ALEITAMENTO MATERNO Dra Enf Nara Borges Ferreira Especialista em Queimaduras, Enfermagem do Trabalho, Obstetrícia, Administração Hospitalar, PSF e Saúde Pública VANTAGENS PARA O BEBÊ: - É o mais completo alimento para o bebê até o 6º mês de vida,atende às necessidades nutricionais e metabólicas ideal pra o sistema gastrintestinal e renal em amadurecimento - Fácil digestão. - Protege o bebê contra doenças como: diarréia, resfriados, infecções urinárias e respiratórias, alergias , a medida que contém todas as substâncias necessárias para bem nutri-la e imunizá-la. - Previne as alterações estruturais e funcionais da face, promovendo o desenvolvimento harmônico dessa respectiva musculatura, promovendo melhor flexibilidade na articulação das estruturas que participam da fala • Diminui a probabilidade de desencadeamento de processos alérgicos, pelo retardo da introdução de proteínas heterólogas existentes no leite de vaca • Facilita a eliminação do mecônio e diminui o risco de icterícia • Melhor resposta às vacinações e capacidade de combater doenças mais rapidamente • Diminui a taxa de desnutrição proteicocalórica diminuindo os índices de mortalidade infantil • Estimula o padrão respiratório nasal no bebê, facilitando a oxigenação de suas estruturas faciais. • Desenvolve e fortalece a musculatura da boca da criança, melhorando o desempenho das funções de sucção, mastigação, deglutição e fonação (fala). • É uma forma muito especial e fortalecedora do relacionamento entre mãe e filho, que transmite segurança, carinho e amor ao bebê. • Previne maus tratos • Favorece um bom desenvolvimento físico e mental da criança e, consequentemente, estabilidade emocional e maior adaptação nas etapas da vida. PARA A MÃE: • Em geral, o corpo retorna ao normal mais rapidamente, contribuindo para o retorno mais rápido ao peso pré-gestacional • Previne anemia • Método contraceptivo • Ajuda a prevenir hemorragia pós parto • Diminui o tempo em que o útero e o volume do seio costumam levar para voltar ao tamanho normal • Aumenta o vínculo afetivo mãe-bebê • Reduz rico de câncer de mama e ovário • Pode prevenir a osteoporoseRemineralização óssea • Proteção contra diabete tipo 2 • Além disso, não custa nada, é de fácil aquisição, a temperatura ideal, estando livre de contaminações externas e pronto para consumo VANTAGENS PARA A FAMÍLIA E SOCIEDADE • Não tem custo • Limpo e sem micróbios • Pronto e em temperatura certa • Diminui custos de internações por diarréias, problemas respiratórios... • Economia qto ao uso de gás • Diminui o absenteísmo dos pais ao trabalho, pois a cça será mais saudável • Evita mortes infantis – pobres? • Evita diarréia- águas e chás? • Evita infecção respiratória –otites? • Diminui o risco de alergias- leite de vaca? • Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes- leite de vaca /DM tipo1? • Reduz a chance de obesidade • Melhor nutrição • Efeito positivo na inteligência • Melhor desenvolvimento da cavidade bucal • Proteção contra câncer de mama • Evita nova gravidez • Menores custos financeiros • Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho • Melhor qualidade de vida TIPOS DE ALEITAMENTO MATERNO Aleitamento Materno • Recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. Aleitamento materno exclusivo: Somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos Aleitamento materno predominante Além do leite materno recebe água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluídos rituais. Aleitamento materno complementado • Criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. • Nessa categoria a criança pode receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar. Aleitamento materno misto ou parcial • Criança recebe leite materno e outros tipos de leite. CAUSAS DE DESMAME PRECOCE • Fatores sócio- econômicos e culturais • Falta de conhecimento sobre o processo da lactação • Uso de bicos, mamadeiras e chupetas • Temores, crendices e inseguranças Prejuízos à saúde da criança com a introdução precoce de outros alimentos • Maior número de episódios de diarréia; • Maior número de hospitalizações por doença respiratória; • Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno, como, quando os alimentos são muito diluídos • Menor absorção de nutrientes como o ferro e o zinco; • Menor anticoncepção; • Menor duração do aleitamento materno; LEITE HUMANO • Contém todos os nutrientes • Fácil absorção e digestão • Anticorpos, células e outras substâncias que protegem o bebê contra infecções • Contém fatores de crescimento que preparam o intestino imaturo para digerir e absorver • O leite sofre alterações durante as mamadas: no intervalo das mamadas, é produzido o leite anterior, q corresponde a um terço do vol tot produzido, e durante a sucção, é secretado o leite posterior, q corresponde a 2 terços desse volume. • O leite posterior é mais rico em gorduras • “ O leite do começo mata a sede e o leite do fim engorda” PRODUÇÃO DO LEITE • Estímulo neuro-hipófise que envolve placenta, hipófise e mamas. • PLACENTA: Produz esteróides placentários ( estrógenos e progesterona) que preparam as mamas para lactação. • O leite produzido nos alvéolos é levado até os seios lactíferos por uma rede de ductos. • Para cada lobo mamário há um seio lactífero, com uma saída independente no mamilo. • Estrogênio: responsável pela ramificação dos ductos lactíferos • Progestogênio: formação dos lóbulos. • Outros hormônios envolvidos na aceleração do crescimento mamário:lactogênio placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica • Com a saída da placenta os níveis de esteróides caem, conduzindo a hipófise anterior a liberar prolactina, que estimula os alvéolos mamários a produzirem leite • Com a diminuição dos esteróides após o parto, a produção de leite tem início- APOJADURA OU DESCIDA ( 48 a 72 hs após o parto) • Vol leite aumenta: 2º dia: 50ml/dia • 4º dia: 550ml/dia • 3 meses: 850ml/dia • Qto mais sucçao: aumenta os níveis plásmaticos de prolactina. • A prolactina é o hormônio fundamental para a galactopoiese, permitir a sucção do mamilo é o elemento básico para a manutenção da amamentação e diminui os sintomas devidos à apojadura. LACTOGÊNESE Preparo da mama para amamentação • FASE I- hormônios atuando no preparo das mamas; • FASE II- após saída da placenta, queda de progesterona e liberação de prolactina pela h. anterior e h. posterior libera ocitocina através da sucção; • FASE III- após descida do leite ( galactopoiese): sucção e esvaziamento da mama. TIPOS DE LEITE 1) COLOSTRO- + proteína e – gordura. • Rico em imunoglobulinas, lactoferrina, soroalbumina, Na, Cl e pouca lactose, • Basicamente um exsudato plasmático • Após o parto ainda é produzido por 7 dias/liq espesso, amarelado e denso. • Ação de anticorpos, laxativo, facilita expulsão do mecônio e previne a icterícia 2) LEITE DE TRANSIÇÃO- produzido entre o 7º e 15º dia após o parto. • Vol médio: 500ml/dia. • Menos IgA e vitaminas lipossolúveis • Aumento de lipídeos e lactose 3) LEITE MADURO- após o 15º dia, branco, opaco, pouco odor, sabor levemente doce. • Mais lactose, lipídeos, vitaminas e minerais • Menos proteínas • 4) LEITE PRÉ-TERMO-LEITE DE MÃES DE PREMATURAS • Mais proteínas, lipídeos, gorduras, sódio, cloro, vit A e E • Menor teor de lactose e vit C • Maior quantidade de IgA e lactoferrina • Não supre as necessidades de Ca e Fósforo se cça < 1500g • A principal proteína do leite materno é a lactoalbumina e a do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para a espécie humana. MÉTODO CANGURU • 1979- Héctor Martinez e Edgar Rey Sanabria-Materno Infantil de Bogotá, Colômbia • Nova forma de lidar com RN pré termo e baixo peso ao nascer • Resposta a situação crítica de superpopulação ( mais de 1 RN em incubadora), infecções cruzadas, ausência de recursos tecnológicos, desmame precoce, mortalidade neonatal abandono materno ESSÊNCIA • AMOR • CALOR • ALEITAMENTO MATERNO • Esse tipo de humanização oferece ao bebê uma vivência da passagem da vida uterina para a extra-uterina, aumentando muito o vínculo entre pais e bebê. • Deixa o bebê mais seguro, proporcionando mais confiança aos pais no manuseio do seu filho. • O Método aproxima os pais do bebê. • É uma relação importante para o desenvolvimento completo do bebê que veio antes ao mundo. O Método se desenvolve em 3 etapas: • A primeira :quando o bebê ainda está internado UTI Neo. Os pais devem ter livre o acesso à UTI Neo e serem possibilitados a manter o contato físico com o seu bebê, isto é, serem estimulados pela equipe hospitalar a tocarem seu bebê que está dentro da incubadora. • Se o bebê estiver em condições clínicas estáveis, principalmente em relação à respiração, os pais poderão fazer a posição Canguru, onde o bebê fica apenas de fralda “amarrado” no peito nu do papai ou da mamãe. • A equipe do hospital e em conjunto com a opinião dos pais irão decidir quanto tempo será feita essa posição dentro da UTI Neo • Quando o bebê está bem estável, pode ir para o Alojamento Conjunto para que mãe e bebê permaneçam 24 horas na posição Canguru. • O bebê não fica no berçário e é a mamãe quem fará os cuidados com o bebê, com supervisão da equipe hospitalar. • Na posição Canguru, o bebê tem menos refluxo e as vias aéreas são mantidas livres e há diminuição do risco de apnéia • O contato com o corpo da mãe promove a manutenção dos níveis adequados de temperatura corpórea do bebê. • O desenvolvimento neurológico da criança é melhor • Canguru em casa - Já a terceira etapa consiste na alta hospitalar, mas não do Método. • Já orientada e segura para cuidar do bebê sozinha em casa, a mamãe recebe alta para fazer a posição Canguru em casa. A mãe tem que assegurar que fará a posição Canguru durante as 24 horas do dia. Não só ela, mas qualquer outra pessoa da sua confiança e que esteja habilitada para “amarrar” o bebê ao corpo, como o papai ou a vovó. Até quando? • Até que mãe e bebê se sintam bem. O comum é até o bebê atingir 2 quilos ou até quando seria a data provável do parto, ele começa a ficar agitado, a subir pela mãe e a suar. • É como se estivesse na hora de nascer mesmo, dentro de uma gestação completa. É a hora em que o bebê “avisa” que deixou de ser um canguruzinho PREPARO DAS MAMAS DURANTE A GESTAÇÃO 1) Exame das mamas durante o pré natal 2) Sutiã com orifício central para expor aréola e mamilo,facilitando a protusão de mamilos planos e invertidos 3) Banhos de sol 4) Evitar sabão, cremes e pomadas nos mamilos 5) Proibido ordenha durante a gestação para retirada do colostro 6) Ensinar a gestante a explorar as mamas 7) Não lavar os mamilos após cada mamada. O banho diário é suficiente 8) Caso o seio fique duro e ou empedrado, usar sempre sutiã, suspender bem os seios para facilitar a saída do leite. 9) Reuniões de grupo AMAMENTAÇÃO NA SALA DE PARTO PROGRAMA DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO Rn deve sugar durante a 1º hora de vida, desde que a mãe e a cça se encontrem em boas condições, favorecendo o contato olho a olho, pele a pele de ambos AÇÕES DA ENFERMAGEM NA SALA DE PARTO • Criar ambiente de tranquilidade e apoio, conforto físico e emocional para facilitar o contato íntimo entre a mãe e a cça • A Administração de medicamentos, sedativos e analgésicos, deve ser criteriosa • O RN deverá ser coberto com campo aquecido e seco, colocado junto à mãe para mamar UNIDADE DE ALOJAMENTO CONJUNTO • Segundo o MS Alojamento Conjunto é o sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio, logo após o nascimento, permanece com a mãe, 24h por dia, num mesmo ambiente, até a alta hospitalar. • Este sistema possibilita a prestação de todos os cuidados assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde de binômio mãe e filho. • Segundo BRENELLI (1994), mãe e recém-nascido colocados lado a lado no pós-parto, a mulher é estimulada à amamentar e a cuidar de sua criança tão logo quando possível, com o objetivo principal de proporcionar e fortalecer o vínculo mãe-filho e estimular o aleitamento materno OBJETIVOS DO ALOJAMENTO CONJUNTO • Aumentar os índices de Aleitamento Materno; • Estabelecer vínculo afetivo entre mãe e filho; • Permitir aprendizado materno sobre como cuidar do RN; • Reduzir o índice de infecção hospitalar cruzada; • Estimular a participação do pai no cuidado com RN; • Possibilitar o acompanhamento da amamentação sem rigidez de horário visando esclarecer às dúvidas da mãe e incentivá-la nos momentos de insegurança; • Orientar e incentivar a mãe (ou pais) na observação de seu filho, visando esclarecer dúvidas; • Reduzir a ansiedade da mãe (ou pais) frente a experiência vivenciadas ; • Favorecer troca de experiências entre mães; • Melhorar a utilização das unidades cuidados especiais para RN; • Aumentar o nº de crianças acompanhadas por serviço de saúde. ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM PRESTADO DE FORMA INDIVIDUAL O atendimento ao binômio mãe-filho no Alojamento Conjunto constitui-se na operacionalização da função educativa do sistema. Esse atendimento acontece de forma contínua durante a internação e se dá de forma individualizada e em grupo. AÇÕES DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO INDIVIDUAL • Receber a mãe no Alojamento Conjunto após sua alta no Centro Obstétrico. • Avaliar suas condições físicas e emocionais. • Fornecer a mãe informações precisas sobre as condições de seu filho no momento de sua admissão no Alojamento Conjunto. • Retornar com a mãe os dados já existentes em seu prontuário de modo a esclarecê-los ou ampliá-los, quando necessário, e demonstrar-lhe que sua chegada já estava sendo preparada com interesse pelo profissional. • Colher dados pertinentes aos objetivos do Alojamento Conjunto, os quais propiciam ações mais específicas à realidade da pessoa. • Esclarecer sobre as rotinas gerais da unidade, de modo a situá-la melhor no ambiente. • Esclarecer sobre os cuidados específicos, com dietas, higiene, medicação, deambulação, etc., pontuando sempre estas orientações com os hábitos da mãe de modo a integrá-la em suas experiências anteriores e expectativas. • Esclarecer sobre objetivos gerais do Alojamento Conjunto. • Avaliar, respeitando a opinião da mãe, a oportunidade de instalação do Alojamento Conjunto. • Trazer o RN para junto da mãe. • Propiciar condições para que na mãe possa reconhecer seu filho, mostrando-se disponível para auxiliá-la na amamentação ou situações que lhe pareçam difíceis • Oportunizar que o pai participe nos encontros da enfermeira com a mãe, incentivando-o a expressar suas opiniões. • Realizar os primeiros cuidados com RN e orientar a mãe incentivando-a a cuidar do filho, estendendo este estímulo à participação do pai sempre que este tiver presente. • Supervisionar os cuidados prestados pela mãe: troca de roupa, medidas de higiene, cuidados com o coto umbilical, avaliação da temperatura, etc, objetivando orientá-la e esclarecê-la em suas dúvidas. • Orientar a mãe sobre os demais cuidados com os filhos: vestuários, eliminações, avaliação da cor da pele, atividades, sono, profilaxia da dermatite amonical, prováveis causas de choro, necessidades afetivas, encaminhamentos e avaliações clínicas periódicas. • Registrar nos prontuários da mãe e do RN as condições evidenciadas e condutas tomadas de modo a fornecer as informações necessárias para ações de outros profissionais da equipe. • Acompanhar a evolução diária da paciente objetivando reforçar orientações e detectar precocemente problemas clínicos e emocionais. • Acompanhar a evolução diária do RN, incentivando a mãe a participar deste acompanhamento com objetivo de que ela possa sentir-se capaz de conhecer e avaliar seu filho, reconhecendo assim, também, situações onde necessitará da ajuda do profissional de saúde para auxiliá-la no atendimento da criança. • Preparar alta da mãe e do RN, revisando orientações dadas e fornecendo os encaminhamentos necessários. IHAC- Iniciativa do Hospital Amigo da Criança • Idealizada em 1990 OMS e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. • Este programa denomina hospital amigo da criança, a maternidade que cumpre os 10 passos para o aleitamento bem sucedido. • Procedimentos colocados em prática pelos profissionais de saúde Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno 1.Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deve ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde; 2. Treinar toda a equipe de cuidados de saúde,capacitando-a para implementar esta norma; 3. Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento; 4. Ajudar as mães a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto; 5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos; 6. Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que seja indicado pelo médico; 7. Praticar o alojamento conjunto - permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia; 8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda; 9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio; 10. Encorajar a formação de grupos de apoio à amamentação para onde as mães devem ser encaminhadas, logo após a alta do hospital ou ambulatório. RESTRIÇÕES AO ALEITAMENTO MATERNO • Mães infectadas pelo HIV;HTLV1 e HTLV2; • Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação.ex:antineoplásicos e radiofármacos; • Crianças com galactosemia INTERRUPÇÃO TEMPORÁRIA DA AMAMENTAÇÃO • Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A amamentação deve ser mantida na mama sadia; • Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele 5 dias antes do parto ou até 2 dias após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de crosta.Criança deverá receber imunoglobulina humana antivaricela zoster em ate 96 hs após nascer • Doença de chagas na fase aguda ou quando houver sangramento mamilar evidente • Abscesso mamário: até drenar ou iniciar Atb.Ofertar a mama sadia. • Consumo de drogas de abuso. CONTRA INDICAÇÕES NEO NATAIS • Alterações da consciência da cça • Baixo peso com imaturidade para sucção ou deglutição Fenda palatina que impossibilite o ato de sugar Condições maternas que não contra-indicam o aleitamento materno • TB: mãe não tratadas ou bacilíferas( 2 primeiras semanas após início do tratamento ) amamentem com máscaras. RN deve receber isoniazida 10 mg/kg/dia por 3 meses, após, fazer PPD, se reator, medicar, se não reator, fazer BCG. • Hanseníase: Por se tratar de doença cuja transmissão depende de contato prolongado da criança com a mãe sem tratamento, e considerando que a primeira dose de Rifampicina é suficiente para que a mãe não seja mais bacilífera, deve-se manter a amamentação e iniciar tratamento da mãe; • HEP B: a vacina e a administração de imunoglobulina após o nascimento praticamente eliminam qquer risco teórico de transmissão da doença via leite materno. • HEP C: a prevenção de fissuras mamilares em lactantes HCV positivas é importante , umas x q não se sabe se o contato da criança com sangue materno favorece a transmissão da doença. • DENGUE: sem contra indicação. • CONSUMO DE CIGARROS: sem contra indicação. • CONSUMO DE ÁLCOOL: sem contra indicação Posições para amamentar • A posição do bebê ao seio e a forma em que pega a mama são fundamentais para evitar problemas na amamentacão, tais como mamilos fissurados, ou seios engurgitados. • POSIÇÃO SENTADA (forma tradicional) POSIÇÃO SENTADA CRUZADA (no outro seio) • POSIÇÃO DEITADA POSIÇÃO SENTADA INVERSA Amamentando gêmeos POSICIONAMENTO • ROSTO DO BEBÊ DE FRENTE PARA A MAMA, NARIZ ENCOSTADO NO MAMILO • CABEÇA E TRONCO ALINHADOS NO MESMO EIXO, PESCOÇO NÃO PODE ESTAR RODADO OU LATERALIZADO • PESCOÇO DO BEBÊ LEVEMENTE EXTENDIDO • CORPO DO BEBE BEM APOIADO PELAS MÃOS DA MÃE PEGA • BOCA DO BEBÊ BEM ABERTA, ENVOLVENDO A MAIOR PARTE DA ARÉOLA • LÁBIO INFERIOR INVERTIDO • LÍNGUA SOBRE A GENGIVA INTERIOR E COM AS BORDAS CURVADAS PARA CIMA • DEGLUTIÇÃO VISÍVEL E AUDÍVEL • QUEIXO TOCANDO A MAMA Pontos chaves da OMS para posicionamento e pega • Pontos-chave do posicionamento adequado 1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo; 2. Corpo do bebê próximo ao da mãe; 3. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido); 4. Bebê bem apoiado. • Pontos-chave da pega adequada 1. Mais aréola visível acima da boca do bebê; 2. Boca bem aberta; 3. Lábio inferior virado para fora; 4. Queixo tocando a mama. ARMAZENAMENTO DO LEITE • FORA DA GELADEIRA- 2 hs máximo • GELADEIRA- até 24 HS- prateleira superior, nunca na porta. • CONGELADOR- 15 DIAS- abaixo de 10º • REAQUECER EM BANHO MARIA • OFERECER AO BEBÊ EM COPINHO OU COLHER • O LEITE ORDENHADO E PASTEURIZADO- 6 MESES DE CONGELADOR • DESCONGELAR EM GELADEIRA, AQUECER EM BANHO MARIA, HOMOGEINIZAR E OFERTAR • Não se recongela leite materno após desgelado. LEGISLAÇÃO • Todas as mães têm o direito de amamentar seus filhos. No trabalho, em casa e até quando estão privadas de liberdade, elas têm direito a alimentar o seu filho no peito. • O aleitamento materno é também um direito da criança. • Segundo o artigo 9º do ECA, é dever do governo, das instituições e dos empregadores garantir condições propícias ao aleitamento materno. • Existem várias outras menções na legislação brasileira de promoção ao aleitamento materno, como o alojamento conjunto em hospitais e as normas para comercialização e anúncio de produtos como leite em pó, mamadeiras e chupetas • Constituição de 1988- licença maternidade por 4 meses ( cap II- art XVIII) pais licença de 5 dias ( art. XIX) • CLT: • Empresa com + de 30 empregados com mais de 16 anos-local para os bebês ate 6 meses- art 389 • Locais: berçário, saleta de amamentação, cozinha dietética e banheiro- art 400 • Quem amamenta –direito nos 1ºs 6 meses de 2 pausas para descanso de ½ hr cada e intervalos normais para repouso e alimentação art 396 • Set/2008- licença maternidade prorrogada para func públicos por mais 60 dias, total 6 meses. ( senadora Patricia Saboya + Lula + SBP DIFICULDADES NO ALEITAMENTO • Fissura ou rachadura - ocorre quando a posição do bebê e a pega do mamilo estão erradas. • Como evitar: • Secar bem o mamilo • Posicionar o bebê corretamente • Como tratar: • Expor as mamas ao sol Cuidado para não provocar queimaduras • Orientar a mãe a iniciar a mamada pela mama sadia ou menos comprometida MAMAS INGURGITADAS Dolorosas,edemaciadas, hiperemiadas, febre • Esvaziar as mamas após as mamadas • Antes de colocar o bebê pra mamar, fazer a expressão manual para facilitar a pega MASTITE Se não conseguir dar o leite: retirá-lo por extração manual ou bomba • O leite está “secando” - ocorre quando se introduz mamadeira, chuca, bico ou chupeta. • Como evitar e tratar: • Dar o peito sempre que o bebê quiser. Quanto mais o bebê mama, mais a mãe produz leite. Alimentação da mãe que amamenta • Não existe leite fraco, mas a mãe que amamenta precisa de uma quantidade maior de alimentos e de líquidos. Assim, ela supre suas necessidades e produz leite em quantidade e qualidade adequadas ao bebê. • Consumir dieta variada, incluindo pães e cereais, frutas, legumes, verduras,derivados do leite e carnes; • Consumir 3 ou mais porções de derivados do leite /dia; • Esforçar-se para consumir frutas e vegetais ricos em vitamina A; • Certificar-se de que a sede está sendo saciada; • Evitar dietas e medicamentos que promovam rápida perda de peso (mais de 500g por semana); • Consumir com moderação café e outros produtos cafeinados. • Se a família está com dificuldade para conseguir comida, é preciso identificar na comunidade instituições que possam complementar a sua alimentação • O governo deve propiciar apoio alimentar à mãe que amamenta. Está no Estatuto da Criança e do Adolescente PARA PENSAR • «Se fosse disponibilizada uma nova vacina que pudesse prevenir a morte de um milhão de crianças ou mais por ano e que, além disso, fosse barata, segura, de administração oral e não exigisse uma cadeia de frio, esta tornar-se-ia numa prioridade imediata para a saúde pública. A amamentação pode fazer tudo isso e mais ainda, mas precisa da sua própria "cadeia quente" de apoios - ou seja, cuidados profissionalizados que permitam às mães ganhar confiança e lhes mostrem o que fazer e as protejam de más práticas.» • - Lancet 1994;344:1239-41