O CURSO ELEMENTAR DE EUSTAQUE BARBE – Apontamentos
sobre os conteúdos para o ensino de Filosofia no séc. XIX.
Marcus Éverson Santosi
Resumo: O presente artigo pretende apresentar com se deu a organização dos
conhecimentos filosóficos em compêndios de ensino e a chegada desses impressos no
Brasil durante o século XIX. Em seguida, analisamos os elementos pré-textuais do
compêndio: Curso Elementar de Philosophia do francês Eustaque Barbe. Antes da
chegada ao Brasil das primeiras tipografias qualquer pequeno escrito original deveria,
forçosamente, ou ser publicado na Europa ou permanecerem na forma manuscrita. Com
a chegada das tipografias e o incremento das primeiras livrarias especialmente por volta
do século XIX, a produção e circulação de livros se intensificaram. Nesse contexto
aportaram nas escolas secundárias brasileiras os primeiros compêndios de ensino dentre
os quais, o Curso Elementar de Filosofia de Eustaque Barbe.
Palavras – chave: Compêndio, cultura material escolar, história,
Resumen: El presente trabajo pretende presentar como sucedió la organización de los
conocimientos filosóficos en compendios de enseñanza y la llegada de esos impresos en
Brasil durante el siglo XIX. A continuación, analizamos los elementos pre-textuales del
compendio: Curso Elementar de Philosophia del francés Eustaque Barbe. Antes de la
llegada de las primeras tipografías en Brasil, cualquier pequeño escrito original debería,
forzosamente, ser publicado en Europa o permanecer en forma manuscrita. Con la
llegada de las tipografías y el incremento de las primeras librerías especialmente en el
siglo XIX, la producción y circulación de libros se han intensificado. En este contexto
aportaron en las escuelas secundarias brasileñas los primeros libros de texto de
enseñanza entre ellos, el Curso Elementar de Filosofía de Eustaque Barbe.
Palabras – clave: Compendio, cultura material escolar, historia,
1. Organização dos conhecimentos filosóficos em compêndios de ensino
1
No debate sobre a cultura material escolar, ou seja, da pluralidade de objetos que
permeiam o ambiente escolar afirma-se a propositura de que os objetos são depositários
de vivências (NUNES, 2003). Posto isso, a organização, produção e circulação dos
primeiros manuais e compêndios de ensino durante o século XIX, expressam um
conjunto de mudanças que a escola passou a sofrer tanto no tocante a organização dos
conteúdos e programas escolares quanto na abordagem pedagógica desses conteúdos.
Nesse contexto, durante o século XIX os compêndios e manuais de ensino passaram a
cumprir, paulatinamente, um papel antes ocupado por jornais e periódicos.
Do ponto de vista de sua materialidade, os manuais e compêndios de ensino que
aportaram nas escolas brasileiras visavam cumprir um conjunto de conhecimentos
educacionais específicos que foram classificados e organizados por manualistas e
compendiadores das mais variadas áreas do saberes. Assim, o surgimento dos primeiros
compêndios se definiu a partir da necessidade de compilação e organização de um corpo
de conhecimentos que, por sua vez, resumiam ou vulgarizavam uma discussão maior
sobre determinado assunto ou área do saber. Por definição, o compêndio é o nome dado
a uma súmula, resumo dos conhecimentos relativos a uma determinada área do saber
organizado em forma de livro. Na maioria dos casos, o corpo de conhecimentos
presente nessas súmulas encontrava-se delimitado por um ou mais campos de interesse
humano.
A organização e classificação de conteúdos de filosofia por manualistas e
compendiadores foi uma tarefa cultivada por intelectuais em vários momentos da
história. As esquematizações dos conteúdos representam estados mentais, visões de
mundo, modos de refletir a realidade e, como tal, podem nos fornecer pistas para
penetrar na mentalidade de uma época.
Na Antiguidade Grega, por exemplo, a primeira mente a se ocupar com a tarefa
de organizar e classificar o conhecimento e as ciências teria sido a do filósofo Grego
Aristóteles. Embora a maior parte de sua obra tenha sido organizada por discípulos
como Teofrastoii, o filósofo teria sido um dos primeiros a compilar, classificar, e dividir
as ciências em três categorias: ciências produtivas, práticas e teoréticas. As ciências
produtivas visavam à fabricação de algum utensílio; as ciências práticas usavam o saber
para uma ação ou finalidade moral; as ciências teoréticas buscavam o saber pelo saber,
independente de um fim ou utilidade. Aristóteles assim como tantos outros foi o
instigador da educação liberal, concernente aos cidadãos livres, e, particularmente, aos
homens, negando tal educação às outras camadas sociaisiii.
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O filósofo Grego foi responsável ainda por organizar e sistematizar a
cosmovisão dos antigos naquilo que hoje conhecemos como sistema geocêntrico. Esse
sistema classificava e organizava o cosmo em esferas concêntricas: a esfera da terra, da
lua, do sol, dos planetas e das estrelas. Para Aristóteles, existiam dois mundos um
abaixo e outro acima da lua (o mundo sublunar e o supralunar). No primeiro ocorriam as
transformações e era onde existiam os quatro elementos: terra, água, fogo e ar. Já no
segundo existiam os corpos perfeitos e imutáveis. Essa classificação cosmológica dos
objetos celestes durou aproximadamente 1800 anos na Europa e só recebeu sua primeira
refutação com as obras de Copérnico e Galileu Galileiiv.
Depois da primeira classificação e organização do conhecimento feita por
Aristóteles, Porfírio de Tirov em seu livro Introdução a Predicação, descreveu como as
qualidades atribuídas às coisas podem ser classificadas, quebrando o conceito filosófico
da substância como uma espécie do relacionamento. Porfírio incorporou a lógica
aristotélica ao neoplatonismo, especialmente a doutrina das categorias do ser
interpretada nos termos das entidades. Nesse mesmo livro conhecido também como
Isagogevi, encontramos a famosa "Árvore de Porfírio", que ilustra seu esquema de
classificação lógica da substânciavii.
Para Porfírio, os conceitos e os conhecimentos se subordinavam partindo dos
mais gerais até chegar aos menos extensos. A “árvore porfiriana” deu início ao
nominalismoviii, que influenciou a filosofia medieval por aproximadamente dez séculos.
Antecessora das modernas classificações taxonômicasix, a árvore de Porfírio estava
esquematizada em: Substância – que podia ser corporal ou incorporal; Corpo – que
podia ser animado ou inanimado; Vivente – que podia ser sensível ou insensível;
Animal – que podia ser racional ou irracional; Racional - o homemx. Essa súmula do
conhecimento organizada por Porfírio tornou-se referência e modelo esquemático para
diversas escolas e universidades medievais, possibilitando desenvolvimentos e reflexões
em disciplinas como a Filosofia, Teologia e Lógica.
Ao tempo em que discutiam e elaboravam árvores do conhecimento, os
intelectuais
compendiadores
acabavam
admitindo
a
ideia
de
que
existiam
conhecimentos que deviam ser classificados como dominantes e outros que se
subordinavam automaticamente a estes.
Esquemas de classificação organizados por “árvores” já indicavam certa
preocupação em ordenar as áreas a partir de uma raiz que, por sua vez se estende e
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secciona-se do tronco aos galhos, denotando com isso certo grau de relevância entre as
áreas do conhecimento.
Da Antiguidade até o início da era Moderna, os conhecimentos e conteúdos
continuaram a receber divisões e classificações diferentes tais como: o conhecimento
teórico e o prático; o público e o privado, o conhecimento das artes liberais e manuaisxi.
Esse contraste entre o conhecimento especializado e o não especializado, o acadêmico e
o não acadêmicoxii geraram discussões e situações conflitosas. Os intelectuais
compendiadores visavam reorganizar e classificar os conhecimentos conforme estados
mentais de sua época. Tais discussões tiveram implicações tanto na elaboração de
compêndios quanto para a organização das disciplinas e currículos escolares.
As classificações e divisões do conhecimento feitas por Aristóteles atingiram seu
apogeu no século XIII ao tempo da Escolástica e entraram em declínio nos séculos XIV
e XV. Entretanto, os esforços por reorganizar os conteúdos não pararam de receber
novas esquematizações. Fato que atesta isso foram os vigorosos esforços de restauração
da síntese clássica empreendida pelo pensamento medieval. A retomada de aspectos da
formação Grega nesse período permitiu o florescimento dos primeiros planos de estudo
e programas de ensino. Organizados pelos jesuítas, tais planos de ensino (Ratio
Studiorum) incorporavam mudanças nos conteúdos e disciplinas a serem ensinadas nas
escolas jesuíticas espalhadas por todo mundo.
No século XVI o Ratio Studiorum foi o mais bem sucedido plano de organização
do trabalho pedagógico da Europa. Sua elaboração contou com os mais renomados
intelectuais da Europa e alcançou um patamar jamais visto na história da educação. Essa
iniciativa, em detrimento de outras, foi a que marcou profundamente o que chamamos
de ensino clássico. Os organizadores do plano de estudo, assim como o próprio Inácio
de Loyola, estudaram na universidade de Paris que, àquela época tornou-se o grande
centro da cultura europeia.
A redescoberta da PaidéiaxiiiGrega serviu durante muito tempo como modelo
para se pensar a organização do conhecimento presente nos compêndios, nas disciplinas
e programas escolares que, por sua vez, passou a formar as elites intelectuais na Europa.
Tal redescoberta significou a retomada de valores e estados mentais baseados no estilo
clássico das chamadas Artes Liberais que se organizava em sete disciplinas: Gramática,
Lógica, Retórica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia. Essas sete disciplinas
estavam divididas em dois ramos ou caminhos: O Trivium e o Quadriviumxiv.
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O Trivium cruzava três ramos ou disciplinas: Gramática, Lógica e Retórica. Já o
Quadrivium consistia das disciplinas, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia.
Assim, ao lado de compêndios ou Catecismo da Igreja Católica - que continha
perguntas e respostas concisas resumindo os ensinamentos da fé católica e da moral coexistiu compêndios técnicos destinados as mais variadas áreas do conhecimento. Os
próprios padres da igreja encarregaram-se, eles mesmos, em compendiar os conteúdos
que deveriam ser usados nos manuais destinados a professores e alunos.
Por volta do século XVI o esforço por classificar e organizar os conhecimentos
em compêndios recebe outra grande contribuição: a “árvore do conhecimento
baconiana”. Tratava-se de uma vasta sistematização do conhecimento realizado pelo
filósofo Francis Bacon que, com uma minúcia até então inexistente nas classificações
filosóficas, não só classificou como definiu todas as áreas do saber; além disso, Bacon
indicou também as ciências que tinham pouco trabalho humano apontando virtudes e
problemas.
Em sua obra o Novo Organonxv ou indicações verdadeiras acerca da
interpretação da natureza, Bacon completava parte da Grande Instauração da Natureza
compreendida em seis partes: a primeira era uma classificação completa das ciências
existentes; a segunda, a apresentação de um novo método para conduzir a verdade; a
terceira a coleta de dados empíricos; a quarta uma série de exemplos de aplicação do
método; a quinta, uma lista de generalizações de suficiente interesse para mostrar o
avanço permitido pelo novo método e, por fim a sexta, onde apresenta a nova filosofia
organizada num sistema complexo de axiomas que serviu de base para vários
instrumentos destinados à organização do conhecimentoxvi.
Durante o Iluminismo o destaque vai para o esquema de classificação: "Sistema
figurativo do conhecimento humano", também conhecida como a “árvore de Diderot e
D'Alembert”xvii. Essa “árvore do conhecimento” serviu de inspiração para aquela que
foi a maior súmula do conhecimento produzida na modernidade: a Enciclopédia.
Inspirados em Bacon, Diderot e D’lambert reorganizaram os conhecimentos em três
principais ramos: "Memória" - História; "Razão" - Filosofia, e "Imaginação" - Poesia.
Esses ramos do saber representavam não só uma nova forma de reorganizar e classificar
os conhecimentos, mas, uma nova reconfiguração social, política e filosófica que
repercutiu por toda Europa chegando inclusive ao Brasilxviii.
Para organizar e discorrer sobre cada um dos índices de conteúdos da
Enciclopédia, Diderot convidou D’lambert para ocupar o cargo de codiretor para
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assuntos científicos. Rousseau encarregou-se de escrever o índice referente à Música.
Dumarsais ficou incumbido de organizar o índice referente à Gramática. O abade Mallet
ficou responsável pelo índice de Teologia. O próprio Diderot elaborou o índice de
História, Filosofia, Ofícios e das Artes Técnicas. Ele foi responsável ainda por escrever
o Prospecto espécie de folheto destinado a divulgar a obraxix. Entre os anos de 1751 a
1772 os 36 volumes dessa súmula ou compêndio do conhecimento foram publicados
depois de muitas proibições e interdições pelas autoridades políticas e religiosas da
épocaxx.
A Enciclopédia de Diderot tornou-se o ideário sintético do pensamento e das
ideias Iluministas. A recolocação dos conteúdos empreendidos por esse ideário causou
um impacto muito grande na França, fato que levou Antigo Regime a não ver com bons
olhos sua publicação. Na verdade esse compêndio pregava o conhecimento a todos, indo
de encontro à ideia de sociedade estratificada do Antigo Regime. Os compendiadores e
intelectuais franceses realizaram um dos mais importantes esforços por classificar e
organizar os conhecimentos na Modernidade.
Sendo um compêndio ou súmula das ciências, artes e ofícios, a Enciclopédia
acabou dando uma grande contribuição aos esforços empreendidos até então para a
organização das disciplinas e programas escolares. Sua produção e difusão concorreram
como instrumento iniciático às diversas áreas do conhecimento. Sobre esse tema diz
Darnton:
Estabelecer categorias e policiá-las é, portanto, assunto sério.
Um filósofo que tentasse remarcar as fronteiras do mundo do
conhecimento mexeria com o tabu. Mesmo se mantivesse
distância dos assuntos sagrados, não poderia evitar o perigo; o
conhecimento é por sua natureza, ambíguo. Como répteis e os
ratos, pode escorregar de uma categoria para outra. É mordente.
Portanto, Diderot e D’lambert se arriscaram muito, ao
desmancharem a antiga ordem do conhecimento e traçarem
novas linhas entre o conhecido e o desconhecidoxxi.
Nessa complexa teia onde se entrelaçaram as linhas do conhecido e do
desconhecido, os esquemas de organização e classificação do conhecimento foram
sendo publicados em forma de compêndios e enciclopédias por toda Europa e, por outro
lado, tanto quanto foram os esforços para a sua elaboração também foram às exigências
quanto a sua produção e circulação. Para as autoridades políticas e religiosas da França
foi necessário monitorar os índices de conteúdos tidos como aceitos ou não socialmente.
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O que exemplifica bem isso é o fato de que em 1759 a Enciclopédia fora proibida de
circular sob a acusação de destruir a religião e inspirar a independência dos povos.
Segundo Darnton, os filósofos já vinham rearrumando a ‘mobília mental’ desde
os tempos de Aristóteles. A discussão acerca dos ramos do antigo currículo era o jogo
favorito para os esquematizadores e organizadores medievais e renascentistas. O debate
sobre o método e a disposição correta na organização do conhecimento em esquemas,
usualmente diagramas tipográficos, que ilustravam os ramos e as bifurcações de
disciplinas de acordo com a lógica ramista. Um impulso diagramático – uma tendência a
mapear, delinear e especializar segmentos do conhecimento – alimentou a tendência ao
enciclopedismoxxii.
Na França, a tendência ao enciclopedismo assim como o debate sobre as novas
disposições do conhecimento contaram ainda com outra grande contribuição: o
Dicionário Filosófico de Voltaire. Essa obra aparece como uma das primeiras súmulas
do conhecimento a circular na França. O chamado “dicionário de Voltaire” tornou-se
uma arma poderosa em favor da educaçãoxxiii. Esse dicionário obteve um enorme
sucesso e possuía em seu índice temas como o preconceito, a superstição e o fanatismo.
Com a publicação do dicionário, o principal objetivo de Voltaire era formar os
homens e transmitir valores importantes à sobrevivência da sociedade. O dicionário era
colocado debaixo das portas, pendurado em cordões das campainhas e frequentemente
era posto nos bancos das praças publicas. Registra-se que esse compêndio tenha sido o
primeiro livro de bolso ou manual a circular na Europa. Seu conteúdo possuía um sólido
conjunto de conhecimentos que serviram de alimento intelectual para os descontentes
contra a ordem social vigente na épocaxxiv.
Assim, de Aristóteles até as classificações modernas, as disputas dos
compendiadores em torno da organização do conhecimento foram asseguradas a partir
de um conjunto de interesses filosóficos. Esquemas de classificação e organização do
conhecimento expressam formas de poder. Francis Bacon afirmava: “saber é poder”.
Assim, por exemplo, é possível encontrar na árvore do conhecimento Iluminista certa
desproporcionalidade ou graus de importância nos ramos da História e da Poesia
quando comparados a Filosofia. Tal desproporcionalidade se deu justamente porque,
segundo Diderot, esta última era vista como a mais importante do seu sistema do
conhecimento. Para Diderot a Filosofia não era tanto um ramo, mas o tronco principal
da árvore do conhecimentoxxv.
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O diagrama tipográfico colocado no cabeçalho da Enciclopédia mostrando as
diversas ramificações do saber não representava somente um projeto ambicioso à época.
Tratava-se de destronar a antiga rainha das ciências (a Teologia) e elevar a Filosofia
para seu lugar. Longe de ser um compêndio neutro de informações, portanto, a moderna
Summa modelava o conhecimento de tal maneira que o tirava do clero e colocava-o nas
mãos de intelectuais comprometidos com o Iluminismo. O triunfo final desta estratégia
veio com a secularização da educação e o surgimento das modernas disciplinas
escolares, durante o século XIX. Mas o combate mais importante ocorreu na década de
1750, quando os enciclopedistas reconheceram que conhecimento era poder e,
mapeando o universo do saber, partiram para a sua conquista.xxvi
Segundo Darnton, ao invés de mostrar apenas como as disciplinas podiam ser
deslocadas dentro de um padrão estabelecido, a Enciclopédia exprimia também uma
formar de eliminar a maior parte do que os homens consideravam sagrado no mundo do
saberxxvii. Os compendiadores tinham a incumbência de classificar e organizar o
conhecimento podando, quando necessário, a árvore do conhecimento dos seus
predecessores. Com isso podemos formar uma ideia mais clara de tudo que estava em
jogo na versão iluminista do enciclopedismoxxviii, a saber, formular um novo sistema de
classificação e organização do conhecimento que correspondesse às novas perspectivas
e reflexões filosóficas.
Os embates por uma nova reconfiguração no sistema de classificação do
conhecimento indicam que, embora Bacon tenha fornecido a Diderot e D’lambert o
modelo de que necessitavam para pensar a organização dos conhecimentos em muitos
pontos se distanciam. Enquanto que para Bacon, a História Eclesiástica tinha uma
complexa série de subdivisões, incluindo a História da Providência, que demonstrava a
mão de Deus em ação nas questões humanas, Diderot e D’ Lambert não procuraram a
mão de Deus no mundo, mas, em vez disso analisaram o trabalho dos homens e o modo
como forjaram sua própria felicidadexxix.
Percebe-se que a classificação e organização do conhecimento em súmulas e
compêndios não representaram apenas um conjunto de informações e conteúdos
indexados de forma inocente e posto em ordem alfabética, tratava-se de uma
concatenação lógica amparada em um determinado estado mental com vistas a um fim
específico: a conformidade de um conjunto de conteúdos às aspirações de uma época.
Tal como o próprio Diderot admite em seu Prospecto a própria ideia de árvore do
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conhecimento indica que os conhecimentos cresciam num todo orgânico apesar das
diversidades dos ramosxxx.
Além de revelarem estados mentais, os esquemas de classificação do
conhecimento revelam também contextos sociais. Em seu estudo Uma Historia Social
do Conhecimentoxxxi, Peter Burke nos mostra como se organizaram os currículos,
bibliotecas e enciclopédias, seja como tentativa de adaptar os conhecimentos a novos
quadros de referência tradicionais ou, no extremo oposto, como maneira de transformar
determinados quadros de referencia.
Segundo Burke, os quadros de referência que permitiram a produção de
compêndios não escaparam à adaptação de seus conteúdos a certo espírito da época.
Desde a antiguidade, até os dias atuais, embora não saibamos muito sobre como se deu
tal circulação, os compêndios e manuais como, o Manual de Epictetoxxxii, o De Rerum
Natura ou Sobre a Natureza de Tito Lucrécio Caroxxxiii, a Carta a Meneceuxxxiv ou
Sobre a Felicidade de Epicuro serviram de inspiração à formação dos mais diletos
intelectuais.
Enquanto objeto cultural, os compêndios e seus conteúdos destinaram-se a usos
e fins variados. Seja como instrumento de iniciação a leitura ou como instrumento de
transmissão de conhecimentos de uma determinada área do conhecimento. O estudo dos
compêndios serve como um forte indício para se pensar as diversas facetas que
concorreram para a formação intelectual tanto na Europa quanto no Brasil. Em quase
todas as sociedades letradas ele ocupou um espaço importante para a formação de
identidades. Daí o cuidado que as elites intelectuais tiveram no processo de
classificação, construção e produção de compêndios de ensino.
Portanto, a publicação e circulação de compêndios de filosofia se deram a partir
de determinados modelos e quadros de organização de conteúdos que, por sua vez,
formaram a base dos programas escolares durante o século XIX.
2. O curso elementar de Filosofia de Eustaque Barbe
No debate sobre a cultura material escolar, ou seja, da pluralidade de objetos que
permearam o espaço escolar afirma-se a propositura de que os objetos são depositários
de vivências (NUNES, 2003). Posto isso, a organização, produção e circulação dos
primeiros manuais e compêndios de ensino durante o século XIX, expressam um
conjunto de mudanças que a escola passou a sofrer tanto no tocante a organização dos
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conteúdos e programas escolares quanto na abordagem pedagógica desses conteúdos.
Nesse contexto, durante o século XIX os compêndios e manuais de ensino passaram a
cumprir um papel antes ocupado por jornais e periódicos.
Do ponto de vista de sua materialidade, os manuais e compêndios de ensino que
aportaram nas escolas brasileiras visavam cumprir um conjunto de conhecimentos
específicos que foram classificados e organizados por manualistas e compendiadores
das mais variadas áreas do saberes.
O surgimento dos primeiros compêndios se definiu a partir da necessidade de
compilação e organização de um corpo de conhecimentos que, por sua vez, resumiam
ou vulgarizavam uma discussão maior sobre determinado assunto ou área do saber. Por
definição, o compêndio é o nome dado a uma súmula, resumo dos conhecimentos
relativos a uma determinada área do saber organizado em forma de livro. Na maioria
dos casos, o corpo de conhecimentos presente nessas súmulas encontrava-se delimitado
por um ou mais campos de interesse humano.
Com a chegada ao Brasil de D. João VI em 1808, o modelo francês vai
gradativamente se impondo ao país. Assim, o século XIX pode ser considerado como
um século de francofonia por excelência, onde a nossa cultura absorveu tudo ou quase
tudo o que se produzia na Françaxxxv. A necessidade de um embasamento científico para
o desenvolvimento da educação faz com que os intelectuais brasileiros se apropriem das
idéias de representantes da intelectualidade francesa para dar voz e força às idéias que
consideram relevantes e significativas naquele momento.
Na área da educação, a influência francesa é extremamente significativa. No
campo das idéias e inovações pedagógicas, muitos autores franceses são traduzidos e
apropriados pelas elites intelectuais. Tal influência educacional não ficou restrita ao
século XIX, foi profunda e durável, presente nos métodos, nos currículos, nos
programas, na arquitetura, na mobília, no material e nos livros escolares adotados.
No Brasil, até a criação da Imprensa Régia, em 1808, não se pode falar em livros
escolares brasileiros. Os primeiros livros brasileiros foram impressos devido às guerras
napoleônicas, que interromperam os suprimentos normais da Europa. Sobre isso
Hallewellxxxvi indica que o mercado era muito pequeno para interessar qualquer editora
nacional como também os métodos utilizados usados no ensino por muitas escolas
dispensavam inteiramente o uso de livros escolares. Ainda segundo informa Hallewell,
algumas editoras nacionais dedicaram-se exclusivamente a publicar e a importar
compêndios para a instrução pública, especialmente a partir da segunda metade do
10
século XIX: Garnier, Laemmert, Leuzinger e Lambaerts, dentre outras. (HALLEWELL,
1985)
O Curso Elementar de Philosophia de Eustaque Barbe despertou nosso interesse
por ter sido um dos primeiros a serem indicados pelos programas, regulamentos e
decretos educacionais para as escolas secundárias no século XIX. Nos programas do
Colégio Imperial Pedro II o compêndio aparece indicado para uso nas escolas entre os
anos de 1856 a 1870xxxvii. O compêndio de Barbe foi um dos livros mais requisitados
para o cumprimento dos programas e regulamentos do ensino secundário especialmente
da disciplina Filosofia Racional e Moral.
Tal como encontramos no frontispício do compêndio, o curso elementar de
Barbe foi elaborado para uso das casas de educação. Os espaços para as aulas de
Filosofia ocorriam em muitos casos nas casas dos próprios professores que recebiam a
chancela do governo para ensinar as cadeiras. Tal como nos mostra Maria Celi Chaves
em seu livro A casa e os seus mestresxxxviii, as obras utilizadas na educação doméstica de
meninos e meninas eram diversificadas e dependiam da preferência dos mestres. Havia
manuais e livros clássicos comumente utilizados, que muitas vezes serviram ao ensino
de mais de uma geração.
No curso de Barbe as doutrinas filosóficas (disciplinas) indicam as marcas das
afirmações morais aceitáveis à época, mas, por outro também discute os pontos
duvidosos imparcialmente, expondo sem paixão e sem azedume as razões que militam
pro e contra a moral estatuída.
É certamente por isto, que a presente obra tem encontrado tam
bom acolhimento ainda fora de França,e nomeadamente no
Brazil, onde, segundo ouvi, está adoptada para compendio em
muitas escholas. E para uso especial d’esta nação foi pedida e é
destinada pelo sñrs. Editores a tradução presente, a qual todavia
poderá ser lida com proveito também nas escholas portuguesas,
já porque tracta com a conveniente extensão e clareza muitas
questões ou omitidas, ou só tocadas de leve nos compêndios
aqui mais vulgares; já porque offrece um excelente resumo da
História da Philosophia, ao qual não poderá comparar-se o
pouco que possuímos sobre tal objeto nem quanto à cópia de
notícias biográficas relativas aos diferentes philosophos, nem
quanto à exposição, deducção e critica de seus numerosos
systemasxxxix.
Posto isso, o compêndio de Barbe recebeu forte adesão por parte das escolas
brasileiras. O tradutor aponta notícias de sua circulação tanto nas escolas francesas
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quanto nas brasileiras. Ele sugere ainda que o curso elementar de Barbe seria lido com
bastante proveito também nas escolas portuguesas porque trata com “a conveniente
extensão e clareza muitas questões ou omitidas, ou só tocadas de leve nos compêndios
aqui mais vulgares”xl. Também porque, segundo ele, oferece um excelente resumo da
História da Philosophia, ao qual, “não poderá comparar-se o pouco que possuímos sobre
tal objeto nem quanto à cópia de notícias biográficas relativas aos diferentes filósofos,
nem quanto à exposição, dedução e critica de seus numerosos sistemas”.
O compêndio de Barbe possui 661 páginas contadas a partir da introdução até o
índice posto no final do livro. A obra encontra-se dividida em quatro grandes partes.
Sua publicação e circulação se deram a partir de determinados modelos e quadros de
referência. Tais quadros de referência e organização de conteúdos, por sua vez,
formaram a base dos programas escolares de Filosofia durante o século XIX. Em cada
uma das partes os conhecimentos encontram-se estruturados e divididos tal como
demonstra o quadro abaixo:
QUADRO 1: DIVISÃO SINTÉTICA AREAS DO CONHEIMENTO
PARTE
DISCIPLINA
PÁGINAS
Primeira Parte
Psicologia
19 a 181
Segunda Parte
Lógica
185 a 302
Terceira Parte
Teodicéia
305 a 357
Quarta Parte
Filosofia Moral
336 a 449
Quinta Parte
História da Filosofia
451 a 651
Fonte: Quadro elaborado a partir do índice das matérias do compêndio de Barbe posto nas páginas 653 a
661.
Considerações Finais
No desenrolar do primeiro capítulo vimos que existiram variadas formas de
compilar, classificar e organização os conteúdos dos programas e compêndios escolares
e que, portanto, tal investigação pode oferecer pistas valiosas para compreendermos
quais eram as expectativas, os estados mentais, as aspirações que os homens se serviram
para a formação dos membros da sociedade. No segundo vimos que o compêndio de
Barbe, embora seja categorizado como um curso elementar inspirou-se e foi inspirador
frente à vasta literatura filosófica disponível á época. Para fins preparatórios, o quadro
de conteúdos do curso de Barbe atendia bem às exigências da época.
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Tais pistas e caracterizações por si só não são ainda suficientes para se
compreender as apropriações que os indivíduos alunos e professores fizeram dos
conhecimentos desse compêndio no espaço escolar. Sobre isso adverte Chartier quando
nos diz que cada leitor, cada espectador ou ouvinte produz uma apropriação inventiva
da obra ou texto que recebe. Cabe o desafio por revelar as transgressões pela invenção e
as interpretações feitas pelo o leitor em sua prática de leitura frente aos esquemas de e
determinações dos conteúdos impostos.
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classificações bibliográficas. Conferência Brasileira de Classificação Bibliográfica,
Rio de Janeiro, 12-17 set. 1976. Anais, v. 1. Rio de Janeiro, IBICT/ABDF, 1979.
SIMAAN, Arkan. A imagem do mundo: dos babilônios a Newton; tradução Dorothée
de Bruchard. – São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
TIRO, Porfírio de. Isagoge: introdução às categorias de Aristóteles; introdução,
tradução e comentário Bento Silva Santos. – São Paulo: Attar, 2002.
VOLTAIRE, François Marie Arounet de, Dicionário Filosófico; seleção de textos de
Marilena Chauí. - 2ª Edição. – São Paulo: Abril Cultural, 1978.
Notas
i
Licenciado em Filosofia e Pós-graduado em Teorias do Texto pela UFS. Mestrando em História da
Educação/NPGED sob a orientação do Professor Jorge Carvalho do Nascimento. Email:
[email protected].
ii
Teofrasto 372 a.C. - 287 a.C. foi um filósofo da Grécia Antiga, sucessor de Aristóteles na escola
peripatética.
iii
HOUDRDARKIS, Antoine. Aristóteles e a educação; tradução Luiz Paulo Rouanet; Edições Loyola,
São Paulo, Brasil, 2001.p.37.
iv
SIMAAN, Arkan. A imagem do mundo: dos babilônios a Newton; tradução Dorothée de Bruchard. –
São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
v
Foi um filósofo neoplatônico e um dos mais importantes discípulos de Plotino, responsável por
organizar e publicar 54 tratados do mestre na obra As Enéadas, composta por seis livros. Escreveu ainda
uma biografia de Plotino (A Vida de Plotino) e comentários à obras de Platão e Aristóteles.
vi
PORFÍRIO DE TIRO. Isagoge: introdução às categorias de Aristóteles; introdução, tradução e
comentário Bento Silva Santos. – São Paulo: Attar, 2002.
vii
Do grego ousía que se traduz por essência, principio fundamental.
viii
O nominalismo é a doutrina que não admite a existência do universal nem no mundo das coisas, nem
no pensamento. Para o nominalismo o universal é um puro nome, um flatus vocis (pura emissão fonética).
ix
Ciência que se ocupa em classificar organismos vivos. Mais tarde a palavra foi aplicada em um sentido
mais abrangente, podendo aplicar-se a classificação de quase tudo - objectos animados, inanimados,
lugares e eventos - pode ser classificado de acordo com algum esquema taxonômico.
x
PORFÍRIO DE TIRO. Isagoge: introdução às categorias de Aristóteles; introdução, tradução e
comentário Bento Silva Santos. – São Paulo: Attar, 2002.
xi
BURKE, Peter. Uma historia social do conhecimento: de Gutenberg a Diderot; tradução Plínio
Denzien. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,2003.p.79-80.
xii
Idem, Ibdem.
xiii
Paidéia significa Educação, Formação.
xiv
JOSEPH, Irma Miriam. Trivium: as artes liberais da lógica, gramática e retórica; tradução Henrique
Paul Dmyterko; 1ª edição. Editora E. Realizações, 2008.
14
xv
BACON, Francis, Viscount St. Albans. Novo organum ou verdadeira indicações acerca da
interpretação da natureza; tradução e notas de José Aluysio Reis de Andrade. – 2ª edição. – São Paulo:
Abril Cultura, 1979. p. 3 - 231.
xvi
SCHREINER, Heloisa Benetti. Considerações históricas acerca do valor das classificações
bibliográficas. Conferência Brasileira de Classificação Bibliográfica, Rio de Janeiro, 12-17 set. 1976.
Anais, v. 1. Rio de Janeiro, IBICT/ABDF, 1979, p. 190-207.
xvii
Com o convite dos livreiros Briasson, Durand e David, tomando como base a Enciclopédia escrita
originalmente em inglês por Ephraim Chambers, Diderot colocou-se a reorganizar a obra de Chambers
completamente até a finalização dos 36 tomos da Enciclopédia.
xviii
DENIS, Diderot. Textos escolhidos; tradução e notas de Marilena de Souza Chauí, J.Guinsburg. –
São Paulo: Abril Cultural, 1979.p.VI – VIII.
xix
Idem, ibdem.
xx
Idem, ibdem.
xxi
Darnton, Robert. O grande massacre de gatos e outros episódios da historia cultural francesa;
tradução de Sonia Coutinho. – Rio de Janeiro: Graal, 1986. p.250.
xxii
Idem, ibdem.
xxiii
SANTANA, Chritine Arndt. O Dicionário Filosófico de Voltaire: arma em favor da educação;
Revista Tempos e Espaços em Educação, Núcleo de Pós Graduação em Educação. – vol.1.n.1(2008).
São Cristóvão: UFS, 2009.
xxiv
VOLTAIRE, François Marie Arounet de, Dicionário Filosófico; seleção de textos de Marilena Chauí.
- 2ª Edição. – São Paulo: Abril Cultural, 1978.
xxv
DARNTON, Robert. O grande massacre de gatos e outros episódios da historia cultural francesa;
tradução de Sonia Coutinho. – Rio de Janeiro: Graal, 1986. p.258.
xxvi
Idem, ibdem, p. 270.
xxvii
Idem, ibdem.
xxviii
Idem, ibdem.
xxix
Idem, idbem, p.256
xxx
Idem, ibdem.
xxxi
BURKE, Peter. Uma historia social do conhecimento: de Gutenberg a Diderot; tradução Plínio
Denzien. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,2003.
xxxii
Do famoso Encheirídion de Epicteto, filosófo estóico grego nascido no ano 55 em Hierápolis na
Frígia, Ásia Menor (hoje Turquia). Epicteto, como Sócrates, nada escreveu. Seu pensamento nos chegou
através de seu aluno Flávio Arriano (cidadão romano de origem grega), que compilou (possivelmente
com auxílio da taquigrafia) suas aulas em oito livros (As Diatribes de Epicteto, das quais quatro livros
sobrevivem) e constituiu o Encheirídion, termo que em grego significa "punhal, arma portátil ou livro
portátil, manual". Este pequeno trabalho foi composto por Arriano tomando por base suas compilações
das aulas de Epicteto.
xxxiii
De rerum natura (Sobre a Natureza das coisas) é um poema didático, cultivado por alguns présocráticos gregos, escrito no século I a.C. por Tito Lucrécio Caro; dividido em seis livros, proclama a
realidade do homem num universo sem deuses e tenta libertá-lo do seu temor à morte. Expõe a física
atomista de Demócrito e a filosofia moral de Epicuro.
xxxiv
A Carta a Meneceu, de Epicuro, é mais conhecida como Carta sobre a felicidade. É um manual que
visava ensinar como atingir a tão almejada "saúde do Espirito".
xxxv
CAMARA BASTOS, Maria Helena. Manuais escolares franceses no Imperial Colégio Pedro II
(1856-1892) História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 12, n. 26 p. 39-58, Set/Dez 2008.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe. Consultado em 20/06/2012.
xxxvi
HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil: sua história; tradução de Maria Penha Villalobos e
Lólio Lourenço de Oliveira, revista e atualizada pelo auotr. – São Paulo: T.A. Queiroz: Ed. Da
Universidade de São Paulo, 1985. (Coleção Coroa Vermelha: Estudos Brasileiros; v.6) p.143-146.
xxxvii
VÉCHIA, Ariclê, LORENZ, Karl Michael. Programas de ensino da escola secundária brasileira:
1850-1951. – Curitiba: Ed. Do Autor, 1998.
15
xxxviii
VASCONCELOS, Maria Celi Chaves. A casa e seus mestres: educação no Brasil de Oitocentos. –
Rio de Janeiro: Gryphus, 2005. p.224.
xxxix
Trecho extraído da Advertência feita pelo professor Joaquin Alves de Souza do Lyceu Nacional de
Coimbra ao tempo da tradução do compêndio de Barbe em 1865.
xl
Trecho extraído da Advertência feita pelo professor Joaquin Alves de Souza do Lyceu Nacional de
Coimbra ao tempo da tradução do compêndio de Barbe em 1865.
16
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