Jornal do Comércio - Porto Alegre Quarta-feira, 8 de setembro de 2010 JCContabilidade 7 FINANÇAS Lições estratégicas sobre cooperativismo de crédito !"#$"%&#'()*+,-./.*+)01 %123,4551)#+/.12+6)04 %178+-4)9)%1,,:*;<1)=64.-1,+6 Qual a vantagem de investir por meio do sistema cooperativista? Essa e outras questões relacionadas ao dia a dia dessas instituições financeiras são respondidas na recente publicação da editora Confebras. No livro Cooperativas de Crédito: Gestão Eficaz, os autores João Batista Loredo de Souza, administrador especialista em TI e em Supervisão de Cooperativas p de Crédito,, e Ênio Meinem, advogado especialista em Direito Cooperativo, tratam de aspectos como as novidades trazidas pela Lei Complementar 130/09, a influência da tecnologia da informação e a aglutinação entre cooperativas. !"#$%&"'()*&'"(+%,'-./(0-1*23'*4-&*#$*(&*(5*.%67*4(8#4$-$91-"#%-4(&"(!5!5:; &*39$%&"(*4$%&9%.(+-"0%#-(!<*'-#-(=)>?@/(3'*4-&*#$*(&%(A44*B,.*-%(C*D-4.%$-0% &"(E4$%&";(A&0"D%&"(!.%9&-"(C%B%1<-%/(3'*4-&*#$*(&%(FAG25:(*(&"(!"#D'*44"; *("(1"#$%&"'(?-$"(!*.4"(H-*'"/(3'*4-&*#$*(&"(:8I>8!FI?A25: ANA PAULA APRATO/JC JC Contabilidade – Que conceitos e práticas garantem a gestão eficaz de uma cooperativa de crédito? João Batista Loredo de Souza - Em primeiro lugar, os aspectos de boa governança precisam ser observados com muito zelo. Um bom planejamento estratégico é fundamental, uma política de treinamento efetivo, visando à formação dos órgãos estatutários, a alta e média direção e também o corpo funcional são fundamentais. A formação dos associados é desejável para que as assembleias tenham participação significativa, e contribui para a perenidade da cooperativa. Boas práticas de crédito são imprescindíveis, bem como a tesouraria. Enfim, trata-se de uma gama de fatores que contribuem para o sucesso de um empreendimento dessa natureza. Contabilidade – Quais os diferenciais do cooperativismo de crédito? Souza - São inúmeros os diferenciais competitivos do cooperativismo de crédito em relação ao sistema financeiro bancário. O cliente também é “dono” do negócio. Enquanto nos bancos o lucro fica com o banqueiro, na cooperativa as sobras são devolvidas as associados, o que por si só já é uma vantagem expressiva. Normalmente, as cooperativas apresentam uma cesta de tarifas bem menor do que a cobrada pelos bancos. Sem contar o fato de que o associado, necessitando, tem acesso ao corpo diretivo, ao presidente da cooperativa, o que seria impensável em instituições de outra natureza. Contabilidade – O que a Lei Complementar 130 trouxe de novo para o setor? Souza - A LC 130 representa um avanço significativo no marco regulatório do cooperativismo de crédito. Nela foram introduzidos importantes avanços sobre o aspecto societário, como a possibi- !"#$%&'( Quanto maior o quadro social, maior a estabilidade, diz Ba!sta lidade das cooperativas centrais convocarem assembleias de suas filiadas, a implantação da gestão compartilhada em situações de dificuldades das singulares, a adequação do mandato do conselho fiscal, antiga reivindicação do segmento. Permitiu o acesso direto das cooperativas aos recursos oficiais para o financiamento das atividades de seus associados, permitiu a contratação de dirigentes do mercado, e não somente do seu quadro social, o que contribui para profissionalização da gestão e para uma boa governança. A possibilidade de pagamento do rateio das perdas com sobras de exercícios futuros, para as cooperativas enquadradas nos limites regulamentares, é de suma importância. Contabilidade – Como chamar mais capital para uma cooperativa? Souza - Isso é uma preocupação constante, pois é a partir do tamanho do patrimônio de referência, que é a forma técnica como chamamos o capital, que se estabelecem limites operacionais, os montantes que se pode emprestar aos associados. No livro, apresentamos formas novas de se capitalizar, através da utilização de Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida, de Dívida Subordinada, mecanismos advindos com o Acordo de Basiléia, porém ainda pouco explorados no cooperativismo. Contabilidade – Qual a importância da tecnologia da informação para as cooperativas? Souza - Esse é um dos temas mais importantes que abordamos no livro. O segmento cooperativista possui defasagem nessa área, quando comparado com o sistema bancário, e vem a algum tempo dispensando enormes esforços no sentido de reduzir essa desvantagem. Criamos um conjunto de métricas que ajudam qualquer organização no processo de avaliação de ferramentas de TI. Contabilidade – Qual a sua opinião sobre a aglutinação entre cooperativas? Souza - Sou totalmente favorável ao processo de incorporação de cooperativas, pois vejo essa como uma das melhores maneiras de o setor se fortalecer, atingir níveis operacionais que atendam às necessidades do quadro social, que a cooperativa atinja o ponto de equilíbrio, a tão falada economia de escala. Em cenários macroeconômicos de baixas taxas de juros básicos como estamos vivendo nos dias de hoje, o spread que é a diferença entre o custo de captação e a taxa final cobrada dos tomadores de crédito, é muito menor. E esse spread é a fonte de recursos que a cooperativa tem para remunerar seu quadro funcional, seus dirigentes, enfim as despesas gerais da cooperativa. Quanto maior for o quadro social, maior estabilidade terá a cooperativa, maior capacidade de geração de sobras e, finalmente, maior será a satisfação geral de seu quadro de associados. !"#$"%&'%(&'$(#)%(&*#&"%*'&'&(%+)#*'*# ,-'().#)-'/&%&0)$*)+'"%&*%(&1%$"'*%-#( *%& 2("'*%& *%& 3)%& 4-'$*#& *%& 05.& 6 078971:8;!<30& ='-")+)=%5& *% 1%$>-#((%& 8'+)%$'.& *#& 1%?,'"#& @ 1%--5=AB%&2.#)"%-'.&-#'.)C'*%&$%(&*)'( DE& #& F& *#& (#"#?,-%/& $%&!5*)"G-)%& *% ;-),5$'.&*#&H5(")A'&*%&2("'*%I&J'-'&% =-#()*#$"#& *%& 078971:8;!<30/ +%$"'*%-& ;)"%& K)#-%/& %& =#-)>%& *% +-#(+#$"#& *#(+-L*)"%& *'(& )$(")"5)AM#( .#N%5& %(& +%$"'*%-#(& *%& 2("'*%& '& (# '((%+)'-#?& @& :!O<30& #& '%(& *#?')( -#'.)C'*%-#(& *#("#& )?=%-"'$"#& #N#$"%/ '%(& P5')(& +5?=-)?#$"'?/& $5?' *#?%$("-'AB%&)$#P5QN%+'&*#&+)*'*'$)'I -./*"* (7+2><?)7+.5):7+)@:+6.A./+;<1 /17)1)-47+B)%12-+8.6.0+04)C4,+6 :&0)$*)+%$"'<30&#&'&R#S)(+&-#'.)C'-B% '?'$TB&*)'&U/&P5)$"'<S#)-'/&$'&(#*#&*' 2$")*'*#/&$%&,')--%&V.%-#("'/&?')(&5? +5-(%&*#&P5'.)S)+'AB%&P5#&',%-*'-W&*# S%-?'& =-W")+'& "%*'& '& -%")$'& *# =-%+#*)?#$"%(& #& .'$A'?#$"%(& *' 1%$"',).)*'*#& 4#-'./& #?,'('*'& #? ;#%-)'(& #& 9%5"-)$'(& +%$"W,#)(/& ,#? +%?%&$'&R#>)(.'AB%&;-),5"W-)'&V)(+'. 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