COOPERATIVO jornal do COOPERATIVISMO GAÚCHO - ano 39 - número 1034 - outubro de 2012 Cooperativas gaúchas conhecem o mercado vitivinícola europeu Páginas 8 a 10 Nova Lei das Cooperativas de Trabalho Saiba o que mudou em relação à legislação anterior em uma cartilha completa: novas regras, penalidades, normas de segurança, Pronacoop e RAICT. Páginas 20 a 23 outubro de 2012 Opinião 2 A contratação de aprendizes é um programa de governo, do Ministério do Trabalho, abraçado em todo o Brasil. No caso do Sescoop – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, o programa tem sido considerado algo intocável por dirigentes de cooperativas e técnicos do setor educacional cooperativo. Isto se deve a sua grande importância para a capacitação dos colaboradores, visando a eficiência da cooperativa em um mercado grandemente competitivo. Para a defesa incondicional desses cursos existem muitas justificativas, práticas e teóricas. Para começar, ele atende a princípios do cooperativismo, tais como o da educação, formação e informação, praticados como regra de ouro desde a primeira cooperativa formal do mundo – Rochdale, em 1844. Assim como o princípio de compromisso com a comunidade: os alunos são selecionados na comunidade, independente de serem ou não filhos de associados e funcionários da cooperativa. Esses jovens já vivem na cidade, não podendo esses cursos, portanto, serem acusados de estimuladores do êxodo dos jovens do campo para a cidade. Outro fator muito importante é que a cooperativa está treinando jovens que, em seguida ou mais adiante, se constituem em mão-de-obra altamente capacitada. Com um diferencial: ela já é engajada no cooperativismo. Cabe aqui a informação de que a cooperativa aproveita de 50 a 90% dos alunos em seu quadro permanente de colaboradores. Mas, é claro, os alunos egressos desse moderno sistema de ensino, não excludente, estão livres para buscarem emprego noutras empresas. Os jovens que não participam desse Programa, quando chegam numa empresa para solicitar emprego, são bombardeados por perguntas como: “qual é tua experiência profissional?”, “o que sabes de informática?”, “como estão teus conhecimentos de Português e Matemática?”, “sabes redigir carta, e-mail, relatório?”, “tens Carteira de Trabalho já assinada?”,“já és cadastrado no INSS?”. Por aí já podemos imaginar como se saem esses nossos gauchinhos, jovens com grande entusiasmo, querendo e precisando entrar no mercado de trabalho, porém não suficientemente preparados. Já os jovens que passaram pelos cursos do Aprendiz Cooperativo dizem que têm tido sucesso na busca por um emprego, na própria cooperativa que financiou parte de seu curso ou em outra empresa. Isso é imensamente facilitado pela participação em um curso com 1000 horas, sendo 500 horas teóricas e 500 horas práticas. Suas ferramentas para o sucesso são o certificado de conclusão, carteira de trabalho assinada, sua inscrição no INSS e FGTS. Curso de Auxiliar de Administração Através do Aprendiz Cooperativo são ministrados diversos cursos e aqui vou falar de forma especial sobre o curso Auxiliar de Administração, mais especificamente na metade Sul do Estado. Os cursos têm sido ministrados para alunos encaminhados por diversos ramos do cooperativismo: Agropecuário, Crédito, Saúde, Infraestrutura. Essa universalidade de cooperativas é outra marca desses cursos não excludentes. Como parte dos conteúdos da unidade básica de cooperativismo, os alunos praticam a criação de uma cooperativa, seus objetivos, sua razão social, sua sigla, sua logomarca, a observação das leis, o Estatuto Social, sua estrutura administrativa, a Assembleia Geral de fundação, a composição dos Conselhos de Administração e Fiscal, sua eleição e posse. Assim, em Caçapava do Sul, os alunos fundaram a Coesp - Cooperativa de Turismo e Lazer Esperança Ltda. Essas cooperativas fictícias frequentemente se transformam em permanentes, ainda que não oficialmente instaladas. Vou citar aqui alguns casos de cooperativas de alunos que continuam agindo após as aulas teóricas. A Coolar - Cooperativa Habitacional, formada por alunos de Bagé, continua sendo aproveitada para a realização de eventos, como a organização de um almoço comunitário, onde foram empregados os conteúdos desenvolvidos por professores em diversas unidades básicas. Ainda com esses mesmos objetivos, com o auxílio de professores, familiares e amigos, os cooperados programaram uma formatura no final da parte teórica do curso. FORMATURA mesmo, com trajes especialmente confeccionados para o evento, convite, composição de mesa, Hino Nacional na abertura, discursos rápidos e objetivos, com o salão devidamente decorado, com filmagem e muitas fotos com professores, pais, paraninfo, professora madrinha, concluindo com coquetel e baile. FG Fotografia O Aprendiz Cooperativo Natanael Barreto Já em Dom Pedrito, os alunos criaram a Turcoop - Cooperativa de Turismo e Cultura de Dom Pedrito. Uma de suas primeiras iniciativas foi a espontânea decisão de desfilar na Semana da Pátria. Para isso planejaram uma camiseta, com os logos do Aprendiz Cooperativo. Identificados, formaram um grupo que desfilou juntamente com a Urcamp – Universidade da Região da Campanha, em cujas dependências é realizado o Aprendiz Cooperativo, desde 2011. Outra iniciativa na unidade básica de cooperativismo é a organização dos alunos em grupos, no final da etapa teórica, para produzirem um vídeo sobre os conteúdos desenvolvidos durante as aulas, complementado por entrevistas com dirigentes das cooperativas cotistas. Através dessa iniciativa têm surgido criativos trabalhos, sendo que alguns são quase profissionais, utilizando seus equipamentos, imaginação e muita cooperação. Natanael Barreto Presidente da Cootrael, uma das cooperativas executoras do Aprendiz Cooperativo no RS exp ediente O Interior é uma publicação do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio Grande do Sul – SESCOOP/RS. Endereço: Rua Félix da Cunha, 12 – Bairro Floresta – Porto Alegre/RS – CEP 90570-000 – Fone: (51) 3323.0048 – Fax: (51) 3323.0026 – e-mail: [email protected] – site: www.sescooprs.coop.br Produção e edição de textos e imagens: Assessoria de Imprensa Ocergs-Sescoop/RS (Carolina Barcelos, Luiz Roberto de Oliveira Junior e Rafaeli Minuzzi) - Assessorias de imprensa de cooperativas Responsável: Carolina Barcelos – Reg. 3036 Convênio: Sescoop/RS e Fundação de Cooperação para o Desenvolvimento Cultural – Funcoop Produção Gráfica: Imagine Design – Impressão: Trindade Indústria Gráfica Ltda. Tiragem: 11.500 exemplares – Distribuição gratuita Terceira etapa do 6º Festival O Rio Grande Canta o Cooperativismo define todas as finalistas Fotos: Luiz Junior O município de Paraí sediou, no dia 19 de outubro, a terceira e última eliminatória do 6º Festival O Rio Grande Canta o Cooperativismo. Cerca de duas mil pessoas estiveram na Associação dos Motoristas do município e, além de assistirem à apresentação dos artistas das dez obras concorrentes, prestigiaram o show do grupo Os Serranos. A primeira etapa aconteceu em Três de Maio e a segunda em Alegrete. Com as quatro classificadas na etapa de Paraí, definiram-se as 12 participantes da final do Festival, em Espumoso. Confira as classificadas na terceira etapa: Como Pandorga no Ar Ritmo: Chamamé Letra: Flaubiano Lima Música: Jonas Demeneghi Representando a Cooperativa Sicredi Nordeste de Rolante Intérprete: Cibele Gerlach O Alcance da Mão Ritmo: Canção Letra/Música: Érlon Péricles Representando a Cooperativa Sicredi União Metropolitana de Porto Alegre Intérpretes: Érlon Péricles e Pirisca Grecco O Ano das Cooperativas Ritmo: Moda de Viola Letra: Caio Martinez Música: Rafael da Rocha Cardozo Representando a Cooperativa Sicredi União Metropolitana de Porto Alegre Intérpretes: Caio Martinez e Cairon Silva Música mais popular, escolhida pelo público: Cooperativa da Espora Ritmo: Chamarrita Letra: Antônio Leo Rodrigues Música: Adair Rubim de Freitas Representando a Cooperativa Sicredi Grande Palmeira das Missões Intérprete: Adair de Freitas 3 Festival outubro de 2012 outubro de 2012 O período destinado às Comunicações na sessão ordinária da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre do dia 20 de agosto foi dedicado a homenagear os 28 anos de fundação da Cooperativa dos Trabalhadores das Vilas de Porto Alegre (Cootravipa). Na ocasião, o proponente da homenagem, vereador Paulo Marques, entregou ao presidente da Cootravipa, Jorge Luiz Bittencourt da Rosa, um diploma oferecido pela Câmara Municipal em alusão à data. Na ocasião, o superintendente, Norberto Tomasini, representou o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius. Marques lembrou que na década de 1980, quando o desemprego atingia grande parte dos trabalhadores, alguns líderes comunitários reuniram moradores das vilas e explicaram que, no Chile e na Argentina, trabalhadores estavam se organizando em cooperativas. O vereador também destacou as dificuldades enfrentadas pelos cooperativados em 28 anos e a transparência e honestidade com que a Cootravipa é conduzida até hoje, dando oportunidade de trabalho e incluindo pessoas que estavam à margem da sociedade. “Hoje, 2.500 pessoas trabalham para que a Cooperativa cresça cada vez mais”, disse. Luiz Junior Câmara de Porto Alegre homenageia 28 anos da Cootravipa Vereadores prestaram homenagem à Cootravipa, representada pelo presidente Jorge Luiz Bittencourt da Rosa (segundo à esquerda) Ao agradecer a homenagem, Bittencourt da Rosa observou o reconhecimento da Cooperativa no Brasil. “É uma história fantástica, de pessoas excluídas do mercado de trabalho, a maioria (80%) mulheres sozinhas, com cinco ou seis filhos para sustentar”. Na homenagem também se manifestaram os vereadores Sofia Cavedon, Bernardino Vendruscolo, Elói Guimarães, João Bosco Vaz e Idenir Cecchim. Governador Tarso Genro assina financiamento entre BRDE e Languiru Luiz Junior Cooperativismo 4 Assinatura de financiamento entre BRDE e Languiru ocorreu em visita de comitiva do governo do Estado ao frigorífico No dia 26 de outubro, o governador Tarso Genro visitou o frigorífico de suínos da Cooperativa Languiru, em Poço das Antas, no Vale do Taquari, e assinou o termo de financiamento de R$ 34 milhões entre o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e a Languiru. O valor é destinado a investimentos e capital de giro da Cooperativa. Cerca de 150 associados, direção e cooperativistas da região prestigiaram a visita, que foi acompanhada também pelo presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius. Em seu pronunciamento, o governador salientou que o sistema de cooperação simboliza o modelo e visão de governo que ele defende. Segundo ele, governo que não sabe cuidar dos colonos, operários e trabalhadores não consegue cuidar do seu Estado. Tarso Genro também destacou que a Languiru serve de exemplo para o Rio Grande do Sul. Os documentos foram assinados pelo governador Tarso Genro e pelo diretor administrativo do BRDE, José Hermeto Hoffmann, além do presidente da Languiru, Dirceu Bayer. Também participaram do roteiro os secretários da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Luiz Fernando Mainardi, e do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Ivar Pavan. O presidente da Certel, Egon Hoerlle, também prestigiou a assinatura do convênio. Luiz Junior Seminário estimula uso da irrigação Sistema Ocergs-Sescoop/RS foi parceiro da Secretaria da Agricultura do RS na organização do evento Especialistas de diversos países estiveram reunidos, de 16 a 18 de outubro, no Centro de Eventos do Barra Shopping Sul, em Porto Alegre, para discutir temas ligados à utilização da água para irrigação e seus efeitos para o aumento da oferta de alimentos. O Seminário Internacional “Água, Irrigação e Alimentação”, promovido pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul com a coordenação da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, foi aberto pelo coordenador geral de Ações Internacionais de Combate à Fome do Ministério das Relações Exteriores, Milton Rondó Filho. O papel do Brasil no combate à fome mundial, problema que afeta pelo menos 800 milhões de pessoas, foi destacado pelo representante do governo brasileiro. “Temos que colaborar para que estes números não mais existam”, afirmou Rondó, lembrando que na data também se comemorava o Dia Mundial da Alimentação. O secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, destacou que o evento faz parte dos esforços realiza- dos pelo governo gaúcho para ampliar o uso da irrigação na agropecuária do Estado, visando dar estabilidade à produção e aumentar a produtividade das lavouras. Afirmou que os avanços não acontecem na velocidade esperada, “é preciso ultrapassar os obstáculos colocados por um processo cultural no qual o produtor, infelizmente, está amarrado”. O representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Hélder Muteia, ressaltou o papel da entidade no Brasil. “A fome é uma batalha que deve ser vencida. No caso do Brasil, já se pode notar uma notável redução e há uma grande expectativa do mundo em relação ao País”. O presidente do Sistema OcergsSescoop/RS, Vergilio Perius, prestigiou a abertura do evento com a apresentação da Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul, regida pelo Maestro Telmo Jaconi. Técnicos do Sistema e das cooperativas gaúchas também participaram dos debates com o objetivo de instruir os associados. AL debate sucessão rural e produção sustentável alimentos. “Através do fortalecimento do cooperativismo é possível manter o jovem no meio rural, garantindo a qualidade de vida e geração de renda”, defendeu. Hélder Muteia, representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), falou sobre a produção sustentável de alimentos e explicou que a FAO tem o objetivo de erradicar a pobreza extrema do planeta. Segundo ele, é fundamental levar a tecnologia para o campo, bem como agregar valor aos serviços básicos, “precisamos de bons hospitais, médicos, escolas capacitadas onde seja possível manter a qualidade de vida das pessoas que trabalham com agricultura”, assegurou. Luiz Junior Sucessão rural e a produção de alimentos de forma sustentável foram os temas abordados na sexta edição da Radiografia da Agropecuária Gaúcha, no dia 18 de outubro, no Plenarinho da Assembleia Legislativa gaúcha (AL). A criação de políticas públicas para a manutenção do jovem no campo através de uma mobilização nacional foi o principal encaminhamento elaborado no encontro. O presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da AL, Ernani Polo, destacou a importância da permanência do homem no campo para dar continuidade à produção de alimentos. “É inadmissível que milhares de pessoas ainda morram de fome em pleno século XXI. Não podemos permitir que a evasão rural continue. Quem produzirá alimentos em um futuro próximo para abastecer a população que cresce cada vez mais?”, indagou o parlamentar. O presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, palestrou sobre sucessão rural e alertou que a agricultura familiar é a principal forma de produzir Presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius (a esquerda), e o representante da FAO, Hélder Muteia (centro), foram os palestrantes 5 Cooperativismo outubro de 2012 outubro de 2012 I-Uma e Agrimark homenageiam o Ano Internacional das Cooperativas O I-Uma (Instituto Universal de Marketing em Agribusiness) promoveu, com o apoio do Sescoop/RS, a oitava edição do Agrimark Brasil, o Seminário Brasileiro de Marketing no Agronegócio. O evento, realizado no dia 26 de outubro, em Porto Alegre, contou com a presença do embaixador da ONU para o Cooperativismo, Roberto Rodrigues, que falou sobre “O cooperativismo como fonte de transformação”. O tema escolhido para o Agrimark se deve ao fato de 2012 ter sido declarado pela ONU o Ano Internacional das Cooperativas. De acordo com a organização do evento, o modelo de negócio cooperativo é um fator importante no desenvolvimento econômico e social e por esse motivo a I-Uma quis enfatizar, através do evento, a necessidade de capacitar e apoiar o crescimento e sustentabilidade das cooperativas agrícolas e alimentares. Luiz Junior Cooperativismo 6 Evento teve apoio do Sistema Ocergs-Sescoop/RS por homenagear o cooperativismo Experiências brasileiras são apresentadas em Seminário Internacional de Crédito Promover um ambiente de compartilhamento de experiências entre as cooperativas da América Latina e Caribe foi o objetivo do “Seminário Internacional Cooperativas de Ahorro Y Crédito”, realizado de 24 a 26 de outubro, na Costa Rica. Cerca de 80 representantes de cooperativas de Crédito de aproximadamente 15 países debateram temas como regulação, supervisão, auditoria, sistemas de proteção de depósitos e sistemas de pagamento. O propósito do evento, que contou com a presença do Sistema OCB, foi fortalecer as redes de relacionamento entre as cooperativas do setor. O gerente do ramo Crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Sílvio Giusti, apresentou, em um dos painéis do dia 25, o projeto de consolidação de fundos garantidores para cooperativas de Crédito no Brasil. “A proposta foi de demonstrar a forma positiva de construção parti- cipativa e convergente que vem sendo desenvolvida no Brasil, entre o Banco Central e as cooperativas de Crédito representadas pela OCB”, explicou. O cooperativismo de Crédito brasileiro foi tema também de outro painel do Seminário. No dia 24, o diretor da Confederação Nacional de Auditoria Cooperativa (Cnac), Alexandre Euzébio Silva, falou sobre a experiência e importância da auditoria externa em cooperativas de Crédito no Brasil. A Ratificação da Convenção 87 da OIT e a Inserção da Liberdade Sindical no Brasil Denilson Prestes – advogado, assessor jurídico do Sindicato OCERGS, pós-graduado em Direito Civil (UFRGS/FMP) O tema central deste artigo é o seu próprio título: a ratificação da Convenção 871 da OIT e a inserção da liberdade sindical no Brasil. Registre-se, por oportuno, que a incorporação de tratados internacionais pelo ordenamento jurídico brasileiro não é pacífica entre os doutrinadores. Entretanto, cabe se fazer uma análise do desenvolvimento de um sistema internacional de liberdade sindical, localizando-os no plano jurídico interno. Neste contexto, importante ressaltar que a liberdade aqui preconizada decorre das regras vigentes nos ordenamentos jurídicos interno e externo, que apresentam o marco teórico relativo à liberdade como princípio. Assim, temos como marco a Declaração Universal dos Direitos do Homem, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948, que enuncia no art.XXIII, n.4: “Todo homem tem direito de organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses.” Neste escopo, a Convenção n° 87, aprovada pela Conferência Internacional em 17 de junho de 1948, ou seja, ante- rior à Declaração de Direito Humanos, é considerada “o mais importante instrumento internacional sobre a liberdade sindical- porque específico a respeito do tema e abrangente dos seus mais relevantes aspectos”2, em razão das restrições ainda existentes no art.8º da Carta de 1988, que até hoje não pôde ser ratificada no Brasil. Cabe destacar que as Convenções são deliberações aprovadas pelo plenário da OIT. O mecanismo pelo qual o direito interno brasileiro os transpõe para a sua esfera é a ratificação, que quer dizer a aprovação, ato da competência do Congresso Nacional, e ainda nos casos em que o presidente da República estiver autorizado a ratificar, o ato dependerá da confirmação do Congresso, caso em que equivalem a Emenda Constitucional CF, art.5° §3º. Pontuadas as referidas premissas, sendo os princípios hierarquicamente superiores às regras e considerando a liberdade como um princípio fundamental, previsto no caput do art.5º da Constituição Federal de 1988, constata-se a total subsunção da Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho a este princípio fundamental. Infelizmente, contudo, não se pode ter a mesma conclusão em relação à maioria das regras internas vigentes e previstas na reforma que tratam da dinâmica sindical. Há, portanto, o choque direto das regras internas com o princípio e também o choque das regras internas com a Convenção 87 da OIT. É por esta razão que a referida Convenção jamais foi ratificada pelo Brasil e pior, não poderá ser ratificada se a reforma sindical for aprovada na forma como foi apresentada ao Congresso Nacional. Desta forma, a fim de buscar a ratificação da Convenção 87 da OIT, que à luz do artigo 5º, § 3° da Constituição Federal de 1988, ao tratar da liberdade sindical indiscutivelmente trata de direitos humanos, surgem duas categorias de tratados internacionais de proteção de direitos humanos: os materialmente constitucionais e os formalmente constitucionais. Todos, porém, por força do § 2º do art.5º, são materialmente constitucionais3. A instrumentalização em questão, qual seja para obter a aprovação da Convenção 87 nos termos formais no dispositivo citado (aprovação em dois turnos, por três quintos de cada uma das Casas do Congresso Nacional), para ingresso no ordenamento interno com Emenda Constitucional. Uma vez insertas na Constituição Federal, as regras da Convenção 87 da OIT se adaptarão ao princípio de direito fundamental à liberdade e com isso poderão entrar em vigor no Brasil e plena liberdade sindical. Em conclusão, o tema envolvendo conflito de normas é complexo e desafiador para buscar o reconhecimento da liberdade sindical plena, merecendo atenção das entidades sindicais patronais e laborais e do próprio Tribunal Superior do TrabalhoTST que trouxe à baila a discussão no Seminário “Liberdade Sindical - E os Novos Rumos do Sindicalismo no Brasil”4, mas sem deixar de elencar que a tese da paridade entre tratado e lei federal, firmado pelo Supremo Tribunal Federal em 1977 e reiterado por maioria em 1995 (HC 72.131-RJ, é atualmente o entendimento dominante, o que resulta no não reconhecimento da liberdade sindical plena em razão das restrições dispostas no art.8º da Carta de 1988. 1 Liberdade Sindical é tema que encontra amplo tratamento no doutrina nacional e estrangeira pela importância que apresenta . Para Verdier, é la pierre angulaire du droit syndical français. A Convenção nº 87 da Organização do Trabalho a consagra. 2 SÜSSEKIND, Arnaldo. Direito constitucional do trabalho, p.365. 3 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o direito constitucional internacional.7.ed., p.74. 4 Ocorreu nos dias 25 à 27 de abril de 2012, no Tribunal Superior do Trabalho - TST o Seminário sobre Liberdade Sindical- E os Novos Rumos do Sindicalismo no Brasil. As cooperativas registradas e regulares podem encaminhar questionamentos à Assessoria Jurídica do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, através do endereço eletrônico [email protected] ou acessando o link “Pergunte ao Jurídico”, disponível no site www.ocergs.coop.br. Siga-nos pelo Twitter: http://twitter.com/dir_cooperativo. 7 Coluna Técnica outubro de 2012 outubro de 2012 Fotos: Divulgação/Fecovinho Especial 8 Bilbao, San Sebastian, Mondragon, Paris, Epernay, Barcelona, Narbonne e Montpellier não constituem apenas um roteiro turístico dos mais procurados no velho continente. Eles integram também uma das mais importantes rotas do cooperativismo europeu, que foi visitada, entre os dias 11 e 26 de setembro, por um grupo de doze lideranças de cooperativas vinculadas à Federação das Cooperativas Vitivinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho). A viagem de estudos organizada pela Federação incluiu visita às cooperativas vinícolas, ao Museu do Vinho, a órgãos governamentais do País Basco e centros de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, além do modelo cooperativo de Mondragon. Um dos principais itens da programação foi o Encontro Mundial das Cooperativas Vitivinícolas, realizado em Narbonne (sul da França). No País Basco, primeiro ponto de parada da viagem, o grupo gaúcho foi re- Produção europeia de vinhos emprega alta tecnologia cepcionado pelo secretário da Indústria, Promoção Empresarial e Inovação, Gorka Estebez Mendizabal. Ele contou que a organização política, econômica e social do Estado é própria e autônoma até certo grau, com liberdade para decidir a aplicação dos recursos conforme determinação, orçamento e arrecadação próprias, pagando parte dos impostos ao Estado espanhol. Ele manifestou grande interesse em firmar acordos de cooperação com o Rio Grande do Sul envolvendo alta tecnologia nas áreas de geração de pesquisa, ciência e tecnologia, com foco na geração de energia. Segundo o diretor executivo da Fecovinho, Hélio Marchioro, a região possui maturidade na questão cooperativa, tendo como base o desenvolvimento econômico e social das cooperativas em todos os setores. Em Bilbao, na Espanha, os cooperativistas gaúchos conheceram o Centro de Pesquisa e Inovação e Tecnologia, que se ocupa da incubação de empresas. Uma das unidades a Biolan, realiza pesquisa com o desenvolvimento de biossensores para a vitivinicultura. Os equipamentos concebidos neste “embrionário” são direcionados para análise de uva e vinho: sanidade, maturação, acidez e quantidade de açúcar, visando aprimorar a qualidade dos vinhos elaborados na Espanha. Na sequência, o grupo visitou Mondragon, um dos maiores complexos industriais da Europa. São 120 cooperativas, 80% delas com foco na atividade industrial e outras que subsidiam a atividade. Mondragón constitui um dos mais modernos sistemas de gestão cooperativa do mundo. Criado em 1943, como uma escola profissionalizante, tem hoje mais de 100 mil associados, que orientam sua atividade produtiva nos fundamentos, doutrina, essência e formação cooperativistas. Nenhuma cooperativa possui funcionários, apenas associados. Não existe desemprego, mas arranjos internos para que ninguém seja dispensado, passando de uma cooperativa para outra. Depois dessa primeira parte da viagem, o grupo mergulhou no mundo cooperativista vitivinícola da Espanha e França, passando pelo Museu do Vinho, em Paris, e por mais de vinte cooperativas e grandes empresas. Para o vice-presidente da Cooperativa Agroindustrial Pradense, Altemar Magnabosco, um dos aspectos mais importantes da produção vitivinícola nesses países é o sistema de condução da produção, projetada para o uso da automação e da tecnologia. Diante da redução drástica da mão-de-obra disponível, eles modificaram o sistema. Quanto a equipamentos, não existe nada de extraordinário. “Os mesmos equipamentos, hoje, são oferecidos no RS. No entanto, os europeus adequaram a tecnologia as suas necessidades, facilitando o acesso e a aquisição de máquinas, equipamentos e estruturas de produção”. O presidente salienta que um aspecto importante do sistema de elaboração dos vinhos é a condição das unidades de processamento, que têm climatização e outras tecnologias que favorecem a qualidade. Magnabosco destaca que uma das novidades importantes adotadas pelas cooperativas e pelos governos é o sistema de planejamento da produção, especialmente no tamanho da área cultivada e no volume de produção. “Na região de Champagne, por exemplo, são 33 mil hectares de parreiras plantadas. Somente haverá aumento da área se for uma decisão de consenso”. Na avaliação do dirigente, isso favorece o controle e melhor manuseio do sistema produtivo, planejamento e garantia de rendimento para os agricultores. Marchioro ressalta que, durante toda a viagem, o grupo foi mobilizado para o conhecimento de questões práticas e dos modelos adotados. “Fomos recebidos por amigos. Temos uma rede de relacionamento mundial que permite a troca de conhecimentos e Comitiva conheceu parreirais de cooperativas Cooperativistas visitaram Mondragon, um complexo com 120 cooperativas de informações”. “Nossas cooperativas precisam superar um problema de identidade – medo ou vergonha de ser cooperativa - que apequena a nossa condição”, opina. “No mundo todo temos cooperativas dispostas a estabelecer parcerias estratégicas com tecnologia, estratégias mercadológicas e de gestão, a fim de qualificar a produção vitivinícola”. Para Marchioro, um importante aprendizado gerado na viagem é que cada região tem suas características e especificidades, com aspectos peculiares de qualidade. “Somos diferentes como cooperativas, produtores e famílias associadas. Temos de identificar a qualidade dos vinhos que produzimos no Rio Grande do Sul e acentuar o diferencial que nosso produto oferece”. O diretor acredita que esta missão à Europa será um indutor de mudanças no comportamento e postura das lideranças do sistema cooperativo vitivinícola gaúcho. O gerente administrativo da Cooperativa Nova Aliança, Paulo Mognon, destacou que um dos aspectos mais importantes observados pelo grupo foi a consistência da concepção de cooperativismo entre os agricultores europeus. Ele disse que houve uma comprovação clara de que o cooperativismo é a única saída viável para pequenos produtores. “Isso significa dizer que a cooperação é a forma do pequeno agricultor ter a mesma condição de grandes estruturas de competitividade e inserção no mercado”. Para ele, a produção em escala com a integração de muitos pequenos agricultores, a racionalização dos processos de produção e a melhoria da eficiência dos parques industriais serão capazes de agregar renda e assegurar a continuidade da atividade do agricultor. Mognon destacou que a forma de organização dos europeus é um exemplo de como a união de muitos produtores num sistema vertical de cooperação consegue assegurar rentabilidade e valorização do produto dos pequenos agricultores. “Em tudo o que eles fazem transparece a doutrina e os valores do cooperativismo”. Ele defende, inclusive, que haja maior qualificação dos diretores e gestores das cooperativas brasileiras sobre a concepção do sistema cooperativo. “Assim a gente vai conseguir avançar e destravar o avanço do sistema cooperativo no Brasil”. 9 Especial outubro de 2012 Especial 10 outubro de 2012 Grupo gaúcho participou de encontro que reuniu brasileiros, argentinos, franceses e espanhóis Para o secretário da Cooperativa Aurora, Renato Conzatti, mesmo considerando as igualdades, cada região possui uma especificidade produtiva, que diferencia inclusive os preços da uva. Em algumas regiões, o quilo de uva é 5 euros; em outras, 30 centavos de euro. Porém, o que se destaca nessas diferenças são sistemas tecnológicos que trazem benefícios ao produtor da uva e do vinho. Uma delas é a inovação e a tecnologia para a pequena propriedade, que em grande parte produz até seis mil quilos por hectare. “Tudo é cooperativado, inclusive a prestação de serviços pelos próprios agricultores: a colheita, máquinas, indústria e comercialização de insumos e dos produtos finais”. O presidente da Fecovinho, Oscar Ló, afirmou que esta forma de organização assegura que 60% da produção de vinhos da Europa seja oriunda do sistema cooperativo. Isso assegura inserção no mercado e valorização dos produtos das cooperativas. A sistemática é simples. Existem na França e na Espanha muitas pequenas cooperativas, todas integradas e ligadas a uma central. “A cooperativa singular é responsável pela produção e contato com o associado. Em segundo grau, acontece a industrialização e comercialização”, explica Ló. Ele salienta que, em volumes maiores, o produto torna-se mais competitivo e reduz custos. A equação assegura eficiência do processo produtivo e melhor colocação no mercado. O dirigente salienta ainda que a gestão e a confiabilidade interna do sistema é fundamental, pois esses itens asseguram resultados econômicos amplamente favoráveis aos associados. Encontro Mundial de Cooperativas Vinícolas Foi em Narbonne, Vale d’Orbieu, no sul da França, que aconteceu um dos momentos marcantes e uma das razões do roteiro pela Europa. O Encontro Mundial de Cooperativas Vinícolas reuniu gaúchos, argentinos, franceses e espanhóis. A Fecovinho protagonizou a concepção dessa iniciativa, que teve agendas técnicas, políticas, turísticas, culturais e esportivas, servindo também para conhecer as expressões locais de vida e cultura do povo francês. Nas rodadas de debate, os representantes dos países participantes definiram uma série de procedimentos que serão adotados em conjunto. O primeiro é estimular o intercâmbio permanente de informações relativas a mercado, preços, volumes e perspectivas de safra, através de um observatório a ser constituído conjuntamente. Também resolveram estabelecer intercâmbios técnicos envolvendo o sistema cooperativo e os governos. Essa ação deve contemplar jovens, produtores, técnicos, enólogos e agrônomos. Vai envolver também as áreas de venda, negócios, contábeis/tributários e financeiros. O segmento reivindicará também uma cadeira para o cooperativismo vinícola na Organização Internacional do Vinho (OIV). Ao mesmo tempo, o Durante o Encontro Mundial, representantes da Fecovinho ajudaram a definir procedimentos que serão adotados por cooperativas vinícolas do mundo inteiro grupo vai pleitear uma representação do setor junto à Aliança Cooperativa Internacional (ACI), além de encaminhar a proposta de criação de um selo de identidade e diferenciação para todos os produtos das cooperativas. O grupo deverá criar um site próprio para difusão e intercâmbio de informações e notícias, como estratégia de intercâmbio e mobilização do setor. A decisão mais importante é que o grupo estabeleceu a Serra Gaúcha como o local do próximo grande encontro mundial das cooperativas vinícolas, que será realizado em novembro de 2013. Segundo Marchioro, o encontro tratará de questões de marketing, fortalecimento da identidade, mercado e parcerias estratégicas. Em abril do próximo ano, haverá uma preparação na Serra Gaúcha, com lideranças cooperativistas do Brasil, Argentina e França e apoio e participação do Sistema Ocergs-Sescoop/RS e do governo do Estado do Rio Grande do Sul. “Fomos mobilizados em toda a viagem por questões práticas e por modelos adotados. Temos uma rede de relacionamento mundial que permite a troca de conhecimento e de informações. Precisamos fortalecer esses laços”, justifica Marchioro. Ló reforça que, na aproximação dos diversos países, o intercâmbio proporciona informações, conhecimento e superação de obstáculos que dificultam o setor. “Com a globalização temos problemas idênticos. Por isso, a aproximação, as parcerias comerciais e técnicas podem favorecer a todos”. Marcelo Amaral/Portphoto Unicred Central RS participa de projeto do Sescoop Trombka ressaltou a importância da participação da Unicred RS no evento, destacando o crescimento contínuo da Cooperativa A Unicred Central RS participou, no dia 26 de setembro, do projeto "Prospecção de Boas Práticas e Aprendizado Experiencial em Cooperativismo de Crédito", desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) com apoio do Banco Central (BC). Na sede da Central, em Porto Alegre, o diretor-presidente, Léo Airton Trombka, e o superintendente, Mauro Costa, falaram sobre a história da Cooperativa e sua atuação no Rio Grande do Sul. O público foi formado por um grupo de representantes de instituições como Sescoop, BC, Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O objetivo do projeto é ampliar o conhecimento sobre o ambiente cooperativo de crédito nacional e internacional e, posteriormente, estabelecer uma proposta de aplicação de práticas exitosas ao cooperativismo brasileiro. Depois da visita ao Rio Grande do Sul, o grupo conhecerá, até o primeiro semestre de 2013, cooperativas de outros estados brasileiros. Após a conclusão de cada etapa nacional, será realizada, no BC, uma oficina para repasse de informações. A partir do segundo semestre do próximo ano, a comitiva realizará visitas técnicas em instituições da Alemanha, do Canadá e da Espanha. O gerente do ramo Crédito da OCB, Silvio Giusti, enxerga um grande potencial de crescimento do setor no Brasil. “Isso passa pelo conhecimento da população sobre a importância do cooperativismo. O sistema precisa descobrir um mecanismo para difundir seus ideais”, acredita. E distribuir o conhecimento sobre o tema é justamente a intenção da iniciativa proposta. Trombka revelou a importância de a cooperativa participar do projeto desenvolvido pelo Sescoop: “A nossa participação no projeto é fundamental. A Unicred é um sistema com nicho específico, voltada aos médicos e demais profissionais da saúde com nível superior e, ainda assim, apresenta um crescimento contínuo”. Após a dissertação sobre a Central, o presidente da Unicred Porto Alegre, Paulo Barcellos, apresentou a Cooperativa e destacou sua atuação em ações sociais, como a participação no projeto Pescar. Ramo Transporte realiza Workshop Contábil e Fiscal Representantes de cooperativas de Transporte participaram, no dia 26 de outubro, do I Workshop Contábil e Fiscal do ramo, que ocorreu no Centro de Formação Profissional Cooperativista do Sescoop/RS, em Porto Alegre. O evento foi uma promoção do Sescoop/RS e contou com a presença de 30 participantes de diversas regiões do Estado: contadores, profissionais do setor financeiro, dirigentes e associados, além de dois representantes da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná). Ao dar as boas vindas aos participantes, o presidente da Central Rede Transporte, Abel Paré, comentou as diversas conquistas do ramo nos últimos anos, como a redução da base de cálculo do imposto de renda de transportadores autônomos (passará de 40% para 10%); a assinatura de convênios e a organização para compras conjuntas. “Chegou a hora de nos profissionalizarmos. Temos que falar o mesmo idioma para trabalharmos juntos”, afirmou ele, referindo-se à padronização contábil nas cooperativas. O presidente do Sistema OcergsSescoop/RS, Vergilio Perius, também conversou com o grupo e desejou um excelente dia de trabalho. “A cooperativa deve ter um lado democrático funcionando, mas precisa desenvolver muito bem seu lado empresarial. Democracia e eficiência devem andar juntos”, declarou. “A cooperativa é como um barquinho em uma lagoa: ele só anda para frente se forem usados os remos dos dois lados. A essência do cooperativismo está na sinergia dos dois remos movidos ao mesmo tempo”. A programação do evento incluiu palestra do especialista em contabilidade cooperativa Dorly Dickel e um debate, liderado pelo coordenador jurídico do Sistema Ocergs-Sescoop/ RS, Tiago Machado, sobre pessoa jurídica associada a cooperativa de Transporte. Além disso, o gerente de Monitoramento do Sescoop/RS, José Máximo Daronco, apresentou o Programa de Acompanhamento da Gestão Cooperativista, uma ferramenta que viabiliza a identificação de oportunidades de melhoria através de diagnóstico e ações corretivas. Na última etapa do workshop, os participantes debateram a Lei 12.619/12, que regulamenta a profissão de motoristas de transporte de carga, PIS/COFINS - TRC e TRIC; SPEED Contribuições e Contabilização da Unimilitância em Cooperativas de Transporte. Todos os temas serão compilados em notas técnicas, disponibilizadas pela Central Rede Transporte. 11 Cooperativas outubro de 2012 Uniodonto VTRP é homenageada na XXII Convenção Nacional Uniodonto A Uniodonto realizou, de 10 a 13 de outubro, em Foz do Iguaçu, no Paraná, sua XXII Convenção Nacional. O evento reuniu mais de 300 associados, representantes de todas as cooperativas do Sistema, e teve como tema “Qualidade como Fator de Mudança”. Esta edição da Convenção foi especial por acontecer no Ano Internacional das Cooperativas, data que marca também o aniversário de 40 anos da Uniodonto. Durante a Convenção, duas cooperativas foram homenageadas por seu pioneirismo, que originou o sistema cooperativo de saúde odontológica no Brasil. A Uniodonto Vales do Taquari e Rio Pardo (VTRP) foi fundada no dia 3 de outubro de 1972, em Lajeado, menos de um mês após a fundação da Uniodonto na cidade de Santos, em São Paulo. Hoje, o Sistema Uniodonto está presente em mais de 1.500 municípios do Brasil. “É uma imensa alegria ver completar 40 anos uma ideia de poucos que contaminou a tantos, prestando um inestimável serviço à saúde bucal”, afirma Irno Augusto Pretto, vice-presidente da Uniodonto VTRP, do Sistema OcergsSescoop/RS e um dos fundadores da cooperativa gaúcha. “É tempo de celebrarmos o pioneirismo das cooperativas de Santos e dos Vales do Taquari e Rio Pardo, que anteciparam o futuro e são pilares nos quais se baseiam o atual Sistema Nacional de Cooperativas Odontológicas Uniodonto”, resumiu o superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile. Segundo o presidente da Uniodonto, José Alves de Souza Neto, o tema da Convenção – Qualidade como fator de mudança - buscou expressar o atual momento do mercado de planos odontológicos do País. ‘‘Nossa responsabilidade é impulsionar o Sistema Uniodonto para mais 40 anos de sucesso, reestruturando nossos modelos de assistência, de gestão e de remuneração’’, afirmou ele. A XXII Convenção Nacional da Uniodonto teve o patrocínio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e das unidades estaduais de São Paulo (Sescoop/SP) e do Paraná (Sistema Ocepar). No Rio Grande do Sul, a Uniodonto VTRP comemorou os 40 anos com um jantar em Santa Cruz do Sul. Divulgação Cooperativas 12 outubro de 2012 Evento em Foz do Iguaçu reuniu mais de 300 participantes Cooperativistas comemoraram os 40 anos da Uniodonto VTRP em Santa Cruz do Sul Com o apoio do Sescoop/RS, evento no RS teve palestra de Eduardo Tevah Cotrijuc realiza viagem aos Estados Unidos um país como os Estados Unidos acrescenta conteúdo à formação dos jovens cooperados, dos líderes de negócios da Cotrijuc e também dos técnicos da Getagri (empresa de assessoria agrícola de Júlio de Castilhos, presente na viagem)”, afirma ele. Na viagem, os brasileiros conheceram a Farm Progress Show, em Iowa, a mais conhecida feira de tecnologia agrícola no mundo, com cerca de 360 hectares de área de demonstrações de campo, com equipamentos de semeadura, cultivo, colheita e agricultura de precisão. Além da feira, visitaram uma fazenda de soja e milho, onde o proprietário apresentou a área, sistemas de cultivo, máquinas utilizadas, sistemas de armazenamento, técnicas de agricultura de precisão e dados sobre produtividade da fazenda. Visitas ao Museu John Deere e ao Rio Mississipi também fizeram parte da visita. Lá, o grupo obteve informações sobre o sistema logístico de escoamento de grãos dos Estados Unidos. A viagem foi encerrada com a ida à bolsa de valores de Chicago, onde os visitantes aprenderam um pouco mais a respeito do mercado de commodities agrícolas. Ao todo, foram visitadas quatro cidades estadunidenses: Des Moines, Bettendorf, Champaing e Chicago. Segundo Machado da Silva, essa viagem não será a única. “Outras viagens técnicas acontecerão, proporcionando novos conhecimentos aos cooperados que apoiam a Cotrijuc e desejam obter novos conhecimentos.” Divulgação/Cotrijuc Três funcionários da Cotrijuc, de Júlio de Castilhos, estiveram nos Estados Unidos (EUA) de 25 de agosto a 2 de setembro para qualificar seus conhecimentos sobre os sistemas de produção de milho e soja do país. Os EUA são detentores de uma tecnologia extremamente desenvolvida e respondem, hoje, pela produção mundial de quase 40% do milho e 35% da soja. Além dos funcionários da Cooperativa, também participaram da viagem 20 produtores e quatro técnicos de empresas do ramo agrícola da região. Segundo o vice-presidente da Cotrijuc, Mauro Machado da Silva, o objetivo da viagem técnica é investir na qualificação dos jovens do quadro social e proporcionar o intercâmbio de informações. “Conhecer a cultura e os sistemas de produção de Cotrijuc organizou uma viagem de 27 pessoas aos EUA. Para ver mais fotos, acesse www.cotrijuc.com.br Os Poupedis estão de volta no Sicredi Para comemorar o mês das crianças, o Sicredi apresentou uma campanha para conscientizar os pais sobre a importância de investir para garantir o futuro dos filhos, além de estimular a educação financeira. A influência dos super-heróis na vida de crianças e adultos foi o mote utilizado para trazer de volta os Poupedis, personagens que representam, desde 2009, a poupança do Sicredi. Desenvolvida pela agência Morya, a campanha com veiculação em mídia nacional apresenta os Poupedis como os guardiões do futuro, os heróis que ensinam a poupar. Os Poupedis são representados pelos personagens Din, Pixx, Bludi, Zup e Nina que salvam a cidade do vilão “Gastador”. A estratégia é ensinar os pequenos a poupar para crescer de um jeito lúdico e divertido. Além disso, existem cinco modelos de bonecos-cofre, um para cada Poupedi, que são entregues mediante aportes em Poupança ou abertura de uma Continha do Futuro. Em todo o Brasil serão distribuídos mais de 120 mil bonecos, em cinco cores. 13 Cooperativas outubro de 2012 Associados da Certaja reduzem conta da energia elétrica A Certaja Energia iniciou, no mês de junho, a substituição de lâmpadas, geladeiras e chuveiros em diversos domicílios de associados da Cooperativa. A medida cumpre determinação da lei nº 9.991, que exige de empresas concessionárias ou permissionárias de distribuição de energia elétrica a aplicação de um percentual mínimo da receita operacional líquida em Programas de Eficiência Energética, segundo regulamentos da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). São contemplados pelo Programa associados de baixa renda, com número de inscrição social (NIS). Os aparelhos são subsidiados pela Certaja e a empresa 5EC Engenharia, contratada pela Cooperativa, vai até as residências trocar as lâmpadas, geladeiras e chuveiros. Todos os equipamentos novos possuem o selo Procel Categoria A, que garante que são os mais econômicos disponíveis. Os aparelhos e lâmpadas antigos são encaminhados para descarte e a ideia é repetir a ação anualmente. Outra iniciativa tomada pela Certaja Energia dentro do Programa de Eficiência Energética é oferecer palestras sobre essa temática em escolas da área de distribuição da Cooperativa. O palestrante é o engenheiro eletricista Alexandre Rocha, da 5EC. Nesses encontros, os alunos podem trocar lâmpadas incandescentes por outras, de modelo econômico. Até o momento, mais de mil lâmpadas foram substituídas. A estimativa é de chegar a 3.800 unidades. O que são os PEEs PEE significa Programa de Eficiência Energética. Os contratos de concessão firmados entre a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e as empresas e cooperativas concessionárias do serviço público de distribuição de energia elétrica estabelecem obrigações e encargos. Uma dessas obrigações consiste em aplicar, anualmente, o montante mínimo de 0,5% de sua receita operacional líquida em ações que tenham por objetivo o combate ao desperdício de energia elétrica - o chamado Programa de Eficiência Energética das Empresas de Distribuição - PEE. Para saber mais, acesse o site da Aneel: http://www.aneel.gov.br Fotos: Divulgação/Certaja Cooperativas 14 outubro de 2012 Sandra Maria Aparecida Rosimeri Para Sandra Maria Caminha Sortica, moradora do bairro Pinheiros, em Taquari, as substituições vieram em boa hora. Ela observa que já houve uma diminuição na conta de energia, que por vezes chegava a quase R$ 200,00. “Não podemos viver mais sem energia elétrica. Mas pagar menos é bem melhor”, afirma ela. Maria Aparecida Cezimbra Porto, que mora com o marido e dois filhos no Loteamento São José, no bairro Pinheiros, também percebeu uma queda na fatura. “Já deu para ver diferença na primeira conta. Eu gastava mais de R$ 100,00 e agora isso mudou. Como faço doces para vender, uso bastante a geladeira, que precisava ser descongelada toda semana. Agora não preciso mais fazer isso”, comemora. Rosimeri de Farias Santiago, filha da associada Marlene de Farias Santiago, também comemorou a iniciativa da Certaja. “Nossa geladeira era muito velha, precisávamos de outra há tempo. Como minha mãe gasta bastante com remédios, não sobra para essas aquisições”, revelou ela, acrescentando que é importante trocar os equipamentos antigos, que gastam energia desnecessária, para economizar e poder fazer outros investimentos. 15 Divulgação/Cotriel Cooperativas outubro de 2012 A Cotriel, de Espumoso, reuniu mais de duas mil pessoas no dia 2 de outubro, na sede de sua associação de funcionários (Afeco), durante a nona edição do Encontro de Mulheres da Cooperativa. O evento teve o patrocínio do Sescoop/RS e apoio da Unimed Alto Jacuí, além de ter contado com as representantes de Núcleo de todas as localidades de abrangência da Cooperativa para fazer as inscrições das centenas de participantes. Ao dar início ao evento, o presidente da Cotriel, Leocezar Nicolini, agradeceu à equipe de 300 funcionários que trabalhou por dez dias na estruturação da Afeco para receber o público numeroso. Lembrou também o trabalho das líderes de Núcleos, agradecendo-as por motivarem a participação das mulheres que, a cada ano, comparecem em maior número. De acordo com Nicolini, o objetivo da Cotriel ao realizar o Encontro é aproximar cada vez mais a família do associado à Cooperativa, “começando pelas mulheres, que são a base de tudo”. Lembrou que o dia, além de ser de festa, é destinado à informação, e ressaltou que todos, de uma forma ou de outra, engrandecem o Encontrão, que tem como meta trazer cada vez mais associados para a Cotriel. A palestra desta edição foi proferida por Eduardo Tevah, que tratou do tema “Mude seus hábitos e mude sua vida”. Ele lembrou o importante papel do campo na economia brasileira, ressaltando que os agricultores devem ter mais orgulho de pertencerem ao interior. Lembrou que a mulher não pode negligenciar a si apenas em detrimento dos outros e chamou a atenção ao fato de que, por sua polivalência, a mulher é importantíssima tanto na propriedade, por ser o esteio da casa, cuidando do marido, filhos e afazeres, quanto de toda a sociedade, pois a cada dia que passa mais mulheres assumem cargos em empresas e tomam contas de ambientes antes predominantemente masculinos. O Encontro teve também a apresentação dos vencedores do Festival O Jovem Canta o Cooperativismo; declamação de poesia; momentos de descontração, que ficaram a cargo do Palhaço Serelepe; sorteio de brindes e homenagem à associada Hoara Pereira Bulé, da Serra dos Engenhos, que deu nome ao programa de rádio Cotriel em Sua Casa, atualmente apresentado nas rádios Planetário, de Espumoso, e Geração, de Salto do Jacuí. O nome do programa foi escolhido em um concurso realizado em 1979, pelo então presidente Armídio Bertani. Unicred Grande Santa Rosa completa 16 anos No dia 12 de outubro, a Unicred Grande Santa Rosa completou 16 anos. Com sede em Santa Rosa, a Cooperativa tem, atualmente, 375 associados e atua em 21 municípios. Conta com ativos na ordem de R$ 8,8 milhões e patrimônio líquido de R$ 1,9 milhão, conforme o diretor-presidente da filiada, Carlos Alberto Benedetti. O Sistema Unicred O Sistema Unicred brasileiro tem, hoje, oito Centrais, 97 singulares, 423 unidades de negócio e mais de 270 mil associados em todo o Brasil. É formado por um conjunto de instituições financeiras cooperativas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, sem fins lucrativos e não sujeitas a falência, normatizadas pela legislação cooperativista e do Sistema Financeiro Nacional. No Rio Grande do Sul, a Unicred existe desde 1989. Fapergs entrega troféus do Prêmio Pesquisador Gaúcho 2012 Em cerimônia realizada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) com apoio do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, foram entregues, no dia 30 de outubro, os troféus do Prêmio Pesquisador Gaúcho 2012, em evento no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre. Um dos destaques do evento, realizado em parceria com a Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT), foi a pesquisa do vice-presidente da Cooperativa Languiru, Renato Kreimeier, sobre a atuação dos jovens na Cooperativa Languiru e a redução da idade média do quadro social, em função da implantação de agroindústrias cooperativas. Kreimeier foi premiado na categoria Destaque Pesquisa no Cooperativismo, incluída no Prêmio Pesquisador Gaúcho como destaque especial, em comemoração ao Ano Internacional das Cooperativas. Em seu discurso, Cléber Prodanov, representando o governador Tarso Genro, parabenizou todos os agraciados da noite. “Pessoas altamente qualificadas, mas que são iguais a todos nós, apenas com um talento magnífico, uma oportunidade, que aproveitaram para transformar o mundo”, afirmou. A pesquisadora Márcia Barbosa, que em março de 2013 receberá o prêmio L’oréal-Unesco para Mulheres na Ciência, também recebeu uma homenagem especial na noite e falou sobre a importância do evento para o Rio Grande do Sul. “Quando recebemos um prêmio desses, reconhecemos que a pesquisa que fizemos vai gerar resultados aqui. Vai formar pessoas, gerar conhecimento e trazer inovação para este Estado”, finalizou. Para a diretora-presidente da Fapergs, Nadya Pesce da Silveira, a edição 2012 do prêmio foi um sucesso, “envolvendo a comunidade acadêmica, empresarial e do coope- rativismo do Estado”, disse. Segundo ela, a expectativa para o próximo ano é consolidar o prêmio e ampliar o número de candidaturas mantendo o mesmo formato. Confira as pesquisas premiadas: Pesquisador destaque nas sete principais áreas do conhecimento Arquitetura, Urbanismo e Design - Dr. Wilson Kindlein Júnior Engenharias - Dr. Carlos Pérez Bergmann Física e Astronomia - Dr. Kepler de Souza Oliveira Filho Interdisciplinar - Dr. Leonia Capaverde Bulla Matemática, Estatística e Computação - Dr. Philippe Olivier Alexandre Navaux Química - Dr. Gilson Rogério Zeni Categorias com ênfase na inovação Piá Inovador - Jéssica Weiler Pesquisador na Indústria - Flávio Costa Bianchi Técnico Pesquisador - Geórgia Schiller Barcellos e Paula Vieira Schwade Orientadora - Schana Andréia da Silva Tese Inovação Gaúcha - Dr. Tiago Roberto Balen Categoria em comemoração ao Ano Internacional do Cooperativismo Destaque em Cooperativismo - Renato Kreimeier Homenagens Destaque Cientista Gaúcha - Márcia Barbosa Medalha Sylvio Torres - Marco Antônio Raupp Luiz Junior Cooperativas 16 outubro de 2012 Na categoria em comemoração ao Ano Internacional do Cooperativismo, o projeto do vice-presidente da Cooperativa Languiru, Renato Kreimeier (esquerda) foi o premiado Unimed Porto Alegre promove atividades para pais e bebês A Unimed Porto Alegre promoveu, durante o mês de outubro, diversas atividades dedicadas a mamães, papais e bebês. Os encontros, que ocorrem na Casa Bem-Estar da Unimed, em Porto Alegre, fazem parte do Programa Bebê-Vindo e são gratuitos para clientes da Cooperativa. Nos dias 10 e 24 de outubro, a Cooperativa realizou dois encontros com o tema “Cuidando do seu Bebê”. As palestras abordaram os limites, regras e desafios de dizer não para as crianças. O grande desafio dos pais em administrar o comportamento dos pequenos, como conduzir a comunicação papai, mamãe e bebê e a formação do vínculo familiar também foram questões discutidas. Nos dias 11 e 18, o assunto foi o aleitamento materno: cuidados com as mamas, armazenamento do leite, posicionamento do bebê durante a amamentação, benefícios e dificuldades de amamentar. Nos dias 11 e 18 também foram promovidos os encontros “Cuidando da Mamãe”, em que foram abordadas as transformações na relação do casal após a chegada do bebê, as surpresas da vida pós-bebê, a falta de tempo para si, ciúmes e estresse. Por último, nos dias 16 e 30 de outubro, a Unimed Porto Alegre promoveu oficinas de Shantala, uma técnica de origem indiana que utiliza a massagem aplicada pelos pais nos bebês. A massagem fortalece o vínculo afetivo a partir do carinho, do toque e da comunicação corporal. A aproximação familiar é incentivada e aprimorada com essa técnica. A partir de um mês de idade as crianças já podem participar da prática que objetiva a relação, interação e contato das mamães e dos papais com o filho. Os encontros têm vagas limitadas. Você pode acompanhar a programação da Casa Bem-Estar pelo site da Unimed Porto Alegre: www.unimedpoa.com.br. Languiru realiza encontro de jovens associados Para onde vai o jovem produtor O médico veterinário e técnico em agropecuária Diomar Roberto Barros falou sobre o tema “E nós, pra onde vamos ?”. Intercalando questionamentos com vídeos que fizeram os jovens refletirem sobre a importância da produção de alimentos no futuro, Barros observou que os associados da Cooperativa têm objetivos bem definidos. “Mais importante que suceder é preparar para a suceder”, destacou. Enaltecendo a estrutura que a Languiru coloca à disposição dos associados, Barros incentivou os jovens produtores a pensarem na importância da sua atividade. Observou que a produção de alimentos necessita dobrar nos próximos 50 anos. “Na hora em que se enxerga que produzimos alimentos para o mundo todo, se dorme com a consciência mais tranquila”, contextualizou. Para Barros, a idade média dos associados da Languiru indica que os jovens estão cada vez mais inseridos no setor. Para ele, o sucesso do sistema cooperativista depende de transformações. “É preciso ser competitivo com produtividade. O limite do desenvolvimento de uma organização é o limite da criatividade e da competência de seus colaboradores em fazer as mudanças”, enfatizou. de progresso na área de atuação da Languiru. “Vocês são responsáveis pelos bons indicadores que a Cooperativa tem. O nosso modelo de empreendedorismo serve de modelo no Estado. Nós temos uma situação diferente aqui”, exaltou. Para o vice-presidente, Renato Kreimeier, o trabalho da Languiru é modelo para o cooperativismo brasileiro. Citando os investimentos que foram realizados nos últimos anos com a construção ou remodelação de unidades industriais, Kreimeier definiu a Languiru como uma cooperativa jovem. “É importante motivar as pessoas. Em nenhum lugar do Brasil o jovem está ficando na cooperativa como na região da Languiru. Uma empresa jovem tem perspectivas e rumos”, sintetizou. Programação do dia O grupo de teatro de Linha Paissandu, Westfália, apresentou a peça “O dia em que a ficha caiu”. Formado por associados da Cooperativa, o grupo encenou a história de dois irmãos que saem da Encontro promovido pela Languiru reuniu jovens produtores rurais associados e filhos de associados da Cooperativa Diferencial e perspectivas Ressaltando que a Cooperativa está rejuvenescendo o seu quadro social, o presidente Dirceu Bayer frisou que os jovens são o futuro do cooperativismo. Ele citou a visita da ministra da Agricultura da Alemanha, Ilse Aigner, como exemplo propriedade e sofrem desilusões em Porto Alegre. Depois voltam para o meio rural, quando decidem ajudar os pais na propriedade e se associam à Languiru. Uma das revelações do show de talentos da Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT), a Banda UPL Mundo Novo, apresentou covers de artistas como César Menotti & Fabiano, Bonde do Alemão e Village People. Formada por colaboradores da Unidade Produtora de Leitões de Bom Retiro do Sul, a banda se apresentou durante o almoço. Divulgação/Languiru Com o intuito de motivar e valorizar os jovens produtores rurais que compõem seu quadro social, a Cooperativa Languiru promoveu o 3° Encontro de Jovens Associados, no dia 04 de outubro, na Associação dos Funcionários da Languiru. O evento, que teve a presença de diretores da Cooperativa, contou com palestra motivacional e apresentações culturais. Programação inclui shows e teatro recheados de humor 17 Cooperativas outubro de 2012 Unimed Porto Alegre conquista prêmios Top Ser Humano e Top Cidadania Divulgação Unimed POA Cooperativas 18 outubro de 2012 A Unimed Porto Alegre conquistou novamente os prêmios Top Ser Humano e Top Cidadania da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Rio Grande do Sul (ABRHRS), na categoria Empresa. O Top Ser Humano, criado em 1992, é um reconhecimento a indivíduos e organizações que valorizam o ser humano como diferencial estratégico para o crescimento das pessoas e das empresas. O Top Cidadania, por sua vez, existe desde 2001 e premia instituições sem fins lucrativos e empresas públicas ou privadas que desenvolvem projetos de investimento social privado, beneficiando comunidades externas à empresa. A Unimed Porto Alegre recebe o Top Ser Humano desde 2008. Este ano, a Cooperativa concorreu com o case “EAD (educação à distância) na Unimed Porto Alegre: qualificação com agilidade e qualidade”, que implantou a cultura digital e incluiu a modernização da Intranet e a criação do Portal RH. O foco de todos os cursos oferecidos pelo EAD é o desenvolvimento das habilidades técnicas dos colaboradores, promovendo oportunidade de aprendizado e qualidade de vida. O Top Cidadania foi conquistado pela Cooperativa pela primeira vez em 2011. Na edição 2012, o case vencedor foi o “Cuide Agora em Ação: a prevenção em saúde como prática de responsabilidade social”, pelo qual a Unimed levou informações e exames preventivos gratuitos para nove municípios de sua área de atuação. O programa também englobou uma websérie de oito episódios com dicas de prevenção para diversas fases da vida. Márcio Pizzato, presidente do Conselho de Administração da Unimed Porto Alegre, destaca o reconhecimento aos projetos realizados pela Cooperativa. “Ambos os prêmios nos motivam ainda mais a realizar projetos que beneficiem os nossos colaboradores e as comunidades nas quais estamos inseridos, transcendendo as relações institucionais. Esta é uma gratificação que nos mostra que estamos no caminho certo”, avalia. O evento de premiação ocorreu no dia 24 de outubro, na capital gaúcha. Em 2008, a Cooperativa Médica venceu a premiação com o case “Juntos somos mais pela saúde do Planeta Unimed”. Em 2009, o case Gestão Integrada de Pessoas (GIP) conquistou o prêmio e, em 2010, o case vencedor foi “Cuidar do Ser Humano: a comunicação interna e o endomarketing na Unimed Porto Alegre”. Em 2011, a Unimed conquistou ambos os prêmios, com os cases “IBE – um índice para medir o bem-estar" e “Programa de Mentoring: Compartilhar para crescer”. A Unimed Porto Alegre Fundada em 1971, a Unimed Porto Alegre é uma cooperativa de médicos líder no mercado de assistência à saúde na Capital, Região Metropolitana, na, Centro-Sul e Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Possui mais de 630 mil beneficiários e cerca de 400 pontos de atendimento entre serviços credenciados e próprios, o que se constitui na maior estrutura em prestação de serviços à saúde dentro de sua área de atuação. A Cooperativa conta com 6,2 mil médicos em 49 especialidades e 39 áreas de atuação e tem estrutura própria para atendimento ao cliente, que inclui Hospital, Laboratório, Centros de Diagnóstico por Imagem, Centro de Oncologia, Prontos-Atendimentos, unidades de atendimento Odonto Unimed e o SOS Emergências Médicas. Unimed Porto Alegre lança programa de vantagens para clientes A Unimed Porto Alegre lançou o Clube Bem-Estar, programa de relacionamento que oferece vantagens em diversos estabelecimentos para os clientes da Cooperativa. Entre as empresas parceiras estão farmácias Panvel, Lavanderia 5 a Sec, Walmart Brasil, Saúde no Copo e Óptica Foernges. Basta apresentar o cartão magnético da Unimed para usufruir dos descontos exclusivos. A perspectiva é que outros estabelecimentos sejam credenciados até o final deste ano. Mais informações em www.unimedpoa.com.br/clubebemestar. A Cooperativa Piá reuniu mais de 5 mil pessoas em sua festa de 45 anos, realizada no estádio Esporte Clube, de Nova Petrópolis, no dia 28 de outubro. A programação iniciou às 13h30, com a entrega das últimas tarefas da gincana que iniciou em agosto e envolveu 354 colaboradores divididos em oito equipes. Durante a tarde, a Piá promoveu um coquetel para os convidados e cerimônia oficial em homenagem aos sócios fundadores da Cooperativa. Em nome dos precursores da Piá, o ex-presidente Werno Neumann lembrou das dificuldades que viviam os agricultores de Nova Petrópolis no final dos anos 60, onde a agricultura era de subsistência. Ele também destacou a importância do acordo com o governo alemão, que enviou uma equipe de técnicos e bancou a compra do primeiro imóvel e de equipamentos para o beneficiamento do leite. O presidente do Sistema OcergsSescoop/RS, Vergilio Perius, lembrou a importância do cooperativismo para o desenvolvimento econômico e social da comunidade. A vocação cooperativista de Nova Petrópolis foi ressaltada pelo presidente da Sicredi Pioneira, Márcio Port, que saudou o sucesso da Piá: “Não é todo o dia que podemos compartilhar os 45 anos de uma grande empresa”. O presidente da Cooperativa, Gilberto Kny, destacou o crescimento da Piá, que passou de um processamento de dois mil litros para 400 mil litros diários. Kny lembrou que a Cooperativa tem, atualmente, quatro milhões de consumidores e um portfólio de 300 produtos. “Temos a melhor marca de leite do mercado, e estamos investindo cada vez mais em tecnologia e inovação”, afirmou. Renato Tadini Cooperativa Piá comemora 45 anos Sistema Ocergs-Sescoop/RS presta homenagem à Cooperativa Piá pelos seus 45 anos Cerca de cinco mil pessoas prestigiaram o evento, que foi encerrado com show da banda Papas da Língua Diretor da Unimed Litoral Sul palestra em São Paulo O diretor de Mercado e Saúde Ocupacional da Unimed Litoral Sul, médico do trabalho Luiz Fernando Hormain, ministrou uma palestra no dia 5 de outubro, em São Paulo, durante o Seminário de Segurança e Saúde Ocupacional do Grupo Galvão, empresa responsável por obras de grande dimensão, como o metrô de São Paulo. O tema da palestra de Hormain foi “NTEP (nexo técnico epidemiológico previdenciário), FAP (fator acidentário de prevenção) e PPP (perfil profissiográfico previdenciário) na Visão Prevencionista da Saúde Ocupacional”. Dezenas de médicos, engenheiros de segurança e técnicos participaram do evento, que foi promovido para divulgar as boas práticas de saúde e segurança no trabalho, conforme orientações da Organização Internacional do Trabalho (OIT). 19 Cooperativas outubro de 2012 Cooperativas ouuttuubr broo de 22012 012 01 12 20 outubro Nova Lei das Cooperativas de Trabalho – o que mudou? A Lei n° 12.690/2012 surgiu com o objetivo de disciplinar a organização e o funcionamento das cooperativas de Trabalho, de maneira moderna e buscando a superação dos desafios impostos pela incorreta compreensão dos princípios e valores do cooperativismo, tanto no âmbito dos contratantes (da iniciativa privada ou do governo), quanto na visão dos fiscalizadores, notadamente o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). É certo que, em algumas matérias, a Lei n° 12.690/2012 estabelece novas obrigações e dispõe de maneira diferente da Lei n° 5.764/1971 (Lei do Cooperativismo). Contudo, havendo conflito entre os diplomas legais ao disciplinar um mesmo instituto, prevalece o disposto na nova legislação (Lei n° 12.690/2012), tal como garantido em seu art. 1° e disciplinado no §1° do art. 2° da Lei de Introdução ao Código Civil. Dentre as principais alterações e inovações trazidas pela Lei n° 12.690/2012 às cooperativas de Trabalho, merecem destaque: redução do número mínimo de sócios para constituição de uma cooperativa de Trabalho, da previsão anterior de 20 para apenas sete sócios; instituição de direitos mínimos dos sócios, tais como: retiradas não inferiores ao piso da categoria profissional ou ao salário mínimo; duração do trabalho de oito horas, ressalvadas escalas e plantões, que poderão ser compensadas; repouso semanal e anual remunerados; retirada para o trabalho noturno superior ao diurno; adicional para atividades insalubres ou perigosas; seguro acidente de trabalho; observância obrigatória das normas de saúde e segurança do trabalho em vigor, dentre outros; eleição de uma coordenação, com mandato de um ano, para as cooperativas de Trabalho da modalidade serviços, cujos associados realizem suas atividades fora do estabelecimento da cooperativa. Ela será o elo do relacionamento do contratante com a cooperativa; utilização obrigatória da expressão “cooperativa de Trabalho” no nome da cooperativa; obrigatoriedade de realização de ao menos uma Assembleia Geral Especial anual, sem exclusão das já previstas na Lei n° 5.764/1971 (Ordinária e Extraordinária), para tratar de assuntos específicos como disciplina, direitos e deveres dos sócios, dentre outros; forma específica de convocação de assembleias gerais, contemplando a possibilidade de notificação pessoal, postal e por edital, dependendo do caso; possibilidade das cooperativas com menos de 19 sócios estabelecerem composição diferenciada dos Conselhos de Administração e Fiscal, respeitando, entretanto, um número mínimo de três conselheiros fiscais; prazo de 12 meses para as cooperativas de Trabalho adequarem seus estatutos sociais às novas disposições legais, sem a imposição de sanções legais neste período, bem como assegurarem a seus sócios alguns dos direitos previstos no art. 7° desta lei, no caso de cooperativas de Trabalho do gênero serviço. O que muda com a Lei n° 12.690/2012 | Perguntas e respostas 1. O que é uma cooperativa de trabalho? A cooperativa de Trabalho é uma sociedade constituída por trabalhadores para o exercício de suas atividades laborativas ou profissionais, com proveito comum, autonomia e autogestão, visando a obter melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais de trabalho (art. 2° da Lei n° 12.690/2012). Quanto ao termo autonomia, o mesmo deve ser entendido de modo diverso ao conceito apresentado na doutrina civil e trabalhista, segundo o qual o trabalhador exerce atividade profissional remunerada, por conta própria, em caráter eventual, sem relação de emprego e assumindo o risco da atividade. A autonomia, no contexto do trabalho cooperado, é coletiva e coordenada, uma vez que não há plena liberdade ao sócio, que exercerá suas atividades de acordo com as regras de funcionamento da cooperativa. Além disso, a forma de execução dos trabalhos é fixada coletivamente em Assembleia Geral. De acordo com a Organização Internacional de Cooperativas de Produção Industrial, Artesanal e de Serviços das Américas (Cicopa), no cooperativismo de Trabalho, o trabalho e a gestão se realizam conjuntamente, sem as limitações próprias do trabalho individual, nem exclusivamente sob as regras do trabalho assalariado dependente. 2. Como se classificam as cooperativas de Trabalho? As cooperativas de Trabalho podem ser de dois tipos: de produção, quando constituída por sócios que contribuem com o trabalho para a produção em comum de bens e a cooperativa detém, a qualquer título, os meios de produção. Exemplo: cooperativas de reciclagem, de costura, de artesanato; e de serviço, quando constituída por sócios para a prestação de serviços especializados a terceiros, sem a presença dos pressupostos da relação de emprego. Exemplo: cooperativas de prestação de serviços de tradução ou cooperativas de prestação de serviços culturais/ artísticos. Neste segundo tipo, porém, o conceito de “serviço especializado” foi vetado e sua definição deverá ser fruto da construção doutrinária e jurisprudencial que se seguirá à edição da lei, ou ainda ser tratada no decreto que a regulamentará. 3. Quais cooperativas estão excluídas da aplicação da Lei n° 12.690/2012? De acordo com o Parágrafo Único do art. 1°, estão excluídas do âmbito da nova lei: as cooperativas de assistência à saúde, na forma da legislação de saúde suplementar; as cooperativas que atuam no setor de transporte regulamentado pelo Poder Público e que detenham, por si ou por seus sócios, a qualquer título, os ativos necessários ao trabalho; as cooperativas de profissionais liberais cujos sócios exerçam as atividades em seus próprios estabelecimentos; as cooperativas de médicos cujos honorários sejam pagos por procedimento. O fato de estas cooperativas se excluírem dessa lei não significa que elas não possam ser constituídas na forma da Lei n° 5.764/1971, que continua em vigor. É importante que a cooperativa leve em conta o que define o seu estatuto social quanto ao objeto social, bem como as operações que pratica e as atividades de fato desempenhadas, de forma a verificar o seu enquadramento ou não na nova legislação. 4. Quais são os princípios e valores que regem as cooperativas de Trabalho? A nova lei contemplou os já consagrados princípios cooperativistas, agregando outros peculiares ao cooperativismo de Trabalho. Assim, são considerados princípios e valores que regem as cooperativas de Trabalho: adesão livre e voluntária; gestão democrática; participação econômica dos membros; autonomia e independência; educação, formação e informação; intercooperação; interesse pela comunidade; preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa; não precarização do trabalho; respeito às decisões de assembleia, observado o disposto na Lei n° 12.690/2012; participação na gestão em todos os níveis de decisão, de acordo com o previsto em lei e no estatuto social. Princípios, assim como as regras de uma lei, possuem valor normativo e não podem ser compreendidos sem uma análise da interpretação e sentido que os estudiosos do cooperativismo, bem como o Poder Judiciário, vem atribuindo a eles. 5. Quais são os direitos sociais do trabalhador cooperado? O art. 7° da Lei n° 12.690/2012 estabeleceu direitos mínimos que deverão ser assegurados aos sócios das cooperativas de Trabalho, sem prejuízo de outros que poderão ser instituídos pela Assembleia Geral. Antes de enumerar cada um desses direitos, é preciso reforçar a sua distinção com relação aos direitos trabalhistas, conferidos pela CLT àqueles que exercem suas atividades na condição de empregados. A Lei n° 12.690/2012 não trouxe para as cooperativas de Trabalho obrigações típicas da CLT, mas conferiu aos seus sócios alguns dos direitos sociais do trabalho constantes no art. 7° da Constituição Federal. Tais obrigações estão associadas ao conceito de direito ao trabalho digno e não precarização das relações de trabalho e buscam assegurar a observância de normas de ordem pública relacionadas à dignidade, segurança, saúde e medicina do trabalho. Por sua íntima relação com direitos fundamentais (direito à vida, à saúde etc.), os mesmos devem ser resguardados não só àqueles que se encontram na condição de empregados, mas a todos que exercem atividades laborativas, seja na forma de trabalho subordinado, autônomo ou cooperado. São esses direitos: retiradas (o termo deve ser compreendido como a remuneração do sócio por sua produção no exercício de suas atividades laborativas desempenhadas por meio da cooperativa) não inferiores ao piso da categoria profissional e, na ausência deste, não inferiores ao salário mínimo, calculadas de forma proporcional às horas trabalhadas ou às atividades desenvolvidas; duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais, exceto quando a atividade, por sua natureza, demandar a prestação de trabalho por meio de plantões ou escalas, facultada a compensação de horários; repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; repouso anual remunerado; retirada para o trabalho noturno superior à do diurno; adicional sobre a retirada para as atividades insalubres ou perigosas; seguro acidente de trabalho. Cabe destacar que o dispositivo da Lei n° 12.690/2012, o qual previa a possibilidade de realização de trabalho em horas excedentes à 8ª diária, com a respectiva remuneração a ser fixada em Assembleia Geral, foi objeto de veto presidencial. Com isso, a interpretação literal da nova legislação permite afirmar que não poderá haver trabalho excedente à 8ª hora diária, exceto nos casos em que a atividade, por sua natureza, demande a prestação de trabalho por meio de plantões ou escalas, hipótese em que será possível a compensação de horários. Não é permitida, portanto, a remuneração de horas excedentes trabalhadas além da 8ª diária, em nenhuma hipótese. 6. Como garantir o cumprimento aos direitos sociais previstos no art. 7° da Lei n° 12.690/2012? A nova Lei dispõe sobre alguns mecanismos que as cooperativas de Trabalho poderão utilizar para garantir o cumprimento dos direitos sociais previstos no art. 7°, de forma a não prejudicar sua viabilidade econômica e financeira e garantir a continuidade de suas atividades, tais como o provisionamento de recursos ou a criação de outros fundos, além dos obrigatórios. Sobre a constituição de outros fundos, a Lei n° 12.690/2012, do mesmo modo que a Lei n° 5.764/1971, prevê que sua criação deverá ser deliberada em Assembleia Geral, que definirá seu modo de formação, custeio, aplicação e liquidação. Vale lembrar que, para as cooperativas de Trabalho do tipo produção, a Lei n° 12.690/2012 assegura o direito a uma carência, em prazo a ser fixado por Assembleia Geral Extraordinária, para que seus associados comecem a fruir alguns dos direitos sociais previstos nos incisos do art. 7°. O objetivo aqui é possibilitar que a cooperativa produza resultados para seus sócios, a fim de resguardar os recursos necessários para garantir o efetivo cumprimento aos direitos sociais enumerados nos incisos I e VII do art. 7º. É importante destacar que, para que haja direito à carência, é imprescindível a realização de Assembleia Geral Extraordinária visando à fixação de seu prazo, sob o risco de, eventualmente, a cooperativa ser obrigada a garantir, de imediato, os direitos mínimos em questão. 7. Como se dará a coordenação das atividades prestadas pelo sócio por meio da cooperativa? A Lei n° 12.690/2012 exige que as atividades identificadas no estatuto social das cooperativas de Trabalho do gênero serviço, desempenhadas fora do estabelecimento da própria cooperativa, sejam submetidas a uma coordenação, com mandato de até 1 (um) ano ou pelo prazo de realização das mesmas, desde que não exceda o total de 12 meses. O papel do coordenador é de organizar as atividades, de acordo com o definido no estatuto social, nas assembleias gerais e no próprio contrato de prestação de serviços firmado com o tomador. Ele também será um canal de comunicação entre o contratante e os sócios da cooperativa prestadora, evitando-se ingerências incompatíveis (ou indesejadas) por parte dos tomadores de serviços. Qualquer sugestão, reclamação ou mesmo exigência que o contratante dos serviços da cooperativa de Trabalho tenha a fazer, seja em relação à execução do serviço prestado, à conduta ou ao desempenho de determinados sócios, sempre serão feitas por meio da coordenação. A eleição dos sócios que integrarão a coordenação será realizada em reunião própria, da qual 21 Cooperativas ouutu outubro tubr ubrro de de 22012 0 2 01 Cooperativas ouutu outu tubr bro dee 22012 br 0 2 01 22 outubro participarão todos os envolvidos no contrato cuja prestação de serviços se dará fora do estabelecimento da própria cooperativa, devendo, na oportunidade, ser dado conhecimento aos mesmos dos requisitos para a consecução das atividades, dos valores contratados e da retribuição pecuniária de cada sócio prestador dos serviços. Questiona-se se o coordenador eleito poderá ter retirada diferenciada dos demais sócios. Dois dispositivos que poderiam vedar ou autorizar a retirada diferenciada – o art. 13. e o art. 14. da Lei n° 12.690/2012, respectivamente – podem ser avocados à discussão. O art. 13. dispõe sobre a vedação à cooperativa de distribuir verbas de qualquer natureza entre os sócios, exceto a retirada devida em razão de sua atividade ou o reembolso de despesas realizadas em proveito da sociedade. Já o art. 14. determina que a Assembleia Geral Ordinária (AGO) delibere, anualmente, sobre a adoção ou não de faixas de retiradas diferentes dos sócios. A análise dos dispositivos sinaliza para a seguinte conclusão: se a AGO deliberar uma faixa de retirada diferenciada ao sócio que exerça coordenação durante seu mandato ou pelo prazo de duração do contrato com o tomador, não haverá ilegalidade. O que não poderá ocorrer é a fixação, por exemplo, de um adicional ao sócio que exerça coordenação, pois nessa hipótese o art. 13, seria vulnerado. 8. As cooperativas de Trabalho estão isentas das normas de segurança do trabalho? Não. As cooperativas de Trabalho deverão observar as normas de saúde e segurança do trabalho previstas na legislação em vigor e em atos normativos expedidos pela autoridade competente, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A identificação das obrigações a serem seguidas por cada cooperativa, neste tocante, dependerá da análise da legislação específica sobre segurança e saúde no trabalho (Normas Regulamentadoras – NR, portarias, dentre outras), combinada com as peculiaridades das atividades que cada sócio desempenha. Recomenda-se que as cooperativas de Trabalho busquem orientações com profissionais especializados, como engenheiros e técnicos de segurança do trabalho, acerca de quais normas deverão ser seguidas de acordo com a atividade desenvolvida pelos sócios. Vale lembrar que as normas de saúde e segurança do trabalho são de ordem pública, integrantes do conceito de direito ao trabalho digno, garantido a todo exercente de atividade laborativa, seja ela sob a forma subordinada, autônoma ou cooperada. Tais direitos já eram contemplados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, nas Convenções e Recomendações da Organização Internacional do Trabalho e na Declaração Mundial sobre as Cooperativas de Trabalho e Carta de Montevideo, que fixou as diretrizes da Cicopa. 9. Como deverá ser a denominação das cooperativas de Trabalho a partir da Lei n° 12.690/2012? Com a nova lei, elas deverão, obrigatoriamente, adotar a expressão “Cooperativa de Trabalho” em sua denominação social. Isso implica na obrigação daquelas já constituídas de adequar sua denominação social, alterando-a na respectiva Junta Comercial e demais órgãos competentes (Secretaria da Receita Federal, INSS, OCB, dentre outros). A cooperativa, inclusive, terá um ano, contado da vigência da edição da Lei n° 12.690/2012, para se adequar, conforme resposta à questão 21. 10. Pela nova lei, as cooperativas de Trabalho continuam podendo participar das licitações? Sim. A nova lei, inclusive, reforça o direito das cooperativas de Trabalho de participarem de licitações, já permitido com a edição da Lei Federal n° 12.349/2010 (que alterou o art. 3°, §1°, I, da Lei n° 8.666/1993, proibindo expressamente a discriminação de cooperativas em licitações), bem como em legislações de âmbito estadual. Assim, o §2° do art. 10. da Lei n° 12.690/2012 prevê expressamente que a cooperativa de Trabalho não poderá ser impedida de participar de procedimentos de licitação pública que tenham por escopo os mesmos serviços, operações ou atividades previstas em seu objeto social. 11. Quais as novas regras para organização de assembleias gerais? Permanecem vigentes as assembleias gerais, ordinária, e extraordinária, para deliberação das matérias pertinentes a cada tipo assemblear, previstas na Lei n° 5.764/1971. A Lei n° 12.690/2012 apenas reforça que, como já ocorria na Lei n° 5.764/1971, o destino das sobras líquidas ou o rateio dos prejuízos será decidido em Assembleia Geral Ordinária (AGO). A nova legislação também inova ao trazer a previsão de uma Assembleia Geral Especial, de realização obrigatória, ao menos uma vez por ano, sempre no segundo semestre do ano (art. 11°, §6°), para deliberar sobre assuntos específicos, dentre outros previstos no edital de convocação, a saber: gestão da cooperativa; disciplina; direitos e deveres dos sócios; planejamento e resultado econômico dos projetos e contratos firmados, além da organização do trabalho, como por exemplo, a fixação das regras para afastamento remunerado do sócio em algumas hipóteses, como casamento, nascimento de filho, dentre outras. O quórum de convocação e instalação das assembleias gerais também foi alterado em relação àquele previsto na Lei n° 5.764/1971. De acordo com o §3° do art. 11. da Lei n° 12.690/2012, os quóruns de instalação das Assembleias Gerais das cooperativas de Trabalho são de 2/3 (dois terços) do número de sócios, em primeira convocação; metade mais 1 (um) dos sócios, em segunda convocação; 50 (cinquenta) sócios ou, no mínimo, 20% (vinte por cento) do total dos sócios, prevalecendo o menor número, em terceira convocação, exigida a presença de, no mínimo, 4 (quatro) sócios para as cooperativas que possuam até 19 (dezenove) sócios matriculados. A nova lei prevê, ainda, o quórum para deliberação de matérias levadas à apreciação das assembleias gerais, exigindo maioria absoluta dos presentes para aprovação de qualquer assunto. A Lei n° 12.690/2012 inova também quanto à forma de convocação dos sócios para as assembleias gerais. O art. 12. prevê sucessivas possibilidades de notificação, eliminando a forma tríplice de convocação prevista no art. 38., §1° da Lei n° 5.764/1971 e estabelecendo que: a notificação do associado deverá ser pessoal e ocorrer com antecedência mínima de 10 (dez) dias de sua realização. Nessa hipótese, deverá, necessariamente, ser colhida uma declaração de ciência do sócio, devidamente datada, no ato da comunicação; na impossibilidade de notificação pessoal, a mesma dar-se-á pela via postal, devendo o recebimento pelo sócio ocorrer com antecedência mínima de 10 (dez) dias de sua realização. Neste caso, é imprescindível que a notificação seja encaminhada com Aviso de Recebimento – AR, como forma de prova do cumprimento do prazo legal; na impossibilidade de realização das notificações antecedentes, os sócios serão notificados mediante edital afixado na sede e em outros locais previstos no estatuto e publicado em jornal de grande circulação na região da sede da cooperativa ou na região onde ela exerça suas atividades, respeitada a antecedência de 10 (dez) dias da data de realização da Assembleia Geral. Outra inovação da Lei n° 12.690/2012 diz respeito à obrigatoriedade de se prever no estatuto social ou regimento interno, incentivos à participação ou sanções às faltas injustificadas dos sócios nas assembleias gerais. São exemplos de incentivos e penalidades: a) incentivos: sorteios de brindes; bolsas em cursos de especialização; b) penalidades: advertência escrita; afastamento temporário do contrato. 12. O art. 13 da nova lei, que estabelece a vedação de distribuição de verbas de qualquer natureza aos sócios, exceto a da retirada devida em razão das atividades e o reembolso de despesas comprovadamente realizadas em prol da cooperativa, estaria proibindo a distribuição de sobras? Não. O dispositivo veda apenas que sejam pagas outras verbas, como adicionais, prêmios ou abonos, aos sócios da cooperativa. Se forem apuradas sobras ao final de cada exercício, elas continuarão a ser distribuídas segundo o critério definido na Assembleia Geral Ordinária, conforme determina o §1° do art. 11 da nova lei. 13. É possível estabelecer faixas de retiradas diferentes entre os sócios? Sim, é possível estabelecer faixas de retiradas diferentes entre os sócios. Esta é uma matéria de deliberação anual obrigatória na Assembleia Geral Ordinária (AGO) da cooperativa de Trabalho, que fixará a diferença entre as retiradas de maior e menor valor, conforme dispõe o art. 14. da nova lei. Recomenda-se, contudo, que a fixação do piso e do teto de retirada pela AGO seja uma conjugação da realidade econômica e financeira da cooperativa e dos valores praticados pelo mercado para a remuneração dos serviços prestados, lembrando a obrigatoriedade de se respeitar o previsto no inciso I do art. 7°. Critérios idênticos devem ser observados, também, na fixação pela AGO, da remuneração dos dirigentes eleitos (aplicação analógica do art. 29. do Decreto-Lei n° 2.341/1987; STJ, REsp 85.653/RS, Min. Garcia Vieira). gando a mesma a manter um número mínimo de 3 (três) conselheiros fiscais e omitindo-se com relação à composição mínima dos demais órgãos sociais. 15. A quem cabe fiscalizar o cumprimento da Lei n° 12.690/2012? A fiscalização do cumprimento da lei ficará exclusivamente a cargo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a quem competirá aplicar a multa prevista no §1° do art. 17., caso fique constatado que a cooperativa de Trabalho esteja intermediando mão de obra subordinada. 14. Quais as implicações da 16. O que é intermediação redução do número mínimo de mão de obra subordinada de sócios na formação dos para fins de fiscalização? órgãos sociais? O art. 6° da Lei n° 12.690/2012 inovou ao estabelecer um número mínimo de 7 (sete) sócios para constituição de uma cooperativa de Trabalho, diferentemente dos 20 (vinte) associados exigidos pela Lei n° 5.764/1971. Essa redução trouxe implicações também à composição dos órgãos sociais, que poderá se estabelecer em número menor ao exigido pela própria Lei n° 12.690/2012 e pela Lei n° 5.764/1971. Resumidamente, o art. 15. da Lei n° 12.690/2012 estabelece que o Conselho de Administração será composto por, no mínimo, 3 (três) sócios eleitos, com prazo de gestão não superior a 4 (quatro) anos e com uma renovação mínima de 1/3 (um terço) do colegiado ao final de cada mandato. Mas, se a cooperativa de Trabalho tiver menos de 19 (dezenove) sócios, a lei expressamente autoriza que a composição dos conselhos de Administração e Fiscal seja distinta daquela prevista no art. 15. e na Lei n° 5.764/1971, obri- Na intermediação de mão de obra subordinada, a fixação das regras de funcionamento da cooperativa e a forma da execução dos trabalhos não são definidas pela assembleia geral dos sócios, tal como determina a lei, mas sim pelo contratante do serviço. Nessa hipótese, não se pode falar que a cooperativa atua na forma do art. 2° da Lei n° 12.690/12, uma vez que não se encontram presentes os requisitos da autonomia coletiva e autogestão, além da prática, desrespeitar os demais critérios definidores da relação de trabalho cooperado. Com o advento da nova lei, não fica excluída a possibilidade da cooperativa negociar o preço final dos serviços com o tomador, mas não poderá, sob nenhuma hipótese, permitir que este estabeleça o valor da retirada dos sócios da cooperativa, que ficará sempre a critério da Assembleia Geral e obedecerá, necessariamente, ao previsto no inciso I do art. 7° da Lei n° 12.690/2012. Assim, haverá intermediação ilícita de mão de obra quando estiverem presentes todos os requisitos do art. 3° da CLT, identificadores da relação de emprego, ou apenas a subordinação ao tomador, agindo este como verdadeiro empregador dos sócios. 17. O que é o Pronacoop? É o Programa Nacional de Fomento às Cooperativas de Trabalho, instituído pela lei no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que tem como finalidade a promoção do desenvolvimento e da melhoria do desempenho econômico e social das cooperativas de Trabalho. A participação no Pronacoop é voluntária, não se configurando como uma obrigação estabelecida pelo MTE. 18. Qual a finalidade do Pronacoop? O Pronacoop apoiará a produção de diagnóstico e plano de desenvolvimento institucional para as cooperativas de Trabalho; a realização de acompanhamento técnico das cooperativas participantes, visando ao fortalecimento financeiro, de gestão, de organização do processo produtivo ou de trabalho, bem como à qualificação dos recursos humanos; a viabilização de linhas de crédito; o acesso a mercados e à comercialização da produção; o fortalecimento institucional, a educação cooperativista e a constituição de cooperativas centrais, federações e confederações de cooperativas; além de outras ações que venham a ser definidas por seu comitê gestor no cumprimento de suas finalidades. 19. O que é a RAICT? A RAICT é a Relação Anual de Informações das Cooperativas de Trabalho, a ser obrigatoriamente preenchida pelas mesmas, anualmente, com informações relativas às atividades da sociedade no ano base anterior. O modelo de formulário da RAICT, com os dados a serem prestados, além de dados sobre a coleta, processamento, acesso e divulgação das informações, será regulamentado pelo Poder Executivo. 20. A cooperativa de Trabalho está obrigada ao registro na OCB e, consequentemente, ao recolhimento da contribuição cooperativista? Sim. De acordo com o art. 1° da Lei n° 12.690/2012 e §2° do art. 1° da Lei de Introdução ao Código Civil, as disposições da Lei n° 5.764/1971 permanecem aplicáveis às cooperativas de Trabalho, nos pontos em que não colidir com aquela. Tanto o registro quanto a contribuição cooperativista não foram objeto de qualquer previsão na Lei n° 12.690/2012, razão pela qual permanece vigente e aplicável a obrigação de registro e recolhimento da contribuição cooperativista em favor da OCB e também a essas cooperativas, conforme previsto na Lei n° 5.764/1971. 21. Qual o prazo para as cooperativas de Trabalho já estabelecidas adequarem seus estatutos sociais e assegurarem as garantias conferidas pela nova lei? Nos termos do art. 27. da Lei n° 12.690/2012, as cooperativas de Trabalho terão prazo de 12 (doze) meses para adequarem seus estatutos sociais à nova lei. As cooperativas de Trabalho do gênero serviço, por força do art. 28., terão prazo de 12 (doze) meses para assegurarem a seus sócios as seguintes garantias previstas no art. 7°: a) retiradas não inferiores ao piso da categoria profissional e, na ausência deste, não inferiores ao salário mínimo, calculadas de forma proporcional às horas trabalhadas ou às atividades desenvolvidas; b) repouso anual remunerado; c) retirada para o trabalho noturno superior à do diurno; d) adicional sobre a retirada para as atividades insalubres ou perigosas; e) seguro de acidente de trabalho. Já no caso das cooperativas de Trabalho do gênero produção, vale lembrar as observações já trazidas na questão 6, sobre a estipulação de prazo de carência para a garantia de alguns dos direitos previstos no art. 7° da Lei n° 12.690/2012. 22. O Parágrafo Único do art. 442. da CLT foi revogado? Não. O Parágrafo Único do art. 442. da CLT, que estabelece a inexistência de vínculo empregatício entre a cooperativa e seus associados e entre estes e os tomadores de serviços daquela, permanece vigente. Ainda que a ementa da Lei n° 12.690/2012 equivocadamente faça menção à revogação do mesmo, tal dispositivo foi alvo de veto presidencial no projeto da legislação e, portanto, o parágrafo em questão permanece em vigor. 23 Cooperativas ouutu outubro tubr ubrro de de 22012 0 2 01 Destaque outubro de 2012 Unimed abraça o Outubro Rosa e comemora o Novembro Azul O Sistema Unimed abraçou a prevenção do câncer de mama e do câncer de próstata através das campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul. A cada ano, mais pessoas aderem ao movimento mundial “Outubro Rosa”, que visa chamar atenção para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce. Na Unimed Alto Jacuí, muitas atividades foram realizadas em parceria com as LFCC (Liga Feminina de Combate ao Câncer) de Ibirubá e região. Uma delas foi a iluminação do prédio da Unimed, do Largo Ledi Fröeder e do escritório de Espumoso nas cores da campanha. Também foram distribuídas fitinhas de pulso cor de rosa, visando conscientizar a população sobre a importância da prevenção. Em novembro, a Unimed Alto Jacuí desenvolveu as mesmas atividades, mas adotando a cor azul, como uma referência à prevenção do câncer de próstata. Na Unimed Litoral Sul foram promovidas diversas atividades abertas ao público. De acordo com a supervisora do Espaço Vida da Unimed, Milene Oliveira, as ações incluíram exames gratuitos de Papanicolau, que previne o câncer de colo uterino. “Cerca de 50 pessoas fizeram o exame, inclusive pessoas que nunca tinham feito. Este ano foi o primeiro ano que a Unimed aderiu à campanha e já percebemos a demanda e a dimensão da ação. Para o ano que vem já temos tudo mais ou menos planejado, já sabemos o que será necessário. Fizemos uma parceria com a Liga Feminina de Combate ao Câncer, e acabou tendo uma participação muito grande do público”, conta Milene. A médica promotora do Espaço Vida, Flávia Vignol, ficou surpresa com a aceitação e a receptividade do público, tanto pelo fato de ter sido a primeira vez que a Unimed aderiu à campanha, quanto pelos horários em que as atividades foram realizadas. Segundo Flávia, este ano foram oferecidas palestras, sessões de maquiagens, exposições, atividades relacionadas à alimentação, entre outras. “Ano que vem pretendemos fazer uma estrutura maior. A ideia é focar e realizar mais atividades, melhorar a estrutura e deixar a cidade mais cor de rosa para fortalecer o movimento”, afirma. Segundo ela, a Cooperativa também pretende aderir ao Novembro Azul em 2013. Para Maria Helena Soares, de 55 anos, que estava aguardando na fila do Espaço Vida para verificar a pressão, a ação é de grande importância por oportunizar o exame gratuito a quem não tem boas condições financeiras. “Eu já sabia da atividade e vim para participar. Foi importante porque, durante as atividades, as pessoas puderam fazer esclarecimentos e tirar dúvidas”, contou Maria Helena. O evento da Unimed Litoral Sul teve a participação de cerca de 60 pessoas por atividade, com exceção da caminhada, que teve mais de 200 pessoas inscritas e passará a ser anual. Câncer de mama – como prevenir O câncer de mama é o que mais mata as mulheres no Brasil: foram mais de 12 mil mortes em 2009. Em 2012, estima-se o surgimento de maiss de 52 mil novos casos da doença. O Ministério da Saúde alerta para a necessidade de cuidados e hábitos saudáveis, além do diagnóstico precoce, que aumenta as chances de cura. Apesar de não ser possível impedir o câncer de mama, ele pode ser detectado através da mamografia. Quanto mais cedo for diagnosticado, maiores são as chances de eficácia no tratamento. Os programas de rastreamento para detecção precoce do câncer de mama que seguem os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que o exame seja feito a partir dos 50 e até os 69 anos de idade, uma vez a cada dois anos. Nessa faixa etária, com a chegada da menopausa, ocorre uma mudança no tecido da mama e os casos costumam surgir com mais frequência. Se a mulher apresentar histórico de câncer de mama na família, como mãe ou irmã que já sofreram da doença, atenção deve ser ainda maior e o exame de mamografia deve iniciar antes dos 50 anos. O autoexame da mama é muito útil para que a mulher conheça o seu corpo e deve ser feito com frequência. O diagnóstico precoce (fase inicial) do câncer de mama possibilita melhor prognóstico ou a cura. Consulte anualmente o mastologista ou ginecologista e siga as recomendações.