Iluminismo O Iluminismo é, para sintetizar, uma atitude geral de pensamento e de ação. Os iluministas admitiam que os seres humanos estão em condição de tornar este mundo um mundo melhor - mediante introspecção, livre exercício das capacidades humanas e do engajamento político-social. Filosoficamente, os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. Contexto histórico: • Revoluções burguesas; • invenção do tear mecânico, da máquina a vapor; • Revolução industrial. Características fundamentais: Visão do homem – Para os teóricos do Iluminismo o homem é naturalmente bom e todos nascem iguais. É corrompido pela sociedade, em conseqüência das injustiças, opressão e escravidão. A solução é transformar a sociedade, garantindo a todos a liberdade de expressão e culto e fornecendo mecanismos de defesa contra o arbítrio e a prepotência. Organização da sociedade – Deve ser norteada pelo princípio da busca da felicidade. Cabe ao governo garantir os “direitos naturais”: liberdade individual, direito de posse, tolerância, igualdade perante a lei. Formas de governo – Alguns iluministas, como Montesquieu e Voltaire, têm como modelo a monarquia inglesa. Outros, como Rousseau, preferem uma república com fundamentos éticos. PRINCIPAIS PENSADORES Jean-Jacques Rousseau (1712 -1778) foi um importante filósofo francês, teórico político, escritor autodidata. É considerado um dos principais filósofos do ”iluminismo” e um precursor do romantismo. - O estado de natureza e o “bom selvagem”: A definição da natureza humana é um equilíbrio perfeito entre o que se quer e o que se tem. O homem natural é um ser de sensações, somente. O homem no estado de natureza deseja somente aquilo que o rodeia, porque ele não pensa e, portanto, é desprovido da imaginação necessária para desenvolver um desejo que ele não percebe. Estas são as únicas coisas que ele poderia "representar". Então, os desejos do homem no estado de natureza são os desejos de seu corpo. "Seus desejos não passam de suas necessidades físicas, os únicos bens que ele conhece no universo são a alimentação, uma fêmea e o repouso". O Contrato Social e a Desigualdade "A maioria de nossos males é obra nossa e os evitaríamos, quase todos, conservando uma forma de viver simples, uniforme e solitária que nos era prescrita pela natureza”. "O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer 'isto é meu' e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: 'Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém’”. "O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe." Thomas Hobbes Thomas Hobbes (1588 -1679) foi um matemático, teórico político, e filósofo inglês, autor de Leviatã (1651) e Do cidadão (1651). Contrato social segundo Hobbes Concepção do homem Sujeito é racional quando é capaz de adequar os meios aos fins • Desejo não se limita à necessidade. Envolve apetites, variedade de intensidade, é sujeito a mudanças; é uma paixão. • A razão é um instrumento para satisfazer a paixão • Igualdade fundamental entre os homens: todos possuem poder de satisfazer desejos e capacidade de serem violentos. •Só poderão ser detidos por uma força que se mostre superior à sua • Estado de Natureza Estado onde o homem disputa de todas as coisas por direito natural e absoluto. Direito de Natureza: é o direito e a liberdade de cada um para usar todo o seu poder —inclusive a força— para preservar a sua natureza e satisfazer os seus desejos. • Lei Natural: é a regra geral, ditada pela razão, que obriga cada um a preservar a sua própria vida e o proíbe de destruí-la • Primeira Lei da Natureza: todo homem deve esforçar-se para que a paz exista e seja mantida desde que haja expectativas reais de consegui-lo. • Violação da Primeira Lei da Natureza: faz com que passe a vigorar apenas o Direito de Natureza: todos recorrem ao livre uso da força para aumentar seu poder ou para impedir que o seu poder seja controlado por terceiros = Estado de Guerra. • Estado de Natureza = Estado de Guerra. • Sociedade política (Estado) é a única alternativa que a razão mostra existir ao estado de guerra Segunda Lei da Natureza: para que haja paz e segurança, os homens devem concordar conjuntamente em renunciar ao direito de natureza (uso individual e privado da força) • Justiça: significa dar a cada um o que lhe pertence: baseada na idéia de propriedade • Se a propriedade não existe no estado de natureza, tampouco pode-se esperar que exista justiça • Justiça e propriedade: só podem existir na sociedade política • Propriedade: é um conjunto de direitos artificiais sobre algo, impedindo o seu desfrute não autorizado por parte de outros. • Montesquieu Senhor barão de Montesquieu (1689 -1755), foi um político, filósofo e escritor francês. Ficou famoso pela sua Teoria da Separação dos Poderes, atualmente consagrada em muitas das modernas constituições internacionais. Divisão do poder em três: Poder Executivo (órgão responsável pela administração do território e concentrado nas mãos do monarca ou regente); Poder Legislativo (órgão responsável pela elaboração das leis e representado pelas câmaras de parlamentares); Poder Judiciário (órgão responsável pela fiscalização do cumprimento das leis e exercido por juízes e magistrados). Formas de Governo Aristocracia(Princípio–Moderação) Monarquia (Princípio-Honra) Despotismo(Princípio – Terror) Classificações das formas de governo: Formas Puras: Monarquia: Governo de um só Aristocracia: Governo de vários Democracia: Governo do povo Formas Impuras: Tirania: Corrupção da Monarquia Oligarquia: Corrupção da Aristocracia Demagogia: Corrupção da Democracia As leis escritas ou não, que governam os povos, não são fruto do capricho ou do arbítrio de quem legisla. Ao contrário, decorrem da realidade social e da História concreta própria ao povo considerado. Não existem leis justas ou injustas. O que existe são leis mais ou menos adequadas a um determinado povo e a uma determinada circunstância de época ou lugar.