesqueviranos está bulos.Todocavaloobedeciaà mã oseguraecon iantedocavaleiro.Eletinhadesaberqueo cavaleiroestavanocontrole.TalvezMactivessedefingiressacoragem. —Estáolhandodiretamenteparamim,soldado?—perguntouCarpathia. —Nã o,Sr.,—ojovembritâ nicoaoladodeMacrespondeu,comosolhosdardejandopara todososladosexcetonadireçãodeNicolae. —Estavasim!Seriamelhorqueadmitisseepedisseperdão. — Tem razã o, Sr. Eu estava, lamento muito e ofereço minhas mais sinceras e abjetas desculpas. — Essa é a segunda vez em que se refere a mim como Sr.! Nã o recebeu instruçõ es para nãoolhardiretamenteparamimnemsereferiràminhapessoaexcetocomo... —Sim,Excelência!Mildesculpas,SupremoPot... —Eagoraousainterromper-me? AvozdobritânicotremeueMacachouquesuaspernasestavamprestesatraí-lo. —Sintomuito—sussurrouorapaz. —Nãoconsigoouvi-lo,soldado! —Lamento,Excelência.Perdoe-me. —Queméseuoficialsuperior? —OComandanteTenzin,Sr.-Excelência! Carpathiaamaldiçoouohomem. —ComandanteTenzin! Ocomandanteindianoadiantou-se,curvando-se. —Aoseuserviço,Excelência! —Comandante,oSr.ensinouaseushomensquemsou? —Ensinei,senhorpotentado. —Atodos? —Sim,meurei. —Esobreoprivilégiodeserviradeusnaterra? —Absolutamentesim,divino. —Atéaestehomem?Seunome,filho? —Ipswich,Excelência—disseele,comlágrimasescorrendodosolhos. MacqueriamatarCarpathiaetemeutalvezpô remprá ticaessaidé iacasoopotentadose aproximasse. —ComandanteTenzin,oqueéissoemsuamão? — Um bastã o de palha, Excelê ncia. Estou ansioso pelo privilé gio de cavalgar em sua companhiahoje. Obastãotinha2,5cmdeespessuraepareceuaMacter1,20mdecomprimento. — Se eu lhe dissesse que o Sr. Ipswich zombou do seu treinamento, poderia pensar num usoapropriadoparaoseubastão,ComandanteTenzin? —Poderia,SuaGraça. Ipswichchoramingava. — E me daria a honra de empregá -lo na minha presença, para meu entretenimento e educaçãodetodos? Semmaisnada,Tenzinavançouempunhandoobastã o.AntesqueIpswichpudesserecuar, o comandante fustigou-lhe o rosto com tamanha rapidez e força que feriu o nariz dele do lado esquerdo,rasgandooslábios,quebrandoalgunsdentesecortandoapálpebraesquerda. Ipswich gritou, agarrando o rosto com as duas mã os e curvando-se até a cintura. Tenzin desceuobastã osobreapartedetrá sdopescoço,poucoacimadalinhadocabelo,abrindoum corte que espirrou sangue no rosto e no peito de Mac. Este fez o impossı́vel para nã o atacar o indiano. Quando o corpo de Ipswich dobrou-se para a frente, Tanzin bateu duas vezes nas costas dele em rá pida sucessã o e o segundo golpe rasgou as calças do uniforme. Isso o fez cair e enquantotentavaafastar-se,ocomandanteoseguiu,enchendodegolpessuascostas. Carpathiadeliciou-secomacena. —Quandoelenãopudermaisrastejar,ComandanteTanzin,acabecomasuamiséria! Outro soldado foi rapidamente chamado para substituir Ipswich. Pá lido e trê mulo a princípio,eletomoueminstantesaposiçãorígidaexigida. — Oh! — gemeu Carpathia, cruzando as mã os e olhando para o teto. — Que maneira de começarodia!Leon... —Sim,meusanto? —PeçaaocomandanteTanzinquefaçaumavisitaaochefeAkbar. —Certamente,senhor. —Mas,dê-lheinstruçõesparacastigá-losomenteatéopontodequasemorte. CAPÍTULO4 Enoque Dumas guiou mais de cem seguidores de O Lugar pelo fundo doshopping center abandonado de Illinois. Pouco antes das oito da manhã , ele começara a ensinar, procurando transmitir ao seu pessoal e a outros interessados o que deveria preceder o Glorioso Aparecimento. Nenhuma das preliminares celestiais tivera inı́c io e ele sentiu desapontamento, dú vida e medo por parte do seu pequeno grupo de crentes. Na maioria das vezes, poré m, ele icou olhandoporsobreoombroparaaestradaprincipal. Emborahouvessepoucosveı́c ulosdequalquertipoemcirculaçã o,elesabiaqueaCGlocal nã o fechara completamente as portas. Eles teriam de investigar uma assemblé ia daquele tamanho. A descoberta de um grupo assim, que nã o exibia a marca da lealdade a Carpathia, resultarianumbanhodesangue. Nã o havia mais qualquer desculpa para nã o usar a marca, e o castigo era a execuçã o imediata por qualquer meio. Até um civil tinha o direito de matar um insurgente. A ú nica exigê ncia requerida para livrar-se do crime de homicı́dio era arrastar a vı́t ima a uma sede da CG local e provar que ele ou ela nã o exibiam marca visı́vel, ou acenar para um Monitor de Moralqueestivessefazendoaronda,ouaumPacificadordaCG,efazê-loconfirmarocaso. De fato, havia boa recompensa para esses ofensores e os cidadã os leais ao potentado competiamentresipelosprê miosemdinheiro.Muitosganhavamosustentocomovigilantese algunseramfamosospelonúmeroimpressionantedemortesatribuídoaeles. Essa talvez fosse a razã o para a geralmente corajosa congregaçã o de Enoque estar dispostaasegui-lodaluzdodiaparaareclusãocomparativadooutroladodoshoppingvazio. —Sesoubé ssemosqueJesuschegariaantesdaCG,poderı́amos icarondeestá vamos.Mas eu,porexemplo,nã ogostariadetersobrevividoduranteseteanosparamorrerpoucoantesda voltadele. Ogrupoentrounumpá tiointerno,ondeeraó bvioquetodossesentiammaisseguros.Mas tinhamperguntasafazer. —QuandoElevirá? —Oquefaltaaindanasprofecias? —Vocêpensouqueas"semanas"significavam"anos",ouoquê? —Seráqueestamosmuitoenganados? — Acho que nã o — disse Enoque. — Mas, nã o sei. Nunca fui um curioso ou teó logo. Nã o passo de um estudioso, igual a todos você s. Venho lendo e estudando há alguns anos. Embora haja muitas diferenças de opiniã o e debates, até agora tudo, todos os elementos das profecias foramliteralmentecumpridos,damaneiracomoseencontramescritos.Tenhodeacreditarque hojeéodia. — Olhem! — gritou uma mulher lá do fundo. Ela estava vendo uma TV minú scula. — ParecequealguémestácontrolandooutravezatransmissãodaCG. Todomundoarodeou. —AqueleMiqué ias—disseela—quetomoucontadascoisasemPetra,vaifalarsobreo queaconteceemseguida. Outrostirarammini-TVsdosbolsosebolsas. —Podemosouvir,irmãoEnoque?Ficaráofendido? — De modo algum — disse Enoque, resgatando a sua TV do bolso. — O que pode ser melhordoqueisso?ODr.Rosenzweigéoeruditodoseruditos. Todosjuntaramsuaspequeninastelasemumbancodeconcretoeaumentaramosomaté queovolumecombinadopudesseserouvidopelospresentes. MacviuosolhosdeCarpathiaseestreitaremetemeuquealgué mmaispudesseseralvo desuafúria.Suaatençãoforaatraídaparaaentradadasala. —Oquefoi?—perguntouCarpathia. Umsubalternorespondeu: —Comoperdãodopotentado,mas,Excelência,oSr.pediuparaternotícias. —Oquê?Oquê! —OszelotesdePetra,osjudaístas... —SeiquemestáemPetra!Oqueaconteceuagora? —ElesconseguiramentrarnovamentenatelevisãodaCG. Carpathia enrubesceu e inclinou-se sobre a mesa, apoiando-se nas palmas das mã os. Os músculosdeseuqueixoretesaram-se. —Ligueoaparelho—dissecomosdentescerrados. Leon quase caiu, tentando puxar uma cadeira. Ele sentou-se pesadamente e fez pose, como se estivesse procurando debaixo do manto, e produziu um controle remoto a laser, que dirigiuparaaparedeatrá sdeNicolae.Umateladesceueumaimagemtornou-sevisı́vel:Chaim Rosenzweig sentado num cená rio simples, no interior de Petra. Tinha a Bı́blia aberta à sua frente e um sorriso pastoral no rosto. Um cronô m etro mostrava que começaria a falar em menosdeumminuto. Carpathia olhou por cima do ombro para a tela e depois se voltou, batendo com os dois punhosnamesa. —Primeiro—gritou—confirmequeIpswichestámorto!Depois,aviseTanzinquemudei deidé iasobreAkbar!Queroqueeletambé msejamorto!Finalmente,entreemcontatocoma SegurançaemAlHillah.Informe-osdamortedoseuchefeedigaqueaspró ximasordensserã o dadasdiretamentepormim. — Quero que a Segurança tome posse de nosso centro de transmissõ es a qualquer preço. Queroagerê nciamortacomtirosnosdoisolhos,umadministradordecadavez,apartirdoalto da cadeia de comando, um a cada 60 segundos, até que algué m retome o controle da transmissão.Compreendido? Ninguémsemoveuoufalou. —Compreendido? —Sim,Excelência!—Leondisse,pegandootelefone. —Estouaqui—exclamouVivIvins,comoaparelhojánoouvido. — Será que ningué m entende? Ningué m reconhece este homem? Foi ele que me assassinou! Enquanto eu ressuscitei dos mortos e passei a reinar como seu senhor vivo, ele permaneceumespinhoemmeucaminho.Chega!Nã odepoisdehoje!Umterçodetodoonosso exércitoiráinvadirPetraestanoiteeeleseráomeualvopessoal! Com a hidrataçã o iniciada por Leah, Rayford sentiu inalmente que talvez pudesse viver. Ele ainda tinha a impressã o de ter sido atropelado por um tanque e que nã o poderia andar ou sairsozinhodaquelaencostadesolada.Suasfaculdadesmentaisestavam,poré m,voltandoeele passouacrerqueLeaheAbdullahpoderiamdealgummodolevá-lodevoltaaocomplexo. —Duascoisas,Srta.Rose—disseAbdullah. —Quaissão? —DeacordocomaSrta.Palemoon,temosumproblemacomaviatura. —Queproblema?Há umapadiolanaCooperativaeumamesaespecialdetransportede doentes. —Elaveri icoucomaSra.Wooeasduasacreditamquevaiserimpossı́veltransportá -las paraestelocal. Leahsentou-seeRayfordviuqueexaminavaosmorrosacimadelaquelevavamaPetra. —Talveztenharazão.Qualéasegunda? —EladizqueMiquéiasestánatelevisãodaCGequetalvezqueiramosassistir. —TemumaTV,Sr.Smith? —Claro. — O capitã o está tã o está vel quanto possı́vel e é possı́vel que iquemos aqui por algum tempo.Vamosdarumaolhada. AbdullahtirouumapequenaTVdeumasacoladecouropenduradaemsuamoto. —Querveristo,capitão?—perguntouLeah. Chang estava grudado em seu monitor, mas pediu a Naomi que reunisse o restante dos técnicosdeplantão. —Vejamisto,pessoal—disseele.—Olhemparaocantoesquerdonoaltodatela. Assobios, tapinhas nas costas e regozijo se seguiram ao verem os nú m eros que passavam rapidamente,aumentandonumavelocidadededezenasdemilharesporsegundo,mastendojá ultrapassadodemuitoamaioraudiê nciadetelevisã onaHistó ria.NadadoqueCarpathiahavia transmitido chegara perto desse nú m ero; de fato, os trê s recordes anteriores haviam sido alcançadosporTsionBen-Judá. —Amados—Chaimcomeçara—Falocomvocê sestanoiteprovavelmentepelaú ltima vez antes do Glorioso Aparecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, o Messias. Ele pode muito bem vir durante esta mensagem e nada me daria maior prazer. Quando Ele vier, nã ohaverá maisnecessidadedelutarmoscontraoanticristoeseufalsoprofeta.Aobraterá sido feitapornóspeloReidosreis. — Em vista dele nã o ter vindo sete anos exatos, depois da assinatura da aliança entre o anticristoeIsrael,muitosestã operturbadoseconfusos.Querofalaraquiaesses,emboratenha de ser breve, pois, como sabem, controlamos essas transmissõ es contra os desejos de nosso arquiinimigo,etenhamacertezadequeeleestá fazendotodoopossı́velnestemomentopara impedir-nos. —MaisimportantedoquediscutirahoradavoltadoMessias,poré m—epossoresumir isto numa sentença: creio que ele estará aqui antes da meia-noite, hora de Israel -quero falar sobre a condiçã o espiritual de meus companheiros judeus ao redor do mundo. Se nã o tiverem ouvido antes, ouçam-me hoje. Esta é a sua ú ltima oportunidade, seu aviso inal, meu apelo supremoparaquereconheçameaceitemJesuscomooMessiasquehátantotempoesperam. — Você s ouviram muitas vezes as proclamaçõ es de meu querido amigo e colega, Dr. TsionBen-Judá ,quedescreveuasmuitasprofeciasqueirã ocumprir-seembreve.Seelasnã oos persuadiram, ouçam-me agora e saibam que é prová vel que ainda hoje vejam sinais no cé u anunciandooGloriosoAparecimentodeJesus. —ABíbliadizemMateus24.29,30que: "Logo em seguida à tribulaçã o daqueles dias, o sol escurecerá , a lua nã o dará a sua claridade, as estrelas cairã o do irmamento, e os poderes dos cé us serã o abalados. Entã o, aparecerá nocé uosinaldoFilhodoHomem; todos os povos da terra se lamentarã o e verã o o FilhodoHomemvindosobreasnuvensdocéu,compoderemuitaglória". — Este é o ú ltimo dia da Tribulaçã o profetizada há milhares de anos! Hoje é o sé timo aniversá rio da ı́m pia e rapidamente infringida aliança entre o anticristo e Israel. O que virá depois? O sol, onde quer que esteja no cé u onde você se encontra, deixará de brilhar. Se a lua surgir onde você está , ela també m escurecerá por ser simplesmente um re lexo do sol. Nã o temam.Nãoentremempânico.Confortem-senaverdadedaPalavradeDeusecoloquemsuafé emCristo,oMessias. —Oquesigni icaqueospoderesdoscé usserã oabalados?Nã osei,masamados,malposso esperar para descobrir! A Bı́blia diz que Deus mostrará "prodı́gios em cima no cé u e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue,antesquevenhaograndeegloriosoDiadoSenhor"(At2.19-20). — Espero um espetá culo como nunca vi antes, mas estarei seguro como Ele prometeu. Vocêvaiestarseguro?Estápronto?Estápreparado?Nãodemorenemumsegundoamais. —Qualé osinaldoFilhodoHomem?Nã osei;masseiquemé oFilhodoHomem:Jesus,o Messias. Será uma pomba poderosa, como aquela que desceu sobre Ele quando Joã o Batista o batizou?Será naformadeumleã o,poisfoitambé mchamadodeLeã odeJudá ?Será oseusinal um cordeiro, por ser igualmente o Cordeiro de Deus? A cruz sobre a qual morreu? O tú m ulo aberto,noqualvenceuamorte?Nãosabemos,masficareivigiando.Evocês? —Quemserã oessespovosdaterraqueirã olamentar-sequandooviremchegar?Osque nãoestãoprontos.Osquesedemoraramemsuarebeldia,suaincredulidade,suainércia. —Zacarias,ograndeprofetajudeudetemposidos,anunciouistohá milharesdeanos.Ele escreveu,citandooMessias: "EsobreacasadeDaviesobreoshabitantesdeJerusalé mderramareioespı́ritodagraça edesú plicas;olharã oparaaqueleaquemtraspassaram;pranteá -lo-ã ocomoquempranteiapor umunigênitoechorarãoporelecomosechoraamargamentepeloprimogênito"(Zc12.10). —Imaginem!OshistoriadoresnoscontamqueZacariasescreveuessaprofeciabemmais dequatrocentosanosantesdonascimentodeCristoe,todavia,elecitaoSenhorreferindo-sea simesmocomo"aqueleaquemtraspassaram". —Zacariascontinua: "Naqueledia,será grandeoprantoemJerusalé m...Aterrapranteará ,cadafamı́liaà parte; afamı́liadacasadeDavià parte...Todasasmaisfamı́lias,cadafamı́liaà parte,esuasmulheres à parte... Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalé m,pararemoveropecadoeaimpureza...Emtodaaterra,dizoSENHOR,doisterços dela serã o eliminados e perecerã o; mas a terceira parte restará nela...Farei passar a terceira partepelofogo,eapuri icareicomosepuri icaaprata,eaprovareicomoseprovaoouro;ela invocará omeunome,eeuaouvirei;direi:é meupovo,eeladirá :OSENHORé meuDeus"(Zc 12.10,12,14.13.1,8-9). — Pode haver qualquer dú vida, amigos, que Ele é quem a Bı́blia diz que é ? Se você continuar a rejeitá -Lo depois que o sol sumir, os cé us forem abalados, e seu sinal aparecer, certamente nã o terá esperança, nã o terá salvaçã o. Nã o espere. Faça parte daquele terço a quemoSenhorDeusprometeupassarpelofogo. — Pedro, um de nossos judeus do primeiro sé culo, disse: "E acontecerá que todo aquele queinvocaronomedoSenhorserá salvo".Nã opossoescolherpalavrasmaisapropriadasdoque estas quando falo a companheiros judeus, dizendo, "Varõ es israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varã o aprovado por Deus diante de vó s com milagres, prodı́gios e sinais, os quais o pró prio Deus realizou por intermé dio dele entre vó s, como vó s mesmos sabeis; sendo este entregue pelo determinado desı́gnio e presciê ncia de Deus, vó s o matastes, cruci icando-o por mã os de inı́quos; ao qual, poré m, Deus ressuscitou, rompendo os grilhõ es da morte; porquanto nã o era possı́vel fosse ele retido por ela. Porque a respeito dele diz Davi: Diante de mimviasempreoSenhor,porqueestáàminhadireita,paraqueeunãosejaabalado.Porisso,se alegrou o meu coraçã o, e a minha lı́ngua exultou; alé m disto també m a minha pró pria carne repousaráemesperança,porquenãodeixarásaminhaalmanamorte,nempermitirásqueoteu Santo veja corrupçã o. Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, encher-me-á s de alegria na tuapresença. Irmã os, seja-me permitido dizer-vos claramente a respeito do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e o seu tú m ulo permanece entre nó s até hoje. Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no seu trono, prevendo isto, referiu-se à ressurreiçã o de Cristo, que nem foi deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupçã o. A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nó s somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espı́rito Santo, derramouistoquevedeseouvis.PorqueDavinã osubiuaoscé us,maselemesmodeclara:Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estradodosteuspés. "Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vó s crucificastes,DeusofezSenhoreCristo"(At2.21-36). — Amados — prosseguiu Chaim — a Bı́blia nos diz que ao ouvirem essas palavras, "compungiu-se-lhes o coraçã o e perguntaram a Pedro e aos demais apó stolos: Que faremos, irmãos?" Você s també m estã o fazendo esta mesma pergunta hoje? Digo-lhes como Pedro disse a eles: "Arrependei-vos, e cada um de vó s seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissã o dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espı́rito Santo. Pois para vó s outros é a promessa, para vossos ilhos e para todos os que ainda estã o longe, isto é , para quantos o Senhor, nosso Deus,chamar"(At2.38-39). — Oh!, ilhos de Israel em todo o globo, estou sendo avisado de que nosso inimigo está prestes a recuperar o controle desta rede. Se ela for bloqueada, con iem em mim, você s já sabemosuficienteparacolocarasuaféemCristocomooMessias. — Visto que nã o sei quando este sinal vai desaparecer, quero terminar lendo para você s umadasmaisvaliosasepoderosasprofeciassobreoMessiasquejá foiescrita.Seminhavozfor silenciada, você s podem lê -la em Isaı́as 53. Lembrem-se, isto foi escritohá mais de setecentos anosantesdonascimentodeCristo. "Quem creu em nossa pregaçã o? E a quem foi revelado o braço do SENHOR? Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; nã o tinha aparê ncia nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitadoentreoshomens;homemdedoresequesabeoqueépadecer;e,comoumdequemos homens escondem o rosto, era desprezado, e dele nã o izemos caso. Certamente, ele tomou sobresiasnossasenfermidadeseasnossasdoreslevousobresi;enó soreputá vamospora lito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressõ es e moı́do pelas nossas iniqü idades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nó s andá vamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, masoSENHORfezcairsobreeleainiqü idadedenó stodos.Elefoioprimido(ehumilhado,mas nã oabriuaboca;comocordeirofoilevadoaomatadouro;e,comoovelhamudaperanteosseus tosquiadores, ele nã o abriu a boca. Por juı́z o opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressã o do meu povo,foieleferido.Designaram-lheasepulturacomosperversos,mascomoricoestevenasua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca. Todavia, ao SENHOR agradou moê -lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado,veráasuaposteridadeeprolongaráosseusdias;eavontadedoSENHORprosperaránas suas mã os. Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e icará satisfeito; o meu Servo, o Justo,comoseuconhecimento,justi icará amuitos,porqueasiniqü idadesdeleslevará sobresi. Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobresiopecadodemuitosepelostransgressoresintercedeu"(Is53.1-12). Duranteatransmissão,Changhaviacolocadonatelaumsite,dawebondeosqueestavam tomandodecisõ esparareceberCristopoderiaminformaraoDr.RosenzweigemPetra.Mesmo antesdeaCGretomarocontroledarededetelevisã o,osite icaracheiocomessasmensagens. Milhõ es ao redor do mundo, a maioria judeus, estavam reconhecendo Jesus como o Messias e depositandoneleasuaféparaseremsalvos. Mac icava sempre comovido com as Escrituras e mais ainda agora ao ver Nicolae Carpathia,oanticristo,eseufalsoprofeta,LeonFortunato,seretorcerem. — Gostaria de saber — disse Nicolae — quantos morreram em Al Hillah antes de conseguirmos tirar os piratas do ar. Quem era o que estava ali em pé e se encontra agora no controle? —Ouçambem.Essaspessoaspodemdizeroquequiserem,pregaroquedesejarem,crer noquequiserem.Mas,senã oreceberamaminhamarca,nã ojuraramobediê nciaaodeusvivo deste mundo, vã o certamente morrer. Este homem apela aos judeus, aos cã es da sociedade, à quelesquedeclareimeusinimigosdesdeoinı́c io.Enquantoisso,euosceifeinomundointeiro comoumacolheitapodre. — Embora o meu assassino esteja temporariamente livre, escondido como um covarde portrá sdemurosdepedra,meusexé rcitosestã odizimandoseusinfamesirmã oseirmã snasua supostaCidadeSanta.DepoisdeinvadirmosPetraedestruirmosnossosinimigosali,voltaremos para completar a tomada de Jerusalé m. A resistê ncia acredita possuir a superfı́c ie acima de ondeagoraresidimos,massuasopçõesacabaram.Nãotêmparaondefugir,ondeseesconder. — Que oSalvador deles apareça! Vou dar-lhe as boas-vindas. Eu o estraçalharei como a umcãoesubireiaotronoqueémeudedireito. AscoxasdeMacestavamdoloridasetremiamdefadiga.Aparedeà ssuascostasperdera afrescuraeelenã ocompreendiaarazã o.Ocalordoseucorporeduziraosefeitossubterrâ neos? Não,algoestavaacontecendo.Atemperaturahaviasubido.Como?Oquecausaraisso? Até mesmo Carpathia, que icara imune à fome, ao cansaço e à sede depois da sua ressurreição,casoasinformaçõesfossemconfiáveis,notouisso.Eleajeitouocolarinho. —Oqueaconteceucomoar-condicionado? —Nãoénecessário,Excelência—disseLeon.—Estamosa12metrosabaixodasu... —Seiondeestamos!Querosaberporqueatemperaturasubiu.Nãoestásentindo: —Claroquesim,exaltado.Mas,nã ohá fontedecaloraqui.Atemperaturaestevesempre constante... —Quercalaraboca?Atemperaturasubiuenemmesmoocalordenossoscorposjuntos nãopoderiafazertantadiferença. Será?—Macseperguntou.Haveriaapossibilidadedesteserumsinaldavoltaiminente? Jesusapareceriaatémesmoali,nocovildoinimigo?—Senhor,venha! Quemsabedoladodeforaosolteriaescurecido. Rayford protegeu os olhos e olhou para o cé u. Nem uma nuvem sequer. O sol havia finalmenteprogredidoemseupercursoapontodeatemperaturacair,talvezmaisdedezgraus, desdeoseurá pidoavançoaomeio-dia.Rayfordaceitouagradecidoooferecimentodoboné de Abdullah,queeraumpoucopequeno,masserviaaoseupropósito. —Senã opudermoslevá -loparaPetra—disseLeah—aomenosprecisamosfazercom quefiquesentado.Seráqueconsegue? —Nãotenhoidéia.Mas,seiquevocêtemrazão.Vouprecisardeajuda. —Vaisentirtontura—a irmouLeah,oqueprovouestarlongedaverdade.Quandoelae Abdullah o izeram sentar, o sangue correu tã o depressa na cabeça de Rayford que ele pensou que ia perder os sentidos, nã o obstante estivesse seguro em sua cadeira na sepultura rasa que fabricara. —Nossa!—sussurrouRayford. —Quandoestivermelhor,diga-meondedóimais—pediuLeah. —Jápossodizer.Primeirootornozelo,depoisacanela,eporúltimoamão. —Voumedicá -lonessaordem,mastudoserá temporá rioeimprovisado.Nã oé oqueeu fariaseestivessenumambienteestéril. Enquanto Leah limpava e anestesiava o tornozelo, que tinha um corte profundo aberto e danosinternos—eladisse-umcirurgiã ovaiterdetrabalharnoossoantesdefecharisto,mas você nã o precisa de ar e areia no ferimento. — Ela cortou a pele dani icada e morta que nã o podiaserrecuperadaesuturouolugardeformaapoderserfacilmentereaberto. —Istovaidoer—disse,cortandoascalçascá quiabaixodojoelhoesquerdoeexaminando acanelacomasduasmãos. —Nã ohá dú vidadequevocê temumafratura,masestenã oé umossofá cildecolocarno lugar.Voufazerumatentativa,massódepoisdeanestesiá-lo.Concorda? —Tenhoescolha? —Nã o.Epossı́velquevocê tenhadesercolocadoemumadenossasmotocicletasesem umatalanesteosso,vaidesmaiardedor. —Eadorquevousentircomasuatentativa? —Nãofaçopromessas. Rayfordjá seferiragravementeantes.Nã opodia,poré m,lembrar-sedeumaagoniacomo aquela.Leahfalhounaprimeiratentativadeacertaratíbia,masdissesimplesmente: — Sinto muito, vou conseguir — e fez outra tentativa. Apesar de um chumaço de gaze paramorder,RayfordtemeutergritadoaltoapontodealertaroExé rcitodaUnidade.Mesmo depoisdeoossoestarnolugar,apernadoı́atantoquepulouetremeupormaisdedezminutos enquantoelelutavaparanãogemer. —Vouesperarumpoucoantesdecolocaratala—explicouLeah. —Vocêétãobondosa—disseeleerecebeuumsorrisocomoresposta. Atala,porfelicidade,eradeplá sticoin lá veleumaveznolugarestabilizoudetalmaneira oossoqueadorcomeçou inalmenteaceder.Leahocupou-seemlimparetratarosferimentos namão,nacanelaenosdoisbraçosejoelhos. —Vouparecerumespantalho.Emelhornã odeixarqueKennymevejaaté queeupossa tiraralgunsdessescurativos. George Sebastian icou aliviado ao saber que encontraram Rayford com vida, Pô s-se, no entanto, a imaginar quã o grave era o estado dele. O pró ximo movimento que o Exé rcito da Unidade ia fazer o deixava també m apreensivo. Eles tinham avançado tã o lentamente sobre a suaposição,fechandometadedadistânciaentreeles,queamanobralevouhoras. Agora estavam parados. Se fosse uma espé cie de guerra psicoló gica, realmente funcionava.OpessoaldeSebastianseassustara. Eracomoseaquelatropaturbulenta,encabeçadaporcentenasdemilharesdecavaleiros montados, estivesse apenas esperando uma palavra do anticristo para abrir fogo ou atacar. O que incomodava Sebastian agora era a necessidade de girar a cabeça mais de 120 graus para poderavistaremtodaasuaamplitudeaforçadecombatequeteriadeenfrentar.Pormaisalto que subisse, jamais aquilataria a sua profundidade, o im do exé rcito escondia literalmente o horizonte. MacficoutãoespantadoquantoLeonpareciaestar,quandoCarpathiadisse: —Precisodeumacadeira.Tragamumacadeira! Nicolaepoucasvezessesentavanosú ltimostempos.Erasabidoqueelenã osealimentava oudormiahaviatrê sanosemeio,persuadindooslegalistasdequeeraoDeusvivoeverdadeiro, e con irmando para seus inimigos ser de fato o anticristo, habitado por Sataná s. Sua ira era lendária.Mas,ninguémobservaraqualquerfraquezaoufragilidadefísicanele. Eagoraprecisavadeumacadeira? Leon Fortunato pulou da sua e colocou-a por trá s do potentado que se sentou trê mulo. Nicolaeabriuocolarinhoedesabo-toouacamisa,abanando-sefracamentecomumadasmãos. — Permita-me, Excelê ncia — disse Fortunato. Ele ajoelhou-se, levantou a barra de seu ostentosomantoatéacinturaecomeçouaabanaropotentado. Carpathia normalmente se cansaria em breve de tanta subserviê ncia, mas parecia em pâ nicoegrato.QuandoLeonpediuaVivIvinsquelevasseumcopodeá guaaNicolae,seugorro decorberranteescorregouecaiunasdobrasdesuaroupa.Aosacudi-la,otecidoesticouefez cairogorronocolodeCarpathia. —Oh!—gritouLeon.—Oh,majestade!Perdoe-me!—Eleinclinou-seetentourecuperar ogorro,conseguindoapenasfazê -locairnochã odooutrolado.OimpulsodeLeonfê -lotombar sobre o lı́der indisposto, sua enorme barriga no colo dele. Agarrou entã o o gorro com as duas mã oseenquantovoltavaà posiçã onormal,colocou-odenovonacabeça,balbuciandotodasas desculpasimagináveis. MactinhacertezadequeNicolaeiriaexecutarseuhomemdecon iançaportalquebrade etiqueta, mas ele mal pareceu ter notado. Carpathia estava em apuros. Viv Ivins colocou inalmente um copo d'á gua à sua frente, mas as mã os dele estavam agora inertes e sua fisionomiageralmentecoradahaviaempalidecido. Leon agarrou a á gua e levou-a aos lá bios de Carpathia, enquanto o gorro ameaçava cair novamente. Desta vez, Leon zangado, tentou ajeitá -lo e o gorro caiu no chã o por trá s deles. Carpathiaquasenãoconseguiaabrirabocaeaáguaescorreupescoçoabaixo. —Chamemosparamédicos—guinchouLeon.—Alguém,porfavor!Depressa! CAPÍTULO5 O suor corria pelas costas de Mac. A temperatura continuava a subir, quase como se houvesse uma fogueira debaixo do monte do Templo. Visto que Carpathia estava tendo problemas, as sentinelas do Exé rcito da Unidade saı́ram da posiçã o de sentido e enxugaram a testa, ajeitaram a camisa e a jaqueta e trocaram olhares como se perguntassem o que estava acontecendo. Maccurvou-se,debruçandosobreaaberturaemformadearcoaoouvirgritos.Oquequer que estivesse acontecendo já se espalhara. De repente, os está bulos viraram um caos. Cavalos sem arreios se livraram dos encarregados, relinchando, atropelando uns aos outros, numa debandadasemsaı́da.Ostratadorestentaramjogarlaços,maseramlevantadosdochã oquando oscavalosempinavamejogadosaosoloquandoelessaı́amcorrendo.Oscavaloscolidiamcom cavalos,lutandoporespaçoafimdeatravessarosarcos. Homensemulheresforampisoteados,algunsaté amorte,masquandoumsoldadomı́ope disparousuaarmaparaoar,asituaçãosópiorou.Maisdemilpuros-sanguesestavamempânico eaterrorizados.Seguindoseusinstintos,elestentaramfugir,esmagandotudoemseucaminho, inclusiveunsaosoutros. Macviuquartosdianteirosdegrandeseqü inossendorasgados,enquantoosanimaiseram esmagados contra as paredes de pedra. Ouviu o som de pernas sendo quebradas, viu cavalos beliscandoemordendoumaooutroeembreveeraumsalve-sequempuder! —Ondeé oincê ndio?—algué mgritou.Muitosdevemterouvidoapenasapalavra"fogo", pois ela foi repetida vez apó s vez, com os soldados berrando em todo o subsolo. Mac nã o viu chamas, nã o sentiu cheiro de fumaça. Mas ouviu, "Fogo! Fogo! e, como o restante das pessoas, seuinstintoeradirigir-separaasuperfície. Umcomandante,porém,comocanodeumasubmetralhadoranuclearofezvoltaràsala. —"Nã ohá incê ndio—eleanunciou.—Cadasoldadonestasalatemumdever:protegero potentado.Éissoquevamosfazer.Ninguémentra;ninguémsai." —Permissãoparafalar,comandante—veiodeumcanto. —Concedida. —Oqueestácausandoocalor? — Nã o tenho idé ia, mas vamos deixar que todos se matem, procurando escapar de um incê ndio que nã o existe. Você s nã o vã o correr mais do que um cavalo de mais de 100 kg que queroseuespaço.Portanto,fiquemaquiefaçamseutrabalho. —Oqueaconteceucomopotentado? —Comovousaber? —Osparamédicosvêm? —Nã oseicomovã ochegaraqui.Mas,podeapostarqueningué mmaisvaientrar.Seesta forumaconspiraçãocontraSuaExcelência,terminaaqui.Atençãoagora!Armaspreparadas! Mac sempre detestara icar em subsolos, mas até aquele momento, a incursã o nã o provocaraclaustrofobia.Opró priotamanhodaá reapermitiraespaçoparamover-seerespirar. Masagora,foradoúnicoaposentoondetodospermaneciamimóveis,reinavaopandemônio. Nã ohaveriapossibilidadedefuga,deliberdade,nemluzdodia,ouar,oureduçã odocalor, mesmo que disparasse sua arma e matasse todos ao seu redor e abrisse caminho para a superfı́c ie. O que estava acontecendo na rampa de terra e nas escadas de madeira tornava menores as tragé dias em massa resultantes de incê ndio em pré dios lotados. Mesmo sem um incêndioreal,aquiloiasercatastrófico. Com a sua segurança fora de alcance e o dedo no gatilho, Mac lutou para manter a compostura,permanecendonaposiçã odesentidoeolhandodiretamenteparaCarpathia,como suorcorrendoagoralivrementepordentrodouniforme. Nicolaepareciadebilitado.Seuscabelosantesabundantesdavamagoraaimpressã odeser ralos. Seus olhos claros, esquadrinhadores, estavam injetados e sombrios. Tinha o rosto macilento e, embora nã o izesse sentido, Mac parecia ver veiazinhas percorrendo o rosto do homem,emoldurandoseusolhoscavos. OsdedosdeCarpathiatinhamafinado,suapeleeradaconsistênciadopapel,eseusombros ossudos.Pareciaqueeleperdeu25kgempoucosminutos.Oslá biospá lidos,azulados,estavam partidoseseusdentesegengivasficaramexpostos...eraexatamenteabocadeummorto. —Devebeber,Excelência!—choramingouFortunato. — Estou exausto — disse Carpathia, e embora Mac mal pudesse ouvi-lo, aquela com certezanã oeraavozqueeleaprenderaareconhecer.Aspalavraspareciamvazias,indistintas, comoasdeumeco,davamaimpressãodequeelefalavadeumamasmorradistante. —Estoufaminto—afirmouCarpathia.—Exausto.Morto. Nã o há dú vida de que esta ú ltima palavra era uma igura de retó rica, mas para Mac ele parecia mesmo morto. No caso da pele piorar, poderia passar por um cadá ver em decomposição.Atésuasorelhastinhamperdidoacorepareciamtranslúcidas. No instante seguinte, Mac se viu de joelhos, protegendo os olhos da luz mais forte que já experimentara. Ela o fez lembrar de uma experiê ncia cientı́ ica no colegial, mais de 50 anos antes,quandocomoscolegasusavaóculosdecoresfortesenquantoacendiatirasdemagnésio. Mac espiou e descobriu que nã o era o ú nico soldado no chã o. A maioria havia caı́do de bruços,comasarmasfazendoruı́donopiso.Qualquerquefosseafontequeirradiavadomeioda mesa,elailuminouoaposentocomoosoldomeio-dia. — Lindo! Lindo! — as pessoas sussurravam, entremeando com gritos de admiraçã o associados à exibiçã o de fogos de artifı́c io. Todos os dignitá rios haviam afastado as cadeiras da mesaecobertoosolhos,espiandoatravé sdosdedosparaolharaquelaapariçã omagnı́ ica,oque querquefosse. Mac voltou a icar de có c oras e seus olhos foram se acostumando aos poucos à radiâ ncia inicialmenteofuscante.Enquantopermaneciaali,comasmã osnovamentenaarma, icouclaro porquetantospensavamqueaquela...aquelaapariçã oeratã oimpressionante.Elapareciapairar vá rios centı́m etros acima da mesa, diretamente no centro, de um branco brilhante tingido de ourotãofortequenãosepodiatirarosolhosdamesma. Seufulgoreratamanhoquenenhumdetalhepodiaservistocomnitidez,debaixoaté em cimadoquepareciaumaformahumanatoscade1,80m.Nã ohaviameiosdesaberseele-caso fosseumserhumano—usavasapatos,ouroupas,ouestavanu. Mac gradualmente percebeu que via diante de si as costas de um ser que encarava Carpathia e Fortunato. Cabelos louros lutuantes surgiram à vista, mas ao que tudo indicava o resto do corpo permaneceria um misté rio para o olho humano. Aquele nã o era claramente o Glorioso Aparecimento de Cristo, pois Mac sabia que Jesus devia voltar nas nuvens, acompanhadopelosseusfiéis. AcadeiradeVivIvinsestavavazia,masMacpodiaouvi-lagemerdeêxtasenochão. Leontambémcaíra,ecomacabeçaenterradanasmãos,balançavaocorpoechorava. Carpathia se curvara para a frente na cadeira emprestada, com o rosto na mesa, braços abertos,palmasdasmãosparabaixoemurmurava: —Oh!,meusenhor,meudeus,emeurei—suavozcomoadeummortorepetiaissovez apósvez. Doladodeforadasala,Macouviuosmedonhos,osterrı́veissonsdamorte.Pâ nico,gritos eguinchos,sú plicas,ossossendoesmagados,pulmõ esexpelindoar,cavalosbufandoegemendo ruidosamentecomooutrascriaturasmenorespoderiamterfeito. Gritospenosos,solitá rios,podiamserouvidosdehomensemulheresadultos.—Salve-me! Oh,Deus,salve-me!Nãoqueromorrer! Morreram, poré m. Sem mesmo ter condiçõ es de assistir, icou claro para Mac que a carni icinaentreeleeasaı́danã osecomparariaanadaquejá tivessevisto.Ouviram-setirose elesó podiaimaginarquesetratavadospoucossoldadosrestantesacabandocomamisé riados cavalos ou de seus companheiros e tentando achar caminho entre os seus corpos mortos para alcançarasaída. Carpathia levantou uma mã o paté tica, sua roupa de Zorro pendurada como se estivesse numcadáver. —Lú c ifer—eleconseguiudizernaquelavozrouca,estranha,parecendoolhardesoslaio paraoser.—Meureiesenhor,porquemeabandonaste?Nã omeentregueiinteiramenteati, paraservi-locomtodoomeucoraçãoemeuser? — Silê ncio! — veio a resposta num tom de voz tã o fantasmagó rico, agudo e terrı́vel que fezMacrecuaretervontadedecobrirosouvidos. —Vocêmecausadesgosto!Olhesóparavocê!Ousasugerirquetemalgoaofereceramim alé mdoseucorpopaté tico?Está embriagadocomumpodercujafonteseachamuitoalé mda sua!Nã opassadeumvaso,uminstrumento,umpotedebarroparaosmeuspropó sitos,todavia sepavoneiacomosetivesseumátimodevalor! —Oh,meurei!—gaguejouCarpathia.—Não!Eu... —Você nemsequerentendeosigni icadodapalavra silencio!Você nã oé nada!Nada!Nã o teve poder para ressuscitar dos mortos! Era uma carcaça, rı́gida e decadente. Olhe para você agora.Semaminhagraça,voltariaàterra,cinzasàscinzas,epóaopó. —Poupe-me,meusenhor!Euteamoedesejoservir-te!Nãofareinadapara... — Oh, espı́rito da insigni icâ ncia, simples partı́c ula da minha imaginaçã o. Vou tomar de empré stimonovamenteseuesqueletoindigno.Devesaber,poré m,esenã opudercompreender, devo lembrá -lo de quem você é e quem nã o é . Você nã o é eu! Eu nã o sou você ! Nã o passa de simplesinventá rio,mercadoriaseserviços.Eumapeçadeequipamentoenuncaouseimaginar outracoisa. —Eununca,divino!Nunca!Estouhumildementeaseuserv... —Eusouosenhorseudeusenãocompartilhareiaminhaglória! —Absolutamentenão—disseCarpathia,ofegante.—Óreidocéuedaterra. — Nã o pense que foi por acidente que meu Adversá rio, em suas pró prias palavras, reconheceuqueminhaorigemé celestialemechamou ilhodaalva!Você nã osabe,comoEle sabe,quefuieuqueenfraqueciasnações?(Is14.12.) —Eusei—soluçouCarpathia.—Eusei! — Eu e nã o você , nem ningué m do mundo evoluı́do, sou aquele que subirá aos cé us. ExaltareiomeutronoacimadasestrelasdeDeus;sentareitambé mnomontedacongregaçã o, nasextremidadesdonorte;subireiacimadasmaisaltasnuvensesereisemelhanteaoAltíssimo. —Sim,preciosomestre.Sim! —Todavia,omeuInimigoa irmaquesereilançadoaoinferno,à smaioresprofundezasdo abismo. —Não,senhor,não! —Eleafirmaqueosquemeviremirãofitar-me,dizendo: — Foi este o homem que fez a terra tremer, que sacudiu reinos, que tornou o mundo desertoedestruiusuascidades,quenãosoltouseusprisioneiros? —Quenuncasedigaisso,meusoberano! — Oh, sim, meu Inimigo zomba de mim! Ele declara que todos os reis das naçõ es, todos eles, morrerã o em gló ria, cada um em sua grandiosa sepultura, mas que eu — eu — serei lançado fora de meu tú m ulo como um ramo abominá vel, como as vestes dos que foram assassinados, traspassadoscomumaespada,queatiradossobreaspedrasdoabismo,comoumcadá ver pisoteado.Sereisepultadocomoumsoldadorasomortonabatalha? —Nunca!—soluçouCarpathia.—Nunca!Nãoenquantoeutiverfôlego! —Vocêétãoestúpidoquenãoconseguecompreender?Soueuquemlhedáfôlego! —Eusei!Sim,eusei! — Qual será , pois, a sua contribuiçã o, escravo, quando o Inimigo quiser cumprir sua promessa de que nã o me será ofertado qualquer monumento, porque destruı́ minha naçã o Babilô niaemateimeupovo?Elemeinsulta,dizendoquemeu ilhonã oserá meusucessorcomo rei. — Oh!, permita que eu seja teu ilho — proferiu Carpathia entre lá grimas. — E tu será s meupai. — Mas,não! O Inimigo escarnece de mim. Ele diz:Matem os ilhos deste pecador. Não permita que conquistem a terra, nem reconstruam as cidades do mundo. Eu, eu mesmo, subi contraele,eEletemaaudáciadechamaraSimesmodeSenhordosexércitosdoscéus. —Mas,esseéoteunome,óestrelabrilhante!Sóteu! — Ele já destruiu a minha amada Babilô nia, mas nã o se satisfará enquanto nã o a tornar numa"terradesoladadeouriços,cheiadepântanosecharcos".Elepromete"varreraterracom avassouradadestruição",estechamadoSenhordosexércitosdoscéus. —Nãopermitiremosqueissoaconteça,SuaGraça. —Elejurouisso.Dizqueé esseoseupropó sitoeplano.Decidiudestruiroexé rcitoassı́rio quandochegaraIsraeleesmagá-locomassuasmontanhas,dizendo: — Meu povo nã o mais será escravo deles. Este é o meu plano para toda a terra — eu o cumprireicomomeuimensopoderquealcançatodososlugaresaoredordomundo. —OpoderDelenã oé nadacomparadoaoteu,reiconquistador!Vamosprovarissoainda hoje,nãoé? —Nós?Nós? —Tu!Tu,óexaltado! — Quem é você para falar? O que tem a oferecer-me quando o Inimigo, que chama a Si mesmodeSenhor,oDeusdaBatalha,tiverfalado—quempodemudarosplanosDele?Quando Suamãosemove,quempodedetê-la?Quemafarávoltaratrás? —Tupodes,ópoderoso.Creioemti. —Euposso,enã oseesqueçadisso.QuemElepensaqueinvestiucontraIsraelefezDavi realizarocensodeseupovo,quandoDeushaviaclaramenteproibidoisso? —Elesabe.EuseiqueElesabe! —EclaroqueElesabe!Fuieuqueandeipelaterra,rodeandoepasseandoporela.Fuieu queproveietenteiJóatéquaseopontodeleabandonareamaldiçoaroseuDeus.Quandoosumo sacerdote Josué apresentou-se diante do Anjo do Senhor, eu iquei à direita dele para fazer-lhe oposição.EutenteioFilhodoInimigonodeserto. —Equasefoibem-sucedido. —Osucessovaiacontecerhoje. —Creionisso,meusenhor. —FuieuqueleveioFilhodoInimigoà CidadeSantaeodeixeinopiná culodotemplo.Eu lhedisse,"Seé sFilhodeDeus,atira-teabaixo,porqueestá escrito:Aosseusanjosordenará ateu respeitoqueteguardem".Mas,Elenã oquis!Elemesmonã oacreditavanisso!Respondeucomo um covarde com simples palavras. Tentou dizer-me, como se eu nã o soubesse, que "També m está escrito: Nã o tentará s o Senhor, teu Deus" (Mt 4.5-7). Ele nã o é , poré m, o meu Senhor ou Deus! —Nemomeu,príncipedapotestadedoar. —Fuieuqueoleveiaummonteexcepcionalmentealtoelhemostreitodososreinosdo mundoesuaglória.Oferecitodoseles,seapenasseprostrasseemeadorasse.MasElenãoquis. —Eleeraumbobo. —EutambémnãomecurveidianteDele. —Ejamaisfarásisso. —Jamais.Elefalouaverdadeeestavacertoquandochamouseudiscı́pulodeSataná s.Eu controleientã oPedroporalgumtempo.OFilhodoInimigoacusou-ocomrazã odenã ocuidar dascoisasdeDeus,masdascoisasdoshomens. —Quepossasersempreassim!—exclamouCarpathiaembevecido. — O Filho sabia perfeitamente que quando os homens ouviam a Sua mensagem, eu chegavaimediatamenteeremoviaapalavrasemeadaemseuscorações. —Essefoisempreoseupontoforte. — Fui eu que entrei em Judas, contado entre os discı́pulos do Filho. Fui eu que pedi novamentePedro,afimdepeneirá-locomotrigo.Eleestavaenfraquecidonaquelanoite. —Eunãosereifraconasuahoradenecessidade,mestre. —Nãoprecisodevocê!Nãosereifraco!Você,tristeser,nãoéeducável. —Perdoa-me,senhor. —Fuieuqueenchiocoraçã odeAnaniasparaquementisseeguardassepartedopreçoda terraparasimesmo. —Umaobra-prima! — Silê ncio! Começo a me cansar de você . Estou me preparando para a batalha com AquelequechamaaSimesmodeDeusdapazea irmaquemeesmagará sobosseuspé s.Eu, que me aproveito quando os homens ignoram meus estratagemas. Sou o deus deste sé culo, capaz de cegar a mente dos que nã o crê em — como eu nã o creio — no que meu Inimigo chamadeluzdoevangelhodagló riadeCristo,queé aimagemdeDeus.Eusoumaisdoquea Suaimagem.SouSeusuperioresereiSeuconquistador.Fuiastuciosoosu icienteparaenganar Eva,asegundacriaçãoDele.Nãosereicapazdestatarefa? —Tués,eouniversocantaráteuslouvoresetechamarábendito. — Você acertou quando disse que sou o prı́ncipe das Potestades do ar. Sou o espı́rito que opera agora nos ilhos da desobediê ncia contra o Inimigo. Opero entre eles para satisfazer sua cobiçacarnal,osdesejosdacarneedamente.Ningué mseoporá aosmeusardis.Elesnã olutam contra carne e sangue, mas contra meus principados e poderes, contra os meus dominadores destemundo,contraasforçasespirituaisnasregiõescelestes. —Esteéstu,óbendito! —Tenhodardosardentesquenãopodemserapagados. —Amémeamém! — Prejudiquei até o servo favorito do Inimigo, Paulo, frustrando vá rias vezes os seus planos. Quando Ele se ausentava de Seus seguidores, eu os tentava a afastar-se da fé . Era adversáriodelesesereferiamamimcomoumleãoqueruge,procurandoaquemdevorar. —Hojeseráumafestaparati. — O Inimigo que se chama Deus decretou que Seu Filho fosse manifestado, para que pudessedestruirminhasobras. —Blasfêmia! —Elemechamoudegrandedragã o,deantigaserpente,dediaboeSataná sereconheceu que sou eu quem engana o mundo inteiro. Errou, no entanto, quando me lançou na terra com meusanjos. — Cometeu um grave erro, senhor. Quã o excelente é o teu nome em toda a terra! Que sejaexaltadoacimadoscé us.Queatuagló riaestejaacimadetodaaterra.Tu,meusenhor,é s exaltadoacimadetodasasnaçõ eseatuagló riaacimadoscé us.Quemé comotuquehabitas noalto? —Vouprecisardevocêoutravezporbrevetempo. —Soutodoteu—respondeuCarpathia. Depoisdisso,aluzdesapareceueNicolaelevantou-se,comoqueixoerguido,aarrogâ ncia restaurada.Recuperouascoresenquantoabotoavaacamisaearranjavaasroupas.Eracomose tivessevoltadoàvida,suavozeranítidaeconfiante. —Voltemaosseuslugares,senhorasesenhores,porfavor.Sra.Ivins,porfavor.Reverendo Fortunato. — Ele moveu deliberadamente a cadeira provida por Leon e segurou-a enquanto o homemsantosedesembaraçavadesajeitadodesuasvesteseficavaempé,depoissentou-se. —Subpotentados,generais,assistentes,senhores,porfavor.Soldadosvoltemà posiçã ode sentido. Ficou claro para Mac que a sala estava repleta de pessoas abaladas e em estado de choque. Todos os olhos brilhavam de medo. Seus corpos mostravam-se hesitantes e inseguros, cadaumretornandoaoseulugarcommedoeassombro. —Oseudesconfortoembrevecessará—afirmouNicolae. —Quandotodosestiverememseuslugares,vouexplicaroqueacaboudeaconteceredo quevãolembrar. Umdignitárioasiáticolevantouamão,comorostoconsternado. —Porfavor,nãofaçamperguntasnomomento. Umafricanoficouempé,tendoamãotambémlevantada. — Por favor, atenda ao meu pedido, Sr... — disse Carpathia. — Vou ouvi-lo num momento,semeestenderestacortesia. O africano sentou-se, claramente perturbado. Os demais se entreolhavam, com os olhos apertados,meneandoacabeça. — Senhoras e senhores, soldados — Carpathia começou, mas foi interrompido por um homemnaporta. —Oquehá? —Excelência,nãoconseguimosencontrarumaunidadedeparamédicosparaestasalapor causadacarnificinaláfora. —Obrigado,issonãoémaisnecessário. — Sua graça, també m nã o conseguimos determinar a fonte do calor que causou a debandada. —Creioqueessaquestãoéinútilagora,nãoé?Alguémestádesconfortável? —Nã oporcausadocalor—disseumaustraliano,—mastenhoalgumasperguntassé rias sobreoqueacaboude... — Vou pedir-lhe també m, Sr., que espere para apresentar todas as perguntas e comentá riosmaistarde.Obrigado.E,Sr.?—acrescentouele,dirigindo-seaoqueestavajuntoà arcada.—Importa-sedepermanecerenquantoofereçoumaexplicação? OhomempassouporMace icouempé atrá sdosqueseachavamsentadosdooutrolado damesa,àfrentedeCarpathia. — Senhoras e senhores — Nicolae começou em seu tom mais suave e persuasivo, percorrendoasalacomosolhosefitandobrevemasdiretamentetodos. — Nã o se sintam obrigados a desviar os olhos desta vez. Quero fazer contato visual com todos. Você s tiveram o privilé gio de assistir a uma experiê ncia ú nica. Estiveram presentes quando deixei este corpo mortal e tomei minha forma divina. Dei-lhes todos os direitos e privilé giosqueacompanhamsuaposiçã ocomoseguidoresleaiseosfortaleciparaabatalhaque serátravada. — Quando deixarmos este lugar e subirmos para a nossa gloriosa vitó ria, vã o ver que o inimigoconseguiupenetrarnoterrenoacimadenó s,ouseja,nossoteto.Protegidivinamentea minhapessoa,assimcomoadevocê s,maselesprovocaramumadebandadaquecausoumuitas baixasemnossastropasenossosanimais;pelosquais,comosabem,temostantoapreçoquanto pelos nossos recursos humanos. Nã o se alarmem, poré m, e nã o temam. Nossos recursos sã o ilimitados.Voulevá -losparaforaehaverá montariassu icientesparatodos.Agora,algué mquer fazeralgumcomentáriooupergunta? Oasiáticoficouempéecurvou-se. — Eu só queria, Excelê ncia, agradecer-lhe pelo privilé gio estendido a mim e aos meus acompanhantes. Ter estado aqui para este momento grandioso e histó rico irá tornar-se uma lembrançainesquecível,esomosimensamentegratos. —Obrigado.Àssuasordens,Sr. Oafricanolevantou-se. — Quero repetir esse sentimento, sua santidade, em nome de minha equipe. O senhor é dignodeserlouvadoe icamosnaexpectativadeparticipardasuavitó ria inal,depoisdaqualo mundooveráporquemverdadeiramenteé. Macqueriagritarumamé m.Sefosseoú nicocrentenoaposento—eachavaquesim— eratambémoúnicoquenãohaviasidohipnotizadoporCarpathia. Asaı́daparaasuperfı́c iefoisurrealista.Oshomenseasmulheresforamguiadoseseguidos por contingentes de soldados, proporcionando a Mac uma visã o perfeita de sua reaçã o ao que acontecera a todos os demais. O lugar estava em piores condiçõ es do que qualquer á rea de guerra. Viam-se centenas de cavalos e ainda mais homens e mulheres mortos, em hediondo repouso,despedaçados,pisoteados,esmagados,dilacerados.Ocheirodosestá bulosnã oeranada comparadoaodasentranhasexpostasdossereshumanosedosanimais. Todavia,oshomensemulheresquesaı́ramdosalã opisaramsobreosrestosmortaiscomo seestivessempasseandoporumacampina. Ningué mfezcarafeia,tapouonarizoucomentouqualquercoisa.Eracomosenã ovissem o massacre que encharcava seus sapatos e fazia o pó aderir ao sangue. Ao chegarem à superfı́c ie, bateram alegremente os pé s e agradeceram a ajuda dos soldados. Os â nimos mostravam-sefestivosenquantograndescorcé iseramcolocadosem ilaparaelesecadaumfoi ajudadoasubiremsuasela. A caminho de Armagedom, eles sorriam, riam e conversavam como se estivessem indo para as corridas. Mac notou pela primeira vez naquele dia que nuvens tú rgidas e fofas tinham começado a salpicar o cé u. O sol continuava visı́vel, num tom alaranjado no horizonte. Tudo o que ele desejava era afastar-se sem ser notado, para estar com seus irmã os e irmã s em Cristo quandoofimchegasse. Rayford tinha dú vidas sobre os dois veı́c ulos. Havia espaço no carro de Abdullah para os dois, mas nã o muito. Era uma má quina ina, manhosa, violenta, construı́da para correr e nã o paraconforto.AATVdeLeaheramaislargaeforte,mastambé mmaislenta.Senã odeixassem todoosuprimentodelaparatrás,nãohaveriaespaçoparaduaspessoas. Como carona, Rayford precisava manter-se está vel e a velocidade seria uma inimiga. Os ângulos,inclinações,aceleração,asvoltas,saltosesacudidasrepresentariamverdadeiratortura. A alternativa nã o era aceitá vel. Ele nã o queria continuar naqueles montes rochosos e desertos.Quempoderiaadivinharoqueoterremotoglobalfarianaquelelugar?Elenãoesperava morrernele,mastambémnãopensaraqueseriaatiradoparaforadesuaATV. AsuaATV.Agorasurgiraumasoluçã o.Nã oadele,é claro.Ela icaradestruı́da.Mas,havia maisdeondeviera.ChamaramSebastian. —CamelJockeyBigDog—disseAbdullah. —AquiDog,Jockey.Fale. — Você pode arranjar uma ATV para nó s? Queremos transportar o capitã o Steele até Petra. —Seeupuderdirigi-la. —Afirmativo,masseráquedevedeixarsuastropas? —Estoubrincando,Abdullah.VoumandarRazor. —Sabeondeestamos? —Afirmativo.Changlocalizouvocêparamim.Rayfordvaiconseguir? —Sesobreviveràviagem.ComooSr.Razordirige? —Pensoqueelesabequaissãoosriscos.Oquevocêachadasnuvens? —Asprimeirasdodia,BigDog.AchoqueAlguémestávindo. —Tenhodesairdaqui—disseChang,esfregandoosolhos. —Issoétudoqueprecisoouvir—replicouNaomi,levantando-opraticamentedacadeira. —Espereatéqueeudesligue—disseele,resistindo. —Nadadisso.Vamosembora.Ningué msofrerá sevocê nã odesligar.Opô r-do-soldehoje vaiserdemais. —Semnuvens?Comovocêsabe? —Vaiver.Temestadotãoocupadoquenemtemnoçãodoqueestáacontecendo. Ao saı́rem, Chang icou pasmo. Um sol enorme estava desaparecendo e havia de fato nuvens. Elas pareciam surgir do nada, um nú m ero cada vez maior a cada instante. Havia algo festivo nelas — animadas, macias, mas movendo-se rapidamente como se houvessem ventos forteslá noaltonaatmosfera.Antesdemuitotempoestavamsejuntando,formandopavilhõ es formados por sombras ao sul do sol, enquanto nuvens individuais continuavam a agrupar-se ao norte. Estas també m em breve passaram a juntar-se. Chang e Naomi foram ao seu refú gio favoritonumlugaralto,edeitaram-sedecostas,comasmãossobacabeça. —Nuncaviissoantes—a irmouChang,apontandoparacima.Asnuvenspareciamestar se formando logo acima deles e nã o no horizonte, como de costume. Elas surgiram como formaçõescompridas,estreitas,naestratosfera,passandorapidamenteaestratos-cúmulos. —Estouvendoformaçõesaltas,médiasebaixasaomesmotempo—disseChang. —Sãolindas. — Sim, agora. Espere até que comecem a aumentar verticalmente, podendo alcançar alturasdemaisde4.300metrosegerarumaenergiaincrível. —Comovocêsabetantacoisa?Tudoqueseiésobrecomputadores. —Euseitudo—replicouChang.Naomiobeliscou. —Cuidado!—disseela,virandodeladoeolhandoparaorostodele.—Vocêvaidormir. —Nãoéprovável.Hámuitacoisaacontecendolánoalto.Muitacoisaaesperar. CAPÍTULO6 — Irmã o Enoque — disse um hispâ nico — se você pode concentrar-se, nó s també m podemos. — Nã o entendo — disse Enoque, que olhou novamente atravé s das á rvores e janelas na extremidadedopátiodoshopping,paracertificar-sedequeaCGnãoosdescobrira. — Você parece perturbado, irmã o. Quero dizer, todos estamos esperando pela mesma coisa. Desejamos estar preparados para estar aqui quando Jesus voltar. Enquanto isso, entretanto,queremosquenosensine.Você repetequenã oé umestudioso,mastemsidonosso pastorháanos.Issoestádandocerto. — E verdade — interrompeu outro. — Acho que nã o compreendi muito bem tudo o que aconteceu e o que vai acontecer. Sei que em breve estaremos com Jesus — ou que Ele estará conosco—masgostariadeparticipardetudocommaisconhecimento.Você temmaisalguma coisaadizer-nos? Enoquetevedesorrir. —Tenho—respondeu.—Penseiquenã ohaviatempoparaexplicaretambé mquevocê s nãoteriampaciênciaparaouvir. — Ajuda a passar o tempo. Mal posso esperar que Jesus chegue, mas o reló gio anda devagar,estamosesperandoalgoacontecer. —Temrazão.TenhominhaBíbliaeminhasnotas,seestiveremdispostos. —Estamossim.Mas,pastor,oSr.olhouparacimaultimamente? Eraquasemeio-dianoMeioOeste,eosolbrilhavanoalto.Enoqueprotegeuosolhos. —Nuvens—disseele. —Nuvensquenã oexistiamumahoraatrá s.Senã omeengano,quandoacordamos,océ u eratodoazul. —Totalmenteazul. — Nã o sã o nuvens ameaçadoras — a irmou Enoque. — Acho que nã o vai chover. Uma mulhersorriu. EugostariadevernuvenssobreasquaisJesuspossaflutuar. Razor apareceu numa ATV de 750 cilindradas, su icientemente grande para acomodar també mRayford,seeleestivesseemperfeitascondiçõ esdesaú de.Mas,elenã osentavahavia muitotempo,muitomenostinhaficadoempéouviajadonumveículosacolejante. —Vocênãotrouxenenhumalimento,nãoé?—perguntouRayford. — Trouxe sim, Sr. — replicou Razor, com uma formalidade militar exagerada, da qual Rayfordprocuraralivrá-lo. —ASrta.Leahnãoseimportariaseeumorressedefome. — A hidrataçã o era o mais importante — disse ela. Eu també m nã o esperava que você ficasseencalhadoaquitantotempo. —Estoubrincando,Leah.Vocêsalvouminhavida.Oquetemaí,Razor? —Umabarraenergética,Sr. —Umdaquelesnegóciosdeisoporquetêmgostodepapelão? —Exatamente. —Sabor? —Chocolateondulado. Brincadeiras à parte, Rayford estava com fome. Ele abriu a embalagem e deu uma boa dentada. —Cuidado,caubói—Leahdisse.—Seusistemafoitraumatizado. —Bem,istodeveajudar—respondeuele,seguindoentretantoasordensecomendomais devagar. Procurava ganhar tempo. Subir numa ATV seria uma empreitada difı́c il, mas essa talvez fosse a menor delas. O caminho de volta a Petra parecia um penhasco ı́ngreme do seu pontodeobservação.—Teremosumlindopôr-do-sol—comentou. —EprovavelmenteoúltimoantesdeJesusvoltar—respondeuLeah. Sebastiansentou-sesobreomotordeumaHummerparadahaviahoras,masqueesfriara apenasosuficienteparapermitirqueseacomodasseali.OExércitodaUnidadepareciainquieto, casoessacaracterı́sticapudesseseraplicadaaumajuntamentotã oextenso.Desdequehaviam avançado800metroseparado,ficaramolhandoameaçadoramenteparaeleesuastropas. Georgedecidiranã oprovocá -loscomarmasdeenergiadirecionadaoufogode.50.Talvez porisso,naú ltimameiahoraelespareciamdealgumaformamenosameaçadores.Antesdisso, ascentenasdemilharesdetropasmontadascomoquecombinaramencará -locomdesprezoe eleagoraouviasuasselasrangedorasadistâ ncia.Tinhamdeixadodeolharparaeleecomeçado aconversarentresi. Seria possı́vel que os rumores tivessem chegado ao campo de batalha? Aqueles soldados sabiamquetalveznã ofossemsubstituı́dosporreforçosouque,mesmoqueissoacontecesse,era imprová velquefossempagosatempo,ouseseriammesmopagos?Acomunicaçã oinformalera notavelmenteexata,rá pidae—seistofosseverdade—teriaı́m petosu icienteparachegarà s areiasdesertas. Big Dog One poderia aproveitar-se desse lapso? Ele nã o sabia como. Uma saraivada de tiros ou raios DEW só conseguiriam que o inimigo se reorganizasse. Por agora, em nú m ero desesperadamentemenorcomoeraoseucaso,Sebastianpreferiaqueoadversá riocontinuasse como estava. Se pudesse escolher, faria com que recuassem cerca de 2 quilô m etros. Nã o podiamfazerisso,porém,mesmoquedesejassem,emborarecebessemordensnessesentido. Recuar a linha de frente signi icava recuar a retaguarda e coordenar essa posiçã o levaria semanas. Aquela era uma força militar que só podia seguir numa direçã o, e Sebastian e sua diminutaforçadefensoraestavamdiretamentenocaminhodela. Pegouocelular. —Chang,oqueestáfazendoagora? —Vocênãovaiquerersaber. —Claroquequero. —Estoudeitadodecostas,observandoasnuvens. —Nãoestásó,nãoé? —Claroquenão. —PriscilaeeuvamosestarseparadosquandoJesusvoltar. —QuerqueeuenviePriscilaeBethAnnparaficarcomvocê? —Nãoénecessário.Marcamosumpontodeencontroparaquandoistoacabar. — Espero que o capitã o Steele esteja disposto a observar tudo isto quando estiver aqui e quandochegarahora. —Elevaiestar.SóesperoquenãochegueahoraantesdeRazorlevá-loaPetra. —Comovocê ssabem—disseEnoqueaoseupessoal—otemadetudoqueensineisobre o imdostempostemsidoamisericó rdiadeDeus.Paramuitosdevocê s,istopareceudivergir doquefoiprofetizadoedoqueaconteceu.Mas,comojá disse,tudoisto,os21juı́z osquevieram doscé usemtrê sgruposdesete,foramasú ltimastentativasdesesperadasdeDeusparachamar a atençã o do homem. Nã o se enganem poré m com isso; os ú ltimos sete juı́z os em especial evidenciamtambémaSuaira. — De fato, os anjos que executam esses juı́z os sã o descritos como esvaziando taças ou cá lices, de modo que cada gota do juı́z o é derramada sobre os vá rios alvos da ira de Deus. Observeofocodessesjuízos: — A primeira taça foi derramada sobre aterra na forma de ú lceras malignas sobre os corposdosportadoresdamarcadabesta. —Asegundafoiderramadanomar,transformandoaá guaemsangueematandotodosos seresvivosquehabitavamlá. —Aterceirafoiderramadanosriosefontes,demodoquetodaaá guadocevirousangue. Você s devem estar lembrados de que esta foi a reaçã o inicial e parcial de Deus à s oraçõ es dos má rtiresemApocalipse6.10paraquesuasmortesfossemvingadas:"Clamaramemgrandevoz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, nã o julgas, nem vingas o nosso sanguedosquehabitamsobreaterra?". — A quarta taça foi derramada sobre osol e ele aumentou tanto de poder que o calor intenso queimou os homens com fogo. Como reagiram os que sobreviveram? Apocalipse 16.9 diz: "e blasfemaram o nome de Deus, que tem autoridade sobre estes lagelos, e nem se arrependeramparalhedaremglória". —Aquintataçafoiderramadasobreotronodabesta.Quemsabeoqueissosignifica? —NovaBabilônia. — Isso mesmo. Sabemos que essa grande cidade foi mergulhada em trevas tã o grandes quecausaramdorfı́sicatã oseveraapontodoshomensemulheresmorderemalı́ngua.E,mais umavez,qualfoiareaçã odeles?"BlasfemaramcontraoDeusdocé uporcausadasangú stiase dasúlcerasquesofriam;enãosearrependeramdesuasobras". —Asextataçafoiderramadasobreogranderio,oEufrates,eelesecou.Issopermitiuque os lı́deres do oriente levassem seus exé rcitos à s montanhas de Israel para a batalha de Armagedom. Deus estava claramente atraindo o anticristo para a sua armadilha. Joel 3.9-17 profetizaistoeemboraosestudiososdiscordemsobreadataemqueolivrodeJoelfoiescrito,é geralmenteaceitoqueissoocorreuoitocentosanosantesdeCristo. "Apressai-vos,evinde,todosospovosemredor,econgregai-vos;paraali,ó SENHOR,faze descer os teus valentes. Levantem-se as naçõ es e sigam para o vale de Josafá ; porque ali me assentarei para julgar todas as naçõ es em redor. Lançai a foice, porque está madura a seara; vinde, pisai, porque o lagar está cheio, os seus compartimentos transbordam, porquanto a sua malíciaégrande"(Joel3.11-13). "Multidõ es,multidõ esnovaledaDecisã o!PorqueoDiadoSENHORestá perto,novaleda Decisã o.Osolealuaseescurecem,easestrelasretiramoseuresplendor.OSENHORbramade Siã oesefará ouvirdeJerusalé m,eoscé useaterratremerã o;masoSENHORserá orefú giodo seu povo e a fortaleza dos ilhos de Israel. Sabereis, assim, que eu sou o SENHOR, vosso Deus, quehabitoemSiã o,meusantomonte;eJerusalé mserá santa;estranhosnã opassarã omaispor ela"(Joel3.14-17). Enoquecontinuou: —Asé timataçadojuı́z o,aquelaqueaindaaguardamos,será derramadanoar,demodo que relâ mpagos, trovõ es e outras calamidades celestiais anunciarã o o maior terremoto da História.EleserátãograndequefaráJerusalémdividir-seemtrêspartesempreparaçãoparaas mudanças durante o reinado milenar de Cristo. O terremoto será també m acompanhado de pedrasdegranizocomcercade35kgcada,quecairãosobreoshomens. —Qualserá areaçã ogeraldaquelesqueDeusestá tentandotocarepersuadir?Apocalipse 16.21diz:"Porcausado lagelodachuvadepedras,oshomensblasfemaramdeDeus,porquanto oseuflageloerasobremodogrande". —Éissoentãoqueviráaseguir?—alguémperguntou. —AntesdoGloriosoAparecimento—respondeuEnoque. —Sim. —Vocêacreditanisso? —Semqualquerdúvida. —Oqueestamosentãofazendoaquiforaenquantoasnuvenssejuntam? —Vocênãolembraqueoscrentesserãopoupadosdurantetodosessesjuízos? —Acreditonisso. —Amém. —LouvadosejaoSenhor! —Vem,SenhorJesus! —Eumeapoioemoutracoisa,amados—disseEnoque. — Uma das mais belas e tranqü ilizadoras passagens das Escrituras é Joã o 14.1-6, onde Jesusconfortaseusdiscı́pulos.Creioquepodemosaceitaressaspromessascomodirigidasanó se sentir-nos con iantes, sabendo que foram feitas por Algué m em quem nã o há variaçã o, nem sombrademudança.Voulerparavocês: "Nã oseturbeovossocoraçã o;credesemDeus,credetambé memmim.Nacasademeu Pai há muitas moradas. Se assim nã o fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quandoeuforevosprepararlugar,voltareievosrecebereiparamimmesmo,paraque,ondeeu estou,estejaisvó stambé m.Evó ssabeisocaminhoparaondeeuvou.Disse-lheTomé :Senhor, nã osabemosparaondevais;comosaberocaminho?Respondeu-lheJesus:Eusouocaminho,ea verdade,eavida;ninguémvemaoPaisenãopormim". Rayfordnotouumapausanaatividadeesupô squeeraporqueRazoreLeahprecisavamda ajuda de Abdullah para colocá -lo na enorme ATV Abdullah se achava, poré m, a quatro metros dedistâ ncianaencostarochosafalandoaotelefone,decostasparaeles.Quandopensavamque haviaterminado,ligouparaoutrapessoa. A barra energé tica, por menos saborosa que fosse, teve o seu efeito desejado e Rayford icou pronto para partir. Ele já se sentira melhor antes, mas apesar de seus numerosos ferimentos, tinha agora uma sensaçã o renovada de propó sito e dinamismo.Vamos, vamos! pensouele,masnadadisse.Abdullahfinalmentevoltou. —Muitosestã opreocupadoscomvocê ,capitã o—disseele.—ReeWooé umdeles,mas especialmenteopróprioChaim.Eleestácuriososobreosseusplanos. —Meusplanos?Manter-merespirando.Sobreviveràviagem. —Elequersaberseoreceberiaemseualojamentoaochegar. —Claroquesim.Sabeoqueelequer? — Nã o vamos nos apressar — falou Leah. — Você brinca a respeito de sobreviver à viageme,francamente,estoubastantepreocupadacomisso.Nã otemidé iadecomoirá sentirseaochegar.Temprovavelmenteumacostelaquebrada,alé mdetudoomais,quemsabemais queuma.ÉquaseimpossíveldizersemumaradiografiaouMRI. —Oqueestádizendo,doutora? — Sou apenas uma enfermeira, mas transportá -lo como estamos planejando é praticamenteapiorcoisaparavocênomomento. —Praticamente? —Ficaraquiseriapior,maspelomenosestáestabilizado. Mac montou hesitante o cavalo maior, mais negro e mais forte que já vira. Fazia anos, masaindasabiaosu icienteparacolocaropé esquerdo irmementenoestriboantesdelevantar apernadireitaesubir.Sealguémestivesseolhando,elenãosesaíratãomal. Infelizmente,seocuparamaiscommontardoquecomaUziquependiadoombroeantes de irmar-se na sela, o cano da arma tocou na base do pescoço do cavalo de trá s. O animal assustou-seecomeçouaagitar-se,deixandoMacempâ nico.Issofezsuamontariarecuar.Mac puxou as ré deas com toda força, desesperado para manter-se na sela e nã o ser atirado de cabeça. Enquanto o cavalo relinchava alto e levantava-se nas patas traseiras, assustando outras montarias e cavaleiros, Mac escorregou da sela e os estribos afrouxaram. Ele empurrou as pernasomaisquepô de,encostouoqueixonopeitoesegurouasré deascomtodaaforça.Isso fez com que o focinho do cavalo abaixasse e quase atirou o cavaleiro para trá s. Mac estava praticamente de ponta cabeça, empurrando o cavalo com todo o seu peso e já imaginava cair comoanimalporcimadele. O cavalo equilibrou-se de alguma forma, com alguns passos das patas traseiras bem colocados, depois atirou Mac para a sela e para a frente, fazendo com que abraçasse seu pescoço. O animal sentia-se ainda inseguro debaixo dele e Mac sabia que izera o oposto de mostrar-lhequemestavanocontrole.Seumamensagemforaenviadaaocavalo,ocavaleiroé quemestavamortalmentealarmadoependuradonelecomtodasasforças. O "superior" de Mac nã o pareceu ter notado. Ele veio a meio-galope e indicou vá rios soldados, Mac inclusive, mandando que se posicionassem longe dos lancos do cavalo de Carpathia.Comodehá bito,opotentadocavalgavaumacriaturamonstruosaqueenvergonhava osdemais.Seucavaloerapelomenosdoispalmos mais alto e 50 quilos mais pesado do que os outros.Haviaumamanchabrancaentreseusolhosetinhaasquatropatasbrancas.Suacauda parecia subir em linha reta antes de cair vistosamente em cascata. A crina era també m mais longaepesada.Macouvirafalardocãodocéu.Aqueleeraocavalodoinferno. O animal parecia ter até uma atitude. Bufava alto quando outro cavalo invadia o seu espaço e mordia e escoiceava para manter sua posiçã o. Carpathia parecia ter sido criado ao redor de cavalos, controlando e icazmente a coisa com um toque leve e mã os, joelhos e pé s resolutos.Eleandavanafrentedosoutroseviravaocavaloparaobservá-los. — Quero lembrar a todos você s — ele disse — que estamos a poucos passos de um verdadeirocampodebatalha.Aresistê nciaestá depossedomontedoTemplo,acimadenó s,e tempossibilidadedeatirardoaltodomuro.Fiquemvigilantes.Estanã ovaiserumaentrevista para a imprensa nem um safá ri para turistas. Sinto informá -los de que acabei de saber de uma insurgê ncia em nossas pró prias ileiras, tanto no sul do Egito quanto abaixo dele e a noroeste. Ironicamente, alguns que juraram lealdade agora se chamam de "Babilô nia Revitalizada" e condescendememcon irmarsuaindependê ncia.Essasrebeliõ esserã oesmagadasdeimediato. Enquanto falamos, partes de nossas forças extravagantemente equipadas irã o dirigir-se a essas localidades para aniquilar os insurgentes. Eles vã o lamentar sua insolê ncia enquanto tiverem fôlegoedepoisserãopisoteadoseservirãodeexemplo. — Enquanto isso, seguiremos iguradamente para Petra. Digo iguradamente porque nã o planejo perder as horas necessá rias para cavalgar cerca de 96 km a cavalo. A mı́dia da ComunidadeMundialirá obteroquenecessitanomomentoemquepartirmosdaqui,deixarmos o bairro muçulmano ocupado e avançarmos na direçã o sudeste atravé s dos bairros judeu e armê nio — os dois tomados facilmente pelas nossas forças — deixando a Cidade Velha pela PortadeSiã o.Alivocê sirã otransferir-separaveı́c ulospossantescapazesdecobriradistâ nciaa uma velocidade de bem mais de 160 km/hora. Eu partirei um pouco mais tarde com meus generais e gabinete num aviã o que irá transportar-nos e a nossos cavalos até a á rea um pouco antesdasuachegada. — Haverá montarias similares à quelas que estã o agora esperando por você s do lado de foradePetraeterã ooprivilé giodever-meliderandonossastropasparaavitó riasobreumdos únicosdoisenclavesdeoposiçãoàNovaOrdemMundialrestantes.Sorriamparaascâmeras! Mac inalmente sentiu que tinha o controle de sua montaria, mas nã o tinha intençã o de seguirCarpathiaemumdospoderososveı́c ulos.Sequalquerpartedopequenodestacamentode segurançativessesidodesignadoparaoutrolugar,Macprocurariareunir-seaelesedepoisfugir paraoseuhelicó ptero.Elenã oseimportavaemveroqueaconteciaemPetra,emborativesse aprendido que a peleja teria lugar a cerca de 30 km ao norte, em Buseirah, Jordâ nia — nome moderno da cidade de Bosra, antiga capital de Edom -quando o Messias izesse o Exé rcito da UnidaderecuarnadireçãodeJerusalém. Alé m da tontura que sentiu ao icar em pé pela primeira vez em muitas horas, Rayford percebeutambé mquedependiainteiramentedopequenoevigorosoAbdullahSmithedomais corpulento, forte e jovem Razor. Ao que parecia, Leah levara tudo, menos muletas. Ela fez o possı́vel para ajudar, mas nã o tinha condiçõ es de apoiá -lo e se pô s a dirigir principalmente a caminhada,procurandomanterisoladososferimentosmaisvulneráveis. Rayford nã o podia colocar peso sobre a canela quebrada, com ou sem tala. Pular estava foradequestã o,eosdoishomenstiveramdesuportartodooseupesoenquantoomoviamaté a moto.Mesmoopébomaotocarosoloenviavaocasionalmenteondasdedorportodoorestodo corpo.OanestésicoemsuatêmporaestavaacabandoeLeahdecidiranãoacrescentarmais. Subir na ATV era uma operaçã o delicada. Leah enrolou uma toalha e a colocou sob o joelhodapernaquebradanatentativadeimpedirqueopé deletocasseoveı́c ulo.Issofezcom que ele só pudesse manter o equilı́brio por meio do pé e da perna boa, enquanto os braços doloridos se apertavam ao redor da cintura de Razor. Rayford tinha horror do que sabia que o esperava.Emalgumponto,seupesomudariaparaoladodatı́biaquebradaeeleteriadelutar comRazordooutroladooufirmaraquelepéparanãosairvoandodaATV. Uma vez que se posicionou, Leah insistiu que ele icasse sentado por algum tempo para orientar-se. —Vocêestábem?—elaperguntou. —Achoquesim—elerespondeuexausto. Fechouosolhosegirouopescoço,ouvindo-oestalar.Aseguir,lançouumolharfurtivopara o cé u. Nuvens cobriam agora metade do pavilhã o visı́vel e começavam a surgir em cores variadas. Metade do sol já desaparecera no horizonte, grande e achatado, na sua cor laranja maiscarregada,pintandoasnuvensderosa,vermelhoeamarelo.Senãoestivessetemendopela vida, Rayford teria pensado que aquele era um dos cé us mais bonitos que já vira. Leah tinha instruçõesfinaisparaRazor. — Eu vou na frente. O Sr. Smith segue você , no caso de termos um problema e precisarmoslevantarnovamenteocapitãoSteele.Minhamáquinacarregatambémmuitopeso, portanto, se eu puder atravessar um certo terreno, você també m poderá . Vou procurar evitar sulcos,choqueseatépequenaspedras,maséclaroquenãoserápossívelevitartudo.Tentesubir ladeirasomaisdevagarpossı́vel,masnecessitará depotê nciaevelocidade.Rayford,você tem de icar agarrado e cerrar os dentes. Os primeiros 50 metros estã o em ordem, portanto, vou tentarvigiarvocêsparatercertezadequeosdoisestãobem. Rayford sempre se considerara um homem de verdade. Com seu corpo musculoso, ele praticaraesportesmesmocomdoresdetodotipo.DesdeoArrebatamento,suportarasuacota de lesõ es graves. Sentado ali, com as mã os agarradas ao cinto de Razor, sentia entretanto vontade de gritar como uma criança. Tudo nele doı́a. Era como se a dor tivesse vida e mente pró prias, ameaçando matá -lo. Ela entrara, na maior parte, na tê mpora e na canela, vibrando, latejando,aguilhoando. Quando Razor deu partida ao motor, o som atravessou o corpo de Rayford e deixou-o tonto. Razor provavelmente saberia se ele desmaiasse, só pela força com que o segurava. Sua decisãoera,porém,agüentarfirme. Leah partiu vagarosamente, o par de geladeiras penduradas de cada lado da ATV como doisalforjesmalcombinados. Razorvirouacabeça: —Bastadizereeuparo. —Vá—Rayfordsussurroueaviaturacomeçouarolar.—Senhor,temmisericórdia. —Tudobem?—indagouRazor. —Nãopergunte,filho.Euavisoseprecisar.Continueandando. Sebastian icou surpreso com a grandiosidade do sol do im da tarde, lançando seus raios sobre o inimigo vestido de preto. Quem pensaria que aquela massa maligna de humanidade poderiaservistasobumaluzatraente?OttoWeser,oalemã oquemantiveraumpequenogrupo decrentesemNovaBabilôniaatéquaseofim,sejuntaraaele. —Vocêchegouasonharcomesteprivilégio,Otto? —Privilégio?EstaéaminhadefiniçãodotremendoeterríveldiadoSenhor. — Estar aqui, enfrentando o exé rcito do anticristo, no ú ltimo dia da terra como a conhecemos... —Eupreferiateraceitoaverdadequandomefoioferecidaejá estarnocé u,sevocê quer queeusejacompletamentesincero. — Claro que sim — disse Sebastian — mas, já que perdemos essa oportunidade, nã o há outro lugar em que eu gostaria de estar agora. Só queria que minha mulher e ilha estivessem comigo. — Você nã o ia querer as duas aqui — respondeu Otto, de maneira tã o incisiva que Sebastiannãoconseguiureplicar. —Você nã oseimportacomuminimigopró ximoobastanteparaquaseencostaronariz nonosso? Sebastianbalançouacabeça. — Se eles quisessem matar-nos, e Deus permitisse, já teria acontecido há muito tempo. Estiveemaeronavesquemísseiscertamentepoderiamteratingido.Sinto-meinvulnerávelaqui. Nãopossovenceresseexército,seidisso,nãocomminhasprópriasforças.Mas,oDr.Ben-Judá,o Dr. Rosenzweig, e outros professores me convenceram de que toda esta força de combate acabará comoosmidianitasdiantedeGideã o,recuará efugirá quandoterminarestanoite.Mal possoesperarporisso. —Éumpoucodifícildeacreditar,nãoé?Querodizer,olhandoparaaimensidãodeles. Sebastianvoltou-seeestudouohomemmaisvelhoàluzdocrepúsculo. —Deusmudouumdiasemnuvensemoutrocheiodelashá pouco.Você viuquandotodaa cidadedeNovaBabilô niafoidestruı́danoespaçode60minutos.Eaindadizquealgoé difı́c ilde acreditar? Rayford detestava mais que tudo quando Leah tinha de parar e Razor via-se obrigado a fazeromesmo.Nã ohaviamaneirasuavededeter-se,nã onaquelasladeiras.Razoreraà svezes forçado a parar sem ter encontrado um lugar plano. Ray icava ali pendurado com força para nãoescorregarpelatraseiradaATV. —Éagoraqueasubidapiora—Leahdisse. Eopiorcontinua— pensou Rayford. — Como você chama o que estivemos fazendo até agora?—perguntou. — Fá cil, fá cil — ela disse. — Daqui para a frente, nã o podemos parar. Só diminuir um pouco a marcha. Temos de subir ladeiras ı́ngremes e precisamos icar em movimento. Você temdeagüentar.Vamos. Ela saiu mais depressa do que Rayford considerara possı́vel ou prudente. Embora Razor reduzisse um tanto a sua velocidade a princı́pio, em breve aumentou-a a im de possibilitar a subida. Algumas curvas agudas izeram Rayford gritar, mas quando Razor diminuiu a marcha, Rayfordtranqüilizou-o,dizendoqueestavabem. Em pouco tempo chegaram à encosta mais ı́ngreme e Rayford sentiu como se estivesse penduradodecabeçaparabaixo.Eleobservouaá reaaoseuredoreviuquesenã oagarrassea Razorestariaemsé riosapuros.Otomboseriamaisviolentodoqueantes.AmotodeAbdullah gemiaaoladodeleseoamigofezumVdavitó riaparaosdois.Rayfordsacudiuacabeça.Tudo queelequeriaeracederà tentaçã odelevantarumadasmã osedevolverogesto,emboraisso significassequeseriaentãoumhomemmorto. EledescansouatestanomeiodascostasdeRazor. Onde esses garotos conseguem mú sculos de aço hoje? Mesmo no vigor de seus anos, Rayfordnuncaforacomoaqueleespécime. Osoldesapareciarapidamenteeosfaró isautomá ticosdostrê sveı́c ulosseacenderamao mesmo tempo. Eles rodearam inalmente uma curva que os colocou num caminho normal e Rayfordcompreendeuqueorestodaviagemseriarelativamenteconfortável. Ele nã o estava, poré m, preparado para a recepçã o que teve. Dezenas de milhares de residentes estavam do lado de fora colhendo o maná da noite e observando o cé u. Notı́c ias deveriam ter sido espalhadas por toda parte sobre os problemas dele, porque todos pareciam saberqueodesfileimprovisadodeveículoseraoseutransporteparacasa. As pessoas acenavam, gritavam, assobiavam e levantavam as mã os. Ele nã o podia senã o menearacabeçaemresposta.Enquantoisso,Abdullahacenavacomoseodesfilefosseseu. RayfordsópodiaimaginaraacolhidaqueJesusteria. CAPÍTULO7 O sol mergulhara abaixo do horizonte, deixando uma lua brilhante e quase cheia para iluminarocé upraticamentepreto,salpicadodenuvens.Ascoresdasnuvenspareciammudara cada instante, as nuanças pastel dando lugar a tons azuis profundos, avermelhados, lavanda e traçosdelaranjaescuroqueiamrapidamentesedesvanecendo. Abdullah, Razor e Leah levaram Rayford para os seus aposentos. Ele insistiu em esperar numa cadeira desconfortá vel, enquanto mudavam a cama de frente para a janela aberta. Naquela posiçã o, deitado de costas, ele poderia apreciar o lindo cé u noturno por inteiro. Algo estavaparaacontecere,oqueénatural,elesabiaoqueera. Razorpareciaansiosoparavoltaraoseuposto,efoilogoembora.Leahdissequeeleficaria porpertonaenfermariaequeelaouHannahestariamàdisposiçãodeRayford,bastavachamar. Abdullah disse estar preocupado com Mac, depois fez um jeito de quem nã o devia ter abertoaboca. —OndeestáMac,Abdullah?—indagouRayford. Abdullahcontou. —SeaconteceualgoaBuck,nã oqueroqueKennysaiba.Nã oquerotambé mqueeleme vejaassim.VocêpodeconfirmarseKennyaindaestácomPriscillaSebastian? Abdullahpegouotelefone,informouPriscillasobreRayfordeacenouparaele. —Kennyestásepreparandoparadormir. — Essa vai ser uma boa lembrança para ele contar aos netos. Dormi durante o Glorioso Aparecimento. Rayfordgostoudetersaı́dodoveı́c ulodetraçã onasquatrorodaseacomodar-seemsua cama,massóteveidéiadecomoodiaoesgotaraquandofinalmentedeitou-se. — E possı́vel que até eu pegue no sono enquanto isso — ele disse. — Quer fazer-me companhia,Abdullah?Impedirqueeudurma? O jordaniano parecia sem jeito. Ele nã o gostava de confronto, mas era ó bvio que nã o queriaobedeceraopedidodeRayford. —Tudobem,homem—tranqü ilizou-oRayford.—Você temcoisasafazer,lugarespara ir. —Nãoéisso,capitão.Mas,oDr.Rosenzweigvaichegarlogo. —Temrazão! —Parafalaraverdade,eugostariadeestarnoarquandotodasessascoisasacontecerem. Casonãoseimporte. — Está brincando? Você sabe que eu també m gostaria de estar lá , se pudesse. Vá em frente,companheiro.Vouficarbem. —Nãovoudeixá-losozinho.PossoesperaratéqueoDr.Rosenzweigchegue. Rayford colocou as mã os cuidadosamente por baixo da cabeça e dobrou em dois o travesseiropara icarumpoucomaisalto.Deseulugar,eletinhaumaboavisã odocé u,coma luaàesquerdaeorestodeseucampovisualcheiodenuvenspesadas,coloridas,emmovimento. Quanto mais o cé u escurecia, mais a lua parecia brilhar, mais parecia as nuvens se adensarem e as estrelas icarem mais luminosas. Como era de costume, quando seus olhos se habituaram ao cé u noturno, uma camada maior de estrelas surgiu. Enquanto as estudava, elas desaparecerameeletevedeprocuraroutrasporentreasnuvens. Chaim chegou com um pequeno sé quito e Rayford surpreendeu-se ao vê -lo dispensar todos. —Euchamovocêsseprecisar—disse. QuandoAbdullahSmithsaiu,Rayfordextraiudeleapromessadequeentrariaemcontato, setivessealgumainformaçãodeMacouBuck. —Temcertezadequequersaber?—perguntouAbdullah. —Claroquesim.Nãomeproteja.Mesmoquesejaopior,vamosreunir-nosembrevecom eles. Chaimsentou-senumacadeirainclinadapertodacamadeRayforderecostou-se. —Magnífico—disse.—Comoumassentonaprimeirafilaparaaeternidade. Chaim nã o costumava fazer rodeios. Embora já tivesse agora mais de 70 anos, era um homem brilhante, com uma energia aparentemente inesgotá vel, e todos sabiam que ele nã o perdiatempo.Todavia,estavaalisentado,estudandooscé usdeIsrael,semterevidentemente oquedizer. —Algoemmente,doutor?Ouseja,maisdeummilhã odepessoasaquidariamtudopara passarestanoiteemsuacompanhia.Aquedevooprazer? As câ meras noticiosas da mı́dia da Comunidade Mundial estavam enfocadas na cavalaria deCarpathiaquesurgiudaPortadoMonturo.Macsentiu-sealiviadoaodescobrirquenã oerao ú nico membro que estava se acostumando à sua montaria. Um igual nú m ero de homens e mulheres,amaioriarepresentandooutrossubpotentados,reagiumaisemocionalmenteaosseus cavalosdoquedeveriaeacabougirandocomelesemcı́rculosouquasesendoatiradosparafora dasela. A princı́pio, todos riram, mas em breve tornou-se ó bvio que Carpathia nã o estava mais achando divertido. Ele despediu a imprensa e insistiu com os generais para que izessem o seu pessoalentrarnosváriosmeiosdetransporteparaPetra. Mac icou esperando uma oportunidade, mas decepcionou-se quando seu comandante o escolheuparaacompanharoaviã ocargueirodeCarpathia,grandeosu icienteparalevarvá rios cavaloseveı́c ulos.SeosencarregadossoubessemqueMacforaanteriormenteoprincipalpiloto deNicolae... Macseorgulharaantesdesuacalmanumacrise,especialmentequandoestavaescondido. Mas, ao desmontar e entregar o cavalo a um jovem moreno, vestindo uma camiseta espalhafatosa, que o levaria até o aviã o, ele nã o pô de pensar em nada mais criativo do que simplesmentelivrar-sedoapuro. —Olhe,tenhoumproblema,meucaro—disse. —Sim?Equalé,companheiro?—indagouojovem,comsotaquedaNovaZelândia. —Entreinogrupoerrado.Serátardedemaisparajuntar-meaosoutros? —Querdizer,aquelescarregadospelasHummerseoutrosveículos? —Exato. — Nã o sei, mas é melhor tentar. Se subir neste aviã o sem ter sido indicado, vai haver morte.Naverdade,nãotenhoespaçoparanenhumcavaloextra. Mac pegou o cavalo de volta, montou, e quando algué m gritou seu nome, perguntando o quepensavaestarfazendo,eleberrou: —Seguindoordens!Indoparaondememandaram!—Olhouporsobreoombroparaver seavoznã oeraadeseucomandante.Masohomemestavaocupadocomoutrascoisas,oque confortouMac.ElenãoqueriaproblemascomninguémdaCGagora,tãopertodavoltadeJesus. Tudoquenãoprecisavaeraserpresooubaleadopoucoantesdofim. O animal debaixo dele parecia estar correspondendo aos propó sitos de Mac, que agora sabia a sua direçã o e queria chegar depressa. A primeira coisa que desejava, uma vez fora da vista de qualquer outra pessoa, era transmitir as notı́c ias sobre Buck e sobre os planos de Carpathia e ver se havia alguma novidade a respeito de Rayford. Depois, queria entrar em seu helicó ptero e tirar aquele uniforme infernal do Exé rcito da Unidade. Suas roupas simples e folgadasnuncapareceramtãoconvidativas. Sebastian sentiu a fadiga, nã o do té dio, mas da inatividade. A tensã o e a expectativa o levariamaté ameia-noiteouaté amadrugada,senecessá rio.Eleesperavaquenã ochegassea tanto. Sentia-se agradecido pela Cooperativa Internacional e pelo trabalho que Lionel Whalum estiverafazendoneladesdeamortedeChloeSteeleWilliams.Portrá sdeSebastianhaviatrê s holofotes imensos, equipamento que só a Cooperativa poderia ter localizado e transportado. Semasluzes,osolhosdeSebastianpoderiamenganá-lo. Só comailuminaçã odalua,elepoderiaterimaginadoqueoExé rcitodaUnidadeestava novamente avançando. Sentia o ruı́do surdo e prolongado, a vibraçã o, sabia que algo estava acontecendo,mastudoqueprecisavaeraligarosinterruptores,dirigiraquelesraiosgigantescos nadireçã odoinimigoedeterminarqueseachavamapenasmantendosuaposiçã oa800metros dedistância. AATVdeRazorveioderrapandoportrá sdelenumanuvemdepoeira.Razoraproximousecomumacontinênciaeficouemposiçãodesentido. — Você tem mesmo de acabar com isso, garoto — disse Sebastian. — Sou tã o militar quantoosoutros,masoquevoufazercomvocê ?Enviá -loà cortemarcialecolocá -lonaprisã o peloquê—umaouduashoras? — Sinto muito, Sr. — disse Razor, fazendo um relato completo sobre o que chamava de destacamentodoseucapitãoSteele. — Estou contente porque era só você fazendo o solo estrondar. Até pensei que era o inimigosemovendooutravez. —Elesestão,Sr. —Estão? — Sim, Sr. De cima das encostas, pude vê -los avançando. Nã o é possı́vel ver deste nı́vel, massemovimentarambem,Sr.SebastiandespachouOttoWeserparaligarosholofotes.—Eu con iaria nos meus ó c ulos de visã o noturna, mas nã o quero que os rapazes da Unidade vejam o quetemos.Dequalquermodo,oscavalosdelespodemnãoestaracostumadosaisto. —Emposição,BigDogOne—Ottochamou. — Acenda! — mandou Sebastian, e os raios iluminaram a areia do deserto. — Misericórdia. O inimigo avançara pelo menos 800 metros no escuro e a linha de frente de suas tropas montadas aparentemente in initas se postava agora em silê ncio a cerca de dez metros de distância.Estavaclaroqueapenasaguardavaordensparaatacar. —Nósdevíamosatacá-los,Sr.—disseRazor. —Oquê? —Nósdevíamos... —Ouvivocê ,Razor.Só nã opossoacreditarnoquedisse.Emqualqueroutrasituaçã o,isso seriabrilhante.Nuncalhespassariapelacabeçaquepoderíamosfazeressemovimento,mas... —Mas? — Mas duas coisas: Primeira, se tudo que lançá ssemos sobre eles atingisse o alvo, causarı́amosumapequenadebandada,matarı́amosalgunssoldadosecavalosedepoisserı́amos massacrados.Segunda,somosinvulnerá veisondeestamos,aoquesei.Issotalveznã oaconteça láfora. —Háoutracoisa—afirmouRazor. —Fale. —Estabatalhajáfoiganhasemlevantarmosumdedo. —Issoéverdade,temrazão. OcelulardeSebastiantocou.EraMac.Georgedisse: —Rayfordestá devoltaemseusaposentoscomChaimeaparentementevaicurar-se.E Buck? ...Lamento ouvir isso. Você falou com Chang?... Provavelmente está monitorando o mundo.Vamosespalharanotícia. —Sintoquesomosbemparecidos,capitãoSteele—disseChaim. IssofezRayfordtirarosolhosdajanelaporuminstante. Nã opodiaimaginaralgué mmaisdiferentedoqueeleeChaim.Eramjudeuegentio,velho e nã o tã o velho, meio-oeste e americano, botâ nico e aviador, lı́der de um milhã o de pessoas e líderdeumpequenogrupo. — Sinto — continuou Chaim — que apesar de nossas diferenças culturais e pro issionais, somos homens normais lançados em decisõ es e papé is que nã o procuramos voluntariamente. Estoucerto? —Pensoquesim. —PodeseraindamaissurpreendenteofatodequeeucreianoMessiashá maistempodo quevocê.Todavia,nósdoisseguimospelocaminhomaislongoparachegaraqui,nãoé? —Éisso. — Como você sabe, na minha posiçã o atual, tenho mais companhia — mais amigos, associados, anciã os e conselheiros — do que algué m jamais teria necessidade. E claro que nã o tivefaltadeopçã osobrecomquempassarestanoite.Paraserfranco,sepudesseescolherem todo o universo, teria escolhido seu genro. Isso vem de longe. Eu o conheci antes de ele ser crenteeelemeconheceutantotempoantesdeminhaconversã oqueousodizerqueaindaacha difı́c il lembrar. Minha esperança é que se Cameron voltar esta noite, ele se juntará a nó s e se sentirábem-vindo. Changestavadefatomonitorandoomundo.Elepareciarevigorado.Sabiaquedeviaestar na cama, mas quem podia dormir numa hora como aquela? Ficou sentado diante do computador,vendoosrelató riosquechegavamdomundointeirosobrepessoas,especialmente judeus,aceitandoJesusCristocomoseuMessias. Dezenasdemilharesacadapoucosminutoseramacrescentadosaosmilhõ esjá existentes e Chang sentia que iria continuar até o Glorioso Aparecimento. Haveria sinais nos cé us antes dissoemaisaceitariamCristocomoprofetizado. RayfordeChaimouviramasnotı́c iasobreBuckalgunsminutosdepois.Rayfordnã osabiao quesentir.EletinhacertezadequeBuckestavabem,melhordoquenuncaantes,equeoveria embreve. Odiava, poré m, a idé ia de que o jovem, o pai do seu neto e marido de sua ilha, sofrera tanto.Rayfordperderamuitosamigoseentesqueridos,nenhumtã opró ximoquantosua ilhae agora seu genro. No passado, entretanto, ele conseguira aceitar de alguma forma as perdas, convencer a si mesmo que era o preço da guerra, o resultado inevitá vel do que tinham sido chamadosafazer.Nãoeraassimtãofácilagora,nãoquandoascoisasatingiamemcheio. TelefonouparaMac. As nuvens se abriram e a lua brilhou radiante até o mar Morto, diretamente abaixo de Mac. — Nã o vou mentir para você , Ray. Parece mesmo que Buck teve um im difı́c il. Ele estava, poré m, fazendo o que queria. Trabalhou para isso, treinou para isso e se está lembrado dasprimeirasnotíciasquerecebemos,eleeTsioncumpriramamissãoqueesperavamcumprir. —Comoestáaresistência? —Quaseextinta.AUnidadeosempurrouparaomontedoTemploeestá claroqueaCG mal arranhou a superfı́c ie de seus recursos até agora. Eles poderiam tomar a cidade inteira na horaquequisessem. —Vocêestávoltando,nãoé? — Nã o diretamente — respondeu Mac. — Quero ver do ar o que acontece na regiã o de Petra.Depois,pretendoiraBuseirahevercomoascoisasvãoporlá. —Vocêsabequeeudariatudoparaestarcomvocê. —Puxa!Viuisso,Ray? —Vi.Voudesligar.Estánahoradeassistiraoshow. Uma nuvem cobrira agora a lua. Ela estava antes brilhante e quase cheia, iluminando as nuvens dançarinas. De repente, parecera desaparecer, como se algué m tivesse desligado uma lâ mpada. Rayford sabia que a lua apenas re letia o sol, entã o fora o sol — bem abaixo do horizonteagora—queperderaasualuz.Océuficarapretocomotinta. RayfordpediuaChaimqueapagassetodasaslâmpadas. —Nãovamosvernada,capitão—disseele.—Nãoobstante,serámelhorparaenxergaro queestávindo. Quandoasluzesseapagaram,Rayfordsó podiasaberqueChaimestavaà janelapelosom desuavoz. —Vocêjáviuumnegrumetãogrande?—perguntou. —Vimuitosprodı́giosnosú ltimosseteanos—respondeuChaim.—Nã oconsigoenxergar nada.Mas,asimplesexpectativaqueprovocafazcomqueeuestremeçadacabeçaaospés. RelâmpagoscruzaramoscéuseRayfordficouespantadoaoverasnuvensderelanceoutra vez.—Achoqueviumaestrelacadente—disse—gostodelas. —Issofoimaisdoqueumaestrelacadente—a irmouChaim,—aqual,você sabe,nã oé na verdade uma estrela. O que você viu foi talvez um meteoro. Em breve, as estrelas e os meteoros cairã o, mas você só irá ouvi-los. Isaı́as profetizou que as estrelas dos cé us e suas constelaçõesdeixariamdebrilhar.Osolescureceriaealuanãodariaasualuz. —Deusestádizendo: "Castigareiomundoporcausadasuamaldadeeosperversos,porcausadasuainiqü idade; farei cessar a arrogâ ncia dos atrevidos e abaterei a soberba dos violentos. Portanto, farei estremecer os cé us; e a terra será sacudida do seu lugar, por causa da ira do SENHOR dos Exé rcitos e por causa do dia do seu ardente furor...Cada um fugirá para a sua terra. Quem for achadoserátraspassado;eaquelequeforapanhadocairáàespada"(Is13.11-15). Rayfordsacudiuacabeça. — Há outra diferença entre nó s, Chaim. Eu nunca consegui guardar coisas assim na memória. —Oquemaistenhoafazer,Rayford?Comojá disse,fuijogadonestaposiçã oeoprofessor tornou-se aluno. Meu ex-protegido, Dr. Ben-Judá , nã o permitiu que eu desse pouco tempo à s Escrituras.Elemediscipulou,incentivoue irmounelas.Acimadetudo,Deusmedeuamorpela SuaPalavra.Nã ohá nadaqueeuqueiramaisagoradoqueestudá -lasempreeguardaroquanto puderemminhamemória. O grupo de Enoque colocou-se em de pé e gritou quando o sol do começo da tarde desapareceu do cé u dos subú rbios de Chicago. Embora ele soubesse o que estava para vir, o pró prio Enoque icou assustado quando a luz do dia transformou-se em noite fechada e a temperaturabaixouimediatamente. Ele ouviu uma espé cie de rugido, de assobio, e pensou nas palavras que as pessoas costumavamusaraodescreverumtornado: —Pareciaumtremdecarga.—Obarulhoagoraeraodeumaviã oprestesacair.Elesse achavam pró ximos o bastante do aeroporto para que pudesse ser uma aeronave, mas Enoque nãoselembravadeterouvidoumjato. Algoestavachegandocadavezmaisperto. — Nã o tenham medo! — disse Enoque, mas ele nã o conseguia esconder o temor em sua pró pria voz. — Isto foi profetizado. Acabamos de falar a respeito. Tudo faz parte do plano de Deus. Mas,oquequerqueestivessecaindoestatelou-se inalmentenaestradaprincipaldooutro lado doshopping e nã o houve meios de impedir que as pessoas saı́ssem correndo para olhar. Enoqueseguiu-as,gratopelaslâ mpadasdaruasensı́veisà luzquecomeçaramaacender-sepor toda parte. Um meteoro de cerca de 90 cm de diâ metro abrira um buraco de seis metros na estrada. Ealivinhaoutro. Aspessoasgritaramesedispersaram,masEnoqueficoufirme. —Creioqueestamosprotegidos!—exclamou.—Nenhumdosjuı́z osdocé uferiuopovo deDeus!Nóstemosasuamarca,oseuselo!Elevaiproteger-nos! Oseugrupodecrentes,poré m,fugira.Enoquesorriu.Eleosrepreenderiaamanhã quando todos estivessem sã os e salvos. Como parecia estranho andar na escuridã o da meia-noite no inı́c iodatarde.Ometeoritoseguinte,queEnoquecalculouserodobrodetamanhodoprimeiro, esmagou uma das antigas lojas doshopping deserto, provocando uma explosã o tã o grande que ele tapou os ouvidos. Embora acreditasse realmente que nã o seria atingido, percebeu que se esquivavaetinhaaimpressãoqueescombrosestavamprestesacairemsuacabeça. Enoque voltou correndo ao lugar da reuniã o com o pessoal, mas estava agora sozinho. Sentou-se num banco de concreto e icou assistindo ao espetá culo. Na maior parte do tempo, apenasouviu.Sefosseumhomemdascavernas,teriaacreditadoqueocé uestavacaindoeque asestrelasiriameventualmentecolidircomaterra. O nú m ero de relató rios sobre o povo judeu aceitando o Messias cresceu dramaticamente na meia hora seguinte. Chang chamou Naomi para o seu lado e sentou-se com o braço na cinturadela,enquantoamoça icavaempé .Elesnã osabiamoqueeramaisinteressante—os milhares de cenas enviadas de todo o mundo em trevas, ou o medidor veloz evidenciando o cumprimento da profecia de que um terço do remanescente judeu passaria no inal a crer em JesuscomoseuMessias. Chang só podia pensar nas cenas horrendas que monitorara quando Carpathia estava no apogeudasuafú riaassassinacontraosjudeus.Eleosperseguira,colocaraemcamposdemorte, mataradefome,torturara,espancara,humilharapormeiodeguerrapsicoló gicaemuitomais. Ofatodealguémsobreviverfoiummilagreeteremsetornadocristãosmaisainda. — Isto é bem diferente da ú ltima vez que Jesus veio — comentou Naomi. — Alé m do mais, nã o está vamos prontos, tudo aconteceu num piscar de olhos. Ao que parece, desta vez seráomáximo,Deusnãovaiesquecerdenadaquevalhaapena. Mac teve a mais estranha das sensaçõ es. E claro que fora treinado para voar com instrumentos;mas,mesmoassim, icoudesconcertadopornã overnadaacimadesi.Eaú nica luznosoloeraproduzidapelohomem. Aos poucos, foi percebendo luzes em barcos, em outros aviõ es, faró is de automó veis, caminhõ es e veı́c ulos militares. Ouviu o ruı́do dos meteoritos caindo, mais alto do que o geralmenteensurdecedorbarulhodashé liceseaté ouviuasexplosõ esquandoatingiramaterra. Isso era novidade. Mac nunca tinha escutado nada dentro da cabina do helicó ptero, especialmentecomosfonesdeouvidoligados. Agora, mesmo acima da cacofonia dos aviadores daCGexigindosaberoqueacontecia,a terraressoavacomairadeDeus,comaquedaliteraldoscéus. Um meteoro de pelo menos trê s metros de diâ metro caiu a cerca de 38 metros do helicó pterodeMac.Suasluzesoiluminarameeleoseguiuaté baternumedifı́c io,enviandoum chuveirodefogoefagulhasparaoar.Nãotinhaidéiadoqueeraoprédio,masissoofezpensar. Estariaeleprotegidodaquelesmonstrosdepedraoumetalquecaı́amlivremente?Até um bempequenodestruiriaohelicó pteroemuitosagoracomeçavamacairà suavolta.Aspessoas no solo, especialmente as tropas do Exé rcito da Unidade deveriam estar aterrorizadas. Mac ficouimaginandoquantasdesejariampodermudaragorasuasmarcasdelealdade. Eletinhapraticamentecertezadequeseriaprotegido,comooscrenteshaviamsidodesde queosjuı́z oscomeçaramseteanosantes.Praticamentecertonã oera,poré m,osu icientepara Mac continuar com o seu plano. Seguiu entã o para Petra, sabendo que o espaço aé reo era seguro.Podiatersidomortoalimuitasvezes,masforasempremilagrosamentepoupado. Rayford estava passando por um perı́odo ú nico em sua vida. As notı́c ias sobre Buck o atingiram, é claro, e apesar o que sabia sobre o futuro, isso o izera sofrer como sofrera com a perdadeChloe.Mas, icaralideitadoobservandooscé usseremabaladosconformeasprofecias feitashámilharesdeanos... Ter també m seu velho amigo, Chaim Rosenzweig, que Deus escolhera para ser um moderno Moisé s, ao seu lado, citando essas profecias de memó ria, isso quase o fazia esquecer suatristezaeseusferimentos. "Videscerdocé uoutroanjo"—disseChaim—"quetinhagrandeautoridade,eaterrase iluminou com a sua gló ria. Entã o, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilô nia e se tornou morada de demô nios, covil de toda espé cie de espı́rito imundo e esconderijo de todo gê nero de ave imunda e detestá vel, pois todas as naçõ es tê m bebido do vinho do furor da sua prostituiçã o. Com ela se prostituı́ram os reis da terra. També m os mercadoresdaterraseenriqueceramàcustadasualuxúria"(Ap18.1-3). — Foi isso que enraiveceu tanto Carpathia hoje, Rayford. Uma coisa foi perder a sua amada cidade e ver o resto dos reis da terra e os poderosos mercadores chorando lá grimas de crocodilo por causa dela. Mas, insistir nisso, fazer um anjo pronunciar juı́z o, saber que foi o cumprimentodeumaantigaprofeciadeseuarquiinimigo...nã oé deadmirarqueestejaagitado agora. Ele tem um plano, um esquema que julga ser perfeitamente seguro, embora nã o seja boboetenhalidooLivro.Mas,vaifracassarenósseremostestemunhasdisso. — Gostaria tanto de estar lá fora — disse Rayford. — Por que isto teve de acontecer exatamentehoje? ElenãopodiaverChaim,masouviuosorrisoemsuavoz. — O lı́der do Comando Tribulaçã o nã o vai duvidar de Deus agora, nã o é ? Exatamente você . Você foi libertado pela sua mã o tantas vezes quanto eu. Andou atravé s do fogo como Sadraque,MesaqueeAbedenegoquandoaCGlançousuasbombasemPedra,evaichoramingar porterdebrincardentrodecasanumdiachuvoso?Rayfordtevederir. — Ouça estas palavras do profeta Joel — disse Chaim. "Mostrarei prodı́gios no cé u e na terra: sangue, fogo e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antesquevenhaograndeeterrívelDiadoSENHOR"(JI2.30-31). — Eu vi isso — exclamou Rayford. — Quando a lua virou sangue. Foi pouco depois que perdiAmanda. — Eu sei — disse Chaim depois de uma pausa. — Todos perdemos muito. Todavia, tudo serárestaurado.Estaéamelhorparte,lemostambémemJoel: "E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque, no monteSiãoeemJerusalém,estarãoosqueforemsalvos,comooSENHORprometeu;e,entreos sobreviventes,aquelesqueoSENHORchamar.Eisque,naquelesdiasenaqueletempo,emque mudareiasortedeJudá edeJerusalé m,congregareitodasasnaçõ eseasfareidesceraovalede Josafá ;ealientrareiemjuı́z ocontraelasporcausadomeupovoedaminhaherança,Israel,a quemelasespalharamporentreospovos"(Joel2.32;3.1,2). Rayfordsóconseguiuresmungar.AsEscriturastinhamàsvezesesseefeitosobreocapitão. Nãohaviamaisnadaadizer.Pelomenosnoquesereferiaaele. —Nóssomosessescativos—disseChaim.—Meusirmãoseirmãs,osfilhosdeIsrael. —Gostariadesertambém—replicouRayford. —Vocêé,poradoção,éclaro.OscrentesgentiossãofilhosefilhasadotivosdoSenhor. —Mas,vocêstodossãooseupovoescolhido. —Nã oquesejamosdignos.Talvezsejaporissoquesempresereferemanó scomo filhos deIsrael. —OqueéessareferênciaaovaledeJosafá? — E ali que vai ter lugar o juı́z o, num vale criado pela divisã o do monte das Oliveiras quandoJesuscolocaropé nele.Opró prioJesusirá julgartodososhomenseaprofeciaa irmaque será nesselocal.ABı́bliadizqueEleé maisdoqueapenasoReiqueestá voltandoeoGuerreiro vitorioso.ElatambémochamadeJuiz.LemosnoEvangelhodeMarcos: "Entã o,verã ooFilhodohomemvirnasnuvens,comgrandepoderegló ria"(Mc13.26).E emApocalipse19.11:"Viocé uaberto,eeisumcavalobranco.OseucavaleirosechamaFiele Verdadeiroejulgaepelejacomjustiça" Sebastian icou ao lado da sua Hummer com Otto e Razor, apertando os olhos para ver melhor.Meteoroscaı́amsobreoinimigoeosomdossoldadosecavalosempâ nicochegavaaté ele.Seriapossı́velquecentenasdemilharesdeanimaisiriamdebandar?Eoqueissoimplicaria paraosplanosqueoExércitodaUnidadetinhaemrelaçãoaPetra? Veı́c ulosforamesmagados,explodindoemchamaseoferecendoaú nicaluzquepodiadar aeleumaidé iadeaté quepontoaslinhasdefrentehaviamrecuado.Pareciaquecontinuavam virtualmenteemcimadele,masSebastianprecisavatercerteza. CAPÍTULO8 — Como vamos saber a hora exata? — perguntou Rayford. -Sabemoso que vem em seguida,masoproblemaéquando? —Nuncapodemostercerteza—respondeuChaim.—Eufuiumdosquepensaramqueo Glorioso Aparecimento seria exatamente sete anos depois da assinatura da aliança entre o anticristo e Israel, mas está vamos claramente errados a respeito. Sabemos que o sinal da sua vinda irá seguir-se aos fenô m enos nos cé us, mas nada nos diz se vai ou nã o acontecer imediatamente.Deustemoseuprópriohorário. —Milanossãocomoumdiaetudoomais—disseRayford. —Evice-versa. O estrondo dos meteoritos sacudiu o pequeno abrigo de Rayford, e à medida que aumentavam de freqü ência, sua cama se movia. Ele sentia cada ferimento. O anesté sico na tê mpora havia muito evaporara e a dor era penetrante. A canela també m o incomodava, embora a considerasse o menor de seus males. Cada arranhã o e corte estava sensı́vel e o tornozelo dolorido, que izera inchar o pé , tornava seus mú sculos tensos. Sentia isso nas duas pernas,easensaçãosubiaatéoquadril. Rayfordajeitouotravesseiroepousouneleacabeça,esticando-se.Nã otinhaidé iadoque omantinhaacordado.Mas,deoutrolado,éclaroquesabia. Mac voou sobre Buseirah, onde viu umas poucas luzes espalhadas pelo chã o e em breve aproximou-se de Petra. Comunicou-se com Chang para avisar que logo estaria descendo. A ú ltimacoisaquedesejavaeraserconfundidocomumaaeronaveinimigaeseralvejadoporBig DogOneepeloseuprópriopessoal.Deusoprotegeriaatémesmodeles? —Ei!—gritouMacaotelefone.—Oqueéisso?OqueSebastianestáfazendo? — Usando suas grandes tochas para iluminar o cé u -respondeu Chang. — Ele quer saber atéquepontoosmeteoritosprejudicaramoExércitodaUnidade. —Parecequeeleestámaisfascinadopelasnuvens. —Eutambém. — Estou ouvindo, Chang. O mesmo acontece comigo. Se você entrar em contato com Sebastian,digaaeleparadeixaressasbelezinhasapontandodiretamenteparacima. Sebastian nã o teria sonhado fazer outra coisa. Os holofotes també m izeram o inimigo levantar os olhos. Nuvens cobriam todo o cé u, borbulhando e se agitando, juntando-se para formarumtetodiferentedetudoquealguémjávira. Bemdistante,Sebastianouviuoruı́dosurdodelongasexplosõ esededuziu inalmenteque se tratava de uma trovoada. Isso signi icava que raios estavam caindo em outra parte? Ou apenasriscavamoscéusporentreasnuvens? —Apaguemasluzesporumminuto—pediuelepelorá dio,eliminandoapossibilidadede elas impedirem que visse os relâ mpagos. Tinha razã o, acima das nuvens — quem saberia a espessuradelas?—jatosdeluzpequeninosepulsantespareciamestartentandoespiarporentre elas. De repente, a luz arti icial perdeu seu atrativo. Se uma tempestade estivesse a caminho, Sebastianqueriavê-laemtodaasuaglórianatural. Mac aterrissou e correu para os aposentos de Rayford, surpreso por encontrá -los escuros comoameia-noite.Elepensouemreabasteceresairoutravez.Semlevaremcontaavistade que Rayford dispunha, se estivesse mesmo ali, nada poderia comparar-se com a idé ia de observardoaltoquandooanticristorecebesseoquemerecia. Elebateudeleve. —Alguémaqui? —Mac!—eraRayford,eChaimocumprimentouquandoaportaseabriu. Depoisdosabraçosnoescuroeumará pidarecapitulaçã ododiadosdoishomens,Rayford disse a Mac que havia uma cadeira no outro quarto. As apalpadelas, Mac voltou ruidosamente comelaesentou-senafrentedajanela. —Lindoespetáculo.Masvocêdeviavê-lodeumhelicóptero. —Estápartindoomeucoração—falouRayford. —Lamento. —Não,querocadadetalhe.Vocêvaiembora? —Estoupensandonisso,parceiro.Parecearriscado. —Penseiquefossejogarforaaprudênciaaestaaltura. —Queroestarvivoquandoacontecer,Ray.Issoétudo. —ApostoqueovelhoChaimestariainclinadoaircomvocê ,umavezqueosinalapareça nocéu. —Nadadisso,cavalheiros—Chaimesboçouumrisinho. —Meulugaréaqui,queroquetodooremanescentesubaaoslugaresaltosparaobservara volta.Devemos icarjuntos,cantando,orando,prontosparaadorá -loemespı́ritoeemverdade e,melhordoquetudo,empessoa. —Euqueropelomenosestarlá—Rayforddisse.—Mac,vocêpodearranjarisso? —Anã oserquemeconvençaavoardenovo,claro.—Ostrê shomenspularamquando umrelâ mpagocaiunosolo,seguidoimediatamenteporumfortetrovã o.Pareciavirdemenos de800metrosdedistância.Sacudiuoabrigoeecooumeiominutoentreasmontanhasemontes dascercanias. —Aquivamosnós—exclamouChaim.—Fiquemcomosolhosfixosnocéu. —Nemprecisadizer—replicouMac. —Será quevaichover?—perguntouSebastian.—Parecesim,maseunã ocontavacom isso. —Achoquenã o—disseOtto.—Nã omelembrodeteraprendidoemqualquerdasaulas sobre essa possibilidade, mas isso pode referir-se mais ao meu perı́odo de atençã o do que à s profecias. —Nãoqueromeupessoalaquinumachuvarada—exclamouSebastian.—Especialmente setivermosescolha. —Queescolha? —Você mepegou.Nã otemosveı́c ulossu icienteseningué mquervoltaraPetraquando tudocairporterra. —Faleporsimesmo,BigDog—Ottodisse.—Gostodeconforto.Istoé ,queroveroque háparaservisto,masnãotenhonadacontraumagasalhoeumguarda-chuva. Sebastianinclinouacabeçaparatráseriu. — Aqui estou eu, Senhor — zombou ele num sotaque alemã o arrevesado. — Dê -me galochas! AspalavrasdelefizeramatéRazorsorrir,maslogoserecuperou. —Peçoperdão,Srs.—disse.Eembreveostrêsgargalhavam. Depois de deixar os aposentos de Rayford, Abdullah subira num jatinho com uma capota grande transparente sobre a cabina do piloto, que lhe dava uma visã o panorâ mica. Ele sobrevoou as massas reunidas perto de Petra, depois dirigiu-se para o norte, até Jerusalé m, estarrecido com a imensidã o do Exé rcito da Unidade. Ele sabia. Tinha ouvido. Fora ensinado. Mas,quaseperdeuofôlegocomoquevia. Comoavançaraempoucosanos!Tomaraohá bitodenã odemonstrarempú blicoassuas emoçõ es. Era a sua cultura, a maneira como fora criado. Ele se divertira, principalmente com Mac,etinhasidoprovocadoà ira—també mporMac.Voar,poré m,acimadoselementosque constituı́amocapı́t ulo inaldaHistó riaecompreendercomoteriasidofá cilperdertudoaquilo, fezcomqueAbdullahnãoconseguisseconteraslágrimas. Ele fora criado numa religiã o bem diferente, e converter-se a Cristo signi icava voltar as costasà suafamı́liaetambé maparentementeaoseupaı́s.Todavia,averdadepesousobreele. Sua decisã o por Jesus foi um enorme salto de fé . Todavia, desde o inı́c io, a verdade com um V maiúsculosetornaraclara.Afinaldecontas,elesempreforaumestudioso. Abdullah achara graça porque seus amigos, especialmente os americanos, pareciam pensar que ele era intelectualmente limitado por causa do seu inglê s imperfeito. Algo em sua pronú ncia, em seu sotaque jordaniano, fazia com que parecesse uma criança para os americanos. Podia perceber isso na maneira que o olhavam, e reagiam a ele. Algumas vezes, até admitia que se comportava assim. Era possı́vel conseguir mais informaçõ es, parecendo jovemeinocente. Eleeratudo,menosisso.Abdullahpassaraporumtreinamentomilitarrigoroso,recebendo certi icado para pilotar jatos de quase todos os tipos. Seus amigos realmente pensavam que todos os jordanianos eram tã o infantis e ignorantes a ponto de con iar a um jovem de capacidadesmentaislimitadasadireçãodebombardeirosquecustavamdezenasdemilharesde dinares?Issoeraridículo.Eleforaumpilotofamosoeeventualmenteuminstrutor. Abdullah imaginava o que Rayford e os outros pensavam de seu estudo aprofundado da profeciacomTsionBen-Judá eChaimRosenzweigh.Aocontrá riodosdemais,ele icavaquieto namaiorpartedotempoenãofaziamuitasperguntas. Mas, agora, fazia uso da mesma massa cinzenta que lhe permitira compreender as inú m erasespeci icaçõ esté cnicasqueotornaramumpilotoperfeitodasmodernaseso isticadas aeronaves. E bem prová vel que por serem indivı́duos humildes do meio-oeste, nem o Dr. Ben-Judá nem o Dr. Rosenzweig se mostraram surpresos com as propensõ es intelectuais de Abdullah, evidenciadas nas conversas ee-mails particulares. Embora o ensino pudesse ser altamente teoló gico e profundo, as partes mais persuasivas de todas eram os cumprimentos quase diá rios dasprofecias. Abdullahnã oduvidavadequeasEscriturasantigasfossemautê nticas,escritasmilharesde anosantesdonascimentodeCristo. Centenas e centenas de profecias haviam sido cumpridas, muitas diante dos seus olhos. Apesar de sua tristeza com a perda da famı́lia, do medo constante de ser descoberto sem a marca de Carpathia e até do seu ressentimento pelos amigos pensarem que nã o era tã o inteligentequantoeles,aféincipientedeAbdullahsetornaramaissólidaacadadia. ElesabiaqueMac,Rayford,Buckeosoutrosoamavamsinceramente.Quemsabepoderia educá -losnocapı́t uloseguintedodesdobrardaHistó riaeelesentã overiamquenã ohaviarazã o para serem condescendentes com ele, embora sem dú vida nem sequer percebessem que estavamfazendoisso. Os relâ mpagos haviam aumentado e fascinavam Abdullah, lançando uma luz misteriosa, intermitente,sobreastropas.Iluminavamtambé masnuvens,quedeoutraformanã opoderia verdevidoàausênciadaluaedasestrelas.Oh,quecenagloriosa,amedrontadora! Abdullah orou, agradecendo a Deus por tê -lo deixado progredir tanto, por permitir a entrada de um candidato tã o imprová vel em seu Reino, por protegê -lo até mesmo agora do poderassassinodoinimigo. Ao sobrevoar Jerusalé m, Abdullah notou pequenos focos de incê ndio espalhados pela cidade,muitosnomontedoTemplo.Osrelâ mpagosrevelaramtropasdaUnidadecercandoessa área,queelesabiaagoraseraúltimafortalezadaobstinadaresistência.Tevedesorrir. Seelesapenaspudessemveroapuroemqueestavamdoseupontovantajoso.Eracomo se um periquito pensasse em tomar à força sua pró pria gaiola. Mesmo assim, ele os admirava. Estavadoladodeles.EramopovoescolhidodeDeusenofinalJesusCristolhesdariaavitória. Jerusalé m ia realmente cair, Abdullah sabia disso. Mas, em vista de todas as outras profecias que estudara terem sido cumpridas como anunciadas, ele també m nã o duvidava de que Jesus iria endireitar as coisas. Com um tanque de combustı́vel cheio e um espetá culo de relâ mpagos para iluminar o campo de jogos, sentiu que estava no lugar certo para assistir à maiorexibiçãonafacedaterra. Com uma inclinaçã o abrupta à esquerda, e sobrevoando os milhõ es de tropas no grande valedeMegido,Abdullahvirousuaaeronaveestridentedevoltaparaosul.Opassoseguintena agenda era a ida de Carpathia a Edom para liderar um terço de suas forças contra Petra. Os holofotes do Exé rcito da Unidade cruzavam o cé u e ocasionalmente se ixavam no aviã o de Abdullah.Elemostrou-seporémdestemido. — Lancem os seus mı́sseis terra-ar — sussurrou. — Eles vã o saltar deste aviã o como petecas. Rayford estava mudo. Ele nunca fora considerado especialmente quieto, mas em meio à queletrio,poderiatersidoumratodeigreja.Chaimsempregostaradefalardetudo—cada verdade, idé ia ou conceito. Ele era assim. E Mac era a sua contraparte texana, talvez nã o tã o articuladoeintelectual,massempreprontoaoferecerumaopiniãosimplesarespeitodetudo. Agora,porém,haviaumardemistério.Ostrêssemantinhamemsilêncio. Os relâ mpagos se tornaram quase constantes; riscas longas, espessas de ouro eram lançadas de nuvem para nuvem, da nuvem para o solo e, Rayford sabia — embora nã o sendo detectadaspeloolhohumano—muitasvezesdosoloparaanuvem. O comprimento e a severidade dos raios variavam, mas eles corriam pelos cé us com tamanhavelocidadeeabundâ nciaqueoarcrepitavaeestalava.Boom!Boom!Boom! faziam-se ouvir os ribombos ensurdecedores do trovã o que sacudia as paredes dos aposentos frá geis de Rayford. Os clarõ es iluminavam as nuvens. Rayford nã o podia imaginá -los maiores ou mais ativos. Todavia, foi o que aconteceu. Pareciam ter agora quilô m etros de largura e profundidade, cinzentosepretos,prenhesdeumidade,comoseprestesaexplodir.Elesencobriamtudolá em cima. Nã ofossepelasuafé ,aquelateriasidoumacenaterrı́vel.Defato,opodereairadoDeus douniversoestavamsendodesencadeadoseosquenã ocon iassememseuamorteriamde icar empânico. — Surpreendente — sussurrou Rayford, mas os outros dois homens, cujas silhuetas se deixavam ver nos clarõ es constantes, nem se moveram nem responderam. Sua sı́ntese pouco convincentedevetê-losatingidotãodebilmentecomooatingira. Sebastianusouosó c ulosdevisã onoturnaparaexaminarocé u,lembrandoasimesmoque devia respirar. Ele sentiu Otto pressionando de um lado e Razor do outro, e por mais estranho quepudessepareceremqualqueroutracircunstâ ncia,issoofezlembrardesuainfâ nciaquando ele e seu irmã o mais moço, deitados na cama, se abraçavam medrosos ao observar uma tempestade,umtemporalmilvezesmenordoqueaquele. NomomentoemqueSebastianpensouqueocé unã opodiamaisconter-se,osrelâ mpagos pareceramaumentaratodavelocidade.Centenas,milharesderaioscaı́amnosolododesertoa cada segundo, os rugidos ensurdecedores dos trovõ es seguiam-se uns aos outros numa invasã o tã o esmagadora que ele foi forçado a deixar os ó c ulos icarem pendurados em seu pescoço, enquantocobriaosouvidoscomasmãos. Océ udelesteaoeste,denorteasul,estavaemchamas,tirasdeluzofuscanteexplodiam emtodasasdireçõ es.OsoloseerguiaeondulavaeSebastiantinhacertezadequeaqueladevia ser uma combinaçã o dos relâ mpagos, dos trovõ es e do temor incomensurá vel das forças montadasdoanticristo. Ele mandou Otto veri icar as tropas de Ree Woo do outro lado de Petra e Razor para observarassuasdestelado. EnoqueestavasentadoemIllinois,comsuaBı́bliadebaixodobraço,procurandoprotegê - lacasochovesse.Mas,quandoosrelâ mpagospareceramperdertodoosensodeproporçã o,tudo o que pô de fazer foi levantar-se, colocar a Bı́blia na cabeça com as duas mã os e oferecê -la a Deus em forma de adoraçã o. Que espetá culo! A ira temı́vel e terrı́vel do Senhor em exibiçã o paraomundointeiro! Enoque pensou nas Escrituras do Antigo Testamento que havia marcado e sentou-se rapidamente de novo, folheando as pá ginas e lendo as mesmas sob a luz quase constante da extravagânciaelétrica,gritando-asparaoscéus. "Vai, entra nas rochas e esconde-te no pó , ante o terror do SENHOR e a gló ria da sua majestade. Os olhos altivos dos homens serã o abatidos, e a sua altivez será humilhada; só o SENHOR será exaltado naquele dia. Porque o Dia do SENHOR dos Exé rcitos será contra todo soberboealtivoecontratodoaquelequeseexalta,paraquesejaabatido....Então,oshomensse meterã onascavernasdasrochasenosburacosdaterra,anteoterrordoSENHOReagló riada suamajestade,quandoeleselevantarparaespantaraterra"(Is2.10,17,19). Encontrando as advertê ncias profé ticas nos livros de Osé ias e Joel, Enoque leu sobre os inimigosdoSenhor:"Eaosmontessedirá:Cobri-nos!Eaosouteiros:Caísobrenós"(Os2.10). "O SENHOR levanta a voz diante do seu exé rcito; porque muitı́ssimo grande é o seu arraial;porqueé poderosoquemexecutaassuasordens;sim,grandeé odiadoSENHORemui terrível!Quemopoderásuportar?"(JI2.11). Possosuportá-lo, pensou Enoque,assim como qualquer um que enxerga além da sua ira e confianamisericórdiadeDeus. EleleuemJoel2.12:"Aindaassim,agoramesmo,dizoSENHOR:Convertei-vosamimde todoovossocoração;eissocomjejuns,comchoroecompranto". IndoparaNaum1.6,Enoqueleu:"Quempodesuportarasuaindignaçã o?Equemsubsistirá diante do furor da sua ira? A sua có lera se derrama como fogo, e as rochas sã o por ele demolidas". Os versı́c ulos seguintes ofereciam esperança e outro aviso terrı́vel: "O SENHOR é bom, é fortaleza no dia da angú stia e conhece os que nele se refugiam. Mas, com inundaçã o transbordanteacabará dumavezcomolugardestacidade;comtrevas,perseguirá oSENHOR osseusinimigos"(Na1.7-8). Pró ximo ao inal do Antigo Testamento, Enoque chegou a Sofonias e leu o capı́t ulo 1, versículos14-17: "Está perto o grande Dia do SENHOR; está perto e muito se apressa. Atençã o! O Dia do SENHORé amargo,eneleclamaaté ohomempoderoso.Aquelediaé diadeindignaçã o,diade angú stia e dia de alvoroço e desolaçã o, dia de escuridade e negrume, dia de nuvens e densas trevas, dia de trombeta e de rebate contra as cidades fortes e contra as torres altas. Trarei angú stia sobre os homens, e eles andarã o como cegos, porque pecaram contra o SENHOR; e o sanguedelessederramarácomopó,easuacarneseráatiradacomoesterco." —Alémdequalquercompreensão—pensouChang,—aRededeNotíciasdaComunidade Globalignorouoespetáculodanatureza.Elesabiaporpiratearasnotíciasdetodoogloboqueos raios constantes eram um fenô m eno universal. Do Sri Lanka chegaram imagens de uma á rea metropolitana em chamas, a cidade tendo sido incendiada por milhares de raios. As pessoas se amotinaram,pisoteandoumasàsoutras,gritando,pedindomisericórdia. Um câ mera da CGNN, ou seu corajoso produtor, transmitiu imagens de uma pequeno grupo de judeus Carpathianos ajoelhados em meio aos relâ mpagos, debaixo de uma antiga bandeiraisraelita,umaEstreladeDavieumcruztosca.Eleszombavamdodeusdestemundo, mostrandoousadamenteaosupremopotentadonuncaterrecebidoamarcadelealdade,eque haviamagoratomadoposiçãoaoladodoMessias. Da Amé rica do Sul, foram recebidas notı́c ias semelhantes. Nã o importava de onde chegasseanotı́c ia,elavinhacomosendodameia-noite.Aú nicaluzeraadosrelâ mpagosede fontes arti iciais. Os cidadã os estavam histé ricos. Muitos com a marca de Carpathia gritavam obscenidadescontraelepelascâ meraseexigiamsaberondeestavaeoqueiafazerarespeito. Changperguntouaumacolaboradorahispânicaoqueossul-americanosestavamgritando. —Estã odizendo—respondeuela—queestaé provavelmenteumaofensivadirigidapelo pró prioDeuseoqueopotentadotementã oadizer?Quemvaiganhar?Elesqueremsaberquem vaiserovencedor! Até os produtores, que trabalhavam diretamente para a CG, enviaram mensagens iradas parasaberporqueaCGNNestavaignorandosuasimagens.—Oquê—perguntaram—eramais importante do que um abalo có smico como aquele, que mostrava o pâ nico e a devastaçã o global?Pessoasestavamsendomortas,cometendosuicı́dio,saqueando,promovendodesordens. Todavia,aCGNNtransmitiaumacoberturacontínuadoesforçodeguerra. —AstropasdoExércitodaUnidadeenviadasaoEgitojáestãovoltandoaovaledeMegido —entoouumaâncora,mostrandocenasdevitóriaesmagadoraparaaCG. —Relató riosvindosdonortecon irmamissoeosgeneraisdaUnidadedeclaramquefarã o seuspelotõesvoltaremaIsraelcomtemposuficienteparaocercodeJerusalém. Uma entrevista com Carpathia mostrou a estupidez da chamada cobertura objetiva. O potentado apareceu montado em seu enorme cavalo, do lado de fora do aviã o cargueiro que o levara e a seus generais a Ash Shawbak, cerca de metade da distâ ncia entre Petra e Buseirah. Isso colocava Carpathia e seu pessoal cerca de 16 km a leste da extremidade do maciço ExércitodaUnidadequeseestendiaatéafronteiradePetra. — Estou satisfeito com as notı́c ias do sul e do nordeste — disse ele. — E estamos agora prontos para embarcar em uma de nossas iniciativas mais estraté gicas. Um terço de toda as forças armadas avançará sobre a fortaleza rebelde escondida em Petra. A Inteligê ncia nos informou que uma unidade defensora irrisó ria rodeou a cidade, mas o nú m ero deles é muito menorejáofereceramrendição. Carpathia foi interrompido por ruı́dos quase contı́nuos de trovã o, que ele e o repó rter pareciamignorar. —Esseenclavejánãofoiatacadoduasvezesantes,Excelência? —Atacadonãoseriaotermoadequado—disseCarpathia,fazendoChangriralto. Naprimeiratentativafalha,aCGlevouumgrandenú m erodetropasearmas,só paravê - lasmiraculosamenteengolidaspelaterra.Asegundafoiumbombardeioduploqueproduziuuma fonte de á gua que fornece sustento para o povo até hoje e que també m resultou na proteçã o sobrenatural do remanescente judeu e de alguns do Comando Tribulaçã o, livrando-os da tempestadedefogoqueseseguiu. — De fato — Carpathia continuou — izemos propostas de paz para a liderança, oferecendo anistia para quem quer que deixasse voluntariamente a fortaleza e aceitasse a marcadelealdade.Soubemosqueumgrandenú m erodelesquisaderir,masforammortospelos lı́deres. Muitos irã o lembrar que esta mesma liderança me assassinou, dando-me com isso a oportunidadedeprovarminhadivindadeaoressuscitardentreosmortos. —Destaveznã ohaverá negociaçõ es.Osleaisà NovaOrdemMundialforamassassinados ou escaparam, a inteligê ncia nos informou que Petra é habitada agora apenas por rebeldes à nossacausa,assassinoseblasfemadoresquedesprezaramquaisquertentativasdeentendimento comeles. As câ meras enfocaram o potentado no momento em que lhe entregavam uma enorme espadadepratamarchetadadeouroecomumcaboexcessivamenteenfeitado.Eleaprendeu aoredordacintura;depois,comumgestoteatral,desembainhou-a,produzindoumsomlongo, lentoemetálicoeapontando-aemdireçãoaocéu. Changnã opô dedeixardeoraremsilê ncioparaquepelomenosumdosraioscaı́ssesobre aquelapontaeassasseoinimigoondeseencontrava. Carpathiacontinuou—Nossoplanoé ,portanto,aniquilaçã o.Voudirigirpessoalmenteeste esforço, com a ajuda de meus generais. Vamos juntar as tropas tã o logo cheguemos e o cerco deverálevarsomentealgunsminutos. EnquantoCarpathiapuxavaasré deaseviravaamontariaparaoleste,partindoagalope, orepórtergritouparaele: —Tudodebom,meusanto!Equepossaabençoarasimesmoetrazerhonraaoseunome depoisdestapeleja! ChangligouparaMaceinformou-osobreolunáticoempreendimento. —Vocêsdevemassistiristo—eledisse. —Ascoisasestãochegandoaoapogeu. Abdullah ouvira a transmissã o pelo rá dio e voou sobre Ash Shawbak. Os aviõ es de Carpathia e outros equipamentos estavam visı́veis, mas Abdullah voava muito alto para enxergar os indivı́duos ou os cavalos. Podia ver, no entanto, o Exé rcito da Unidade a oeste e sabiaqueNicolaeembreveosalcançaria. Osrelâmpagosmostraramumexércitoemdesordem.Oscavalos,comoénatural,ficaram assustadoscomoespetá culodeluzesetrovõ es,epareceuaAbdullahqueoscavaleirosestavam lutandoparaimpedirquesuasmontariasfugissemparaosmontes.OqueCarpathiapensavaque poderiafazercomaquelaconfusãoeraummistério. Derepente,numfechardeolhos,atempestadecessou. O cé u continuava preto, da cor de carvã o como antes. Os holofotes da Unidade pareciam paté ticos,perscrutandodebilmenteonegrumesinistro.Eleschegavamaté à snuvensespessas, fumegantes,quepairavamameaçadorassobretodaaterra. Ocessardostrovõ esfezcomqueosilê nciorelativodacabinaparecessefantasmagó rico. Abdullah icou olhando para todo lado, para ver o que vinha em seguida. Quanto mais olhava, mais se perguntava quanto tempo o Senhor demoraria. Aqueles cavalos agora já podiam ser controlados.Carpathiairiacomcertezaacreditarqueavitóriaestavapróxima. Rayford pediu a Mac que pegasse seu rá dio no quarto ao lado. Mac o levou para ele, abrindocaminhoàsapalpadelasnaescuridão. —Vocêpodiaacenderumalâmpada—disseRayford,nervosocomosilêncioassustador. — Oh! por favor, nã o faça isso — interrompeu Chaim. — Esta escuridã o vem do Senhor. Nãoestásentindo? —Sintosim—replicouRayford.—Cadapartedemimquerestarlá foraenvolvidonela. Daria qualquer coisa para icar ao lado de Carpathia agora. Como queria ver o olhar em seu rostoquandoforperseguidodevoltaaBuseirahedepoisatéJerusalém! —Comoiaenxergarqualquercoisa?—perguntouMac.Chaimdisse: — Esta é apenas uma preliminar. Em algum ponto a escuridã o se transformará em luz. Carpathia fugirá do Filho do Homem, que será a ú nica fonte de luz. Quem estiver perto de Nicolae sem dú vida o verá e concordo com Rayford, també m desejaria assistir esse acontecimento.Mas icareiaqui,vigiando,adorandoecantando.Depois,todosseguiremospelo caminho que nos trouxe. Atravessaremos a grande expansã o e nos reuniremos ao Messias quandoEletriunfaremJerusalé medepoissubiraomontedasOliveiras,noqualfoitrans igurado hátantotempo. —Tenhodeestarnessaviagem—exclamouRayford. —Nãonasuacondição—replicouMac.Rayfordsacudiuacabeçanoescuro: —Aquivaificarsolitáriodemais. O silê ncio sú bito e a escuridã o abjeta izeram Enoque temer novamente a chuva e isso o levouaprocurarseucarro.Seusouvidosaindazumbiamcomossonsdissonantesdaú ltimahora eenquantocaminhavaaostropeçõ es,tateandoocaminhocomospé s,ele inalmenteconseguiu ver o brilho fraco de algumas lâ mpadas da rua. Voltou entã o para casa, planejando tirar uma cadeira-preguiçosadoporãoeassistiraorestodoshowsentadonoquintal. Enoqueprecisava,dealgumaforma,irparaaTerraSantaomaisdepressapossı́veldepois davoltadeJesus.Tinhacertezadequeveriaissonocé u—avoltaetudoomais—masJesus iria aparentemente con inar-se outra vez em um corpo humano e os crentes do mundo inteiro desejariam vê -lo. O seu governo se iniciaria em Jerusalé m e as peregrinaçõ es começariam imediatamente.EnoqueeosmembrosdeOLugarteriamdereunirdinheiropara inanciaressa viagem. Sebastian estava pensando no que fazer. Seus ó c ulos de visã o noturna mostraram ser totalmente inú t eis naquele tipo de escuridã o. Isto signi icava que ela era sobrenatural, porque ele os usara com sucesso no subsolo onde nã o havia fonte luminosa. As nuvens estavam absolutamente invisı́veis agora e só a luz dos veı́c ulos do Exé rcito da Unidade fornecia ocasionalmenteumindíciovisual. ComodeveriaagirseasforçasdaComunidadeMundialatacassemantesdavoltadeJesus? Sebastian sabia que ele e seu pessoal, assim como todo o remanescente em Petra, deveria ser libertadono inal,segundoasprofecias.Mas,eenquantoisso?Devialutar?Revidar?Atirar?Sabia quetinhacondiçõ esdeproduziralgunsdanosporquejá izeraissoantesajudadoporsuasforças. Eosseuscolaboradores?Seriamferidosoumortosquandofossemalvejados? Ele era um militar, mas tratava-se de uma decisã o tanto teoló gica quanto tá tica. Sebastian podia consultar o Dr. Rosenzweigh, mas o velho senhor já tinha muita coisa em que pensar. O campo de açã o dele era o remanescente. O de Sebastian, a defesa do complexo. Poderia ser estrategicamente e icaz permitir que o Exé rcito da Unidade dominasse a sua posição,sabendoqueestavamavançandoparaumaarmadilhadeproporçõescósmicas? Elenã otiveraessetipodetreinamento,noentanto,nã ohaviapraticamentepossibilidade deescolha.Éclaroquepoderiaenganá-los,atrasá-losmediantegolpescirurgicamenteaplicados com suas armas nucleares direcionadas e ri les .50. Mas, ningué m poderia dizer-lhe se isso ia adiantar,ouporquantotempodeveriamantê-losadistância. Nã o havia dú vidas de que nã o seria possı́vel deter por muito tempo uma força daquele tamanho. Dez minutos? Vinte? Nã o mais do que isso, com certeza. Poderia causar-lhes algum dano, mas uma vez que o Senhor chegasse, os esforços insigni icantes de Sebastian seriam inexpressivos.Aperguntaera:seriamelesinexpressivosdequalquerforma? CAPÍTULO9 Depois de duas horas da escuridã o absolutamente silenciosa que cobria a face da terra, RayfordsentiuainquietudedeChaim. — Será melhor que eu vá ver os anciã os — disse o homem mais velho. — Isto nã o pode continuar muito tempo e uma vez que apareça o sinal do Filho do Homem, quem sabe quanto vaidemoraroeventoemsi? —Temrazão,quemsabe?—exclamouMac.—Quandoissoacontecer,vouvoltarlá para fora.Vocênãoseimporta,nãoé,Rayford? —Claroquemeimporto,masnã ovouprivá -lodisso.Possolidarcomasolidã o.Ainvejaé quevaiserdifícil. —Vocêvaimeperdoar—Macdisse. —Vou. —QuerqueeumandeLeah,ouHannah,oualguémparafazer-lhecompanhia? Rayfordrefletiuumpouco. —Achoquenão.Outrapessoaaquipoderiaserumadistração. —Jáestouindo—Chaimdisse.—Estavaiserumalembrançamaravilhosa. — Faça como quiser, doutor, — Mac respondeu. — Eu poderia levá -lo para um passeio inesquecível,comosabe. —Euseieagradeço,masatéqueoMessiasvenha,tenhoresponsabilidades. Rayford ouviu quando ele se aproximava no escuro e procurou sua mã o. Chaim tomou a mãodeRayfordnassuas. —Sr.McCullum—disseChaim—junte-seanó s,porfavor.MacchegoupertoeRayford sentiuumamãoemseuombroesupôsqueaoutraestavanodeChaim. — Apocalipse 1.3 diz:"Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavrasdaprofeciaeguardamascousasnelaescritas,poisotempoestápróximo".Amém. RayfordeMacrepetiramoamém. —Vouorarpornós—Chaimdisse. Nessemomento,osolhosdeRayfordseabriram,primeiroporcausadosomedepoisdaluz de algo novo no cé u. Rayford só podia comparar o som a uma linha de alta-tensã o inoperante queantesestivessesaltandoevibrando. — O, Deus!, O, Deus! — orou Chaim, enquanto també m se virava para olhar. Rayford só conseguiuarregalarosolhos. Ele sentou-se com esforço e inclinou-se para a frente, espiando o que pareciam ser relâ mpagos,mascompletamentediferentesdequalquerumquejá tivessevisto.Espessa,cheia derecortesetrepidante,umalinhaamarelaverticalseestendiacercade30metrosacimado horizonte,naquiloqueelecalculavaocuparpelomenos16kmnocéu. Adoisterçosdedistâ ncia,elaeracruzadaporumalinhahorizontaldamesmaespessurae commetadedocomprimento. Rayford nã o conseguia falar. Tinha até di iculdade para respirar. Ali estava claramente a cruz de Cristo, gravada nos cé us por relâ mpagos que se prolongavam, estalando com incontrolávelenergia,porémsemcausardanos. Seusolhosseentrefecharamporcausadobrilho,maselenã oconseguiadesviá -los.Sentiase cheio de reverê ncia, de admiraçã o, do amor do pró prio Deus. Aquele era o sinal do Filho do Homem,estavaaliàvistadetodos.Eratambémpessoal,queimandoemseucoração. Aradiâ nciaesplendorosailuminouoquarto.Chaimafastou-se inalmente,semdizeruma sópalavra. RayfordlançouumolharparaMacequasecaiudacama.Maceranegro!Epareciaestar tentandodizeralgumacoisa. —Olhe—foitudooqueconseguiubalbuciar.Depois,aparentementenotandoareaçã ode Rayford,eledisse:—Soueu,Ray.IstoéobradeZeke. —Mac,algoaconteceucomigo. —Comigotambém,companheiro.Estáclarocomoodia. —Não,algoaconteceu. —Oquequerdizer? RayfordsaiurapidamentedoleitoefoiparapertodeMacnajanela. —Estouempé—eledisse. Macvirou-se. —Nãoseafobe,Ray.Vamosdarumpassodecadavez. —Estouótimo—respondeuRayford. —Querdizerque...? —Éoqueestoudizendo,Mac.Nemdor.Nemferimentos.Olheparamim. Rayfordretirouasbandagens.Até oburacoemsuatê mporasefechara,emboraemvolta dasutura,ondeLeahraspara,ocabeloaindanã otivessecrescido.Eleinclinou-seepuxouafaixa dotornozelo.Nemmesmoumacicatriz.Pô s-seentã oapularalegremente,edepoisafrouxoua talaplásticadacanela,removendo-a. —Querdizer...? Rayfordgritoualto. —Estoudizendo.Vamossairdaqui,Mac.Vamosvoar. —Olhe,nãoseiseissovaidarcerto,Ray. —Fiqueentãosentadovigiando,homem,porqueeuestouindo! Enoqueestavaconfortavelmenteacomodadoemsuaespreguiçadeiranoquintalquandoo sinalapareceu.Eleexplodiuemlágrimaselevantouosbraços. — Louvado seja Deus, louvado seja Deus! — disse e começou a cantar cada hino de adoraçã o que conhecia. A cruz que se estendia de cé u a cé u erguia-se altaneira, como o compositor de hinos escrevera: "sobre os destroços do tempo". Algo sobre a esmagadora majestadedaquelacruzsimplesmentecomunicavavitória. Por quanto tempo orara e carregara um fardo pelas pessoas do centro decadente da cidade, à s quais Deus o enviara a ministrar? E por quanto tempo pregara, ensinara e advertira sobreesteexatodia,esteexatoevento?Elenãotinhaidéiadequalseriaaformausada,masisto eraperfeito. — Na cruz de Cristo me glorio, sim na cruz, sempre me glorio — disse com a voz embargada. Enoquelevantou-sedafrá gilcadeiraeajoelhou-se,inclinando-sediantedeDeus.Embora abaixasseacabeçaefechasseosolhos,aimagemdacruznocé ucontinuavacomele,comose gravadadoladodedentrodesuaspálpebras. NomomentoemqueChangviuacruzemcadateladosmonitoresà suafrente,chamou Naomieelaveiodepressa.Demã osdadas,elescorreramparaoseulugarfavoritolá fora.Nã o disseram nada. Nã o havia palavras para aquilo. Deitaram-se de costas e icaram olhando extasiados. —Obrigado!Obrigado,SenhorDeus!—exultouAbdullah. Quando o sinal apareceu, ele havia apontado o jato diretamente para a cruz e acelerado com toda força. Estaria ela ali, à sua frente, como os objetos tridimensionais pareciam estar quando ele era criança? Era como se pudesse estender a mã o e tocá -la; mas embora o aviã o atingisse o má ximo de velocidade em segundos, ele nã o conseguia chegar mais perto da cruz. Seus braços horizontais, como os do pró prio Jesus, pareciam acolher o mundo inteiro em seu abraço. OúnicoeventoquefaltavaeraavindadoSenhoreAbdullahmalconseguiaesperar. Duranteduashoras,Sebastiannã oatinaracomoqueoinimigoestavaesperandoetalvez oinimigotambé mnã osoubesse.Mas,osinaltornou-seumgatilhoimprovisadoe,derepente,os cavalos brincalhõ es do Exé rcito da Unidade começaram a se mover. Os cavaleiros, agora claramente visı́veis por causa da cruz tremulando no cé u, insistiram com suas montarias para quegalopassem. Ealivinhameles. —BigDogOneparatodasasunidades.Sebastianfaloupelorádio: —Nãoatirem.Esperemminhasordens.Protestosdetodososladossefizeramouvir. — Esperem, esperem, esperem — ele disse, embora os chefes dos pelotõ es em todo o complexotivesseminformadoqueoinimigoestavaapenasapoucosmetrosdedistância. —Ficoulouco?—Ottoestriloua400metrosàesquerdadeSebastian. —ReeWooparaBigDog:Estánahora,Sr. —Espere. —Permissãoparafalar,Sr.—chegouumatransmissãourgentedeRazor. —Negada.Sigaasordens. AlinhadefrentedoExércitodaUnidadefechouabrechaemsegundos. Sebastian icou irme, enfrentando os cavaleiros com ri les apontados para ele e outros com espadas desembainhadas. Sabia que estava tã o visı́vel para todos aqueles soldados quanto elesparaele,poisaáreadePetratornou-serepentinamentetãoclaraquantoodia.Sóocéupor trásdarudecruzcontinuavapretoecobertodenuvens. O Exé rcito da Unidade abriu fogo e Sebastian estremeceu, mas nã o se afastou nem procurou abrigo. Duzentos homens de suas tropas se achavam entre o exé rcito e a encosta ı́ngremequelevavaquasediretamenteparaacidaderosa-avermelhadadePetraetodosforam alvejados. Nã o era fá cil atirar de um cavalo a galope, mas algumas das balas deveriam ter certamenteencontradoseusalvos. Ossonsdeestilhaçosdemetralhadoraricocheteandonaspedrasencheuoareoolharno rosto dos cavaleiros nã o tinha preço. Espadachins se escondiam por trá s dos atiradores montados e um deles, claramente perturbado, mas decidido, dirigiu-se diretamente para Sebastian. George levantou a mã o e mexeu os dedos como se cumprimentando — ou se despedindo — e o soldado que brandia a espada levantou-a em arco enquanto passava. Era comosealâminativesseatravessadoacinturadeSebastian. Sebastian estava agora à deriva no meio do Exé rcito da Unidade, e cavaleiro apó s cavaleiro ia em sua direçã o — alguns atirando, outros brandindo as espadas. Nenhum sequer o tocou.Umdelesparouefezmençã odevoltaraté ele,masfoiesmagadoporumalevadeseus próprioscompanheirosquenãotinhamcomorecuar. George voltou-se e icou observando o ataque contra a encosta que levava para a cidade de Petra. O exé rcito havia aparentemente subestimado a habilidade dos cavaleiros para manter-se na sela enquanto os cavalos subiam o terreno ı́ngreme e tudo parou de repente. Os que estavam na planı́c ie lá em baixo continuaram subindo e isso provocou um congestionamento de proporçõ es bı́blicas. Os soldados gritavam uns com os outros. Os comandantesberravamordensquenãopodiamserseguidas. Enquanto isso, Sebastian e o seu pessoal caminhavam alegremente em meio ao inimigo, ilesos. Changignorouaomá ximootoquedotelefone.Elepensaraemdesligá -lo,decidindoqueo seu trabalho havia inalmente terminado, mas o senso de dever prevaleceu. Conseguiu deixar porummomentoosinalmagnéticonocéu,esboçouumsorrisodedesculpasaNaomieatendeu. Eraoseuassistente. —Vaiquererveristo—eledisse. —Jáestouvendooquequerover—respondeuChang. —Masestáaindainteressadonaquestãojudia,certo? —Questãojudia? —ÉaquiloqueoDr.Rosenzweigchamoude"voltamundialparaoMessias"? —Éclaro,masissovemcontinuandodesdeatransmissãodeChaim. —Eaumentoucomatempestadederelâmpagos. —Exatamente.Então,oquehádenovo? — Você precisa vir até aqui. Maciça nã o é bem a palavra para descrever o que está ocorrendo. Deveria haver milhõ es de indecisos, mas nã o há mais. Todos estã o aceitando o Senhoreparecequecadaumresolveunosinformarsobreisso. Rayfordnuncahaviapensadonoqueapessoadeveriavestirparaencontrar-secomJesus. Eleexaminouoarmário,encontrando—comoforatambémprofetizado—umuniforme,meias ebotascomtrêsanosemeiodeidade,mastãobonsquantonovos.Vestiu-seemsegundos. —Estápensandoomesmoqueeu,Rayford? —Oquê? —Quenã odevemosfugirdaquisenosacharmossu icientementesaudá veisparalutar.Há umabatalhaasertravadaenósdoisdeveríamosestarnela. —Nãofaçaissocomigoagora,Mac. — Nã o quero icar aqui mais do que você , Ray. Mas, Sebastian, Razor e Otto estã o tentandodefenderacidade. — Oh! Abdullah se foi. — Rayford sentiu-se transportado à infâ ncia quando tinha de defenderseucasodiantedospais.—Comoelepôdefazerisso? —Abdullahvairesponderàsuaprópriaconsciência. —Eeuvouresponderàsua? —Sóquerofazeroqueécerto,Ray. —Vaificardequalquerjeito? —Vou.Éassimqueeusou. —Vocêachoudebancaropaiparamimderepente. —Façaoquetiverdefazer,Ray.Eucompreendo. — Nã o vou voar sem você , Mac. Você pensa realmente que Deus me curou para que eu pudesseajudarnumabatalhaqueElejáprometeuganhar? Macsacudiuacabeça. —Eunãodissequefaziasentido.Apenasfaleioquepensava. —VouligarparaSebastian. —AquiBigDogOne!—gritouSebastian.—Falecomigo! AoouviraperguntadeRayford,eleriumuito. —Você eMacsubamnesteminutoesenã o izerisso,vouaté aı́ eatiropessoalmenteem você. ElecontouaRayfordondeestavaeoqueacontecia. —Vocêvaientãoacreditarquequandoosinalapareceu,Deusmecurou? — Eu acreditaria em qualquer coisa neste momento, companheiro. Se nã o tivesse de deixaromeupessoal,euiriacomvocê.Lembre-seentãodecadadetalhe,entendeu? Changjá ouviradeNaomi—cujoamorporeleofaziaduvidardaobjetividadedela—eda liderança,quehaviadesempenhadoumafunçã ocrucialnã oapenasparaoComandoTribulaçã o, mas també m para todo o remanescente em Petra. Alegrou-se com isso e embora icasse aliviadoporestarlivredapressã odiá riadevivercomoumatoupeiranocovildoanticristoem NovaBabilônia,eledescobriraemPetraumrarodesafio. Naomitinhasidoopontobrilhante,é claro.Masoseutrabalho,algumasvezesde14a16 horas por dia, podia ser tanto desgastante quanto estimulante. Ele o motivou por ser uma espé ciedeprodı́gioemassuntosté cnicos—nã opodianegarisso.Osassociadoslhediziamque essa nã o era a expressã o completa da verdade, e alguns até a irmavam que era o maior especialistaemcomputadoresdomundo,apesardasuajuventude. Tudo parecia ó t imo, mas quando examinou a si mesmo e tentou decidir o que o perturbava em relaçã o ao seu trabalho atual, percebeu tratar-se do adá gio do velho corretor imobiliário:localização,localização,localização. Oscomputadoresfaziamhaviamuitotempopartedasuavida,maseraprecisoguardá -los dentro de casa, ao abrigo das intempé ries. Chang tinha a impressã o de que continuava sendo umatoupeira,vivendoamaiorpartedotemponosubsolo—oupelomenosportasadentro.Suas escapadas eram sempre nos intervalos ou no im do dia, quando tirava um momento ou dois comNaomi,comoacabaradefazer. Ali estava ele agora, pouco antes do Glorioso Aparecimento de Cristo, sentado diante de uma sé rie de telas, controlando o mundo inteiro. Era com certeza um privilé gio. Quem mais estaria fazendo isso, ou saberia como? Ele admitia que contribuı́ra bastante, com a sua habilidadedeinterferirnastransmissõesdoinimigo,tantonocomputadorquantonatelevisão. Emborapreferisseestarcomaoutrapartedogrupo,dirigindolá foraesendodirigidopara várioslugaresaltos,Changsabiaqueeraaliqueficariasentadoatéofinaldomundo. Podiachoraregemeroufazeroseutrabalho,etrabalhareraoquefaria.Haveriatempo paraocuparalinhadefrente,comcapacidadeparaabsorvercadadetalhedoReinomilenar.Por agora, poré m, iria monitorar e coordenar as atividades de seus compatriotas. Eles precisavam mantercontatoentresi. Sebastian estava no meio da tentativa de invasã o do Exé rcito da Unidade, assim como Razor,OttoeRee. Abdullahseencontravanumjato,quemsabiaonde? Chaimtrabalhavacomosanciãosparacoordenaropovo. A ú ltima informaçã o que Chang recebera era que Rayford fora curado e que ele e Mac estavam procurando veı́c ulos de traçã o nas quatro rodas para poderem juntar-se aos combatentes. Lionelseencontravanamesmasituaçã odeChang,presoaumamesa,aindacontrolando dePetraaamplarededaCooperativaInternacionalcomaajudadeMingWoo. LeaheHannahcuidavamdaenfermaria,umtermoeleganteparaumafacilidademé dica tãograndequantoamaioriadoshospitais. Chang tinha mais responsabilidades do que achava que devia, mas com a liderança desviadaparaoutrospontos,eraobrigadoatomaralgumasdecisõ esexecutivas.Abdullahligara, pedindopermissãoparajuntar-seàsmassasemPetra. —Soubequearesistê nciaaoExé rcitodaUnidadeemPetrajá foidominada—eledisse. —Elesaindaestão,porém,seguroseprotegidosesabemosqueajudaextranãoénecessáriaali. Chang nã o podia culpar Abdullah por perguntar. Era exatamente o que ele gostaria de fazer e onde queria estar — um acampante em lugar de um conselheiro, por falta de uma descriçãomelhor. —Venhaentão—disse-lheChang. Explicou també m porque Abdullah estava tendo problemas em alcançar Rayford e Mac, masumminutodepoistudoissotambémmudou. — Chang — falou Rayford — Sebastian nã o precisa de nó s e nã o pode usar-nos. Dei instruçõ es a ele para trazer suas tropas e juntar-se aos remanescentes. O trabalho deles está terminado. —Mas,elesnãoterãodeatravessaroExércitodaUnidadeparachegaraquiagora? — Já estã o no meio dele e o inimigo nã o tem poder sobre eles. Uma vez que Chaim e os anciã osorganizaremascoisasporaqui,apopulaçã ovaipoderolhardecimaparaaplanı́c ieem voltadacidade.Todosterãoumavistaperfeitadocéuedaterra. —EvocêeMac? —MacvaipegarohelicópteroeeuprecisodeumATV. —Temcertezadequequerentrardenovonumdessesveículos? —Oqueimporta,Chang?Precisomontaroutraveznocavalo,comosediz. Changveri icouseusregistrosedisseaRayfordondeLionelWhalummantinhaasmelhores unidades,"tanquecheio,preparadoseprontosparapartir".Eparaondevocêvai,ouserámesmo quequerosaber? — Vou para onde Mac me mandar. Ele vai icar sobrevoando o Exé rcito da Unidade, tentandoacharolı́der.EuqueroestarporpertoparavereouvirCarpathiaquedeveestarem algumpontoatrásdahordaquepassouporSebastianeestáacaminhodanossafronteiraoeste. ChanginformouRayfordsobreoquetodososoutrosestavamfazendo,inclusiveAbdullah. —Evocêsabeondevouestar. —Nãopoderíamossobreviversemvocê,Chang. —Claro,claro. Enoque pegou o telefone, sacudindo a cabeça. Ele nã o podia culpar seu pequeno rebanho porfugir.També mtiveramedo,masnã ohaviaparaondeescaparenadaatemer.Issoerafá cil dedizer,masbemdiferentequandoospoderesdocé uhaviamsidoabalados.Nã opareciacerto ficarseparadodoseupovo,justamenteagora. Como parecia surrealista icar deitado numa espreguiçadeira em um quintal suburbano, tentandoalcançarosparoquianosportelefoneenquantoumacruziluminada,comquilô m etros de altura e largura, se estendia no cé u. Ele inalmente conseguiu entrar em contato com Florence,umamulhernegra,demeia-idade,quepareciaseramaisinfluentedacongregação. —Florence,ondeestátodomundo? —Metadeestábemaqui,pastor.Umpoucoconstrangida,maselesestãobem. —Eondeéaqui? — Cerca de trê s quarteirõ es do Sr., acho. Voltamos ao shopping, mas como nã o vimos o seucarro,calculamosentãoqueestariaemcasa. —Estouemcasa.PorquevocêsnãovêmparacáeficamcomigoatéJesusvoltar? —OSr.nosdisseparanuncainformaroseuesconderijo.Comovamoscabertodosemseu porão? Enoquecontouaelaondeseencontrava. —Eclaroquenã oqueremoschamaraatençã odosvizinhosoudaCG,masvocê nã oacha queelesestãomaispreocupadoscomocéunestemomento? —Esperepornós,estamosindo.Sóalgunstêmcarrosevamosdeixá-losaqui. MacficouconversandocomLionelWhalum,enquantoreabasteciaohelicóptero. —Nã osaı́ odiatodo—Lioneldisse,comasmã osnacintura,estudandoacruznocé u.— ExcetoparadarumATVaocapitãoSteele,éclaro. —Nãosaiunemparaveratempestadederaios?Foimagnífica. — Ouvi falar. Vi no monitor. Para dizer a verdade, Mac, eu tinha a impressã o de que o trabalhodaCooperativajánãoeramaisnecessário,masnuncaestivemostãoocupados. Chaim sentia terrivelmente a falta de Tsion. O homem mais jovem impunha respeito, talvez por ser um rabino, talvez por simplesmente manifestar um andar com Deus novo para Chaim. Nã o se tratava de ele nã o conseguir obter a atençã o dos anciã os. Era apenas porque tinhadelevantaramã oepedirapalavra.Tsionnuncaprecisavafazerisso.Só ofatodeinclinarseparaafrente,tomarfôlegoouabriraboca,pareciaatrairtodososolhosparaeleeaquietaros ouvintes. Eleazar Tibé rio, que nã o era muito mais velho que Tsion, embora muito maior e mais rotundo, se tornara um excelente aliado. Vinte anos mais moço que Chaim, sua voz grave e o tom grisalho que estava invadindo seu cabelo negro e ralo, assim como sua barba, lhe emprestavamumardeautoridade.Mostrava-setambé mrespeitosoemrelaçã oà liderançade Chaim, pedindo ordem com freqü ência e até exigindo que seus colegas ouvissem o Dr. Rosenzweig. Isso era crucial agora, o momento em que os lı́deres estavam prestes a dividir-se e coordenarosvárioschefesdegrupoparatodososcidadãosdePetraemsuasrespectivasáreas. — E preciso ordem — recomendou Chaim. — Devemos manter as pessoas em movimento e sob controle. Vejam este quadro, Srs. Notem para onde os grupos devem ir. Por favor! Cada um de você s é responsá vel pelos subpastores que terã o sob seus cuidados um total decemmilhomens,mulheresecrianças. Chaim parou, olhando para baixo. Ele temia que os anciã os nã o estivessem atentos. Era compreensı́vel que desejassem sair novamente para nã o perder o Glorioso Aparecimento. Esse era exatamente o centro de tudo. Ele nã o queria que ningué m perdesse o espetá culo. Olhou entãoparaEleazarqueusouavozpararesolveraquestão. —Senhores,senã oolharemalista,nã osaberã odizeraosseuschefesdegrupoparaonde ir! O grupo nú m ero um, como podem ver, vai seguir o caminho do sul para os lugares altos na fronteira oeste. Nossos engenheiros determinaram que há espaço su iciente para todos, se houvercolaboraçã o.Osprimeiros40gruposdemilpessoascadapodemmover-seaté cercade trê smetrosdabeirada,mastodosdevemestardispostosasentar-seumavezchegadoslá .Eda maior importâ ncia que os 60 grupos seguintes nã o façam pressã o, caso contrá rio poderı́amos perderdezenasdemilharesencostaabaixo.Compreendido? Chaim gostou de ver Abdullah chegar correndo. Enquanto Eleazar continuava falando as instruçõesparaosoutrosanciãos,elepuxouojordanianodeladoeabraçou-o. —Comovaiomeualunopredileto? Abdullahcontou-lheondeestiveraeoquevira. —Comosabe,doutor,nã osouumhomemqueexteriorizaassuasemoçõ es,masnã ome importodedizer-lhequemecomoviaté à slá grimascomoqueoSenhormostrou-me.Foium enormeprivilégio. —Nãopossoimaginá-loquerendosairdocéu. — Tive um desejo muito forte de estar com o Sr. e com o nosso pessoal para esperar os pró ximos acontecimentos. Tenho um pressentimento de que isso pode acontecer a qualquer segundo,mesmoantesdetodossereunirem. —Tememosamesmacoisa—a irmouChaim.—OExé rcitodaUnidadeestá à sportase a ú nica razã o para o nosso povo ter coragem de olhar para o cano das armas deles é que os vimosengolidospelaterradaprimeiravezemqueousaramaproximar-seedançamosnofogo quenosenviaramdasegundavez. Rayford icou satisfeito ao subir na monstruosa ATV. Qualquer medo de que fosse apenas umatentativadesapareceuaorealizarumgiroporPetra,inclinando-sedeumedeoutrolado enquanto acelerava gradualmente e fazia voltas à direita e à esquerda, à s vezes em alta velocidade.Elenã oqueriaserdescuidado.Usariaosfaró is,mesmocomailuminaçã oquevinha decimaemanteriaosolhosnochãoparaevitarsulcosepedras. O som alto e a está tica no cé u tanto o estimulavam quanto o deixavam nervoso, porque embora soubesse tratar-se de algo extraordiná rio, també m acreditava que Jesus poderia apareceraqualquermomento.Aú nicacoisamelhordoqueestaraquiquandoissoacontecesse era icarpertodeCarpathiaparaverasuareaçã o.Rayford,naverdade,supunhaque icariatã o surpresocomoeventoapontodenemmaisseimportarcomCarpathia. Depois de fazer um sinal de tudo em ordem para Lionel Whalum, ele apontou o veı́c ulo paraaladeiraı́ngremequelevavaaoterrenoplano.Suaidé iaeraacelerarenquantosesentisse no controle e ao primeiro sinal de que a moto parecesse estar icando caprichosa, ele usaria o breque. Mac subiu verticalmente algumas centenas de metros, antes de afastar o helicó ptero do espaço aé reo de Petra e pairar diretamente sobre as forças do Exé rcito da Unidade. Precisava icarvigilantequantoaosaviõ esdeles,masaoquetudoindicava,ningué mlá embaixolhedera qualqueratenção. Ele sabia que Carpathia e seu pessoal haviam chegado do leste e, portanto, voou até a extremidadeorientaldoenormeexé rcito.Ali,talveza400metrosdastropasmontadas,havia umacampamentodeveı́c ulos,cavaloseoquepareciaseremcadeirasconfortá veis.Dignitá rios assistiam sentados as notı́c ias pela televisã o. Ele gostaria de ter estado lá quando a cruz apareceu,poisimaginavaqueeladeveriaterdesviadoimediatamenteaatençãodelesdaTV. Todospareciamteragoraseacostumadocomofunestosinal,eestavamaparentemente tentandoacompanharosfeitosdeseulı́der.Esperassemelesaté veroqueviriaemseguidano céu! Enquanto isso, Mac icou pensando como localizar Nicolae Carpathia no mar escuro lá embaixo. CAPÍTULO10 LeahRosepensavaquenadamaisaimpressionaria.ElaestiveracomRayfordporocasiã o dojulgamentodos200milcavaleirosdemonı́acosquehaviaminvadidoaterraeaniquiladoum terço da populaçã o remanescente. Vira e suportara també m, em primeira mã o, todos os julgamentosqueseseguiram. Leah e Hannah Palemoon, a jovem enfermeira que se tornara sua amiga de con iança, foramasprimeirasasaircorrendodaenfermariaquandoforamavisadasdequeosinaldoFilho doHomemsurgira.Aquelanãoeraaprimeiravezemqueseaventuravamláforanaquelanoite. Haviamapreciadotambémoshowderelâmpagos. As duas tinham estado falando da sua culpa por ter deixado Lionel Whalum lidar sozinho com a Cooperativa. E claro que ele tinha ajuda, mas elas haviam sido suas assistentes durante meses e só havia pouco tempo tinham voltado aos seus deveres de enfermeira devido a vá rias indisposiçõ es, ferimentos e doenças em toda a Petra. Esses males só ocorriam entre os espiritualmenteindecisoseLeahpensavaquedeveriaserumaliçãoparatodos. Se havia uma coisa que entendera desde a sua fuga da Comunidade Mundial, era que as pessoasaprendiamdevagar.Elaforaensinadaeouvirarepetidamentequeahumanidade icaria cegaaosatosdeDeus:queveriasuasobraspoderosasemesmoassimOrejeitariameseguiriam seuprópriocaminho. Nã osetratavamaisdeumaquestã odeincredulidade.Isso icaraclaro.Ningué mdebom senso poderia ver tudo o que ocorrera nos ú ltimos sete anos, a partir do Arrebatamento, e mesmoassimafirmarnãosaberqueestaeraabatalhafinalentreobemeomal,entreocéueo inferno,entreDeuseodiabo. Senã ofosseaincredulidade,comoaconteceracomLeahnomundopré -Arrebatamento,o que seria? As pessoas estariam insanas? Nã o, decidiu, eram auto-su icientes, narcisistas, vã s, orgulhosas.Emumapalavra,eramperversas.ViramosatosdeDeusederamascostasparaEle, preferindoosprazeresdopecadoàeternidadecomCristo. Nessemeiotempo,Deusendureceramuitoscoraçõ es.Quandoessesincré dulosmudassem deidé ia—outentassemfazê -lo—nã oseriamsequercapazesdesearrependeresevoltarpara Deus.IssoparecerainjustoparaLeahnoinı́c io,mascomopassardosanoseoprosseguimento dosjuízos,elacomeçouaveralógicadetudo. Deussabiaqueospecadoressecansariameventualmentedesuapobrezaespiritual,masa paciê ncia Dele tinha um limite. Era preciso pô r um basta. As pessoas haviam recebido informaçã omaisdoquesu icienteparatomarumadecisã orazoá veleotristeé que izerama escolhaerrada,vezapósvez. Hoje era realmente o im. Nã o havia dú vidas de que a misericó rdia de Deus continuava estendidaparaoseupovoescolhido.Pormeiodeseusservos,pessoascomoTsioneChaimeas 144.000 testemunhas, o Senhor ainda pedia aos incré dulos no remanescente inal que se aproximassemDele. ConformeouvidodasfontesdeChang,milhõesestavamfazendojustamenteisso. Leah icou, poré m, impressionada ao ver que ela nã o era a inal de contas incapaz de comover-se.Quandovoltou inalmentecomHannahà enfermaria,espantou-seaoveri icarque todos haviam sido curados. Todos. Ningué m estava doente, ferido ou aleijado. Todos se encontravamempé,cumprimentandounsaosoutros,vestindo-seeindoemborasemsequerter tidoalta. Melhorquetudo,muitosdosantesindecisosestavamajoelhados,clamandoaDeusqueos salvasse. E ao redor dessas pessoas, havia voluntá rios remanescentes, aconselhando-as, orando comelas. —Perdemosoemprego,Hannah—Leahdisse. ElaligouparaRayfordedescobriuqueeletambé mjá estavaempé ,vestidoeprocurando ação. Quando chegou mais perto do Exé rcito da Unidade que avançava lentamente, Rayford apertouostrê sbrequesdaATV-osdoguidã oeoque icavadebaixodopé direito.Eleestivera circulando alegremente pela encosta do monte rochoso, ouvindo o avanço do exé rcito. Mas, quando passou por uma vegetaçã o rasteira e compreendeu que os soldados podiam vê -lo, controlouseuímpeto. Muitos dos soldados estavam a pé , procurando sem sucesso fazer os cavalos subirem. Os que continuavam montados se esforçavam para que os animais seguissem na direçã o certa. A terra estava solta, a escalada era difı́c il. Eles nã o tinham um ar de felicidade no rosto, mas pareceramrealmenteintrigadosporterumalvo. —Identi ique-se—vociferouumdeles,apertandoasré deasdocavaloeparandoacerca detrêsmetrosdeRayford. —CidadãodePetra—respondeuele,comavoznãotãoconfiantequandoesperava. —Vocêéagoraprisioneirodeguerra. —Estãofazendoprisioneiros?Hámaisdeummilhãodenós. —Só você .Podeserú t ilparanó s.Precisamossaberondetodosestã o,amelhormaneira deentrar,tudoisso. —Edepois,possoirembora? —Nãobanqueoesperto. — Quanto ao lugar onde quase todos estã o, encontram-se lá dentro. Mas você já sabia disso.Amelhormaneiradeentraré dooutrolado,masé claroquenã oterá permissã o.Estou, porém,curioso.Porquevocênãotomouumdosguardasdacidadecomorefémeperguntouisso aele? —Massacramostodos. —Verdade?—Rayfordpegouseuwalkie-talkiedocintoeapertouobotão.-BigDogOne, aquioseucapitão.Câmbio. —Oi,Rayford. —Comotudovaiindo?Nãohouvebaixas? —Nenhuma. —Então,seeuquisesseprovocaroExércitodaUnidade,possoconfiarque... —Ondevocêestá,homem? —Cercade1,5kmdafronteiraocidental. —Estoua800metrosabaixodevocêesubindo. —Nomeiodoinimigo,BigDog? —Exatamente.Ostirosdelesnãovalemaqui.Nemasespadas. —Matem-no—disseosoldado,emeiadúziadearmasabriramfogo. Excetoporumzumbidonosouvidos,Rayfordnãosofreunada. —Talvezvocêspossammedizerumacoisa—exclamouele. —Estouprocurandooseulíder,ograndehomem,ochefão.OndeestáCarpathia? Ossoldados,poré m,haviamempalidecido.Eracomoseestivessemimaginandosevaliaa pena.Comonã opodiammatarosrebeldes,qualaló gicadeinvadirafortalezadeles?Eparaque aquelesrebeldesprecisavamnaverdadedeumafortaleza? — Tudo bem — Rayford disse. — Tenho as minhas fontes. -Com licença — disse ele enquantoseafastavanaATV.Algunssoldadosatiraramcontraeleeoutrosjogaramasespadas, mas em breve os comandantes começaram a instruir seu pessoal a poupar muniçã o para o cercodacidadeladepedra. Encontrar Carpathia nã o foi tã o difı́c il quanto Mac temia. Em meio à massa pulsante de humanidade que avançava aos poucos pela planı́c ie em direçã o ao caos no monte, havia um cı́rculodeluzesapontandoparaumhomemmontadonumginetepretomaiordoqueonormal. Só Carpathia precisava de luzes brilhando sobre ele, para que a audiê ncia da televisã o mundial pudessevê-loemação. Enquanto Mac observava do helicó ptero, Nicolae passou bastante tempo segurando a espadanoaltoeparecendogritarordens.Aseguir,embainhavaaespadaediscutiairadocomos queorodeavam,provavelmenteseusgenerais.Seudesagradocomalentidã oeraclaro,masao removeraespadanovamentedabainha,apresentavaumaexpressãodecidida. MacligouparaRayfordedeu-lheascoordenadasdeondepoderiaencontraropotentado. —Obrigado,Mac.EsperoencontrarprimeiroSebastianepartedoseupessoal. EnquantoatravessavaoExé rcitodaUnidade,Rayfordencontroumaisemaissoldadosque deveriamteraprendidoafutilidadedetentaratacaroinimigoforadePetra.Olhavamparaele, levantavamasarmasedepoisprosseguiamexaustos. Em breve houve, poré m, um novo desenvolvimento. Ordens foram dadas pelos comandantes de que todo o pessoal no monte deveria dar meia-volta e desobstruir a á rea. Alguns resmungaram, mas a maioria pareceu aliviada. — Bem na hora — Rayford ouviu um delesdizer. A medida que os milhares de cavalos e cavaleiros desimpediam a á rea, o restante do Exé rcitodaUnidadeparouaopé domonte.Umaclareiradecercade150metrosfoiabertano meio deles e Mac disse a Rayford que aquele era o caminho que Carpathia e seu pessoal iriam usar. — Parece que estã o planejando dirigir pessoalmente esta operaçã o — a irmou Mac — e issovaiacontecernomomentoemqueeletomeseulugaràfrentedatropa. — Os cavalos deles nã o terã o mais facilidade do que os outros nesta ladeira — disse Rayford. — Eles vã o dispensar os cavalos, penso eu. O pró prio Nick está no grande Humvee, mas eles possuem també m Hummers menores, SUVs e transportes blindados de pessoal. Uh-oh, há maisumacoisa.Lançadoresdegranadasemísseisestãochegando. — O que quer dizer esse uh-oh? Por que esses equipamentos produziriam melhores resultadosaquidoqueasbombas? —Bomponto.Sóestoudizendo... Rayford encontrou uma Hummer levando Sebastian, Weser e Razor. Ela nã o teve di iculdade em subir, especialmente agora que o Exé rcito da Unidade abandonara a á rea. Rayfordparouaoladodomotoristaedesligouomotor. Sebastianabaixouovidro. —Quetalestaconfusão?—perguntou. —Vocêsabequeestámostrandoaoinimigocomolidarcomoterreno. — Será entã o culpa minha se alcançarem o topo e matarem todo mundo, provando que todasasprofeciasestavamerradas? — Vou responsabilizá -lo — disse Rayford. — Quer divertir-se um pouco? Siga-me. Vou instalar-meportrásdocentrodecomandomóveldeCarpathiaeacompanhá-los. Sebastiansuspirou. —Estoupropenso.Dêumaordemeentãonãotereiescolha. —Qualasuamelhoravaliaçãodoquedeveriaestarfazendo,George? SebastianolhouparaWesereRazoredepoisnovamenteparaRayford. —Oqueestoufazendoagora.Querolevartodoomeupessoallá paracimaeparadentro, para que tenham a melhor visã o do que vem em seguida. Nã o posso abandoná -los neste momento. —Éissoentãoquedevefazer.—RayfordbateunatampadaHummer.—Continue. Abdullah voltara à sua moto, seguindo barulhentamente seu caminho entre dezenas de milhares de pessoas. Ele supervisionou e aconselhou anciã os enquanto estes dirigiam os subpastoresechefesdegrupoparalevarmilhõ esdepessoasaosseuslugares.Atarefaeralenta, masestavatendoêxito. Abdullahhaviaexaminadoumaá reaanordesteedecidiuqueChaimeosanciã osdeviam icar ali quando todos os demais estivessem em seus lugares. Pelo menos 80% da populaçã o poderia ver Chaim dali. No caso de ele ter algumas ú ltimas palavras para os cidadã os, havia acessoaosistemadealto-falantespúblico. —Mas,esperoquetodaaatençãoestejanocéuaessaaltura—eledisse. ChaimnãopodiaesconderdeEleazarsuaapreensão. —Oquefoi?—perguntouoanciãomaisjovem. —Faltadefé—respondeuChaim. — Claro que nã o. Nã o você . O Senhor nos trouxe até muito longe, mostrou-nos coisas demais.PodehaveralgumadúvidadequeElevaiaparecereresgatar-nosnahoramarcada? — Mas, qual é essa hora, irmã o? O pessoal de Chang avisou que o Exé rcito da Unidade desobstruiuaencostaocidentalparaumaarmadacujocomandanteseráopróprioCarpathia. —Tantomaisrazã oparacrerqueoMessiasvirá embreve.Elenã ovainosenganar,nã o quebrará assuaspromessas.Oanticristonã opodeprevalecerequantomaispertochegar,tanto maiscedoseremoslibertados. —Creionisso,Eleazar. —Éclaroquesim.Oqueoatormentaentão? —Coisasquenãoforamditas, —PeloSr.?—disseoanciãoTibériocomumapiscadela. —Édifícilimaginarisso. — Eu queria explicar as iguras do Glorioso Aparecimento. Tsion e eu passamos tanto tempo insistindo numa abordagem literal das Escrituras que temo ter negligenciado parte das referênciasclaramentesimbólicasnaspassagensdoGloriosoAparecimento. —Epossı́velqueaindahajatempo—disseEleazar—mas,porquenã odiscutimosissolá fora?OMessiaspodechegarantesqueoSr.fale! —Devoprepararnotas. —Quer icaraquiescrevendoquandoacontecer?Leveconsigosuacanetaepapel,Chaim, masvamos,porfavor. Enoque escondera o carro durante meses a alguns quarteirõ es da casa onde ocupava o porã o.Elenuncaligavaasluzesdecimaeasjanelasdoporã oestavamfechadascomtá buas.Os vizinhosdePalosHillsnuncaoviamà luzdodiaporqueseriaincapazdeesconderofatodenã o usaramarcadelealdadedopotentado.Costumavaesgueirar-separadentroeparaforadacasa aparentementeabandonadanashorastranqüilasdamanhã. Agora, poré m, estava ali no quintal murado, ouvindo os vizinhos interrogando-se entre si, discutindo os fenô m enos astronô m icos em tons assustados. O que pensariam de estranhos invadindo, reunindo-se em seu quintal? Teriam o trabalho de veri icar e ver que ele e seus amigos eram renegados, fugitivos, fora-da-lei? Haveria tempo para que os vizinhos os matassem? Desde que os vizinhos tiveram de supor que sua casa era desabitada, nada despertaria suspeitasnoescuro.Porqueteriamdesuporalgumacoisasobreeleouseupovo? Ah!,pensou,issoéingênuo.Oqueestaríamosfazendotodosjuntosaqui? Mactinhaumavisã oclaradaú ltimamanobradoExé rcitodaUnidadeetevedeadmirara estraté giadaliderança.Algué msabiacomoresolverumproblema.QuerfosseCarpathiaouum de seus asseclas, o plano estava dando certo. Os milhares da linha de frente que haviam começado a invadir a encosta ocidental acharam a subida impossı́vel e haviam seguido para o sul, depois para o oeste e inalmente de volta ao nordeste, começando a se reintegrar nas fileiras. Enquanto isso, um corredor de 400 metros de comprimento e 15 metros de largura se abrira diante da unidade privada de Carpathia — tendo també m 45 metros por trá s dele. Carpathiaeseupessoalestavamsendotransferidosparaumtransportemó vel.Umcomboiode dezveículosfoimanobradoemposição,seguidopordoisoutrosdearmamentospesados.SeMac tivessedeadivinhar,elediriaqueCarpathiache iariaoataque,comasmuniçõ eslogoatrá sdele eorestantedoexército—comexceçãodoscavaleiros—fechariaaretaguarda. De onde Mac se achava, era ó bvio que sob outras circunstâ ncias Petra nã o resistiria. Estavamdesarmadoseemnú m erotrê souquatrovezesmenoremrelaçã oaapenasumterço do total das forças de Carpathia. Os veı́c ulos do Exé rcito da Unidade teriam condiçã o de atravessar facilmente o terreno e a linha de frente desta nova unidade poderia estar do outro ladodosmurosdePetraemmenosdemeiahora. MacligouparaChang. —VocêaindaconsegueinterferirnascomunicaçõesdeCarpathia? — Quase. Posso entrar em contato com todos menos com ele, mas tenho um decodificadorrápidoemoperaçãoeachoquenãovaidemorar. —Mandeparamim,logoquepossível,estábem? —Voumandar.Rayfordtambémquer. —Certo. Rayfordaguardounabasedomonte,diantedoExé rcitodaunidadecercadedezgrausao suldaaberturadeixadaparaaunidadedeCarpathia.Rayfordfoivirtualmenteignoradoporqueo restante das tropas notara rapidamente a presença do VIP em seu meio. Todos os olhos se fixaramemNicolae. O plano de Rayford era acompanhar Carpathia quando ele passasse, esperando nã o atrair atençã o. Isso seria absoluta loucura, com exceçã o do que já sucedera. O Exé rcito da Unidade parecia ter inalmente admitido nã o possuir poder sobre a cidadela apesar da diminuta defesa. PorqueelespensavamterumaoraçãodentrodaprópriaPetra,apesardesuahistóriainfrutífera contraopovodeDeus,eraummistério.OegodeCarpathianãoconhecialimites. Os receios de Enoque provaram ser infundados. O seu pessoal foi su icientemente astuto parasurgirsemruídoemgruposdedoisoutrês,eencontrarocaminhoparaoquintalsematrair atençã o. Os vizinhos acabaram indo para as suas casas e Enoque permaneceu no quintal com maisde40doscemmembrosquesehaviamjuntadoaelenoshoppingnaquelamanhã. Ficaram em volta da cadeira dele e sentaram na grama. Ningué m parecia cansar-se de observaracruzqueadornavaohorizonte. — Vem, Senhor Jesus — vá rios deles sussurraram e outros repetiram: — Vem, Senhor. Vemdepressa. —Tudoquevaiacontecerseráali,certo,pastor?—disseumjovem. —Ali? — Na Terra Santa. O Sr. disse que Jesus lutaria primeiro pelos judeus de Petra e depois salvariaJerusalém.ComovamossaberqueEleveio? — Olhe — sussurrou Enoque — a Bı́blia diz que o mundo inteiro saberá quando Ele vier. Apocalipse 1.6 diz: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá , até quantos o traspassaram". —ComoElevaifazerisso?ATerraSantaficadooutroladodomundo. —Vocênãoachaqueelesestãovendooquenósvemosagora? — Penso que sim, mas quando a lua aparece, as pessoas daquele lado enxergam o outro lado,nãoé? —Podemestarvendoooutroladodestacruz.Nãotemosidéiadoseutamanho. —Ousehámaisdeuma—comentoualguém. —Oquedisse?—perguntouEnoque. —Deuspodefazeroquequiser,nãoé? -É. —Elepoderiacolocardezcruzesnocéuparatercertezadequetodosveriamuma. —Mas,sóháumJesus. —Seidisso.Ele,poré m,podeaparecerondequiser,aomesmotempo.Foiumsó homem, masmorreuportodos,podeentãoaparecerparatodos. —Agoravocêtemrazão—disseEnoque. —SeráqueElevaimatarumaporçãodegenteaqui,comofezlá? — Temo que sim. Se estiverem trabalhando para o anticristo, estarã o em sé rias dificuldades. —Rayford,vocêdeviaveristodeondeestou—Macdisse. —Achoquegostodolugaremquemeacho—respondeuRayford. —Elindo.Acidadedepedrasvermelhasestá iluminadapelacruzlá doaltoesintocomo seestivessenumdaquelesdirigı́veisquecostumavampairarsobreosestá diosdefutebolà noite. Quasetodosjá seinstalaramnoaltodePetra.Opessoaldafrenteestá sentado,paraqueosque estã oempé atrá sdelespossamver.Amaioriapoderá enxergaroExé rcitodaUnidadeatacando eoSenhorvoltando.EsperoqueElecheguelogo. —Imaginoquechegaránahoracerta,nãoacha? —Acho.PossoverChaimeosanciã osseencaminhandoparaumlugarondequasetodos possamvê-los.Ficoimaginandosealguémestámorrendodemedolánabeirada. —Euestariaejásobreviviamuitacoisa. — Eu també m, Ray. Penso que faz parte da natureza humana sentir que está desa iando demaisodestino.Olhe,parecequeChaimestá falandocomeles.VouverseChangpodeentrar emcontatoconosco—oh!eleestábemàfrentedenós.Ei-loaqui.Falocomvocêmaistarde. — ...e irmã s no Messias — Chaim estava dizendo. — Reunimo-nos neste lugar histó rico, nestasantacidadederefú gioprovidapeloSenhorDeus.Encontramo-nosnoprecipı́c iodetodos os tempos com a sombra da Histó ria por trá s de nó s e a eternidade à nossa frente, colocando todanossaféeconfiançanarochasólidadabondade,forçaemajestadedenossoSalvador. — Possa o Senhor aparecer enquanto falo. Oh, a gló ria desse momento! Aqui estamos, itando os cé us onde o sinal prometido pelo Filho do Homem brilha diante de nó s, trovejando atravésdaserasaverdadedequeasuamortenacruznospurificadetodopecado. — Nos pró ximos minutos, você s talvez vejam o inimigo de Deus avançando para esta cidade forti icada. Digo-lhes com toda a con iança que o Pai colocou em minha alma, nã o temam,poisasuasalvaçãoestáperto. — Muitos perguntaram o que vai acontecer quando o anticristo vier contra o povo escolhido de Deus e o Filho interferir. A Bı́blia diz que ele irá matar nosso inimigo com uma armaquesaidesuaboca.Apocalipse1.16achamade"espadadedoisgumes".Apocalipse2.16 menciona que Ele diz "Venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca". Apocalipse 19.15 a irma que "Sai de sua boca uma espada a iada, para com ela ferir as naçõ es". E Apocalipse 19.21 ensina que os inimigos "foram mortos com a espada que saı́a da bocadaquelequeestavamontadonocavalo". —Queroagoraesclarecer.Nã ocreioqueoFilhodeDeusvá sentar-seemseucavalonas nuvenscomumaespadagigantescasaindodesuaboca.Elenã ovaisacudiracabeçaemataros milhares de tropas de Armagedom com ela. Esta é claramente uma referê ncia simbó lica, e se vocêestudaaBíblia,sabeoquesignificaumaespadaagudadedoisgumes. — Hebreus 4.12 diz que a Palavra de Deus "é viva, e e icaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espı́rito, juntas e medulas,eéaptaparadiscernirospensamentosepropósitosdocoração". QualvaiseraarmaqueoSenhoreMessiasusaráparavencerabatalhaemataroinimigo? A pró pria Palavra de Deus! Embora a referê ncia à espada possa ser simbó lica, acredito que a descriçã odoresultadoé literal.APalavradeDeusé agudaepoderosaosu icienteparaaniquilar oinimigo,destruindo-oporcompleto. Rayfordsentiuavibraçã odaexpectativa.Elevoltou-separaolharPetraquandoosvivase aplausos abafaram a voz de Chaim, que aparentemente tinha terminado. A emoçã o sufocou Rayford enquanto apreciava a cena. Em redor do topo da cidade forti icada, encontrava-se o remanescente do povo de Deus, lentamente virando-se de costas para Chaim, a im de olhar paraocéuedepoisparaoinimigoabaixodeles. Daqueladistâ ncianã opassavamdemanchas,mashaviatantosqueRayfordpodiaverque estavam levantando as mã os e apertando-as. Ouviu suas vozes cantando em conjunto as melodias de hinos, fracas a princı́pio, mas crescendo depois em volume. Primeiro cantaram: "CantooGrandePoderdeDeus",emomentosdepois:"CasteloForteéonossoDeus". Quando iniciaram o "Aleluia", Rayford desejou icar em pé e acompanhá -los. Quando as verdades ecoaram pela encosta da montanha -"Gló ria Pra Sempre" — ele comoveu-se até o fundodesuaalma. Naquele momento, Chang aparentemente decifrou o có digo da audiotransmissã o do potentado e ela surgiu estalando no fone de ouvido da orelha esquerda de Rayford. Ele estava entãoouvindoaomesmotempoosmagníficosaleluiasemumouvidoeoanticristonooutro. Nicolaenãoestavafeliz. — Vamos avançar! Os loucos estã o cantando! — Ele blasfemou vá rias vezes. — Cantam emfacedaprópriamorte! A caravana começou a mover-se, a cruz acima dela fazia saltar ondas de luz da poeira levantadapeloscarros. — Desloquem-se ao ponto mais alto e mais pró ximo — ordenou Nicolae — com as muniçõ es por trá s onde o â ngulo é ideal. Vou icar em pé no teto do veı́c ulo para que todos possamver-me:minhastropasserãoinspiradaseoinimigoconheceráoautordasuaruína. A mençã o do destino de Carpathia, Rayford olhou novamente para a encosta onde centenasdemilharessebalançavamritmadamenteecantavam,olhandoparabaixo.Aimensa cruz brilhava sobre todo o monte, como se indicando ao inimigo justamente o lugar em que Deusdesejavaqueficasse. Rayfordimaginousealgué memPetratinhaaindadú vidas.Ficousatisfeitoempensarque ele mesmo nã o tinha nenhuma. Caminhara muito. Seu orgulho e preguiça custaram a vida de sua esposa e ilho no Arrebatamento. Ele se sentira responsá vel pelo fato de sua ilha ter compartilhadosuavisãoerradasobreopovodaféeseguidoseuexemplo,ignorandoaDeus. Emborafosseimensamentegratopelasuasalvaçã oeadeChloe,saberqueelaeomarido forammartirizadoserasimplesmenteopontocrucialdatragé diaresultantedeeleterdeixado deladoaverdadenoprincı́pio.Tantosamigoseentesqueridoshaviamsofridonosú ltimossete anos. Novos amigos, velhos amigos, uma nova esposa, mentores espirituais, compatriotas queridoshaviamsidoferidos,mortos,torturadospelasuafé. Deus,poré m,semostrara ielà suaPalavra.Cadaprofeciaforacumprida.Emboraalguns ainda perguntassem a razã o da demora do Senhor e se havia qualquer sentido ou ló gica em permitir que o anticristo chegasse à s fronteiras da cidade de refú gio, Rayford simplesmente con iava.Deustinhaosseusplanos,seuscaminhos,suaestraté gia.Só quandodeixaradeduvidar de Deus, é que Rayford conseguira compreender os caminhos confusos e algumas vezes inescrutáveisdele—queasEscriturasdiziamnãoserem"osnossoscaminhos". Algumas coisas continuavam sem sentido e muitas outras nã o icariam claras, ele sabia, atéquevisseJesusfaceaface. Odes iledomalpassouapoucosmetrosdeRayford.EleligouomotordaATVesejuntou aeles,doisveı́c ulosatrá sdodeCarpathia,masà frentedosruidosostransportesdearmas.Um general tentou afastá -lo, Rayford sorriu e acenou de volta. O general pegou a arma de um ajudanteefezmirapelajanela.Rayfordpiscouparaeleeohomemabriufogo. O general empalideceu ao ver os projé teis disparados a queima-roupa como que atravessaremRayford. — Nada de tiros! — gritou Carpathia. — Ignorem qualquer inimigo fora dos muros da cidade! Abdullah estudou sua có pia da lista de localizaçã o e escolheu vagarosamente o caminho pelaspassagensestreitasemovimentadas,até encontrarolocalemqueamulherdeSebastian, Priscilla, deveria estar com a ilha, Beth Ann, e o neto de Rayford, Kenny Bruce. Uma vez ali, tevedeperguntaraváriaspessoas,masfinalmenteencontrou-os. Beth Ann estava perto de Priscilla, segurando a mã o dela e com o braço livre Priscilla seguravaKennyadormecidoemseuombro. —Deixequeeuolevo—disseAbdullah. —Oh!obrigada,Sr.Smith.Eleestáficandotãopesado. —Venhacá ,meninã o—disseAbdullah,tomando-onosbraços.Elecolocougentilmentea cabeça de Kenny em seu ombro e começou a embalá -lo, mas quando Abdullah tentou acompanharbaixinhooscânticos,omeninoacordou. —TioAbdullah—eledisse. —Oi,Kenny. —Jesusestávindo—falouomenino. —Temrazão,companheiro.Elevemmesmo. CAPÍTULO11 Finalmente, nã o havia mais nada que Chang pudesse fazer. Ele e Zeke estavam aparentemente na mesma situaçã o. Talvez eles tivessem de encontrar uma nova pro issã o ou ficardesempregadosduranteospróximosmilanosdoreinadodeJesusnaterra. Changsabiaondetodosestavam,conheciaalocalizaçãodecadaum. Abdullahvoltaraaorebanho. Chaimeosanciãosseachavamcomopovo,esperandoevigiando. HannaheLeahhaviamfechadoaenfermariaeestavamlá fora,assimcomoLioneleMing —aCooperativafinalmenteàsescuras. Mac estava no ar e Rayford no chã o. Sebastian, Otto, Razor e Ree deveriam entrar em Petra naquele exato momento, juntando-se ao seu povo e para insistir com o restante dos soldadosrebeldesparafazeremomesmo. ChangretransmitiuparaMaceRayfordasnotı́c iasdoinimigo,usandoumfonedeouvido paramanter-seinformado. Em seguida, inclinou-se para trá s na cadeira e suspirou, depois levantou-se depressa. EstavanahoradeencontrarNaomieircomelaparafora,ondeeraolugardeles. —Vaitirarorestododiadefolga?—eladisse,dandoamãoparaeleaoseencontrarem. —Orestodeminhavida—respondeuChang. Mac icouobservandooveı́c ulodeSebastianeascentenasderebeldesremanescentesque oseguiamatéPetra. — Parece que estã o todos a salvo, Ray — informou ele. — Todo mundo está em casa agora,menosvocêeeu. — Gostaria de estar com Kenny neste momento — disse Rayford. — Priss disse que ele perguntoupelopaietudoqueelapôdepensaremdizeréqueoveriamamanhã. —Boaidéia.Olhe,Ray,ovelhoNicknãodeixounadaaoacaso. —Porquê? —Elefezcomqueorestodastropasseespalhassepararodearacidade. —Nãoouviessaordem,Mac. —Deveseralgumacoisaqueeledecidiuantesquepudéssemosescutá-lo. — As tropas montadas devem estar atrapalhando. Sem mencionar todas as crateras de meteoros. — Algumas das trilhas deste lado sã o viá veis. Lembre-se de que eles usavam jumentos paralevarosturistas. —Reúnamosaviões—RayfordouviuavozdeCarpathia. —Oqueeleestáfazendo,Mac? —Vouverificar,masparecequeestáreunindotudoquetemnestaregião. —Umterçodototal,comoaBíbliadiz. —Elenãopodelivrar-sedasprofecias,nãoé,Ray? EnquantoRayfordseguiaparaPetra,acompanhandoaprocissã omaligna,ouviuozumbido dejatos. —Bombardeiros? —Nã o—Macdisse.—Sã oaviõ esdecombate,masnã obombardeiros.Achoquesabem que nã o adianta. Terã o de aprender da maneira mais difı́c il que as armas també m nã o funcionamaqui. Quando o Humvee de Carpathia chegou ao ú ltimo trecho ı́ngreme, estava quase apontandoparaocéu. —Encontreumlugar—disseeleaomotorista—ondeeupossa icarempé notetoever todasasminhastropasdesteladoetambémobservaroinimigo. —Creioqueestamosquaselá,Excelência. Rayforddeixouaformaçã oeandoucercade18metrosaté quepudesseenxergarbemos arredores.Desligouentã oomotorepassouapernaesquerdapeloassento,usandoaATVcomo banco. —Ataque,seucovarde—sussurrouele,esperandoqueissotrouxesseJesusdocéu.Sim, eu sei,elevaichegarnotempodele. —Quetalaqui,SuaAlteza? RayfordouviuorangidodocourodaroupadeCarpathia,enquantoelesemoviadeumlado paraoutro. —Perfeito. Um soldado abriu a porta do carro de Carpathia e os generais també m abriram simultaneamente as portas dos carros deles, saindo dos veı́c ulos. Um general segurou a porta para Carpathia e ofereceu-lhe a mã o, a im de ajudar o potentado a subir na capota. Nicolae, poré m, ignorou-o. Saltou para a frente do carro e alcançou o teto. O veı́c ulo se achava num â ngulo tal que ele começou a escorregar. Equilibrou-se, poré m, tirou ruidosamente a espada e levantou-aacimadacabeça. —Luzes! Ofaroldeumjipeiluminou-ocomumjatodeluzforteeostentoso,lançandoumasombra detrêsmetrossobreasrochasatrásdele. — Leais soldados do Exé rcito da Unidade da Comunidade Mundial, observem seu comandante-em-chefe! OscânticosnointeriordePetracessarameopovosepôsaolharparaele. —Você stê moprivilé giodefazerpartedamaiorforçamilitarjá reunidanafacedaterra! Serã o enaltecidos eternamente pela vitó ria que estamos prestes a obter. O plano é perfeitamenteseguro,nossosrecursosilimitados,seulı́deré divino.Umavezqueesmaguemosa resistê ncia aqui, você s ocuparã o a cidade e tirarã o proveito dos despojos enquanto vou sitiar Jerusalém. —SerealmentehouverumDeusdeAbraã o,IsaqueeJacó , eseeletemverdadeiramente umFilhodignodeenfrentar-meemcombate,també modestruirei!Quandomeinformaremde que todos os elementos estã o em seu lugar, preparem-se para avançar sobre Petra quando receberemminhasordens.Nã odeixemviverhomem,mulheroucriança.Avitó riaé minha,diz seusenhorvivoereiressurreto! Da parte de trá s do veı́c ulo de Carpathia surgiu Leon Fortunato aos tropeçõ es, ainda em sua ridı́c ula vestimenta. Ele falhou na primeira vez em que tentou subir na capota e depois, levantando inalmente as vestes, conseguiu subir. Quando pisou desajeitadamente no limpador depára-brisa,pisoutambémnabarradeseumantoetevederecuar,fazendonovatentativa. Ao chegar depois de muito esforço ao teto, Leon tirou do manto um pequeno frasco e começouaaspergiroseuconteúdoemvolta. — Louvado seja o senhor ressurreto — entoou ele, e pô s-se a cantar. — Ave Carpathia, nossosenhorereiressurreto. —Leon,oquevocêestáfazendo?—perguntouCarpathia. —Dirigindoaassembléiaemadoração,Alteza. —Istoéumabatalha,homem!Quedesperdíciodeáguasanta! Leon inclinou-se e pediu desculpas, desceu entã o ruidosamente da capota e escorregou paraochão. —Oh!—disseele—quaseesqueci.Deveriadizer-lhequetodosestã oemsuasposiçõ ese preparados. —Entrenocarro,Leon. —Comsuapermissão,Excelência. NomomentoemqueaportadeLeonfechou-se,Carpathiabateuduasvezescomviolência noteto.Nadaaconteceu.Elebateumaisduasvezes.Aindanada. —Vamos!—gritouele.—Vamos! —QuerquedirijacomoSr.aı́ emcima,potentado?—perguntouomotorista.—Pensei quedeviaficar... —Ande!Agora! O homem acelerou o carro e enquanto subia virtualmente o muro, Carpathia teve de esforçar-seaomáximoparamanteroequilíbrio. —Ataquem—berrouele.—Ataquem!Ataquem!Ataquem! RayfordviuoveículodeCarpathiasaltareosaviõesdareminícioaotiroteio.Tantoquanto Rayford pô de ver, o Exé rcito da Unidade avançava, enquanto o remanescente, espiando por sobreomuro,permaneciaemsilêncio,demãosdadas. O som do cerco era ensurdecedor. Jatos, jipes, carros, caminhõ es, motos, transportes, armamentos, muniçõ es, disparos de ri les, tiros de metralhadoras, canhõ es, granadas, foguetes — tudo o que se possa pensar. Mas, quando a cruz panorâ mica desapareceu do cé u, o mundo icounovamenteà sescuras.IssolembrouRayforddoqueouvirasobreaescuridã oquedescera sobre a Nova Babilô nia. O ú nico som era o barulho de armas que nã o atiravam. Nada produzia luz.Nemfaróis.Fósforosouisqueirosnãoacendiam. — Luz! — guinchou Carpathia. Mas a negritude cobria tudo. — Fogo! — gritou furioso. Nadaainda.—Peguemosinfiéiscomamão! Ossoldados,entretanto,nã oviamnadaenã opodiamsaberseasuavı́t imaeraamigoou inimigo. Os estalidos diminuı́ram e depois cessaram. Tudo que Rayford ouvia eram gritos frustradoseorelinchardemilharesdecavalosaguardandoláembaixo. Derepente,comoseDeustivesseligadouminterruptornocéu—aluz. Aquela nã o era, poré m, a palavra certa para o que se via. Nã o era uma luz do alto que lançasse sombras. Era um brilho que invadia cada brecha e fenda. Rayford teve de proteger os olhos,masnãoadiantou,aluzvinhadetodaparte. Elaexpô socaosquereinavanoExé rcitodaUnidade.Nasplanı́c ies,oscavalosempinavam e recuavam, relinchando e derrubando os cavaleiros. Nas encostas que levavam a Petra, os soldados examinavam armas que nã o funcionavam. Na orla da cidade, Carpathia apareceu em cimadeseuveículoparticular,comaespadanacintura,observadopelossantosqueseachavam ladoalado. —Vocêspodemvê-losagora!Avancem!Ataquem!Matem-nos! Enquantoseussoldadospetri icados,letá rgicos,voltaram-selentamenteparaotrabalhoa fazer, a cobertura de nuvens multicolorida e brilhante enrolou-se como um pergaminho, de horizonteahorizonte.Rayfordviu-seajoelhadonochão,comasmãoseacabeçalevantadas. Océuseabriueali,numcavalobranco,apareceuJesus,oCristo,oFilhodoDeusvivo! Rayford nã o sabia explicar como podia ver seu Salvador tã o claramente. Era como se estivesseacentı́m etrosdeleetinhacertezadequeessadeveriaseraexperiê nciadetodosem todaparte. OsolhosdeJesusbrilhavamdeconvicçã ocomoumachamadefogo,eeleergueuacabeça majestosa. Um manto o cobria até os pé s, de um branco tã o brilhante que parecia incandescente, e havia algo escrito nele, numa linguagem completamente desconhecida para Rayford.Nomanto,à alturadacoxa,umnomeestavainscrito:REIDOSREISESENHORDOS SENHORES.Nopeito,umafaixadeouro.Asuacabeçaeoscabeloserambrancoscomoaalva lã , brancos como a neve. Os seus pé s eram semelhantes ao bronze polido, como que re inados numafornalha. Jesustinhanasmã osseteestrelas,eseusemblanteeracomoosolbrilhandoemtodaasua força. Os exé rcitos celestiais, vestidos de linho inı́ssimo, branco e puro, o seguiam, montados sobrecavalostambémbrancos. Umanjoapareceunaluzegritoucomgrandevoz,dizendoatodasasavesquevoampelo meio do cé u: "Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus, para que comais carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros, carnes de todos,querlivres,querescravos,tantopequenoscomograndes"(Ap19.17-18). "EusouoAlfaeoOmega,"disseJesus,"oPrincı́pioeoFim.Eu,aquemtemsede,dareide graçadafontedaáguadavida"(Ap21.6). QuandoRayfordouviupelaprimeiravezavozdeJesus,compreendeuoqueJoã oquisdizer emApocalipse,quandoacomparouà vozdeumatrombetaeaosomdemuitasá guas.Avozo traspassou, chegando ao seu coraçã o. Era como se nã o estivesse ouvindo com os ouvidos, mas elasetornaravivadentrodeleesecomunicavacomasuapró priaalma.Rayfordtinhacerteza dequetodocrentenaterraouviraJesusdamesmamaneira,bemnofundodoseuser. Este era Aquele que é , que era e que inalmente viera: "a testemunha iel, o primogê nito dentreosmortoseoReisobreosreisdaterra.Esteeraele,aquelequenosamouenoslavoude nossospecadosemseusangue,enosconstituiureisesacerdotesdeseuDeusePai,aeleagló ria eodomínioparasempre". Depoisdessasprimeiraspalavras,dezenasdemilharesdesoldadosdoExé rcitodaUnidade caı́ram mortos, simplesmente fulminados no lugar onde estavam, com os corpos rasgados e o sangueempoçadoà suavolta."Souaquelequevive,estivemorto,maiseisqueestouvivopelos séculosdosséculosetenhoaschavesdamorteedoinferno"(Ap1.18). Ao ouvir isso, Carpathia desceu à s pressas de seu poleiro e escorregou pela janela do passageiro. —Recuem!Recuem!Recuem!—gritouele,masomotoristadeviaestarmorto.—Leon, dirija!Andecomestacarcaça!—Aportadomotoristaabriu-se,eumcorpovoouparafora.Em breve,oveículoestavadescendoomonteaossolavancosnadireçãododeserto. "EusouoFilhodoHomem,oFilhodeDeus,oAmé m,aTestemunhaFieleVerdadeira,o Princı́piodaCriaçã odeDeus.SouoLeã odatribodeJudá ,aRaizdeDavi,Aquelequeprevaleceu paraabrirolivroedesatarseusseteselos." A cada palavra, mais e mais inimigos de Deus caı́am mortos, despedaçados. Os cavalos assustavam-se e disparavam. Os que ainda estavam vivos gritavam aterrorizados e corriam como loucos — alguns escapando por algum tempo, outros caindo ao ouvir as palavras do SenhoreCristo. "Sou o Cordeiro que foi morto, mas vive. Sou o Pastor que guia suas ovelhas à s fontes de á guaviva.SouoDeusqueenxugará todalá grimadeseusolhos.SouasuaSalvaçã oeForça.Sou o Cristo que veio para julgar o acusador dos irmã os, que os acusou diante do nosso Deus dia e noite,aquelequefoiexpulso." As carcaças do Exé rcito da Unidade se estendiam por quilô m etros. Os sobreviventes, alucinados,apavorados,corriam,tropeçavamnelasepassavamsobreelas,procurandoescapar comvida. "EusouaPalavradeDeus.SouJesus.SouaRaizeaGeraçã odeDavi,abrilhanteEstrela damanhã." Era difı́c il ajoelhar-se e olhar para cima, mas de alguma forma Enoque achou um jeito. Todos os seus paroquianos izeram o mesmo. Ele nã o conseguia expressar seus sentimentos, nemmesmonaquietudedeseucoraçã oesuamente.VerJesus,emsuasalvasvestes,montado em um cavalo branco, e falando com autoridade celestial, sabendo que ele estava ao mesmo tempodestruindooinimigonaTerraSanta...erademaisparaentender. Enoque acreditava que Jesus amava sua alma, e vê -lo voltando nas nuvens, sabendo que estava ali para estabelecer o seu Reino de mil anos, era algo que o completava, embora nã o soubesse bem como. O salmista dissera que assim como a corça suspira pelas correntes das á guas,aalmasuspiratambé mporDeus.Enoquesabiaquesuabuscaterminara.OseuSalvador chegara. Ele só tinha uma lembrança de que os vizinhos haviam saı́do correndo de suas casas, cheiosdeterror,gritandoechamandounsaosoutros.Aluzoscegavaeelesseagitavampara todososlados,algunspulavamnoscarrosesaı́amemdisparadaruaabaixo.Enoquesabiaqueas notı́c ias no dia seguinte — se houvesse notı́c ias — informariam que milhares redençã o, salvaçã o. Mas, exceto para aquele agora reduzido remanescente de Israel que estava vendo pelaprimeiravezAqueleaquemtraspassaram,eratardedemais. "Eu sou a videira, vó s, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se algué m nã o permanecer em mim, será lançado fora,àsemelhançadoramo,esecará;eoapanham,lançamnofogoeoqueimam"(Jo15.5-6). "Sou o Apó stolo e o Sumo Sacerdote da sua con issã o, Deus manifestado na carne, justi icado em Espı́rito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebidonaglória"(lTm3.16). "Sou o Filho a quem Deus constituiu herdeiro de todas as cousas, pelo qual també m fez o universo.Ele,queé oresplendordagló riaeaexpressã oexatadoseuSer,sustentandotodasas cousas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a puri icaçã o dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tã o superior aos anjos quanto herdou mais excelentenomedoqueeles"(Hb1.2-4). Rayford viu soldados se matando ao avistar os companheiros mortos. Outros pareciam personagensdehistó riasemquadrinhoscorrendo,usandooquepudessemencontrarparacavar buracoseenterrar-se,tentandoesconder-sedaluzpenetranteedaspalavrasdecondenaçã ode Cristo. Carpathia estava falando pelo rá dio com os seus generais e comandantes no meio do seu exé rcito, que ainda se estendia quilô m etros de Petra para o norte. — Reforços! Reforços! Nã o poupemdespesasouequipamentos!Encontrem-seconoscoemBuseirah! A Humvee real, com o onipresente Leon no volante, ultrapassou de muito a ATV de Rayford até que encontrou o restante do exé rcito tentando fugir a cavalo e a pé . Cerca de metade da caravana original seguiu a Humvee, que deixara do lado de fora de Petra os transportesdemuniçõesinoperantes. Rayfordcorreuatrá sdopotentadoquefugia,edeseusé quitoempâ nico,voltando-separa veroqueestavaacontecendocomorestodoExé rcitodaUnidadequeestiverarodeandoPetra. Tudo o que pô de enxergar durante quilô m etros foram crateras; veı́c ulos virados; nuvens de pó ; soldados e cavalos mortos e agonizantes; seres humanos andando entorpecidos, correndo, tropeçando. Acima deles, grandes nuvens de aves famintas saciavam-se com a carne de homens e animais. De maneira estranha, poré m, os bandos fervilhantes que teriam de outro modo escondidoosolnãolançavamqualquersombranochão.AluzdeCristopenetravaemtudo. —Comovãoascoisasaíemcima,Mac? —Oh,Ray!Possoouvircadapalavra.EcomoseDeusestivessenacabinacomigo,olhando diretamenteemmeusolhos. —Entendo. Ouça,vouparaBuseirah,porqueoquesobroudaslinhasdefrentesegueparalá .Daquido alto,parecequeosmaioresdanosemortesaconteceramacercadeoitoquilô m etrosdePetra. O restante da terça parte está se encaminhando para Buseirah, e mais ao norte, os outros dois terçosestãobastanteintactoseprocurandosereagrupar. UmadasmulheresdisseaEnoque,semtirarosolhosdocéu:ParecequeJesusestáolhando diretamenteparamim. —Eutambémacho—disseoutra,emaisoutra. —Tenhamcomunhã ocomoseuSalvador—disseEnoquebaixinho,semquererinterferir enquantoJesusfalava.Nã odeveriasurpreender,decidiu,queCristotornassesobrenaturalmente pessoalparacadacrenteaverdadedasuavinda,comosetivessevoltadoindividualmentepara cada um deles. Enoque ouvira certa vez um santo idoso dizer — Ele amou cada um de nó s, comosesóhouvesseumdenósparaamar. Jesusdisse: "Olhai para mim, o Autor e Consumador da Fé , que em troca da alegria que me estava proposta,suporteiacruz,nã ofazendocasodaignomı́nia,eestouassentadoà destradotronode Deus". "Deus agora noti ica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceuumdiaemquehá dejulgaromundocomjustiça,pormeiodemim,ohomemque destinoueacreditoudiantedetodos,ressuscitando-odentreosmortos" "Sou Jesus Cristo, o justo, vosso advogado junto ao Pai. Fui feito propiciaçã o pelos vossos pecados, e nã o só pelos vossos, mas també m pelos do mundo inteiro. Sou o prı́ncipe da vida, a quem Deus ressuscitou dos mortos. Sou o Verbo que se tornou carne e habitou entre vó s e contemplastesaminhaglória,glóriacomodoprimogênitodoPai,cheiodegraçaeverdade". "Eu,subsistindoemformadeDeus,nã ojulgueicomousurpaçã ooserigualaDeus;antes,a mim mesmo me esvaziei, assumindo a forma de servo, tornando-me em semelhança de homens;e,reconhecidoem igurahumana,amimmesmomehumilhei,tornando-meobediente atéàmorteemortedecruz"(Fp2.6-8). "Pelo que també m, Enoque, Deus me exaltou sobremaneira e me deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos cé us, na terra e debaixodaterra,etodalı́nguaconfessequeJesusCristoé Senhor,paragló riadeDeusPai"(Fp 2.9-11). Enoqueperdeuarespiraçã o.Sentadoali,naradiâ nciadagló riadeDeus,seuSalvadorJesus falaradiretamentecomele,peloseunome. —Ouviramisso?—disse,easpessoasaoseuladoquesedissolveramemlágrimas. —Elepronunciouomeunome. —Elefalouomeunome—afirmouumjovem. —Elemechamoupelonome—repetiuumamulher. —Omeutambém. —Eomeutambém. Rayford icou sentado em meio à carni icina que rodeava Petra, seu coraçã o quase explodindo com o amor e adoraçã o que sentia por Jesus estar voltando diretamente para ele entreasnuvens. Cristoochamarapelonome,eenquantoolhavaparaele,Rayfordsentiaqueeraverdade que cada cabelo de sua cabeça estava contado, que Jesus sabia tudo que havia para saber a respeitodele.EracomosetivessevoltadosóparaRayford. —Ray,éMac. —Oquehá,Mac? —Vocênãovaiacreditarnisto,mas... —Eusei. —Vocêtambém? —Achoquetodomundo,Mac. —Incrível. Mesmosabendoqueofenô m enoocorreratambé mcomoutros,Rayfordansiavaporouvir o seu nome pronunciado novamente por Jesus. Ele o fez com tamanho amor, compaixã o e conhecimento,queeracomoseninguémjamaisotivesseditoantesouofariadepois. "Rayford" — ali estava Jesus dizendo outra vez — "Você conhece a minha graça, que, emborasendorico,mefizpobre,paraque,pelaminhapobrezavocêsetornasserico"(2Co8.9). —Eusei,Senhor—disseRayford,comosolhosmarejados. —Eusei. "Libertei-odoimpé riodastrevaseotransporteiparaoreinodoFilhodoamordeDeus,no qualtemaredençã o,aremissã odepecados.SouaimagemdoDeusinvisı́vel,oprimogê nitode todaacriaçã o;pois,emmim,foramcriadastodasascousas,noscé usesobreaterra,asvisı́veis e as invisı́veis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer Potestades. Tudo foi criadopormeiodemimeparamim.Souantesdetodasascousas.Emmimtudosubsiste. Souacabeçadocorpo,daIgreja.Souoprincı́pio,oprimogê nitodeentreosmortos,para em todas as cousas ter a primazia, porque aprouve a Deus que em mim residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da minha cruz, por meu intermé dio reconciliasseconsigomesmotodasascousas,quersobreaterra,quernoscéus"(Cl1.13-20). Rayfordcaiunovamentenochão,levantandoosbraços: —MeuSenhoremeuDeus,soutãoindigno. "E você , Rayford, que outrora era estranho e inimigo no entendimento pelas suas obras malignas, agora, poré m, o reconciliei no corpo da minha carne, mediante a morte, para apresentá-loperanteDeussanto,inculpáveleirrepreensível"(v.22). —Indigno!Indigno!—gritouRayford. "Justificadopelafé"—disseJesus,"justificado". PareceuaAbdullahquetodosemPetraestavamprostrados;mas,aindaassimdealguma forma eram capazes de ver Cristo. Quando o Salvador chamou Abdullah pelo nome, ele pô de perceber pela reaçã o ao seu redor que Jesus chamara també m a cada um pelo nome. Melhor ainda,JesusfalaracomAbdullahemárabe,sualínguanativa. Kennyexclamou: —Elemeconhece! EBethAnnabraçouopescoçodeGeorgeegritouemvozestridente: —Eledisseomeunome! A partir daquele momento, Abdullah ouviu todos conversando com Jesus, como se ele estivessefalandoasóscomcadaum. CAPÍTULO12 MacolhouparaBozralá embaixo,amodernacidadejordanianadeBuseirah,que icaa48 kmasudestedomarMortoecercade32kmaonortedePetra.EledisseaRayford: —Éumpovoadoremotonasmontanhaseoacessovaiserdifícil. —EspecialmenteseDeusnãoquiserqueoExércitodaUnidadechegueláemsegurança. —Eelenãoquer. —Mac,ChaimnãodissequeoremanescentevaicomJesusparaJerusalém? —Creioquesim. —Comovamosfazerparaummilhã odepessoaspercorrer90kmemumdia?Nã otemos veículosouaviõessuficientes. —Achoqueesseproblemanãoénosso,Ray. —Mas,aperguntapermanece. —Levanteosolhos,irmã o.Levanteosolhos.Você nã ovaitentarperseguirCarpathiaaté Jerusalémnessecarrinho,vai? —Estivepensandonisso,Mac. —FaleicomChangeLionel.Nã oquero icar tã o longe assim da açã o. O que você diz de voltarmosaPetraearranjarmosumHummerparanós? —Temosdecorrer,então.NãoqueroperderosacontecimentosemBozra. —Vocêdirige,Ray. —Não,quemdirigeévocê. —VamosfalarcomAbdullah.Elegostadedirigir.Alé mdisso,achoquevai icarcontente denosacompanhar. Quando Rayford voltou para Petra, Mac já havia aterrissado o helicó ptero e encontrado Abdullah.Ostrêsseabraçaram. —Oquevocêdiriaquandoalguémfalaoqueéóbvio?—perguntouAbdullah. — Eu diria que era declarar o ó bvio — respondeu Mac. — E isso é geralmente feito por umjordaniano.Vocêestáprestesadeclararoóbvio,Abdullah? —Estou,Sr. —Digaentão. —Esteéomaiordiadaminhavida.Eodevocês? Chaimestavaquaseesmagadopelaspessoasqueoenchiamdeperguntas.Queriadar-lhes todaasuaatenção,mascomofazerissocomoseuSalvadornasnuvens? Aspessoasestavamtambé mpreocupadascomJesus,é claro,masaté quepudessemfalar comele,faceaface,pediamrespostasaChaimenquantoolhavamparaocéu. —Porqueossantosatrásdeleusambranco?Paraindicarsuapureza? — Creio que sim — respondeu Chaim. — E també m porque nã o vã o estar realmente envolvidosnaguerra.Jesusfarátudosozinhoeasbatalhas—maistrêsdepoisdesta—nãoserão naverdadebatalhas,masgolpesmortaisunilaterais. Rayford ansiava ver Kenny. Nã o queria, poré m, perturbar o menino por deixá -lo logo em seguida. Queria també m conversar com Priscilla Sebastian sobre como ela planejava cuidar das crianças, a ilha dela e o neto dele, para que nã o vissem o horror fora dos muros. Abdullah garantiuqueKennyestavabematé entã o—tã oenamoradodeJesusquantotodoseles—eque Priscillatinhadefatoumplano. O milhã o ou mais de pessoas em Petra praticamente perdera a sua formaçã o original e andavaportodaparte,amaioriacomacabeçalevantadaparaocé u,emboradealgumaforma seencaminhandointuitivamenteparaassaı́das.ElassabiamqueJesusirialibertá -las,nã osó do ataquedoanticristo,masqueestariamtambé mlivrespararegressarà terranatal,suacidade, Jerusalém,aCidadedeDeus. —Estamoslivres?—alguémperguntouaEnoque. — Penso que sim — ele disse. — O Senhor de modo algum permitirá que as forças do anticristonosmatempornã oteramarcadalealdade,agoraqueeleestá aquievaigovernaras nações.Atémesmoanossa. —ComoDeusfaráissoládecima? —Nãotenhoidéia.Mas,depoisdehoje,vousimplesmentecrernisso.Vocênãovai? —OreinadodeJesussobreasnaçõesestánaBíblia? — Está . Apocalipse 12.5 diz: "Nasceu-lhe, pois, um ilho varã o, que há de reger todas as naçõ escomcetrodeferro.Eoseu ilhofoiarrebatadoparaDeusaté aoseutrono".Esseé Jesus eeleestá aquiagora.Essecetrodeferroindicaqueelenã ovaiaceitarnadaerradodeningué m, nãoé? —Ouviisso. —Pensoentãoqueestamoslivresparanosmovimentarsemmedo—disseEnoque. —Vouficarcommedoporalgumtempo,masissomeparecerealmentebom. O ú nico lado negativo de Abdullah dirigir o Hummer era que Rayford teria de negociar comMacoprivilé giodeviajarderepente.Issoofezlembrardosdiasdefaculdade,quandoseus colegas competiam para ocupar o assento favorito, à s vezes 24 horas antes de uma viagem. Lembrou-seigualmentedecomoestavalongedesercristã onaquelaé poca.Sealgué mtivesse preditoondeeleestariatrintaanosmaistarde,epintadoestacena,Rayfordteriacomcerteza ridocomdesdém. O Hummer apertado e compacto abriu caminho para fora da cidade sob o controle cuidadoso de Abdullah. Dezenas de milhares de peregrinos enchiam as ruas e as escadas de pedra, andando de braços dados, de mã os dadas, cantando, orando, louvando a Deus, e olhando Jesusnocéu. —Oêxododevetersidoassim—comentouAbdullah.Macriualto. —Vocêsabe—acrescentouAbdullah.—Ooriginal.OsfilhosdeIsraelsaindodoEgito. —Seioqueé oê xodo,Abdullah!—Macdisse.—Você achaqueaquelepovoestavafeliz então? —Bem,não,achoquenão.Eelesteriamfilhoscommaisdeseteanos,nãoé? Ao saı́rem inalmente de Petra, Rayford icou impressionado ao ver como Abdullah conseguia encontrar trechos onde correr a mais de 90 km por hora. Na maior parte do tempo, eletinhadeprecaver-secontraaspedras,sulcosecraterasdosmeteoritosedesviar-setambém lentamentedoscadáveresdecavalosesoldados. Abdullaheraclaramenteumhomemcomumobjetivoemvista,desejandochegaraBozra logo depois de Carpathia. Rayford vira també m onde o comboio do potentado encalhara, e achavaqueAbdullahatépodiaalcançaracidadeprimeirodoqueele. Cerca de 60 km de Petra, voando adiante de uma enorme nuvem de poeira, os trê s abaixaramasjanelaseolharamparaasnuvensquandoJesuscomeçounovamenteafalar. "Reunirei certamente todos você s, ó Jacó , reunirei todo o remanescente de Israel; irei colocá -loscomoovelhasnoredil,comoumrebanhoemsuapastagem;oruı́doserá grandepor tratar-sedetantagente". "Eu sou aquele que abre e você s me verã o. Vã o deixar a cidade de refú gio, passarã o pela portaesairã oporela.Eu,seuRei,passarei antes de você s. Eu, o Senhor, estarei à sua frente". [TraduçãoLivre] —ElevailevaropovoaBozra—Abdullahdisse. —Dizendooó bvionovamente,Abdullah—comentouMac.Dentrodepoucosminutos,no entanto,RayfordeosoutroscompreenderamoplanodeJesus. — Vejam o que está atrá s de nó s — disse Abdullah. Eles se encontravam num trecho especialmente lento, procurando caminho entre vá rios obstá culos, embora uma grande nuvem depoeiraaindaosacompanhasse. —Oqueéisso?—Macperguntou. —Nã otenhoidé ia—replicouRayford,estudandoasituaçã oe icandoalarmado.Algose aproximava.Eraenormeeassustador. Algunssegundosmaistarde,Abdullahencontrouumtrechomelhoreacelerou.Embreve, corriam a mais de 100 km por hora. A grande bola de pó mesmo assim os apanhou e os trê s fecharamdepressaasjanelas.OchãotremeueoventosacudiuoHummer. —Sãopessoas!—gritouRayfordporcimadoalarido.—Éoremanescente! —Estã oseguindooSenhor!—disseMac.—Estã ocorrendomaisdepressadoqueonosso carro! —Vejam!Estãotodossorrindo,rindo,cantando!Atéascriancinhas! —Nãotínhamosnecessidadedocarro!—disseAbdullah. —Vocêestáafirmandooóbvio!—gritouMac,rindo. Fora Hannah Palemoon quem sugerira que o Comando Tribulaçã o se esforçasse para permanecer junto na viagem a Bozra. Ela temia que a saı́da de Petra e a reuniã o com tantos entesqueridospudessemfazercomquenuncamaissejuntassemdamesmamaneira.Ningué m sabia quanto tempo a jornada iria durar e ela previa a possibilidade de um dia muito longo. Ao seu redor, todos faziam perguntas sobre como chegar a Jerusalé m, já que Bozra estava bem distante—naverdadelongedemaisparairatéláapé. Elanãoseimportava.Ocomeçofoidivertidoetodossesentiamimensamenteabençoados echeiosdegratidã o,olhandoparaJesuserecebendoseuolhardevolta,diretamenteparacada um. Leah estava lá e os Sebastian com sua ilha e Kenny. Por se acharem no meio do imenso ajuntamento,ascriançasforampoupadasdacenatrágicaquerestaranodeserto.Eelas,detodo jeito,pareciampreocupadascomJesus.Razor,Lionel,ChangeNaomi,ZekeeosWooestavam todosali. Hannah nã o sabia quem tivera primeiro a idé ia de caminhar mais depressa, mas repentinamente um grupo rindo e sorrindo os empurrava. Eles andaram o mais depressa possı́vel, depois começaram a correr devagar, em seguida compassado e por im se puseram a correr a toda velocidade. Hannah sentia-se leve como o ar e embora nã o estivesse realmente acimadochã o,asensaçã oeraessa.Cadapassoafaziaavançarmaisemaiseembrevecorria comonuncaantes. Para sua surpresa, nã o se sentia ofegante. Sua força e resistê ncia permaneciam e, portanto,aparentemente,asdosjovensedosmaisvelhos.Asuafrente,GeorgeSebastiancorria maisdepressadoqueela,mesmocarregandoBethAnn!PriscillaoacompanhavacomKennyno colo. Quando o grupo alcançou e ultrapassou um Hummer veloz, Hannah soube que estavam correndo a velocidades sobrenaturais, sobre-humanas. As crianças també m queriam ser colocadasnochã oparapoderemcorrer.ElapassoupelosSebastiansenquantoelesdiminuı́amo passo para abaixar as crianças, mas dentro de minutos eles a ultrapassaram outra vez; as criançascorrendotãodepressaquantoosadultos. Meiahoradepois,todaaquelamultidã opassavapeloHummereseaproximavadeBozra. QuandoAbdullahparoupertodeumaentradaestreitaparaopovoadonamontanha,astropasdo Exé rcito da Unidade haviam começado a entrar. Tinham aparê ncia de derrotados antes da batalhacomeçar. Oquerestaradeseusveı́c ulosearmamentoserapaté tico,masRayford icousurpresoao ver quantos soldados permaneciam vivos. Vá rios milhares de cavalos també m sobreviveram. Ele teve de se perguntar se alguns, que faziam parte do terço original da força militar de Carpathia,permaneceriamparajuntar-seaosoutrosnonorte. ComoeraestranhovertodooremanescentenovamentereunidoenquantoAbdullahdirigia nafı́m briadagrandemultidã o.OSenhoreseuexé rcitovestidodebrancopairavasobreelese, apesar da viagem, todos pareciam vigorosos e limpos, nada desgastados. Ningué m sequer ofegava. Isso era bom, pensou Rayford, porque tinham ainda outra jornada à sua frente, duas vezesmaislonga. —Ondeserá queovelhoNickseencontraaestahora?—perguntouMac.—Nã oouvimos notíciasdeleháalgumtempo,nãoé? —Sefosseele—disseAbdullah—eudeixariaestabatalhaparaoutrapessoa. RayforddirigiuAbdullahparaumlugaraltoanordestedacidade. Eles podiam ver dali o remanescente e as planı́c ies lá embaixo, onde vá rias centenas de milhares de tropas se achavam en ileiradas e aparentemente prontas para um novo ataque. Rayford estudou o horizonte com os binó c ulos e em breve ouviu transmissõ es pelo rá dio dos generaisdeCarpathia. —Aguardandosuasordens,Excelência.—Avozpareciacansada,derrotada. Ouviu-seumpigarrear. —Eospelotõesdosul?—AvozeradeCarpathia. —Estãopreparados,supremopotentado.—Rayfordpercebeuumapontadesarcasmo. —Prontos,santidade.Podemossaberasuaposição? —Qualéarazão? —Paraevitarmosoperigodefogoamigo,grandiososenhor. —Bastadizerqueeuemeugabineteestamosanoroestedevocê. Só isso com respeito à visibilidade e inspiraçã o. Nicolae aparentemente sabia como estiveraprestesatornar-sealimentoparaasavesemPetra. —Logoatrá sdevocê s,garotos!—pareciaseroseusloganparaaquelaescaramuça.Ela provariaser,porém,maisdoqueumasimplesescaramuça. —ParecequetodaapopulaçãodePetraseachaaqui—umatransmissãogeral. —Seestiversedirigindoamim—exclamouCarpathia—devetomarcuidadoparausar apermissãoadequada. —Estoufalandocomosquesãoessenciaisparaestaoperação,Sr. —Seucomandante-em-chefeécrucial,general,evocêfariabememlembr... — Vou lembrar-me disso quando a luta começar, você está se escondendo a noroeste, longedaação. —Identifique-se,infiel! —Linhadefrente,Sr.,oqueémaisdoquepossodizerdocomandante-em-chefe. —Dissensãoentreasfileiras!—exultouMac.—Oquepoderiasermelhorqueisso? — Seria melhor avançarmos, Excelê ncia — outro general interrompeu. — Nã o seremos favorecidossedeixarmosqueoinimigonosobserve. —Elesestãodesarmados!—disseCarpathia.—Estevaiserumpasseiopeloparque! — Eles estavam desarmados em Petra,comandante — disse o primeiro general. — Já esqueceu que o comandante-em-chefedeles está acima de nó s? E já se perguntou como conseguiramtrazertodosparacátãodepressa? —Ataque!—berrouCarpathia. OquerestavadoterçosulinodoExé rcitodaUnidadecomeçouaavançarlentamenteem direçãoaBozra. A operaçã o parecia para Rayford uma missã o suicida. No momento em que as forças da ComunidadeMundialavistaramoremanescentedeIsrael,ossoldadospareceramlançaraté os ú ltimos projé teis de seu arsenal. Ele nã o podia imaginar uma fuzilaria mais ensurdecedora. Todavia,asbalas,mı́sseis,foguetesemorteiroscaı́ramsematingirningué mnamassadepovo. Milhõ es e milhõ es de tiros continuaram a ser despejados por canos de todos os tamanhos enquantooexércitoavançavadevagar. Apesardoalarido,aspalavrasdoSenhorcontinuavamsendo,porém,ouvidasclaramente. "Chegai-vos, naçõ es, para ouvir, e vó s, povos, escutai; ouça a terra e a sua plenitude, o mundo e tudo quanto produz. Porque a indignaçã o do Senhor está contra todas as naçõ es, e o seu furor, contra todo o exé rcito delas; ele as destinou para a destruiçã o e as entregou à matança"(Is34.1-2). Rayford observou atravé s dos binó c ulos enquanto militares, homens e mulheres, assim como cavalos pareciam explodir onde estavam. Era como se as pró prias palavras do Senhor tivessemaquecidosobremaneiraosanguedeles,fazendocomquefervesseemsuasveiasesua pele. "Osseusmortosserã olançadosfora,dosseuscadá veressubirá omaucheiro,edosangue deles os montes se inundarã o. Todo o exé rcito dos cé us se dissolverá , e os cé us se enrolarã o comoumpergaminho;todooseuexé rcitocairá ,comocaiafolhadavideeafolhada igueira" (v.3-4). Dezenas de milhares de soldados da infantaria deixaram cair suas armas, agarraram a cabeça ou o peito, caı́ram de joelhos e se retorceram enquanto eram invisivelmente cortados em pedaços. Suas entranhas saltaram para o chã o do deserto e enquanto os que estavam por perto se viravam para fugir, eles també m eram mortos, o seu sangue empoçava e subia no brilhoimplacáveldaglóriadeCristo. "Porque a minha espada se embriagou nos cé us; eis que, para exercer juı́z o, desce sobre Edomesobreopovoquedestineiparaadestruiçã o...PorqueoSenhortemsacrifı́c ioemBozrae grandematançanaterradeEdom.Asuaterraseembriagaradesangue,eoseupó setornará fértilcomagordura"(v.5-7). Era como se o exé rcito do anticristo se transformasse nos animais para o sacrifı́c io da matançadoSenhor. Carpathiagritou: —Tragamumaviã o,umhelicó ptero,umjato—qualquercoisa!Levem-meparaonorte! Agora!Já! EJesusdisse:"PorquehojeseráodiadavingançadoSenhor,anoderetribuiçõespelacausa deSião"(v.8). —DeondeviráotransportedeCarpathia?—indagouRayford. —AshShawbak—disseAbdullah. —Éissomesmo,Abdullah—afirmouMac.—Éasuacidadenatal? —Não.ÉAmã,vocêsabedisso. — Claro. Nã o foi em Ash Shawbak que os dignitá rios estavam em seu safá ri executivo, tomandoestimulantesepresumindoqueiamassistirNicolaetrazeravitóriaparacasa? —Esseéolugar—disseAbdullah.—Gostariadeveracaradelesagora. —Olhem!—exclamouRayford,acenandoparaocé unadireçã osudeste.Umhelicó ptero ajatovoavasobreoexércitodizimadoanoroestecomumruídoestridente. Rayfordlevantounovamenteobinóculoeestudouaárea. — Lá estã o eles. Olhem só aquele velho e enorme Humvee ali sozinho. Parece que Carpathianãovaisequerarriscarsairatéquesejaabsolutamenteobrigado. — Seu exé rcito desapareceu — disse Mac. — Pelo menos esta parte dele. Nã o se ouve sonsdetiroempartealguma. Tudo icara mortalmente silencioso. Enquanto Rayford observava, o helicó ptero desceu a vá rios metros da posiçã o de Carpathia. Só ele e Leon desembarcaram do Hummer. Leon segurouabarradomantonacinturaecorreutãodepressaquantolheerapossível. A grande bainha da espada de Nicolae pareceu atrapalhá -lo ao sair, e ele levou alguns minutosparalivrar-sedela.Correudepoisparaohelicó ptero,passandoporLeoneempurrandoo com o cotovelo para ser o primeiro a entrar. Tã o logo Leon subiu a bordo, com a ajuda de mãosprestativas,oaparelholevantouvôoefoiparaonorte. Rayfordvirouosbinó c ulosdeumladoparaoutroenã oviuqualquermovimentoentreos destroços do Exé rcito da Unidade. Havia corpos espalhados numa extensã o de quilô m etros e o chãododesertoencharcara-sedesangue. —Ei,vejamisto—chamouRayford,abrindoaportadeseuladoesaindo. Mac e Abdullah o seguiram, subindo no teto do Hummer, observando enquanto Jesus desciadocé u.Seucavalotocougraciosamenteosolonasplanı́c iesaoestedeBozraeenquanto todo o remanescente judeu observava do monte, Jesus desceu do animal. O exé rcito do cé u permaneceu cerca de trê s metros acima dele, acompanhando-o, enquanto ele andava pelo campodebatalhaeaorladeseumantosetornavacarmesimaotocarosanguedoinimigo. Os santos acima dele começaram uma recitaçã o responsiva, fazendo perguntas em unı́ssono,à squaiselerespondiaparaquetodosnaterraouvissem."Quemé este—começaram eles—quevemdeEdom,deBozra,comvestesdevivascores,queé gloriosoemsuavestidura, quemarchanaplenitudedasuaforça?". EoSenhordisse:"Soueuquefaloemjustiça,poderosoparasalvar.Porqueestá vermelho otraje,eastuasvestes,comoasdaquelequepisauvasnolagar?. Olagar,euopiseisozinho,edospovosnenhumhomemseachavacomigo;piseiasuvasna minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o trajetodo. Porqueodiadavingançameestavanocoração,eoanodosmeusredimidoséchegado. Olhe,enã ohaviaquemmeajudasse,eadmirei-medenã ohaverquemmesustivesse;pelo queomeuprópriobraçometrouxeasalvação,eomeufurormesusteve. Na minha ira, pisei os povos, no meu furor, embriaguei-os, derramando por terra o seu sangue". Osincontáveismilharesacavalo,acimadelenoscéus,olouvaramemuníssono: "Celebraremos as benignidades do Senhor e os seus atos gloriosos, segundo tudo o que o SenhornosconcedeuesegundaagrandebondadeparacomacasadeIsrael,bondadequeusou paracomeles,segundoassuasmisericórdiasesegundoamultidãodassuasbenignidades." E Jesus disse: "Certamente, eles sã o meu povo, ilhos que nã o mentirã o; e me tornei seu Salvador"(Is63.1-8). Depoisdisso,elevoltou-separaamultidãoqueespiavadeBozra. "Quando, poré m, virdes Jerusalé m sitiada de exé rcitos, sabei que está pró xima a sua devastaçã o. Entã o, os que estiverem na Judé ia, fujam para os montes; os que se encontrem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, nã o entrem nela. Porque estes diassã odevingança,parasecumprirtudooqueestá escrito...Ora,aocomeçaremestascousas asuceder,exultaieergueiavossacabeça;porqueavossaredençã oseaproxima"(Lc20.20-22, 28). —Oquevocêachaqueestáacontecendonestemomento,irmãoEnoque? Enoque nã o tinha certeza, mas fazia uma idé ia. Em Illinois, como sabia que estava ocorrendo em toda parte, sem levar em conta a hora, o dia brilhava como se fosse meio-dia, sem uma sombra sequer. A gló ria do Senhor era a luz do mundo. Mas, Jesus nã o estava mais visívelnocéu. —Vamosvê-looutravez?Outeremosdeirláparaisso? —Creioqueiremosvê -lodenovo—disseEnoque.—Aindahoje.Eleestá provavelmente travandoumadasbatalhasqueprecedemaquedadeJerusalé melibertandoosjudeusdali.Mas, asprofeciasdizemquequandolivrarJerusalé mesubiraomontedasOliveiras,todoolhooverá . Issoevidentementenosinclui. —Embreve,talvezamanhã,teremosdeirparalá,nãoé? —Eugostaria—respondeuEnoque.—Nãovaiser,porém,barato. —Vamospensardestejeito:temosmilanosparalevantarodinheiro. —Nãoqueroesperartantoassim. —Nemeu.Quetalumlava-rápido? —SigaparaooestedomarMortoeparaosuldeJerusalé m—RayfordinstruiuAbdullah. Elesentou-senobancodetrásdoHummer,deixandoMacnodafrente. —Carpathiaparecedescontente,Mac.Vocêestavaouvindo? — Sim. Acho que ele esperava que os dois terços nortistas de seu exé rcito estivessem prontos.Parecequeelespreferiramfugir. — Ele podia perder um grupo deles e ainda icar com uma porçã o. Está tentando organizá-losparaaniquilarosjudeusdeJerusalém. —Jesusnãovaideixarquecheguemassimtãolonge,nãoé? — Na verdade, vai — respondeu Rayford. — Pelo menos uma porçã o deles, embora muitos soldados vã o morrer entre aqui e o monte Megido. Caso tenha lido direito, e Tsion e Chaimtinhamrazão,éoquevaiaconteceremseguida. Enquantoviajavam,elesseguiramJesusquecavalgavaagoranochã o,comoseuexé rcito acima e atrá s dele, e o remanescente judeu correndo em massa pelo caminho. Eles cobriram novamentemaisde110kmporhora,eJesuscontinuoufalandodurantetodootrajeto,comose fosseindividualmenteacadaum. "EusouoReiquevememonomedoSenhor",disseele."SouoMediadordanovaaliança. Souaquelequecarregouosseuspecadosemmeupró priocorponacruz,paraquevocê s,tendo morridoparaospecados,possamviverparaajustiça—porcujaspisadurasforamsarados". "Eu sou o Pã o de Deus que desceu dos cé us e dá vida ao mundo. Portanto, celebrem a festa,nã ocomovelhofermento,nemcomofermentodamalı́c iaedaperversidade,mascomo pãosemfermentodasinceridadeedaverdade". "Emmimforamcriadastodasascousas,noscé usesobreaterra,asvisı́veiseasinvisı́veis, sejamtronos,sejamsoberanias,querprincipados,querPotestades.Tudofoicriadopormeiode mimeparamim"(Cl1.16). "Vim para fazer a vontade de Deus. Vim ao mundo para salvar pecadores, nã o para ser servido,masparaserviredaraminhavidaemresgatepormuitos"(Mt20.28). Rayford aprendera nos ú ltimos sete anos que a Palavra de Deus era viva e e icaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Aprendera també m que a Palavra nunca voltaria vazia. Agora, como se estivesse sendo queimada em seu coraçã o e sua alma pelo seu Redentor,elesesentiucheioetransbordante,prontoparaexplodir. Que privilé gio ouvir o Verbo pelo pró prio Verbo! Ele e seus amigos rodaram pela terra devastada,ouvindooquetodososdemaisnomundoestavamouvindoe,todavia,Rayfordtinhaa certezadequecadaumtomavaaquelaspalavrascomoparasimesmo.Elecertamenteofazia. Equasenomomentoemqueesqueciaessaverdade,Jesussereferiuaelepelonome. "Rayford,nasciparaistoeporestacausavimaomundo,paradartestemunhodaverdade. Quemfordaverdadeouveaminhavoz.Nãopossofazernadapormimmesmo,masaquiloqueo Paifazissofaço.Souapedraqueosconstrutoresrejeitaram,todaviametorneiapedraangular, tendosidoconstruídasobreofundamentodosapóstoloseprofetas." — Senhor, eu te adoro — sussurrou Rayford, ouvindo que Mac també m orava. Abdullah continuoudirigindocomlágrimasescorrendopelorosto. CAPÍTULO13 Rayford teve de sorrir. Ali estavam realmente os lancos sulinos dos dois terços restantes do Exé rcito da Unidade da Comunidade Mundial do Anticristo, mas eles pareciam pouco mais organizados e prontos para lutar do que os cadá veres deixados em Edom. Essa talvez fosse a razãodeCarpathianãoestaràvistae,pelastransmissõesqueouviam,eleestavaindomaispara onorte,paraocentrodesuasforçasemMegido. TantoTsionBen-Judá quantoChaimRosenzweighaviamditoaRayfordduranteanosque de todas as passagens profé ticas das Escrituras, as quatro batalhas inais entre Jesus e os exércitosdeArmagedomeramasmaisdifíceisdecompreenderecolocaremseqüência. —OmelhorparanóséseguirJesus—Rayforddisse. —Esseéquefoiumsermãonaacepçãodapalavra—afirmouMac. — Essas batalhas vã o acontecer onde já foi determinado e a ú nica coisa da qual estou certoédequemvaiganhar. —Olhe,tenhoumpoucomaiscertezadoqueisso—disseAbdullah. RayfordviuMacolharsurpresoparaAbdullah. —Nãodiga,Abdullah.Vamos,conte. —Estiveestudando. —Estudandooquê? —Geografianamaiorparte.Porminhaconta. —Issopodeserperigoso. —Acheibastanteinformativo. —Eeugostariadeouvir,Abdullah—Rayforddisse. Macsacudiuacabeçaeacomodou-se. —Rapazes,aquivamosnós. — Fiquei curioso, querendo saber porque toda a histó ria apontava para Armagedom no inal.Ouseja,oqueé Armagedom?Eumlugarcommuitosnomesetambé mcomumagrande extensão. —Vocêdeveriaserprofessor,Abdullah—interpôsMac. — Você s dois sã o pilotos e viram muitas vezes as cadeias de montanhas que ladeiam a Palestina. —Claro,pertodacostadoMediterrâneo. —Conhecemafendaondetodasasmontanhasdescemderepenteaaltitudesdecercade 90metrosoumenos? —Láemcima,ondeasterrasaltasseseparamdosmontesaonortedaGaliléia? —Exatamente.ÉovaledeJezreel. —Eusemprepenseiquealifosseaplanı́c iedeEsdraelom—disseMac—ousejaqualfor onomequelhedêem. — Muito bem, Mac — disse Abdullah. — Ponto para você .Jezreel é o nome hebraico. Esdraeloméogrego. —Puxa,estouvendoquevocêandoumesmoestudando. — Há mais ainda. Alguns o chamam de planı́c ie de Megido, por causa da cidade que ica imediatamenteaoestedele.EéentãoqueobtemosapalavraArmagedom. —Oquê?—Macdisse.—Vocêmedeixouconfuso,professor. —ArmagedomvemdohebraicoHarMegiddo,quesignificamonteMegido. —Vocêfezmesmoaliçãodecasa,garoto. — Os especialistas dizem que em Megido houve mais guerras do que em outro lugar do mundo por ser tã o estrategicamente localizado. Treze batalhas até o inal do primeiro sé culo. AlgunsdizemqueMegidofoiconstruída25vezesedestruída25vezes. —AcidadenataldeJesusnãoficaparaaqueleslados?Nazaré? — Ao norte do vale — disse Abdullah. — Imagine como será para ele lutar com um exércitointeiroassimtãopertodecasa. Como indicaçã o da incerteza das forças do Exé rcito da Unidade, o Hummer deles foi praticamente ignorado. O exé rcito, como todos os demais, parecia ter os olhos pregados em Jesus,observando-ocuidadosamentecomosseussantos.Damaneiracomoasnotı́c iasviajavam noscamposdebatalha,aquelastropassemdúvidajásabiamdacarnificinaemEdom. RayfordavisouAbdullahparaficarlongedoexército. Embora permanecesse con iante na invulnerabilidade deles, nã o haveria proveito em serviremdealvoparaofogoinimigo. —Vouprovavelmentearrepender-medeperguntaristo,Abdullah—disseMac—maso que você aprendeu sobre Megido e tudo isso, alé m dos nomes? Quero dizer, o que é tã o estratégicoarespeito? Rayford achou interessante a maneira como Abdullah reagiu à pergunta. Mac deveria estaraindamaissurpresodoqueRay.Nã oerafreqü enteAbdullah icaremposiçã odeensinara seussuperiores.Mas,elepareciaterassimiladobemosfatos. — E o palco perfeito para a histó ria. O monte Megido nã o é realmente muito maior que uma colina. Durante sé culos, foi o lugar de onde a passagem estraté gica era guardada — a estradainternacionalqueiadolesteatéoEgito. —Nosú ltimosmeses,osexé rcitosinimigosforamsereunindoemumú nico,comosabem. Osquevieramdoocidente,doimpé rioromanorenascido,desembarcaramemHaifaeseguiram diretamenteparaovaledoMegido. — Os exé rcitos do oriente atravessaram o leito seco do rio Eufrates e també m se encaminharam para o mesmo lugar. Os exé rcitos do norte passaram pelo monte Hermom e desceramparaaterradeIsrael,terminandonovaledeJezreel,nomonteMegido. —Fazsentido—disseMac.—Garoto,vocêerroudeprofissão. Chaim nã o conseguiu deixar de sorrir. Tsion Ben-Judá , primeiro seu protegido e eventualmente seu mentor, lhe dissera certa vez que a profecia era a histó ria escrita antecipadamente.Aliestavaele,aos70anos,vivendoessahistória. OmanánãocaíramaisdesdequeJesusapareceranasnuvens.EmboraChaimsoubesseque eventualmente ele e todos os outros mortais teriam de comer, estava certo de que ningué m passavafome,comoeletambémnãopassava.OPãodaVidachegara. Era como se os seus 50 anos tivessem evaporado. Chaim sabia que nã o mudara de aparê ncia,masnã osentiafadiganemdores.Nã otinhadoençasgravesaseremtratadas,masse Rayfordforacuradoapesardeseusferimentoseaenfermariaforafechadanuminstante,aidé ia dequeChaimtivessesidolibertadodadevastaçãodaidadefaziasentido. FicoubastanteimpressionadoportersidocapazdesairdePetraeseguirparaBozrasem ajuda.Quandocomeçou,porém,aandarmaisdepressa,acorrerefinalmenteaquasevoarsobre o caminho, Chaim soube que nã o se tratava de uma façanha pessoal. Ele nã o se cansara nem tiveradornasarticulaçõ es.Nã ofosseasuaconcentraçã oemseuSalvador,poderiasentir-seaté inclinado a compartilhar de seu jogo favorito: futebol.Imagine, pensou,um velho como eu correndocomascrianças. A medida que o remanescente de Petra seguiu o Senhor e seu exé rcito para Jerusalé m, Chaimsentiu-secheiodeorgulhoegratidão.Emborativessetidocentenasdemilharessobasua autoridadeecuidadonosú ltimostrê sanosemeio,muitosdosquaissequerencontraraemuito menos conhecera, ele sentia amor e responsabilidade por essas pessoas. Deus tinha sido iel, alimentando-as,providenciandoáguaparaelas,protegendo-as. O que viria agora? Deveriam ir com Jesus para a batalha de Armagedom, ou seriam enviados a Jerusalé m? A informaçã o recebida da Cidade Santa era que o Exé rcito da Unidade estava apenas brincando com o que sobrara da resistê ncia, e quando desejasse e estivesse pronto,invadiriaaCidadeVelhaecompletariaaquedadeJerusalém. Chaim sabia que isso fora profetizado e iria acontecer, mesmo com Jesus em cena. Mas, ele vingaria rapidamente a perda e a reverteria. E muitos outros judeus remanescentes entrariamnoreino. O que mais emocionava Chaim eram as falas de Jesus. Como ele se dirigia ao mundo inteiro,mastornavasuaspalavrastãopessoais,constituíaummistério.Issosatisfaziadealguma formaaânsiadeChaimporumaaudiênciapessoalcomoseuSenhor.Apesardesaberquetodos estavamouvindoamesmacoisa,paraChaimeracomoseJesusestivessedizendoacada vez: — Chaim, venha aqui. Quero contar-lhe algo. — Como é claro, Chaim ouviu as palavras deleemhebraico. Uma coisa era ter voado sobre o Exé rcito da Unidade e visto o mesmo em massa. Outra muito diferente era rodar nas extremidades dele, aparentemente nunca chegando ao im. Rayford impressionou-se com o enorme empreendimento de equipar tamanha força de combate. Milhõ es de uniformes, armas, muniçõ es, veı́c ulos e vá rias peças de equipamento faziam todaaoperaçã oparecerperfeitamentesupridaparaasuatarefa.Emtermoshumanos,elesnã o podiamperder.Teriamcondiçõesdeesmagarqualquerinimigomortalnoplaneta. Seria,entretanto,necessá rioqueenfrentassemumHomem,oFilhodoDeusvivo.Eforam derrotadosantesdecomeçar. O remanescente que acompanhava Jesus no chã o e os exé rcitos celestiais começaram a cantarlouvoresenquantocorriam.Calaram-se,porém,rapidamentequandoJesusrespondeu. "Fui coroado de gló ria e honra pelo sofrimento da morte, para que, pela graça de Deus, pudesseprovaramorteportodos.FuioLibertadorquesaiudeSiã oerepeliaimpiedadedeJacó . FuiasementedeDavi,ressuscitadodosmortos,Mediadordanovaaliança.Sofrideumavezpor todas pelos pecados, o justo pelos injustos, para que pudesse levá -los a Deus, sendo morto na carne,masrevividopeloEspírito". Nã ohaviasequerumcombatesendotravadonaquelemomento,mas,demaneiraincrı́vel, milhares de soldados do Exé rcito da Unidade foram mortos simplesmente pelas palavras do Senhor,enquantoelepassava.Elesnã oestavamlutando,nemameaçando,avançandoousequer semovendo.Haviam,poré m,tomadoasuadecisã o.Tinhamempenhadoasualealdadeaodeus destemundo,aceitodeliberadamenteamarcadoanticristoedobradoojoelhodiantedele.Nã o restavamaisparaelesqualquerrecurso. Rayford emocionou-se com as poderosas palavras do Mestre e icou horrorizado com a carni icina resultante. Seu coraçã o estava cheio, mas achou difı́c il desviar os olhos do sangue derramado pelo chã o. Oh, o que aquilo pressagiava para o exé rcito como um todo quando a batalharealmentecomeçasse! De que forma os homens e mulheres sobreviventes podiam ver seus companheiros sofrerem morte tã o horrı́vel — simplesmente por meio das palavras pronunciadas do cé u — e aindasedisporemacontinuarcombatendo,estavaalémdacompreensãodeRayford. "Meus inimigos se tornaram o estrado de meus pé s", disse Jesus. "Nã o com o sangue de bodes e de bezerros, mas com o meu pró prio sangue entrei no Lugar Mais Santo a favor de todos,tendoobtidoredençã oeterna.SouoFilhodeDeusqueveioparadar-lhesentendimento,a fimdequepossamconheceroDeusverdadeiro". "Souopã odavidaquedesceudocé u.Quemcomerdestepã oviverá parasempre;opã o que ofereci é a minha carne, dada para que o mundo viva. Sou o Verbo que se fez carne e habitou entre você s, e contemplaram a minha gló ria, a gló ria de quem foi concebido pelo Pai, cheiodegraçaeverdade.Emmimhabitacorporalmenteaplenitudedadivindade". "Rayford, tome sobre si o meu jugo e aprenda de mim, pois sou manso e humilde de coraçã o, e encontrará descanso para a sua alma. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve."[Traduçãolivre] Cada vez que Jesus falava o seu nome, Rayford se comovia novamente. Ele olhou de relance para os amigos e viu que o Senhor se comunicara com eles da mesma forma. Mac enterrouorostonasmãos,sussurrando: —Obrigado,Jesus.—Abdullahaparentementedesejavaencostarocarroesimplesmente adoraraDeus. Sebastian,queestavacorrendocomamã odeKennynassuas,sentiuumpuxã o.AbaixouseparaouvireKennydisse: —Jesusestáfalandocomigo. —Eusei!—respondeuSebastian.—Nãoémaravilhoso? —Precisamosdeumprédioadequado—irmãoEnoque. —Ótimaidéia—disseEnoque.—Quempodeimpedir-nosagora? — Será possı́vel que tudo que tenhamos a fazer é descobrir o que está à venda ou para alugarefazernegócio? —Porquenão? —Poderemoscolocarumacruzneleechamá-lopelonome? —SeJesusfalaconoscopelonome,nã ovejorazã oparanã ofazerisso.Quemfossecontra receberiaomesmotratamentoqueseusinimigosestãotendonomundointeiro. —Vamosentãoagir.Igrejasvãoestarsurgindoemtodocanto. Nasduashorasseguintes,acenamudoudemaneiranotá vel.QuantomaisRayford,Mace Abdullah viajavam na direçã o norte, tanto mais evidente icava que o Exé rcito da Unidade se entrincheiraraeestavaprontoparaabatalhadaseras. Eles deveriam saber o que as outras unidades haviam sofrido; mas, ou as transmissõ es de encorajamento e desa io de Carpathia tinham tido sucesso em animá -los, ou sentiram-se estimulados ao saber que suas forças possuı́am o dobro do tamanho da força de seus companheiros derrotados. Mesmo com um terço do exé rcito reduzido a nada, o restante representavaomaiorpodermilitarjáreunidoemumsólocal. Eles talvez nã o tivessem entendido ou compreendido completamente o que acontecera. PodiamverJesuseseuexé rcitoenaessê nciadeseuserdeviamter-sesentidodesalentadosao ver que um inimigo a cavalo e aparentemente desarmado — embora com a habilidade de desa iar a gravidade e mover-se a uma velocidade incrı́vel — pudesse competir com um adversárioformidávelcomoeles. Rayford viu, poré m, organizaçã o, poder, determinaçã o. Nã o ia haver absolutamente uma rendiçã o.Todavia,nadanasEscriturasindicavaqueoresultadoseriademodoalgumdiferente daquelequeelestinhamassistidoemEdom. Chang icouintrigadoaoverqueocaminhoquetomaramdaterradeEdomparaMegido passavaaumaboadistâ nciadeJerusalé m,nadireçã ooeste.EracomoseoSenhorsoubesseque o remanescente icaria muito curioso com respeito à sua terra natal. Ele talvez queria que vissemoqueocorreraemMegido. Eraestranho,disseChangaNaomi,ouvirJesusfalandodocé ueoanticristoemseufonede ouvido. Sentia à s vezes necessidade de simplesmente removê -lo. Quando Jesus o chamou pelo seu nome em chinê s, Chang sentiu arrepios percorrer-lhe o corpo. Na vez de Naomi, ele observouosolhosdelasearregalaremadmiradoseelaficousemfalaporváriosminutos. Era possı́vel que chegasse o dia em que eles pudessem falar sobre como aquele fora para eles um momento de grande intimidade, mas evitaram o assunto. Para Chang, fora pessoal demaiseelesupôsqueomesmoocorressecomela. Curiosatambé meraaluzsemsombrasquecontinuariaaexistirenquantoJesusestivesse no meio deles. Chang viu-se propenso a fazer sombras com as mã os. Uma fonte de luz onipresenteeraalgoqueaciê nciajamaisconseguira.Oshomensqueamavammaisastrevasdo quealuznãoiriamsentir-sefelizesnoreinomilenar. O brilho penetrante da pureza de Cristo tornaria fá cil governar as naçõ es com cetro de ferro. Para os crentes que o amavam e amavam a verdade, seu governo seria uma esplê ndida mudança em relaçã o aos sete ú ltimos anos e, de fato, os milê nios antes deles. Mas, para as pessoasinteressadasapenasemtirarproveitodasituaçã o,aindarejeitandoaDeus,oreinadode Jesusseriacertamentebastantedesconfortável. Chang gostava de conversar com Naomi, mesmo correndo a velocidades sobre-humanas. Elesnã otinhamdegritar,nã oestavamofegantes,equandoJesusnã oestavafalando,erameles que falavam. Na maior parte das vezes, conversavam como seria casar-se e criar ilhos numa épocacomoaquela.QuemrealizariaacerimôniaeseráqueopróprioJesuscompareceria? Chang sentia alegria quando Jesus se punha a falar. O remanescente inteiro caı́a em silêncio,ouvindo,adorandoaoseuSalvador. "SouaqueleaquemDeusexaltoucomsuadestraaPrı́ncipeeSalvador,a imdeconceder aIsraeloarrependimentoearemissãodepecados"(At5.31). "Eulhedouavidaeterna,Chang;você jamaisperecerá eningué moarrebatará daminha mã o. Meu Pai, que deu você a mim, é maior do que tudo; e da mã o do Pai ningué m pode arrebatar.EueoPaisomosum"(Jo10.28). —Obrigado,Senhor—disseChang. Mas,Jesusaindanãohaviaterminado. "Dou a você a minha paz; nã o a dou como a dá o mundo. Nã o se turbe o vosso coraçã o, nemseatemorize"(Jo14.27). Changnãopodiasequerconceberaidéiadeficarnovamentecommedo. MacqueriairparaJerusalémapé. —Temcerteza?—Rayfordperguntou. —Anãoserquevocênãopermita. —Nãovejomotivos.Oquepretende? —Querosaberemprimeiramãooqueestáacontecendoporlá.Vouficaremcontatopelo rádioepelotelefone.Peloquepudever,nãovouperdernadaqueoSenhorvaifalar. —Vocêsabeoquevaiacontecer,Mac.Jerusalémvaicair,masJesusiráresgatarodia. —Eporquenãopossoquererumlugarnaprimeirafilaparaassistirtudo? —Voltaremosatempoparaisso. —Quandovocêchegar,euotereimantidoatualizadosobreosdetalhes. —Façaoquequiser. —Obrigado.—MacsaiudoHummer,dirigindo-separaJerusalém. —OqueoExércitodaUnidadepodefazercomeleseoapanharem?—indagouAbdullah. Rayfordsacudiuacabeça.—Gostariadepensarquenãoteriampodersobreele. —Nãosabemoscomcerteza. —Éverdade,nãosabemos.Maselesabecuidardesimesmo. —Estádesarmado,capitão. —Decertamaneira. Quando Rayford e Abdullah chegaram inalmente ao vale de Megido, o Senhor e seus exé rcitospareciamterdeixadooremanescentedeIsraelnametadedocaminhoentreovalee Jerusalé m. Rayford só podia supor que o plano de Jesus era manter o remanescente em sua companhiaaté aconquistadeJerusalé meoqueviesseemseguida;mas,poralgumarazã o,nã o queriaquetestemunhasseoqueaconteceriaali. Mac informou que um contingente colossal do Exé rcito da Unidade cercava Jerusalé m inteiraepareciaestarsimplesmenteaguardandoordens. —Há muitainquietaçã onoexé rcitodaqui—disseele.—Reclamaçõ es.Fome.Boatosde faltadepagamentoenadadereforços.Muitosrumoressobreoqueaconteceunosul. — Interessante — disse Rayford. — Nã o há divisã o entre as forças daı́ e daqui. O imenso exé rcito está virtualmente contı́guo desde o oeste do mar Morto até o vale de Megido; portanto,é possı́velquealgunsdosquevocê está vendosejamenviadosparaaaçã odesteladoe vice-versa. —Eumaextensã oenorme,Ray.Você está dizendoqueesteexé rcitocontinuatã ogrande quantoeranocomeço? —ExcetopelasbaixasacontecidasantesemEdom.Macassobiou. —Comovaiomeuhomem,Abdullah? —Caladocomosempre.ElegostadeouviravozdeJesus. —Nãoéoquetodosgostamos?Digaaelequemandeium"oi". George Sebastian misturou-se com o contingente do Comando Tribulaçã o no lugar de descanso ao norte de Jerusalé m. Nã o conseguiu deixar de pensar quanto avançara desde a sua fugadaGréciaondequaseperderaavidaetevedematarparapermanecervivo. —Deoutromodo—disseeleaPriscilla—euestariaacenandoparavocê dooutrolado doscéus. —Nósnãosabíamosmesmonoqueestávamosnosenvolvendo,nãoé?—disseela. —Dejeitonenhum. —Nossosdiasdesoldadosacabaram,certo?—interferiuRazor. Sebastiansuspirou: —Esperoquesim. —Cansado?—perguntouRazor. —Naverdadenã o,emboradevesseestar.Empé odiaeanoiteinteiroseagoracomesta luz,nã otenhoidé iadequehorassã o.Etodaessaviagem?Acorrida?Deveriasentir-mecapaz de dormir durante um mê s, mas estou com a corda toda. Gostaria de ver o que está acontecendoaonorte. — Eu també m — concordou Razor. — Ainda vejo e ouço Jesus. Nã o compreendo porque suavoznãosoamaisdistante.Osomcontinuaomesmoparamim. Priscillainterrompeu: —Achoqueéporquenósoouvimosnocoraçãoenãocomosouvidos. Razorencolheuosombros. —Podeser.Casocontrário,comocadaumpoderiaouviroseupróprionome? TodossilenciaramquandooSenhorfalououtravez. "Ningué m jamais viu a Deus; eu, o Deus unigê nito, que vim do seio do Pai, é quem o revelou.SouchamadoFilhodoAltíssimoehojeoSenhorDeusmedaráotronodeDavi,meupai" (Jo1.18;Lc1.32). De repente, outra voz ecoou do cé u e Sebastian soube imediatamente que era o pró prio Deus."EismeuServoaquemescolhi.MeuFilhoamadoemquemmecomprazo!Coloqueisobre eleomeuEspíritoeelevaideclararjustiça."[Traduçãolivre] Em seguida, veio a voz de Jesus: "A lei foi dada por intermé dio de Moisé s; a graça e a verdadevierampormeiodemim.Agora,George,possaoDeusdapazquemefezressurgirdos mortos e me tornou o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da aliança eterna, tornar você completo em toda boa obra para cumprir a sua vontade, operando em você o que é agradá vel aosseusolhos.Amém."[Traduçãolivre] Depois do amé m, todo o remanescente caiu de joelhos, orando e agradecendo a Deus. Sebastiansabiaquecadaumouviranovamenteoseupró prionomenabê nçã opronunciadapor Jesus;todavia,issonãotornouoepisódiomenospessoal. Rayford subiu outra vez no Hummer com Abdullah. Eles olharam para a multidã o de inimigos, à medida que milhares praticamente explodiam ao ouvir as palavras de Jesus e morriam antes de chegar ao solo. A batalha de Armagedom nem sequer começara. Rayford ouviuNicolaeCarpathiaprocurandoencorajarereunirastropas. Elevociferouinstruçõ esaosgeneraisecomandantes.—Esteé onossoverdadeiroinimigo —disse.—Vençam-noeavitóriaénossa.Jerusalémnãoseráobstáculo. Comoeleconseguirareunirtantosmilharesdetropasnumsó lugareseencaminhandona mesmadireçã oeradifı́c ilparaRayfordcompreender,masdealgumaformaNicolae izeraisso. De algum modo ele orquestrara um exé rcito em meia-lua, cobrindo centenas de quilô m etros quadrados,todosdefrenteparaJesusnocéu. Iria fazê -los atirar sobre o Rei dos reis? Como determinaria a distâ ncia onde Jesus se encontrava?Seosexé rcitosdeCarpathianã oconseguiramaniquilarsimplesmortais,oqueele esperavanaquelascircunstâncias? Antes que uma ordem pudesse ser dada ou um tiro lançado, Jesus falou. Embora durasse apenasalgunsminutos,adevastaçãofoienorme. "Provaiosespı́ritosseprocedemdeDeus",disse,"porquemuitosfalsosprofetastê msaı́do pelomundofora.NistoreconheceisoEspíritodeDeus:todoespíritoqueconfessaqueJesusCristo veio em carne é de Deus; e todo espı́rito que nã o confessa a Jesus nã o procede de Deus; pelo contrário,esteéoespíritodoanticristo"(1Jo4.1-3). RayfordouviuCarpathiafurioso,amaldiçoando. EJesusdisse:"Umreipoderosolevantou-seereinará comgrandedomı́nioefará oquelhe aprouver.Mas,noauge,oseureinoserá quebradoerepartidoparaosquatroventosdocé u;mas nã oparaasuaposteridade,nemtampoucosegundoopodercomquereinou,porqueoseureino seráarrancadoepassaráaoutrosforadeseusdescendentes"(Dn11.3-4). "Esteé otempodeterminado.Oreidestemundofezsegundoasuavontade:selevantoue seengrandeceusobretododeus,contraoDeusdosdeusesdissecousasincrı́veiseprosperouaté agora.Mas,oqueestádeterminadoseráfeito"(Dn11.36). Ograndeexé rcitoestavaempandemô nio,dezenasdemilharesgritandojuntosemterror esofrimento,morrendoaoarlivre.Osanguejorravadelesemgrandesondas,juntando-separa formarumrioquelogosetransformouempântano. "Nã o teve respeito aos deuses de seus pais, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandeceu. Mas, em lugar dos deuses, honrou o deus das fortalezas; a um deus que seus pais nã oconheceram,honroucomouro,comprata,compedraspreciosasecousasagradá veis.Eaos queoreconhecerem,lhesrepartiráaterraporprêmio"(Dn11.37-39). "Notempodo im,oreidoSullutará comele,eoreidoNortearremeterá contraelecom carros, cavaleiros e com muitos navios, e entrará nas suas terras, e as inundará , e passará . Entrará també m na terra gloriosa, e muitos sucumbirã o, mas do seu poder escaparã o estes: Edom,eMoabe,easprimíciasdosfilhosdeAmom"(Dn11.40,41). RayfordolhouparaAbdullah: — O seu estudo de geogra ia ensinou onde essas naçõ es estavam? Quero dizer, sei que EdomseachavanolugardePetra. —Moabeficaaonortedali,noJordão,eAmomaindamaisaonorte. Jesuscontinuou: "Estendeu a mã o també m contra as terras, e a terra do Egito nã o escapou. Apoderou-se dostesourosdeouroedeprataedetodasascousaspreciosasdoEgito;oslı́bioseosetı́opeso seguiram. Mas, pelos rumores do Oriente e do Norte, foi perturbado e saiu com grande furor, paradestruireexterminaramuitos.Armouassuastendaspalacianasentreosmarescontrao gloriosomontesanto..."(Dn11.42-45). —ElequerdizerJerusalém—afirmouAbdullah. —"...maschegaráaoseufim,enãohaveráquemosocorra"(v.45). PareceuaRayfordquetodooExé rcitodaUnidadeemseucampodevisã oestavamorto ou agonizante, enquanto isso o sangue continuava a aumentar. Milhõ es de aves se encaminharamparaaáreaesebanqueteavamcomosrestos. Carpathiaberroufrenético: —Estenã oserá omeu im.Rendereisuaamadacidadeeadestruireicomele!Leon,tiremedaqui! CAPÍTULO14 —Abdullah—Rayforddisse,vamosseguirCarpathiaeFortunato. —Falasério,capitão? —Elesnemvãonotar. — Uma coisa que nã o entendo, capitã o, é por que Jesus nã o os prende? Ele extermina quase todo o exé rcito com a palavra da sua boca e, no entanto, permite que esses dois iquem livres.Seiquenãovaimatá-los,maspareceestarbrincandocomeles. — Nã o sou teó logo — respondeu Rayford — mas, como sabe, Deus tem o seu pró prio calendário.Tudoistofoiprofetizadoeescrito.Vaiacontecernahoraexata. Abdullah apontou o Hummer na direçã o do vale e do Humvee maior de Carpathia. Pela primeiravezdepoisdaapariçãodeJesus,océucomeçouaescurecer. Nuvens escuras, ameaçadoras, se formaram no horizonte e rapidamente subiram, enchendooscéus,excetoondeoSenhoreseexércitopairavam. —Estásentindoisso?—Macfaloupelorádio.—Atemperaturadeveterdescidocercade dezgrausnoúltimominuto! —Algumacoisavaiacontecer—Rayfordcomentou. —Vocêentendeuagoraoóbvio.Estouprocurandoabrigo,Rayford. —Fiqueemcontato. —Nãosepreocupe. RayfordeAbdullahfecharamasjanelas. —Nã oquerqueeupercaoLeon?—perguntouAbdullah,apontandobemalé mdaá reade extermı́nio para onde o Humvee estava ganhando velocidade, aparentemente procurando descobrirumcaminhoparaJerusalématravésdomassacre. —Só iquedeolhonele—Rayforddisse.—Vã oterdi iculdadesparaseguirnessadireçã o. Ei,ligueoaquecedor! Abdullah parou do outro lado de um barranco que separava as terras altas do vale onde jaziammilharesdecorpos.Emboraosanguetivessecessadodecorrer,elepareciaesvair-sedos corposeencherrapidamenteaspartesmaisbaixas. Geloapareceunopára-brisas. —Estaé aprimeiravezquevejoistonestapartedomundo—disseAbdullah.—Já vina América,masnãoaqui. Ligouoslimpadores,maselessimplesmenteespalharamogeloeimpediramavisão. Rayford mexeu nos controles até que conseguiu fazer com que o aquecedor e o desembaçador funcionassem, desobstruindo depressa a janela. Sentia muito frio, apesar do aquecedor ligado. E o cé u icou cada vez mais escuro. De modo estranho, sombras ainda nã o apareciamnochã o.AluzdeCristocontinuavaainvadirtudo,excetopelanegritudedocé uque ocercavaeosseusseguidoresacavalo. De repente, uma voz veio do cé u, alta e autoritá ria, mas nã o era a de Jesus. "Está consumado!" Relâmpagosexplodiramdasnuvens,seguidosporfortestrovões.Aseguir,veioogranizo— se é que se podia chamar assim. Nã o se tratava apenas de lascas de gelo — nã o eram do tamanhodeumaboladegolfeoudesoftball. OprimeiropedaçovistoporRayfordpareciadotamanhodeumamesadejantar,com15 centı́m etros de espessura. Ele caiu a cerca de seis metros abaixo do Hummer e se enterrou algunscentímetrosnochão.Ochoquepareciaodeumabomba. OspoucossoldadosremanescentesdoExé rcitodaUnidadecomportavam-secomoloucos, arrancandooscabelos,algunssematando,outrospedindoaoscompanheirosqueosmatassem. Outro pedaço bateu num lançador de granadas e o achatou. Em breve, blocos de 45 kg aproximadamente começaram a atingir todo o terreno, esmagando corpos, destruindo caminhões,carrosejipes. O Humvee real, com Leon dirigindo erraticamente, escapou por pouco de trê s pedaços, umdosquaisapanhouacabeçadeumajudantequecorriaeoesmagounochã o.Asgigantescas pedrasdegranizocomeçaramembreveacaircontinuamenteenã ohaviapossibilidadedefuga. EracomoseDeusestivesseenterrandoocampodebatalhasangrentonumacamadaespessade gelo. — Este granizo está també m caindo em Jerusalé m? — Rayford perguntou a Mac pelo rádio. —Nã o.Granizonenhum.Océ upareceestarameaçandochuvaouneve,masaté agorasó estamossentindofrio. Os sobreviventes permaneciam apenas em lugares espalhados, mas em vez de procurar abrigo,protegerascabeçasouaté cairdejoelhosepedirmisericó rdia,eleslevantavamorosto para o cé u, gritando, aparentemente protestando contra Deus, fazendo gestos obscenos para Jesus e seu exé rcito. Em pouco tempo, foram esmagados debaixo das monstruosas pedras de granizo. Atemperaturavoltouaonormaltã odepressaquantodesceraeasnuvensdesapareceram. Toda a criaçã o parecia novamente brilhante como o dia e embora o sol nã o tivesse aparecido desde a chegada de Jesus, o deserto logo icou novamente agradá vel. Rayford desligou o aquecedoreabriuosvidros.EleeAbdullahvoltaramaseguirLeoneNicolae. Ogelocomeçouaderreterdepressaeaáguasemisturoucomatorrentedesangue. — Pare aqui — Rayford disse, enquanto observavam a mistura de sangue e á gua subir acimadospneusdoHumveedopotentado.Oveı́c ulologoencalhounolodomarromtingidode vermelho. Rayford ouviu Carpathia esbravejando com Leon para tirá -los daquela imundı́c ie e continuar para Jerusalé m. Todas as possibilidades de fuga foram, poré m, bloqueadas pelo lodo que se avolumava. Quando chegou ao meio da porta do veı́c ulo, Carpathia ordenou que Leon saísseparaempurrar,enquantoelesubiaparaoassentodomotorista. —Mas,Excelência,voumeafogar! —Issonãovaiacontecer.Querqueoseureisaia? —Nã o,meusenhor,claroquenã o.Maseu-eu,ah...Leonabriuaportaeolı́quidoinvadiuo veículo. —Vamos,homem!—gritouNicolae.—Fecheaporta! Leonpisouhesitantenolı́quido,quechegavaà suacinturaefaziaseumantoincharcomo umbalão.EledeixarasensatamenteobarretenoHumvee. —Estágelado!—esganiçou. —Minhaspernasestãoadormecendo. —Éclaroqueestágelado!Hágeloaí!Comeceaempurrar! —Estácheirandomal! —Empurre! Levou algum tempo para Leon chegar à parte de trá s do veı́c ulo e o chã o debaixo da superfı́c ie era claramente acidentado. Ele quase mergulhou certa vez e teve de agarrar-se ao pá ra-choque para manter-se em pé . Seu manto era uma sujeira só , tinha as mã os e o rosto pálidos,ocabelodesgrenhado.Rayfordpodiaverqueestavatiritandodefrio. QuandoLeonchegouà partedetrá sdoHumvee,Carpathiaaparentementepisoufundono acelerador,mastudoqueconseguiufoilevantarumacolunadelı́quidoevaporquecobriuLeon. OHumveeficouimóvel. —Tentesacudi-lo!—gritouLeon. —Éparaissoquevocêestáaí!Agarreopára-choqueelevante! —LevantarumHumvee? —Sacuda! Eles inalmente coordenaram os movimentos de Leon, levantando e empurrando, e os de Carpathia, ligando e desligando o motor, e aquela coisa enorme começou a balançar. Quando inalmente moveu-se, Leon perdeu o equilı́brio e caiu de bruços, mergulhando de todo. Ele levantou-segaguejandoeprocurandoenxugarorosto. Nicolae levou o veı́c ulo a um terreno um pouco mais alto e Leon correu para o lugar do passageiro.Aoabrir,porém,aporta,Carpathiajáestavaali. —Eunãovoudirigir,Leon!Oqueissoiriaparecer? Leonarrastou-sepelafrentedocarroepuxouaporta. Poucoantesdesubir,eledespiuomantosujopelacabeçaeoabandonounoriodesangue quecrescia.Subiucomdi iculdadenocarroemsuasroupasdebaixo,garantindoaNicolaeque tinhaoutramudanobancodetrás. —Coloque-asentão,imediatamente! OHumveesacudiuebalançouenquantoLeonpegavaroupassecasesetrocavanocarro. Decidindo aparentemente que seu gorro adornado nã o iria adequar-se ao seu novo traje, ele o jogoupelajanelaedirigiadevagar,procurandoumlugaraindamaisalto.Osanguejá subiraaté maisdeummetro. Quando o cé u clareou e a temperatura subiu, Mac esfregou os braços nus e saiu de um abrigo leve sob á rvores esparsas nã o muito longe do monte do Templo. Embora nã o estivesse com o uniforme do Exé rcito da Unidade, ele nã o devia estar parecendo també m um rebelde, poisfoivirtualmenteignorado. Muitos dos cidadã os normais, nã o-combatentes, estavam andando entre os milhares de soldados,quepassavamamaiorpartedotemposentados. Algunspelotõ esrecebiamordensparairdaquiparaali,aparentementedeacordocomos caprichos de um general ou comandante, mas todo o combate cessara. As forças da Comunidade Mundial haviam ocupado Jerusalé m inteira, exceto o monte do Templo, e cercavam este local. Um general com um alto-falante portá til, ocasionalmente tentava persuadiropequenogrupoderebeldesaserendereevitaroderramamentodesangue. Mac achou engraçado que o general pensasse que os rebeldes nã o tinham acesso a informaçõ es de fora. Por ter falado com eles, Mac sabia que possuı́am rá dios e até algumas televisõ es. Tinham conhecimento do que acontecera em Petra e Bozra e em breve naturalmentesaberiamatémesmooresultadodabatalhadeArmagedom. Mac achava estranho que os soldados pudessem icar à toa, fumando e jogando cartas, olhandosó ocasionalmenteparaocé uparaveroqueJesusestavafazendo.Aquilotalvez izesse parte do endurecimento dos coraçõ es; mas, Mac pensou que ele, na mesma situaçã o, reconheceriaqueoseufimestavapróximo. O inimigo deles era claramente sobrenatural e nã o fora detido nem pela arma mais poderosadaHistória.Aguerraestavapraticamenteterminada. Todavia, Nicolae Carpathia, o grande enganador, apesar de nã o ter vencido sequer uma escaramuça desde o aparecimento de Cristo, havia de alguma forma convencido as tropas de que Jerusalé m era a chave. Se pudessem tomar a Cidade Santa, ele retornaria ao seu trono de direito,oFilhodeDeusseriaderrotado,etudovoltariaaficarcertonomundo. A ú nica coisa que esse argumento tinha a seu favor era a situaçã o atual de Jerusalé m. A idé iadosrebeldesresistiremenquantocercadoseemnú m erotã oinsigni icantecomrelaçã oao inimigoerarisívelepatética.Excetoque,comoMacsabia,elesestavamdoladocerto. Rayford pensara que nã o conseguiria mais icar chocado. O que ele poderia ver que fosse mais surrealista do que as ú ltimas horas? Todavia, enquanto Abdullah mantinha uma distâ ncia cuidadosaevigilantedoHumveedeCarpathia,tudooqueRayfordpodiafazereraobservaras conseqüênciasdachamadaúltimabatalha. Éclaroquenãohouverarealmenteumcombate.OExércitodaUnidadeergueraossabres, carregara as armas e izera bastante alarido. Jesus, entretanto, aniquilou a todos com simples palavras. E claro que aquelas palavras tinham sido as palavras de Deus e o efeito era esmagador. Quilô m etroapó squilô m etro,Abdullahdirigiuaoladodeumriodesanguedevá riosquilô m etros delarguraeagoracomcercade1,5metrodeprofundidade.TodaaforçamilitardeCarpathia, de vá rios milhõ es de tropas, fora reduzida a talvez um milhã o. Esse era um nú m ero ainda grandeedopontodevistahumanoosrebeldesjamaispoderiamigualá -lo.Mas,adevastaçã odo Exé rcitodaUnidadenumperı́odotã ocurtodeveriaterdeixadoclaroaCarpathiaqueseusdias estavamcontados. Ao contrá rio, ao ouvi-lo falar animadamente com Leon no carro e à s tropas remanescentespelorádio,oqueaconteceraserviraapenascomosimplesmotivação. —Nossoalvopermanece—disseCarpathia—enossatarefaé clara.Tomaracidadedo Pai,aniquilaropovoescolhidoemataroFilho.Estefoionossodesı́gniodesdeoprincı́pio.Nó so atraı́m os e em breve faremos com que esteja onde o queremos. Permaneçam leais, permaneçamsinceros,permaneçamvigilanteseserãorecompensados. Enquanto isso, Jesus se voltara para os remanescentes e falou diretamente com eles. RayfordeAbdullahficaramouvindo. "Filhinhos,vó ssoisdeDeusetendesvencidooanticristo,porquemaioré aquelequeestá emvó sdoqueaquelequeestá nomundo.Eleprocededomundo;poressarazã o,faladaparte do mundo, e o mundo os ouve. Nó s somos de — Deus; aquele que conhece a Deus me ouve; aquelequenãoédapartedeDeusnãomeouve.Nistovocêsreconhecemoespíritodaverdadee oespíritodoerro"(1Jo4.6). "Amados, amem-se uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que amaé nascidodeDeuseconheceaDeus.Aquelequenã oamanã oconheceaDeus,poisDeusé amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em você s: em haver Deus enviado o seu Filho unigê nito ao mundo, para viverem por meio dele. Nisto consiste o amor: nã o em que tenham amadoaDeus,masemqueeleamouvocêsemeenvioucomopropiciaçãoporseuspecados". "Rayford,seDeusdetalmaneiraoamou,você devetambé mamaraosoutros"(1Jo4.711). Rayforderasempreatingidoaoouvirseunome,comosabiaqueAbdullahetodososoutros deviam ser. A seguir, Jesus passou da exortaçã o pessoal para uma explicaçã o clara do que acabaradeacontecer. "Entã o, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom... derramou o sé timoanjoasuataçapeloar,esaiugrandevozdosantuá rio,doladodotrono,dizendo:Feito está ! E sobrevieram relâ mpagos, vozes e trovõ es, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a terra; tal foi o terremoto, forte e grande... també m desabou do cé u sobre os homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um talento;e,porcausado lagelodachuvadepedras,oshomensblasfemaramdeDeus,porquanto oseuflageloerasobremodogrande". "Um anjo saiu do santuá rio, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobreanuvem:Tomaatuafoiceeceifa,poischegouahoradeceifar,vistoqueasearadaterra já amadureceu.Eaquelequeestavasentadosobreanuvempassouasuafoicesobreaterra,ea terrafoiceifada". "Entã o saiu do santuá rio, que se encontra no cé u, outro anjo, tendo ele mesmo també m umafoiceafiada". "Saiuaindadoaltaroutroanjo,aquelequetemautoridadesobreofogo,efalouemgrande vozaoquetinhaafoicea iada,dizendo:Tomaatuafoicea iadaeajuntaoscachosdavideirada terra, porquanto as suas uvas estã o amadurecidas. Entã o o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da có lera de Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensã o de mil e seiscentosestádios"(Ap14.14-20). O remanescente, cheio da gló ria de Deus, se voltara na direçã o de Jerusalé m. Chaim acreditava que o Senhor os protegeria; mas, estranhamente, Jesus avançava agora com o seu exé rcito.Emboraos ilhosdeIsraelparecessemestarnovamenteandandodepressademaneira sobrenatural,elesficaramparatráselogooperderamdevista. Chaim viu pessoas se entreolhando preocupadas e queria animá -las. Mas, seu lugar como lı́der e porta-voz fora tomado e ele nã o sentia qualquer impulso de rea irmar sua posiçã o. Seu trabalhoterminaraeChaimsentiuqueagoranã opassavadeumapartedoremanescente.Eles iriamparaondeDeusosenviasseeconfiariamnoSenhorcomosuaretaguarda Mac icou surpreso ao descobrir que as ondas sonoras — e ele supunha que a televisã o també m—continuavamcontroladaspelaComunidadeMundial.Elesabiaqueissonã oiadurar muito.EnquantoatravessavaJerusalé m,procurandodaraRayfordeAbdullahumaidé iadoque iriam encontrar quando chegassem, ouviu os repó rteres daCG e os â ncoras inserindo notı́c ias sobreNicolaeCarpathiaemtudo. Nã o havia naturalmente mençã o do que poderia ser pelo menos descrito como uma apariçã o no cé u — um estratagema do inimigo para assustar todo mundo. Seria o mesmo que mencionaroelefanteproverbialnalojadeporcelanas.Mactinhacertezadequetodosnaterra sabiamquemestavanasnuvens.AquestãoeraoqueJesusfariaequando. Jerusalé m estava repleta de cadeias improvisadas e celas especiais onde os rebeldes capturados eram torturados e passavam fome. O pessoal da CG noticiava isso com aparente prazer,comoevidê nciadequeavitó riaseaproximava.Umcomentaristadissequeosrebeldes que julgavam estar de posse da á rea do monte do Templo encontravam-se na verdade numa prisã o maior de sua pró pria fabricaçã o, pois nã o tinham condiçõ es de oferecer resistê ncia ao ExércitodaUnidadenemparaondefugir. FicouaparenteparaMacquerumorescorriampelacidadedequeopotentadoseachavaa caminho.Olugarvirouumcentrodeatividade. Osjogosdecartasforamsuspensos.Ficarsentadoà toapertenciaaopassado.Ospelotõ es estavam em estado de atençã o, as ruas vigiadas e o caminho para as linhas de frente desimpedidos. A cada poucos minutos, as notı́c ias traziam uma informaçã o nova do comandante-em-chefe. — A medida que nos aproximamos do que muitos chamaram de Cidade Eterna, — disse Carpathia — tenho prazer em anunciar que depois da nossa vitó ria aqui, esta irá tornar-se a nova sede da Comunidade Mundial. Meu palá cio será reconstruı́do sobre as ruı́nas do templo, cujadestruiçãoestáemnossosplanos. — Por mais bela que a Nova Babilô nia pudesse ser, meu objetivo sempre foi transferir a sededogoverno,comé rcioereligiã oparaestacidade,quesigni icoutantoparamuitosdurante longotempo.Portanto,leaiscidadã osdaNovaOrdemMundial,con ioemquevã oassistircom grande satisfaçã o nossa conquista deste lugar, enquanto desarraigamos e destruı́m os o ú ltimo bolsã o de resistê ncia e tornamos fraco Aquele a quem o inimigo reverencia como o motivo de nuncapoderemunir-seànossanobrecausa. —Estequeesvoaçapeloar,citandotextosdefá bulasantigaseforçandoosbajuladoresa correreminsensatamenteaoseulado,adorando-o,irá embrevedeparar-secomoseu im.Ele nã oé pá reoparaosenhorressurretodestemundoeparaoexé rcitoqueterá deenfrentar.Nã o mepreocupoemtornarpú blicoonossoplano,poisjá teveê xito.Estacidadeeessesindivı́duos desprezı́veistê msidohá muitoseusescolhidos,portantooforçamosamanifestar-se,arevelarse,atentarinutilmentedefendê -losouserdesmascaradocomoafraudeeocovardequeé .Ou ele tenta resgatá -los, ou eles verã o quem realmente é e o rejeitarã o como impostor. Ou irá ainda insensatamente atacar meus homens e a mim, icando entã o provado de uma vez por todaseparatodosqueméomaisforte. —Emboranã oesperequeestasejaumacampanhaprolongada,porseraú ltimabatalha que pretendo travar, estou empregando todos os nossos recursos. Cada homem e mulher sob o meucomandoetodoarmamentoemuniçã oaonossodisporserã oempregadosparatornaresta avitóriamilitarmaisretumbanteeconvincentedaHistória. — Minha promessa a você s, leais cidadã os da Comunidade Mundial, é que no inal desta batalha, nenhum oponente da minha liderança e regime icará em pé , nenhum permanecerá vivo. Os ú nicos seres vivos no planeta Terra serã o os cidadã os con iá veis, amantes da paz, da harmoniaedatranqüilidade,queofereçocomamorportodosdomaisprofundodomeuser. — Estou a apenas 1,5 km a oeste de Jerusalé m enquanto falamos e vou dispensar meu gabinete e generais para que possam cuidar deste con lito sob o meu comando. O altı́ssimo reverendo do Carpathianismo, Leon Fortunato, servirá como meu motorista para a minha entrada triunfal. Os cidadã os já estã o ao longo da estrada para me cumprimentarem e eu agradeçoavocêsoseuapoio. Mac apressou-se para encontrar um local onde pudesse ver o Humvee e o des ile de veı́c ulos militares que o seguiam. Ele postou-se num lugar alto do lado oeste, onde podia ver o exé rcito que se estendia em ileiras que alcançavam o horizonte. A medida que a procissã o se aproximava da cidade, ele podia ouvir tambores e trombetas e, se nã o estava enganado, até daqueladistâ nciaoHumveerealdavamá impressã o.Rayfordcontaraqueestiverachapinhando pelosanguenovaledeMegido,masaparentementeningué mlembraraopotentadodemandar lavá-lo. Quando se aproximou, as suspeitas de Mac se con irmaram. O carro estava salpicado de lamaesangueaté asjanelas.Todavia,Nicolaetinharazã o,civissealinhavamdosdoisladosda estrada, aplaudindo, acenando, batendo palmas, saudando e atirando lores. Carpathia abriu o tetoemformadelua, icouempé nobancodafrenteeapareceuaoarlivre,acenandocomas duasmãosesoprandobeijos. Aproveitaenquantodura,companheiro. —Mac,vocêestánosvendo?—Rayfordligouatravésdafreqüênciadesegurança. —Não.Ondevocêestá? —Terceirafila,atrásdoHumvee. —Ninguémseimporta? —Pareceatéqueelesnãonosenxergam. —Qualéoplano? —QuandooHumveechegarà estradadeJaffa,elevaiaté aPortadeJaffa,comumterço daforçadecombate.Osoutrosdoisterçosirã odividir-seemdireçã oaonorteeaosul,cercando aCidadeVelha.Umavezquetodosestejamemseuspostos,Carpathiavaicomandaroataque pelos bairros armê nio e judeu ocupados até o monte do Templo. Eles pretendem derrubar o murooesteedominarosrebeldes. —Planejam. —Exatamente Mac inalmente avistou o Hummer de Rayford e Abdullah e icou impressionado ao ver como parecia fazer parte da procissã o. A medida que a cavalgada chegava à estrada de Jaffa, Mac começou a andar para lá , esperando encontrar-se com os amigos quando eles se afastassemdogrupo. Onú m erodepessoasqueaplaudiamcresceuquandooscarroschegaramà CidadeVelhae, enquanto diminuı́am a marcha, a banda os alcançou com sua mú sica estridente e os tambores tocando. Mac lembrou-se das paradas do Dia de Comemoraçã o aos soldados norte-americanos mortosemcombate,quandoseupaiocolocavanosombroseele icavaemocionadocomorata-tat-tat dos grandes tambores e dos saxofones. Naquela é poca, como é evidente, ele nunca tinhaouvidooclamor"aveCarpathia". A mú sica levara a multidã o a um extremo de empolgaçã o e o exé rcito que surgiu em seguidaerasemdú vidadiferentedequalquerumqueoslegalistasourebeldesjá tivessemtido oportunidade de ver. Nã o haveria espaço na Cidade Velha para uma fraçã o daquela força. Mac se perguntou como Carpathia e o restante das tropas iriam atravessar as ruas estreitas pavimentadasdepedras. — Estive pensando na mesma coisa, Mac — Rayford comentou. — Está parecendo uma festa,nãoé? —Ridículo! —Parasersincero,estougostando,quantomaisaltomelhor. —Nãoentendi. —Quantomaispompaeformalidade,tantomaiorahumilhaçãoposteriormente. —Éverdade. —Vocêjánosachou,Mac? —Estouindoemsuadireção.Quandovaideixá-los? —Nãovamos. —Nãovão?Oquê?PretendeparticipardaparadanaCidadeVelhacomCarpathia? —Porquenão?Vejaseentratambém. —Improvável. —Tente. Mac chegou até a parada e icou imaginando qual a inalidade de todas aquelas tropas extras.OmesmocontingentedesoldadosqueestiveraaliquandoencontraraBuckeramaisdo que su iciente para cumprir a tarefa do ponto de vista humano. Se nã o pudessem fazê -lo, o restantenãoseriaútil. FortunatopilotouograndeHumveepelaPortadeJaffaequaseimediatamentealoucura do plano deles icou clara. Nã o havia simplesmente espaço para as tropas irem até o muro ocidentaldomontedoTemplo. Pelo fone de ouvido, Mac ouviu Nicolae tentando alistar engenheiros para irem buscar o equipamento pesado e derrubarem pré dios e muros durante o percurso. Quando lhe disseram que isso levaria horas, ele explodiu, blasfemando e exigindo saber quem dissera que sua parada pelaCidadeVelhatinhasidoumaidéialuminosa. — Deixem os carros onde estã o! — anunciou ele. — Vou comandar o resto do ataque a cavalo. Mac estava perto o su iciente para ver Carpathia olhar de soslaio para o cé u. Jesus nã o estavalá naquelemomentonemoseuexé rcitocelestial.MacachouqueissofezCarpathia icar maisnervosodoqueseeleestivesseali. Os assistentes atenderam imediatamente Carpathia quando ele saiu do Humvee. Ele endireitouasroupasdecouro,quepareciamemordem,desdequenãodeixaraoveículodurante ofracassoemArmagedom.Nicolaetambémrecolocousuaespadaextravagante. Quando Fortunato desceu do carro, poré m, ele vestia trajes civis que faziam parecer que estavaacaminhodotrabalhonumclubecomunitáriolocal. — Consigam um uniforme apropriado para o reverendo e algo para limpar seu rosto e cabelo—ordenouCarpathia. Alguémsaiucorrendoevoltouàspressas. —Asmaioresquetemos—disseohomem,entregandoasroupasdobradaseumatoalha úmidaparaFortunato,quelhedeuumolharqueabririaumburaconoasfalto. —Sintomuito—sussurrouohomem.-Éomaiorquetemos. —OSr.podetrocar-senacatedral—algué mdisseaLeoneelesaiuà spressascomdois ajudantes. Enquanto isso, mais generais, curiosos e bajuladores cercaram Carpathia, que pediu queabrissemespaçoparaosfotógrafoseequipesdecâmerasdaTV. Quando Leon voltou no uniforme do Exé rcito da Unidade, muito curto e justo, parecia o sargentoGarcia{*}tentandousarasroupasdoZorro.Eleprocuraradarumaspectoreligiosoao traje, colocando em volta do pescoço uma grossa corrente de ouro com o nú m ero 216 penduradonela. Mac fez o má ximo para nã o rir. Ele acompanhou o passo de Rayford e Abdullah quando eles se aproximaram depois de deixar seu veı́c ulo. Os trê s haviam começado a atrair alguns olhares, mas felizmente nã o da parte de ningué m que se preocupasse o su iciente para fazer perguntas.Aabadoboné delesestavaabaixadasobreatesta;mas,semuniformesapropriados, nãoseriamtomadospormembrosdoExércitodaUnidade. —Émelhornossepararmos,nãoécapitão?—perguntouMac. — Acho que sim. Abdullah, você vai para o norte. Mac, para o sul. Eu me encontro com vocêsdoladodeforadomuroocidentalnaPortaDouradaquandotudoistoacabar. Chaim sentiu um prurido de antecipaçã o quando o remanescente chegou a um lugar elevado na encosta ocidental acima de Jerusalé m. Parecia ainda desconcertante nã o ver Jesus noalto,maselesabiaqueoSenhorsó fariaoqueeracerto.Oanticristoestiverasegabandode atrair o Filho de Deus para a sua armadilha, quando estava claro para Chaim que o oposto acontecera.CarpathiatinhadeleraBíblia.Tinhadesaberquetudoaquiloforaprofetizado. Precisava até mesmo conhecer o resultado previsto. Todavia, temerariamente fora ao ponto exato em que deveria estar e apesar da execuçã o em massa de suas tropas em trê s confrontos,eleaindatinhaaarrogânciadeacreditarqueprevaleceria. Aquele era um espetá culo que valia a pena assistir e Chaim queria dizer isto aos que estavamalireunidos.Nã otinhameiosdefalarcomtodosaumsó tempo;eaoolharparaosque o rodeavam, soube que nã o havia nada que precisassem ouvir. Como ele, todos estavam observandoemgrandeexpectativa.Vem,reiJesus! CAPÍTULO15 RayfordestavasuficientementepertodeNicolaeparaouvi-loperguntaraumagenerala: —Qualasuaforçaeqüestre? Elaverificoupelorádioerespondeu: — Excelê ncia, entre mais de um milhã o de soldados, pouco mais de um dé cimo está a cavalo. —Peçatantasmontariasquantasforemnecessá riasparaqueaprimeiralevachegueaté omuroocidental,edê ordensquesejamescolhidosparamimeoreverendoFortunatocavalos adequados. Dentro de minutos, vá rios milhares de cavalos lotavam as ruas e os soldados do Exé rcito daUnidadejá subiamneles.Umginetealtoebonito,quaseidê nticoaoqueCarpathiamontara fora da cidade em direçã o a Bozra, foi entregue para seu uso. As câ meras clicaram fotos e equipesdeTVorodearamquandoelemontou,levantandoaespada. Carpathiagirouaespadaacimadacabeça,animandoastropasqueresponderamcomum whoopemcrescendo,comoumtimedefutebolprestesasairdovestiário. Fortunatosubiucomdificuldadenumcavalopretomenoreseacomodounele. —Sigam-meaté omuroocidental,gritouCarpathia,eabramcaminhoparaoarı́eteeos lançadoresdemísseis!Quandoeuderordem,abramfogo! Comojá conheciaaCidadeVelha,Rayfordseguiuporruaslaterais,encaminhando-separa omuroocidental. Mac já se encontrava na extremidade sul da Cidade Velha, a alguns passos ao norte da Porta do Monturo. Abdullah entrou em contato com ele pelo rá dio e disse ter encontrado um abrigopertodaFortalezaAntô nia,ondeacreditavaestarasalvoeinvisı́vel,comumaboavisã o dosinvasoresqueseaproximavam. — Estou també m numa altura su iciente para ver as forças militares ao redor, Mac — disseele.—ElesrodearamaCidadeVelhainteira,eestã oaosmilhares.Possoentenderporque estãotãoconfiantesnavitória,tendocortadotodasasviasdefuga. Rayford parou cerca de 90 metros antes do muro ocidental, num lugar em que havia um poucodevegetaçãoparaseesconder.PensoutervistoMac,masnãotinhacerteza.Quasetodos dentrodaCidadeVelha,comexceçãodaimprensa,faziampartedaforçaatacante. Civis ocasionais subiam em cima de qualquer coisa disponı́vel, aplaudindo e gritando palavras de â nimo à medida que Carpathia avançava, valente e orgulhoso em seu enorme cavalo,comaespadaapontandoparaocé u,microfonenoouvidoenafrentedabocaparaque todooexércitopudesseescutarsuasordens. — Para a gló ria do seu mestre ressurreto e senhor da terra! — exclamou ele, forçando o cavalo a galopar, fazendo ruı́do sobre o chã o de pedras redondas. O cavalo de Fortunato dava passinhoscurtosatrásdele,oqueparaLeonpareciabastanterápido. Abandaseguiabematrá sdastropasmontadasedainfantaria,tocandoaltoumamelodia animada.QuandoCarpathiaseaproximoudomuro,virouparaosuleFortunatooacompanhou. — Cavaleiros, abram espaço para os armamentos! — berrou Carpathia. — Ataquem! Entrempelomuro!TomemomontedoTemplo!Destruamosrebeldes! Quando os cavaleiros chicotearam suas montarias, elas, poré m nã o obedeceram. Os cavalos dispararam como se estivessem cegos — relinchando, empinando, pulando, escoiceando, dando encontrõ es uns nos outros, correndo impetuosamente na direçã o do muro, atirandooscavaleirosaochão. —Abramcaminho!—berrouCarpathia.—Abramcaminho! Os cavaleiros que nã o tinham caı́do pularam dos cavalos e tentaram controlá -los com as ré deas,masenquantolutavamparadominá -los,acarnedelesdissolveu-se,osolhosderreteram e os dedos se desintegraram. Rayford viu os soldados icarem em pé brevemente como esqueletos em uniformes agora muito largos, depois caı́ram em montes de ossos enquanto os cavaloscegoscontinuavamcomseusacessosdefúria,completamenteenlouquecidos. Segundos mais tarde, a mesma praga a ligiu os cavalos, sua carne, olhos e lı́nguas derreteram, deixando esqueletos grotescos em pé , antes que eles també m tombassem no pavimento. —Reforços!—Carpathiaordenou.—Avancem!Avancem!Fogo!Ataquem! Cada cavalo e cavaleiro que avançava, sofria o mesmo destino. Primeiro a cegueira e loucura por parte dos cavalos, depois os corpos dos soldados derretendo e se dissolvendo. A seguir,aquedaeoamontoadodeossos. Rayford icouestupefato,notandoqueoscavalosdeCarpathiaedeFortunatonã ohaviam sido ainda afetados. Leon escorregou da montaria, rolou até icar ajoelhado e enterrou o rosto nasmãos. — Levante-se, Leon! Levante-se! Nã o estamos vencidos! Temos mais um milhã o de soldadosevamosprevalecer! MasLeonficouondeestava,choramingandoeselamentando. Claramente desgostoso, Nicolae fez o cavalo voltar até a metade do muro e procurou reforços para alé m dos ossos de suas tropas dizimadas. Ele levantou a espada e amaldiçoou a Deus;mas,derepente,suaatençãofoiatraídadiretamenteparaoalto. Rayfordseguiuoolhardeleeviu,claramentecomoodia,otemplodeDeusabertonocé u eaarcadaaliança.Relâmpagosbrilharam,trovõesrugirameaterracomeçouatremer. O cavalo de Carpathia empinou e Nicolae esforçou-se para controlá -lo. O cavalo de Fortunatofugiuapressadosemele. A terra gemeu e dobrou-se, e a cidade de Jerusalé m partiu-se em trê s, enquanto grandes fendas engoliam os seguidores leais a Carpathia e os soldados. Pré dios e muros foram deixados intactos,excetoqueAbdullahinformoutervistoaPortaLestequeforacimentada—fechadahá séculos—abrir-seinteiracomomovimentodaterra. Rayford colocou a palma da mã o sobre o fone de ouvido e conectou a outra orelha para ouvirasnotı́c iasquechegavamdomundointeiro.Oterremotoeraglobal.Ilhasdesapareceram. Montanhasforamniveladas.Todaafacedoplanetaforaaterrada,excetoacidadedeJerusalém. OSenhorJesusapareceuentã odesú bitonasnuvensoutravezeomundointeirooviu.Ele falouemaltavoz,dizendo: "Falaiaocoraçã odeJerusalé m,bradai-lhequejá é indootempodasuamilı́c ia,queasua iniqü idade está perdoada e que já recebeu em dobro das mã os do Senhor por todos os seus pecados"(Is40.2). "Todovaleserá aterrado,eniveladostodososmonteseouteiros;oqueeratortuososerá reti icado,eoslugaresescabrosos,aplanados.Agló riadoSenhorsemanifestará ,etodaacarne averá,poiseuodisse"(Is40.4). "EisquevemoDiadoSenhor,emqueosteusdespojosserepartirã onomeiodeti.Porque eu ajuntei todas as naçõ es para a peleja contra Jerusalé m... mas o restante do povo nã o foi expulsodacidade.Eusaíepelejeicontraessasnações,comonodiadabatalha"(Zc14.1-3). "Esta foi a praga com que feri a todos os povos que guerrearam contra Jerusalé m: a sua carne se apodrecerá , estando eles de pé , apodrecer-se-lhes-ã o os olhos nas suas ó rbitas, e lhes apodrecerá a lı́ngua na boca. També m enviei grande confusã o entre eles. Como esta praga, assimseráapragadoscavalos"(Zc14.12,13,15). "Eis que iz de Jerusalé m um cá lice de tontear para todos os povos em redor e també m para Judá , durante o sı́t io contra Jerusalé m. Fiz de Jerusalé m uma pedra pesada para todos os povos;todosqueaergueremseferirã ogravemente;econtraela,seajuntarã otodasasnaçõ es daterra". "Feri de espanto a todos os cavalos e de loucura os que os montam; sobre a casa de Judá abrireiosolhoseferireidecegueiraatodososcavalosdospovos". "OSenhorprotegeuoshabitantesdeJerusalém;eomaisfracodentreelesécomoDavi,ea casadeDaviserá comoDeus,comooAnjodoSenhordiantedeles.Destruı́ todasasnaçõ esque vieramcontraJerusalém"(Zc12.2,3,8). "Por isso, a maldiçã o consumiu a terra, e os que habitam nela se tornaram culpados; por isso,foramqueimadososmoradoresdaterra,epoucoshomensrestarão. Porqueserá naterra,nomeiodestespovos,comoovarejardaoliveiraecomoorebuscar, quandoestáacabadaavindima"(Is24.6,13). "Os ilhos de Israel invocaram o meu nome e eu lhes respondi. Eu disse, 'Este é o meu povo';ecadaumdisse,'OSenhoréomeuDeus'".[Últimasentença:traduçãolivre(N.T.)] Embora o Senhor nã o tivesse falado audivelmente ao remanescente, Chaim sentiu como seeleeosoutrosestivessemsendoinexoravelmenteatraı́dosparaoladolestedaCidadeVelha. Enquanto os mais de um milhã o de pessoas passavam lentamente pelos mortos e agonizantes, uma fraçã o das forças do anticristo permanecia viva. Eles envidaram esforços e foram tropeçandonadireçãodeumabrigo,tambémaparentementeatraídosparaoleste. O Senhor manteve-se sentado triunfante sobre o seu cavalo branco nas nuvens, com seu exé rcito atrá s dele, contemplando a vitó ria unilateral sobre as forças que haviam atacado Jerusalém. Mac encontrou Rayford, e eles foram procurar Abdullah. Sabiam que ele estava bem porqueocontatarampelorádio.Eletambémsedirigiaparaolestedacidade. —VocêdeviatervistoNicolaeeLeon—disseRayford. —Euosvirapidamente—respondeuMac—quandoLeoncaiudocavalo. — Nicolae saiu galopando há pouco tempo, voltando pelo caminho em que viera. Leon estavacorrendoatrásdele,suplicandoparadeixarquefossecomele,masCarpathiaoignorou. —Quefiguras! A terra ainda tremia e se movia depois dos choques e Rayford tentou imaginar sua aparê ncia do espaço exterior. Nã o havia mais ilhas. Nem montanhas. Virtualmente plana com colinasonduladaseaprazíveis.TodaIsrael,excetoJerusalém,foraaplanada. ElesencontraramAbdullah,queaprincı́pioolhouparaalé mdeles,depoissorriuebalançou acabeça. —Euestavaesperandodoishomensbrancos,Mac. Hannah Palemoon alcançou Chaim, que estava cercado por pessoas fazendo perguntas. Esperouatéqueeleareconhecesseedepoisdisse: —Quantotempovailevaraté encontrarmososentesqueridosqueforamparaocé uantes denós? —Muitoembreve,espero—replicouChaim. —Hámuitosqueeutambémdesejover,masprimeiroqueroverJesusfaceaface. —Oquevemdepois? —Oh!,pensoquevocê sabe.OSenhorporá denovoopé naterra,pelasegundavezdepois da sua ascensã o. Como sabe, ele veio nas nuvens para o Arrebatamento e desta vez andou brevementenochãoquandomanchouseumantonosangueemBozra. —Oinimigodesapareceucompletamente? —logo,logoissoacontecerá. Illinois,planacomojá era,nã ofoimuitoafetadapeloterremoto,emboraEnoqueestivesse certodequeningué mduvidavadoqueocorrera.Oruı́dosurdoeprolongadodaterracontinuava eeleviuosseguidoresdeCarpathiagritandoporsuasvidas. Depoisqueoseupessoalvoltaraparasuascasas,Enoquecomeçoualevaramobı́liaparaa parte de cima, antecipando uma vida em que pudesse olhar pela janela sem se importar com quem pudesse vê -lo. Algum tempo antes do terremoto, um dos poucos carros de patrulha dos Paci icadoresdaComunidadeMundialqueeleviraemsemanasrecentesdesceuvelozmentea rua. No momento em que fez a curva na frente de sua casa, mudou subitamente de direçã o e bateunumhidrantedeincêndio. Osvizinhoscorreramparaocarro,malacreditandoemseusolhosquandosó encontraram esqueletos e roupas no banco dianteiro. Os inimigos declarados de Deus estavam sendo dizimadosaoredordomundo. Enoque tentou telefonar para os seus paroquianos, conseguindo falar com alguns e perdendo as chamadas feitas enquanto telefonava. Ningué m icara ferido, embora algumas das casastivessemsidodani icadas.Algunsestavamtraumatizados,contandotervistofuncioná rios dogovernosedesintegrandodiantedeseusolhos. Todos queriam falar sobre a nova igreja, onde iria ser e quando poderiam mudar-se para ela.MuitostambémmencionaramsuaperegrinaçãoaoOrienteMédio. —Nãoseiquandoserá—disseumamulheraEnoque-,masireidequalquerjeito. Enoque lembrou a todos que em algum momento depois do terremoto, Jesus desceria no montedasOliveiras,alestedeJerusalém,eomundointeirooveria. —Fiquemolhandoparaocéu. —Vocêestáaindaquerendoensinar,Abdullah?—indagouMac. —Issodependedeterestudadooquevocêquersaber. —OmontedasOliveiras,éclaro. — Estudei isso muito bem. Você pode vê -lo daqui. Fica a apenas 800 metros do muro ocidentaldaCidadeVelha.Emaisummontedoqueumamontanha,comovocê podever.Um dossermõ esmaisfamososdeJesusfoipregadoali.Nasuaentradatriunfal,eleveiodomontedas Oliveiras. Voltou para lá todas as noites da ú ltima semana antes da cruci icaçã o, orando com freqüêncianoJardimdeGetsêmani.Aascensãotambémaconteceualimaistarde. —Fazentãosentidodequeéaliqueeledesejadesceragora. —Comcertezafazparamim—disseAbdullah. George Sebastian nunca vira nada assim. Ele avisou Priscilla que iria alcançá -la e à s crianças, assim como o resto do Comando Tribulaçã o que viajava com o remanescente. Atrasou-se, entretanto, e em vez de seguir o remanescente pela cidade devastada, decidiu cortarcaminhoindodiretamenteparaomontedasOliveiras. Por ter seguido a carreira militar, Sebastian já vira despojos de guerra antes em muitos campos de batalha ao redor do mundo. Nã o podia lembrar-se, poré m, de uma cidade bonita e extraordiná ria como aquela ter sido tã o destruı́da. O mais interessante é que era quase impossíveldeterminardequemforaavitória. Sebastianreceberainformaçõ essobreocon litodesdeoinı́c ioesabiapormeiodeBucke depois de Mac como a cidade tinha sido completamente dominada pelo Exé rcito da Unidade Mundial. Metade dos habitantes fora morta ou capturada. Muitos continuavam presos, haviam sidotorturadosepassavamfome. Agora, poré m, enquanto percorria a passos lentos as ruas estreitas, George viu alguns soldados da Unidade sobreviventes dividindo com toda calma os despojos, enquanto outros se reagrupavam para um ataque aos rebeldes que tentassem fugir do monte do Templo. Notou tambémpilhasderoupaseossosondeoSenhordecompuseraoscorposdosseusinimigos. As coisas nã o tinham, entã o, terminado. Jerusalé m, a preciosa Cidade de Deus, fora profanadaapontodeachar-seemruı́nas.EraummilagrequeDeusnã oativesseaplanadocom asmontanhaseilhasdomundo. Sebastian esquadrinhou toda a á rea enquanto caminhava, seguindo para o norte para a PortadeHerodes,ondesabiaqueBuckforamorto.Elesubiunomuroeolhouparaoquerestava de Jerusalé m. Talvez cem mil homens das tropas de Carpathia ainda restassem. Os rebeldes continuavam defendendo o monte do Templo, guardando a Porta Leste recé m-aberta em vez detentarfugirporela. Elepôdeverovastoremanescentecaminhandolentamenteparaomurodosulepassando por ele, dirigindo-se para o monte das Oliveiras; e pensou que seria melhor apressar-se ou se arriscariaadeixaramulhersozinhacomaresponsabilidadededuascrianças.Eclaroqueoutros ajudariam,masissonãojustificavaabandoná-la. Pouco antes de Sebastian descer do muro, ele viu uma agitaçã o fora da Porta Nova, a noroeste da Cidade Velha. Parecia que a imprensa rodeara Nicolae e Leon e o que restara do gabinetedopotentado,seusconselheirosegenerais.Sebastiansacudiuacabeça.Elesabiaoque estava para acontecer e Carpathia també m sabia com toda certeza. Por que ele nã o estava correndoparasalvaravida? Algunshomensnuncasabemquandoestã oderrotados,nuncasabemquandoadmitirissoe afastar-se.NicolaeCarpathia,provando—comoseissofossenecessá rio—queeleeradefatoo anticristo,eraoexemplotı́picodessetipodehomem.Numcasoclá ssicodenegativacó smica, seuorgulhoaindaoconvenciadequenãopoderiaperdernofinal. Ali estava ele, apontando, persuadindo, tramando, gritando ordens, falando à imprensa. Sebastianligouorá dioe,comoesperava,suaaltezacontinuavatentandoconvenceroscidadã os deseueventualtriunfo. — Esta cidade se tornará o meu trono — disse Carpathia. — O templo será arrasado e substituı́do pelo meu palá cio, a estrutura mais magnı́ ica já . Capturamos aqui metade do inimigoeiremosacabarcomaoutrametadenahoradevida. —Oestá gio inaldanossaconquistaestá quaseprontoparaserexecutadoeembrevenos livraremosdestaamolaçãoládecima. Rayford,MaceAbdullahestavamtambé mouvindoenquantoobservavamopovo,amaior parteoremanescente,sedirigindoaomontedasOliveiras.Eclaroqueos ilhosdeDeussabiam oquedeveriaacontecereportantomantiveramdistâ ncia.Ningué mtinhaidé iadahoraemque oSenhorviria,maselepermaneciaali,pairandosobreelescomseuscavaleiros.Eembreveele falounovamentepalavrasdeconsoloaosqueeramseus. "Da mesma forma que me receberam como Senhor, andem em mim, arraigados e edi icadosemmim,estabelecidosnafé ,comoforamensinados,abundandoemaçõ esdegraças. Vocêssãoaperfeiçoadosemmim,ocabeçadetodoPrincipadoepotestade." "O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre. Cetro de eqü idade é o cetro do seu reino. Amasteajustiçaeodiasteainiqüidade;porisso,Deus,oteuDeus,teungiucomoóleodealegria comoanenhumdosteuscompanheiros". "Noprincı́pio,Senhor,lançasteosfundamentosdaterra,eoscé ussã oobradastuasmã os; eles perecerã o; tu, poré m, permaneces; sim, todos eles envelhecerã o qual vestido; també m, qualmantoosenrolará s,ecomovestidosserã oigualmentemudados;tu,poré m,é somesmo,e osteusanosjamaisterãofim"(Hb1.8-12)[TraduçãoLivre] "Eu,Aqueledequemessascoisasforamditaspelopró prioDeus,asseguro-lhes,meus ilhos, que jamais os deixarei ou abandonarei. Podem entã o dizer ousadamente: 'O Senhor é o meu socorro,nã otemerei.Oquepodefazer-meohomem?'Eu,oSenhorJesusCristo,souomesmo ontem, hoje e para sempre. Portanto, santos irmã os e irmã s, participantes do chamado celestial,considerem-meoApóstoloeSumoSacerdotedasuaconfissão". "Fui ielaDeusquemeenviou,comoMoisé sfoitambé m iel.Fuicontadocomomaisdigno do que Moisé s, da mesma maneira que Deus, que construiu a casa, tem mais honra do que a casa.Poistodacasaéconstruídaporalguém,masquemconstróitodasascoisaséDeus". "Deus me estabeleceu como Sumo Sacerdote para você s — santo, puro, separado dos pecadores e mais alto do que os cé us. Nã o preciso oferecer, como os sacerdotes humanos, sacrifı́c iosdiá rios,primeiropelosmeuspecadosedepoispelosdopovo,pois izistodeumavez portodasquandoofereciamimmesmo".[TraduçãoLivre] Apesar de todos os comentá rios magnâ nimos de Jesus a respeito de si mesmo, Rayford impressionou-se com sua maneira humilde e compassiva. Estava simplesmente falando a verdade, lembrando seus ilhos dos privilé gios que tinham nele. A verdade da Palavra de Deus, vinda do Verbo Vivo, levou Rayford a ajoelhar-se novamente, com seus amigos e todo o remanescentejudeu. QuandoRayfordseajoelhou,comorostonasmã os,Jesuscontinuouafalardiretamenteao seucoração. "Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da gló ria deste misté rio, isto é , Cristo em você , Rayford, a esperança da gló ria. Eu sou a esperança de Israel, a trombeta da salvaçã o na casa de Davi, servo de Deus. Eu lhe garanto, antes de Abraã o ter sido criado, EU SOU". [A primeirasentençafoiextraídadeCl1.27,aseguinteétraduçãolivre(N.T).] Jesus silenciou. Rayford ouviu do lado oeste o som da banda do Exé rcito da Unidade da Comunidade Mundial em marcha. Sua dé bil interpretaçã o da mú sica "Ave Carpathia" parecia discordante à distâ ncia e, como é claro, empalidecia em comparaçã o com as oraçõ es murmuradaspelomilhãodejoelhosdiantedoSenhornocéu. OsoloestremeceuquandooquerestavadosarmamentosdaCGfoicolocadoemposiçã o. Rayford achava paté tico e ridı́c ulo o fato de Carpathia nã o ter aprendido nada nas horas anteriores.Nã ohaveriacontendacomaquelaforçadocé u.NenhumdanoseriacausadoaJesus ouaoseupovocomarmasdeguerra. Todavia, ali estava Carpathia chegando a galope, as roupas de couro estalando na sela, a espada levantada, e o deplorá vel Falso Profeta sacolejando desajeitado atrá s dele, agarrado à s ré deasdocavalocomtodasasforças.Oremanescente icouimó vel,nã odesejandoperdernada. RayfordolhouparaafacedeseuSenhorelembrou-seoutravezdadescriçã obı́blicadohomem nocavalobrancocomolhoscomodefogo. A convicçã o que brilhava nos olhos de Jesus era de algué m que inalmente já suportara o su iciente.Seuinimigoestavaexatamenteondedesejavaqueestivesse,totalmenteatraı́dopela armadilhapreparadadesdeantesdafundaçãodomundo.Ocumprimentodasprofeciasseculares seachavaprestesaterlugar,apesardoinimigotê -laslido,conhecê -lasetervistotodasserem realizadasexatamentecomoplanejadas. Emtodaasuagló riamó rbida,deimitaçã o,aquintessê nciadoorgulhoedoego,habitado pelopróprioSatanás,Carpathiasurgiugalopando,brandindoaespadaacimadacabeçaemtodas asdireções,enquantoFortunatousavaumadasmãosparatentarumaespéciedegestoestranho deadoraçãoeaoutraparamanterocontroledocavaloeasimesmonasela. Abanda,queabriaamarcha,tocavacadavezmaisaltoe,nahoracombinada,dividiu-se para a direita e a esquerda, a im de dar passagem aos soldados montados, depois aos de infantariae inalmenteaospelotõ esdemuniçã oearmamentosemseusveı́c ulosparaentrarem lentamenteemposição. Comoremanescenteapenasapoucascentenasdemetrosaleste,acidadedeJerusalé m sitiada a um quilô m etro a oeste, e os exé rcitos celestiais pairando diretamente acima, Jesus tocouseumagníficocorcelbrancoedesceunoaltodomontedasOliveiras. Quandoeledesmontou,Carpathiaberrousuaúltimaordem: — Ataquem! — As cem mil tropas obedeceram à s ordens, cavaleiros em pleno galope atirando,soldadosapé correndoeatirando,armamentospesadosrodandoeatirando.Jesusdisse entãonaquelavozcomodetrombetaeosomdeáguascorrentes:"EUSOUQUEMSOU". Nesse momento, o monte das Oliveiras partiu-se em dois de leste a oeste, o lugar onde Jesus estava moveu-se para o norte, e o lugar onde o Exé rcito da Unidade se encontrava movendo-separaosul,deixandoumgrandevale. Todosostiros,correrias,galopeseveı́c ulosrodandosedetiveram.Ossoldadosgritarame caı́ram,seuscorposseabrindodacabeçaaospé sacadapalavradoSenhor,enquantoelefalava aos cativos em Jerusalé m. "Fugireis pelo vale dos meus montes, porque o vale dos montes chegará até Azal;sim,fugireiscomofugistesdoterremotonosdiasdeUzias,reideJudá ;entã o, viráoSenhor,meuDeus,etodosossantos,comele"(Zc4.5). Comgritosecâ nticos,eracomoseJerusalé mexplodisse;oscativospresosemJerusalé m correram para o grande vale entre os dois lados do monte das Oliveiras. Enquanto a terra continuava a roncar e mover-se, Rayford assistiu reverente e a cidade inteira de Jerusalé m levantou-sedochã ocercade100metrose icoucomoumajó iacolocadaacimadetodaaterra nascercaniasqueforamniveladaspeloterremotomundial. Maclevantou-seeagarrouRayford. — Está vendo os dois? — disse ele, apontando. — Nicolae e Leon fugindo para se protegerem?Olhesó aquelaluzesfé ricabalançandonafrentedeles!Lembra-sedoqueeucontei sobre Lú c ifer aparecendo nos Está bulos de Salomã o? A luz deve ser ele e está abandonando o velhoNickdenovo! Mac, Abdullah e Rayford icaram ali, com os braços ao redor dos ombros de cada um, observandoacenaespetacular. OsrebeldesdomontedoTemploeoscativosfugiramporumnovovale,perseguidospelos ú ltimos e dé beis vestı́gios do Exé rcito da Unidade. Mas quando Jesus falou, os perseguidores morreramaoouvirsuaspalavras. "Aguasvivascorrerã odeJerusalé m,metadedelasparaomaroriental,eaoutrametade, atéaomarocidental;noverãoenoinverno,sucederáisto". "Eeu,oSenhorsereiReisobretodaaterra,HojeoSenhoré umeumsó oseunome.Toda a terra se tornou como a planı́c ie de Geba a Rimom, ao sul de Jerusalé m; esta será exaltada e habitadanoseulugar,desdeaPortadeBenjamimatéaolugardaprimeiraporta,atéàPortada Esquina e desde a Torre de Hananeel até aos lagares do rei. Você s habitarã o nela, e já nã o haverámaldição,eJerusalémhabitarásegura"(Zc14.8-11). Depoisdisso,Jesusmontouemseucavaloecomeçouasuaentradatriunfal inalacaminho de Jerusalé m. Durante sua primeira visita à terra, ele entrara na cidade montado em um jumentinho, acolhido por alguns, mas rejeitado por quase todos. Agora, cavalgava no corcel branco majestoso e a cada palavra que saı́a de sua boca, o restante dos inimigos de Deus — excetoporSatanás,oanticristoeoFalsoProfeta—foitotalmentedestruídoondeseachava. "Este é o dia da vingança, porque todas as coisas escritas foram cumpridas. A arrogâ ncia dohomemseráabatidaeasuainsolênciaseráhumilhada;sóoSenhorseráexaltadohoje." Vozesaltasvindasdocé udisseram:"OsreinosdestemundosetornaramreinosdoSenhor edoseuCristo,eelereinaráparatodoosempre!" "Nó s te damos graças, ó Senhor Deus Todo-poderoso, Aquele que é que era e que virá , porquetomasteoteugrandepoderereinaste.Asnaçõ esseindignarameatuairaveio,eahora dosmortos,paraquesejamjulgados,eparaqueturecompensesosteusservososprofetaseos santos,eosquetememoteunome,pequenosegrandes,edestruirá sosquedestroematerra." [TraduçãoLivre] O remanescente seguiu Jesus, levantando as mã os, cantandohosana, e dando louvores a ele.TodossilenciaramquandoJesusfaloudenovo. "E justo que Deus envie tribulaçã o aos que perseguem você s, e que dê descanso a você s quesã operseguidos.Tomeivingançasobreosquenã oconhecemaDeuseosquenã oobedecem aomeuevangelho.ElesserãopunidoscomaseparaçãoeternadapresençadoSenhoredaglória doseupoder.Vimparaserglori icadonosmeussantoseparaseradmiradoentretodososque crêem."[TraduçãoLivre] CAPÍTULO16 Ajoelhado em seu jardim nos subú rbios de Chicago, Enoque chorou ao ouvir as palavras gloriosas e triunfantes de Jesus. Chorou també m por desejar intensamente ir a Jerusalé m. Ele havia estudado essas passagens bı́blicas durante anos e sabia o que estava acontecendo. Mal podia esperar pelo dia da viagem, para reunir-se com seus amigos do Comando Tribulaçã o e ouvircadadetalhedograndediadoDeusAltíssimo. Maisdoquetudo,porém,elequeriaverJesus. Acadamomento,tornava-semaisdifı́c ilparaRayfordassimilaramagnitudedoseventos sobrenaturais.Sobrecargasensorialnã oerademodoalgumoquesentia.Elenuncaantestivera de beliscar-se para determinar se estava ou nã o sonhando. Tudo era tã o real, tã o maciço, que atéoquepoderiaterconsideradomilagresmenoressenivelaramcomosterremotosmundiaise locais em importâ ncia. Por exemplo, o fato de ainda nã o sentir-se fatigado apesar de nã o ter tidodescanso—muitomenossono—hámaistempodoquepodiaselembrar. Quando ele, Mac e Abdullah estacionaram o Hummer do lado de fora da Cidade Velha e seguiramavastaprocissã opelaPortaOrientalrecé m-aberta,umnovofenô m enooaguardava. UmacoisaeraseguiroSenhor,oReidosreis,emsuaú ltimaentradatriunfalnaCidadedeDavi, masveroqueviualicomparadocomoqueesperavaencontrar... Jerusalé m, especialmente a Cidade Velha, devia estar cheia com o sangue dos mortos. Centenas de milhares haviam morrido ali, a maioria de maneira grotesca. Deveria haver mau cheiro, sangue e carne, sem mencionar os restos dos esqueletos dos soldados e cavalos do ExércitodaUnidade. OterremotoquedividiraemdoisomontedasOliveiraseelevaraaCidadeEternaacerca de 2.400 metros havia poré m realizado uma operaçã o de limpeza macabra. Jesus guiou a multidã o alegre para dentro e ao redor dos limites internos da Cidade Velha, estendendo por vá riosquilô m etrosodes iledepessoascantando,dançando,salmodiando,abraçando,louvando, adorando,celebrando. De modo estranho, os muros haviam sido nivelados, todos eles. Nã o se viam mais as cicatrizes da batalha, arestas provocadas por bombas e arı́etes, nem elevaçõ es irregulares. No lugardosmuros,encontravam-semontículosdepedrasdelicadas,moídas. Até oMurodasLamentaçõ esdesapareceraeRayfordsentiunofundodocoraçã oqueJesus osubstituı́rapelasuaPessoa.Quandooinı́c iodaprocissã opô deseravistadodoMuroOcidental, Jesuscomeçouafalar.Emboraenquantoestavamontado,eleparecesseapenasumpoucomais alto do que as pessoas na ila e estivesse de costas para elas, Rayford sabia que todos podiam ouvi-lotãoclaramentequantoelemesmoofazia. "Só há umDeuseumMediadorentreDeuseoshomens,eu,oHomemCristoJesus.Deia mimmesmocomoresgateportodos." Onde se encontrava o resı́duo da guerra? Rayford só podia conjeturar. Era como se a cidade tivesse sido sacudida e inclinada de um lado e de outro. Enquanto os pré dios e marcos permaneciam, os escombros dos muros haviam aparentemente varrido as ruas e empurrado a evidê nciarepulsiva—todaela-paradentrodefendasagoracobertaspelorestodaeternidade. ACidadedeDeusestavanovamenteimaculadaeopovopareciaespantadocomisso. QuandooSenhorentroucidadeadentroacavalo,a imdepermitirquetodososseguidores també m entrassem, ele circulou de modo que a multidã o formou um grande cı́rculo, milhares depessoas.Portrá sdetodos,quasecomoumare lexã otardia,estavamosexé rcitosdoscé us, tambémaindamontados. O remanescente os ignorou, como se temporariamente nã o tivesse consciê ncia deles. Rayford os viu com toda clareza e sabia que todos os demais també m os viam. Ele tinha no fundo da mente a perspectiva — esperava que nã o demorasse — de reuniã o com os entes queridos. Mas, o fato de Jesus estar no meio deles, fazia todos pensarem apenas nele. Tudo o mais,agradávelounão,perderaaimportância. Quando todos inalmente pararam e se ajeitaram em seus lugares, Jesus desmontou e estendeu os braços. "O Jerusalé m, Jerusalé m" gritou ele, "que matas os profetas e apedrejas os queteforamenviados!Quantasvezesquiseureunirosteus ilhos,comoagalinhaajuntaosseus pintinhos debaixo das asas, e vó s nã o o quisestes! Eis que a vossa casa vos icará desolada. Declaro-vos, pois, que, desde agora, já nã o me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vememnomedoSenhor"(Mt23.37-39). Jesus olhou para o remanescente e Rayford soube intuitivamente que todos tinham o mesmo sentimento que ele, que o Senhor olhava diretamente em seus olhos. Rayford nã o conseguiu conter-se. Ele respirou fundo e gritou com todas as forças, "Bendito o que vem em nome do Senhor!" E cada alma presente gritou a mesma coisa, provocando o mais beatı́ ico sorrisonorostodeJesus. MingToyWoo,empé edemã osdadascomseunovomarido,Ree,assistiuatudoaquilo com um nó na garganta, com o coraçã o a ponto de explodir. Ela ouviu cada palavra em sua lı́nguanativaetevedelembrar-sedequeJesusestavafazendoaquiloparacadapessoaemseu pró prioidioma.EmboraelaeReeestivessemnomeiodamultidã oetodosseachassemempé , MingpodiaverclaramenteJesussemterdeficarnapontadospésouseinclinarentreoscorpos. Derepente,portrá sdeJesusestavamcincoserescelestiais,trê sdosquaiselareconheceu: Cristó vã o, o anjo com o evangelho eterno; Calebe e Naum. Esses eram os trê s anjos de misericó rdia que a tinham livrado da morte certa quando trabalhava secretamente para a Comunidade Mundial. Eram també m os que lhe disseram que nã o morreria antes do Glorioso AparecimentodeCristo. Os outros dois anjos foram rapidamente identi icados quando Jesus entregou as ré deas do cavaloparaumdeles,dizendosimplesmente:"Gabriel".Ooutrocolocouumbancodepedrano lugareaosentar-se,Jesusdisse: —ObrigadoMiguel. A seguir, o Filho de Deus, Criador do cé u e da terra, Salvador da humanidade, olhou diretamentenosolhosdeMingedisseemchinês: —Venhaamim,minhafilha. Mingolhoucomoseparalisada.Quandoconseguiumover-se,tocouopeitoeperguntou:Eu? Jesuspareceuolhardentrodaalmadela,concentrando-seapenasnela. —Sim,minhaquerida.Venhaamim,Ming. Ela quis correr, empurrar os outros, saltar nos braços dele. Mas, tudo que pô de fazer foi colocar um pé na frente do outro. Largou da mã o de Ree e começou lentamente a mover-se, compreendendo que todo o grupo, mais de um milhã o agora, se movimentava na direçã o de Jesuscomosefosseumaúnicapessoa. Estava claro como á gua e nã o havia erro. Jesus tinha olhado para Rayford, no fundo da multidão,eoescolhera.Eleochamarapelonomeelhedissera:—Venhaamim,meufilho. Rayforddesviouosolhoseolhouà suadireitaeà suaesquerda.AbdullaheMacpareciam ambos chocados, també m olhando para Jesus e perguntando, com um gesto ou palavra — Abdullahemárabe—sefalavacomeles. Mas estavam errados, Rayford sabia.Ele está falando comigo. Rayford apontou para si mesmo com as duas mã os e levantou as sobrancelhas. E Jesus fez um sinal com a cabeça. Ele começouamover-senadireçã odoseuSalvador.Comoissopoderiaser?ComoJesuspodiadar audiê ncias individuais diante de uma multidã o daquele tamanho? Quanto tempo poderia dar a cadapessoa?Aquilolevariameses.EcomoforapossívelRayfordtersidoescolhidoprimeiro? Enquanto andava com as pernas duras na direçã o de Jesus, a mente de Rayford girava. Quais eram as probabilidades? Como poderia quanti icar o privilé gio de olhar nos olhos do Deus eternodouniverso?Elecomeçouaapressar-seeJesusdisse: —Venhaamim,Rayford,eeulhedareidescanso. Embora seus olhos estivessem em Jesus e seu corpo se movesse para a frente, Rayford tomou repentinamente consciê ncia de tudo. Ele fazia parte de uma multidã o de mais de um milhã o de pessoas. Cinco anjos estavam de sentinela por trá s do Mestre. Os amigos e a famı́lia de Rayford o veriam. O que ele izera para merecer tal privilé gio? Descanso — sim, pela primeira vez ele sentiu essa premê ncia. A fadiga das ú ltimas horas tomou conta dele e sentiu quepoderiadormirnomomentoemquetivesseumaoportunidade. Aoaproximar-sedeJesuseverseusorrisodeboas-vindas,teveasensaçã odequeoSenhor estava tã o contente por vê -lo como ele por ver o Senhor. Sentiu-se també m vencido pela vergonha do seu pecado. Indigno. Muito indigno. Arrastou os passos, temendo desfalecer em desgraçaehumilhação. —Nã o,nã o—disseJesus,aindasorrindoeinclinando-separaelecomasmã osmarcadas porcicatrizes.Aoverisso,Rayfordquasedesabou.Tevedeesforçar-separacontinuarandando, emborativesseperdidocontroledasuacoordenaçãoetemessetropeçarecairnocolodeJesus. Ele caiu de joelhos aos pé s de Jesus, soluçando, lembrado de cada pecado e falta de sua vida.MãosamorosasolevantarameelefoiaconchegadoaopeitodeJesus. —Rayford,Rayford,comoespereiestedia. Rayfordnãoconseguiufalar. —Sabiaoseunomedesdeantesdafundaçã odomundo.Prepareiumlugarparavocê ese nãofosseassim,eulheteriadito. —Mas,Senhor,eu...eu... JesuspegounosombrosdeRayfordeempurrando-ogentilmenteparatrá s,tomouorosto dele em suas mã os. Olhou em seus olhos a centı́m etros de distâ ncia e Rayford mal conseguiu suportaraqueleolharesquadrinhador. — Eu estava lá quando você nasceu. Estava lá quando pensou que sua mã e o havia abandonado.Estavaláquandovocêconcluiuqueeunãofaziasentido. —Sintotanto,eu... —Estavalá quandovocê quasecasoucomamulhererrada.Quandoseus ilhosnasceram. Quandosuaesposameescolheuevocênãoaacompanhou. —Eu... — Estava lá quando quase quebrou os seus votos. Quando quase morreu antes de conhecer-me.Estavalá quandofoideixadoparatrá s.Eestavaà suaesperaquando inalmente veioamim. —Oh,Senhor,obrigado.Estoutão... —Euoameicomamoreterno.Souaquelequeamaasuaalma.Você foifeitoparaestar comigonaeternidadeeagoravaiestar. Rayford tinha tantas perguntas, tantas coisas que queria dizer. Mas, nã o pô de. Ao olhar para o rosto de Jesus, sentiu-se transportado à sua infâ ncia e sentiu que poderia icar ali ajoelhado,comoumacriança,deixandoqueoSalvadoroamasseeconsolasseparasempre. Jesus colocou uma das mã os no ombro de Rayford e a outra sobre a sua cabeça. "Oro diantedoPai,dequemtomaonometoda famı́lia, tanto no cé u como sobre a terra, para que, segundoariquezadasuagló ria,vosconcedaquesejaisfortalecidoscompoder,medianteoseu Espı́rito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coraçã o, pela fé , estando vó s arraigadosealicerçadosemamor,a imdepoderdescompreender,comtodosossantos,qualé a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excedetodoentendimento,paraquesejaistomadosdetodaaplenitudedeDeus. "Ora,à quelequeé poderosoparafazerin initamentemaisdoquetudoquantopedimosou pensamos, conforme o seu poder que opera em nó s, a ele seja a gló ria, na Igreja e em Cristo Jesus,portodasasgerações,paratodoosempre.Amém"(Ef3.14-21). EnquantoRayfordvoltavaaoseulugarentreamultidã o,comoque lutuandonoar,algolá nofundodelecompreendiaquepormaispessoalqueaquilotivessesido,Jesusestavaconcedendo omesmoamoreatençã oatodosospresentes.ElepercebeusubitamentequeMaceAbdullah també m retornavam, com lá grimas correndo pelo rosto e a linguagem corporal evidenciando que eles haviam igualmente estado com o Mestre. Os trê s se abraçaram, adorando abertamente. Ao olhar à sua volta, Rayford viu em cada face que cada pessoa havia encontrado Jesus pessoalmente. O Salvador viera a Enoque enquanto este dormia. O encontro foi, poré m, tã o real e profundo que o jovem nã o duvidou nem por um minuto. Quando terminou, ele se viu ajoelhado no chã o, sentindo como se Jesus estivesse bem ali em seu quarto. Fora lembrado de ocasiõ es signi icativas em sua vida, de sua jornada, primeiro desviando-se da fé verdadeira e depois voltandoaela.Enoquepô devernovamenteamã odeDeusemtodaasuavidae icousabendo queJesusoconhecerapelonomeantesdafundaçãodomundo... SeutelefonetocavaequandoEnoqueatendeuaoprimeirochamado,oaparelhocon irmou que muitos outros se seguiriam. Uma hora depois, ele recebera telefonemas de quase todos da congregação. —Euaindaqueroirparalá —foiumtemacomum-,masseJesusvieraquidessemodo, talveznãohajaessanecessidade. Jesus icouempé eabriuosbraços.Rayfordcompreendeuqueaexperiê nciadeobservá -lo eouvi-loeramaispessoaldoquenunca,apesardetodaaquelamultidãoestarfazendoomesmo. "Rogo-vos,pois,queandeisdemododignodavocaçã oaquefosteschamados,comtodaa humildade e mansidã o, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vosdiligentementeporpreservaraunidadedoEspíritonovínculodapaz"(Ef4.1-3). "Nuncamaiscoloquemasuafé noshomens,quenã opodemajudar.Oespı́ritodohomem morre, ele volta à terra; nesse mesmo dia seus planos perecem. Felizes sã o você s que tê m o DeusdeJacóparaajudá-los,cujaesperançaestánoSenhorseuDeus,quefezoscéuseaterra,os mares e tudo que neles há ; que sustenta a verdade para sempre, que executa justiça aos oprimidos,quedádecomeraosfamintos.OSenhorlibertaoscativos". "OSenhorabreosolhosaoscegos;levantaaosquebrantados;amaosjustos.OSenhorcuida dosestrangeiros;dáalívioaosórfãoseàsviúvas;mastranstornaocaminhodosperversos". "O Senhor reinará para sempre — o teu Deus, ó Siã o, para todas as geraçõ es. Louvem o Senhor!"[TraduçãoLivre] FoioqueRayfordetodososdemaisfizeram. Pela primeira vez desde o Aparecimento, Rayford viu Jesus falando, mas nã o conseguiu ouvi-lo. Ele conferenciava com os seres angé licos à s suas costas e isto atraiu naturalmente a atençã o de toda a multidã o, que se mostrava tã o curiosa como quando podia ouvir suas palavras. AquelequeforachamadodeGabrielavançou:"RemanescentedeIsrael!"—começouele, comumavozclaracomocristaleouvidaportodos."EsantosdaTribulaçã o!Vejoemverdade queDeuséimparcial. "Mas,emcadanação,quemquerquetemeraoSenhoreusardejustiçaéaceitoporele". "A palavra que Deus enviou aos ilhos de Israel, pregando paz por intermé dio de Jesus Cristo—eleéoSenhordetodos—essapalavraqueconheceis,aqualfoiproclamadaemtodaa Judé ia e começou na Galilé ia depois do batismo pregado por Joã o: como Deus ungiu Jesus de Nazaré com o Espı́rito Santo e com poder, quem andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidospelodiabo,porqueDeusestavacomele" "Somos testemunhas de todas as coisas feitas por ele — a quem mataram e penduraram numacruz—tantonaterradosjudeusquantoemJerusalém". "Deusoressuscitounoterceirodiaemanifestou-oabertamente,nã oatodoopovo,masa testemunhas escolhidas, até à queles que comeram e beberam com ele depois da sua ressurreição". "EleordenouquealgunspregassemaopovoetestemunhassemqueforaordenadoporDeus comoJuizdevivosemortos". "A respeito dele todos os profetas testemunham que, por meio do seu nome, quem crer nelereceberáremissãodepecados.Amém."[TraduçãoLivre] Ospresentesrepetiramoamémemuníssono.EJesusmaisumavezlhesfalou: "Portanto,orareisassim:Painossoqueestá snoscé us,Santi icadosejaoteunome;venha oteureino,faça-seatuavontade,assimnaterracomonocé u;opã onossodecadadiadá -nos hoje; e perdoa-nos as nossas dı́vidas, assim como nó s temos perdoado aos nossos devedores; e nã onosdeixescairemtentaçã o;maslivra-nosdomal,poisteué oreino,opodereagló riapara sempre.Amém"(Mt6.9-13). Depois de orar com ele em unı́ssono, eles abriram os olhos e Rayford notou que apenas quatroanjosseachavamagoraatrásdeJesus.Miguelpartira. E Jesus disse, "Nã o estou só , porque o Pai está comigo. Estas cousas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por a liçõ es; mas tende bom â nimo; eu venci o mundo"{Jo16.33). Jesus levantou os olhos para o cé u e disse: "Pai, glori ica a teu Filho, para que o Filho te glori ique a ti, assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a im de que ele concedaavidaeternaatodososquelhedeste.Eavidaeternaé esta:queteconheçamati,o ú nicoDeusverdadeiro,eaJesusCristo,aquemenviaste.Euteglori iqueinaterra,consumando aobraquemecon iasteparafazer;e,agora,glori ica-me,ó Pai,contigomesmo,comagló ria queeutivejuntodeti,antesquehouvessemundo". "Eporelesqueeurogo;nã orogopelomundo,masporaquelesquemedeste,porquesã o teus; ora, todas as minhas cousas sã o tuas e as tuas cousas sã o minhas; e, neles, eu sou glori icado...e nenhum deles se perdeu, exceto o ilho da perdiçã o, para que se cumprisse a Escritura.Nãopeçoqueostiresdomundo,esimqueosguardesdomal". "Santifica-osnaverdade;atuapalavraéaverdade". "Pai justo, o mundo nã o te conheceu; eu, poré m, te conheci, e també m estes compreenderamquetumeenviaste.Eulhesfizconheceroteunomeeaindaofareiconhecer,a imdequeoamorcomquemeamasteestejaneles,eeunelesesteja"(Jo17.1-5,9-12,15,17,2526). Gabrieladiantou-senovamente."OSenhoréfiel,eleiráguardá-losdomaligno." Comamençã odomaligno,Macviuagitaçã onopovolongedeJesusedosseresangé licos. Pessoas estavam se movendo e murmurando, abrindo caminho para o arcanjo Miguel. Nicolae Carpathiaachava-secomele,emsuasroupasdecouroagoradesarranjadas,semaespada;Leon Fortunatoabatidoeexaustoemumdeseusmantosmaissimplesesemoadornonacabeça;e os trê s lı́vidos robô s, só sias de Carpathia, que Mac e os outros tinham visto na câ mara oculta quandoCarpathiaeFortunatoosapresentaramaosdezreisdomundo. Aqueles eram Astarote, Baal e Lagarta, as trê s criaturas demonı́acas com aparê ncia de saposequehaviamsidoenviadasparaenganarasnações,persuadindo-asareunir-seemMegido paralutarcontraoFilhodeDeus. Eram seres hediondos, cor de giz, que haviam tomado forma humana e usavam ternos pretos idê nticos. Pareciam derrotados, curvados, como se mutilados pelo seu pró prio mal. Ficaram juntos, mas longe de Carpathia e Fortunato. Nicolae e Leon també m pareciam nã o querernadaumcomooutro. Miguel levou os cinco diante de Jesus e Mac icou impressionado com a isionomia dele. Percebeu ira justa, é claro, mas també m desapontamento e até tristeza. Nã o havia satisfaçã o maligna. O trio paté tico ajoelhou-se na frente de Jesus, choramingando em tons esganiçados, irritantes. Carpathia voltou as costas a Jesus e olhou para o remanescente, com as mã os nos quadris, provocante e entediado. Leon torcia as mã os e ocasionalmente tocava seu colar espalhafatosodeouropuro.EleolhavadesoslaioparaJesus,parecendoculpadoecheiodemedo, espreitandoconstantementeCarpathiacomoseàesperadeordens. Gabrieladiantou-se,ficandoentreJesuseostrês,curvando-separaolhá-losnorostoedisse em alta voz: "Em cumprimento das profecias bı́blicas escritas há sé culos, você s se ajoelham hojediantedeJesusCristo,oFilhodoDeusvivo,quem,subsistindoemformadeDeus,nã ojulgou comousurpaçã ooserigualaDeus;antes,asimesmoseesvaziou,assumindoaformadeservo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em igura humana, a si mesmo se humilhou,tornando-seobedienteatéàmorteemortedecruz". —Sim!—osseresguincharam,silvando.—Sim!Sabemos!Sabemos!—Eseinclinaram aindamais,prostrandoseuscorposdeformados. Gabrielcontinuou:"Peloquetambé mDeusoexaltousobremaneiraelhedeuonomeque está acimadetodonome,paraqueaonomedeJesussedobretodojoelho,noscé us,naterrae debaixo da terra, e toda lı́ngua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para gló ria de Deus Pai" (Ef 26-11). — Jesus Cristo é Senhor!, disseram eles em voz estridente e Gabriel voltou a colocar-se atrá s de Jesus. — Jesus Cristo é Senhor! E verdade! Verdade! Reconhecemos isso! Nó s o reconhecemos! Jesusinclinou-seecolocouoscotovelosnosjoelhos.Ostrê smantiveramorostoabaixado, semfitá-lo."Tãocertocomoeuvivo,dizoSenhorDeus,nãotenhoprazernamortedoperverso, masemqueoperversoseconvertadoseucaminhoeviva"(Ez33.11). —Nósnosarrependemos!Vamosnosconverter!Vamosnosconverter!Nósteadoramos,Ó Jesus,FilhodeDeus.TuésSenhor! — Para você s é tarde demais — disse Jesus, e Mac sentiu novamente a tristeza em seu tom.—Você seramantesseresangé licos,nocé ucomDeus.Todavia,foramexpulsosporcausa dassuasdecisõesarrogantes.Emvezderesistiraomaligno,escolheramservi-lo. —Estávamoserrados!Errados!ReconhecemosaticomoSenhor! —ComomeuPai,comquemsouum,nã otenhoprazernamortedoperverso,masistoé justiçaeestaéasuasentença. Enquanto os trê s guinchavam, seus corpos reptilianos rasgaram as roupas e explodiram, deixando uma mistura de sangue, escamas e pele que em breve pegou fogo e foi levada pelo vento. Leoncaiunochã ocomtamanhaforçaquesuaspalmas izeramruı́doesuatestaestalou. Elearrancouocolarelançou-olonge.EnquantoJesusolhavaatentamente,Leon—levantou-se e despiu o manto, deixando-o cair e tirando os sapatos. A seguir deitou-se de bruços, vestido apenascomcalçassimples,camisaemeias,suagrandebarrigaapertadacontraopavimento. —Oh,meuSenhoremeuDeus!—gemeu,soluçandofortemente.—Tenhosidotã ocego, tãoperverso! —Vocêsabequemeusou?—perguntouJesus.—Quemrealmentesou? —Sim!Sim!Eusempresoube,Senhor!TuésoCristo,oFilhodoDeusvivo! Jesusficouempé. —Você blasfema,citandomeuservoSimã o,aquemabençoei,poisnã ofoicarneesangue querevelouissoaele,masmeuPaiqueestánocéu. —Não,Senhor!TeuPaimerevelouissotambém! — Em verdade digo a você , ai de ti por nã o ter feito essa descoberta enquanto havia tempo.Pelocontrá rio,você rejeitouamimeaoplanodemeuPaiparaomundo.Você opô ssua vontadeà minhaetornou-seoFalsoProfeta,cometendoomaiorpecadoconhecidosobocé u: rejeitar-mecomooúnicocaminhoparaDeusPaiepassandoseteanosenganandoopovo. —JesuséSenhor!JesuséSenhor!Nãomemate!Eusuplico!Porfavor! — A morte é um privilé gio grande demais para você . Quantas almas estã o separadas de mimparasempreporsuacausaedaspalavrasquepronunciou? —Sintomuito!Perdoe-me!RenuncioatodasasobrasdeSataná sedoanticristo!Prometo lealdadeati! —Vocêestácondenadoàeternidadenolagodefogo. —Oh,Deus,não!Gabrieldisse: —Silêncio! Leonrolouedepoisrastejouparalonge,ondesedeitouemposiçãofetal,soluçando. Jesussentou-senovamenteeNicolaeCarpathia,quecontinuavadefrenteparaamultidã o reunida, encolheu os ombros e afundou ainda mais as mã os nos bolsos. Suas sobrancelhas estavam levantadas e tinha um sorriso malicioso na face. Mac icou imaginando o que aconteceria em seguida, Até mesmo Carpathia tinha de curvar-se e confessar que Jesus era Senhor,maselenãoaparentavamedoecertamentenenhumahumildade. Miguelavançouparaumladodele,Gabrielparaooutro.Miguelagarrouumcotoveloeo fezdarmeia-voltaenquantoGabrielgritava: —Ajoelhe-sediantedoseuSenhor! Carpathiasoltou-sedeMigueleficounovamentecomasmãosnosquadris.Jesusdisse: —Lúcifer,deixeestehomem! Depois disso, Carpathia pareceu encolher. Tinha outra vez a aparê ncia que Mac vira no subsolo do monte do Templo, nos Está bulos de Salomã o. Suas roupas de couro estavam agora largas demais e pendiam dele como mantos lá cidos. Suas mã os e dedos se tornaram ossudos. Seupescoçoparecianadarnumcolarinhodemasiadogrande. O cabelo de Nicolae era ralo e quase sem cor, veias escuras surgiram na pele exposta. Estavapá lidoedescorado,comoseasuapelepudessefacilmentedescolar-se.Macpensouque aquelaseriaaaparê nciadocorpodeCarpathiaseestivessesedeteriorandonotú m ulodesdeseu assassinatotrêsanosemeioantes. Nicolaetremiaeestremeciaapesardocalor,edevagar,comoquepenosamente,colocou acapaaoredordosombros,cobrindo-seeparecendoesconder-sedentrodelacomosefosseum casulo. —Ajoelhe-se!—gritouGabriel,eeleeMiguelvoltaramàsuaposiçãoatrásdeJesus. Nicolae fez que sim com a cabeça e deliberadamente abaixou-se, como um velho, apoiando-se num dos joelhos. Era como se o pavimento fosse duro demais para ele e seu outro joelhodesceuemseguida,comasmã osapoiandoparaimpedirquecaı́ssecomorostonochã o. Ficou entã o ali, mã os e joelhos no chã o, fraco e paté tico, com a capa pendurada frouxamente nosombrosossudos. MactevedecontrastarajustiçadeCristocomasuapró priahumanidade.Seestivesseno lugar de Jesus naquele momento, teria sido incapaz de nã o se alegrar com o triunfo. Mac teria dito: —Vocênãoparecemaisumhomempoderoso,nãoé?Ondeestásuaespada?Eoexército? Ogabineteeossubpotentados?Vocênãopassaagoradosupremoimpotentado,verdade? Nãosetratava,porémdevitória,masdejustiça.Jesusdisse: —Vocêsetornouuminstrumentodispostodoprópriodiabo. Nicolaenãoprotestou,nãosuplicou.Apenasabaixouaindamaisacabeça,concordando. —Você foiumrebeldecontraascoisasdeDeusedoseureino.Causoumaissofrimentodo que qualquer pessoa na histó ria do mundo. Deus concedeu a você dons de inteligê ncia, beleza, sabedoria e personalidade e teve oportunidade para usar essas coisas em face dos acontecimentosmaisimportantesnosanaisdacriação. —Todavia,empregoucadadomemproveitopessoal.Levoumilhõ esaadoraremavocê e aseupai,Sataná s,Foiodestruidorastuciosodemeusseguidoresefezmaisparaamaldiçoaras almasdoshomensemulheresdoquequalqueroutroemsuaépoca —Seusplanoseseusistemafinalmentefalharam.Eagora,quemvocêdizqueeusou? Apausafoiinterminá vel,osilê nciomortal.Numavozhumildeefraca,Nicolae inalmente murmurou: —TuésoCristo,oFilhodoDeusvivo,quemorreupelospecadosdomundoeressuscitou noterceirodiacomopreditonasEscrituras. JesusfezumgestoquandoelefaloueMacteveaimpressã odequeelequeriaqueNicolae ofitasse.Mas,elenãofezisso. — E o que isso diz sobre você e sua vida? Carpathia afundou-se ainda mais do que Mac achavapossível. —Confesso—disseele—queminhavidafoidesperdiçada.Indigna.Umerro.Rebelei-me contraoDeusdouniverso,queagoraseiquemeamava. JesussacudiuacabeçaeMacviuumagrandetristezaemseurosto. — Você é responsá vel pelo destino de bilhõ es. Você e o seu Falso Profeta, com quem derramou o sangue de inocentes — meus seguidores, os profetas e meus servos que criam em mim—serãolançadosvivosnolagodefogo. OsarcanjosMigueleGabrielderamumpassoà frente,Miguelparapuxardochã ooFalso Profetaepô rdepé oanticristo.ElesepostoudiantedeJesuscomoqueaguardandoinstruçõ es enquantooabatidoNicolaeCarpathiaseachavacurvado,decabeçabaixaparecendoumvelho. Leon Fortunato estava em desordem. Tinha o cabelo desarranjado,ú rosto vermelho e manchadodelágrimas,asmãosapertadascomforçaàsuafrente. Gabriel disse à multidã o, "E vi a besta e os reis da terra, com os seus exé rcitos, congregados para pelejarem contra aquele que estava montado no cavalo e contra o seu exé rcito. Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela,seduziuaquelesquereceberamamarcadabestaeeramosadoradoresdasuaimagem.Os doisforamlançadosvivosdentrodolagodofogoqueardecomenxofre"(Ap19.19-20). Gabrielafastou-seenolugaremqueestivera,umburacodecercadeummetroabriu-se nochã oeumcheirofé tido,sulfú ricofez-sesentir,obrigandoMacetodosdacidadeataparemo nariz. Surgiu entã o uma chama azul sibilante que, brotando do buraco, subiu a uma altura de seis metros, a qual Mac só pô de comparar a uma tocha de acetileno monstruosa. Isto acrescentouocheirodeéteràmisturaeMacviuaslinhasdefrentedamultidãorecuarem. Mesmodistantedaaçã o,Macsentiuocalortremendoemitidopelacolunafuriosadefogo. Jesuseoscincoseresangé licosestavamaparentementeimunesaocheiroeaocalor,mastanto Carpathia quanto Fortunato tentaram se afastar. Miguel segurou os dois com irmeza, ainda olhandoparaJesus. OSenhoracenoutristementee,semhesitaçã o,Miguelfezosdoisandarematé abeirada do buraco. Fortunato gritou como uma criança e lutou para escapar; mas, com um braço poderoso, Miguel o empurrou para dentro. Seus lamentos se intensi icaram e depois emudeceramenquantocaía. Carpathia nã o lutou. Apenas cobriu o rosto com os braços enquanto caı́a e depois seus berros ecoaram por toda Jerusalé m até que estivesse bem longe. O buraco fechou tã o rapidamentecomoseabriraeabestaeofalsoprofetadesapareceram. CAPÍTULO17 Rayford estava praticamente cambaleando e só podia imaginar o que o resto do povo deveria ter pensado. Ele sabia que aquelas coisas deviam acontecer e també m o que viria em seguida, mas nunca imaginou ser uma testemunha ocular dessas ocorrê ncias. Acreditava que George e Priscilla Sebastian tinham meios de cobrir os olhos das crianças das cenas mais repulsivas, mas també m contava com o poder sobrenatural de Jesus para proteger Kenny daquelasimagens. Ele queria muito ver Irene, Raymie, Chloe e Buck, assim como Amanda. De alguma forma, compreendia que o embaraço das duas esposas se encontrarem no mundo natural nã o seriaumproblemanonovomundo.Todoofocodaatençã odelesestariaemCristoeoqueele realizaraemsuasvidas. Isso,poré m,acontecerianahoradevida.Gabriel,oarcanjoporta-voz,apareceupreparado parafalardenovo.Nomomentoemqueelecomeçou,Rayfordsentiuqueaqueleeraoplanodo Senhor,afimdeacalmaramentedeseupovodepoisdoquehaviapresenciado. "Jesus é a verdadeira Luz", começou Gabriel "que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem". "Ele estava no mundo, o mundo foi feito por intermé dio dele, mas o mundo nã o o conheceu...Mas,atodosquantosoreceberam,deu-lhesopoderdeseremfeitos ilhosdeDeus,a saber,aosquecrê emnoseunome;osquaisnã onasceramdosangue,nemdavontadedacarne, nemdavontadedohomem,masdeDeus". "E o Verbo se fez carne e habitou entre nó s, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória,glóriacomodounigênitodoPai"(Jo1.1-14). —Amém!—gritouopovoemuitospareciamconsolados. Nenhum alimento, nenhum descanso e agora lugar algum para sentar a nã o ser no pavimento—desdequeningué mseimportassedeperderpartedaaçã o.EclaroqueRayfordse importava.Todavia,maisumavez,elenã osentiufome,nemsequerafadigaqueovencerano caminhoparaverJesus.Ficarempétambémnãoincomodava. JesusconversououtravezcomosserescelestiaiseMigueldesapareceu.Ograndeevento aconteceria depressa assim, tã o perto dos primeiros julgamentos? Rayford nã o sabia, mas era certamentealgoqueelenãoqueriaperder. Gabrielfaloumaisumavez:"Mas,agora,emCristoJesus,você s,queantesestavamlonge, foram aproximados pelo sangue de Cristo. Porque ele é a sua paz. E, vindo, evangelizou paz a você squeestavamlongeepaztambé maosqueestavamperto;porque,porele,ambostemos acesso ao Pai em um Espı́rito. Assim, você s já nã o sã o estrangeiros e peregrinos, mas concidadã osdossantos,esã odafamı́liadeDeus,edi icadossobreofundamentodosapó stolose profetas, sendo ele mesmo Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifı́c io, bem ajustado, cresce para santuá rio dedicado ao Senhor, no qual també m você s juntamente estã o sendo edificadosparahabitaçãodeDeusnoEspírito". "Portanto, os que foram ressuscitados juntamente com Cristo, busquem as cousas lá do alto,ondeCristovive,assentadoàdireitadeDeus.Pensemnascousasládoalto,nãonasquesão aqui da terra; porque você s morreram, e a sua vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.QuandoCristo,queéanossavida,semanifestar,então,vocêstambémserãomanifestados comele,emglória."(Cl3.1-4). "Por isso, amados, sede só brios e vigilantes. O diabo, seu adversá rio, anda em derredor, como leã o que ruge procurando algué m para devorar; resisti-lhe irmes na fé , certos de que sofrimentos iguais aos seus estã o-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo. O Deusdetodaagraça,queemCristooschamouà suaeternagló ria,depoisdeteremsofridopor um pouco, ele mesmo irá aperfeiçoar, irmar, forti icar e fundamentar você s. A ele seja o domínio,pelosséculosdosséculos.Amém"(1Pe5.8-11). — Amé m! — gritou a multidã o, que adorava e cantava espontaneamente. Gabriel concluiu: "Entãovidescerdocéuumanjo;tinhanamãoachavedoabismoeumagrandecorrente." Amultidãocomeçouaaplaudir. "Elesegurouodragão,aantigaserpente,queéodiabo,Satanás,eoprendeupormilanos." Mãosselevantaram,aspessoasestavamgritandoagora. "Lançou-onoabismo,fechou-oepôsselosobreele,paraquenãomaisenganasseasnações atésecompletaremosmilanos." Rayford sentiu apreensã o por parte do povo, porque quem nã o sabia o que iria acontecer em seguida já começara a imaginar. Quando o poderoso guerreiro, arcanjo Miguel, apareceu subitamente com um enorme leã o — facilmente trê s vezes maior do que qualquer rei dos animais natural — a multidã o respirou com di iculdade e todos começaram a se abraçar com medo. Gabriel, entretanto, os acalmou com esta garantia: "Filhinhos, vó s sois de Deus. Maior é aquelequeestáemvocêsdoqueaquelequeestánomundo"(1Jo4.4). O rugido do prodigioso carnı́voro machucou os ouvidos de Rayford e ecoou pelos pré dios vizinhos. O leã o tentou atacar Miguel e rosnou, batendo os pé s e se voltando em suas coxas extremamente musculosas. Miguel, poré m, o manteve com irmeza. Quando o leã o procurou novamentelivrar-seedevorarseucaptor,Miguelsegurou-ocommaisforçaetorceuumpouco maisseupescoçoquepareciaumtroncodeárvore. Oleã otransformou-seentã orepentinamentenumaenormeserpentequesilvavaequese enrolou nos braços e pernas do anjo, apertando-os; sua lı́ngua se movimentando entre seus caninosalongados.Miguelatirouoanimalrapidamentenochã oetampoucomforçasuaboca. Depoisdisso,acriaturasetransformououtravez. Ela agora cresceu, inchou e se cobriu de escamas escorregadias, desenvolvendo quatro pernasgrossascomdedoscó rneosnospé s,umacaudaemformadechicote,pescoçocomprido, cabeçaefaucelargas,orelhasemponta,chifres,eumabocacheiadedentescuspindofogo.Este foi o maior teste para Miguel, que pareceu extrair do ar uma corrente pesada com a qual conseguiuimpediromonstrodeagir. Esteroloudecostas,soltandochamas,silvandoebabando,lutandocontraoqueodetinha. Suacaudaatacouvá riasvezesoanjo,comagrandecabeçabalançandodeumladoparaoutro. Miguel conseguiu inalmente laçar o pescoço com o resto da corrente e com um forte puxã o encostouacabeçadosernodorso,imobilizandovirtualmenteodragão. Ali icou ele, bufando e se retorcendo e quem quer que estivesse observando sabia o que iriafazer,casopudesselivrar-se.Pareceufinalmenterelaxar,masissofoiapenasumprecedente de sua encarnaçã o inal. O dragã o deu lugar ao que parecia outro anjo, mais luminoso que os arcanjos e os trê s anjos de misericó rdia, inclusive Cristó vã o, o anjo com o evangelho eterno. Todavia, sua luz empalidecia insigni icantemente quando comparada à de Cristo, cuja gló ria iluminavaomundointeiro. Oseragoraestavaempé submisso,acorrentehaviaescorregadoemespiralnochã o.Ele olhou ameaçadoramente para Miguel, que icou impassı́vel. Gabriel disse entã o em voz bem alta: — Lú c ifer, dragã o, serpente, diabo, Sataná s, você vai enfrentar agora Aquele a quem se opôsdesdetemposimemoriais. — Oh, nã o! — vociferou o ser. — A ú ltima vez que contendemos, Miguel, disputamos a respeito do corpo de Moisé s e você nã o se atreveu a fazer contra mim nem sequer uma acusaçãoinjuriosa,masdisse:'OSenhorterepreenda!'Eunãoprestocontasavocê!(Jd9). —Não—Jesusdissebaixinho,emboraRayfordoouvissedistintamente. Comaautoridadedosséculos,eleafirmou: —Masvocêprestacontasamim!Ajoelhe-seaosmeuspés. —Nuncafareiisso! —Ajoelhe-se. Eleobedeceu,comosombroscurvados,emrebeliãoeira. —Luteicontravocêpoucodepoisdasuacriação. — Minhacriação! Nã o fui mais criado que você ! E quem é você para terqualquer coisa contramim?! —Silêncio! Pareceu a Rayford que o anjo de luz tentava pô r-se de pé , mas nã o conseguiu. Quis também,aparentementefalar,seesforçando,sacudindoacabeça. Jesuscontinuou: —Apesardetodasassuasmentirassobretersidodesenvolvido,vocêéumsercriado. Acriaturasacudiuviolentamenteacabeça. — Só Deus tem o poder de criar e você foi nossa criaçã o. Estava no Eden, o jardim de Deus,antesquefosseumparaı́soparaAdã oeEva.Estavaalicomoumservoexaltadoquandoo Édeneraumlindojardimrochoso. "Tuerasosinetedaperfeiçã o,cheiodesabedoriaeformosura.EstavasnoEden,jardimde Deus;detodasaspedraspreciosastecobrias:osá rdio,otopá zio,odiamante,oberilo,oô nix,o jaspe,asa ira,ocarbú nculoeaesmeralda;deourosete izeramosengasteseosornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci;permaneciasnomontesantodeDeus,nobrilhodaspedrasandavas.Perfeitoerasnos teuscaminhos,desdeodiaemquefostecriadoatéqueseachouiniqüidadeemti". "...se encheu o teu interior de violê ncia, e pecaste; pelo que te lançamos, profanado, fora domontedeDeusetefaremosperecer,óquerubimdaguarda,emmeioaobrilhodaspedras". "Elevou-se o teu coraçã o por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem. Pelamultidã odastuasiniqü idades,pelainjustiçadoteucomé rcio,profanasteosteussantuá rios; eu, pois, iz sair do meio de um fogo, que te consumiu, e te reduzi a cinzas sobre a terra, aos olhosdetodososquetecontemplam". "Todos os que te conhecem entre os povos estã o espantados de ti; vens a ser objeto de espantoejamaissubsistirás"(Ez28.11-19). Oanjoajoelhado,cujaluzdesvanecia,pareceutorcer-sededor,prontoaretaliar. Jesusdisse: —Você seopô sameuPaieamimaindaantesdacriaçã odohomem.Umterçodosanjos dos cé us e a maioria da populaçã o da terra seguiu seu exemplo de rebeliã o e orgulho. Isto resultará paraeleseparavocê emseparaçã odoDeusTodo-Poderosonofogoeternopreparado paravocêeseusanjos. — Você enganou Eva, levando-a a pecar. Durante o milê nio seguinte, tentou profanar a linhagem de Adã o, colocando no coraçã o de Caim o desejo de matar Abel e eliminando desse modo os dois primeiros ilhos de Adã o. Você encorajou a coabitaçã o dos anjos caı́dos com mulhereshumanas,a imdeproduzirnefilim,oscaı́dos.Porsuacausa,noperı́odode1600anos, sóoitosereshumanosforamencontradosfiéisedignosdeseremsalvosdoDilúvio. — Foi você que tentou estabelecer uma religiã o idolatra e universal em Babel, entã o a maiorcidadedomundo,afimdeimpedirqueahumanidadeadorasseoDeusúnicoeverdadeiro. — Foi você que tentou destruir a raça dos hebreus, colocando na mente de Faraó a idé ia dematarascriançaspequenasquandoMoisésnasceu. —Todoosofrimentodahumanidadeé obrasua.Aterrafoicriadacomoumautopia,mas você introduziu nela o pecado, que resultou em pobreza, doenças, mais de 15 mil guerras e a matança insensata de milhõ es. Você e o seu pecado de orgulho geraram a rebeliã o da humanidadecontraDeus,oó dio,ohomicı́dioeacondenaçã odebilhõ esdealmasdesdeosdias deAdão. —Vocêtentoumatar-medepoisdomeunascimentoterreno,pondonamentedeHerodes opensamentodeassassinartodososrecé m-nascidosdosexomasculinoemBelé m.Tentou-me no deserto e procurou destruir a minha Igreja mediante perseguiçã o e falsos ensinos. Enviou a tempestadeaomardaGalilé iaenquantoeudormia.Foivocê quementrouemJudasIscariotes, você queencheudeenganoocoraçã odeAnanias.Você ,comoodeusdestemundoperverso,foi quemcegouamentedosquenãocrêem. — Você estava operando no coraçã o dos que se recusaram a obedecer a Deus. Impediu meus servos de ministrarem, semeou discó rdia nas igrejas, atacou os fracos, os sofredores, os solitários. Aessaaltura,Sataná shaviacaı́dodelado,ofegandoebufando,esforçando-separapô r-se empé,pararevidar,parafalar. — E contrá rio à vontade de Deus que os homens pequem e també m que me rejeitem. E da vontade de meu Pai que está nos cé us que nenhum desses pequeninos pereça. Ele nã o é tardioemcumprirsuapromessa,masélongânimo,nãodesejandoqueninguémpereça,masque todoscheguemaoarrependimento. —Duranteosú ltimosseteanosvocê enganoumilhõ escomfalsosmestres,falsosmessias, umfalsoprofetaeumanticristo.Deuaesteoseupoder,seutronoeumagrandeautoridade.E todoomundosemaravilhoueoseguiu. — Eles o adoraram porque você deu autoridade à besta; e adoraram a besta, dizendo: "Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?" Deu-lhe "uma boca que proferia arrogâ nciaseblasfê miaseautoridadeparaagir42meses;eabriuabocaemblasfê miascontra Deus,paralhedifamaronomeedifamarotaberná culo,asaber,osquehabitamnocé u.Foi-lhe dado,també m,quepelejassecontraossantoseosvencesse.Deu-se-lheaindaautoridadesobre cadatribo,povo,lı́nguaenaçã o;eaadoraramtodososquehabitamsobreaterra,aquelescujos nomes nã o foram escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundaçã o do mundo"(Ap13:2-8). "Ela també m opera grandes sinais, de maneira que até fogo do cé u faz descer à terra, diantedoshomens"(Ap13.13). — E você enganou os habitantes da terra com esses sinais. Você me odeia, odeia meu povo. Lutou contra aqueles que obedeceram aos mandamentos de Deus. Quando algué m ouvia falardoreinoenãocompreendia,vocêvinhaeroubavaoqueforasemeadonocoração. — Você foi a razã o do meu Servo ter de lembrar meu povo de que eles nã o lutavam contra carne e sangue, mas contra os principados e Potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiõ es celestes. Você foi o motivo deles serem instruı́dos a usar toda a armadura de Deus, para poderem resistir no dia mau e depoisdeteremvencidotudo,permanecereminabaláveis. — Prometi há sé culos que construiria a minha Igreja e que as portas do inferno nã o prevaleceriamcontraela. —Suahorachegou.Envieimeusanjoseelesremoveramdomeureinotodasascoisasque possam ofender e os que nã o seguem a lei, vou lançá -los na fornalha ardente. Haverá choro e rangerdedentes. — Os justos brilharã o entã o como o sol no reino de seu Pai. Miguel agarrou Sataná s e o puxoudevoltaatéosseusjoelhos,ondeelecontinuouaretorcer-secomoseprestesaexplodir. —Você trouxeistosobresimesmo—disseJesus."Tudiziasnoteucoraçã o:Eusubireiao cé u; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregaçã o me assentarei,nasextremidadesdoNorte;subireiacimadasmaisaltasnuvensesereisemelhante aoAltíssimo". "Contudo, será s precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo. Os que te virem te contemplarã o, hã o de itar-te e dizer-te: E este o homem que fazia estremecer a terraetremerosreinos?Quepunhaomundocomoumdesertoeassolavaassuascidades?Que aseuscativosnãodeixavairparacasa?"(Is13.13-17). Damesmaformaquetodososdemais,Abdullahestavafascinadocomaquelaacusaçã oe julgamento de Sataná s. Em todos os seus estudos das Escrituras e da profecia, ele nunca esperaratestemunharissopessoalmente.Desejavapoderfazerperguntas,porqueoanticristoe oFalsoProfetaforamlançadosparasemprenolagodefogo,enquantoSataná s icariapresopor milanosesoltonovamenteporalgumtemponofimdomilênio. Abdullah descobrira, poré m, que a maioria de suas perguntas acabava sendo respondida semquealguémastivessefeito. Ele nã o conseguia fartar-se da beleza de Jerusalé m, em vista do que acontecera nos ú ltimos dias. Ela parecia imaculada, limpa e até a folhagem estava em plena loraçã o e fragrância.QueimpactoapresençadeJesusfizeranomundo! A maior parte do remanescente consistia de pessoas da grande Jerusalé m, bem distante dosmurosantigosdaCidadeVelha.Oinimigoforaexpulsoemortoe,portanto,todasascasasna CidadeSantaestavamnovamentedisponíveis. Aspessoasvoltariamà ssuasmoradias.Abdullahnã osabiaoqueissosigni icavaparaelee para os outros membros gentios do Comando Tribulaçã o. Podiam talvez voltar para Petra. Haviamuitoespaçoali. No que lhe dizia respeito, queria icar onde Jesus estivesse e sabia pela profecia que o SenhorreinarianotronodeDavi.Issosigni icavaquequandoterminassetodaapartepú blica,as pessoas continuariam tendo acesso a ele; mas, como é claro, mais de um milhã o de indivı́duos nã o poderiam ser acomodados no templo. Quem sabe ele daria novamente audiê ncias sobrenaturais com todos ao mesmo tempo como izera antes? Aquele seria també m o seu quartel-generalparareinarsobreasnaçõesdomundo"comcetrodeferro". Abdullahvoltariaavivercomsuaesposa?Malpodiaesperarparareunir-secomela,mas nã o conhecia todas as rami icaçõ es da vida nesse nı́vel. Ela existiria em seu corpo glori icado, enquanto ele levaria ao reino milenar sua estrutura mortal. Havia tanto a aprender, tanto a saber. Chang e Naomi, embora ainda estivessem de mã os dadas, quase nã o se falavam havia horas. O dia, de fato todo o tempo, tinha voado desde o Glorioso Aparecimento. Quando Jesus abraçou Chang, segurando o rosto dele nas mã os e comunicando-se com ele em chinê s, Chang compreendeuquetudopeloqualpassaratinhavalidoapena.Eleteriadadoqualquercoisapor aqueleencontrocomoseuSalvador. Jesuslhedisseraqueestavalá quandoChangnasceu,quandofoicriadonumacasaı́m piae uma religiã o aberrante. Estava lá quando Chang foi enviado para estudar bem longe de casa devido à sua inteligê ncia e foi a ele que Chang orou pedindo forças, consolo e companhia, emboranaquelaépocanemsequertivesseouvidoaindafalardeJesus. —Euestavaali,Chang—Jesuslhedisse—quandovocê passouacrerquenã oexistiaum deus, certamente nã o aquele que você associava com os capitalistas do ocidente. Estava lá quando você se rebelou contra seus pais e tentou dar-lhes uma liçã o por tê -lo enviado para longe. Estava lá quando abusou de seu corpo e de sua mente com substâ ncias nã o planejadas parasuaalimentação. — Estava lá quando a sua mente foi enganada pela iloso ia e a vã falsidade. Estava lá quandovocêfoidescobertopelogovernodestemundoeobrigadoaserviraomaligno. — Alegrei-me com os anjos quando você aprendeu a meu respeito e foi usado para a minhaglórianocovildoanticristo. — Achava-me lá també m quando a marca da besta foi imposta sobre você e temeu ter perdidoasuasalvaçã o.Euoameidesdeaeternidadecomamoreternoetenhoaguardadoeste dia. Chang estava ainda brilhando por causa dessa experiê ncia, embora tivesse inalmente compreendidoquetodosalihaviamusufruı́doumencontropessoalcomJesus.Ofatodeelenã o ser o ú nico nã o o tornou menos especial. A mensagem transmitida pelo Salvador era de initivamente só para ele e as coisas temı́veis, medonhas que haviam ocorrido nas ú ltimas horasnãoconseguiramapagaraemoçãoquesentia. Erachegadaahora,compreendeuRayford.Jesusterminarasuasacusaçõ esenadarestava alé m da execuçã o da sentença. Sataná s se balançava de joelhos, ofegando com os dentes cerrados. Gabrielcurvou-sesobreoanjodeluz,gritando;—ReconheçaJesuscomoSenhor!Sataná s estivera mudo e agora parecia que tentava falar, mas as palavras nã o saı́am de sua boca. Estava,poré m,claroqueelenã otinhainteresseemobedecerà ordem.Sacudiuvigorosamente acabeçaecerrouospunhosdiantedeJesus. Jesusolhoubrevementeà suaesquerdaeRayfordadivinhouquecercade30metrosnessa direçã o, afastado dos anjos e do povo, um enorme buraco surgira no solo. Fumaça negra subia das profundezas e quase encobria o cé u. Como acontecera antes, nã o havia sombras, porque a luzdodianãovinhamaisdosol,masdopróprioSenhor. JesusfezumsinalparaMiguelquelevantouacompridaepesadacorrente,enrolando-aem seu braço musculoso. Ao aproximar-se do condenado, Sataná s levantou-se e se pô s a lutar. Transformou-seoutravez,primeiroemdragão,depoisemserpenteefinalmenteemleão. Ocon litocobriuadistâ nciaquehaviaentreoremanescente,Jesuseosoutrosanjos.Cada vezqueMigueleSatanáscaíampertodamultidão,aspessoasseempurravamentresi. Rayford nã o tinha dú vidas sobre o resultado da contenda. Jesus parecia assistir com desprezoetristezaesemqualquerpreocupação.Gabriel,quesempreserviracomoarautoenão como guerreiro, parecia tã o capaz quanto Miguel e poderia ter interferido a qualquer hora. Os trê s anjos de misericó rdia, inclusive o pregador do evangelho eterno, estavam també m nas proximidades. Finalmente, em sua forma de leã o, Sataná s icou estranhamente sem rugir. Jesus o silenciaraeamaldiçã oprevaleceuapesardoseudisfarce.Miguel inalmenteenvolveu-ocoma correnteeapertou-a,prendendoirremediavelmenteoanimal. Quandolevantouocativo,levando-onadireçã odoabismo,Sataná stransformou-seporé m denovo,voltandoaseranjodeluz.Comisso,elelivrou-sedacorrenteefezumaú ltimaefrá gil tentativa de fuga. Miguel girou a corrente e deixou que escorregasse em suas mã os até que a parteestendidativessepelomenosseismetrosdecomprimento.Atirou-aentã osobreodiabo, prendendo-onaseçãodomeioefazendocomqueacorrenteseenrolassenele. Miguelaproximou-se,jogouSataná snochã o,completouaoperaçã odeenvolvê -locoma correntee icoudepé ,carregandoodiaboamarrado.Poucoantesdechegaraoabismoardente, vomitandofumaça,Miguelvoou—comSatanásdebaixodobraço—cercadetrêsmetrosnoar edepoisseatiroudecabeçanoabismo. Jesus nã o icou assistindo a isto, apesar dos outros seres angé licos olharem. A multidã o gritoueaplaudiu,masseaquietourapidamentequandoJesus icouempé efezumgestocoma mão. "E agora", disse ele, "a Deus Pai, o rei eterno, imortal, invisı́vel, a ele que é unicamente sá bio, seja dada honra e gló ria para sempre. Amados, o pecado reinou na morte, mas mesmo assimagraçareinapormeiodajustiçaparaavidaeterna.Até osdemô niosmereconheceram comooSantodeDeus.Coloco-mediantedevocê shojecomooReideIsrael,Aquelequevem emnomedoSenhor."[Traduçãolivre] Jesus olhou para cima e do alto das nuvens veio um coro que Rayford só pô de supor ser daquelesqueestavamreunidosaoredordotronodeDeus.Elescantaramocâ nticodeMoisé s,o servodeDeus,eocâ nticodoCordeiro,dizendo:"Grandeseadmirá veissã oastuasobras,Senhor Deus,Todo-Poderoso!Justoseverdadeirossã oosteuscaminhos,ó Reidossantos!Eelereinará sobreacasadeJacóparasempreeseureinonãoteráfim"(Ap5.3). AfumaçaaindajorravadoabismosemfundoeRayfordseperguntouseoutros,comoele, tinhamcomeçadoapreocupar-secomMiguel.Mas,elesurgiunessemomentocomumachave nasmãos.Satanáseacorrentenãomaisestavamàvista. Miguel reuniu-se aos outros por trá s de Jesus, que se voltou, montando seu cavalo. Ele afastou lentamente o corcel branco da praça e do povo na direçã o do monte do Templo, onde ocupariaseulugardedireitonotronodeDavi. Rayford sentiu inalmente uma pontada de fome e uma nova onda de cansaço. Sem qualquerinstruçã oarespeito,oremanescentepareciaestarsedispersandodevagar,voltandoà s suascasas.Rayford,porsuavez,teriadeprocurarseusamigoseverquemlhedariaabrigo. CAPÍTULO18 Rayfordnãopodiapensarnumapalavraparadescreverseussentimentossenãoeuforia.Ele sabia que em certas ocasiõ es Jesus nã o estaria visı́vel, como agora. Isso fazia sentido. Mas, temera sentir tamanha necessidade da presença dele a ponto de icar deprimido, desanimado, quando o Mestre tivesse de ocupar-se com outras coisas. Rayford icou contente por nã o acontecerisso. Seucoraçã ocontinuavacomJesus,é claro.Pensavaconstantementenele.Queriavê -lo,é certo. Pelo fato de estar tã o preocupado com ele, ansioso para amá -lo e servi-lo para sempre, descobriu-se livre das suas tentaçõ es usuais. Perguntou-se se aquela seria uma situaçã o temporá ria.Estarialivredalascı́via,orgulho,cobiça,só porqueaquiloeracomoestarnaIgreja napresençadopastor?OuofatodeSataná stersidoamarradoeseusdemô niosteremmorrido tinha algo a ver com isso? Em vez de ser tentado pelo mundo, pela carne e o diabo, tinha de preocupar-seapenascomumadessastrêscoisas.EomundoeranovoegovernadoporJesus. AnovidadedeJesusestar isicamenteentreelesiriatornar-serotinaumdia?Quero dizer, milanosedepoisaeternidade... AmaneiracomoJesusfalaracomele,seligaraaele,fezRayfordsentircomoseoSenhor aindacontinuasseali,emboranã oovisse.Quandoorou,eracomoseJesusconversassecomele imediatamente.Rayfordtinhatantasperguntas,tantascoisasqueteriadeindagardeChaim... Aprimeira,éclaro,eraseChaimtinhaalgumaidéiadeondeRayfordpoderiaalojar-se.Ele achouengraçadodescobrir,depoisdereunir-secomorestodopessoaldoComandoTribulaçã o queestiveraemPetra,queistojáhaviasidoobjetodeconsideração,discussãoeatédedecisão. Rayford,MaceAbdullahhaviam icadonapraçapú blica,procurandonamultidã oalgué m quereconhecessem. —Serámelhornossepararmos—sugeriuAbdullah.—Sealgumdenósencontraralguém, podechamarosoutrosemarcarumpontodeencontro. Abdullah foi para o oeste, Mac para o leste. Rayford icou no centro, buscando rostos familiares.Quevisã o!Ondequerqueolhasse,aspessoaspareciamamigas,emborafossemquase todas estranhas. Ele reconheceu algumas por tê -las visto em Petra, mas quando perguntou se tinhamvistoseusamigoseconhecidos,ninguémpôdedarinformações. Todavia, todos queriam conversar. Quase sempre sobre Jesus, ou sobre o terremoto e a divisã odomontedasOliveiras.Amatançadosinimigos.Acondenaçã odeCarpathia,Fortunato eSatanás.... Outros mencionavam o tempo — quente, claro, refrescante, como se estivessem respirando um novo ar. Uma mulher apontou para as á rvores e arbustos, que pareciam repentinamenteverdesesaudáveis. —Nã oeramassim24horasatrá s—disseela.AlgoocorreuaRayford.Perguntoudeonde elaviera. —Rússia—respondeu. —EqueidiomaaSra.estáfalando? —Russo,éclaro.Seiapenasumpoucodeinglês.Evocê? —Inglêsétudoquesei. Rayford continuou andando, olhando, perguntando. Aqui e ali grupos oravam, cantavam, alguns apenas levantando as mã os para o cé u e sorrindo. Recebeu inalmente um chamado de Mac. —Pareceestranhoqueessasgeringonçasestejamaindafuncionando—Macdisse.—Eu imaginavaquepudéssemosfalarumcomooutrosemmáquinasagora. Rayfordriu. —Porquê? —Porquenão?VocêconheceaIgrejadeCristo,asudestedaTorredeDavi? —Claro. —Éaquiqueestamostodos. —Abdullahtambém? —Todos. As identi icaçõ es de todos os lugares haviam sido mudadas quando Carpathia tomou o poder,masoscrentessabiamonde icavaoquê .DoladodeforadaIgrejadeCristo,asudestedo prédio,RayfordencontrouseucírculodeamigosdePetra.TodosmenosOtto. Alé m de Abdullah e Mac, Chaim estava lá com Chang, Naomi e o pai dela, Eleazar. Hannah e Leah també m se encontravam ali. Quando Rayford viu Razor conversando com os Woo, ele soube que Sebastian, Priscilla e Beth Ann deviam estar perto e isso signi icava que Kennynãoestarialonge.Lávinhaele. OmeninopulouparaosbraçosdeRayford.—Vovô!EuviJesus!Eelefaloucomigo! —Quemaravilha! —Émesmo!Vouvermamãeepapaitambém. RayfordolhouparaPris.Elafezumsinalcomaboca: —Logo. —Sim,embreve—disseRayford. EnquantocarregavaKenny,Rayfordfoiinformadodoquehaviasidodecidido. —Ottoconseguiuumhotelabandonadoparaoseupessoal—contouChaim. —Já? — Olhe, Rayford, todos estã o ansiosos para oferecer acomodaçã o, uns aos outros. Vai entã osobrarmuitoespaçonestepaı́sparaaspessoasquerestaram,poucomaisdeummilhã o. Quasetrê squartosdeummilhã oviviamsó naGrandeJerusalé m.Há milharesdecasasdesertas, mas a maioria das pessoas parece estar voltando para suas pró prias residê ncias e convidando outras de diferentes lugares para icar com elas. Eleazar e Naomi concordaram em receber as mulheressolteiraseoscasais,eeutenhomuitoespaçoparaoshomenssolteiros. — Kenny — perguntou Rayford — você quer icar com o vovô na casa do tio Chaim? Ou comBethAnneatiaPriscilla? —Ondeamamãevaificar? —Provavelmenteconosco—dissePris,eKennydesceudocolodoavô. —Estábem,vovô? —Estásim,Kenny.Vouvervocêatodahora. —Voupegarocarro—falouAbdullaheafastou-se.Rayfordapertou-senofundo,olhando pelajaneladetrás,comosjoelhosjuntoaopeitoeelesconseguiramdealgumaformaacomodar Chaim,Chang,Lionel,MaceRazornoHummer,comAbdullahnovolante. AcaminhodacasadeChaim,ChangpassouotempotodonotelefonecomNaomi.Razor brincou com ele que os dois haviam estado juntos vá rios dias, mas Rayford notou que eles nã o estavamfalandosobreambos,comotodososoutrosnocarroelesfalavamdeJesus. —Tenhotantasperguntas,Chaim—Rayfordexclamouládofundo. — E prová vel que nã o sejam tantas quanto as minhas -disse Chaim -, mas para os que estivereminteressados,vouabrirasEscriturasetentaracharalgumalógicanistotudo. —Você sestã ovendooqueestouvendo?—perguntouRayford,estudandoapaisagem,as pessoaseosanimaisenquantoAbdullahdirigiaporentreamultidãoalegre. Todososanimaiseramdó c eis.Ovelhas,cã es,lobos,animaisdomé sticosdetodosostipos, vagavamportodaparte.Aslojasjá haviamreabertoeosaçougueirostrabalhavamaoarlivre. Caminhõesentregavamfrutasevegetaisfrescosdepomarespróximos. — Quem teria tido tempo para apanhar essas coisas e onde os açougueiros conseguiram carne? —Aqueleaçougueiroémeuamigo—disseChaim.—Voudescobrir. Abdullah parou e todos saltaram. Razor dirigiu-se para uma banca de frutas e verduras. RayfordacompanhouChaim. —Ezer!—exclamouChaim,abraçandoohomemaltoemagroquebrandiaumcuteloe usavaumaventalsalpicadodesangue.—Eunãosabiaquevocêeracrente! —Eunã oera—respondeuEzer.—Resistivá riasvezes,cego,tã ocego.Mas,durantea batalhaparadefenderJerusalém,ouviumrabinonaCidadeVelhafalardoMessiasefuipoupado. —Jádevoltaaoofíciodeaçougueiro!Comopodeserisso? — Fui levado a juntar-me ao movimento da resistê ncia pela CG porque me recusei a receberamarca.Perdiestalojaeminhacasa.DepoisdoquetestemunhamosnaCidadeVelha, euqueriaveroquerestara.Minhacasaestavaintactaeminhalojacontinuavavazia.Você nã o vaiacreditar,Chaim,masanimaiscevados,prontosparaoabateeparaocorte,moviam-sepor todapartecomosefossemvoluntá rios!Vacas,ovelhas!Imagine!Encontreiminhasferramentas ecomeceiatrabalharimediatamente.Oquevocêsprecisam? —Umaboaquantidadedecarnedeboiedecordeiro.Tenhoseishó spedes,todoshomens adultosefamintos. —Leveoquequiser.Éporminhaconta. —Não.Nãopossoaceitar. —Vocênãotemmesmodinheiro,nãoé?EeunãoquerosaberdeNicks. — Olhe, abra uma conta para mim e quando descobrirmos o rumo da economia, acerto comvocê. —VocêseopôsaCarpathia,Chaim.Esseétodoopagamentoquepreciso. —Não.Euinsisto.Comovocêvaiviver? —Jálhedisse.Asmercadoriasnãomecustaramnada,eolhe!—eleapontouparaarua. As ovelhas e vacas continuavam chegando de quilô m etros de distâ ncia. Alguns homens construíamcercados. — Meus novos empregados — disse Ezer. — Pago a eles em carne. Tenho mais do que preciso e Deus está aparentemente suprindo. Por favor, faça-me a honra de levar tudo o que quiser.Sãooscortesmaisfrescos,gordosemelhoresquejáproduzi. Chaim inalmente cedeu e Ezer insistiu com todos os hó spedes dele para levarem vá rios quiloscadaum. — Para segurar no colo na viagem para casa. Por favor, por favor. Estã o me ajudando. Tenhodemaiseaindanãoconseguiumdepósitoparaacarne. Aovoltaremparaocarro,RayfordouviuEzergritandoparaostranseuntes. —Carnedegraça,damãodeDeus!Venham,porfavor,elevemquantoprecisarem! Razorvoltoudabancadeverduras,carregadocomsacosdefrutasevegetais.—Amulher nã oquisaceitarpagamentopornada!—disseele.—Elaa irmaqueestã ocaindodasá rvores, nãosónashortasmastambémaquinacidade. — Espere um pouco — disse Chang no telefone, depois cobriu-o com a mã o enquanto AbdullahdavapartidaeseguiaparaacasadeChaim. —Naomidissequeé ummilagregeral.Elestambé mpararamdeacumularcarnefrescae verduras. Disse que colheram laranjas e outras frutas debaixo das á rvores e viram os galhos amadureceremnovamentediantedeseusolhos. Naquela noite — Rayford só podia saber que era noite pelo reló gio; o brilho do dia nunca mudava — os homens se acomodaram na casa espaçosa de Chaim, a distribuiçã o dos quartos parecendotersidoencomendada,detã operfeita.RazoreAbdullahseconsideraramcozinheiros e provaram isso grelhando a carne e preparando tigelas transbordando de frutas fatiadas e vegetaisfumegantes. RayfordsempreseimpressionaracomamaneiracomooscrentesdoComandoTribulaçã o eosdaCooperativatrabalhavamjuntos,masnuncaviraalgodaqueletipo.Elenaverdade icou pensandosemilanossemdiscussõesouconflitosacabariammonótonos. Apesardasatitudesgeralmentepositivasdopovosobseucomandonosú ltimosseteanos, parte do desa io de seu trabalho tinha sido arbitrar nas questõ es de ego e territó rio. Ele agora apenas observava as pessoas se entenderem e trabalharem juntas. Tinha de admitir que era o primeirodiaemsuanovacasa.Elashaviamacabadodetestemunharocumprimentomilagroso da profecia e estiveram na presença fı́sica de Jesus. Haviam sido presenteadas com os alojamentosmaisconfortá veisquejá tinhamtidoemanos,semmencionarqueestavamprestes arecebercomidagrátis—umaverdadeirafesta! MacencontroumesasecadeirasepediuajudaaChangeLionel,enquantoChaimsolicitou queRayfordoacompanhassepararevistaracasaquenãoviahaviatrêsanosemeio.Tudoqueo velhohomemconseguiafazererasacudiracabeçacomaslembranças. Nã o havia evidê ncia de danos da CG ao lugar. Ele nã o encontrou quaisquer resı́duos dos trê sterremotos,inclusiveomaisrecentequeforaglobaledaelevaçã odetodaacidadeacerca de90metrosdepoisdaseparaçãoocorridanomontedasOliveiras. QuandoRayfordoseguiupelacasa,Chaimdisse: — Estou cansado da minha incredulidade. Devo simplesmente aceitar de uma vez por todasqueDeusé oautordetudoisto.Elepodefazertudoefeztudo.OuvifalarqueaCG ocupou estacasacomocentrodecomandohaviaquasetrê sanos.Podeimaginar,capitã oSteele,como ela estaria depois que dezenas de homens diferentes tivessem morado e trabalhado aqui? Eu esperavaencontrarumodordesagradáveldefumo,lixo,umverdadeirohorror.Todavia,veja. Rayfordestavavendo.Eracomoseumaequipedelimpezativessevarridoacasainteira. Chã o, paredes, tetos, tudo estava limpo. A mobı́lia no lugar. Rayford nã o teria icado mais surpreso se encontrasse protetores sobre cada peça. Mas, nã o havia necessidade. Ele nã o conseguiuencontrarumsógrãodepoeiraempartealguma. —Ageladeira,ofreezereadespensaestãovazios—comentouChaim.—Todavia,vejao queoSenhorproveunocaminhoparacá. —Achoqueelepensouquevocêpoderiaencherasprateleirassozinho. — Nã o sei. Penso que me habituaria a essas coisas. Quando chegou a hora de sentar e comer,Chaimficounacabeceiradamesa. —Vamosorar—disse. Rayford teve entã o uma experiê ncia muito estranha. Enquanto orava com Chaim, agradecendo a Deus pelo privilé gio de testemunhar o que tinham visto naquele dia, pelo alimentoqueelesupriraepelamudançaparaacasajá preparadaqueelepreservara,eracomo seJesusrespondesseemtomaudível,imediataepessoalmente. — Você é bem-vindo, Rayford — disse ele — tenho prazer em mostrar-lhe amor de maneirastangı́veis.—AntesqueRayfordpudesseorarporKenny,oSenhordisse:—Conheçoa suapreocupação.Eleseráreunidocomseuspais,comovocêtambém,embreve. Era como se Jesus estivesse sentado bem junto de Rayford, com o braço ao redor dele, falandodiretamentecomele.Issocomoveuonovamenteeelenã oconseguiureteraslá grimas. Cruzouasmãossobreopratoàsuafrente,apoiounelasorostoeadorouaDeus. Jesusfalououtravez: "ReinareiparasempresobreacasadeJacó enã ohaverá imparaomeureinonela.Assim como o Pai me conhece, eu conheço o Pai. Entreguei minha vida pelas ovelhas. Eu sou o CordeiroqueguiarávocêparaasfontesdeáguaseDeusenxugarátodalágrimadeseusolhos". Rayford permaneceu ali, ouvindo e adorando, sabendo que as lá grimas mencionadas por Jesus eram de tristeza e as suas poderiam ser tudo menos isso. Ele nã o podia imaginar entristecer-seoutravez. Rayfordouviuosoutroshomensmurmurandoseuslouvoresesoubequeelestinhamtidoa mesmaexperiê nciaqueasua.EmboraRayfordpudessesentiroaromadadeliciosacomidanas tigelas, a poucos centı́m etros do seu prato, sua fome podia esperar. Ele nã o queria que aquele momentodeadoraçãoterminasse. Depoisdeváriosminutos,Chaimretomousuaoração. — E agora, ó Senhor, nosso Redentor e amigo, agradecemos por esta generosidade. ConfessoPai,quepormaisgratoqueestivessepelomaná ,epormaissatisfató rioquefosse...— Elenãoprecisouterminar. Rayford levantou-se e cobriu a boca, mas nã o conseguiu reter o riso. Em sua alma, ele acreditavadetodocoraçã oqueouviraJesustambé mrir.Sim,omaná eraumacoisa,masisto eraoutracompletamentediferente. Chaimsentou-seeoshomensabriramosolhos,seentreolhando. —Jesusfaloucomigodenovoemchinês—disseChang. —Espanhol—afirmouRazor. —Hebraico—foiavezdeChaim. —Inglês—Rayforddisse. —ZonasuldeChicago—falouLionel,etodosriram. —Eleacrescentouumpoucodetexanodooestetambé m,creioeu—disseMac.—Essa éalinguagemdocéu,comosabem. Rayfordlimpouagarganta.Ninguémcomeçaraaindaacomer. —Seráquefuisóeu,oualgumdevocêsouviuJesusrirdapiadadeChaimsobreomaná? Todossorrirameconcordaramcomumacenodecabeça.Chaimdisse: — Nã o há dú vida de que o Senhor tem senso de humor. Cavalheiros, acreditam que a comidaaindaestáfumegandocomosenãoativéssemosdeixadoàesperaporváriosminutos? —Asfrutastambémparecemviçosasefrescas—disseRazor.—Enãotemosmoscas. Passaramentã oacomer.Rayfordsupô squeosoutrostinhamamesmaopiniã oqueele— aquelaeraarefeiçãomaissaborosaquejátinhamfeito. — O verdadeiro milagre — disse mais tarde — será comer assim o tempo todo sem engordar. Durante as arrumaçõ es, Rayford e Chaim falaram com Eleazar por telefone. Foi ó t imo ouvir que eles haviam usufruı́do o mesmo tipo de tempo com o Senhor, assim como uma excelente refeiçã o. Chaim lembrou Eleazar do que planejavam estudar naquela noite nas Escriturasecompararamnotasnaspassagensdifíceis. —Setivermosdú vidas—estrondeouEleazar—perguntaremossimplesmenteaJesus,da próximavezemqueovirmos. Mais tarde naquela noite, os homens se reuniram na grande sala de Chaim e ele abriu a Bíbliaeespalhousuasnotasealgunscomentáriosàsuafrente. — Os livros escritos por homens parecem supé r luos agora — disse. — Sempre que oramos, sinto como se o Messias estivesse aqui comigo, respondendo à s perguntas antes que sejamfeitas.Vamoscomeçarcomumperíododeadoraçãoeoração. Todos como um só homem deixaram as cadeiras e se ajoelharam no chã o, cada um orandoemsualínguanativa. MacestavaprestesadizeraoSenhorquehaviapessoas—especialmentedosú ltimossete anos — que ele gostaria de ver. Cada uma signi icara algo especial para ele, causara um impactosignificativoemsuavida.Mas,antesquepudessedizerisso,Jesuschamou-opelonome: —Eusei,Mac.Evocê vaivê -lasembreve.Anseiotambé mmuitoporessareuniã oevou rejubilar-mecomvocêquandoasencontrar. AmedidaqueRayfordrecebiarespostasà soraçõ esquenã ohaviasequerpronunciado,ele prostrou-senochã oeviuoutrosfazendoomesmo.DecidiuqueaquiloqueJesusestavatentando dizer-lheeraoqueouviradeBruceBarnesanosantes,etambé mdeTsioneChaim:Oraçã oera tantosobreouvircomosobrefalar,oumaisainda. Rayfordnuncaconseguiraesseequilı́brio.Pareciaqueestavasempreimplorando,pedindo, solicitando. Ele agradecia a Deus pelas coisas e o adorava freqü entemente em oraçã o, mas estavacomeçandoaentenderagora.Erahorade icarcaladoeescutar.MesmoqueDeusnada dissesse,Rayforddeviadescansarnapazdasuapresença. Rayfordficoualidebruçoseaqueceu-seaocalordoamordivino. Jesus disse: "Deus é o nosso refú gio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulaçõ es. Portanto, nã o temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as á guas tumultuem e espumejem e na sua fú ria os montes se estremeçam. Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuá rio das moradas do Altı́ssimo. Deusestánomeiodela;jamaisseráabalada;Deusaajudarádesdeantemanhã. Bramamnaçõ es,reinosseabalam;elefazouvirasuavoz,eaterrasedissolve.OSenhor dosExércitosestáconosco;oDeusdeJacóéonossorefúgio. Vinde, contemplai as obras do Senhor, que assolaçõ es efetuou na terra. Ele põ e termo à guerraaté aoscon insdomundo,quebraoarcoedespedaçaalança;queimaoscarrosnofogo. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as naçõ es, sou exaltado na terra! O SenhordosExércitosestáconosco;oDeusdeJacóéonossorefúgio"(Sl46.1-12). Chaim subitamente voltou a ajoelhar-se e orou: "Batei palmas todos os povos; celebrai a Deus com vozes de jú bilo. Pois o Senhor Altı́ssimo é tremendo, é o grande rei de toda a terra. Elenossubmeteuospovosepô ssobosnossospé sasnaçõ es...Deusreinasobreasnaçõ es;Deus seassentanoseusantotrono"(Sl47.1-3,8). Rayford continuou em comunhã o com Deus, apenas vagamente cô nscio da presença dos outros.Quandosentiu inalmentecomosetivessedeafastar-sedamã odeJesus,elevoltouà sua cadeira. Era estranho como todos pareciam ter as mesmas experiê ncias ao mesmo tempo e comamesmaduração. —Antesdevocê começar,Chaim,tenhoumapergunta,talvezmaisumacon issã o.Esta presença nova e pró xima de Deus, por meio de Jesus, é tã o estimulante, tã o especial, que à s vezes nã o pareço ter o su iciente dele. Mas, outras vezes, como aconteceu agora, foi como se estivessetãotransbordante,quesecontinuasseali,nãoconseguiriarecebermais. OutrosconcordarameissoconfortouRayford. Chaimdisse: — Isso me faz lembrar de uma histó ria que li certa vez sobre um grande evangelista do sé culo 19, Dwight L. Moody. Ele escreveu sobre uma experiê ncia com o Senhor onde a sua presençaeplenitudeeramtã oesmagadorasqueMoodytevedepediraDeusque"suspendessea suamão". —Exatamenteisso—afirmouRayford. — Senti també m o mesmo — continuou Chaim. — E possı́vel que na presença de Jesus venhamosaconstruiromúsculoespiritualnecessárioparasuportaressasbênçãos. Chaim pareceu olhar individualmente para cada homem, como se perguntando se havia maisalgumacoisaantesquecomeçasse.Aseguir,explicouqueeleeosanciã oshaviampassado o ú ltimo mê s examinando vigorosamente as Escrituras para descobrir o que esperar depois do GloriosoAparecimento. —Écomoestudarparaumteste—sugeriuRazor. —Nã oconheçomuitobemessetermoquevocê empregou,maspareceauto-explicativo etenhodeconcordar.Nãoquevamossertestados.Defato,houvemuitodebateentreosanciãos no começo sobre a necessidade disto. Alguns a irmaram que Jesus seria o nosso professor e explicariatudonodecursodosacontecimentos. —Quemsabe,entretanto,seeleesperaquenó sjá tenhamosaprendidoestematerial,nã o é ? Testemunhamos hoje a sua vitoriosa ascensã o ao monte Olival, també m conhecido como monte das Oliveiras. Nó s o vimos dividido ao meio. Ele venceu os exé rcitos invasores, exterminando-os com a Palavra de Deus. Está vamos com ele na sua entrada triunfal em Jerusalé m e o vimos capturar e julgar demô nios, o Falso Profeta, o anticristo e até mesmo o próprioSatanás.Todavia,elenãoparounenhumavezparadizer: —Amado,vocêvaiencontraristonapáginataletaldoseutexto,eseránofinal. — Essas coisas aconteceram como profetizadas e nenhuma explicaçã o vai ser fornecida. Jesusensinouepregoudessemododaprimeiravezemqueestevenaterra.Só ocasionalmente ele explicou uma pará bola e quando o fez foi apenas o su iciente para que aqueles que "tê m ouvidosouçam". — Suponho que há muitos aqui hoje que nã o entendem muito bem o que está acontecendo. Eles provavelmente poderiam ter calculado quem era quem e o que era o quê e no inal saberiam que Jesus vencera outra vez, conquistando mais inimigos. Mas, estã o provavelmente se perguntando para onde ele foi, o que está fazendo. Bem, cavalheiros, as respostasseachamnoLivroeseestivereminteressados,vamosexaminarasriquezascontidas neleeveroquepodemosaprender. TodosexpressaramentusiasticamenteoseuinteresseeChaimentãocomeçou. —Receioquemuitos—econfessoqueistoseaplicouamimeà maioriadosanciã os— acreditavam que o Glorioso Aparecimento introduziu o reino milenar, o qual, como sabem, significaoreinadodemilanosdeCristonaterra.Alguémaquiconcorda? Vá rioslevantaramamã o,inclusiveRayford.EleolhouparaAbdullahqueestavasorrindo. Nã oeraosorrisodosuperiorcondescendente,masdealgué mque izeraaparentementealiçã o de casa e sabia o que estava para vir. Rayford icou impressionado com o fato de Abdullah nã o terditoapesardisso: —Eunão!Eusei! Rayfordlevantouamão. — Chaim, aposto que Abdullah sabe do que você está falando. Ele tornou-se um grande estudioso. —Éverdade,Sr.Smith? — Nã o sou completamente versado nisso — respondeu Abdullah — mas meus estudos, quase todos com o Dr. Ben-Judá , revelaram que haverá um intervalo entre o Glorioso AparecimentoeoMilênio,assimcomohouveentreoArrebatamentoeaTribulação. —Houve?—indagouRazor. —Houvesim—disseAbdullah.—Você develembrarqueosseteanosnã ocomeçaram comodesaparecimentodoscrentes,mascomaassinaturadaaliançaentreoanticristoeIsrael. Isso aconteceu algumas semanas mais tarde, mas poderia ter ocorrido alguns anos depois e a assinatura,enãooArrebatamento,teriadadoinícioàTribulação. —Excelente!—concordouChaim.—Edissoqueeuiafalareoquevamosdiscutiresta noite. Desde o Glorioso Aparecimento até o começo do reino milenar, há um intervalo de 75 dias.SeDeuslevouapenasseisdiasparacriaroscé us,aterraeohomem,imaginequantomais trabalhoJesusteráserecebeu75diaspararealizarsuatarefa. — Onde isso está na Bı́blia? — perguntou Rayford. — Quero dizer, nã o sou um grande estudiosodenada,mastenhoprocuradolerbastante. — Boa pergunta. A resposta é encontrada parcialmente em Daniel 12.11-12. Ouça o primeiro desses versı́c ulos: "Depois do tempo em que o sacrifı́c io diá rio for tirado e posta a abominaçã o desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias". Rayford, você se lembra quandooanticristoprofanouotemplo? —Devolembrar? — Essa foi a abominaçã o desoladora, mil duzentos esessenta dias antes do Glorioso Aparecimento.Estamosentã ofalandosobremaistrintadias.Eoversı́c uloseguintediz:"Bemaventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias". Trata-se, entã o, de outros45dias,dando-nosumtotaldemais75dias. —Aquesereferemosprimeiros30dias?—indagouRayford. —Oversı́c uloestá falandodosacrifı́c ionotemploedaabominaçã o;portanto,pensoqueé justo supor que o primeiro intervalo se refere ao templo. Nã o posso imaginar Jesus ocupando o tronodeDavinumtempoprofanadopeloanticristo—pelomenosenquantoelenã oopuri icar. SabemosmedianteEzequiel40-48queoSenhorvaiestabelecerumtemploduranteomilê nio; concluoentãoqueosprimeiros30diasdointervaloserãodedicadosàedificaçãodotemploesua preparaçãoparauso. — Os outros 45 dias icam ao sabor da especulaçã o, mas note que o versı́c ulo 12 diz que aqueles que perseverarem durante esse tempo serã o abençoados. Se essa for uma bê nçã o pessoal,individual,elaindicaqueapessoaestá quali icadaparaentrarnoreinomilenar.Mateus 25.34diz:"Vinde,benditosdemeuPai!Entrainapossedoreinoquevosestá preparadodesdea fundaçãodomundo". — Isso faz parecer que o intervalo de 75 dias é um perı́odo de preparaçã o para o reino. Grandepartedoglobofoidestruı́daduranteosjuı́z osdaTribulaçã oesuponhoquenã odevamos surpreender-nos se o Senhor levar algum tempo para renovar a sua criaçã o para o milê nio. O embelezamentodeJerusalé mfoifeitonuminstantecomaelevaçã odacidadedepoisdadivisã o do monte das Oliveiras, mas imaginem o trabalho que precisa ser feito ao redor do mundo. As montanhasforamniveladas,enchendograndepartedosmares.Ilhasdesapareceram.Deusquer certamente fazer a terra voltar à sua condiçã o edê nica para a alegria daqueles que vã o compartilhá-lacomJesusduranteospróximosmilanos. CAPÍTULO19 LeahRosecaminharaumalongadistâ nciadesdeseucargodesupervisoranoArthurYoung Memorial Hospital em Palatine, Illinois. Como poderia saber o que iria tornar-se quando encontrouRayfordSteelepelaprimeiravezeoincipienteComandoTribulaçã oseteanosantes? ElaeRayfordhaviampercebidooselodocrenteemcadaumdeles,visı́velapenasparaoutros damesmafé.Casocontrário,elanãoteriadadoatençãoaele. E pensar que desde aquela é poca ela viajara o mundo todo com o Comando numa variedadedepostos,amaiorianaá readesaú de,masnã oexclusivamente.Fizeranovosamigos, que passaram a ser entes queridos, e depois os vira morrer. Houve momentos em que nã o acreditou ter qualquer probabilidade de assistir ao Glorioso Aparecimento. Pelo menos nã o até tersidoenviadaparatrabalharemPetra,ondeemtrêsanosemeioninguémmorrera. Privilegiada, era como ela se sentia. Nada do que já izera a tornara certamente merecedora dos benefı́c ios que desfrutava. Sua vida nã o fora fá cil. Ningué m que vivera nos tempos da Tribulaçã o teve facilidades. O fato de ter sido obrigada a suportar tudo aquilo fora culpa sua: ouvira a mensagem e a ignorara tempo demais. Leah nã o se considerara uma opositora,masviaasimesmacomointelectual,pensadora,ponderadora. Evangelistas e amigos de idé ias evangelı́sticas haviam dito repetidamente a ela que hesitaremdecidirsignificavanarealidade"rejeição".Eladiscutira.Nãoestavadizendonão,mas ainda re letindo. Um de seus amigos bem-intencionados a avisara: nã o re lita tanto até acabar noinferno,ouserdeixadaparatrás. Leahrira.Emborativesseconsideradoseriamenteasreivindicaçõ esdeCristosobreasua vida, que ele morrera pelos seus pecados — que reconhecia serem muitos — a idé ia de vê -lo surgirnasnuvensumdia,comtamanharapidezquevocê poderiaperdê -lonumpiscardeolhos, bem...issoeraumtantodifícildeaceitar. Eentã oforadeixadaparatrá s.Leahcuidoudoassuntonamesmahora.Aseguir,enquanto vacilava espiritualmente, procurando mais, procurando a verdade, procurando respostas, ela ficoucertadequeDeusenviouRayfordeoComandoTribulaçãoparaasuavida. Estavam todos na mesma situaçã o, é claro, retardatá rios para o Reino. Mas, entre eles haviahomensdaBı́blia,estudiososdeumavidainteira,comoTsionBen-Judá ,dequemachava queaprenderamaisdoquenaescoladeenfermagem. AgoraseachavaemJerusalé m,nacasadeumanciã o.Comamigosquehaviamsetornado queridosequetinhamexperimentadocomela,deprimeiramã o,ocumprimentodaprofeciana presença do pró prio Jesus. Leah assistira pessoalmente, falara e se encontrara com ele face a face. Quandoaabraçoueachamoupelonome,dizendo-lhequantoaamava,elanã oconseguiu falar.Ele,porém,ouviuoseucoração.Estiveracomela,aconheciadesdeafundaçãodomundo, foramsuaspalavras.Estiveracomeladuranteasuavidainteira,nospontosaltosebaixos,nas crises,amando-a,esperandoporela,ansiandoencontrá-la. Leah estava tã o radiante com a presença de Jesus que nã o sabia se conseguiria suportar essesentimentomuitotempo.Enquantooutrosrecuavameescondiamorosto,fazendocaretas diantedaterrı́velrealidadedeSataná seseuslacaiossendocastigados,elanã odesviouosolhos. Aquilo,sabia,erajustiça,eelaqueriavê-la. Leahtinhasidovı́t imadeSataná sesofrerasobogovernodeNicolaeCarpathia.Tornar-se uma fugitiva internacional simplesmente por ter amado o Deus ú nico e verdadeiro e seu Filho erainconcebı́vel,umaofensaimperdoá vel.Oanticristo,habitadoporSataná s,seexaltaraacima deDeuseosentimentodecertoeerradodeLeah—cultivadomesmoantesdetornar-secristã —lhediziaqueeleteriadepagar.Quandochegouomomento,apesardetersidomedonho,ela oconsiderouadequado. Leah vira as devastaçõ es fı́sicas do pecado, o que a guerra podia fazer ao corpo humano. Quando procurava curar companheiros em agonia, nã o podia deixar de colocar a culpa no anticristo e no seu Falso Profeta. Ela nã o desviou os olhos naquela carni icina e, portanto, també m nã o fez isso quando os demô nios de Sataná s foram mortos pelas palavras de Jesus, e quando Nicolae e Leon foram enviados para o tormento eterno. E, especialmente, quando o próprioSatanásfoipresodurantemilanos. Leahaindanã oentenderaisso.EraalgoquepoderiaperguntaraEleazarquandodirigisseo grupo de estudo bı́blico naquela noite. As informaçõ es eram que os anciã os estavam todos ensinando a mesma coisa, onde quer que estivessem e com quem. Ela considerava outro privilégioteracabadonalindacasadeTibério. Os toques da falecida mã e de Naomi ainda permaneciam, mesmo depois de todo aquele tempo. O lugar tinha sido ocupado pela CG, como as outras casas de algum valor. O resultado poderia ter sido decepcionante; todavia, quando os dez deles se acomodaram, descarregando seusortimentodecarnefrescaevegetaisnacozinhagenerosa,ningué m icoumaissurpresodo que Eleazar com as condiçõ es da casa. Parecia que algué m fora encarregado de torná -la perfeitaparaapermanênciadeles. Encontraram seus quartos, com espaço su iciente para todos, e trabalharam juntos olhandoascrianças,arranjandoasmesas,preparandoarefeição.Haviamoradoefestejado,feito alimpezaeoradomaisumpouco.Jesuslhesfalaraemtrêsidiomasdiferentesaomesmotempo. Leah ajudou depois Priscilla Sebastian a colocar as crianças na cama e agora era a hora de estudar. Ela achou fascinantes os ensinamentos durante os 75 dias que se seguiram, por nunca tê los ouvido antes. O que Leah apreciava mais sobre Eleazar era a mente brilhante e inquisitiva deleecomonãofingiaconhecercoisasquenãoconhecia. — Algumas coisas — disse ele, com sua agradá vel voz de baixo profundo — sã o aparentemente incompreensı́veis, pelo menos por agora. Outras verdades sã o fascinantes quandoaspesquisamosnasEscrituras. Leah fez sua pergunta sobre a razã o do anticristo e do Falso Profeta terem sido condenadosportodaaeternidadeenquantoSatanásseriasoltonofinaldomilênio. —Aprisã odeSataná s—disseEleazar—orestringedaquiloqueelefazmelhor,é claro. Apocalipse 20.3 indica que o propó sito de Deus nessa prisã o é para que ele nã o engane mais as naçõesatéofinaldosmilanos. — Eu sei — interrompeu Leah — mas o versı́c ulo continua dizendo: "Depois disto, é necessárioqueelesejasoltopoucotempo". —FizcertavezessamesmaperguntaaoDr.TsionBen-Judá eindagueirecentementedo Dr.Rosenzweig—disseEleazar. —Nenhumdosdoistinhainteiracertezaeeutambé mnã otenho,massugeriramalgumas coisasnotáveisqueeunãohaviapercebidoegarantoquevocêtambémnãopercebeu. —Issonãomesurpreenderia—respondeuLeah. — Esta é a minha opiniã o, baseada no que aprendi. Observe deste modo: se Deus nã o permitisse a Sataná s mais uma oportunidade de enganar as naçõ es, todos os que nascerem e viverem durante o reino milenar icariam isentos da decisã o de seguir a Deus ou a Sataná s. Ao libertá-lomaisumavez,todosterãoposiçãoigualdiantedeDeus. —Interessante. — O que é , poré m, incerto é que os que rejeitarem Cristo durante o milê nio serã o todos pessoas relativamente jovens. Você vai ver quando examinarmos as Escrituras que os nascidos duranteomilê nioequenã ocon iarememCristoquando izeremcemanosserã oamaldiçoados emorrerão. —Penseiquetivesseditopessoasjovens. — Relativamente jovens. Veja bem, os que con iarem em Cristo viverã o até o im do milênio. —Entãoalguémquenascerhojeesetornarcrente,viveráatéosmilanos. —Éissomesmo. —Mas,osincrédulos,quandonasceremnesteperíodo,morrerãoaoscemanos? —Agoravocêentendeu. —Nã oseiseentendi—disseLeah.—Masé interessante.Seestiverraciocinandobem,o queSatanásterádefazernofinaldomilênioétentarorganizartodososquenasceramnamarca dos novecentos anos ou depois — que nã o se tornaram crentes — e procurar fazer com que entrememação,numúltimoesforçoparalutarcontraJesus. —Acertou. —Puxa.Ehápassagembíblicaparaisto? —Há.Vamoslê-lajuntosemIsaías65.17-25: "Poiseisqueeucrionovoscé usenovaterra;enã ohaverá lembrançadascoisaspassadas, jamais haverá memó ria delas. Mas vó s folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porqueeisquecrioparaJerusalé malegriaeparaoseupovo,regozijo.Eexultareiporcausade Jerusalé memealegrareinomeupovo,enuncamaisseouvirá nelanemvozdechoronemde clamor. Nã o haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que nã o cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado. Eles edi icarã o casas e nelas habitarã o; plantarã o vinhas e comerã o o seu fruto. Nã o edi icarã o para que outros habitem; nã o plantarã o para que outros comam; porque a longevidadedomeupovoserá comoadaá rvore,eosmeuseleitosdesfrutarã odetodoasobras dassuasprópriasmãos". Eleazarinterrompeu. — E isto que acho que está sendo dito aqui. Nã o seremos senhores subservientes e dé spotas. Iremos desfrutar pessoalmente aquilo que construirmos. O que plantarmos e colhermos será nosso e nã o para um chefe ou um governo de ocupaçã o. Continuemos agora a leitura:"Nã otrabalharã odebalde,nemterã o ilhosparaacalamidade,porquesã oaposteridade bendita do SENHOR, e os seus ilhos estarã o com eles. E será que, antes que clamem, eu responderei;estandoelesaindafalando,euosouvirei." —Jáexperimenteiisso!—disseLeah.—Vocêsnão? —Sim!—disseramoutros.—Jesusmuitasvezesrespondeaumaoraçã oantesdeelater sidofeita. —Vamoscontinuaragora—disseEleazar. "Oloboeocordeiropastarã ojuntos,eoleã ocomerá palhacomooboi;pó será acomida daserpente.Nãosefarámalnemdanoalgumemtodoomeusantomonte,dizoSENHOR." AcabeçadeRayfordgirava.Istoeranovoparaeleesupunhaqueeratambé mparaosque estavamnacasadeEleazarTibério.Malpodiaesperarparadiscutiroassuntocomalgunsdeles. Changlevantouamão. — Chaim — ele disse — Onde estã o todos que morreram antes do Arrebatamento? As pessoas do Antigo Testamento, os que creram antes da vinda de Jesus, e os que morreram duranteaTribulação?EstavamtodosnoexércitoqueapareceucomJesusnasnuvens? Chaimsentou-seesorriu. —Você levantouumaquestã ointeressante.Vamostratardistoestanoite,ouestã otodos prontos para levantar as cortinas e ver se podemos fazer de conta que está su icientemente escuroparadormirmos? Rayfordestavacansado,masnãotinhamaisinteresseemirparaacamadoqueorestante doshomens.Efoioquedisseram. — Concordo — Chaim disse. — Tudo começa com o que a Bı́blia ensina sobre o dia da ressurreição.SemprepenseiquesóhaviaumaequecoincidiacomoArrebatamento. —Eutambém. —Aoqueparece,nã oé esteocaso,poisaressurreiçã oquetevelugarnoArrebatamento foi a daqueles que a Bı́blia se refere como os "mortos em Cristo" e nã o incluı́a os santos do Antigo Testamento. Quando eles morreram, Cristo nã o tinha vindo ainda à terra. Portanto, embora tivessem sido justi icados pela fé , nã o podem ser tecnicamente referidos como "os mortos em Cristo". As ressurreiçõ es nas Escrituras sã o de duas categorias: a primeira ressurreiçã o,ouressurreiçã odavida;easegunda,aressurreiçã odojuı́z o.OEvangelhodeJoã o 5.28-29,citaaspalavrasdeJesus:"Nã ovosmaravilheisdisto,porquevemahoraemquetodos os que se acham nos tú m ulos ouvirã o a sua voz e sairã o: os que tiverem feito o bem, para a ressurreiçãodavida;eosquetiverempraticadoomal,paraaressurreiçãodojuízo". — A primeira ressurreiçã o inclui os remidos de todos os tempos, mas o momento da ressurreiçã odessaspessoasvaria,conformeforemumsantodoAntigoTestamento,umcristã o queviveuantesounahoradoArrebatamento,ouumcristã omartirizadoduranteaTribulaçã o. Todostomarã opartenaressurreiçã odavida.Aressurreiçã odojuı́z oincluirá osnã o-remidosde todas as eras e isto acontecerá no im do milê nio, durante o que a Bı́blia chama de Juı́z o do GrandeTronoBranco.Osnão-remidosserãoatiradosnolagodefogo. — Vamos ver se entendi — Rayford disse. — Os cristã os que morreram antes do ArrebatamentoforamressuscitadosporocasiãodoArrebatamento. —Certo. —QuandoserãoressuscitadosossantosdoAntigoTestamento? —Embreve.DuranteesteintervaloentreoGloriosoAparecimentoeoMilênio. —EosmártiresdaTribulação? — Ao mesmo tempo. Os santos do Antigo Testamento e os má rtires da Tribulaçã o vã o viverereinarcomCristonoreinomilenar. —Easpessoasquepassaremacrerduranteomilênio? —Serãoressuscitadasnofimdomilênio. —Emboraestejamvivas. —Certo. — E os nã o-remidos també m só serã o ressuscitados depois do milê nio, para o Juı́z o do GrandeTronoBranco. Chaimsorriu. —Vocêsabeagoratantoquantoeu. —Entã o—Rayforddisse—minhamulheremeu ilho,queforamarrebatados,estavam naqueleexércitoatrásdeJesus. —Sim. —Masminha ilhaegenro,queforammartirizadosduranteaTribulaçã o,serã oembreve ressuscitados. —Exatamente. —Vamosentãovernossosamigoseentesqueridosdentrodepoucotempo. Enoque Dumas e os membros da pequena congregaçã o de O Lugar, antes habitantes do centrodacidadedeChicago,começaramadescobrirpequenosgruposdecrentesaquieali. Os empregados do anticristo ou do seu governo, mesmo na Amé rica, haviam morrido ao ouvir as palavras saı́das da boca do Senhor; mas, era aparentemente propó sito de Deus que o milêniocomeçassecomopassadoembranco.Todososincrédulosembrevemorreriam. Ogruposereuniuelogotodostiveramamesmaidéia.DeviamvoltaraChicagopararever seuantigolocaldeencontroevercomoestavaagoraaantigacasadesegurançadoComando Tribulação,ondehaviamsidohóspedesantesdeelatersidodescoberta. Mais que tudo, eles precisavam veri icar quais as acomodaçõ es disponı́veis na cidade. Os hoté is, albergues e cortiços ainda existiam? E o distrito residencial que nã o icava distante do lugar onde trabalhavam antes de se tornarem cristã os? Se todos iam morrer, o que poderia impedirquemorassemnoshotéiscincoestrelasdocentro? Chicago havia sido considerada como contaminada pela radioatividade há anos e até os membrosdeOLugaracreditaramnisso,sentindo-seforçadosaviverdentrodecasa,nosubsolo. Quando Chloe Steele Williams os descobrira e convencera de que as leituras nucleares em Chicago eram falsas, preparadas por um espiã o do Comando Tribulaçã o no palá cio daCG em NovaBabilônia,elesfinalmenteseaventuraramasair. UmavezqueaCGdescobriuoesquema,oComandoTribulaçã oeosmembrosdeOLugar tiveram de mudar-se, depressa. Desde entã o, os operadores daCG haviam determinado que Chicagoestavaseguranovamenteeacidadecomeçaraaserreconstruı́da.Seissoeraverdade emPalosHillsenossubú rbiosqueacercavam,seriatambé maplicá velparaacidade.Enoquee seupessoalocupariamolugarpraticamentesozinhos. Enoque esperara ver os terrı́veis efeitos da carni icina mundial dos inimigos de Cristo, como vira em sua vizinhança quando o carro da CG batera no hidrante. Haveria corpos caı́dos nas ruas, sangue e pedaços de carne por toda parte? Pilhas de ossos? Nada disso. O terremoto globalforaaparentementeumtrabalhodelimpeza.Muitosarranha-cé ushaviamdesmoronado, inclusiveoPrédioStrong,ondeforaacasadesegurançadopessoaldoComandoTribulação. Até aqueles montõ es de destroços haviam sido, poré m, tã o sacudidos que simplesmente enterraramoterrordobanhodesangueentreosempregadosdeCarpathia. Enoque teve de conversar com Deus sobre o que fazer. Se apenas os crentes é que icassemnosEstadosUnidos,comaprofeciabı́blicaparecendoignoraraAmé rica,aqueleiaser umpaı́sescassamentepovoado.Osvá riosgruposdecristã ospoderiamencontrar-se,masoque fariam?Haveriaumnúmerosuficientedelesparacomeçarareconstruiropaíscomoumanação verdadeiramentecristã? Fora por isso que Deus pretendera puri icá -la dos nã o-remidos e já a tinha nivelado, tornandooplanetainteirotã oplanoquantooEstadodeIllinois?Nenhumdoscrentestrabalhara em pú blico durante anos. Quem quer que icasse responsá vel pelos serviços pú blicos em breve estariamorto.EstetalvezfosseoplanodeDeusaoreunirtodooseupovoparaestarcomJesus emIsrael. EnquantoEnoquedirigialentamentepelasruasdeChicago,Jesusfaloucomele. — Nã o tema, Enoque, pois deduziu corretamente que você e seu rebanho devem icar comigo. —Mas,Senhor,nós... —Voutransportarvocês.Nãoprecisamsepreocupar. —Quando?Oquefaremosnaquestãoderoupase...? — Olhe, Enoque, "se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançadanoforno,quantomaisavó soutros,homensdepequenafé ?Portanto,nã ovosinquieteis comodiadeamanhã ,porquevossoPaicelestialsabequenecessitaisdetodasessascoisas"(Mt 6.30). Enoquejamaisesqueceriaoolharnorostodeseugrupoquandoosreuniuelhesdisse: —VamosparaIsrael,nãomeperguntemcomo.Deusproverá. —Quando? —Issopodemperguntar.Creioqueseráamanhã. Leah icou inalmentecansadaeprontaparadormir,masqueriasaberarespeitodosjuı́z os vindouros.Haveriaaparentementevárioseosoutrostambémpareciamcuriosos. — Eu quero continuar ensinando, se você s quiserem continuar aprendendo — disse Eleazar.—Nãotenhoidéiadecomoiremosdormircomtantaluminosidade. — Hoje foi claramente o Dia do Juı́z o para Sataná s e seus tı́t eres — disse Leah. — Mas devehavermaisdeumDiadeJuízo. — Tem razã o — a irmou Eleazar. — Na verdade, haverá vá rias ocasiõ es de juı́z o, cada uma com um propó sito especı́ ico. Os Drs. Ben-Judá e Rosenzweig, e os anciã os, chegaram à conclusã o de que há diferentes juı́z os pelos pecados e obras dos crentes, santos do Antigo Testamento,santosdaTribulaçã o,judeusaindavivosno inaldaTribulaçã o,gentiosaindavivos no inaldaTribulaçã o,Sataná seosanjoscaı́dos—quevimoshoje—etodososnã o-remidosde todosostempos. — A morte de Cristo na cruz foi onde Deus colocou sobre Jesus os pecados de todos que viriam a ser cristã os. Cristo pagou pelos nossos pecados e só teremos entã o de enfrentar o tribunaldeCristoenãoqualquerdosoutrosjulgamentos.JesusdisseemJoão5.24: "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me envioutemavidaeterna,nãoentraemjuízo,maspassoudamorteparaavida". Romanos 8.1-4 diz: "Agora, pois, já nenhuma condenaçã o há para os que estã o em Cristo Jesus, porque a lei do Espı́rito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Porquantooqueforaimpossı́velà lei,noqueestavaenfermapelacarne,issofezDeusenviando oseupró prioFilhoemsemelhançadecarnepecaminosaenotocanteaopecado;e,comefeito, condenouDeus,nacarne,opecado,a imdequeopreceitodaleisecumprisseemnó s,quenã o andamossegundoacarne,massegundooEspírito". —Entã oporque—disseLeah—temosdeenfrentarotribunaldeCristoeoquesigni ica isso? — Acreditamos que o trono do juı́z o de Cristo é diferente do julgamento dos incré dulos. Paulo disse aos cristã os de Corinto, "Porque importa que todos nó s compareçamos perante o tribunaldeCristo,paraquecadaumrecebasegundoobemouomalquetiverfeitopormeiodo corpo"(2Co5.10). — Se Jesus aceitou o nosso castigo e pagou pelos nossos pecados — perguntou Naomi — emquebaseseremosjulgados? Eleazarsorriuparaafilha. —Tãomoça,porém,tãointeligente. —Pai—disseela,corando—pare. — Desculpe. Sua pergunta é boa. — Ele virou as pá ginas da Bı́blia. — Ouça o que o apóstoloPaulodeclarouaosCoríntios: "Porque ningué m pode lançar outro fundamento, alé m do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se o que algué m edi ica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira,feno,palha,manifestasetornará aobradecadaum;poisoDiaademonstrará ,porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o pró prio fogo o provará . Se permanecer a obra de algué m que sobre o fundamento edi icou, esse receberá galardã o; se a obra de algué m se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que atravésdofogo.NãosabeisquesoissantuáriodeDeusequeoEspíritodeDeushabitaemvós?Se alguémdestruirosantuáriodeDeus,Deusodestruirá;porqueosantuáriodeDeus,quesoisvós,é sagrado"(1Co3.10-17). "Nã osabeisvó squeosquecorremnoestá dio,todos,naverdade,correm,masumsó leva oprê mio?Correidetalmaneiraqueoalcanceis.Todoatletaemtudosedomina;aqueles,para alcançarumacoroacorruptı́vel;nó s,poré m,aincorruptı́vel.Assimcorrotambé meu,nã osem meta; assim luto, nã o como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidã o,paraque,tendopregadoaoutros,nã ovenhaeumesmoaserdesquali icado"(1Co 9.24-27). —Naverdade,Naomi,otribunaldeCristojá aconteceu.Eletevelugarnocé uparaquea IgrejaarrebatadacomJesuspudesseseradornadacomosuanoivaquandodescessecomeleno Glorioso Aparecimento. Apocalipse 19.7-8 diz: "Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a gló ria, porquesãochegadasasbodasdoCordeiro,cujaesposaasimesmajáseataviou,poislhefoidado vestir-sedelinho inı́ssimo,resplandecenteepuro.Porqueolinho inı́ssimosã oosatosdejustiça dossantos". —Aquelesdentrenó squepermaneceramvivosserã oembrevejulgadosporCristo,antes deiniciar-seomilênio. — Quanto a nó s, judeus, a Tribulaçã o em si foi a é poca em que Deus fez Israel passar "debaixodocajado",segundoEzequiel20.37.Deusdiz: "Separarei dentre vó s os rebeldes e os que transgrediram contra mim; da terra das suas moradaseuosfareisair,masnã oentrarã onaterradeIsrael;esabereisqueeusouoSENHOR" (Ez20.38). "Quanto a vó s outros, vó s, ó casa de Israel...: Ide, cada um sirva aos seus ı́dolos, agora e mais tarde, pois que a mim nã o me quereis ouvir; mas nã o profaneis mais o meu santo nome, com as vossas dá divas e com os vossos ı́dolos. Porque no meu santo monte, no monte alto de Israel... ali toda a casa de Israel me servirá ... Sabereis que eu sou o Senhor, quando eu vos der entrada na terra de Israel, na terra que, levantando a mã o, jurei dar a vossos pais" (Ez 20.39,40,,42). O texto de Zacarias 13 diz que dois terços de Israel seriam eliminados, mas dos querestarem,"todoIsraelserá salvo".SegundoRomanos11.26-27,"Virá deSiã ooLibertadore ele apartará de Israel as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados". —Nós,anciãos,calculamosqueentrecincoadezmilhõesdejudeusvãoentrarnomilênio. Mas, a Tribulaçã o foi també m uma é poca de juı́z o dos gentios incré dulos. Isso deve ter icado óbviopelos21juízosquevieramdocéuduranteosseteúltimosanos. GeorgeSebastianlevantouamão: —Anciã oTibé rio,TsioneChaimnosensinaramquehaveriatambé mumjulgamentodas nações,masdevoterperdidoomesmooueleaindanãoaconteceu.Doquesetrata? —Issoestá paravireprovavelmenteembreve.AsEscriturasparecemindicarqueovale criado pela divisã o do monte das Oliveiras é chamado de vale de Josafá , que signi ica "Jeová julga". A formaçã o desse vale sepultou os escombros de quase quatro mil anos de civilizaçã o e elevaidomontedasOliveirasaté Jerusalé m.Nessaá rearecentementepuri icadaparecequeo Senhor conduzirá trê s julgamentos: Restaurará a naçã o judia; julgará as ovelhas; e julgará os cabritos. —Lembro-medeterestudadoosjulgamentosdasovelhasedoscabritos—disseHannah Palemoon.Masmeesqueciquemeram. —Algunsochamamdejulgamentosemítico—disseEleazar. —Jesusvaijulgarosgentiosemrelaçã oà maneiracomotrataramoseupovoescolhido. Osquederamhonraaosjudeussãoasovelhaseosquenãoofizeramsãooscabritos. QuandoJesusmatoutodososseusinimigoscomaespadadesuaboca—aPalavradeDeus — os exé rcitos do anticristo foram dizimados em preparaçã o para o reino milenar. Em breve todososincré dulosquepermaneceram—até mesmoosquenã oreceberamamarcadabesta, masquenãoaceitaramCristo—enfrentarãotambémamorte. —SóosqueestãoaquiemIsrael,ouemtodoomundo?—perguntouMingWoo. —Emtodoomundo,tenhocerteza. —Eserãojulgadosaqui?Ouemseusprópriospaíses? — Boa pergunta. Eu nã o sei. A Bı́blia parece indicar que tudo isto acontecerá no vale de Josafá. — Pode ser entã o algum tempo antes que todos cheguem aqui. E se eles decidirem nã o vir? Eleazarsorriu. —Vocêviualguémnodiadojuízoqueparecesseterumaescolha? —Está entã odizendo—interrompeuReeWoo—queapenasoscrentessobreviverã ono milênio? — Tudo indica que sim. Pelo menos no inı́c io. Os que nascerem durante o milê nio terã o naturalmentedefazerasuaopção. PriscillaSebastianperguntou: —OGrandeTribunaldoJuízo,nofimdomilênio,é,portanto,oúltimo? —Sim. — Nã o parece que haverá muita coisa a ser julgada. As pessoas receberam Cristo como seuSalvadorounãoreceberam. —Temrazã o,masacreditamosqueDeus,porsersá bioejusto,epordesejardemonstrar até quepontooshomensemulheresestã olongedoseupadrã o,irá julgá -loscombaseemsuas pró prias obras. Como é evidente, todos vã o falhar. Isto mostrará que o castigo é merecido e, comodisse,elesserãoenviadosaolagodefogoportodaaeternidade. —Eoscabritosnojuı́z ovindouro?Paraondevã o?Elesserã ojulgadosdenovonogrande tribunaldojuízodaquiamilanos? — Sim. Por enquanto serã o enviados aohades, aparentemente um compartimento do inferno,ondeirãosofreratéojuízofinaledepoisserãolançadosnolagodefogo. —Muitotriste. — E verdade. Todavia, creio que todos esses julgamentos vã o demonstrar ao mundo inteiroajustiçaeretidãodeDeus,silenciandofinalmentetodososzombadores. Pouco antes de retirar-se para o seu quarto, Rayford pediu a George Sebastian para que fosseverKenny,esperandoqueotoquedotelefonenãotivesseacordadoascrianças. — Ele está dormindo profundo — Sebastian informou. — Priscilla icou até um pouco surpresa,porqueelenãopáradefalaremJesuseemverospaisamanhã. —Nó sexaminamostudodesdeoreinomilenaraté aressurreiçã oeosjuı́z osestanoite.E você? —Omesmo.Assuntofascinante. —Cansado,Sebastian? —Exausto.Estavabemnahora.Tinhacomeçadoapensarse icariacomfome,comsede oucansadodenovo. —Ficoucomfome?Sebastianriu. —Depoisdonossojantarestanoite,achoquenuncamaisvouterfome. —Eupossosentiraindaogostodocordeiro. —Eupossosentirogostodetudo. Rayford fechou as persianas e deitou-se de costas, puxando uma ú nica coberta sobre o corpo. A luz que iltrava pelas fendas ao redor das cortinas era tã o brilhante que ele teve de cobrirosolhosdobrandoocotovelo.ComeçouaagradeceraDeuspeloseventosqueassistira,a partirdesuaprópriacura,masantesquepudessesequermencioná-los,Jesusdisse: — Eu sei, Rayford, eu sei. Estou bem aqui e estarei sempre aqui. Nunca o deixarei nem abandonarei. —Meusangueépreciosocomoodeumcordeirosemmáculaesemmancha.Eusoualuz domundo.Aquelequemeseguenãoandaránastrevas,mastemaluzdavida. —Obrigado,Senhor. CertodequeJesusestavaali,Rayfordpassouparaosonodosjustos. CAPÍTULO20 Leahsó podiasaberqueerademanhã porcausadoorvalhonasrosasepelafriagemdoar. O tempo estava tã o claro como estivera à meia-noite, a ú ltima vez em que olhara para o reló gioantesdedormir.ElaacordaracomacertezadequedeviairaonovovaledeJosafá .Nã o havia dú vidas em sua mente. Ao tomar banho e vestir-se, sabia que nã o deveria comer nem fazerqualqueroutracoisa.Apenasir. Leah nã o tinha percebido Jesus falando com ela outra vez durante a noite ou de manhã , mas aquela convicçã o sobre o que tinha de fazer era tã o forte e persuasiva que ele poderia perfeitamentetersurgidoempessoaedadoessasinstruções. Elafoidepressaparaafrentedacasa,ondeEleazareNaomiestavamcumprimentandoos hóspedesàmedidaquesaíamdosquartos. Nenhumapalavrafoiditasobreocafé ouplanosparaodia.Leahpensouemmencionarseu impulso e perguntar como chegaria lá , mas pela isionomia de George e Priscilla Sebastian, Hannah Palemoon e Ree e Ming Woo pressentiu que eles també m estavam numa missã o que nãorequeriapalavras.Atéascrianças,BethAnneKenny,pareciamentusiasmadasempartir. Quandotodossereuniram,Kennyperguntou: —Podemosiragora? Eleazarriu,comosolhosprotuberantespiscando. —Eaondevocêgostariadeir,pequenino? —VerJesus. Leahficousurpresaporqueelenãomencionouamãeouopai.Poralgumarazão,omenino tambémestavasendotãofortementeatraídoporJesusquenadamaispareciaimportar. TodosentraramnumveículodirigidoporEleazareLeahsentoupertodosWoos. —Paraondevamos,Ming? —Nã oseiparaondeosoutrosvã o,masesperoqueoanciã oTibé rioparenumpontoem quesepossairapéparaonovovale. Eleazar, no entanto, como que atendendo ao desejo dela, foi direto para o vale. Ao descerem do carro, Leah icou pasma ao ver milhõ es e milhõ es de pessoas de todas as cores. Brancos,negros,vermelhoseamarelos,todosseguindonamesmadireção. Leah sentiu que Jesus se achava no inal daquele arco-ı́ris de humanidade e soube onde encontrá -lo no momento em que levantou os olhos para o cé u. Ele nã o estava lá , mas nã o apenas seu exé rcito celestial a cavalo, como també m dezenas de milhares de anjos que flanqueavamoscavaleirosdosladoseportrás,podiamservistos. Leah parou, já separada dos amigos. Ela simplesmente tinha de icar olhando. O cé u pareciaquaselotadodeserescelestiais,forçando-aaprotegerosolhos,masnã odeuresultado. Aluzdagló riadeCristoarodeavaemesmoportrá sdasmã oselasere letiaemseusolhos.Era comoseestivessetropeçandonadireçãodoobjetodaatençãodetodos. Leah assistira a eventos esportivos pro issionais onde as multidõ es que entravam e saı́am dos está dios eram tã o grandes que ningué m podia ver o im do povo. Esta era um milhã o de vezes maior. Quando começou a caminhar de novo, fragmentos de conversas prenderam sua atenção. —Euestavaemcasa,cuidandodemeusafazeres. —Onde? —EmJoanesbugo. —Quando? —Nemdezminutosatrás! —EuestavadormindoemMichigan! Leahseguiuoterrenolevementeonduladoaté queeleseabriunumaá reapoucoabaixode Jerusalé m e ela pô de levantar os olhos e ver a Cidade Eterna. Teve també m uma visã o do Gó lgota, o lugar do Calvá rio, que a fez perder o fô lego. Leah teve novamente de parar e icar observando. —Leah—disseJesus. —Sim,Senhor. —Quandoviromeutrono,junte-seaosqueestãoàminhadireita,suaesquerda. —Sim,Senhor. Ela voltou-se e continuou a seguir a multidã o, compreendendo que todos deveriam ter recebidoinstruçõ espessoais.Asmassasestavamsedividindo,paraadireitaeparaaesquerda, separando-se. RayfordtentoupermanecercomChaim.OshomenshaviamdeixadoacasadeRosenzweig semdesjejumeemsilêncio,comosetodossoubessemparaondedeviamir.Rayforddecidiuque, nã oobstanteoqueacontecesse,elequeria icarpertodeChaimparafazerperguntas.Osoutros deviamtertidoamesmaidéia,poisficaramtodosjuntos,apesardamultidão. Quando Jesus disse a Rayford para onde devia ir, ele foi para a esquerda sem hesitaçã o, e quando as levas de pessoas se moveram em ambas as direçõ es, o panorama diante de Rayford tornou-se subitamente claro. Diretamente abaixo e no centro, sob os vastos exé rcitos de seres celestiais, santos e anjos, havia uma grande plataforma elevada, com um trono onde Jesus estava sentado. Por trá s dele se achavam os trê s anjos de misericó rdia e de cada lado os arcanjos,MigueleGabriel. Rayfordsoubeinstintivamentequetodapessoavivanomundoseencontravanaquelevale. — Estou calculando vá rios milhares, Chaim, mas isso nã o é realmente muito comparado comonúmerodepessoasquepovoavamantesaterra. —Bempoucos—respondeuChaim,mantendo-seaoladodeRayford. — Meio bilhã o ou mais foram arrebatados há sete anos. Metade da populaçã o remanescente foi morta durante os juı́z os dos selos e das trombetas nos trê s anos e meio seguintes. Muitos mais se perderam durante os juı́z os dos lagelos e milhõ es de crentes foram martirizados.Você está provavelmenteolhandoparaapenasumquartodosqueforamdeixados apósoArrebatamentoeamaioriadelesmorreráhoje. De fato, Rayford compreendeu: os que se reuniram à direita de Jesus eram poucos em comparaçãocomosdaesquerda. Enoque estava ao volante de seu carro, na entrada de sua casa em Palos Hills, Illinois, orando. Quando terminou e abriu os olhos, estava sentado na areia em Israel com milhõ es de pessoaspassandoporele.Enoque icouempé eviuosexé rcitoscelestiais,aCidadedeDeus,eo LugardaCaveira.EJesuslhedisseparaondedeviair. —Emeurebanho,Senhor.Eles...? —Éclaroquesim,amado,vouenviá-losavocê. A manhã transcorreu até as massas encontrarem seus lugares e se acomodarem. Para Rayford,pareceuqueosqueseencontravamà esquerdadeJesusestavamintrigadosnamelhor dashipóteses,eamedrontadosnapior. Gabrielfoiparaafrentedaplataformaeestendeuosbraçospedindosilêncio. —AdoremoReidosreiseSenhordos senhores! — gritou ele e, como uma só pessoa, os milhõ esdeambososladosdotronocaı́ramdejoelhos.Numacacofoniadelinguagensedialetos elesclamaram:—JesusCristoéSenhor! Os que estavam à esquerda de Jesus começaram a icar em pé , enquanto ao redor de Rayford,todospermaneceramajoelhados. —Doisgruposdiferentesaqui,nãoé,Chaim? —Naverdadetrê s—disseohomemmaisvelho.—Aquelessã ooscabritos,lá adiante,os seguidores do anticristo que de alguma forma sobreviveram até agora. Você está entre as "ovelhas" deste lado, mas eu represento o terceiro grupo. Faço parte dos "irmã os" de Jesus, o povo escolhido de Deus que as ovelhas acolheram. Somos os judeus que entrarã o no milê nio comocrentes,porcausadepessoascomovocê. Hannah Palemoon ajoelhou-se na areia, adorando o seu Salvador. Aqueles milhõ es na multidã o à esquerda de Jesus o tinham reconhecido, mas sentia que nã o havia adoraçã o envolvida. Desdeomomentoemqueacordara,tiveraodesejo,anecessidade,deestarali.OuvirJesus falandoemseuidiomanativofoimaisdoqueelajamaispoderiatersonhadooupedido. As pessoas ao redor de Hannah começaram entã o a levantar-se e ela olhou para a plataformaparaverarazãodisso.Gabrielfezumgestoparaquesepusessemempé. Quandotodosestavamemseulugarequietos,Gabrielfalouemvozalta,dizendo: "Joã o, o revelador, escreveu: Vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, nã o julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Entã o, a cada um deles foi dada uma vestidurabranca,elhesdisseramquerepousassemaindaporpoucotempo,até quetambé mse completasse o nú m ero dos seus conservos e seus irmã os que iam ser mortos como igualmente elesforam"(Ap6.9-11). "Povos da terra, ouvi-me! Chegou a hora de vingar o sangue dos má rtires contra os que vivem na terra! Pois o Filho do Homem veio na gló ria do Pai com seus anjos e ele irá recompensarcadaumsegundoassuasobras!Comoestá escrito:Congregareitodasasnaçõ ese asfareidesceraovaledeJosafá ;ealientrareiemjuı́z ocontraelasporcausadomeupovoeda minha herança, Israel, a quem elas espalharam por entre os povos, repartindo a minha terra entre si. Lançaram sortes sobre o meu povo e deram meninos por meretrizes, e venderam meninasporvinho,quebeberam!"(JI3.2-3). Hannah icou pasma quando a massa maior, o grupo à esquerda de Jesus, caiu imediatamentedejoelhosoutravezecomeçouagritarelamentar-se:—JesusCristoé Senhor! JesusCristoéSenhor! Elaseperguntousedeveriafazeromesmo,masJesusdisse: —Hannah,euconheçooseucoração. —Obrigado,Senhor—Rayforddisse.—Euseiqueconhece. — Cleburn — Jesus disse a Mac — "Venha, bendito de meu Pai! Entre na posse do reino queestá preparadodesdeafundaçã odomundo.Porquetivefomeevocê medeudecomer;tive sede e me deu de beber; era forasteiro e me hospedou; estava nu, e me vestiu; enfermo, e me visitou;preso,efoiver-me"(Mt25.35-36). Priscilla Sebastian respondeu: — Senhor, quando foi que te vi com fome e lhe dei de comer,oucomsedeelhedeidebeber? Enoquedisse:—Quandoteviforasteiroetehospedei,ounuetevesti? Razorperguntou:—Quandotevienfermo,ounaprisãoefuiver-te? Jesusrespondeuentã oemespanhol:"Emverdadevosa irmoque,semprequeo izestesa umdestesmeuspequeninosirmãos,amimofizestes"(Mt25.40). —Obrigado,Jesus—disseRazorcurvandoacabeça.Mas,foidistraı́doporumaagitaçã o dosqueestavamà esquerdadotrono.EleolhouatempodeverJesus icarempé eandaraté a beiradadaplataforma. Com ira mesclada de tristeza, ele disse: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno,preparadoparaodiaboeseusanjos.Porquetivefome,enã omedestesdecomer;tive sede, e nã o me destes de beber; sendo forasteiro, nã o me hospedastes; estando nu, nã o me vestistes;achando-meenfermoepreso,nãofostesver-me"(Mt25.41-43). Os milhõ es começaram a gritar e suplicar: — Senhor, quando te vimos com fome, com sede,comoforasteiro,ounu,ouenfermo,ounaprisão,enãoteservimos? Jesusrespondeu:"Emverdadevosdigoque,semprequeodeixastesdefazeraumdestes maispequeninos,amimodeixastedefazer.Eirã oestesparaocastigoeterno,poré m,osjustos, paraavidaeterna"(Mt25.45-46). —Não!Não!Não! Apesar do nú m ero deles e do ruı́do de seus gritos desesperados, a voz de Jesus podia ser ouvidaacimadoalarido. "Pois assim como o Pai ressuscita e vivi ica os mortos, assim també m o Filho vivi ica aqueles a quem quer. E o Pai a ningué m julga, mas ao Filho con iou todo julgamento, a im de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. quem nã o honra o Filho nã o honra o Paiqueoenviou"(Jo5.21-23). — Nó s te honramos! Sim honramos! Tu é s o Senhor! "Em verdade, em verdade vos digo: quemouveaminhapalavraecrê naquelequemeenvioutemavidaeterna,nã oentraemjuı́z o, maspassoudamorteparaavida.Elhedeuautoridadeparajulgar,porqueé oFilhodohomem" (vv.26,27). "Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juı́z o é justo, porquenãoprocuroaminhaprópriavontade,esimadaquelequemeenviou"(v.30). —JesuséoSenhor!—oscondenadosgritaram.—JesuséoSenhor! Gabrieladiantou-se,enquantoJesusvoltavaaotrono. —Silêncio!—ordenouGabriel.—Asuahorachegou! Rayfordassistiuhorrorizado,apesardesaberoqueestavaparavir,enquantoos"cabritos" à esquerda de Jesus batiam no peito e caı́am lamentando-se no chã o do deserto, rangendo os dentes e arrancando os cabelos. Jesus simplesmente levantou a mã o alguns centı́m etros e um abismoabriu-senaterra,estendendo-seapontodeengolirtodoseles.Elestombaram,uivandoe gritando de terror, mas suas vozes em breve se calaram e tudo icou silencioso quando a terra fechou-seoutravez. TodosnaplataformavoltaramaosseuslugareseJesusdissedotrono:"Comopensei,assim sucederá,e,comodeterminei,assimseefetuará"(Is14.24). —Impressionante—disseChaim. —Oquê?—perguntouRayford. —Conheçoesseversı́c ulo,mas,penseumpoucosobreele.Oqueelesimplesmentepensa aconteceeoquedeterminasucede. Rayford estava esgotado ao pensar onde todos os "cabritos" e os "irmã os" se achavam. Apesar de todo horror que testemunhara durante a Tribulaçã o e o Glorioso Aparecimento, a morteecastigoeternodemilhõesaomesmotempodominavamtudoomais. —Eusei,Rayford—disseJesus.—Agora,descanse.Eulhedouaminhapaz;nã ocomoa dá omundo.Nã oseperturbeoseucoraçã o,nemseatemorize.Ouçaagoraenquantomeuservo oconsola. Gabrielavançounovamente.Eledisse,"JesusCristo,nossoSenhor,oqual,segundoacarne, veio da descendê ncia de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espı́rito de santidadepelaressurreiçãodosmortos"(Rm1.3,4). "Pormeiodelerecebestesgraça.Soistambé moschamadosdeJesusCristo;graçaepaza vó s outros da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Visto que a justiça de Deus se revelanoevangelho,deféemfé,comoestáescrito:Ojustoviveráporfé"(Rm1.17). "AiradeDeussereveladocé ucontratodaimpiedadeeperversã odoshomensquedetê m a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porqueDeuslhesmanifestou"(Rm1.18,19). "Porque os atributos de Deus, assim o seu eterno poder, como també m a sua pró pria divindade, claramente se reconhecem, desde o princı́pio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram criadas. Tais homens sã o, por isso, indesculpá veis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, nã o o glori icaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus pró prios raciocı́nios, obscurecendo-se- lhes o coraçã o insensato. Inculcando-se por sá bios, tornaram-se loucos e mudaram a gló ria do Deus incorruptı́vel em semelhançadaimagemdehomemcorruptível,bemcomodeaves,quadrúpedeserépteis. Por isso, Deus entregou tais homens à imundı́c ia, pelas concupiscê ncias de seu pró prio coraçã o, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o que é bendito eternamente. Amém"(vv.20-25). —Amém!—gritouaassembléiareunida. — Os que foram lançados nas trevas e esperam o Juı́z o do Grande Trono Branco daqui a milanosforamsemdúvidaindesculpáveis.DeusenviouseuEspíritoSantonodiadePentecostes, alé m dos dois pregadores do cé u que proclamaram o seu evangelho durante trê s anos e meio; enviou també m as 144.000 testemunhas das doze tribos. Avisos constantes e atos de misericó rdiaforamestendidosà quelesquecontinuaramaamarasimesmosemvezdeamara Deus. Rayfordcompreendeuquetodososquehaviamsidodeixadoseramcrentes,adoradoresde Cristoequeeleseachavaentreosqueiriampovoaromilênio. Gabriel gesticulou para que eles se sentassem. Quando todos sentaram, ele sorriu largamenteepronunciouemvozalta: "Bem-aventuradoesantoé aquelequetempartenaprimeiraressurreiçã o;sobreessesa segunda morte nã o tem autoridade; pelo contrá rio, serã o sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarãocomeleosmilanos"(Ap20.6). "OTodo-poderoso,oSenhorDeus,falouechamouaterradesdeonascerdosolaté oseu ocaso. De Siã o, a perfeiçã o da beleza, Deus irá brilhar. Nosso Deus chegou e nã o se manterá silencioso; chamará aos cé us do alto e à terra, para que possa julgar o seu povo!" [Traduçã o livre] ComissoJesuslevantou-seeGabrielfoi icaratrá sdotronocomosoutrosanjos.Jesusfalou então: — Reú nam os meus santos, os que izeram uma aliança comigo por meio de sacrifı́c io. Venham! De toda parte, da terra e de alé m das nuvens, vieram as almas daqueles que haviam morrido na fé , a quem Chaim e Tsion haviam com freqü ência referido como os "mortos crentes",equeRayfordviaagoraqueincluı́amopró prioTsion—commuitosoutrosamigose entesqueridosdele. Todos foram reunidos ao redor do trono, entre Jesus e a assemblé ia dos santos da tribulaçã o. Estavam vestidos de mantos brancos, brilhantes e imaculados. Rayford procurou Chloe e Buck, Tsion e Albie, Bruce Barnes, Amanda, Hattie, Ken, Steve e o resto, mas havia gentedemais. Jesus começou honrando os santos do Antigo Testamento, aqueles de quem Rayford só ouvirafalarouleraarespeito.Emlugardefazercomo izeranasaudiê nciasindividuaiscomos santosdatribulaçã o—dandosobrenaturalmenteaelestudonoquepareciaseruminstante— Jesusdeudestavezaosespectadoressuaforçaepaciência. A cerimô nia deve ter durado dias, Rayford eventualmente decidiu, mas ele nã o sentia fome nem sede, nem fadiga, nem sequer uma dor ou cã ibra por estar sentado tanto tempo na areia. Alegrou-se todo o tempo, sabendo que quando Jesus terminasse com os santos do Antigo Testamento,elechamariaosmártiresdatribulação. Esperar para reconhecer seus amigos e entes queridos, seria o mesmo que esperar que o nomedeChloefossechamadoquandoelaseformounaescolasecundá ria,masareuniã odepois valeriaapena. Abdullah icou vendo e ouvindo tudo. Ele olhava para o reló gio a cada poucas horas e compreendeu como fora longo o tempo necessá rio para cobrir todos os santos do Antigo Testamento.Haviamuitosdosquaisnuncaouvirafalar—ounã otinhaestudadoosu icienteou setratavadaquelescujasobrasnãotinhamsidoregistradas.Deus,porém,sabia. Ele conhecia os coraçõ es deles, o seu sacrifı́c io, a sua fé . Um a um Jesus os honrou, enquanto os abraçava e eles se ajoelhavam a seus pé s. E ele disse: "Muito bem, servo bom e fiel". Enoque Dumas se alegrou com o privilé gio. Sentiu-se completamente fascinado com os nomes sobre os quais havia lido e estudado. Ficou atento quando Jesus disse a respeito de Abel, ilho de Adã o, "Pela fé , você ofereceu a Deus mais excelente sacrifı́c io do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovaçã o de Deus quanto à s suas ofertas. Por meio dela,tambémmesmodepoisdemorto,[suavida]aindafala"(Hb11.4). Enoque icou embevecido por poder inalmente ver esses homens e mulheres famosos. A medidaqueseaproximavamdeJesus,umaum,eledisse:"Semfé é impossı́velagradaraDeus, porquantoé necessá rioqueaquelequeseaproximadeDeuscreiaqueeleexisteequesetorna galardoadordosqueobuscam"(Hb11.6). Ali estava Noé , ajoelhando-se humildemente, recebendo o seu galardã o. Jesus declarou, "Pela fé , divinamente instruı́do acerca de acontecimentos que ainda nã o se viam e sendo temente a Deus, você aparelhou uma arca para a salvaçã o de sua casa; pela qual condenou o mundoesetornouherdeirodajustiçaquevemdafé"(Hb11.7). Horas depois, todos pareceram icar atentos quando chegou a vez de Abraã o. Jesus se dirigiu a ele: "Pela fé , quando chamado, você obedeceu, a im de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia. Pela fé , peregrinou na terra da promessa comoemterraalheia,habitandoemtendascomIsaqueeJacó , herdeiroscomvocê damesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador"(Hb11.8-10). Saraestavalogoatrá sdeAbraã oeJesuslhedisse:"Pelafé ,també m,você recebeupoder parasermã e,nã oobstanteoavançadodesuaidade,poistevepor ielaquelequelhehaviafeito a promessa. Por isso, també m de um, aliá s já amortecido, saiu uma posteridade tã o numerosa comoasestrelasdocéueinumerávelcomoaareiaqueestánapraiadomar"(Hb11.11-12). Jesusdirigiu-seemseguidaaosespectadores:"Todosestesmorreramnafé ,semterobtido aspromessas;vendo-as,poré m,delonge,esaudando-as,econfessandoqueeramestrangeirose peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo, manifestam estar procurando uma pátria.E,se,naverdade,selembrassemdaqueladeondesaíram,teriamoportunidadedevoltar. Mas, agora, aspiram a uma pá tria superior, isto é , celestial. Por isso, Deus nã o se envergonha deles,deserchamadooseuDeus,porquantolhespreparouumacidade.Pelafé ,Abraã o,quando postoàprova,ofereceuIsaque;estavamesmoparasacrificaroseuunigênitoaquelequeacolheu alegrementeaspromessas,aquemsetinhadito:EmIsaqueserá chamadaatuadescendê ncia; porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá -lo dentre os mortos" (vv. 11.1319). Mais tarde, Jacó aproximou-se do trono e Jesus disse a ele: "Pela fé , quando estava para morrer,vocêabençooucadaumdosfilhosdeJosée,apoiadosobreaextremidadedoseubordão, adorou"(v.21). Atrá s dele, José . Jesus lhe disse: "Pela fé , pró ximo do seu im, você fez mençã o do ê xodo dosfilhosdeIsrael,bemcomodeuordensquantoaosseusprópriosossos"(v.22). AoredordeEnoque,osjudeuscomeçaramaselevantar.Embreve,todosestavamempé . Opró prioMoisé sestavaajoelhadoaospé sdeJesuscomumhomemeumamulher.OSenhoros abraçou e disse: "Muito bem, servos bons e ié is, você s ocultaram seu ilho recé m-nascido durante trê s meses, porque viram que a criança era formosa; també m nã o icaram amedrontadospelodecretodorei"(v.23). Dissetambé maMoisé s,"Pelafé ,quandojá homemfeito,você recusouserchamado ilho da ilha de faraó , preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitóriosdopecado;porquantoconsiderouoopróbriodeCristopormaioresriquezasdoqueos tesouros do Egito, porque contemplava o galardã o. Pela fé , abandonou o Egito, nã o icando amedrontado com a có lera do rei; antes, permaneceu irme como quem vê aquele que é invisı́vel.Pelafé ,celebrouaPá scoaeoderramamentodosangue,pairaqueoexterminadornã o tocasse nos primogê nitos dos israelitas. Pela fé atravessaram o mar Vermelho como por terra seca; tentando-os os egı́pcios, foram tragados de todo" (vv. 24-29). Uma mulher ajoelhou-se diantedeJesus.Eledisse:"Pelafé ,Raabe,você nã ofoidestruı́dacomosdesobedientes,porque acolheucompazaosespias"(v.31). DepoisdeLeahtervistotodososheró isdoAntigoTestamento,inclusiveGideã o,Baraque, Sansã o e Jefté , també m Davi, Samuel e os profetas, ela sentiu-se como se já estivesse no cé u. Jesus icou em pé e a irmou: "Esses, por meio da fé , subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiverampromessas,fecharamabocadeleõ es,extinguiramaviolê nciadofogo,escaparamao io da espada, da fraqueza tiraram força, izeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitosdeestrangeiros.Mulheresreceberam,pelaressurreição,osseusmortos" "Algunsforamtorturados,nã oaceitandoseuresgate,paraobteremsuperiorressurreiçã o; outros,porsuavez,passarampelaprovadeescá rnioseaçoites,sim,até dealgemaseprisõ es. Foramapedrejados,provados,serradospelomeio,mortosa iodeespada;andaramperegrinos, vestidosdepelesdeovelhasedecabras,necessitados,a ligidos,maltratados(homensdosquais o mundo nã o era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra.Ora,todosestesobtiverambomtestemunhoporsuafé"(vv.33-39). CAPÍTULO21 OspensamentosdeRayfordSteeleestavamemumamulherqueelenã oviahaviamaisde sete anos. Qual seria a aparê ncia de Irene em seu corpo glori icado? 0 que eles diriam um ao outro? Ela estivera consciente dele todo esse tempo, observando, sabendo o que ele fazia? Saberiaquesetornaracristão? —Vocêjánotouháquantotempoestamosaqui?—eledisse.Chaimolhounorelógio. —Dias.Contudo,parecemenosdeumahora.Você sabe,é imprová velqueJesusvá tratar os santos da Tribulaçã o e os má rtires do mesmo jeito que tratou os santos do Antigo Testamento. —Porquê? —Penseumpouco.Levariaanos. —Quantoshá? —Maisde100milhões,sódemártires. —Comopodetercerteza? —LioLivro.Apocalipsedizqueosmá rtiressobotrono,quehaviamsaı́dodaTribulaçã o, constituemumamultidãoqueninguémpodecontar. —Entãocomovocêestádizendo?... —Fiquecomigo.OLivroserefereantesaoscavaleirosdemoníacos,lembra-se? —Nãomepergunte. — Ele se refere a 200 milhõ es deles, evidentemente uma multidã o quepode ser numerada.Portanto,sehátantosmártiresquenãopodemsercontados,quantosdevehaver? Mac tentou imaginar como ele se sentiria, antes do Glorioso Aparecimento, se icasse sentado no deserto todo aquele tempo sem comida, á gua, ou sono.Estes velhos ossos teriam secadoesidosopradosparalonge. Ele lembrou-se de que quando era criança, icara preocupado com a vida apó s a morte. Seusamigos,amaioriadeles,eramdaigrejaefalavamdemorrereirparaocé ucomosefosse algocerto. Ele lembrou-se de que quando era criança, icara preocupado com a vida apó s a morte. Seusamigos,amaioriadeles,eramdaigrejaefalavamdemorrereirparaocé ucomosefosse algocerto. — Está bem — dissera ele — mas o que vamosfazer lá ? — Sua idé ia de cé u eram fantasmasderoupasbrancascomhalos,sentadosnasnuvensetocandoharpas. Seusamigosapenasencolhiamosombros,respondendo: —Melhorládoquenoinferno. Elenã otiveratantacerteza.Seustiossemprebrincavamsobrequererirparaoinferno— porqueéláquetodososnossosamigosvãoestar. Nã oé necessá riodizerqueMacestavaagradecidoporterevitadooinferno.Eseocé uera tãofascinantequantoaqueleintervaloantesdomilênio,iasermuitomaisquesatisfatório. —Podeserumpoucotardeparaperguntaristo,Chaim—Rayfordfalou—masquetipo derelacionamentovoutercomIreneagora?EcomAmanda?Seiqueessefoiotipodepergunta que os fariseus izeram a Jesus quando estavam procurando apanhá -lo em erro, mas preciso sinceramentesaber. —Tudoquepossodizeravocê é oqueJesusdisse:"Porque,naressurreiçã o,nemcasam, nem se dã o em casamento; sã o, poré m, como os anjos no cé u" (Mt 22.30). Mas, os que sã o contadosdignosdechegaraessaera—signi icandoesteperı́ododetempoemqueestamos— e à ressurreiçã o dos mortos, nem se casam, nem se dã o em casamento. Nã o posso tornar as coisasmaisclarasdoqueisso. —Entãosóaspessoasquechegaremvivasaomilênioirãocasar-seeterfilhos. —Parecequesim. RayfordqueriatambémencontrarosseusheróisdoAntigoTestamento. —Nósvamosinteragircomeles,nãovamos? —Claroquesim—respondeuChaim.EmMateus8.11,Jesusdiz:"Muitosvirã odooriente edoocidenteetomarãolugaresàmesacomAbraão,IsaqueeJacónoreinodoscéus". Naquele momento, poré m, os santos do Antigo Testamento nã o estavam se misturando. Elestambé msetornaramespectadores,porqueamultidã oqueningué mpoderiacontarestava enfileiradadiantedotrono,esperandoosseusgalardões. —OsqueforammortosportestemunharemafavordeJesus—disseChaim—oqueinclui praticamentetodososcrentesquemorreramduranteaTribulaçã o,serã ohonrados.Mas,osque forammartirizadosreceberãoumacoroaespecial. Gabrieladiantou-senovamenteeanunciou:"Viaindaaalmadosdecapitadosporcausado testemunhodeJesus,bemcomoporcausadapalavradeDeus,tantosquantosnã oadorarama besta,nemtampoucoasuaimagem,enã oreceberamamarcanafronteenamã o;eviverame reinaramcomCristodurantemilanos"(Ap20.4). Oraciocı́niodeChaimmostrousercorreto.DealgumaformaoSenhorarranjouparaque só aquelesqueconheciamcadasantodaTribulaçã oassistissemà entregadarecompensadeles. Portanto,emvezdeRayfordterdeesperartodoodesenrolardacerimô niaparaverumamigo ou ente querido, no momento em que as festividades começaram, Bruce Barnes aproximou-se dotrono. — Bruce! — gritou Rayford, incapaz de controlar-se, levantando-se e aplaudindo. A sua voltaoutrosfaziamomesmo,maschamavamoutrosnomes.—TiaMarge!Papai!Vovó! Dadistâ nciaemqueseachava,Rayfordsó podiadizerqueBrucenã opareciamudado.E claroquenuncaoviranummantobrancoenã otinhaidé iadecomoseriaumcorpoglori icado, masRayfordmalpodiaesperarparavê-lofaceaface. Em breve ele viu Loretta, a secretá ria de Bruce, que morrera no primeiro terremoto mundial. AseguirveioAmanda,asegundamulherdeRayford. EleviuoDr.FloydCharles,quetrabalharacomoComandoTribulaçã o.EDavidHassid,o primeiroespiã onoPalá ciodaComunidadeMundial,queforabaleadoemortoemPetra,pouco antesdachegadadoremanescente. T. Delanty estava lá e o amá vel Lukas Miklos e sua esposa, que receberam a coroa de má rtirportersuportadoaguilhotina.EmbrevesurgiuKenRitz,quelevaraumtironacabeça daCGnumatentativadefuga. Quelembranças!Comoseriabomfalardopassado.JesushonrouKen,mencionandocomo eleusaraamenteeashabilidadesquelheforamdadasporDeusparafrustrarcomfreqü ênciaos esforçosdoinimigoeencorajarosirmãoseirmãsemCristo. Rayfordsentiu-semelancó licoaoverHattieDurhamabraçandoJesus.Comoeleausarae quasedesistiradela,masquesantavalenteelasetornarano inal.QuandoHattieajoelhou-se,o arcanjoMiguelestendeuumatiaradecristalaJesus,queelecolocouemsuacabeça. —Minha ilha—disse—você foimartirizadapeloseutestemunhoameurespeitodiante doanticristoedoFalsoProfeta,usará entã oestatiaraportodaaeternidade.Muitobem,serva boaefiel! Lá estava també m Annie Christopher, que trabalhara secretamente no palá cio da CG. Steve Plank, ex-chefe de Buck Williams, julgado morto no terremoto da ira do Cordeiro, mas quevoltouaservirsecretamentecomoumoperadordaCGsobonomedePinkertonStephens. —Você foimortoà espadaporminhacausa—disseJesus—emanteveoseutestemunho atéofim.Useestacoroaportodaaeternidade. Albieapareceu,ovelhoamigoefielcompatriotadeRayford. Finalmente vieram Chloe, Buck logo depois dela, e Tsion. Rayford continuou gritando e batendo palmas enquanto sua ilha, genro e mentor espiritual receberam seumuito bem, seu abraçoesuacoroademá rtir.Todooexé rcitocelestialaplaudiucadamá rtir,masCalebe,um dosanjosdemisericó rdia,saiudetrá sdotronoparaabraçarChloe.Rayfordteriadeperguntarà filhasobreisso. Jesusdissecomrelaçãoaela: —Você també msofreuaguilhotinaporcausadomeunome,falandoousadamenteameu favoratéofim.Useistoportodaaeternidade. DissetambémaBuck: —Você esuamulherperderamum ilhoporminhacausa,maseleserá devolvidoavocê s e serã o recompensados cem vezes mais. Irã o desfrutar o amor dos ilhos de outros durante o reinomilenar. Jesus tomou mais tempo com Tsion Ben-Judá , louvando-o por "sua proclamaçã o mundial ousadademimcomooMessiasqueseupovoesperavahá tantotempo,aperdadesuafamı́lia —quelheserá restaurada—suapregaçã o ieldemeuevangelhoamilhõ esaoredordomundo, esuadefesadeJerusalé maté omomentodesuamorte.Milhõ essemcontasejuntaramamim noreinoporcausadeseutestemunhoatéofim". Rayford apreciou as boas-vindas de Jesus a dezenas de outros cujos nomes ele esquecera, crentes ocultos em vá rios paı́ses que haviam trabalhado por meio da Cooperativa, recebido pessoasdoComandoTribulação,esacrificadosuasvidasemdefesadoevangelho. Só pela obra milagrosa de Deus por meio de Jesus, as homenagens a mais de 200 milhõ es demá rtiresesantosdaTribulaçã oterminaramrepentinamente.Jesus icounabeiradadavasta plataformaeestendeuosbraçoscomoparaabrangeraenormemultidãodealmas,amaiorcom corposglorificados,orestantesimplesmortaisquehaviamsobrevividoàTribulação. "ProclamareiodecretodoSenhor:Elemedisse:Tué smeuFilho,eu,hoje,tegerei.Pedeme,eeutedareiasnaçõ esporherançaeasextremidadesdaterraportuapossessã o.Comvara deferroasregeráseasdespedaçaráscomoumvasodeoleiro. "Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juı́z es da terra. Servi ao Senhor comtemorealegrai-vosnelecomtremor.Beijaio ilhoparaquenã oseirrite,enã opereçaisno caminho;porquedentroempoucoselhein lamará aira.Bem-aventuradostodososquenelese refugiam"(Sl2.7-12). —Bem-vindostodosaoreinoquelhespreparei.Rayford,bem-vindo. —Obrigado,Senhor. Como as pessoas conseguiam se encontrar naquela enorme massa de almas já era um milagreemsi.Rayfordviu Chaim quase voando na direçã o de Tsion, que já estava sendo abraçado pela mulher e pelosfilhos.AlbieeMacestavamrindo,gritandoeseabraçando. ViuemseguidaBuckeChloecorrendoparaKennyquecorriaparaeles. Eaparentementevindadonada,IrenesurgiujuntoaocotovelodeRayford.Umacoisaela podiadizerquantoaocorpoglori icado:elapareciaamesma,comosenã otivesseenvelhecido. Nãohavia,porém,meiosdeelapoderdizeramesmacoisasobreele. —Oi,Rafe—falouIrenesorrindo. — Irene — disse ele, abraçando-a. — Você tem permissã o para dizer um eu-avisei cósmico. — Oh! Rayford — ela recuou como se para vê -lo melhor. -Fiquei tã o grata por você ter encontradoJesusetã ofelizpelasmuitasalmasqueestã oaquiporcausadoquevocê ,Chloeeos outrosfizeram.—Elaolhouparaalémdele. —Raymie—disse—venhaaqui. Rayfordvoltou-seealiestavaseufilho.Eleolevantou,dando-lheumapertadoabraço. —Atévocêsabiaaverdadequeeunãosabia—disse. —Vocênãoimaginacomoébomvê-loaqui,papai. RayfordapontouparaBuck,ChloeeKenny: —Vocêsabequeméaqueleali? —Éclaro—exclamouIrene.—Émeuneto—seusobrinho,Raymie. Eles se aproximaram timidamente, mas foi Buck quem quebrou o gelo enquanto Chloe abraçavaospais. — Tã o bom conhecê -la inalmente — disse ele, apertando a mã o da sogra. — Ouvi falar tantodevocê. Kennypareciafascinadoporterumtioverdadeiroetãojovem. Enquanto riam, se abraçavam e louvavam a Deus um pelo outro e pela sua salvaçã o, AmandaWhiteSteeleaproximou-se. —Rayford—disseela.—Irene. — Amanda — respondeu Irene, puxando-a para perto de si. — Você acredita que orei a seufavormesmodepoisdetersidoarrebatada? —Deucerto. —Seiquedeu.VocêeRafeforamfelizesporalgumtempo. —Tinhatantomedodequeesteencontrofossedifícil—exclamouRayford. — De modo algum — disse Irene. — Nã o me ressenti por você ter uma esposa e companheira. Fiquei feliz porque ambos aceitaram Jesus. Vã o descobrir que ele é tudo que importaagora. — E eu — disse Amanda — estou felicı́ssima porque você conseguiu atravessar a Tribulaçã o,Rayford.—Elavoltou-seentã oparaIreneetocou-lheobraço.—Você sabe,oseu testemunhoecaráterforamasrazõesparaeuteraceitadooSenhor. —Seiquedisseisso,masnã omelembravadetercausadoqualquerimpressã omaisforte avocê. —Nãoachoquetentou,apenasfoioquefez. Rayfordsentiuquesuafamíliaiamanterumrelacionamentounidoeafetuosodurantetodo o milê nio. Ele ainda nã o entendia tudo, na verdade bem pouco. Mas, tinha de concordar com Irene: Jesus era tudo que importava agora. Nã o haveria ciú m es, inveja, ou pecado. Sua maior alegriaseriaservireadoraroSenhor,queoschamaraparasi. Enquanto Buck e Chloe continuavam a conversar com Irene e Amanda, Rayford tomou Raymiedeempréstimo. — Há tanta gente que quero ver, ilho. Você precisa conhecer todos. Nó s só temos mil anos. EPÍLOGO "Depoisdisto,énecessárioqueele[Satanás]sejasoltopoucotempo” –Apocalipse20.3 Jerry B. Jenkins (www.jerryjenkins.com) é o autordasé rieDeixadosparaTrás e de mais de 100 livros, quatro dos quais iguraram na lista de mais vendidos do New York Times. Foi vice-presidente da divisã o editorial do Instituto Bı́blico Moody de Chicago e trabalhou muitos anos como editor da Moody Magazine, com a qual colabora até hoje. Escreveu artigos para vá rias publicaçõ es, tais como Reader's Digest, Parade, revistas de bordo e numerosos perió dicos cristã os. Seus livros abrangem quatro gê neros literá rios: biogra ias, obras sobre casamento e famı́lia, icçã o para crianças e icçã o para adultos. Dentre outras, Jenkins colaborou nas biogra ias de Hank Aaron, Bill Gaither, Luis Palau, Walter Payton, Orei Hershiser, Nolan Ryan,BrettButlereBillyGraham. Cinco de seus romances apocalı́pticos — Deixados para Trás, Comando Tubulação, Nicolae, A Colheita e Apoliom — constaram da lista dos mais vendidos da Associaçã o Cristã de Livreiros e do semaná rio religioso PublishersWeekly.DeixadosparaTrásfoiindicadoparareceberoprê miodeRomancedoAno, pelaAssociaçãodasEditorasCristãsEvangélicas,em1997e1998. Como autor e conferencista de assuntos relacionados ao casamento e à famı́lia, Jenkins tem participado com freqü ência do programa de rá dio do Dr. James Dobson, Focus on lhe Family (A FamíliaemFoco). Jerrytambé mé oautordastirascô m icasGilThorp, distribuı́das aos jornais dos Estados Unidos porTribuneMediaServices. Elemoracomsuaesposa,Dianna,noColorado. Convites para conferê ncias podem ser feitos pela Internet no seguinte endereço: [email protected]. O Dr. Tim LaHaye, que idealizou o projeto de romancear o Arrebatamento e a Tribulaçã o, é autor famoso, ministro do evangelho, conselheiro, comentarista de televisã o e palestrante de temas sobre vida familiar e profecias bı́blicas. E fundador e presidente do Family Life Seminars (Seminá rios sobre a Vida Familiar) e també m fundador do The PreTrib Research Center (Centro de Pesquisas do Perı́odo Pré -Tribulaçã o). Atualmente, o Dr. LaHaye faz palestras sobre profecias bı́blicas nosEstadosUnidosenoCanadá ,ondeseussete livrossobreprofeciasfazemmuitosucesso. ODr.LaHayeé formadopelaUniversidadeBob Jones, com mestrado e doutorado em ministé rio pelo Western Conservative Theological Seminary (Seminá rio Teoló gico Conservador do Oeste). Durante 25 anos, foi pastor de uma das mais pró speras igrejas dos Estados Unidos, em San Diego, a qual se expandiu para outras trê s localidades. Nesse perı́odo, fundou duas escolas cristã s de ensino mé dio reconhecidas pelo governo, um sistema deescolascristã scompostodedezestabelecimentoseaChristianHeritageCollege(Faculdade HerançaCristã). ODr.LaHayeescreveumaisde40livros,commaisde11milhõ esdeexemplaresimpressosem 32 idiomas, abordando uma ampla variedade de assuntos, tais como vida familiar, estados de humor e profecias bı́blicas. Estas obras de icçã o, escritas em parceria com Jerry Jenkins — Deixados para Trás, Comando Tribulação, Nicolae, A Colheita e Apoliom —, alcançaram o primeiro lugar na lista dos livros cristã os mais vendidos. Outras obras escritas por ele: Temperamento Controlado pelo Espírito; Como Ser Feliz Mesmo Sendo Casado; Revelation, Illustrated and Made Plain (O Apocalipse Ilustrado e Simpli icado);Como Estudar Sozinho as Profecias Bíblicas; Um Homem Chamado Jesus eEstamosVivendoosÚltimosDias? — publicados pela Editora United Press —,No Fear of the Storm: Why Christians Will Escape Ali the Tribulation (Sem Medo da Tempestade: Por Que os Cristã os Escaparã o do Perı́odo da Tribulação);eDeixadosparaTrás—SérieTeen. ODr.LaHayeé paidequatro ilhosetemnovenetos.Gostamuitodeesquiarnaneveenaá gua, demotociclismo,degolfe,defériascomafamíliaedecaminhadas. EsteePub teve como base a digitalizaçã o emDoc feitaporSandraparaogrupoSemeadoresdaPalavra. Para esta formaçã o peguei como inspiraçã o a ediçã o norte-americana mais recente, alé m da formataçã o, iz a capa e a imagem utilizada na pá gina comoslivrosdasérie. Maiode2014 LeYtor {*}Refere-seàobesafiguradoSeriadoOZorro,interpretadooriginalmenteporHenryCalvin.