Cuidado com a primeira impressão
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Pesquisas revelam que as pessoas tomam decisões sobre as outras em um
segundo
Luciana Calaza Publicado: 20/04/14 - 7h00 Atualizado: 20/04/14 - 9h36
RIO — Pesquisas em psicologia revelam que as pessoas processam informações e
tomam decisões muito rapidamente (1 segundo ou menos) e de forma inconsciente
sobre os outros. Quando um profissional começa a fazer uma apresentação, antes
mesmo de ele dizer as primeiras palavras, a plateia já decidiu o que pensar a seu
respeito. Por isso, é preciso planejar o início da apresentação com muito cuidado,
dizem os especialistas. Antes de começar a falar, é preciso certificar-se de estar
com uma boa postura e estabelecer contato visual com os espectadores.
Despertando a empatia
As mais recentes pesquisas revelam que é por meio dos neurônios-espelho que
nutrimos empatia pelos outros. São eles que possibilitam uma compreensão
profunda das emoções alheias. Assim, se o palestrante está sorrindo, a plateia
tende a sorrir; se ele está entusiasmado, os espectadores tendem a se sentir
igualmente entusiasmados.
“O que significa que, ao se apresentar em público, o profissional precisa estar
descansado, preparado, relaxado e entusiasmado. Esses sentimentos serão
transmitidos por meio do seu tom de voz e de sua linguagem corporal”, afirma a
psicóloga americana e consultora Susan Weinschenk em seu livro “Apresentações
brilhantes - 100 coisas que você precisa saber sobre as pessoas para se comunicar
bem”, que acaba de ser lançado no Brasil pela Editora Sextante.
Ocupe o seu espaço e use gestos
Os espectadores esperam que o palestrante se movimente, afinal, ele está lá para
chamar a atenção. Ele deve usar gestos com as mãos na chamada “zona de poder”,
isto é, na altura dos ombros.
— Imagine sentar em frente à TV para assistir a um documentário de 40 minutos
onde só aparece uma pessoa e ela fica parada. Por mais interessante que seja o
conteúdo, certamente se tornará muito cansativo. É exatamente isso que acontece
em muitas apresentações — afirma Robson Vitorino, coach e sócio fundador da
Maxta Consultoria e Treinamento, que ministra cursos sobre habilidades em
comunicação.
Simetria transmite estabilidade
Os gestos simétricos nos falam sobre o estado emocional de quem discursa.
Geralmente, quando estamos mais “equilibrados” emocionalmente, usamos nosso
corpo de maneira simétrica. Portanto, é importante nos apoiarmos nos dois pés, ao
invés de usar o peso em um lado do corpo. O mesmo vale para os gestos — exceto
quando o palestrante tiver um microfone nas mãos, que inviabiliza a simetria
gestual.
— O orador que usa gestos em excesso, no entanto, pode acabar distraindo a
plateia ou passando a impressão de ansiedade. O ideal é que todo movimento seja
consciente — explica Maíra Larangeira, vice-diretora do INAp.
Recursos de voz
Palestrantes experientes muitas vezes terminam a frase com um tom mais grave,
um sinal não verbal de credibilidade e comando. Um meio de marcar o discurso é
usar variações na velocidade e no tom de voz. Falar mais rápido ou devagar, tornar
a voz mais grave ou aguda ajudam a induzir diferentes tipos de emoção. Outra
ferramenta é a marcação analógica, que consiste em dar ênfase a certas palavras
no discurso, falando devagar, sílaba por sílaba.
Discurso que engaja a plateia
No discurso, o palestrante deve procurar “falar com” e não “falar para”. Ou seja,
engajar a plateia, trazendo-a para perto, como se tivesse intimidade. Isso acontece
quando ele permite a interação com o público ou faz perguntas para os
espectadores.
— É muito importante esse equilíbrio entre o que se empurra e o que se puxa da
plateia. Não pode ser um discurso de mão única. É muito importante que as
pessoas se sintam vistas e ouvidas — acrescenta Maíra, do INAp.
Pratique o suficiente
Não treinar as falas é um dos maiores erros que um novato pode cometer. Portavozes experientes sempre ensaiam suas apresentações para um público confiável,
como amigos e familiares. Vale inclusive usar um projetor para assistir depois e
corrigir os erros.
— Um bom orador é aquele que se expressa com clareza, ou seja, com os
pensamentos e discurso organizados, sem vícios de linguagem, com voz firme e
com domínio de sua expressão corporal. Para isso, é preciso conhecer as técnicas
de oratória e, claro, praticá-las — diz a fonoaudióloga Karina Braga, do Centro de
Idiomas Brasillis.
A arte de ser imperfeito
Pode parecer contraditório, mas o palestrante deve encontrar formas de mostrar
vulnerabilidade, se quiser passar credibilidade. Se tenta parecer perfeito, o público
mais experiente ficará desconfiado. Vale contar histórias sobre momentos em que
cometeu erros e o que aprendeu com eles.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/emprego/cuidado-com-primeiraimpressao-12238239#ixzz2zQmhbpFT
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