Conteúdos para avaliação III trimestre de filosofia 7s anos EF: Racionalismo cartesiano; Empirismo inglês; O criticismo kantiano. Estudar o texto abaixo: Questões sobre o racionalismo cartesiano a) O conhecimento é possível? A resposta cartesiana é afirmativa. Embora a dúvida pareça conduzir à descrença na existência de verdades, Descartes não é um céptico. Com efeito, a dúvida propõe – se separar o verdadeiro do falso, o que pressupõe a crença na existência de verdades. O cepticismo cartesiano é meramente metodológico. Aos cépticos Descartes concede que não há conhecimento se as nossas crenças não forem justificadas mas não que elas não possam ser justificadas. b) A razão dá – nos conhecimentos da realidade independentemente da experiência? Sim. Descartes rejeita o empirismo. Os sentidos não são fonte de conhecimento seguro. Descartes rejeita a ideia de que o conhecimento comece com a experiência porque os sentidos nos enganam. c) Qual a extensão do nosso conhecimento? Até onde pode ir o nosso conhecimento? Podemos conhecer a realidade tal como é em si mesma? A razão apoiada na veracidade divina pode conhecer a essência das coisas constituindo conhecimentos cuja objetividade escapa à dúvida. d) Como é justificado o conhecimento? A objetividade do conhecimento, o fato de ser uma crença verdadeira e não uma opinião, é justificada pela existência de um Deus cuja veracidade garante a verdade quer das evidências atuais quer das evidências passadas. Segundo Descartes para constituir em bases firmes a ciência é necessário partir de um princípio que cumprirá duas exigências: a) Deve ser de tal modo evidente que o pensamento não possa dele duvidar. b) Dele dependerá o conhecimento do resto, de modo que nada pode ser conhecido sem ele, mas não reciprocamente. Como atingir tal conhecimento primeiro, fundante, seguro? Pondo em ação a regra: de nada aceitar como verdadeiro, a não ser o que é absolutamente claro e distinto, totalmente indubitável. Para chegar a uma certeza absoluta Descartes decide-se a examinar todo o âmbito do saber, melhor dizendo, dos princípios em que este tem sido baseado. Não quer fiar-se cegamente numa certeza, numa ideia que não foi radicalmente examinada, posta à prova. Então a forma mais rigorosa e mais simples para descobrir o absolutamente indubitável é duvidar. Não há, com efeito, senão um meio para descobrir aquilo de que não podemos duvidar, o mínimo que seja: é inventariar antes de mais tudo aquilo de que podemos duvidar. Levemos a dúvida a limite e quando ela se revelar impossível teremos a «experiência» do indubitável, que é a da verdade primeira, da qual as outras serão deduzidas. O que é empirismo? Empirismo é um movimento que acredita nas experiências como únicas, e são essas experiências que formam ideias. O empirismo é caracterizado pelo conhecimento científico, quando a sabedoria é adquirida por percepções; pela origem das ideias por onde se percebe as coisas, independente de seus objetivos e significados. O termo tem uma etimologia dupla, a palavra vem do latim e também de uma expressão grega, mas deriva também de um uso mais específico da palavra empírico, relativo aos médicos cuja habilidade deriva da experiência prática e não da instrução da teoria. O empirismo consiste em uma teoria epistemológica que indica que todo o conhecimento é um fruto da experiência e por isso, uma consequência dos sentidos. A experiência estabelece o valor, a origem, e os limites do conhecimento. Sendo uma teoria que se opõe ao racionalismo, o empirismo critica a metafísica e conceitos como os de causa e substância. Segundo o empirismo, a mente humana é uma "folha em branco" ou uma "tábula rasa", onde são gravadas impressões externas. Por isso, não reconhece a existência de ideias natas nem do conhecimento universal. Os autores mais importantes do empirismo foram John Locke, Francis Bacon, David Hume e John Stuart Mill. Na ciência, o empirismo é utilizado quando falamos no método científico tradicional, que é originário do empirismo filosófico, que defende que as teorias científicas devem ser baseadas na observação do mundo, em vez da intuição ou da fé, como lhe foi passado. O empirismo foi definido pela primeira vez pelo filósofo inglês John Locke no século XVII. Locke argumentou que a mente seria, um "quadro em branco" sobre o qual é gravado o conhecimento, cuja base é a sensação, ou seja, todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e erro. O criticismo kantiano Na sua maturidade, o filosofo alemão que viveu no século XVIII, Immanuel Kant dizia que toda filosofia tinha a finalidade de responder uma só questão: “O que pode legitimamente a nossa razão”? Em outras palavras, a filosofia se resumiria a teoria do conhecimento, ao questionamento da capacidade cognitiva da razão. O que implicaria em rever toda a metafísica, conduzindo até a ética. Já que ao responder “o que posso saber”, necessitaríamos abordar “o que devo fazer”, implicando em discussões conceituais em torno da ética. Tudo para chegar ao questionamento do que “é permitido esperar”. Preocupações que nasceram a partir da oposição entre racionalistas e empiristas, levando Kant a questionar a natureza do conhecimento humano e a possibilidade da existência de uma razão pura, independente da experiência. Em outras palavras, seria o conhecimento aquilo que é apreendido pelos sentidos e a experiência ou pela razão? Kant questionou o racionalismo e o empirismo, ao longo de vinte anos de pesquisas, originando o pensamento que ficaria conhecido como criticismo kantiano. Uma critica tanto ao racionalismo como ao empirismo, daí chamado de criticismo, fortalecendo a base da ciência contra os ataques dos céticos. O implica em afirmar que o criticismo também diz respeito à filosofia da ciência. Estabelecida a razão como centro do conhecimento, Kant procurou demonstrar que é a necessidade prática que determina a vontade humana e não os sentidos. Simultaneamente, afastou a pretensão da razão como condicionadora da ação moral. Não seria a razão que determina a moral, o que é considerado bom ou mau, mas a necessidade coletiva que determina a moral e a racionalização do que é bom. As necessidades práticas para a existência da vida em sociedade criam os chamados imperativos, prescrições, deveres que determinam a ação a priori, antes da experiência. Em outras palavras, os imperativos determinariam como agir, antes de ter que decidir ou viver a situação, tornam o agir uma obrigação. Segundo Kant, os imperativos seriam: 1. Hipotéticos: condicionando uma ação a algum fim, tal como no exemplo “estude para passar na prova”. 2. Categóricos: incondicional e absoluto, tomado como essencial para a existência da vida coletiva, tal como no exemplo “não matarás”. Neste sentido, os imperativos terminam determinando as leis, ratificando o dever e o próprio conceito de liberdade, já que a minha liberdade é restringida pelos imperativos.