Boas práticas na assistência ao recém-nascido na sala de Parto Nascer bem para viver melhor Dra. Marta D Rocha de Moura Pediatra/Neonatologista Hospital Materno Infantil de Brasília - HFA Coordenadora do Internato de Medicina – ESCS/FEPECS [email protected] www.paulomargoto.com.br Brasília, 6/11/2014 Humanização a recém-nascido em sala de Parto A humanização do nascimento compreende os esforços para evitar condutas intempestivas e agressivas para o bebê, mesmo que já agregadas a rotina hospitalar. Humanização a recém-nascido em sala de Parto Antes do parto, é fundamental obter da mãe informações relacionadas a sua saúde e às condições da gestação para melhor avaliar o risco de problemas ao nascimento. Humanização a recém-nascido em sala de Parto Perguntar • Gestação a termo? • Líquido amniótico claro? • Houve ruptura prematura de membranas? Há quanto tempo? • A mãe teve ou tem febre? • A mãe teve doenças durante a gravidez? (*TORCHS, hipertensão, infecção urinária, diabetes, doença sistêmica grave) • Nas gestações anteriores algum bebê necessitou de procedimentos de reanimação? *TORCHS 2 - toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes, HIV, sífilis. Humanização a recém-nascido em sala de Parto Com base nessas informações, é possível classificar o grau de risco e, assim, determinar as medidas mais adequadas a serem adotadas em relação ao RN. Alto Risco Médio Risco Baixo Risco Humanização a recém-nascido em sala de Parto Baixo Risco Se o RN apresentar: • Respiração regular • Choro forte • Pele e mucosas rosadas • Boa atividade • Peso ao nascer > 2.500g e < 4.000g • Idade gestacional > 37 e < 42 sem. • Colocar o RN em contato pele a pele com a mãe • Iniciar amamentação na primeira hora de vida, se possível, exceto se mãe HIV+ • Exame Físico após a amamentação Atendimento do RN na sala de parto Atenção! Prematuros ou pós-termos RN hipotônico RN com respiração inadequada RN com líquido meconial Atendimento do RN na sala de parto Critérios para a reanimação Neonatal ILCOR – International Liaison Committee on Resuscitation Consenso de 2010: Circulation 2010; 122: S466-S515 Programa de Reanimação Neonatal Atualização em 2011 , 2013 e 2014 Brasil 2010 (DataSus) 53% de óbitos em menores de 1 ano; 21% relacionadas à asfixia perinatal Atendimento do RN na sala de parto Aguardar para de pulsar o cordão para realizar o campleamento Quando o cordão umbilical é clampeado imediatamente após o nascimento há um risco maior de apnéia e queda do débito cardíaco levando a necessidade de pressão positiva. O RN que ainda não apresentou a primeira respiração espontânea o clampeamento precoce do cordão umbilical pode levar à bradicardia. Em situações onde o atraso do clampeamento do cordão não for possível, ordenha do cordão pode conseguir resultados semelhantes ao atraso no clampeamento do cordão. Promovendo a transição fisiológica ao nascimento: Reavaliação da reanimação e momento de clampeamento do cordão Autor(es): S. Niermeyer, S. Velaphi Atendimento do RN na sala de parto Airway Posicionamento e aspiração de secreção Vias aéreas pérvias Breathing Ventilação com pressão positiva Ventilação eficaz Circulation Débito cardíaco adequado Massagem cardíaca e medicações Atendimento do RN na sala de parto Conservação de temperatura Temperatura da sala (26ºC) Berço aquecido, campos aquecidos Medidas para o prematuro com menos de 1500g Uso de saco transparente Touca Uso de incubadora de transporte Atendimento do RN na sala de parto Avaliação do recém-nascido Respiração: irregular ou ausente ? Frequência cardíaca: menor que 100bpm? Cianose? Atendimento do RN na sala de parto Ventilação com pressão positiva Principal procedimento da reanimação neonatal Objetivo: manter FR entre 40 e 60 ipm Inicialmente, com máscara facial Balão autoinflável, ventilador manual em T Atendimento do RN na sala de parto juste da FIO2 quando oxímetro e “blender” disponíveis Atendimento do RN na sala de parto Indicações de intubação traqueal: Hérnia diafragmática Falha na ventilação sob máscara Necessidade de ventilação prolongada Indicação de massagem cardíaca Aspiração traqueal de mecônio Atendimento do RN na sala de parto Indicação - avaliação da vitalidade Respiração Tônus muscular Frequência cardíaca Procedimento Intubação traqueal – uma única vez Uso do adaptador – aspiração com CÂNULA Atendimento do RN na sala de parto Intubação no RN Lâminas retas Número 1 (termo) ou zero (pré-termo) Diâmetro Peso (g) Idade Gestacional 2.5 < 1000 < 28 semanas 3.0 1000 a 2000 28 a 34 semanas 3.5 2000 a 3000 34-38 semanas 3.5/4.0 > 3000 > 38 semanas Posicionamento Peso + 6 Inspeção, ausculta, frequência cardíaca Atendimento do RN na sala de parto Massagem cardíaca Indicação RN com FC < 60bpm, mesmo sob ventilação com pressão positiva com cânula Método 3 massagens para 1 ventilação Atendimento do RN na sala de parto Medicações Indicação RN com FC < 60bpm, mesmo sob ventilação com pressão positiva com cânula e massagem cardíaca Via de administração Traqueal (adrenalina) Venosa (adrenalina e expansor de volume) Atendimento do RN na sala de parto Adrenalina Adrenalina endotraqueal Diluição Adrenalina endovenosa 1:10000 1 ml de adrenalina (1:1000) em 9 ml de SF Preparo 5 ml 1 ml Dose 0.5 a 1 ml/kg 0.1 a 0.3 ml/kg Administração Infundir diretamente na cânula traqueal e ventilar a seguir Infundir rápido na veia umbilical, depois, infundir 0.5 a 1 ml de SF Uso único Repetir de 3 a 5 minutos Atendimento do RN na sala de parto Expansores de volume Expansores de volume Diluição SF 0.9% Ringer lactato Preparo 2 seringas de 20 ml Dose 10 ml/kg Administração Infundir o expansor de volume na veia umbilical, em 5 a 10 minutos www.sbp.com.br www.paulomargotto.com.br Versão online disponível em: http://circ.ahajournals.org/cgi/content/full/122/16_suppl_2/S516 Assistência ao recém-nascido em sala de Parto Assistência ao recém-nascido em sala de Parto [email protected]