CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA A DISTÂNCIA DA UFF: UMA EXPERIÊNCIA COM ÊXITO. Kátia L. Dal Bello1 Mauro de A. Santos2 Regina C. M. Bragança3 Coordenação do curso de Licenciatura em Matemática a distância, Universidade Federal Fluminense (UFF) / CEDERJ1 Instituto de Matemática (UFF)2 Instituto de Matemática, Departamento de Análise (UFF)3 [email protected] [email protected] [email protected] Niterói – Brasil Resumo O objetivo deste artigo é contar nossa experiência para que sirva como exemplo para os que estão começando. O curso de Licenciatura em Matemática a Distância da Universidade Federal Fluminense, teve início em novembro de 2001, a partir de um Consórcio do Governo do Estado do Rio de Janeiro com as seis Universidades Públicas do nosso estado. As Prefeituras Municipais também aderiram a este acordo e estão participando de forma efetiva nesta construção. Apesar de termos começado com apenas três Polos Regionais e com 150 alunos, hoje estamos atuando em 22 Polos e temos mais de 3.000 alunos com matrícula ativa. Até 2008, contamos com 211 formandos. Fazemos seleções semestrais sendo que na última tivemos uma entrada de mais de 800 alunos distribuídos nestes Polos. Mas como tudo começou? Estamos acostumados à sala de aula onde o quadro e giz são nossos instrumentos de trabalho. Nossas turmas presenciais têm 20, 30, 40 e até 60 alunos. O que é trabalhar com educação a distância? Como é ter 400, 600 ou até 1.400 alunos numa única turma? O nosso curso de Matemática a distância, integrante do consórcio CEDERJ, tem agora também a parceria com a Universidade Aberta do Brasil e, a metodologia de EAD permite que o aluno tenha acesso ao ensino superior de qualidade, mesmo residindo longe da universidade ou de grandes centros. Contamos com o apoio dos três pilares da EAD: Material Didático, Sistema de Tutoria e Plataforma. O Material Didático, elaborado pelos conteudistas, seguindo as linhas da EAD, acompanhado de orientações dirigidas aos estudantes esclarecem os objetivos e estratégias de estudo. A Tutoria (presencial e a distância) proporciona ao estudante segurança na adaptação ao ensino à distância, tornando-o autônomo em sua aprendizagem. A Plataforma de EAD – Ambiente Virtual de Aprendizagem, faz a ligação entre os diversos atores do processo de ensino que o curso propõe em seu projeto pedagógico. É importante que o Polo Regional, referência da universidade no município, tenha estrutura física adequada composta de Biblioteca, Laboratórios, Salas de Estudo, Auditório, Sala de vídeo. O nosso grande objetivo é que esse aluno, de hoje, se torne um professor com sólida formação, não saia de cidade de origem, mas que tenha condições de procurar novos horizontes matriculando-se em cursos de pós-graduação. Partes dos nossos alunos formados submeteram-se a concursos públicos para carreira docente da rede pública de ensino, obtendo aprovação. Palavras Chaves: Professor, EAD, UFF, CEDERJ, Curso de Matemática a distância. 1. Introdução O Estado do Rio de Janeiro está finalmente rompendo a barreira do ensino tradicional e alçando rumo do ensino a distância com o esforço das Universidades Públicas do nosso Estado e do setor Público através do Consórcio CEDERJ. Nos dias atuais não podemos mais imaginar o processo de ensinoaprendizagem somente dentro do padrão tradicional. Cada vez mais são usadas novas tecnologias para o ensino e novas técnicas para assimilação da aprendizagem. Não podemos ficar longe de tudo que o mundo atual nos oferece. Os professores, moldados pelo ensino presencial, acostumados à sala de aula, a terem alunos ao seu redor, e que se propõem a trabalhar num curso a distância, devem reformular algumas atitudes e conceitos, quebrando paradigmas metodológicos do ensino e desmistificando o papel imposto ao professor. Neste sentido, segundo a metodologia do CEDERJ, o diálogo professor aluno, estará apoiado em novas premissas, articuladas em três pilares: o Material Didático, o Sistema de Tutoria e o Ambiente Virtual de Aprendizagem. 2. Como tudo começou O Estado do Rio de Janeiro tem seis universidades públicas, sendo quatro federais (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Universidade Federal Fluminense – UFF e Universidade Federal Rural do Estado do Rio de Janeiro – RFRRJ) e duas estaduais (Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ e Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF). Em 1999, professores destas seis universidades elaboraram um projeto de ensino a distância dentro do Estado. Este projeto foi encampado pelo Governo do Estado e foi criado o Consórcio CEDERJ, que reúne essas seis universidades através da Fundação CECIERJ. Participam também deste projeto as prefeituras municipais, que cedem os Polos regionais do CEDERJ. Este Consórcio foi elaborado em 1999, através de um documento gerado por uma comissão formada por dois membros de cada universidade, juntamente com a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia. Em 26 de janeiro de 2000 este documento foi assinado pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro e pelos Reitores das Universidades. Estavam então firmadas as bases para o Consórcio CEDERJ, cujo objetivo é o de contribuir para a interiorização do ensino superior público, gratuito e de qualidade no nosso Estado, facilitar o acesso ao ensino superior daqueles que não podem estudar no horário tradicional e atuar na formação continuada, a distância dos profissionais do estado, dando uma atenção especial para a qualificação dos nossos professores da rede estadual de ensino médio e, ainda, uma grande preocupação em aumentar a oferta de vagas em cursos de graduação e pós-graduação no Estado. Dentro deste convênio, a competência acadêmica dos cursos fica a cargo dos professores das universidades. Eles preparam o Projeto Político Pedagógico dos Cursos, elaboram o conteúdo do material didático, orientam os tutores e elaboram as avaliações; cabendo à Fundação CECIERJ a responsabilidade da produção e distribuição do material didático, a gestão operacional da metodologia de EAD e a montagem e operacionalização dos Polos regionais. Cabe às prefeituras municipais, sediar os Polos regionais e adequá-los às necessidades de espaço físico para o desenvolvimento dos cursos, suprindo de material de consumo, bem como do pessoal administrativo. Atualmente o Governo Federal, provavelmente inspirado nas ações do nosso Estado, vem através do MEC – Ministério de Educação, SEED, Secretaria de Educação a distância, lançando editais para todo Brasil estimulando às demais Universidades Públicas de alçarem este caminho também. Ou seja, contamos agora com o apoio do Governo Federal, do Governo Estadual, das Prefeituras Municipais e das Universidades Públicas. Ou seja, é um apoio integral ao ensino superior no Estado do Rio de Janeiro. Hoje, dentro do consórcio CEDERJ temos os cursos de Matemática, diplomado pela UFF e UNIRIO, de Física diplomado pela UFRJ, Biologia diplomado pela UENF, UERJ e UFRJ, Química, diplomado pela UENF e pela UFRJ, Administração, diplomado pela UFRRJ, História, diplomado pela UNIRI, Pedagogia, pela UNIRIO, UERJ e UFRRJ, Turismo diplomado pela UFRRJ, Tecnologia em Sistemas de Computação diplomado pela UFF e UFRJ. Passamos a ser não só o Estado mais bonito do Brasil, mas também o Estado com o comprometimento sério em ensino superior de qualidade em mais de 30 Polos regionais, localizados em diversos municípios do nosso Estado. 3. O curso de Licenciatura em Matemática a distância O curso de Licenciatura em Matemática a distância foi o primeiro curso a ser colocado no ar pelo CEDERJ, em novembro de 2001, a partir do esforço do Prof. Dr. Celso José da Costa, nosso primeiro Coordenador. Hoje, os alunos do Curso de Licenciatura em Matemática são diplomados tanto pela UFF, como pela UNIRIO. Dentro do nosso consórcio todas as disciplinas de matemática são coordenadas pela UFF/UNIRIO, as disciplinas de física são coordenadas pela UFRJ e as disciplinas pedagógicas são coordenadas pela UERJ, UENF. Assim, nossos alunos do curso de matemática têm disciplinas coordenadas por professores dessas outras universidades e também nós, do curso de Matemática, coordenamos disciplinas para os cursos de física, química, biologia, administração diplomadas pelas outras universidades. Nosso curso hoje atua no Estado do Rio de Janeiro em 26 Polos, sendo que em 22 desses Polos os estudantes são diplomados pela UFF e em 4 Polos são diplomados pela UNIRIO, mas formamos uma só equipe e, na verdade, um só curso. Não há diferenças na metodologia ou no Projeto Político Pedagógico do curso dessas duas Universidades. Fechamos o primeiro semestre de 2009 com mais de 3.000 alunos com matrículas ativas e contabilizamos 211 formados até o segundo semestre de 2008. Nosso objetivo é dar acesso ao ensino de qualidade aos alunos que residem longe da universidade e, com isso, formar professores com uma sólida formação, que atuem em suas próprias cidades. Para completar todo sistema de apoio ao aluno, temos os Polos Regionais, que são a referência da Universidade no município. Todos os nossos Polos têm uma biblioteca, um laboratório de informática para uso dos alunos durante uma disciplina introdutória e outro laboratório de uso livre para os alunos. Salas de estudo, auditório, salas de vídeo e uma secretaria. Nosso objetivo é que os Polos sejam um ambiente de estudo e pesquisa para o aluno, dando oportunidade não só de tirar dúvidas com os tutores, mas também de criar grupos de estudo e horários de pesquisa no laboratório de informática do Polo. Devemos observar que poucos alunos que têm internet ou computador em casa. Assim, toda interação feita pela plataforma é na maioria das vezes feita através dos Polos Regionais. Temos disciplinas obrigatórias e optativas. Os alunos têm aulas práticas tanto no laboratório de Informática quanto no Laboratório de Física. Em cada Polo um grupo de tutores orienta os alunos tanto no uso dos Laboratórios quanto em dúvidas nas diferentes disciplinas. São realizados dois processo seletivos por ano com entrada de mais de 800 alunos em cada semestre. 4. O papel do professor em EAD Como se processa o trabalho do professor em EAD? O que o professor deve fazer? Como reformular suas atitudes e conceitos tendo em vista que agora não tem mais os alunos em sala de aula? Que cuidados o professor deve ter? Os professores das universidades atuam no curso como conteudistas, escrevendo o material didático; ou como coordenadores de disciplinas. A maioria dos professores são doutores, pesquisadores e têm atividade acadêmica e administrativa dentro da nossa universidade ou das universidades conveniadas. Porém, embora titulados, eles tiveram que aprender a como se dedicar ao ensino a distância. Que tipo de atuação deveriam ter esses professores agora frente a uma turma a distância que pode ter mais de 1000 alunos? Como apoiar e acompanhar o estudo desses alunos? Em primeiro lugar, o professor deve elaborar um GUIA da disciplina indicando todos os tópicos a serem estudados pelos alunos. Quais os objetivos da disciplina? Que estratégias devem ser usadas para estudá-la? Qual a bibliografia a ser consultada? Que sites consultar? Dentre tantas indagações, como ele normalmente faria numa primeira aula de apresentação do seu curso? Atrelado a esse guia ele deve fazer um CRONOGRAMA de estudo detalhado, definindo a quantidade de matéria a ser estudada a cada semana, as datas de avaliações, o conteúdo dessas avaliações. Definir se haverá eventos extras, tais como fóruns ou outras atividades propostas e estabelecer as datas desses eventos e de entrega de trabalho. Em resumo, todas as atividades do semestre letivo deverão estar elencadas neste cronograma. Não há improviso. No nosso curso, o professor também elabora, semanalmente, uma lista de exercícios a ser trabalhada na sessão de tutoria e que serve para que o aluno sedimente conceitos importantes da disciplina. Além disto, acompanha esta lista de exercícios, o gabarito comentado dos exercícios para ajudar tanto aos tutores quanto aos alunos. É importante que o professor também elabore a avaliação à distância, que deve reforçar a aprendizagem do aluno. Essa avaliação o aluno poderá fazer sozinho ou com um grupo de colegas. Outra avaliação elaborada pelo professor é a avaliação presencial, que o aluno realizará no Polo, na presença de equipe de fiscais, ou seja, tutores que atuam nestes locais nos diversos cursos ofertados. Essa avaliação tem peso significativamente maior do que da avaliação a distância, como forma de garantir a qualidade do aprendizado. O professor também tem como atribuição corrigir as avaliações, embora num curto espaço de tempo, e a notas devem ser postadas na Plataforma, assim como os gabaritos das avaliações para conhecimento dos alunos. Todo material didático deve ser revisado periodicamente, acrescentando novos exercícios e realimentando o sistema de avaliação. É essencial a interação freqüente do professor com os tutores da sua disciplina, pois são eles que vão dar o feedback do trabalho e avaliar o desempenho das sessões de tutoria com a freqüência e participação dos alunos. 5. Os Pilares da Educação a distância Na metodologia utilizada pelo CEDERJ e pela nossa experiência, entendemos que os pilares da educação a distância são: o Material Didático, o Sistema de Tutoria e a Plataforma. O Material Didático a ser usado nas turmas de EAD deve ser elaborado por uma equipe interdisciplinar, com envolvimento do conteudista, especialistas em design instrucional, pedagogos, profissional de psicologia e web designers. O material, além de dialogar com o aluno, deve conter orientações dirigidas aos estudantes que esclareçam os objetivos e a estratégia de estudo da disciplina. Este material deve ser disponibilizado ao aluno na forma impressa e também digital, via plataforma, para acesso em seu ambiente de trabalho ou quando estiver em viagens. Uma vez que o material pode ser consultado on-line, é interessante utilizar tecnologias que permitam aprofundar ou ilustrar temas por meio de pequenos hipertextos, ou acoplar arquivos com textos e/ou exercícios complementares ou ainda incorporar vídeos. O Sistema de Tutoria compõem-se de duas modalidades de tutor: presencial e a distância. A eficiência de um curso a distância depende fortemente do sistema de tutoria. A tutoria, apoiada nas mídias de comunicação (plataforma, telefone, fax), é elemento fundamental na comunicação entre alunos e professores, tutores e alunos e tutores e professores, assegurando permanente interatividade na promoção de uma aprendizagem ativa. Nos diversos modelos de EAD, a tutoria tem desempenhado funções de mediação entre os conteúdos das disciplinas e os alunos, entre professores e alunos, e os alunos entre si. É da competência da tutoria tanto a orientação acadêmica quanto a orientação não acadêmica. O tutor, dentro de um sistema de educação a distância, é a figura que estabelece o vínculo mais próximo com o aluno, seja presencialmente ou a distância, tanto do ponto de vista dos conhecimentos acadêmicos quanto do ponto de vista das atitudes do aluno perante o estudo. O aluno que opta por estudar na modalidade a distância precisa ser orientado na especificidade desse aprendizado e constantemente motivado para que o abandono do curso seja evitado. Assim o tutor é o elemento chave para que não haja a dispersão do aluno no sistema e consigo tratar, sob orientação dos professores, a manutenção dos estudantes no desenvolvimento do curso. O tutor presencial fica nos Polos e atende a um grupo de alunos, tirando dúvidas ou auxiliando nas atividades de laboratório. O tutor a distância fica nas Universidades, nas coordenações de curso, respondendo às dúvidas postadas pelos alunos pela plataforma e atendendo ao telefone 0800, disponibilizado pelo CEDERJ. O objetivo da tutoria é proporcionar segurança ao estudante no ensino a distância e tornar assim o aluno o mais autônomo possível em sua aprendizagem. A Plataforma, Ambiente Virtual de Aprendizagem, possibilita ao aluno ligação entre os diversos atores do processo de ensino a distância, ou seja, neste ambiente o estudante pode postar dúvidas sobre a disciplina, interagir com os tutores a distância e os professores, acompanhar o conteúdo das disciplinas, dividir dúvidas com seus colegas, entre outras atividades. Além disto, pode também mandar e-mails para os coordenadores de disciplina e coordenação do curso. Podem também utilizar a plataforma para fazer download do material didático postados pelos professores. Na plataforma o professor acompanha as dúvidas dos alunos respondendo ou analisando as respostas dadas pelos tutores e avaliando o desempenho dos alunos e tutores no transcurso do semestre. Os alunos têm na Plataforma, para cada disciplina, um ambiente denominado Sala de Tutoria, onde eles, além de postarem suas dúvidas em relação ao conteúdo, fazem comentários/críticas sobre as avaliações, as sessões de tutoria, a direção do polo, etc. Atualmente contamos com 186 (cento e oitenta e seis) tutores presenciais assumindo as 32 (trinta e duas) disciplinas ofertadas pelo Instituto de Matemática da UFF, sendo no máximo três disciplinas por tutor. Alocados na coordenação do curso temos 38 (trinta e oito) tutores a distância em horários de atuação variado que prestam apoio aos alunos utilizando a plataforma e os meios interativos de comunicação. 6. A avaliação Dentro do nosso projeto existem dois tipos de avaliação: Avaliações a Distância (AD’s) e Avaliações Presenciais (AP’s). Durante o semestre são aplicadas duas AD’s e três AP’s. O objetivo da avaliação a distância é dar ao aluno oportunidade de ser avaliado utilizando uma prova com consulta, em casa ou em grupo, estudar e rever toda matéria para se preparar melhor para a prova presencial. Esta prova é, em sua maioria, corrigida pelo tutor presencial que está presente no Polo. Esta prova tem em sua composição o valor de 20% da nota. Já a Avaliação Presencial é realizada no Polo, com supervisão de um tutor, corrigida pelo professor coordenador da disciplina e vale 80% da nota. Se o aluno obtiver média 6,0 (seis) no somatório das notas das provas do semestre, ele é considerado aprovado, caso não consiga ele pode ainda fazer uma Avaliação Presencial extra, chamada de AP3, e, se obtiver média 5,0 (cinco) ele também será considerado como aprovado. 7. Conclusão Nosso principal objetivo aqui, neste trabalho, foi relatar a experiência que temos na coordenação do Curso de Licenciatura em Matemática a distância da UFF. Já ressaltamos que temos hoje mais de 3.000 alunos com matrícula ativa, já formamos mais de 200 alunos que, por notícias e relatos dos envolvidos, estão, em sua maioria, envolvidos com ensino médio, em escolas públicas de suas cidades, após aprovação em concursos públicos, trabalhando também como tutores do curso nos Polos regionais, ajudando a formar os novos professores e também fazendo cursos de pósgraduação. Consideramos que estamos mudando o interior do nosso Estado e plantando sementes que garantam um promissor futuro para estudantes sem acesso ao ensino tradicional em seus municípios. O aluno recém inscrito num curso a distância pode apresentar dificuldade na aprendizagem das disciplinas dos primeiros períodos, por estar a muito tempo sem estudar ou por não haver estudado em uma boa escola, mas por outro lado esse aluno tem mais persistência e maturidade, pois sabe que está diante de uma grande chance de qualificação não vislumbrada na oferta do ensino presencial. Apresentamos também um desafio a ser vencido na busca de melhoria do nosso sistema. Temos um percentual razoável de alunos que cancelaram sua matrícula, ou seja, contabilizamos mais de 9.000 alunos que já estiveram matriculados em nosso curso, mas só 35% dos alunos estão com matricula ativa no sistema. Logo a evasão é relativamente alta e merece nossa total atenção para minimizar este impacto na formação de professores de Matemática. Sabemos que uma das grandes dificuldades que o sistema enfrenta é que alguns estudantes residentes no interior do Estado do Rio de Janeiro não dispõem de computadores, nem mesmo conexão a internet, o que inviabiliza o pleno desenvolvimento do aluno no transcorrer do curso. Além do que, residem em locais distantes e necessitam de condução regular para chegar aos grandes centros de qualificação. Diminuir a evasão é uma meta da nossa coordenação e com isso vamos aumentar o número de formandos a partir de ações que estimulem os estudantes a continuar a investir em sua qualificação profissional para desenvolvimento de município em que vivem. 8. Referências ALVES, João Roberto Moreira. A educação a distância no Brasil: síntese histórica e perspectivas. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação, 1994 ARETIO, Lorenzo Garcia. Para uma definição de educação a distância. Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, v . 16, set./dez.1987 BRASIL, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, p. 27.833, 23 dez.1996. Seção 1. BORDENAVE, Juan Diaz, Pereira, Adair Martino. Teleducação ou Educação a Distância: Fundamento e Métodos. Petrópolis, Vozes, 1995. BUARQUE, C. Qualidade da qualidade. Educação Brasileira, Brasília, v.10, n.20, p.121-129, jan./jun. 1988. COSTA, Celso José. Educação a Distância na UFF, perspectivas e novas abordagens. In: Educação a Distância na UFF. Niterói, Universidade Federal Fluminense, 2001 Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro. Proposta para criação do Centro Universitário de Ensino a Distância do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, jul. 1999 Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro. Cadernos de Orientação de Tutoria do CEDERJ – Rio de Janeiro, maio. 2007 LEVY, Pierre. O que é Virtual? Trad. Paulo Neves. São Paulo: Ed.34,1996. LOBO NETO, Francisco J.S. Educação a distância: Regulamentação. Rio de Janeiro: ABT/Brasília: Plano, 2000. MAGGIO, M.. O tutor na educação a distância. In Litwin, E. (org.). Educação a distância temas para o debate de uma nova agenda educativa. Artmed Editora, Porto Alegre, 2001. MORAES, Maria Cândido. O paradigma educacional emergente: implicações na formação de professor e nas práticas pedagógicas. 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