UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO VANESSA DINALO DE MARCHI UM GRUPO DE ESTUDOS DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA E A EXPLORAÇÃO DE CONTEÚDOS DE GEOMETRIA EUCLIDIANA EM WEBQUEST SÃO PAULO 2011 VANESSA DINALO DE MARCHI UM GRUPO DE ESTUDOS DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA E A EXPLORAÇÃO DE CONTEÚDOS DE GEOMETRIA EUCLIDIANA EM WEBQUEST Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Universidade Bandeirante de São Paulo como exigência parcial para a obtenção do título de MESTRE EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, sob a orientação da Professora Doutora Nielce Meneguelo Lobo da Costa. SÃO PAULO 2011 MARCHI, Vanessa Dinalo de Um Grupo de Estudos de Professores de Matemática e a Exploração de Conteúdos de Geometria Euclidiana em WebQuest / Vanessa Dinalo de Marchi – São Paulo: [179], 2011. Dissertação (Mestrado Acadêmico) – Universidade Bandeirante de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática. Orientadora: Profª. Drª. Nielce Meneguelo Lobo da Costa 1. Educação Continuada. 2. WebQuest. 3. Ensino de Geometria. 4. Tecnologia na Educação. 5. Razão de Ouro. Autora: Vanessa Dinalo de Marchi Título: Um Grupo de Estudos de Professores de Matemática e a Exploração de Conteúdos de Geometria Euclidiana em WebQuest. Este Trabalho foi julgado e aprovado para obtenção do título de Mestre em Educação Matemática – UNIBAN São Paulo, 22 de setembro de 2011. Banca Examinadora Transcrevo aqui meu apreço e gratidão a todos os que de uma forma decisiva contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. AGRADECIMENTOS Agradeço, A Deus, pela saúde e força para percorrer este caminho. A minha maravilhosa Orientadora Nielce, por tanta paciência, dedicação, amizade, bom conselho, sempre pronta a atender compreender, escutar... Merece minha sincera consideração. Ao meu pai Genésio, que mesmo lá de cima está sempre presente em meus pensamentos, e à minha mãe Zenaide, que é a melhor Mãe do mundo, sempre preocupada, carinhosa e zelosa. Aos meus dedicados avôs Salvador e Antônio, sempre ao lado de meu pai, e às carinhosas avós Adelina e Iolanda, sempre preocupadas com a netinha. A Jessica e Vinícius, meus amores, e Alessandro, que entenderam todos os momentos de ausência e mesmo assim continuam me apoiando, amo muito vocês. Ao especial amigo Wanderlei Aparecida Grenchi, pelo apoio em todos os momentos desta caminhada. À professora Dra. Bette Prado, pelas preciosas contribuições e carinho. A Dra. Suely e Dr. Ruy, por aceitarem o convite para participar da banca examinadora e suas valiosas contribuições. Aos Professores Alessandro Jacques Ribeiro, Angélica da Fontoura Garcia Silva, Maria Elisabette Brisola Brito Prado, Nielce Meneguelo Lobo da Costa e Ruy César Pietropaolo, pelas inesquecíveis aulas da linha de formação. Aos Professores do Programa Maria Célia Leme, Maria Cristina Araújo de Oliveira, Verônica Yumi Kataoca, Vincenzo Bongiovanni e Wagner Rodrigues Valente. Aos Colegas do curso, que de alguma forma contribuíram durante esta caminhada. Às Professoras participantes deste trabalho, personagens principais. À Bolsa Mestrado do Governo do Estado de São Paulo, representada pela professora Solange Dias. Aos funcionários do Programa de Pós-graduação e à professora Dra. Tânia Maria Mendonça Campos, por toda a dedicação. Ao meu irmão, aos amigos, meus tios, tias, primos e primas que muito amo, por tudo, sempre. Muito Obrigada. Diz o Tempo a Euclides: Nas muitas dobras que tenho No meu manto de negro tecido, Escondo para sempre dos pósteros A tua vida, as tuas dores, As tuas alegrias fugazes, O teu dia de cada dia. Escondo-te o semblante, o sorriso, A lágrima quente que escava Profundos sulcos na face. Escondo também os amores, As tuas noites de insônia E a dura luta diária Rumo à verdade desnuda. Escondo tudo o que foste De todos os que virão. Mas as muitas dobras que tenho No meu manto de negro tecido, Por mais que eu faça e refaça, Não bastam para esconder A obra que produziste. Proclamo, pois, em alto som: Os elementos de Euclides Sempiternos brilharão. (Os Elementos, Irineu Bicudo) RESUMO O objetivo desta pesquisa foi analisar as reflexões feitas por professores de Matemática da Educação Básica ao explorarem conteúdos de Geometria Euclidiana por meio da metodologia de WebQuest (WQ), investigando, nesse processo, aspectos significativos para o ensino e a aprendizagem. A fundamentação teórica foi construída a partir das ideias de Tardif sobre o conhecimento profissional advindo da prática, de Zeichner relativas à reflexão coletiva; de Shulman sobre o conhecimento profissional, de Mishra e Koehler a respeito do conhecimento pedagógico do conteúdo tecnológico. A pesquisa, de caráter qualitativo, foi dividida em duas fases: uma documental com levantamento e análise de WebQuests sobre Geometria Euclidiana em bancos de dados públicos da internet; e outra, empírica, realizada por meio da constituição de um grupo de quatro professores de matemática de uma escola estadual, para o estudo da metodologia WebQuest e a aplicação de uma WQ a uma turma de alunos do 1° Ano do Ensino Médio. A coleta de dados nessa fase foi obtida por observação direta, gravações, questionário e entrevistas. Os resultados indicaram, na fase da pesquisa documental, que é pouco expressivo o percentual de WebQuests disponíveis na internet que abordam o conteúdo de Geometria Euclidiana. Constatou-se, nos encontros do grupo de professores para analisar WebQuests, que os fatores determinantes para a escolha da WQ Razão de Ouro a ser aplicada com os alunos foram, não apenas a relevância dos conteúdos envolvidos e adequação aos discentes, mas também quanto à forma de apresentação. A análise dos dados revelou que os aspectos significativos da metodologia WQ apontados pelo grupo foram: a possibilidade de levar o aluno a desenvolver uma atitude investigativa na aula de matemática; a possibilidade de discussão do conteúdo entre os grupos de alunos, socializando o que foi aprendido e a oportunidade, por meio da execução da “tarefa”, de levar o aluno a uma atitude ativa ao elaborar o “produto”. O grupo considerou a utilização da metodologia WebQuest adequada para a exploração de conteúdos geométricos, sobretudo como estratégia de ensino por projetos de pesquisa. Palavras-chave: Educação Continuada; WebQuest; Ensino de Geometria; Tecnologia na Educação; Razão de Ouro. ABSTRACT The goal of this research was focused on analyzing the reflections made by Basic Education Math teachers when exploring Euclid’s Geometry through the WebQuest methodology (WQ) thus investigating, in this process, significant aspects for teaching and learning. The theoretical fundamentals were built upon the ideas of Tardif about practical professional knowledge, of Zeichner related to collective reflection; the studies of Shulman about professional knowledge, concerning the pedagogical knowledge of the technological content by Mishra and Koehler. This research of qualitative essence was split into two phases: one documental with Euclid’s Geometry WebQuests gathering and analysis from public databases on the internet, and other empiric done through the composition of a group with four Math teachers from a public state school for studying the WebQuest methodology and applying a WQ to a first period’s High School students class. The data collection in that phase was made by direct observation, recordings, questionnaire and interviews. The results have shown, in the documental research phase, that the percentile of WebQuests related to Euclid's Geometry contents available on the internet is little expressive. It turns out, on the meetings of the Math teachers group for WebQuests analysis, that the deterministic factors for the Gold Reason WQ choice, which would be applied with the students, were, not only the relevance of the involved contents and adaptation to the students, but also regarding the way of presentation. The data analysis has revealed that the significant aspects of the WQ methodology pointed out by the group were: the possibility of leading the student to develop an investigative attitude in a Math class; the possibility of discussing the content among groups of students, thus socializing what’s been learned and the opportunity, by executing the “task”, of leading the student to an active attitude when elaborating the “product”. The group considered the WebQuest methodology utilization to be adequate for exploring geometrical contents, especially as a strategy for teaching by research projects. Keywords: Continued Education; WebQuest; Geometry Teaching; Technology in Education; Gold Reason. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - TRIÂNGULO EQUILÁTERO .............................................................................. 26 FIGURA 2 - FIGURAS APRESENTADAS AOS ALUNOS .......................................................... 26 FIGURA 3 - TELA DE ENTRADA DO SITE ESCOLABR ........................................................... 33 FIGURA 4 - TELA DE ENTRADA DA WQ BOLA DE FUTEBOL .................................................. 35 FIGURA 5 – ESQUEMA DO CONHECIMENTO PEDAGÓGICO DO CONTEÚDO TECNOLÓGICO...... 45 FIGURA 6 - TELA COM PRIMEIRAS INFORMAÇÕES SOBRE WQ ............................................ 52 FIGURA 7 – SEÇÕES DA WEBQUEST UMA CASA NA ÁRVORE .............................................. 55 FIGURA 8 - TELA DO CRIADOR PHPWEBQUEST ................................................................. 59 FIGURA 9 - TELA DE ENTRADA DO CENTRO DE COMPETÊNCIA DA BEIRA INTERIOR, PT .......... 64 FIGURA 10 - TELA DE WQ DE MATEMÁTICA DO BANCO DE PORTUGAL ................................. 65 FIGURA 11 - TELA DO BANCO DE WQ DO SENAC............................................................... 68 FIGURA 12 - TELA DO COLÉGIO DANTE ALIGHIERI ............................................................ 69 FIGURA 13 - TELA DO COLÉGIO MACKENZIE .................................................................... 70 FIGURA 14 - TELA DE ENTRADA DA WQ M.C.ESCHER...PAVIMENTAÇÃO DO PLANO ............... 72 FIGURA 15 - TELA DE ENTRADA DA WQ LUGARES GEOMÉTRICOS ....................................... 72 FIGURA 16 - TELA DE INTRODUÇÃO DA WQ BOLA DE FUTEBOL ........................................... 73 FIGURA 17 - PRINCIPAIS COMPONENTES DE UMA WQ ....................................................... 88 FIGURA 18 - TELA DE ENTRADA DA WQ MAZZAROPI .......................................................... 89 FIGURA 19 - WQ UMA PERSPECTIVA DOS INSETOS ........................................................... 91 FIGURA 20 - TELA INICIAL DO POWERPOINT ADAPTADO PARA DESENVOLVIMENTO DA WQ .. 101 FIGURA 21 - TELA DE REFERÊNCIAS DO POWERPOINT DA WQ DESENVOLVIDA .................. 101 FIGURA 22 - ALUNOS DURANTE A WQ “RAZÃO DE OURO” ................................................ 103 FIGURA 23 - TELA DE ENTRADA DA WQ “RAZÃO DE OURO” .............................................. 104 FIGURA 24 - PIRÂMIDES DE GIZÉ .................................................................................. 105 FIGURA 25 - PARTHENON E RÉPLICA DE ATENA ............................................................. 106 FIGURA 26 - RETÂNGULO COM A PROPORÇÃO DE OURO................................................. 106 FIGURA 27 - ESPIRAL DOURADA NA NATUREZA .............................................................. 107 FIGURA 28 - ESTRELA PENTAGONAL ............................................................................ 107 FIGURA 29 - MONA LISA DE LEONARDO DA VINCI ............................................................ 108 FIGURA 30 - MEDIDAS DA PROPORÇÃO ÁUREA EM MÃO HUMANA ..................................... 109 FIGURA 31 - HOMEM VITRUVIANO DE LEONARDO DA VINCI .............................................. 109 FIGURA 32 - SEGMENTO ÁUREO .................................................................................. 110 FIGURA 33 - TRIÂNGULO ABC - 1.................................................................................. 112 FIGURA 34 - TRIÂNGULO ABC - 2.................................................................................. 112 FIGURA 35 - TRIÂNGULO ABC - 3.................................................................................. 113 FIGURA 36 - RETÂNGULO ÁUREO ................................................................................. 114 FIGURA 37 - RETÂNGULO ÁUREO - 2 ............................................................................ 114 FIGURA 38 - RETÂNGULO ÁUREO - 3 ............................................................................ 115 FIGURA 39 - RETÂNGULO ÁUREO - INFINITO .................................................................. 116 FIGURA 40 - MODELO DE APRENDIZAGEM COM A METODOLOGIA WQ DE DODGE................ 128 FIGURA 41 - NÍVEIS DE REFLEXÃO................................................................................ 128 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - WQ ESCOLABR & OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO................. 60 GRÁFICO 2 - WQ ESCOLABR - MATEMÁTICA & GEOMETRIA ................................. 61 GRÁFICO 3 - WQ ESCOLABR TODAS AS ÁREAS & GEOMETRIA ............................ 61 GRÁFICO 4 - RELAÇÃO DO TOTAL DE WEBQUESTS & WQ DE GEOMETRIA ........ 66 GRÁFICO 5 - RELAÇÃO ENTRE WQ DE MATEMÁTICA & WQ DE GEOMETRIA ...... 67 GRÁFICO 6 - EVOLUÇÃO DO IDESP DA ESCOLA PESQUISADA............................. 76 GRÁFICO 7 - IDESP ENSINO FUNDAMENTAL II ..................................................... 125 GRÁFICO 8 - IDESP ENSINO MÉDIO ....................................................................... 125 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - TABELA DE RESULTADOS DO IDESP 2008 .......................................... 25 TABELA 2 - DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DA PESQUISA ............................................ 31 TABELA 3 - CONTEÚDOS GEOMÉTRICOS DO ENSIINO FUNDAMENTAL II .......... 49 TABELA 4 - CONTEÚDOS GEOMÉTRICOS DO ENSINO MÉDIO ............................. 50 TABELA 5 - WQ PUBLICADAS NA ESCOLABR ......................................................... 60 TABELA 6 - WQ DE MATEMÁTICA PUBLICADAS NO SITE ESCOLABR .................. 62 TABELA 7 - WQ PUBLICADAS NO SITE CRIE DA BEIRA INTERIOR, PORTUGAL .. 66 TABELA 8 - TABELA DO COLÉGIO DANTE ALIGHIERI............................................. 70 TABELA 9 - WQ DO COLÉGIO PRESBITERIANO MACKENZIE ................................ 71 TABELA 10 - WQ SELECIONADAS PARA ANÁLISE COM GRUPO DE PROFESSORES ................................................................................................ 75 TABELA 11 - PROFESSORES PARTICIPANTES DA PESQUISA.............................. 84 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 19 CAPÍTULO 1 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 23 1.1 Motivações e Justificativa .................................................................................... 23 1.2 Objetivos e Questões de Pesquisa ..................................................................... 29 1.3 Procedimentos Metodológicos ............................................................................ 30 1.4 Revisão de Literatura .......................................................................................... 32 CAPÍTULO 2 2 FUNDAMENTAÇÃO .............................................................................................. 39 2.1 A Relevância da Tecnologia no Processo de Ensino e Aprendizagem ............... 39 2.2 Conhecimento Profissional Advindo da Prática ................................................... 40 2.3 A Importância da Formação Contínua dos Professores ...................................... 42 2.4 Conhecimento Profissional Docente ................................................................... 43 2.5 Conhecimento Pedagógico do Conteúdo Tecnológico ........................................ 44 2.6 Geometria Euclidiana no Currículo da Educação Básica .................................... 46 2.7 WebQuest: uma Proposta Pedagógica ............................................................... 51 CAPÍTULO 3 3 A PESQUISA ......................................................................................................... 58 3.1 Etapa 1 – WebQuests de Geometria Euclidiana ................................................. 59 3.2 O Contexto da Pesquisa...................................................................................... 76 3.2.1 Caracterização da Escola ............................................................................. 79 3.3 O Grupo de Estudos ............................................................................................ 80 3.3.1 Desenvolvimento da Pesquisa de Campo .................................................... 82 3.3.2 Os Encontros ................................................................................................ 85 3.3.3 WebQuest “Razão de Ouro”........................................................................ 103 CAPÍTULO 4 4 RESULTADOS ..................................................................................................... 118 4. 1 Análises dos Dados Coletados na Pesquisa de Campo .................................. 118 4.1.1 Reflexões nos Horários de Trabalho Pedagógico Coletivo ......................... 119 4.1.2 Reflexões durante os Estudos com os Professores de Matemática ........... 124 4.1.3 Reflexões Sobre o Desenvolvimento da WebQuest Escolhida ................... 127 4.2.4 Reflexões Após o Desenvolvimento da WebQuest ..................................... 128 RESULTADOS FINAIS 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 125 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ....................................................................... 130 ANEXO A – WEBQUESTS DE MATEMÁTICA ESCOLABR. ................................. 135 ANEXO B – WEBQUESTS DE MATEMÁTICA – PORTUGAL. .............................. 152 ANEXO C – WEBQUEST “RAZÃO DE OURO” ...................................................... 154 APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO. ......... 155 APÊNDICE B – PRIMEIRO ENCONTRO ............................................................... 157 APÊNDICE C – SEGUNDO ENCONTRO. .............................................................. 160 APÊNDICE D – TERCEIRO ENCONTRO. ............................................................. 162 APÊNDICE E – PRIMEIRA PESQUISA EXPLORATÓRIA ..................................... 165 APÊNDICE F – SEGUNDA PESQUISA EXPLORATÓRIA ..................................... 168 APÊNDICE G – TELAS DA ADAPTAÇÃO DA WQ RAZÃO DE OURO .................. 169 Apresentação Vanessa Dinalo de Marchi 19 APRESENTAÇÃO Esta investigação, elaborada sob o título Um Grupo de Estudos de Professores de Matemática e a Exploração de Conteúdos de Geometria Euclidiana em WebQuest, está inserida na linha de pesquisa de “Formação de Professores que Ensinam Matemática” do Programa de Mestrado em Educação Matemática da Universidade Bandeirante de São Paulo. A pesquisa tem por objetivo analisar as reflexões feitas por professores de Matemática da Educação Básica (Ensino Fundamental II e Médio) em um grupo de estudos, ao explorarem conteúdos de Geometria Euclidiana por meio da metodologia de WebQuest e, dessa forma, investigar as implicações dessas para a prática docente. No sentido de atingir o objetivo proposto, as seguintes questões orientadoras foram consideradas: Quais aspectos são considerados significativos pelos professores no processo de exploração de conteúdos geométricos pela metodologia de WebQuest? e Quais são as reflexões de um grupo de professores de Matemática ao explorarem, analisarem e utilizarem a metodologia de WebQuest no ensino da Geometria Euclidiana? Para realizar este estudo constituiu-se um grupo de professores atuantes na Educação Básica em uma escola pública da rede do Estado de São Paulo de modo a conhecer, explorar e analisar as potencialidades de desenvolvimento de práticas docentes com uso da metodologia de WebQuest. A estrutura da dissertação está organizada em quatro capítulos, além desta Apresentação, das Considerações Finais, Referências Bibliográficas, Apêndices e Anexos, a saber: Vanessa Dinalo de Marchi 20 Capítulo 1, Introdução Nesse capítulo, inicio apresentando um breve relato de minha trajetória e de como me tornei educadora e pesquisadora. Nessa jornada surgiram inúmeras indagações que se transformaram em minhas questões de pesquisa e objetivos. Aqui também descrevemos os procedimentos metodológicos utilizados para a coleta dos dados, descrevemos as etapas da investigação e, finalizando, discutimos os critérios adotados para a posterior análise dos dados coletados em campo. Além disso, apresentamos a revisão de literatura na qual discuto pesquisas correlatas com foco na formação continuada do professor de Matemática e o uso de tecnologia na prática pedagógica. Capítulo 2, Fundamentação Nesse capítulo, apresentamos a fundamentação relativa à formação continuada do professor e o uso de tecnologia no ensino de Matemática. Discutimos os conteúdos em Geometria Euclidiana indicados para ser desenvolvidos na Educação Básica dentro dos conteúdos definidos pelo Currículo do Estado de São Paulo. Apresentamos também a metodologia WebQuest, que é uma proposta pedagógica a ser utilizada na pesquisa, ensino e aprendizagem dos conteúdos de Geometria da Educação Básica. Capítulo 3, A Pesquisa Aqui descrevemos o cenário onde se realizou a pesquisa: o contexto, o perfil do grupo que a constituiu e, na sequência, como se deu o desenvolvimento da pesquisa de campo. Capítulo 4, Resultados Nesse capítulo, apresentamos análises dos estudos realizados em bancos de WebQuest, realizadas anteriormente aos encontros com o grupo de professores. A seguir apresentamos as reflexões sobre os estudos realizados com o grupo e o desenvolvimento de uma WebQuest analisada, escolhida e desenvolvida por uma professora com sua turma de 1° ano do Ensino Médio. Vanessa Dinalo de Marchi 21 Considerações Finais Nas considerações finais, mostramos um breve panorama deste trabalho, aprofundando a análise a partir da temática que envolve a educação continuada do professor de Matemática utilizando a metodologia de WebQuest. Capítulo 1 Introdução Vanessa Dinalo de Marchi 23 1 INTRODUÇÃO Neste capítulo, traço uma breve trajetória de experiências pessoais/profissionais que me inspiraram para a realização deste trabalho, além de motivações e justificativas que o fundamentaram. 1.1 Motivações e Justificativa Como professora de Matemática, estou sempre atenta às reações de meus alunos, que geralmente torcem o nariz para a disciplina... Em conversa com meus colegas de trabalho da mesma área, percebo que as opiniões não divergem muito das minhas. Assim como eu, eles também estão em busca de novas maneiras de ensinar, especialmente os conteúdos que são considerados os mais difíceis pelos alunos. Percebi, em um estudo que fiz na graduação sobre o conteúdo de Geometria, que tal assunto é tratado, muitas vezes, apenas no final dos livros didáticos, aparentemente com o propósito de justificar a desculpa tão antiga de que não houve tempo de chegar até esse tema. Para parte de meus colegas de turma da Licenciatura em Matemática, construções geométricas eram como “sessões de tortura”. Eu ficava imaginando como conseguiriam ensinar algo que executavam com tamanha dificuldade. Nessa época, tínhamos um grupo de estudos, o qual, acredito, ajudou bastante àqueles que não tinham desenvolvido habilidades usando régua e compasso e a visualização espacial. Nós reuníamo-nos aos sábados, após a aula, para troca de informações sobre os conteúdos, e como eu havia feito colégio técnico em Desenho de Construção Civil e três anos de Engenharia Civil antes de iniciar o curso de Licenciatura em Matemática, tinha maior facilidade e podia ajudar o grupo em determinados tópicos. Nesse grupo aprendi muito com meus colegas. Desde essa época, concordo com a formação de grupos para estudos e pratico isso. Vejo que no coletivo podemos trocar informações preciosas. Um pouco do Vanessa Dinalo de Marchi 24 conhecimento de um, somado com o pouco conhecimento do outro, já é maior do que no início. E daí minha vontade em trabalhar com um grupo de professores. Antes mesmo do término da graduação, ingressei no magistério, e depois de concluir a Licenciatura continuei buscando cursos relacionados à área. No Programa Teia do Saber1, curso oferecido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEESP), no ano de 2005, tive a oportunidade de entrar em contato com softwares educativos, que não tiveram grande ênfase na grade curricular da Licenciatura. Percebi que o uso desses recursos não deixava grande parte dos professores que lá estavam à vontade para utilizá-los em suas práticas didáticas costumeiras. O trabalho de conclusão desse curso foi desenvolvido em grupos, e já nessa época o grupo de que eu fazia parte desenvolveu uma sequência didática para aprendizagem de Geometria. Recordo-me de que grande parte dos trabalhos da turma teve a Geometria como tema central, pela dificuldade tanto dos professores em ensiná-la quanto dos alunos em aprendê-la. Essa experiência instigou-me a entender como a tecnologia poderia me ajudar na aprendizagem desse assunto. Em sua dissertação de Mestrado, Pavanello (1989) aponta a importância da Matemática nas atividades cotidianas e a dificuldades de seu entendimento por parte dos que a estudam, principalmente no ensino da Geometria. Quanto ao ensino de geometria, o problema torna-se ainda mais grave: constata-se que ele vem gradualmente desaparecendo do currículo real das escolas. (PAVANELLO, 1989, p. 2) Durante os três anos em que atuei como professora coordenadora da escola onde ocupo cargo de professora efetiva de Matemática, observei que diversos professores utilizavam em suas aulas metodologias diferentes, que não incluíam apenas giz e lousa, enquanto que os professores de Matemática continuavam priorizando técnicas mais tradicionais, propondo tarefas aos alunos do tipo: calcule, efetue, resolva etc. Além disso, observei, em aulas que acompanhava (atendendo as 1 O Programa foi oferecido aos professores da Rede Estadual em diversas faculdades. O Programa, de cunho de formação continuada do professor, teve o título: Metodologias de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio. Vanessa Dinalo de Marchi 25 atribuições da função designada), que muito pouca Geometria era ensinada: os professores enfatizavam especialmente as resoluções algébricas. Suas explicações para o fato eram de que os alunos ainda tinham pouca habilidade em realizar expressões algébricas, então introduzir a Geometria ocorreria após essa abordagem. Quanto aos resultados obtidos pelos alunos nas avaliações externas, observava que o nível de desempenho em Matemática se concentrava no insuficiente, como se pode observar na Tabela 1, abaixo, na qual constam os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo 2 (IDESP) do ano de 2008. Os alunos dessa escola estavam em sua maioria concentrados em abaixo do básico e em básico, poucos alunos apresentando o nível de conhecimento adequado em Matemática e um número pouco expressivo tendo atingido o conhecimento avançado tanto na disciplina de Língua Portuguesa como na de Matemática. TABELA 1 - TABELA DE RESULTADOS DO IDESP 2008 3 2 Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo é o indicador de qualidade das séries iniciais (1ª a 4ª séries) e finais (5ª a 8ª séries) do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Os critérios utilizados para obtenção de tal índice são: o desempenho dos alunos nos exames do SARESP e o fluxo escolar. Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, o IDESP fornece o diagnóstico de qualidade das escolas, apontando os pontos em que precisa melhorar e sinalizando sua evolução ano a ano. Informações relacionadas ao IDESP estão disponíveis no site: http://idesp.edunet.sp.gov.br/. 3 As notas referentes à 4º série do Ensino Fundamental I não são apresentadas por a Escola em questão não possuir esse segmento. Vanessa Dinalo de Marchi 26 Essa situação instigou-me a procurar metodologias inovadoras para o ensino de Matemática e demais possibilidades que pudessem auxiliar professores e alunos no sentido de modificar esse quadro. Diversos autores, tais como Zeichner (2003) e Tatto (1999), apontam a tendência mundial de busca, por parte das escolas, em elevar a qualidade do ensino. Nesse sentido, metodologias e ações pedagógicas são investigadas, de modo a tornar cada vez mais eficiente e efetiva uma educação voltada a todos os tipos de alunos. Em prática docente, constatei que os conhecimentos sobre conceitos básicos de Geometria dos meus alunos do 9° ano do Ensino Fundamental II (antiga 8° série) eram limitados. Para eles, por exemplo, parecia ser difícil definir ou explicar, mesmo em linguagem informal, o que é um triângulo. Observei que eles apenas reconheciam o triângulo quando era apresentado o equilátero e ainda com um dos lados na posição horizontal como no desenho abaixo. FIGURA 1 - TRIÂNGULO EQUILÁTERO Em uma das salas de aula, da escola investigada nessa pesquisa, com 45 alunos entre 13 e 16 anos, apresentei as seguintes figuras e perguntei qual o nome de cada uma: 1 2 3 FIGURA 2 - FIGURAS APRESENTADAS AOS ALUNOS Vanessa Dinalo de Marchi 27 Quanto ao desenho “1”, apresentado na Figura 2, alguns alunos responderam que este representa um triângulo, o desenho “2” representa um quadrado e o desenho “3”, uma rampa. Nenhum dos 45 alunos questionados soube dizer que a figura 3 é um triângulo, mesmo depois de eu indagar se as três figuras tinham algo em comum. Em relação à justificativa da escolha de Geometria Euclidiana, foram priorizadas investigações nessa área por ser mencionada como de grande dificuldade de entendimento, tanto por alunos como por professores, ao longo de nossa4 vida acadêmica/profissional. São inúmeras as manifestações da dificuldade em aprender e ensinar conteúdos de Geometria. Entre outros indicativos, pesquisas realizadas no site da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEESP) com os professores da rede e os índices obtidos nas avaliações do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP) realizadas no ano de 2009 evidenciaram as dificuldades dos alunos em relação à Geometria, o que levou a SEESP a noticiar sua preocupação em sanar tais dificuldades. Mesmo nos cursos superiores de matemática constata-se que os alunos apresentam muita dificuldade em compreender os processos de demonstração ou são incapazes de usá-los ou mesmo de utilizar qualquer tipo de representação geométrica para a visualização de conceitos matemáticos. (PAVANELLO, 2004) Pavanello (2009)5 aponta várias pesquisas sobre a problemática da aprendizagem em Geometria, não apenas dos alunos, mas também relativa ao conhecimento dos professores que ensinam esse conteúdo. Além disso, ela constatou que os próprios professores consideram que sua formação em relação à Geometria é bastante precária6. Em palestra, a pesquisadora exemplificou com a pesquisa de Pirola (2000), o qual identificou dificuldades dos alunos em 4 A partir daqui digo nossa, minha e de minha orientadora, uma vez que as decisões foram conjuntas. 5 Em palestra intitulada “O ENSINO DA GEOMETRIA NO BRASIL NAS ÚLTIMAS DÉCADAS: algumas preocupações a partir de pesquisas”, para alunos do programa de mestrado em Educação Matemática, na UNIBAN, em 31/08/2009. 6 Pesquisas visando investigar como se encontra o ensino de Geometria em nossa escola básica (PEREZ, 1991; LORENZATO, 1995; ALVES, TANCREDI, et al.,1998; CAMPOS, PIRES et al., 1998, entre outros). Vanessa Dinalo de Marchi 28 conhecimentos referentes à Geometria Plana (por exemplo, em propriedades dos paralelogramos). Ainda em sua palestra de 2009, Pavanello mencionou outras pesquisas, salientando que: Professores da área de Matemática (BERTONHA, 1989; FANTINEL, 2000; NASSER, 1991 e KALEFF, 2000, p. ex.) apontam dificuldades dos alunos na compreensão e domínio do processo dedutivo, como atestam, entre outros, os resultados do Exame Nacional de Cursos/MEC. Para a pesquisadora, algumas das dificuldades dos alunos se ligam a: reconhecer formas geométricas por seus nomes e sua visualização espacial; representar sólidos geométricos simples em perspectiva; relacionar os pontos de um sólido geométrico a seu correspondente na sua representação em perspectiva; conceber a forma de um sólido geométrico a partir de suas representações em planos ortogonais ou a partir de sua perspectiva; representar perspectiva ou conceber em três dimensões gráficos de funções de duas variáveis. A história da educação no Brasil tem trazido, nos últimos anos, contribuições para diversas áreas do conhecimento, incluindo a Educação Matemática e o ensino de Geometria, que por mais de uma década tem sido abandonada nos vários níveis de escolarização. Como relata Lobo da Costa (2009), os jovens deste tempo que estamos vivendo são da era da informatização, e o professor, ao se apropriar de ferramentas tecnológicas para o ensino, pode se aproximar da linguagem de seus alunos de modo a levá-los a ter uma participação mais efetiva na aprendizagem de novos conteúdos. A ideia é transformá-los de atores coadjuvantes em atores principais para a construção do próprio conhecimento, daí a motivação em trabalhar o uso da metodologia de WebQuest (WQ), que tem sido utilizada em outros estados e países por educadores das diversas áreas de conhecimento como uma nova proposta para o ensino da Matemática no conteúdo de Geometria. Justamente pela intimidade dos alunos com tecnologias é que se acredita que haverá avanços na aprendizagem dos que dizem nunca conseguir ou ser Vanessa Dinalo de Marchi 29 capazes de compreender conceitos da álgebra e da geometria trazidos dentro da grade curricular na disciplina de Matemática. Assim, acredita-se que pesquisar metodologias e o uso de ferramentas tecnológicas sobretudo para o ensino e para a aprendizagem de Geometria pode contribuir para a melhoria do aprendizado da Matemática pelos alunos da rede pública, pois os professores estarão mais próximos da realidade dos jovens deste tempo. 1.2 Objetivos e Questões de Pesquisa Esta pesquisa visa contribuir com subsídios para a área da Educação Matemática, em particular com a formação do professor que ensina essa disciplina, enfatizando o conteúdo de Geometria Euclidiana e com o uso da tecnologia como ferramenta para aprendizagem significativa dos alunos. O contexto da pesquisa, ora em discussão, é o de implementação de inovações curriculares nas Escolas do Estado de São Paulo, com a implementação de um Currículo Oficial, o que nos motivou, inicialmente, a realizar um estudo sobre os materiais disponibilizados nas escolas, em especial as públicas, desse estado, como guia para análises da escolha do conteúdo exigido dentro da Geometria Euclidiana. Em particular, esta pesquisa tem por objetivo analisar as reflexões feitas por professores de matemática da Educação Básica ao explorarem conteúdos de Geometria Euclidiana por meio da metodologia de WebQuest (WQ) e identificar se a utilização de WQ apresentas, na percepção dos professores de Matemática, traz benefícios para o processo do ensino e da aprendizagem de conteúdos de Geometria Euclidiana. Vanessa Dinalo de Marchi 30 A partir da problemática anunciada, consideramos as seguintes questões como orientadoras para esta pesquisa: Quais aspectos são considerados significativos pelos professores no processo de exploração de conteúdos geométricos pela metodologia de WebQuest? Quais são as reflexões de um grupo de professores de Matemática ao explorarem, analisarem e utilizarem a metodologia de WebQuest no ensino da Geometria Euclidiana? A seguir apresentamos os procedimentos de pesquisa. 1.3 Procedimentos Metodológicos Para atingir os objetivos propostos, apresentados acima, desenvolvemos uma investigação de cunho qualitativo que foi dividida em duas partes. A primeira foi de pesquisa teórica e bibliográfica, na qual levantamos os princípios e atenções das WebQuests e, a seguir, analisamos WebQuests disponíveis para o público na internet, em bancos de dados (Etapa 1). Essa primeira parte serviu de subsídio para a segunda parte que envolveu a preparação e a pesquisa empírica (de campo) desenvolvida em uma escola estadual de Educação Básica que denominamos Escola Estadual Euclides de Alexandria7 (Etapas 2, 3 e 4). Assim sendo, a pesquisa dividiu-se em etapas, conforme se pode observar na Tabela 2, que segue: 7 Nome fictício da Unidade Escolar onde tenho o cargo de PEB II de Matemática, mas estive na função de Professora Coordenadora do Ensino Médio entre os anos de 2008 e 2010. Vanessa Dinalo de Marchi 31 TABELA 2 - DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DA PESQUISA Primeira Parte da Pesquisa Etapa 1 Estudos sobre a metodologia WebQuest. Características, princípios dessa metodologia. Análise de WebQuests contidas em bancos de dados públicos. Preparo da Pesquisa de Campo a) Constituição do grupo de estudos com professores de Matemática. b) Criação dos instrumentos de pesquisa. Questionário anterior ao primeiro encontro (Apêndice B). Questionário a ser respondido ao final dos encontros com o grupo (Apêndice F). Etapa 2 Materiais para discussões iniciais sobre WebQuest com o grupo (Apêndices B, C e D). c) Análise do questionário respondido (Apêndice E). d) Análise das características da Unidade Escolar na qual será desenvolvida a pesquisa. e) Análise da grade curricular e dos materiais didáticos usados na disciplina de Matemática na escola pesquisada, relativos aos tópicos de Geometria Euclidiana. Pesquisa de Campo Etapa 3 a) Acompanhamento e participação no grupo de professores. Duração de 10 encontros presenciais. b) Desenvolvimento e discussão da WebQuest. Análise Etapa 4 Discussão dos dados coletados na Etapa 1 e dos coletados em campo (Etapa 3). Apresentação dos resultados e conclusão da pesquisa. Optamos por tal design de pesquisa de modo que os resultados encontrados nas Etapas 1 e 2 subsidiassem o desenvolvimento das demais etapas, ou seja, a partir da pesquisa documental, da análise do contexto escolar e da análise dos sites que disponibilizam WebQuests de Geometria Euclidiana em bancos de dados públicos na internet, desenvolvemos o planejamento dos encontros com o grupo de professores e a pesquisa em campo. Além disso, as Etapas 1 e 2 embasaram a escrita das sessões sobre a metodologia de WebQuest como uma proposta pedagógica para a aula de Matemática. Vanessa Dinalo de Marchi 32 A coleta de dados foi feita, como pode ser observado na Tabela 2, pelos seguintes instrumentos: questionários de entrada e saída, gravações em áudio e vídeo dos encontros do grupo de professores e do desenvolvimento da WebQuest com os alunos, anotações no diário de notas da pesquisadora e gravações digitais dos materiais produzidos. O questionário de entrada, que se encontra no Apêndice B, foi elaborado com o propósito de obter prévias informações sobre concepções dos professores de Matemática que constituirão o grupo de estudos, por exemplo, tempo de atuação no magistério, cursos de formação continuada especialmente na área de tecnologias para o ensino de Matemática, se estão habituados a reunirem-se com colegas da mesma área para planejamento de aulas, quais conteúdos de Geometria são considerados de maior dificuldade para ensinar, o que dizem sobre a utilização do Currículo do Estado etc. A Etapa 3 compôs-se da pesquisa de campo, do acompanhamento e participação dos encontros do grupo de professores, da escolha/adaptação, da desenvolvimento com os alunos e da discussão de WebQuests. Finalizando, a Etapa 4 contempla a análise dos dados, desenvolvida por triangulação, organizadas em três seções, a saber: Reflexões de Estudo nas HTPC, Reflexões de Estudo com Professores de Matemática e Reflexões Sobre o Desenvolvimento da WebQuest Escolhida. 1.4 Revisão de Literatura Ao analisarmos pesquisas da área de educação matemática que se relacionam com nossa investigação, observamos que são poucas aquelas voltadas para a educação do professor de Matemática e a apropriação da tecnologia que utilizaram a metodologia de WebQuest (WQ). Além disso, buscamos trabalhos sobre grupos colaborativos, em especial aqueles que têm relação com o conteúdo matemático discutido por nós, ou seja, Geometria Euclidiana. A análise dos Vanessa Dinalo de Marchi 33 trabalhos já existentes auxiliou-nos indicando caminhos metodológicos, por indicarem em seus resultados novas possibilidades de pesquisa, por exemplo, pesquisas em bancos de WebQuests disponíveis na internet, pesquisas em grupos colaborativos e criação e/ou desenvolvimento de WebQuests. A leitura da dissertação de mestrado de Barros (2009), que pesquisou WebQuests disponíveis no site da EscolaBR, auxiliou-nos, a partir das citações feitas em seu texto, na escolha de bancos de dados para serem analisados, uma vez que estão publicados na internet. O objetivo da pesquisa de Barros (ibid) foi “...analisar as possibilidades de interação e pesquisa usadas na etapa tarefa da metodologia WebQuest, em WebQuests de Álgebra, identificando ações que favoreçam a educação algébrica” (BARROS, 2009, p. 7). Nesse aspecto, tal investigação difere, em relação a conteúdo matemático, de nosso foco de pesquisa. FIGURA 3 - TELA DE ENTRADA DO SITE ESCOLABR A referida pesquisadora utilizou o banco de dados da Comunidade EscolaBR para selecionar e analisar WebQuests de Álgebra produzidas por professores de 2005 a 2007. Em suas conclusões, ela sugere “a possibilidade de um trabalho de formação para reescrita das WebQuests lá disponibilizadas”. Nesta pesquisa, assim como Barros, também utilizamos, entre outros, o banco de dados da Comunidade Vanessa Dinalo de Marchi 34 EscolaBR, porém analisamos as WebQuests de Geometria e, a partir dessa análise, propusemos um estudo com o grupo de professores. Outra pesquisa envolvendo WebQuest e Matemática investigada por nós foi a de Silva (2006), que em sua dissertação de mestrado “buscou identificar dificuldades e necessidades para desenvolver WQ de Matemática, utilizando o mínimo de recursos tecnológicos”, “identificar como os alunos construirão o conhecimento sobre Geometria Espacial, através de expressões e interações e o produto final da etapa Tarefa durante o trabalho com a WQ” e “confrontar os resultados obtidos no decorrer da utilização da WQ, com os aspectos teóricos conhecidos de experiências de aulas tradicionais de Geometria Espacial para identificar possíveis vantagens da WQ” (p. 21). O pesquisador cita em sua dissertação que “não tinha domínio em recursos tecnológicos suficientes para desenvolver uma WQ e disponibilizá-la na Internet” (p. 102), então optou por elaborar uma WQ utilizando o software PowerPoint8. Ao final da pesquisa, o autor declara que apenas após ter construído e desenvolvido uma WQ sobre Geometria Espacial alguns aspectos importantes da metodologia ficaram claros para ele. Isso mostra a importância do professor estar inserido em um grupo e poder trocar idéias com os colegas, revelando suas certezas e esclarecendo suas dúvidas. Quanto a vantagem do trabalho coletivo sobre o isolado, em suas análises ele salienta a importância de que: “...ao construir cada uma dos componentes da WebQuest, que se tenha definido qual o objetivo da aprendizagem que se deseja atingir”. (p. 103). Por fim, sugere a reutilização da WebQuest elaborada e desenvolvida por ele para melhor análise dos resultados. Essa dissertação auxiliou-nos a perceber a importância da construção e/ou desenvolvimento da WQ para a compreensão das nuances dessa metodologia. Outro ponto que destacamos foi a possibilidade de adaptação com o uso de recursos off-line para construção e/ou desenvolvimento da WQ, apesar da definição do criador Dodge ser a de utilização da internet para a realização e desenvolvimento. A ideia de utilizar recursos off-line pode ser útil, uma 8 Software pertencente ao pacote da Microsoft Office Home ou Student, normalmente utilizado para criar apresentações profissionais ou acadêmicas que chamem a atenção através de seus recursos. Vanessa Dinalo de Marchi 35 vez que o acesso à internet nas escolas estaduais e na sala de informática pode não ser a ideal – ora lenta, ora oscilante, ora sem conexão. Ao analisar a pesquisa de Fernandes (2008, p. 11), constatamos que ela deu continuidade à pesquisa iniciada por Silva (2006). O objetivo foi investigar “as contribuições que podem acontecer na prática pedagógica dos professores que constroem e consagram WebQuests, ou mesmo que analisam e selecionam WQ já disponíveis na internet para desenvolve-la com os alunos”. Fernandes (2008) e Silva (2008) utilizaram para suas análises a mesma WQ, elaborada pelas duas em parceria com Fabio do Prado e intitulada Bola de Futebol Tem a Ver com Matemática?!9. Diferente das dissertações de Fernandes e Silva, buscamos através dessa pesquisa, as reflexões ocorridas quando um grupo de professores de matemática analisam WebQuests de conteúdos relacionados a Geometria Euclidiana, posteriormente aos estudos da fundamentação dessa metodologia, desenvolvimento de uma WebQuest selecionada pelos professore em suas turmas do ensino básico e reflexões posteriores ao desenvolvimento da atividade com os alunos. FIGURA 4 - TELA DE ENTRADA DA W Q BOLA DE FUTEBOL 9 WebQuest disponível no site: <http://www.webquestboladefutebol.com.br>, último acesso em 14 de outubro de 2010. Vanessa Dinalo de Marchi 36 Um importante ponto trazido por Fernandes (2008) é o do enriquecimento das aulas de Matemática com o uso de tecnologia, o que gerou, segundo a autora, melhoria no ensino-aprendizagem, em particular de sólidos arquimedianos. Nas palavras da pesquisadora: [...] ao utilizar-se dessas tecnologias em sala de aula, o professor assume o papel de mediador, orientador e facilitador da aprendizagem do aluno. [...] favoreceu a construção do conhecimento dos alunos sobre os sólidos arquimedianos e possibilitou que acontecesse a mediação pedagógica. (2008, p.11) A próxima pesquisa analisada por nós foi a de Silva (2008) que, em sua dissertação, investigou como a metodologia WebQuest pode colaborar para o desenvolvimento de conteúdos de Matemática com alunos do Ensino Médio, usando como base os recursos disponíveis na internet, confrontando com a forma tradicional de apresentação do mesmo conteúdo. Segundo a autora: A partir da análise feita dos produtos finais das tarefas propostas na WQ e das respostas a um questionário proposto aos alunos pode-se concluir que o conhecimento pode ser construído a partir da pesquisa realizada na Internet, colaborando assim para o desenvolvimento de conteúdos da Matemática. Pode-se notar também em termos de motivação e interesse, um crescimento considerável por parte dos alunos, para a realização de estudos sobre temas da Matemática utilizando-se desse recurso (Internet), em especial pelo trabalho colaborativo desenvolvido por eles. (2008, p.9) A pesquisadora também relata a distinção de reações dos alunos da escola pública investigada e da escola particular pesquisada, sendo que os da escola particular, que já têm constante contato com o uso do computador e da internet, a princípio não ficaram tão motivados quanto os demais, cujo contato não é tão rotineiro. Silva (2008) também salienta, concordando com Silva (2006), a existência de pouca literatura norteadora para a elaboração e desenvolvimento de uma WQ. Assim como nós, as pesquisadoras encontraram várias WebQuests disponibilizadas na internet, porém mantiveram a impressão de que essas foram elaboradas, mais sem a certeza de que foram utilizadas na prática com alunos, especialmente os do Ensino Médio. Isso no contexto do Brasil, pois em Portugal esse cenário é diferente, já que as WQ são bastante utilizadas e pesquisadas. Vanessa Dinalo de Marchi 37 É consenso entre os pesquisadores citados que a tecnologia é vista com “bons olhos” pela maior parte dos alunos, e atualmente constatamos pela nossa prática profissional, o aumento do uso de tecnologias por parte dos professores da Educação Básica da rede pública estadual em São Paulo. Assim sendo acreditamos, que o uso de WebQuests, por apresentar uma proposta de uso de tecnologia (incluindo internet), poderá ser útil e será relevante tanto para alunos quanto para professores no caso do ensino e na aprendizagem de Matemática. Capítulo 2 Fundamentação Vanessa Dinalo de Marchi 39 2 FUNDAMENTAÇÃO Objetivamos neste capítulo abordar e justificar a importância da fundamentação teórica para o contexto do nosso trabalho de pesquisa, sobretudo no que concerne à formação de professores de Matemática associada ao uso da tecnologia no processo de ensino e da aprendizagem. 2.1 A Relevância da Tecnologia no Processo de Ensino e Aprendizagem A internet, computadores, celulares entre vários outros aparelhos tecnológicos, invadiram a rotina da maioria da população. O celular praticamente compõe parte do corpo dos jovens. Seymour Papert, matemático criador da proposta teórica conhecida como construcionismo, seguindo a linha do construtivismo de Jean Piageat, diz que aluno constrói seu próprio conhecimento, usando para isto ferramentas, como por exemplo: o computador. Nos anos 60 Papert desenvolveu uma linguagem de programação, de fácil entendimento, denominada Logo – palavra derivada do grego que significa, “pensamento, razão, cálculo” – incentivando o uso de ferramentas tecnológicas para o ensino e aprendizagem, pois os alunos podem controlá-lo comandando uma tartaruga que se movendo através dos comandos informados pelos alunos, criando gráficos e animações, assim facilitando a compreensão de conceitos matemáticos de Álgebra, Geometria entre outros, através da manipulação, interação, erros e superação, interação com os objetos em uso, com o colega ou através da mediação do professor que tem o papel de facilitador e provocador de situações, para que os alunos construam seu conhecimento. Quanto ao uso da tecnologia associada ao processo de ensino e aprendizagem de Matemática, ressaltamos que o desenvolvimento de nossos estudos se deu em meio a um processo de reforma curricular implementado nas Vanessa Dinalo de Marchi 40 unidades de ensino da rede pública estadual paulista, sendo que o novo Currículo do Estado de São Paulo (São Paulo, 2010) considera que atualmente a tecnologia imprime um ritmo sem precedentes em relação ao acúmulo de conhecimentos, ocasionando uma profunda transformação na estrutura, organização e distribuição do conhecimento acumulado, que por sua vez ocasiona uma mudança na concepção de escola, caracterizando-a como uma instituição que também aprende a ensinar. O currículo estadual paulista salienta ainda que, ao considerar-se a Matemática como uma área específica do conhecimento, se torna possível a busca da transformação da informação em conhecimento. Para tanto, faz-se necessário incorporar criticamente ao processo educacional os inúmeros e modernos recursos tecnológicos para representar dados e tratar informações. Destaca-se ainda que, especificamente para o Ensino Médio, as relações entre educação e tecnologia também são justificadas de acordo com as orientações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), mediante as quais almeja-se que ao final da educação básica o aluno tenha desenvolvido a competência de dominar os princípios científicos e tecnológicos dos atuais métodos produtivos. Dessa forma, a tecnologia é apresentada no novo currículo paulista como educação tecnológica básica, assim também como compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos da produção. 2.2 Conhecimento Profissional Advindo da Prática Os estudos de Tardif (2002) demonstram que os saberes dos professores são oriundos e formados a partir de um conjunto de saberes integrados, como os saberes provenientes das experiências pessoais, da formação escolar básica, da formação profissional para o magistério, dos programas e livros didáticos, assim como da própria experiência profissional docente. De acordo com o autor, conclui-se que: Vanessa Dinalo de Marchi 41 Ensinar é mobilizar uma ampla variedade de saberes, reutilizando-os no trabalho para adaptá-los pelo e para o trabalho. A experiência de trabalho, portanto, é apenas um espaço onde o professor aplica saberes, sendo ela mesma saber do trabalho sobre saberes, em suma: reflexividade, retomada, reprodução, reiteração daquilo que se sabe naquilo que se sabe fazer, a fim de produzir sua própria prática profissional. (TARDIF, 2002, p. 21) Segundo Tardif (2002), a educação pode ser compreendida pela ótica da ação (práxis), da arte (téchine) e da ciência (epistéme), sendo que o autor enfatiza a educação como arte. Nesse sentido, a educação, quanto à atividade típica, caracteriza-se, por exemplo, pela produção de obras ou construção de algo; quanto ao ator típico, equipara-se ao trabalho do artesão, do sofista, do médico ou do educador; no tocante à natureza da atividade, essa se orienta por resultados exteriores ao agente; quanto ao objeto típico da atividade, a educação relaciona-se com as coisas, os homens e os acontecimentos; acerca do saber típico, esse se dá mediante as técnicas e as artes, ou seja, caracteriza o saber fazer; em relação à natureza do saber, trata do contingente e do particular; e, quanto ao objeto do saber, relaciona-se com os seres contingentes e individuais. Portanto, para Tardif: “[...] a ação do educador pode ser associada á atividade do artesão, isto é, à atividade de alguém, que: 1) possui uma idéia, uma representação geral do objetivo que quer atingir; 2) possui um conhecimento adquirido e concreto sobre o material com o qual trabalha; 3) age baseando-se na tradição e em receitas de efeito comprovado específicas à sua arte; 4) age fiando-se também em sua habilidade pessoal, e, finalmente, 5) age guiando-se por sua experiência, fonte de bons hábitos, isto é, de “maneiras-de-fazer”, de “truques”, de “maneiras-de-proceder” comprovadas pelo tempo e pelos êxitos sucessivos.” (TARDIF, 2002, p. 159) Mediante suas concepções, Tardif (2002) também oferece importante opinião em relação à formação continuada dos professores: A formação contínua concentra-se nas necessidades e situações vividas pelos práticos e diversifica suas formas: formação através dos pares, formação sob medida, no ambiente de trabalho, integrada numa atividade de pesquisa colaborativa etc. (TARDIF, 2002, p. 291) Portanto, verifica-se que Tardif oferece importantes contribuições quanto à formação continuada dos professores, que, segundo sua ótica, deve ser observada pelas diversas formas em que pode ocorrer. Vanessa Dinalo de Marchi 42 2.3 A Importância da Formação Contínua dos Professores Recorremos aos conceitos propostos por Zeichner (1993) para demonstrar a importância da formação contínua dos professores como caminho necessário e urgente a fim de que estes possam se aperfeiçoar profissionalmente e, dessa forma, atender à atual demanda educacional impulsionada por uma economia cada vez mais globalizada e tecnologicamente desenvolvida. Afinal, segundo o autor, a formação contínua possibilita aos professores, além da transformação da própria prática por meio da autoformação, o desenvolvimento profissional focado na construção de um ensino crítico, reflexivo e de qualidade. Ainda, segundo Zeichner (2003), em vários países há uma corrente focada em iniciativas que possibilitem a modificação das práticas em salas de aulas, sobretudo quanto a uma forma de ensino mais centrada no aluno e culturalmente mais significativa a eles, afinal nesses países identifica-se que prevalece a repetição mecânica dos conceitos por parte dos professores. Para tanto, o autor defende que a formação dos professores como profissionais reflexivos configura-se como um grande potencial para o alcance de uma mudança educacional, uma vez que “os educadores precisam conhecer sua disciplina e saber transformá-la de modo a ligála àquilo que os alunos já sabem, a fim de promover melhor compreensão” (ZEICHNER, 2003, p.47). Complementando os conceitos de Zeichner, deve-se também levar em consideração que as políticas de formação devem ser estruturadas para além de cursos isolados, uma vez que a “formação contínua não se reduz a treinamento ou capacitação e ultrapassa a compreensão que se tinha de educação permanente” (PIMENTA, 2002, p. 22). Nesse sentido, cabe destacar que há necessidade do favorecimento de uma reflexão coletiva nos processos de formação continuada, porém, para que isso ocorra, a formação deve ocorrer em serviço: [...] a prática reflexiva, enquanto prática social, só pode se realizar em coletivos, o que leva à necessidade de transformar as escolas em Vanessa Dinalo de Marchi 43 comunidades de aprendizagem nas quais os professores se apoiem e se estimulem mutuamente. (ZEICHNER apud PIMENTA, 2002, p. 26). Nossa proposta de pesquisa encontra-se embasada na perspectiva de Zeichner, uma vez que o desenvolvimento da aprendizagem utilizando a metodologia de WebQuest valoriza a comunicação entre os professores favorecendo a reflexão coletiva, possibilita o desenvolvimento de ações de formação continuada em serviço, conduz os alunos para um ambiente tecnológico, contribuindo para uma possível melhoria da qualidade do ensino. 2.4 Conhecimento Profissional Docente Os estudos de Shulman (1986) relativos ao Conhecimento Profissional Docente apóiam-nos nesta pesquisa. Para o autor, esse conhecimento compõe-se de três vertentes: conhecimento do conteúdo da disciplina, conhecimento pedagógico do conteúdo da disciplina e conhecimento do currículo. O conhecimento do conteúdo da disciplina dá-se mediante o conhecimento presente no repertório intelectual do professor e envolve as possibilidades de organização dos conhecimentos dos conteúdos e do desenvolvimento histórico destes ao lecionar. O conhecimento pedagógico do conteúdo é constituído pela integração dos saberes do conteúdo e dos saberes pedagógicos, que, juntos, formam o conhecimento acerca do ensino e da aprendizagem. Portanto, o conhecimento pedagógico do conteúdo caracteriza-se como um conjunto de saberes pedagógicos necessários ao professor para que possa realizar a mediação entre conteúdos específicos durante o processo de ensino visando propiciar a aprendizagem significativa para o aluno. O conhecimento do currículo pode ser compreendido pelos saberes relacionados ao programa a ser ensinado, aos materiais a ser utilizados em aula e à Vanessa Dinalo de Marchi 44 articulação dos conteúdos a ser ensinados. 2.5 Conhecimento Pedagógico do Conteúdo Tecnológico Acreditamos serem de suma importância as contribuições de Mishra e Koehler (2006; 2008) para o nosso trabalho, sobretudo porque seus estudos referem-se à utilização da tecnologia como recurso pedagógico, alinhando-se, dessa forma, com o nosso propósito de pesquisa. Mishra e Koehler (2006; 2008) partem das ideias originais de Shulman (1986) sobre o Conhecimento Pedagógico do Conteúdo (CPC) para estabelecer suas concepções acerca do Conhecimento Pedagógico do Conteúdo Tecnológico (CPCT), com o objetivo de identificar os conhecimentos requeridos aos professores para que possam integrar o uso da tecnologia a seu processo de ensino. Propomos, na Figura 510, demonstrar a esquematização do Conhecimento Pedagógico do Conteúdo Tecnológico (CPCT): 10 Figura adaptada e traduzida, a partir da Figura The TPCK framework and its knowledge components encontrada no artigo de Punya Mishra e Matthew J. Koehler: Introducing Technological Pedagogical Knowledge. In: AACTE (Ed.). The Handbook of Technological Pedagogical Content Knowledge for Educators. Routledge, disponível em: <http://punya.educ.msu.edu/presentations/aera2008/mishrakoehler_aera2008.pdf>. Vanessa Dinalo de Marchi 45 FIGURA 5 – ESQUEMA DO CONHECIMENTO PEDAGÓGICO DO CONTEÚDO TECNOLÓGICO Fonte: <http://punya.educ.msu.edu/presentations/aera2008/mishrakoehler_aera2008.pdf> Podemos observar que no centro da ilustração se encontra o Conhecimento Pedagógico do Conteúdo Tecnológico (CPCT), oriundo da complexa interação entre o Conhecimento do Conteúdo (CC), o Conhecimento Pedagógico (CP) e o Conhecimento Tecnológico (CT). De acordo com Mishra e Koehler (2006; 2008), a integração eficaz da tecnologia com a pedagogia sobre determinado assunto específico requer o desenvolvimento de certa sensibilidade e dinâmica transacional para relacionar os conhecimentos pedagógicos, tecnológicos e do conteúdo. Portanto, o professor que se torna capaz de estabelecer tais relações acaba adquirindo um diferencial de conhecimento que o destaca, inclusive, do conhecimento de um perito disciplinar, de um especialista em tecnologia e de um especialista pedagógico. Vanessa Dinalo de Marchi 46 Além disso, os estudos de Mishra e Koehler conseguem suprir também as ausências de fundamentações teóricas concernentes às pesquisas no campo da tecnologia educacional, uma vez que o modelo do CPCT oferece discussões acerca da integração da tecnologia em níveis teórico, pedagógico e metodológico. Segundo os autores, o advento da tecnologia digital mudou dramaticamente rotinas e práticas em diferentes áreas do trabalho humano e, consequentemente, no processo de aprendizagem. No entanto, seus estudos apontam que especificamente na área educacional essa realidade ainda encontra-se defasada. Parte desse problema consiste na tendência de se olhar apenas para a tecnologia e não para como ela é utilizada, afinal, não basta apenas introduzir a tecnologia no processo educativo, mas principalmente estudar a forma como ela pode ser utilizada, bem como os conhecimentos necessários aos professores para incorporar essa tecnologia aos seus métodos de ensino. Ainda segundo Mishra e Koehler (2006; 2008), o desenvolvimento de teorias voltadas para a tecnologia educacional mostra-se difícil por exigir uma compreensão detalhada das complexas relações existentes em um mesmo contexto. Da mesma maneira, há dificuldade de se estudar causas e efeitos quando professores, salas de aula, política e objetivos curriculares variam em cada caso. 2.6 Geometria Euclidiana no Currículo da Educação Básica No ano de 2008, deu-se início à implementação da Proposta Curricular do Estado de São Paulo nas unidades escolares das escolas públicas estaduais. Esse processo foi iniciado com o recebimento de Propostas Curriculares por área de Conhecimento Específico, Cadernos do Gestor – para Diretores e Professores Coordenadores – e Cadernos dos Professores, um para cada disciplina por bimestre. Vanessa Dinalo de Marchi 47 Importante resgate, do que já era mencionado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)11 e trazido pela Proposta Curricular, foi a de considerar Matemática como sendo uma área exclusiva e não uma disciplina integrante da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, particularmente no Ensino Médio com as disciplinas de Biologia, Física e Química. Essa mudança já era uma posição consolidada no estado de São Paulo, fazendo parte das orientações contidas na Proposta Curricular do Estado de São Paulo de 1986. Tal posição está explícita na Proposta Curricular atual: Particularmente no que tange às áreas em que se organiza, a nova proposta inspirou-se na anterior, mantendo a área de Matemática como um terreno específico, distinto tanto das Linguagens quanto das Ciências Naturais. (2008, p.38) Os professores de Matemática, como os outros das demais disciplinas, receberam os Cadernos do Professor de Matemática, um por bimestre, os quais indicam os conteúdos a ser explanados, a previsão do número de aulas a ser trabalhadas, as competências e habilidades que se deseja ao desenvolver tais conteúdos junto aos alunos e sugestões de atividades para o desenvolvimento de cada conteúdo. No início do ano de 2009, o que era Proposta Curricular tornou-se Currículo Oficial do Estado de São Paulo, e novamente todos os Professores receberam o Caderno do Professor, com algumas alterações (acertos) em relação ao caderno anterior. Entretanto nesse ano foi distribuído o Caderno do Aluno, material consumível. Cada aluno recebeu o conjunto de Cadernos, um de cada disciplina, distribuído nos quatro bimestres. Nos anos de 2010 e 2011, esse procedimento repetiu-se. Apesar de todo o investimento na confecção de materiais para professores e alunos, elaborados por equipes técnicas responsáveis por suas respectivas disciplinas, os conteúdos geométricos ainda assim são trabalhados no papel, ou 11 Os PCN são referências de qualidade para os Ensinos Fundamental e Médio do país, elaboradas pelo Governo Federal. Vanessa Dinalo de Marchi 48 seja, no plano, e não no espaço. Mesmo havendo indicação de trabalhar utilizando outros recursos, em algumas escolas da rede ainda não existe a estrutura necessária, e em outras que dispõe de recursos como sala de informática nem sempre está em condições de uso por diversos motivos. Tal prática dificulta a visualização e compreensão de conteúdos espaciais, principalmente nos alunos que vivem e utilizam novas tecnologias a todo momento no dia a dia, com o uso de celular, GPS, acesso a internet etc. Os cadernos trazem indicações de uso de softwares, porém os professores não receberam nenhum tipo de formação continuada ou capacitação para utilizar, com efeito, o material disponibilizado e/ou indicado, ou seja, não foi considerado que parte dos professores ainda não se sentem totalmente desinibidos para a utilização de ferramentas tecnológicas em sala de aula. Tal fato não acontece isoladamente. Analisando e comparando os conteúdos relacionados a geometria no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio, observamos que ocorre em ambos os casos, até porque o professor habilitado para lecionar Matemática pode atuar nos dois segmentos. Os conteúdos de Geometria abordados nos Cadernos do Aluno e nos Cadernos do Professor do Ensino Fundamental II12 que foram distribuídos para todos os professores e alunos, e devem ser utilizados em todas as escolas da rede pública estadual são delineados na tabela 3 a seguir, de acordo com o ano/série e o bimestre em que será apresentado: 12 Os Cadernos do Professor e os Cadernos do Aluno são divididos em quatro volumes. Cada um desses volumes é destinado a um bimestre,e são entregues nas escolas no início de cada bimestre anualmente aos alunos, pois o Caderno do Aluno é consumível. Vanessa Dinalo de Marchi 49 TABELA 3 - CONTEÚDOS GEOMÉTRICOS DO ENSIINO FUNDAMENTAL II ano / Série Bimestre 6° ano 5ª Série 3° 7° ano 6ª Série 2° 8° ano 7ª Série 4° 9° ano 8ª Série 3° e 4° Conteúdos Ensino Fundamental II Formas Planas; Formas Espaciais; Unidades de Medida; Perímetro de uma Figura Plana; Cálculo de Área por Composição e Decomposição; Problemas Envolvendo Área e Perímetro de Figuras Planas. Ângulos; Polígonos; Circunferência; Simetrias; Construções Geométricas; Poliedros. Teorema de Tales; Teorema de Pitágoras; Área de Polígonos; Volume do Prisma. Conceito de Semelhança; Semelhança de Triângulos e Razões Trigonométricas; Número π; Circunferência; Círculo e suas Partes; Área do Círculo; Volume e Área do Cilindro Conteúdos Retirados do Currículo Oficial do Estado de São Paulo. (2010) Priorizando a análise dos conteúdos dos Cadernos do Ensino Médio – que seguem os mesmos moldes dos Cadernos do Ensino Fundamental II – observamos que o Caderno do 2° ano traz sugestão do “uso de materiais concretos, como embalagens e sólidos construídos a partir de sua planificação” (Caderno do Professor de Matemática, 2008, p. 11). Já os Cadernos de 1° e 3° anos do Ensino Médio não fazem menção a materiais nem recursos diferenciados. Os conteúdos abordados nesse segmento podem ser observados na tabela 4 a seguir, referente ao Ano e bimestre em que o conteúdo será apresentado: Vanessa Dinalo de Marchi 50 TABELA 4 - CONTEÚDOS GEOMÉTRICOS DO ENSINO MÉDIO ano Bimestre 1° 4° 2° 4° 3° 1° Conteúdos do Ensino Médio Razões Trigonométricas nos Triângulos Retângulos; Polígonos Regulares: Inscrição, Circunscrição e Pavimentação de Superfícies; Resolução de Triângulos Não Retângulos: Lei dos Senos e Lei dos Cossenos. Elementos de Geometria de Posição; Poliedros, Prismas e Pirâmides; Cilindros, Cones e Esferas. Pontos: Distância, Ponto Médio e Alinhamento de Três Pontos; Reta: Equação d Estudo dos Coeficientes; Problemas Lineares; Ponto E Reta: Distância; Circunferência: Equação; Reta; Circunferência: Posições Relativas; Cônicas: Noções e Aplicações. Conteúdos Retirados do Currículo Oficial do Estado de São Paulo. (2010) Também notamos que ao final dos cadernos existe o item “Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema”, onde são sugeridas fontes bibliográficas e sites a ser pesquisados na preparação das aulas. Neste item, em alguns cadernos estão citados vários softwares como o Cabri Géomètre e o Geometria Dinâmica, que podem ser utilizados como recursos tecnológicos para as construções gráficas de curvas, porém nenhum deles foi enviado à escola, e os que existiam para uso não são compatíveis com os computadores existentes para utilização dos professores. Analisando a distribuição dos conteúdos do Currículo Oficial a ser desenvolvidos nas escolas estaduais, observa-se, nas tabelas 3 e 4, que a Geometria Euclidiana, não diferente de grande parte dos livros didáticos, está presente em apenas um bimestre em cada série, com exceção da 8ª série ou 9° ano do Ensino Fundamental II (que propõe iniciar o assunto de Geometria no 3° bimestre e concluir no 4° bimestre, mesmo assim não são dois bimestres de total dedicação à Geometria) e no 3° ano do Ensino Médio (que traz o assunto logo no 1º bimestre). Vanessa Dinalo de Marchi 51 Focando apenas no conteúdo do Ensino Médio, observa-se que os alunos terão o conteúdo de Geometria apenas no 4° bimestre do 1° e 2° anos e no 1° bimestre do 3° ano, terminando assim o estudo de Geometria no Ensino Médio. Levando em consideração as dificuldades de compreensão do conteúdo, já relatadas anteriormente, o espaço de tempo para retomada do assunto é muito extenso. Podemos buscar a grade curricular de várias escolas particulares, onde a Geometria não está presente no conteúdo das aulas de Matemática e sim como uma disciplina com dedicação integral durante o ano todo, iniciando nas séries finais do Ensino Fundamental II. 2.7 WebQuest: uma Proposta Pedagógica A WebQuest (WQ) é uma metodologia de ensino e aprendizagem que foi criada em 1995 por Bernie Dodge, professor da universidade estadual da Califórnia, EUA, para o uso da internet de forma criativa. Segundo Dodge, o início do desenvolvimento dessa metodologia foi devido a um acaso. Em um curso de capacitação de professores, ele deveria comunicar breve informação sobre as características e utilização do software Archeotype13. Não seria apropriado apenas falar sobre o software, porém o laboratório não dispunha de seu uso nos computadores. A saída encontrada por Dodge foi orientar os participantes a encontrarem informações em sites disponíveis na internet para depois redigir um relatório ao diretor do colégio indicando ou não o uso do software Archeotype. Essa dinâmica utilizada por Dodge foi denominada por ele de WebQuest, e, segundo Barato (2004, p.2): Criava uma dinâmica que engajava ativamente os alunos no processo de construir seu próprio conhecimento. Utilizava uma 13 É um sistema computacional desenvolvido para empresas de design, que gerencia suas práticas, projetos e documentos. Informações encontradas no site: <http://www.archsoft.co.uk/>, último acesso em 15/06/2011. Vanessa Dinalo de Marchi 52 estratégia de “especialização” que favorecia o aprofundamento de estudos por parte dos alunos. Oferecia uma boa saída para o exercício de um novo papel docente, o de orientador de estudos. WebQuest pode ser definida como sendo uma atividade investigativa, onde os alunos buscam o conhecimento por meio da pesquisa direcionada na internet. O primeiro site contendo informações sobre WQ por Dodge é mantido desde 1997 sem alterações, para disponibilizar os primeiros conceitos das WQ. FIGURA 6 - TELA COM PRIMEIRAS INFORMAÇÕES SOBRE WQ Disponível em: <http://webquest.sdsu.edu/about_webquests.html>. Essa página indica outros vários endereços com mais informações, e também mais atualizadas, sobre WebQuests, como o <http://webquest.org>, que traz a definição de WQ como sendo: A WebQuest is an inquiry-oriented lesson format in which most or all the information that learners work with comes from the web. The model was developed by Bernie Dodge at San Diego State University in February, 1995 with early input from SDSU/Pacific Bell Fellow Tom March, the Educational Technology staff at San Diego Unified School District, and waves of participants each summer at the Teach the Teachers Consortium. (fonte: http://webquest.org/) Normalmente, uma WebQuest é elaborada por um ou mais professores a partir de um tema. Nela devem ser propostas tarefas que levem o aluno a buscar informações em fontes estudadas, selecionadas e analisadas cuidadosamente Vanessa Dinalo de Marchi 53 anteriormente pelos professores e, preferencialmente, disponíveis na internet. O uso de documentos impressos não é proibido na WQ, apenas é sugerido que utilizem links com informações previamente selecionadas, disponibilizados em endereços eletrônicos, tornando a procura mais atraente aos estudantes da atual geração, que é totalmente informatizada. A WebQuest deve exigir de cada aluno o aprofundamento do seu saber e ampliar o conhecimento coletivo e individual. Para seu criador, as boas lições são aquelas em que deliberadamente projetamos a interdependência, em que uma criança está lendo algo na internet e outra está lendo outra coisa, e o aprendizado dá-se na conversa que elas têm longe do computador, pois dependem uma da outra. Segundo Carvalho (2002, p. 145), uma WebQuest pode constituir um desafio colaborativo não só para quem concebe, mas também para quem a resolve. Dodge (1995) classifica a WebQuest em dois tipos: Curtas e Longas. São consideradas WQ Curtas as que são desenvolvidas em um pequeno número de aulas e têm como objetivo a aquisição e integração de conhecimentos. As WQ Longas utilizam um número considerável de aulas e têm por objetivo a extensão e o refinamento de conhecimentos. Concordamos com Dodge (apud Barato, 2004) quando ele enfatiza que a aprendizagem em conjunto é um dos principais atrativos de uma WebQuest, o que podemos perceber quando ele diz que: Não é um elemento isolado que faz a obra. O conhecimento é resultado do compartilhamento de informações e atos de cooperação. As WebQuests estão baseadas na convicção de que aprendemos mais e melhor com os outros do que sozinhos. (BARATO, 2004, p. 2) Segundo definições de Dodge (1995), a WebQuest é constituída de sete seções, descritas brevemente da seguinte forma: Vanessa Dinalo de Marchi 1. 54 Introdução: deve ser curta, objetiva e atraente. Seu propósito é chamar a atenção de quem vai executar a WQ. Deve trazer claramente o assunto a ser tratado, a fim de motivar o aluno. 2. Tarefa: precisa ser autentica, executável, interessante e criativa e trazer algo próximo do real. 3. Processo: descreve detalhadamente caminhos a ser percorrido para chegar à produção final, orienta como a tarefa deve ser realizada e como esta deve ser realizada. 4. Fontes de informação: devem estar disponíveis na internet, mas se necessário pode-se usar outras fontes de pesquisa, que serão indicadas à medida que se apresenta o processo. 5. Avaliação: os critérios de avaliação devem ser claros, contendo o que e de que forma a pesquisa será avaliada. 6. Conclusão: finaliza o trabalho e indica um caminho para que o aluno possa continuar suas investigações. 7. Créditos: deve trazer as fontes bibliográficas utilizadas, o nome dos autores e da escola. Podemos observar na parte inferior da figura 7 a seguir, da WebQuest “Uma Casa na Árvore”, disponível no site do colégio Dante Alighieri, as seções que constituem a WQ. Vanessa Dinalo de Marchi 55 FIGURA 7 – SEÇÕES DA W EBQUEST UMA CASA NA ÁRVORE Fonte: <www.colegiodante.com.br/escola/webquest/e_medio/umacasanaarvore/casa.htm> Em relação às teorias de aprendizagem utilizadas por Dodge ao criar a metodologia WebQuest, elas foram constituídas a partir dos estudos de Dewey, do Sociointeracionismo de Vygotsky e dos conceitos de cognição situada de Lave. Além disso, consideraram as ideias de Marzano (apud LOBO DA COSTA, 2009) sobre ensinar a partir das dimensões de aprendizado, que estão ligadas ao desenvolvimento de habilidades cognitivas do indivíduo. Esse autor estabeleceu uma metáfora para descrever o processo de aprendizagem dizendo que ele envolve a mobilização de cinco dimensões de pensamento, além das conexões e das interações entre elas. Tais dimensões agregam: (1) o desenvolvimento de atitudes positivas e percepções sobre o aprendizado; (2) a aquisição e integralização do conhecimento; (3) a extensão e refino do conhecimento; (4) o uso significativo do conhecimento; (5) o desenvolvimento produtivo de hábitos de pensamento. (MARZANO, apud LOBO DA COSTA, 2009). Segundo Vygotsky, para que ocorra a construção do conhecimento é preciso haver interação social e colaboração entre as pessoas, portanto ao utilizar a metodologia WQ o professor promove a possibilidade de trabalho em grupo, com uso de tecnologia sob sua orientação. A definição de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) foi definida por Vygotsky (1984) como sendo: Vanessa Dinalo de Marchi 56 ...a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar pela solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado pela solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (VYGOTSKY, 1984, p. 97). O professor deve observar os alunos proporcionando-lhes o devido apoio e recursos, a fim de que ele se aproxime da ZDP e seja capaz de adquirir melhor conhecimento. Conhecendo a ideia da ZDP e estimulando o trabalho colaborativo, o professor potencializa o conhecimento cognitivo de seus alunos. A base para o sucesso dessa metodologia é a aprendizagem pela pesquisa, ou seja, a WebQuest leva o aluno a uma pesquisa orientada, construindo a partir dessa um conhecimento significativo. A metodologia de WQ vai ao encontro das ideias de Pedro Demo (1996), que defende a aprendizagem pela pesquisa, na qual o professor tem o papel de orientador, criando situações, acompanhando e mediando a aprendizagem. Educar pela pesquisa tem como condição essencial primeira que o profissional da educação seja pesquisador, ou seja, maneje a pesquisa como princípio científico e educativo e a tenha como atitude cotidiana. [...] Não se busca um “profissional da pesquisa”, mas um profissional da educação pela pesquisa. (DEMO, 1996, p.2) A pesquisa, leitura, interação e colaboração envolvidas na resolução de uma WebQuest tornam-na um processo interessante, rico de aprendizagem, o qual, a partir do material e das ideias obtidos, resulta na criação de um novo produto. Capítulo 3 A Pesquisa Vanessa Dinalo de Marchi 58 3 A PESQUISA Este estudo, de caráter qualitativo, está constituído por pesquisas bibliográficas e pesquisa empírica (de campo), de modo a responder às seguintes questões orientadoras, que reapresentamos abaixo: Quais aspectos são considerados significativos pelos professores no processo de exploração de conteúdos geométricos pela metodologia de WebQuest? Quais são as reflexões de um grupo de professores de Matemática ao explorarem, analisarem e utilizarem a metodologia de WebQuest no ensino da Geometria Euclidiana? A pesquisa foi dividida em duas fases, conforme explicitado na Tabela 2 da página 31. A primeira delas foi composta por estudos teóricos e bibliográficos, na qual levantamos os princípios e desenvolvimento das WebQuests e analisamos WebQuests disponíveis na internet em bancos de dados (Etapa 1). Os resultados obtidos nessa fase subsidiaram a continuidade da pesquisa, assim sendo serão aqui relatados e discutidos na próxima seção. A segunda fase envolveu a preparação e a pesquisa empírica (de campo) desenvolvida na escola estadual de Educação Básica que denominamos Escola Estadual Euclides de Alexandria. Essa fase constituiu-se das Etapas 2, 3 e 4 descritas anteriormente e resumidas na Tabela 2. Assim, este capítulo organiza-se da seguinte forma: apresentação da Etapa 1 da pesquisa referente à pesquisa sobre as WebQuests disponíveis de Geometria Euclidiana e na sequência, a descrição do cenário da pesquisa de campo – o contexto, as características da escola e o perfil do grupo de professores – e, a seguir, o relato do desenvolvimento das diversas etapas que compõem a pesquisa de campo. Vanessa Dinalo de Marchi 59 3.1 Etapa 1 – WebQuests de Geometria Euclidiana A seleção e análise de WebQuests de conteúdos de Geometria Euclidiana, disponíveis em sites e bancos de dados públicos na internet da Etapa 1 desta pesquisa, revelou a existência de três bancos de dados: EscolaBr, SENAC e Centro de Competências CRIE da Beira Interior, de Portugal; de dois sites de colégios particulares: Colégio Dante Alighieri, Colégio Presbiteriano Mackenzie; e de três sites desenvolvidos por professores: M. C. Escher Pavimentação do Plano, Bola de Futebol tem a ver com Matemática? e Lugares Geométricos. Iniciamos a análise nos bancos de dados pelo site EscolaBR14, disponível em: <http://www.webquestbrasil.org>. Foi feito um levantamento da quantidade de WebQuests disponíveis no site, quantas indicavam ser de conteúdos matemáticos e, depois, entre as de Matemática, quais tratavam de conteúdos relacionados à Geometria. Foi utilizada para busca das WebQuests a ferramenta de busca disponível dentro do site do criador de WQ phpwebquest, que possibilita filtrar as WQ que desejamos por disciplina, série, conteúdo etc. FIGURA 8 - TELA DO CRIADOR PHPW EBQUEST 14 EscolaBR é um site no qual se disponibilizam pesquisas e produções na área de educação e tecnologia, entre os quais as de uso da metodologia WebQuest. Disponível em: http://escolabr.com, último acesso em 05/11/2009. Vanessa Dinalo de Marchi 60 Analisando as informações contidas nesse banco, apontadas na Tabela 6, essas reforçaram a decisão por estudar conteúdos de Geometria Euclidiana, uma vez que elas compõem 1/6 das WebQuests de Matemática, ou seja é um número pequeno dada a relevância do conteúdo. As WQ de Matemática disponíveis no banco e analisadas estão no Anexo D. Um resumo com as quantidades disponibilizadas encontra-se na Tabela 5, a seguir. TABELA 5 - WQ PUBLICADAS NA ESCOLABR WQ EscolaBR Publicadas no Site 5438 WQ de Todas as Áreas WQ de Matemática 616 WQ de Matemática em Geometria 112 *Data das Publicações das WQ – de 08/2005 a 11/2009 Observando as representações gráficas (1, 2 e 3) abaixo, das WebQuests do site EscolaBR, observa-se que dentre elas o número das WQ de Geometria em relação ao todo é bem pequeno (aproximadamente 2%), isso sem observar as que são completas ou não, se realmente trazem o conteúdo que informa seu título etc. Banco EscolaBR 11% 89% WQ de Outras Áreas do conhecimento WQ de Matemática GRÁFICO 1 - WQ ESCOLABR & OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO Vanessa Dinalo de Marchi 61 Entre todas as WebQuests disponíveis no site, 11% estão disponíveis sob a denominação de WQ de Matemática. Banco EscolaBR 18% 82% WQ de Matemática exceto Geometria WQ de Geometria GRÁFICO 2 - WQ ESCOLABR - MATEMÁTICA & GEOMETRIA Retirando as WebQuests intituladas pelo autor como sendo de conteúdo geométrico, observamos que essas não atingem 20% das consideradas de conteúdos matemáticos. Banco EscolaBR 2% 98% Todas as WQ do Banco exceto Geometria WQ de Geometria GRÁFICO 3 - WQ ESCOLABR TODAS AS ÁREAS & GEOMETRIA Por meio do Gráfico 3, observa-se que fica quase sem expressão comparar as WebQuests disponíveis no banco da EscolaBR com relação às WQ de Geometria. Vanessa Dinalo de Marchi 62 Constatamos que, das 5.438 WebQuests disponíveis, 614 são nomeadas como sendo de Matemática e que, desse total, 112 envolvem Geometria Euclidiana, cujos conteúdos correspondem às seguintes fases de escolarização: TABELA 6 - WQ DE MATEMÁTICA PUBLICADAS NO SITE ESCOLABR WebQuests EscolaBR – de Matemática Total Geometria % Geometria Todas as séries 45 7 15,6 EF I 4 0 0 5ª série – EF II 53 9 17,0 6ª série – EF II 57 8 14,0 7ª série – EF II 57 11 19,3 8ª série – EF II 106 28 26,4 1° ano – EM 112 7 6,3 2° ano – EM 62 14 25,9 3° ano – EM 54 14 25,9 1°, 2° e 3° anos do EM 40 8 20,0 Ensino Profissionalizante 4 3 75,0 Ensino Superior 20 3 15,0 *Data das Publicações na Internet das WQ – de 08/2005 a 11/2009 As nomenclaturas e séries atribuídas às WebQuests são fornecidas por seus autores. A análise, até o momento, não questiona a informação publicada pelo autor. Observando a Tabela 6, principalmente em relação aos dados referentes ao Ensino Médio, constatamos a existência de 268 WebQuests, das quais apenas 43 correspondem ao conteúdo de Geometria Euclidiana. Dessas 43 WQ pesquisadas, Vanessa Dinalo de Marchi 63 desconsideramos todas as que possuíam conteúdos relacionados à Trigonometria e à Geometria Analítica. Dessa forma, restaram 21 WQ de Geometria Euclidiana, as quais analisamos mais detalhadamente a fim de identificar quais estavam completas, de acordo com os critérios e as etapas propostas por Dodge, criador dessa metodologia. Além disso, dentre essas, também selecionamos as WQ que apresentavam o conteúdo adequado para os níveis de ensino sugeridos por seus autores. Das 21 WQ disponíveis para o Ensino Médio com foco em Geometria Euclidiana deste banco, 2 foram escolhidas por nós para serem discutidas com o grupo de estudos. Os critérios para descartar as demais foram: problemas nos links (indisponíveis) na internet, conteúdo em desacordo com o indicado para o ano ou série indicado, pouco atraentes visualmente e/ou conteúdo trazido de forma “tradicional” – pesquisando em livros, ou com erros ao tentar acessar os endereços indicados para pesquisa. Outro banco analisado por nós foi o disponibilizado no site do Centro de Competências CRIE da Beira Interior15, que é semelhante ao banco da EscolaBR quanto à organização. Esse site reúne trabalhos acadêmicos de vários colégios de Portugal, e nele existe a Eduteca, que é o centro de recursos digitais, onde há um link direto para as WebQuests. A Figura 9 exibe a tela de entrada do site. 15 Disponível em: http://www.anossaescola.com/index1.asp, último acesso em 04/11/2010. Vanessa Dinalo de Marchi FIGURA 9 - TELA DE ENTRADA DO CENTRO DE COMPETÊNCIA DA BEIRA INTERIOR, PT 64 Vanessa Dinalo de Marchi 65 Como define a Equipe Responsável Projeto Centro de Competência da Beira Interior, disponível no site <http://centrononio.blogspot.com/>: [...] foi criado em 1999, no âmbito do Projecto Nónio. Este projecto viria a evoluir para uma equipa multidisciplinar. Computadores Redes e Internet nas Escolas (CRIE) que, em 2008, se tornaria em Equipa de Recursos e Tecnologias Educativas/Plano Tecnológico da Educação (ERTE/PTE).O Centro de Competência da Beira Interior, juntamente com alguns outros, viria a ser extinto em 2009. Encerrámos as actividades com o sentimento do dever cumprido e os professores que durante cerca de 10 anos deram o seu melhor na dinamização de projectos e na formação de professores na área das TIC em dezenas de escolas da Beira Interior ...(2010) Estão incluídas nesse banco 1.381 WebQuests, sendo 114 de Matemática, e dessas 41 são de Geometria. Observamos que isso corresponde a 3%, número maior quando comparando com o banco da EscolaBR – que apresenta 2% do total como WebQuests de Geometria. FIGURA 10 - TELA DE WQ DE MATEMÁTICA DO BANCO DE PORTUGAL Vanessa Dinalo de Marchi 66 Observamos que existe a possibilidade de quem acessa alguma das WebQuests do banco indicá-la, e também podemos saber quantas foram as indicações que uma WQ recebeu, porém uma única pessoa pode indicá-la quantas vezes quiser. Basta apenas ir ao link “recomendo esta WebQuest!” e imediatamente aparece uma mensagem agradecendo pela participação. TABELA 7 - WQ PUBLICADAS NO SITE CRIE DA BEIRA INTERIOR, PORTUGAL WQ Banco de Portugal Total de WQ 1381 WQ de Matemática 114 WQ de Geometria 41 Nesse banco, as WebQuests não têm o mesmo design gráfico à primeira vista atrativo das elaboradas pelo phpwebquest, pois, em sua maioria, não possuem imagens. Entretanto, as que têm links ainda disponíveis para pesquisa na internet trazem conteúdos para pesquisa relevantes. Das 41 WQ disponíveis de Geometria, escolhemos 4 para análise com o grupo de professores. Podemos constatar apenas pela observação e comparação dos gráficos abaixo que, no banco de WebQuests CRIE, de Portugal, houve preocupação de apenas um ponto percentual acima em desenvolver trabalhos na área de Geometria em relação ao banco de WQ no da Escola Br. Banco EscolaBR 2% 98% Banco CRIE, Portugal 3% 97% Todas as WQ do Banco exceto Geometria Todas as WQ do Banco exceto Geometria WQ de Geometria WQ de Geometria GRÁFICO 4 - RELAÇÃO DO TOTAL DE W EBQUESTS & WQ DE GEOMETRIA Vanessa Dinalo de Marchi 67 Fazendo análise semelhante à anterior, porém comparando as WebQuests de Matemática e de Geometria dos mesmos dois bancos, observa-se maior preocupação ou dedicação à Geometria pelos professores de Portugal. Banco EscolaBR 18% Banco do CRIE, Portugal 36% 64% 82% WQ de Matemática WQ de Geometria WQ de Matemática WQ de Geometria GRÁFICO 5 - RELAÇÃO ENTRE WQ DE MATEMÁTICA & WQ DE GEOMETRIA Após análise de bancos com grande quantidade de WebQuests de Matemática disponíveis, buscamos outros sites com acesso permitido, como instituições de ensino pública ou particular. Outro banco de WebQuests disponível na internet que foi a nalisado por nós nessa etapa foi o do SENAC de São Paulo 16. Apesar de apresentar vários links com documentos sobre a estrutura e a metodologia WQ, não foi encontrada nenhuma WebQuest relacionada a conteúdos de Matemática . 16 Disponível no endereço eletrônico: <http://webquest.sp.senac.br/>, último acesso em 8/09/2010. Vanessa Dinalo de Marchi 68 FIGURA 11 - TELA DO BANCO DE WQ DO SENAC Além desses bancos de WebQuest, investigamos sites de colégios que oferecem o Ensino Básico e que utilizam a metodologia WebQuest e disponibilizamna em seu endereço eletrônico. Os colégios pesquisados e os dados encontrados foram: Vanessa Dinalo de Marchi 69 1 – Colégio Dante Alighieri17; WQ Apenas do Ensino Médio FIGURA 12 - TELA DO COLÉGIO DANTE ALIGHIERI 17 Disponível no endereço eletrônico: <http://www.dantealighieri.com.br/escola/webquest/>, último acesso em 30/10/2010. Vanessa Dinalo de Marchi 70 Dentre as WebQuests elaboradas por seus professores e disponíveis no site, encontramos duas de Matemática, sendo apenas uma com o conteúdo de Geometria. Essa foi elabora para pesquisas em conteúdos de Matemática e Física; como o objetivo da pesquisa era apenas em conteúdos matemáticos, não selecionamos a WQ para ser discutida com o grupo de estudos. Podemos observar a distribuição do total de WQ desse colégio na Tabela 8. TABELA 8 - TABELA DO COLÉGIO DANTE ALIGHIERI WQ Colégio Dante Alighieri Ensino Fundamental I Ensino Fundamental II Ensino Médio Total de WQ 14 24 7 WQ Matemática 0 1 1 WQ Geometria 0 0 1 2 – Colégio Presbiteriano Mackenzie18; FIGURA 13 - TELA DO COLÉGIO MACKENZIE 18 Disponível no endereço eletrônico: <http://www.emack.com.br/sao/webquest/webquestsp.php>, último acesso em 28/10/2010. Vanessa Dinalo de Marchi 71 No site do Colégio Presbiteriano Mackenzie, existem três links de unidades distintas, que são: São Paulo, Tamboré e Brasília. Neles encontramos quatro WebQuests publicadas de Matemática, entre as quais encontra-se uma com conteúdos de Geometria Euclidiana. Vale ressaltar, que apesar de existirem quatro WQ de Matemática, as duas no link de Brasília, estão em duplicidade, ou seja, são iguais. Já a WQ de Geometria disponível no link de São Paulo foi uma das escolhidas para ser analisada pelo grupo de professores. Observamos a distribuição das WQ encontradas no site do colégio na Tabela 9. TABELA 9 - WQ DO COLÉGIO PRESBITERIANO MACKENZIE WQ Colégio Presbiteriano Mackenzie SP + Acre Tamboré Brasília Total de WQ 20 3 16 WQ Matemática 2 0 2 WQ Geometria 1 0 0 Também buscamos WebQuests em sites públicos na internet que não contêm relação direta com nenhum banco e/ou colégio. Nessa busca foram encontradas outras três WebQuests de assuntos matemáticos que abordam conteúdos de Geometria Euclidiana. As três WebQuests encontradas nessa buscas na internet foram selecionadas para análise e discussão no grupo de professores de matemática. A seguir apresentamos brevemente essas WQ, o endereço eletrônico onde foram encontradas e sua página inicial. Vanessa Dinalo de Marchi 72 1 – M. C. Escher... Pavimentação do Plano19; FIGURA 14 - TELA DE ENTRADA DA W Q M.C.ESCHER...PAVIMENTAÇÃO DO PLANO Esta é uma WQ bastante atrativa por seu design gráfico e por tratar do assunto utilizando a arte de Escher. Ao trazê-la o grupo, não foi possível sua análise, pois foi retirada da internet. 2 – Lugares Geométricos20; FIGURA 15 - TELA DE ENTRADA DA W Q LUGARES GEOMÉTRICOS 19 Disponível em: <http://www.iep.uminho.pt/aac/sm/a2002/M_C_Escher/>, último acesso em 07/11/2010. 20 Disponível em: <http://ilmc.no.sapo.pt/lg/index.htm>, último acesso em 07/11/2010. Vanessa Dinalo de Marchi 73 Em um artigo sobre a WebQuest intitulada “Lugares Geométricos” observamos que esta foi desenvolvida com uma turma e analisada por Cruz, Carvalho e Almeida (2006), com ajuda e permissão da professora da turma. No artigo apresentado, as pesquisadoras apontam dificuldade para a elaboração da WQ por falta de sites disponíveis: Para a construção da WebQuest foi difícil encontrar sites disponíveis sobre o tema Lugares Geométricos adequados para a faixa etária. Os sites encontrados sobre o assunto eram escassos quer em português quer noutras línguas, eram muito eruditos ou, ainda, eram de origem brasileira e neles os conceitos matemáticos eram definidos de forma diferente o que implicou a construção da maioria das páginas que continham a informação principal. O problema mais difícil de ultrapassar foi, sem dúvida, lidar com o desaparecimento da informação on-line. (p. 27) Os autores declaram neste artigo os resultados observados no desenvolvimento desta WebQuest e apontam a motivação dos alunos na sua realização e para a disciplina de Matemática. 3 – Bola de Futebol tem a ver com Matemática?!.21 FIGURA 16 - TELA DE INTRODUÇÃO DA WQ BOLA DE FUTEBOL 21 Disponível 07/11/2010. em: http://www.webquestboladefutebol.com.br/introducao.html, último acesso em Vanessa Dinalo de Marchi 74 Esta WebQuest foi desenvolvida para Projeto de Pesquisa na área de Educação Matemática. Foi selecionada para ser analisada no grupo de professores. Os estudos relacionados a esta WQ são citados na Revisão de Literatura desse trabalho. Houve vários problemas de acesso a essa WQ durante todas as etapas desta pesquisa. A análise das WebQuests disponíveis na internet, nos diversos bancos e sites, evidenciou que existem muitas WQ de matemática, contudo muitas parecem ter sido criadas por professores iniciantes na metodologia WQ, além disso, não há indicações de que tais WQ foram realmente desenvolvidas com os alunos e nem, quais as reflexões proporcionadas aos seus criadores, quais as opiniões dos alunos que as utilizaram etc. Essas análises também reforçaram nossa decisão por estudar conteúdos de Geometria Euclidiana, especialmente pela relação entre o total de WebQuests de diversas áreas encontradas e as relacionadas a conteúdos geométricos Após essa pesquisa documental, selecionamos um total de 10 WebQuests de Geometria, indicadas na tabela 10. A análise/escolha das WebQuests que foram levadas ao grupo de professores para estudo/escolha teve início pela verificação, dentro das WebQuests intituladas de assuntos matemáticos, apenas as que eram relacionadas a conteúdos de Geometria Euclidiana. Feita a primeira seleção, para escolha/eliminação das WebQuests, foi verificado se as mesmas eram completas, segundo os critério de Bernie Dodge, e se completas, verificou-se o acesso dos links indicados nas WQ. Após essa verificação, observamos quais tinham conteúdos indicados pelo currículo oficial do Estado de São Paulo, relacionados a um dos três anos do Ensino Médio. Quando verificamos a existência de mais de uma WQ com o mesmo conteúdo, procuramos priorizar as que possuem: Introdução convidativa e criativa; Tarefa clara para o entendimento; Processo rico em detalhes que explicam o resultado ou produto final; Avaliação determinada de forma transparente e objetiva e Fontes de informação com conteúdos idôneos, completos e apresentados de maneira clara ao aluno do Ensino Médio. Vanessa Dinalo de Marchi 75 Ao final da seleção das WebQuests, houve a preocupação da abordagem do conteúdo relacionado a realidade dos alunos da E. E. Euclides de Alexandria. O grupo teve a opção de utilizar uma das WebQuests apresentadas e posteriormente desenvolvê-la em sala de aula e, discutir os resultados obtidos com o grupo de professores. Essa última etapa de reflexão sobre o desenvolvimento da WQ com os alunos objetivou identificar se a WQ foi efetiva, na percepção dos professores, para auxiliar o processo de aprendizagem e de construção do conhecimento dos alunos em Geometria Euclidiana. Segue na Tabela 10 as WebQuests selecionadas para dar andamento a esta pesquisa. TABELA 10 - WQ SELECIONADAS PARA ANÁLISE COM GRUPO DE PROFESSORES WQ Escolhidas para Análise em Grupo TÍTULO AUTOR(ES) BANCO Bola de Futebol Tem a Ver com Matemática? Clarisse S. Fernandes, Elen G. L. S. da Silva e Fabio do Prado Outro Desenhos Geométricos Valter Luna da Silva EscolaBR Explorar a Matemática na Arte Ana Rita Castanheira e Denise Domingos Banco de Portugal Formas Geométricas Beatriz de C. P. Rampim, Raquel Diório, Regina Helena X. Alfaro e Vera B. R. N. Bezerra Mackenzie Lugares Geométricos Ivete Cruz Outro M. C. Escher... Pavimentação do Plano Fernando M. C. Alves, Raquel S. S. Azevedo e Suzana Daniela S. Fernandes Universidade do Minho Pitágoras Elisangela EscolaBR Poliedros Regulares e Não Regulares Preciosa Romão Razão de Ouro Clarinda Banco CRIE, Portugal Banco CRIE, Portugal Sólidos Geométricos Lara Duque Banco CRIE, Na sequência descreveremos as demais etapas da pesquisa de campo, iniciando pelo contexto de aplicação na escola, o corpo docente e discente e, por fim, relatamos os encontros. Vanessa Dinalo de Marchi 76 3.2 O Contexto da Pesquisa Em relação à escola que será o objeto de pesquisa, pontua-se que, apesar da dedicação da equipe de docentes e gestores, não houve, no período, evolução significativa nos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP) nas turmas do Ensino Médio dessa escola. No ano de 2007, o IDESP do 3° ano do Ensino Médio era 0,94, caindo em 2008 para 0,84 e aumentando para 0,90 em 2009. Em 2010 a escola obteve o pior índice dos apresentados até este ano: 0,77, abaixo do inicial. Em nenhum desses anos a escola atingiu as metas estabelecidas pela SEESP. Observa-se mais claramente tais informações no Gráfico 6 abaixo. Evolução IDESP 9° Ano - EF 3° Ano - EM 2,03 1,42 1,52 1,59 0,94 0,84 0,9 2007 2008 2009 0,77 2010 GRÁFICO 6 - EVOLUÇÃO DO IDESP DA ESCOLA PESQUISADA A comunidade discente da Escola Estadual Euclides de Alexandria apresenta baixo desenvolvimento escolar, então optamos por empreender esta pesquisa nesse cenário estudando a inclusão de novas práticas utilizando a tecnologia disponível no laboratório do Programa Acessa Escola, com vistas à melhoria do rendimento escolar dos discentes. Consideramos constituir um grupo de estudos e pesquisas com professores do Ensino Fundamental II e Médio da E. E. Euclides de Alexandria, objetivando analisar a utilização da metodologia WebQuest no ensino de Matemática. Dessa Vanessa Dinalo de Marchi 77 forma, investigar as potencialidades oriundas de um trabalho conjunto na exploração dos recursos da internet para o ensino e aprendizagem, particularmente de conteúdos de Geometria Euclidiana, com o grupo de professores. Sendo assim, partiu-se da premissa de que o grupo formado pelos docentes pode ser de grande auxílio para promover reflexões compartilhadas e produções conjuntas, oferecendo benefícios, tanto aos alunos – no que diz respeito à sua aprendizagem – quanto aos professores, mediante a troca de ideias e discussão de experiências positivas. Nesse aspecto, concorda-se veementemente com Fiorentini (2004, p.2), para o qual: [...] as transformações da prática escolar e o desenvolvimento profissional do professor não se dão a partir de teorias e do saber científico-acadêmico - nem de cursos de 40 horas por mais organizados que estes sejam - mas a partir da reflexão sobre prática; principalmente, a partir do estudo e compreensão dos problemas e desafios da prática docente nas escolas. Com a mudança, no ano de 2009, da Proposta Curricular para o Currículo Oficial do Estado de São Paulo, diversos professores atuantes na rede sentiram-se inseguros para integrar à sua prática as inovações propostas. Consequentemente, surgiu uma demanda por “cursos de atualização”, não apenas nas áreas de conhecimento específico como também no uso de tecnologias e novas metodologias. O que leva à reflexão sobre a importância de, num momento de reformas curriculares, existir um plano de educação continuada que contemple discussões entre os professores envolvidos – o que nem sempre ocorre, pois, como diz Torres: “Quando se fazem novos investimentos em educação, a tendência é investir em coisas como livros-texto e tecnologia educacional, não em pessoas” (TORRES, 1996, apud ZEICHNER, in BARBOSA, 2003, p. 37). Essa reestruturação no currículo está de acordo com o que diz Zeichner a respeito do aprimoramento e da igualdade educacional que requerem uma mudança no tipo de ensino tradicional praticado em sala de aula. ...Também representa uma mudança na definição de “educação para todos” e o abandono daquela que se concentra apenas no acesso e na quantidade (número crescente de alunos e professores nas escolas). Esse interesse mundial pelo aprimoramento da qualidade e da equidade educacionais alberga um Vanessa Dinalo de Marchi 78 apelo para que se altere o tipo de ensino habitual nas salas de aula. (ZEICHNER, apud BARBOSA, 2003, p. 36). Segundo o Currículo do Estado de São Paulo e a Coordenadora Geral do Projeto São Paulo Faz Escola, Maria Inês Fini (2010, p. 4), a proposta de organização curricular possibilitou que fossem garantidas iguais oportunidades a todos os alunos da rede, independente de sua classe social, e preservou o acesso aos mesmos conhecimentos atualizados e significativos valorizados pela sociedade. Consenso Com base nessa grade curricular comum, foram definidas metas que os alunos têm direito a alcançar nas disciplinas estudadas e dessa forma, por meio de avaliações externas, verificar o progresso em relação a essas metas e, se necessário, fazer as devidas intervenções com vistas a melhorar o desempenho daqueles que porventura não consigam atingi-las. Assim, é relevante e pertinente que as aprendizagens escolares construídas nas instituições de ensino sejam decisivas para que o acesso a elas proporcione uma real oportunidade de inserção produtiva e solidária no mundo. [...] Espera-se também que a aprendizagem resulte da coordenação de ações entre as disciplinas, do estímulo à vida cultural da escola e do fortalecimento de suas relações com a comunidade. Para isso, os documentos reforçam e sugerem orientações e estratégias para a formação continuada dos professores. (Currículo do Estado de São Paulo, p. 8) Para tanto, foram criados e distribuídos materiais com a intenção de dar suporte à implantação do novo Currículo Oficial. Sendo dever da escola preparar os alunos para os dias de hoje, o Currículo a define como: espaço de cultura e de articulação de competências e de conteúdos disciplinares, priorizando as competências de leitura e escrita. Para o sucesso de tal ação é primordial o papel que o professor exerce. A autonomia para gerenciar a própria aprendizagem (aprender a aprender) e para a transposição dessa aprendizagem em intervenções solidárias (aprender a fazer e a conviver) deve ser a base da educação das crianças, dos jovens e dos adultos, que têm em suas mãos a continuidade da produção cultural e das práticas sociais. (Currículo do Estado de São Paulo, p. 10) Vanessa Dinalo de Marchi 79 Dado o contexto de crescente ritmo do acesso a tecnologia, a capacidade de aprender terá de ser trabalhada não apenas nos alunos, mas na própria escola como um todo, como instituição educativa, mudando a sua própria concepção: de instituição que ensina para instituição que também aprende a ensinar. Uma ferramenta disponibilizada aos professores e gestores é o site (endereço eletrônico) do São Paulo Faz Escola. Nele, professores e gestores podem buscar auxilio para implementação do Currículo. Além de trazer informações a todos que o utilizem, o site foi criado para que os professores tenham acesso a todos os materiais distribuídos a alunos, professores e gestores, erratas, esclarecimentos de dúvidas, apresentação de videoconferências etc. Esse é um dos meios pelos quais a SEESP passa a exigir que os professores da rede comecem a utilizar novas mídias para sua própria formação e estimula-os a utilizá-las em suas aulas. Ainda tem sido constatada resistência por parte de professores ao uso de novas tecnologias para o ensino – principalmente a internet. Nota-se que, para alguns (se não para muitos) docentes, trabalhar com o uso de tecnologias – como o computador e o acesso à internet – pode ser bastante desconfortável, pois significa se desfazer dos velhos e conhecidos recursos “giz e lousa” e se aventurar por novos ambientes com os quais grande parte dos alunos já estão familiarizados e, em muitos casos, têm domínio maior do que o professor. 3.2.1 Caracterização da Escola A Escola Estadual Euclides de Alexandria existe há 40 anos e atualmente atende a uma comunidade de baixa renda localizada próxima à escola. Oferece Ensino Fundamental II, sendo 6° e 7° anos no período da tarde e 8° e 9° anos no período da manhã, Ensino Médio Regular no período da manhã e da noite e Ensino Médio para Jovens e Adultos no período noturno. Em sua maioria, os alunos são criados pela mãe e/ou avó e têm mais de um irmão. A escola conta também com o atendimento de um professor especialista em dois períodos na sala de recursos. Vanessa Dinalo de Marchi 80 Sua estrutura é antiga, mas sofre constantes reformas e pinturas para manutenção e pela depredação causada pelos alunos. Possui 22 salas de aula com lousa e carteiras (7 delas estão emprestadas para a Escola Técnica Estadual – ETEC, funcionando apenas no período noturno), um laboratório amplo pouco utilizado, uma sala de leitura22, uma sala com computadores do Acessa Escola, um anfiteatro e uma quadra sem cobertura e pouco adequada. Apesar do trabalho preventivo realizado anualmente, eleva-se o número de adolescentes grávidas na escola, provocando um alto índice de evasão escolar. Na maioria dos casos, os pais, ou por estarem presos ou por motivos diversos, não assumem os filhos, deixando-os aos cuidados da família, geralmente avós maternas. Infelizmente, para muitos alunos, a escola é apenas ponto de encontros e local aonde vão para fazer a melhor refeição do dia, se não a única. 3.3 O Grupo de Estudos O corpo docente da E. E. Euclides de Alexandria é constituído por 45 professores de diversas áreas. Desse total, 21 são efetivos (aprovados em concurso público), porém seis não atuam em sala de aula pelos seguintes motivos: um está afastado na vice-direção de outra unidade escolar; dois são afastados na função de professor coordenador da própria escola; um, readaptado; e dois estão em licença saúde por tempo indeterminado. Quanto aos demais 24 professores não efetivos (selecionados previamente pela Diretoria de Ensino da região), dois estão readaptados23, um atua na Escola da Família24, um é professor de educação 22 Sala que substituiu a antiga biblioteca. Tem a nova denominação pelo layout e pela concepção de livros ao alcance de todos e, ao invés de um bibliotecário, existe um professor responsável pela sala. 23 O professor readaptado, por motivos de saúde comprovada por laudo e perícia médica, não pode atuar em sala de aula, então de acordo com cada caso ele efetua outras funções dentro da Unidade Escolar. Vanessa Dinalo de Marchi 81 especial para a sala de recurso25, um é responsável pela organização da sala de leitura, dois são professores de recuperação (um para a disciplina de Língua Portuguesa e um, para a disciplina de Matemática) e dois professores são eventuais26. Portanto, em sala de aula efetivamente, no início da pesquisa, havia um total de 30 professores. Houve casos onde algumas turmas permaneceram sem professor durante todo o ano nas disciplinas de Matemática, Língua Portuguesa, Biologia, Artes e Química. No início da pesquisa éramos seis professores de Matemática, porém eu estava afastada na coordenação. Substituindo minhas aulas estavam três professores (um tem formação em Biologia e um é estudante de 3° ano de Licenciatura em Matemática). Então professores de Matemática em sala na E. E. Euclides de Alexandria eram os três em meu lugar, dois outros efetivos e o professor de reforço, totalizando seis professores. Neste ano, com meu retorno à sala de aula, esse número foi alterado, pois saíram os três que lecionavam em meu lugar e ingressou por meio de concurso uma nova professora de Matemática, totalizando quatro professoras efetivas da disciplina na escola. Para a constituição do grupo, todos os professores de Matemática foram convidados, porém a adesão não foi total. Três professoras iniciaram o trabalho, mas uma teve problemas de saúde e não pôde continuar os encontros. Essa professora sempre perguntou sobre o andamento dos encontros mesmo depois de dizer que não mais poderia participar. 24 Esse Programa funciona nos finais de semana, quando um professor coordena as atividades realizadas para atender a comunidade com a ajuda de alunos universitários que ganham uma bolsa para cursar a graduação nas universidades cadastradas. O principal objetivo é oferecer opção de lazer, entretenimento ou cursos à comunidade gratuitamente. 25 A sala de recurso atende alunos com necessidades especiais, principalmente com dificuldades de aprendizagem, com uma professora especialista fora do período das aulas da grade curricular e atendimento individualizado. 26 Professor eventual é aquele que substitui outro professor que não comparece para trabalhar. Prioriza-se o professor da mesma disciplina ou área de conhecimento para essa substituição, porém nem sempre tal prática é possível. Vanessa Dinalo de Marchi 82 3.3.1 Desenvolvimento da Pesquisa de Campo A investigação em campo foi iniciada mediante a formação do grupo de estudos com professores da Escola Estadual Euclides de Alexandria, logo após analisarmos e selecionarmos as WebQuests com conteúdos de Geometria Euclidiana. A pretensão foi investigar com o grupo de professores as potencialidades oriundas do trabalho conjunto na exploração dos recursos da internet para o ensino e a aprendizagem de conteúdos geométricos. Sendo assim, partimos da premissa que o grupo formado por professores pode ser de grande auxílio para promover reflexões compartilhadas e produções conjuntas, fornecendo benefícios tanto aos alunos, no que diz respeito à sua aprendizagem, quanto aos professores, mediante a troca de ideias e discussão de experiências positivas. No início da segunda etapa, todos os professores da Escola Estadual Euclides de Alexandria fizeram parte do grupo de estudos sobre a metodologia de WebQuest, pois os encontros ocorreram em Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo. Após essa primeira parte da Etapa 2, convidamos apenas os professores de Matemática, aos quais explicamos as finalidades e objetivos do grupo. Os professores de Matemática responderam ao questionário de entrada – anterior ao primeiro encontro oficial do grupo. O questionário foi entregue aos professores e respondido previamente de modo a mapear o nível de compreensão dos professores em relação a conceitos que seriam discutidos no grupo de professores e o perfil. Eles participaram voluntariamente, após convite, da pesquisa, sendo os sujeitos de investigação. Por meio do questionário eles apontaram algumas temáticas em Geometria que foram utilizadas para nortear a escolha das WebQuests que foram trabalhadas com o grupo, do qual também fiz parte. A pretensão era que ao final os professores em sala de aula desenvolvesse uma WQ, porém não foi possível que cada uma levasse uma turma pelos problemas de ordem física apontados no próximo capítulo. Vanessa Dinalo de Marchi 83 A Etapa 2 incluiu a análise do questionário de entrada que subsidiou o desenvolvimento da Etapa 3. Assim sendo, apresentamos abaixo a análise do questionário de entrada. O questionário nos possibilitou indicar o perfil do grupo de professores de Matemática, sujeitos da pesquisa. São na maioria professoras, em média com 18 anos de trabalho no magistério e 10 anos de atuação na escola pesquisada. Todos têm graduação na área de Matemática e nenhum tem pós-graduação. Duas professoras mostraram interesse em fazer algum tipo de especialização na área voltada à Geometria. Apenas uma professora tem mais de um cargo no magistério. As demais trabalham apenas na E. E. Euclides de Alexandria. Nenhum dos professores cursa algum tipo de curso para atualização e/ou especialização na área de Educação ou Matemática. Neste ano, uma professora iniciou o curso de Pedagogia. O questionário permitiu verificar que todos os professores participantes apontaram a dificuldade que enfrentam ao ensinar Geometria; que eles utilizam o computador tanto na vida pessoal quanto na profissional e acham interessante que os alunos tenham acesso à internet. Vale enfatizar que o uso profissional relacionase a digitação de provas, pesquisa de materiais diversos para preparo de aulas, e não à integração dos recursos computacionais à prática pedagógica. Apenas um dos professores, que ainda não concluiu sua graduação, teve um curso para utilização de computador e/ou internet com os alunos em sala de aula, contudo declarou não ter colocado esse conhecimento em prática por falta de oportunidade. Construções realizadas com uso de compasso foram apontadas como sendo uma dificuldade enfrentada pela maioria dos alunos. Nenhum dos professores tem o hábito de preparar suas aulas com colegas de trabalho. Essa tarefa é feita individualmente, com exceção de um professor que afirma reunir-se com outro colega que, contudo, não atua nessa escola. Todavia, os docentes declararam acreditar que seria de grande ajuda reunir-se a seus pares para preparar aulas, pois a troca de experiências seria frutífera. Vanessa Dinalo de Marchi 84 Para preservar a identidade de cada uma das professoras, receberão daqui por diante os seguintes nomes fictícios de mulheres da história da Matemática: Professora “Sophie Germain27”, Professora “Hipatía de Alexandria28” e Professora “Theano29”. TABELA 11 - PROFESSORES PARTICIPANTES DA PESQUISA Profª Teano Efetiva, 49 anos de idade, atuando há 23 no magistério na rede pública. Possui dois cargos no estado de PEB II – Matemática. Leciona apenas a disciplina de Matemática nos três períodos, divididos em duas escolas. Profª Hipatía Estável, 52 anos de idade, atuando há 17 no magistério na rede pública. Possui um cargo no estado de PEB II – Matemática. Leciona as disciplinas de Matemática e Física em uma única escola, nos períodos da manhã e da noite. Profª Sophie Efetiva, 49 anos de idade, atuando há 23 no magistério na rede pública. Possui um cargo no estado de PEB II – Matemática. Leciona apenas a disciplina de Matemática em uma única escola nos períodos da tarde e da noite. Profª Vanessa Efetiva, 35 anos de idade, atuando há 11 no magistério na rede pública. Possui um cargo no estado de PEB II – Matemática. Leciona apenas a disciplina de Matemática em uma única escola, nos períodos da manhã e da noite. 27 Sophie Germain, ainda na adolescência, pesquisava a biblioteca de seu pai quando encontrou o livro História da Matemática, de Jean-Étienne Montucla, que continha descobertas de Arquimedes. Estudou a teoria básica de números, cálculos e os trabalhos de Leonhard Euler e Isaac Newton. Nunca se casou e sempre foi financiada por seu pai. http://www.rpm.org.br/conheca/30/2/mulheres.htm. 28 A grega Hipatía de Alexandria foi a primeira mulher que se soube ter trabalhado e escrito textos em Matemática. Foi educada por seu pai, Teon de Alexandria, que trabalhava no Museu. http://www.rpm.org.br/conheca/30/2/mulheres.htm. 29 Theano foi uma matemática grega, aluna de Pitágoras e sua suposta esposa. Acredita-se que ela e as duas filhas tenham assumido a escola pitagórica após a morte do marido. http://www.rpm.org.br/conheca/30/2/mulheres.htm. Vanessa Dinalo de Marchi 85 3.3.2 Os Encontros Ao descrever os encontros, utilizarei a primeira pessoa do singular, pois eles foram realizados sem a presença física de minha orientadora, então relato daqui em diante o ocorrido neles. Os três primeiros encontros tiveram caráter de formação, falando sobre a metodologia WebQuest, seus princípios, estrutura e desenvolvimento e, portanto, não foi específico para professores de Matemática. Então esses foram realizados em Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo, de minha responsabilidade, na função de professora coordenadora. A Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) é o horário a ser desenvolvido na unidade escolar pelos professores em conjunto com o Professor Coordenador. Esse horário, ao ser criado nas escolas públicas paulistas, tinha por finalidade possibilitar a articulação dos diversos segmentos da escola de modo a construir e implementar o trabalho pedagógico, além de fortalecer a unidade escolar como instância privilegiada para aperfeiçoamento do próprio projeto pedagógico ao (re)planejar e avaliar as atividades de sala de aula, tendo em vista as diretrizes comuns que a escola pretende imprimir ao processo ensino-aprendizagem, de acordo com a Portaria CENP nº 1/96 e Lei Complementar nº 836/97. A partir do ano de 2007, esse horário tem sido destinado com maior ênfase à formação continuada dos professores., As HTPC são planejadas pelo Professor Coordenador, em acordo com a direção da escola, de forma a: a) identificar o conjunto de características, necessidades e expectativas da comunidade escolar; b) apontar e priorizar os problemas educacionais a ser enfrentados; c) levantar os recursos materiais e humanos disponíveis que possam subsidiar a discussão e a solução dos problemas; d) propor alternativas de enfrentamento dos problemas levantados; e) propor um cronograma para implementação, acompanhamento e avaliação das alternativas selecionadas. Vanessa Dinalo de Marchi 86 Todas as HTPC são registradas pela equipe de professores e pela coordenação, com o objetivo de orientar o grupo quanto ao replanejamento e à continuidade do trabalho. São realizadas na própria unidade escolar durante duas horas consecutivas. Eventualmente, pode ocorrer na Oficina Pedagógica ou num outro espaço educacional, previamente definido, mediante a utilização de parte ou do total de horas previstas para o mês em curso. O material utilizado no primeiro encontro para apresentação e discussões sobre a metodologia WebQuest com o grupo está disponível no Anexo B. Ele foi realizado em HTPC com a presença de 12 professores. Os encontros foram gravados em áudio e video. Após os três primeiros encontros, constituiu-se um grupo de professores de Matemática (convidados a partir da primeira formação) para dar continuidade à segunda etapa da pesquisa. A) Primeiro Encontro Por se tratar de um grupo formado por professores das diversas áreas em HTPC, o primeiro encontro30 sobre a metodologia WebQuest não teve foco específico em trabalhos de Matemática. A preocupação foi discutir com o grupo de docentes o que é a metodologia WebQuest, qual seu objetivo, qual a proposta da WQ para a aprendizagem significativa do aluno e quais os componentes básicos de uma WQ. Minha impressão nesse primeiro momento foi de um grupo apático, sem perspectivas, sem curiosidade pelo assunto. Tive certeza de estarem ali exclusivamente por fazer parte das obrigações impostas pelo cargo de professores, ou seja, a participação era compulsória. Os comentários eram paralelos e de 30 O material utilizado nesse encontro está disponível no Apêndice A dessa dissertação. Vanessa Dinalo de Marchi 87 assuntos diversos, não havia interação com a professora coordenadora (eu), apenas uma tentativa de respeito ao falar em tom baixo com colegas mais próximos. Houve algumas interrupções por fatores externos (como celulares, saídas para assuntos particulares), porém nada que prejudicasse o andamento do encontro. Ao apresentar a etapa “Tarefa” da metodologia WQ, a primeira pergunta (desencadeadora de várias outras) foi: Prof. “A”: Nós teremos que fazer isso até quando? Prof. “D”: Quem mandou trabalharmos com isso agora? Será que não sabem que estamos perto de fechar o bimestre? Eu - Não estou impondo que usem essa metodologia, apenas compartilhando com vocês uma outra metodologia que permite trabalhar qualquer assunto de forma diferente, sem utilizar apenas o giz e a lousa. Ganhamos a sala do Acessa Escola e seis estagiários, que ficam nela das 7h às 21h. Além do Professor “E”, mais alguém já tentou utilizá-la? Após minha observação, total silêncio estabeleceu-se na sala. E a resposta, de imediato veio: Prof. “C” - Claro que não. Para eles ficarem entrando no Orkut? Eu: Algum professor já teve vontade de levar seus alunos até lá, mas não soube como trabalhar nesse ambiente que vários alunos dominam bem melhor que nós? Prof. “C” - Já, mais só de pensar dá muito trabalho. Eu: Então a metodologia que estou apresentando a vocês pode ser uma aliada. Podemos usá-la como uma ferramenta facilitadora para esse “muito trabalho”. Vou terminar de apresentar as etapas que a compõem e então podemos ver alguns exemplos. Em seguida veio o comentário: Prof. “A” - Não dá para ir direto ao exemplo? Vanessa Dinalo de Marchi 88 Nesse diálogo, percebi que o interesse e a participação dos professores começou a surgir após a frase: “ninguém é obrigado a...”, pois reconheço que os professores se sentem o tempo todo pressionados e cobrados pela coordenação, pela direção e pela supervisão sobre os resultados dos alunos para atingir as metas estabelecidas no IDESP. Na sequência, apresentei os principais componentes de uma WQ, com um ambiente mais propício por parte dos professores presentes. Além de mais atenção, também houve mais interação, troca de conhecimento, sugestões entre o grupo (claro que me incluo nele) e opiniões enriquecedoras. FIGURA 17 - PRINCIPAIS COMPONENTES DE UMA WQ Foi utilizado como exemplo a WQ “Mazzaropi – O homem que inventou o cinema caipira”, que trata da vida do comediante, desenvolvida para trabalhar o assunto de Artes com alunos de 6º a 9º anos do Ensino Fundamental II. Essa WQ traz em sua introdução um convite aos alunos para tornarem-se uma equipe de jornalista que recebeu um convite para participar de um Congresso Mundial sobre Vanessa Dinalo de Marchi 89 grandes cineastas, e representando o Brasil deverão mostrar o quanto Mazzaropi foi importante para o nosso cinema. FIGURA 18 - TELA DE ENTRADA DA W Q MAZZAROPI Ao iniciar o primeiro exemplo de uma WebQuest, a atenção foi total. Vários olhares fixaram-se na tela projetada. A partir da análise do primeiro exemplo, diversos questionamentos foram feitos pelos professores. O grupo interessou-se em saber se qualquer um poderia ter acesso à WQ apresentada, se eles poderiam desenvolver suas próprias WQ, se existiam WQ de todas as matérias, e a professora “D” perguntou se eu poderia sugerir alguma WQ para que ela usasse de imediato. Três professores que não opinaram naquele momento de HTPC procuraram-me depois para tirar algumas dúvidas. Ao final, duas professoras de Língua Portuguesa, as Prof. “A” e “G”, uma perto de se aposentar e outra com aproximadamente 18 anos de magistério e já Mestre em sua área de atuação, quiseram criar uma WQ própria para desenvolver com os seus alunos no próximo bimestre. Vanessa Dinalo de Marchi 90 Vale a pena enfatizar que a atuação dos professores de Matemática do grupo foram pouco significativas nesse primeiro encontro. B) Segundo Encontro Este segundo encontro31 também se deu em HTPC, com a presença de 11 professores, sendo que 1 professora do grupo que participou do primeiro encontro afastou-se por licença saúde. O tema do encontro foi WebQuest Edição Colaborativa, e nele foram apresentados e discutidos os vários tipos de tarefa de uma WebQuest, ou seja, Recontar, Compilação, Mistério, Jornalística, Planejamento, Criação, Construção Consensual, Persuasão, Autoconhecimento, Analítica, Julgamento e Científica. Nesse encontro foi analisada em conjunto a WebQuest “Uma Perspectiva dos Insetos” (disponível em: http://projects.edtech.sandi.net/grant/insects/). Essa WQ de Ciências foi desenvolvida por Ginger Tyson para alunos do 2º ano do Ensino Fundamental, e sua tarefa é dividida em duas partes, nas quais o aluno, imaginando que é um inseto e que seu habitat pode ser destruído pelos humanos a qualquer momento, irá escrever uma carta e desenhar um cartaz convencendo o exterminador de que o aluno/inseto merece viver. 31 O material utilizado para apresentação nesse encontro está disponível no Apêndice C dessa dissertação. Vanessa Dinalo de Marchi 91 FIGURA 19 - WQ UMA PERSPECTIVA DOS INSETOS A apresentação e a análise foram realizadas por meio de um projetor de imagens, pois a sala com computadores do Acessa Escola não estava disponível naquele momento. O grupo teve intensa participação. Houve curiosidade em entrar em todas as etapas da WebQuest para explorar as tarefas que ela propõe aos alunos. Uma das professoras de Português comentou sobre o “passo 4” do Processo, no qual é pedido que cada aluno elabore uma carta defendendo a preservação do inseto que cada um escolheu para pesquisar no “passo 1”, e lembrou que os alunos das 6° séries farão a prova do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP)32, e a proposta de redação para essa série costuma ser a elaboração de uma carta. Após tal comentário, a Professora “C” questionou o porquê de, com a proposta dessa metodologia, que é promover a aprendizagem no coletivo, pedir-se ao aluno um trabalho individual. Ela mesma respondeu a própria questão, dizendo que a construção do conhecimento é feita em grupo, o que não impede que cada um traga informações a serem socializadas. Os alunos podem não ter todo o conhecimento que o professor adquiriu na faculdade, mas nem por isso eles não 32 O SARESP é aplicado aos alunos de 3° e 5° anos de EFI, 7° e 9° anos do EFII e 3° ano do EM, todos os anos, pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, para avaliar o Ensino Básico na rede estadual. Os resultados são utilizados para o calculo do IDESP. Vanessa Dinalo de Marchi 92 sabem nada. A cada nova turma, temos muito que aprender... Quantos alunos, em uma turma, têm domínio no uso do computador? E lá, naquele grupo de professores, quantos utilizam o computador apenas para tarefas básicas? Podemos pedir ajuda aos nossos alunos e aprender com eles a utilizar o computador. O Professor “D” sugeriu desenvolver um trabalho interdisciplinar com a WebQuest “Uma Perspectiva dos Insetos”. Cada professor diria onde pode avaliar habilidades desenvolvidas dentro da disciplina lecionada. A Professora “C” disse que seria melhor esperar, pois estávamos encerrando o bimestre e teríamos que entregar notas, fazer conselho, reunião de pais... Então retomaríamos essa ideia no próximo bimestre. Depois foram propostas análises de outras WebQuest disponíveis na internet, começando pelas do banco de dados da EscolaBR. Os professores do grupo mostraram grande interesse em verificar o que havia disponível no banco de WQ relativo à sua área de atuação. Houve troca entre o grupo, de forma que cada um procurou se inteirar da pesquisa do outro. Houve discussão sobre como os assuntos foram abordados, críticas a alguns dos componentes da WQ analisada (principalmente nas etapas Processo e Recurso), dúvida quanto à diferença entre as etapas Processo e o Recurso. Ao final, foi possível retomar o que foi discutido na explanação teórica. Observei um ambiente bem diferente do primeiro momento, com os professores mais participantes. Além disso, houve colaboração entre os professores, de modo que os que tinham maior facilidade na utilização do computador e do acesso à internet auxiliavam os que ainda não tinham muita intimidade com a máquina. Outro aspecto positivo foi o interesse por assuntos fora da área específica da disciplina que lecionam. Senti que a aceitação dessa metodologia cresceu depois do primeiro contato. Vanessa Dinalo de Marchi 93 Ao final desse encontro, apresentei a ferramenta phpwebquest para construção de WQ. Aí, até mesmo os professores com maior intimidade com o uso do computador tiveram maior resistência. Prof. “C” - Se já há WQ prontas, por que precisamos fazer uma nova? Eu – Claro que podemos utilizar as já existentes, mas se for da vontade de algum professor elaborar sua própria WQ, adequando-a à realidade de sua turma, essa ferramenta facilitará esse trabalho, principalmente se o professor não tiver domínio em linguagem de programação de páginas da web. Outra crítica foi à velocidade da conexão da internet. Nem pude argumentar, pois eu mesma já estava ficando irritada com a lentidão. Imaginei-me com uma turma de 40 alunos na sala do Acessa Escola, todos querendo uma solução imediata, o que é característica de nossos alunos. C) Terceiro Encontro Este encontro33, que foi o último realizado durante o HTPC, contou com a presença dos mesmos 11 professores do segundo encontro. Nele foi priorizada a fundamentação teórica. A interação nesse terceiro encontro foi menor que nos anteriores. Segundo a professora “K” foi a parte mais densa, com o que os demais professores concordaram. Esse encontro teve um caráter menos participativo, pois foi necessário expor o suporte teórico da metodologia, embasado nas ideias do “Aprender Fazendo” de Dewey, na “zona de desenvolvimento proximal” de Vygotsky, na aprendizagem como “cognição situada” de Lave e, finalizando, com a contribuição de Marzano teorizando sobre as “dimensões de pensamento”. 33 O material utilizado nesse terceiro encontro está disponível no Apêndice D dessa dissertação. Vanessa Dinalo de Marchi 94 Ao fim desse encontro, coloquei-me à disposição de qualquer professor que tivesse alguma dúvida e/ou interesse em aplicar ou elaborar uma WQ. Esclareci que os demais encontros seriam direcionados aos conteúdos matemáticos que, no caso, eram o foco da pesquisa, logo o grupo se reduziria aos professores de Matemática. D) Quarto Encontro Este encontro, realizado fora do HTPC na própria escola, na sala da coordenação pedagógica, contou com três professoras de Matemática que voluntariamente aderiram ao grupo de estudos. Expliquei a importância da opinião deles para minha pesquisa, envolvendo ensino de Geometria na Educação Básica, e agradeci-lhes pela colaboração. Como já haviam participado das HTPC nas quais falamos sobre a metodologia WQ, discutimos um pouco do que já havia pesquisado sobre WQ de Matemática. Apresentei os bancos de WQ pesquisados e sites dos colégios que utilizam a metodologia. Procurei me colocar como colega de trabalho. Nesse momento eu era era exclusivamente professora de Matemática, deixando de lado a função de professora coordenadora, então minhas colegas puderam se sentir à vontade para perguntar o que quisessem a qualquer momento. Acessamos juntos os bancos para iniciar as pesquisas. Uma vez que o grupo mostrou interesse em observar WQ de Álgebra, assim fizemos. Avaliei como sendo positiva a iniciativa e decidi não deixá-los perder o interesse nas buscas. Após rápidas análises destas, acessamos então as WQ de Geometria previamente selecionadas para a pesquisa. Numa primeira análise superficial, apenas observando os conteúdos a serem abordados nas WQ, a Professora Sophie Germain já mencionou que são muito Vanessa Dinalo de Marchi 95 difíceis para o nível de alunos da E. E. Euclides de Alexandria. As professoras Hipatía de Alexandria e Theano concordaram. Houve então um momento para discussão sobre os motivos pelos quais certos conteúdos não se adéquam aos nossos alunos. Então a Professora Hipatía, que leciona na escola há 15 anos, citou como os alunos entram na 5° série ou 6° Ano do ensino fundamental sem saber as quatro operações, a dificuldade de alfabetizá-los em Matemática com muitos alunos indisciplinados e os valores que atribuem aos estudos. A Professora Theano complementou que eles não acreditam que o estudo seja uma forma de crescer socialmente. E) Quinto Encontro Este encontro foi realizado na própria escola, na sala da coordenação pedagógica, após o horário de trabalho, contando com duas professoras de Matemática, e começou com a retomada das WebQuests analisadas e tidas como muito difíceis para os alunos da escola. Propus continuamos as análises, o que fizemos. Apresentei então a WebQuest “Bola de Futebol tem a ver com Matemática?”. Contei um pouco de como e essa foi elaborada por três professores que atuam em escolas da rede pública estadual e que ela foi desenvolvida por Silva (2008) em uma escola pública e outra particular. Disse ainda que os alunos da rede pública tiveram maior interesse em sua realização, então aprofundamos os estudos nessa WebQuest. Após algumas etapas estudadas, as professoras mudaram de opinião sobre as WQ anteriormente analisadas. Como estas foram feitas apenas com o uso da ferramenta phpwebquest, não eram tão atrativas quanto a “Bola de Futebol tem a ver com Matemática?”, então decidiu-se que deveríamos rever as WebQuests já analisadas e tidas, pelo grupo, como difíceis para nossos alunos e que essa análise seria retomada no próximo encontro. Vanessa Dinalo de Marchi 96 F) Sexto Encontro Este encontro foi realizado na própria escola, na sala da coordenação pedagógica, após o horário de trabalho, contando com três professoras de Matemática. A análise começou com o olhar diferente por parte das professoras após tomar conhecimento de que a WQ “Bola de Futebol tem a ver com Matemática?” foi elaborada e utilizada por professores da rede. Houve a manifestação da intenção de elaborar uma WQ pelo grupo, mas não se falou sobre qual assunto. Tivemos muita dificuldade em analisar outras WQ em função da conexão de a internet estar lenta, e ao final do encontro a escola não tinha nenhum computador que dispusesse da conexão. O evento prorrogou-se por pouco mais de um mês, então tivemos problemas em continuar os encontros por diversos fatores como: prova do SARESP, fechamento de notas, reunião de conselho de classe e série, fenômenos da natureza causando queda de energia, falta de conexão com a internet, roubo de cabos na rua causando novamente a falta de conexão com a internet, reformas em geral etc. G) Sétimo Encontro Este encontro teve grande distância dos anteriores. Foi realizado fora do horário de trabalho, contando com duas professoras de Matemática. A análise foi retomada e restrita às WQ já selecionadas por mim, por falta de tempo devido a fatores externos à pesquisa. Com o término do ano letivo, não mais contamos com a participação da professora Theano em nossos encontros por falta de compatibilidade de horários, porém ela continua sendo convidada a participar e pergunta como foi e o que fizemos após os encontros. A professora Sophie trouxe seu notebook, e disponibilizei um pessoal para a professora Hipatía. Fizemos uma breve retomada sobre a metodologia e seus principais objetivos, então demos início a análise da WQ “M. C. Escher... Pavimentação do Plano” porém não foi possível acessá-la por não mais estar Vanessa Dinalo de Marchi 97 disponível na internet. Fizemos uma busca rápida pela internet sobre as pavimentações de Escher, pois foi uma dúvida sobre do que tratava a WQ. Decidimos então ir à próxima escolhida, a WQ “Formas Geométricas”. Observaram-se as várias ferramentas que seriam utilizadas para executar as tarefas, se os alunos deveriam baixar e instalar sozinhos ou se o professor deveria fazer isso antes de desenvolver a WQ. A professora Hipatía questionou se a sala do Acessa Escola estava funcionando, pois isso seria necessário para podermos levar os alunos. Eu disse que naquele momento a sala aguardava a visita técnica para que o acesso à internet fosse restabelecido. Ambas mostraram-se preocupadas. As professoras fizeram a tentativa de instalar alguns dos softwares solicitados na WQ para desenvolver as tarefas e não foram bem-sucedidas. Analisando melhor a tarefa, a professora Sophie achou que não era muito bem direcionada para a matemática, estava mais falando de arte. Sophie – Eu escolheria, com adaptações, complementos, mas seria bom para uma quinta série. Ai nessa obra você encontra várias figuras, então deveria haver outros tipos de solicitações, por exemplo, desenhe um triângulo retângulo. A WQ não foi totalmente descartada, apenas deveríamos fazer algumas adaptações para utilizá-la. Passamos para a WQ “Geometria no Espaço”. A primeira manifestação foi da professora Hipatía, que disse que era bem simples e, ao analisar os documentos que foram indicados, observou que a WQ era um tipo de revisão. A professora Sophie achou que as indicações eram de muita leitura e que nossas crianças não têm esse hábito. Chegamos a uma indicação de construção da reta de Euller, e nenhuma das duas professoras lembravam dessa parte, então Sophie disse em tom de brincadeira: Eu já estou pensando igual aluno, não quero mais trabalho que tenha que pensar, mas gostei dessa WebQuest. Hipatía concordou e encerramos o encontro. Vanessa Dinalo de Marchi 98 H) Oitavo Encontro Este encontro foi realizado fora do horário de trabalho, contando com duas professoras de Matemática. A análise foi retomada com a WebQuest “Lugares Geométricos”, que foi considerada pelas duas professoras como bem elaborada, atrativa visualmente, porém contendo definições muito pesadas para o nível de conhecimento dos alunos da escola. Falamos sobre várias tentativas de adaptação para que fosse desenvolvida, então deixamos como uma possibilidade e partimos para a WebQuest “Pitágoras”. Essa WQ foi citada como interessante por Hipatía, por ser uma WQ simples e aplicável aos alunos da escola. Ela também lembrou sobre a importância de saber sobre a vida de pessoas como Pitágoras, que é uma das tarefas. Houve a preocupação de como trabalho por a avaliação ser a criação de um blog, no que nenhumas das professoras saberia ajudar, então seria algo que teríamos de aprender antes de levar aos alunos. Hipatía: – Essa molecada entende muito dessas coisas (computador), e isso facilita pra eles aprenderem. Eles são quem vai ensinar a gente a fazer o blog. Houve a necessidade de buscar o conteúdo dentro do currículo para sabermos em que bimestre de qual série o assunto do teorema de Pitágoras é trabalhado. A WebQuest “Poliedros Regulares e Não Regulares” foi a primeira WQ de interface mais simples, com menor estimulo visual. Foi descartada por considerarmos que os alunos precisam de conhecimentos anteriores para poder desenvolver essa WQ melhor e não teríamos tempo de fazê-lo. Foi considerada muito complexa. Vanessa Dinalo de Marchi 99 I) Nono Encontro Este encontro foi realizado fora do horário de trabalho, contando com duas professoras de Matemática. O trabalho foi iniciado com a análise da WQ “Razão de Ouro”. As professoras disseram que não se lembravam de ter estudado isso e quiseram pesquisar sobre seu conteúdo. Assim o fizemos, utilizando as indicações da WQ a ser analisada. Nesse encontro, por termos nos dedicado a pesquisar mais profundamente o assunto que era desconhecido pelas professoras, analisamos somente essa, que foi tida como possível para desenvolvimento com os alunos. J) Décimo Encontro Este encontro foi realizado fora do horário de trabalho, contando com duas professoras de Matemática. A análise foi iniciada pela WQ “Sólidos Geométricos”, que foi desconsiderada, apesar de ser aplicável aos alunos. Apenas já haviam sido vistas outras WQ mais adequadas. Por último analisamos a WQ “Bola de Futebol Tem a Ver com Matemática?”. Já havíamos entrado nessa WQ, porém muito tempo antes, então foi uma retomada para análise. Ela foi descartada pela quantidade de aulas que deveriam ser utilizadas para sua realização, e depois ela não estava mais acessível . Após a análise das dez WebQuests selecionadas, a professora Sophie pronunciou-se dizendo que gostaria de desenvolver a WQ “Razão de Ouro” com sua turma de 1º ano do Ensino Médio no período noturno. Vale enfatizar que o grupo analisou criticamente as WebQuests de Geometria Euclidiana e, a partir desse processo, selecionou/adaptou a WQ para o desenvolvimento em sala de aula de modo a explorar tópicos de Geometria Euclidiana com seus alunos. Para tanto houve intencionalidade de nossa parte, no sentido de selecionar WQ a partir de bancos na internet pesquisados previamente na Etapa 2 (vide análise no Capítulo 4, seção 1). Isto para que o campo de estudo fosse delimitado, e fossem contempladas temáticas de interesse dos professores, Vanessa Dinalo de Marchi 100 levantadas no questionário de entrada. Uma possibilidade seria, após a pesquisa conjunta em bancos de dados e sites da internet contendo WQ de Geometria, a criação de uma nova WQ para desenvolver em sala de aula. K) Décimo Primeiro Encontro – Desenvolvimento da WQ “Razão de Ouro” com os Alunos do 1º Ano do Ensino Médio Este encontro foi realizado na escola, com a professora Sophie e sua turma de 1° ano do Ensino Médio no período noturno. Nesse dia a professora não tinha aulas, então solicitamos aos professores que teriam aula com essa turma que nos permitiu utilizar suas aulas. Vale salientar que o desenvolvimento da WebQuest “Razão de Ouro” se deu após várias tentativas mal sucedidas de se levar os alunos à sala do Acessa Escola – devido a velocidade da conexão com a internet. Por não conseguirmos uma conexão a internet de acordo a obter seu total funcionamento, foi necessária uma adaptação, pois o endereço eletrônico da página inicial não era acessível por nenhum dos computadores da sala do Acessa Escola. Fizemos um documento com a ferramenta PowerPoint, onde o conteúdo foi colocado na integra, juntamente com as devidas referências à autora. As telas do documento estão disponíveis no Apêndice G desse documento. Vanessa Dinalo de Marchi 101 FIGURA 20 - TELA INICIAL DO POW ERPOINT ADAPTADO PARA DESENVOLVIMENTO DA WQ Além dos sites indicados pela criadora da WebQuest “Razão de Ouro”, Clarinda, também indiquei, na adaptação em PowerPoint o endereço de busca “Google”, como segue na Figura 21 abaixo. As demais telas encontram-se no Apêndice E. FIGURA 21 - TELA DE REFERÊNCIAS DO POWERPOINT DA WQ DESENVOLVIDA Vanessa Dinalo de Marchi 102 O desenvolvimento da WuebQuest “Razão de Ouro” deu-se em uma turma com 26 alunos presentes. A professora Sophie apresentou a todos como seria a aula, os alunos foram orientados a formar grupos composto por quatro alunos, porém dois alunos e uma aluna não o fizeram, disseram preferir trabalhar sozinho e a solicitação foi respeitada pela professora, ou seja, os grupos foram formados pela vontade dos próprios alunos. Foram utilizadas as cinco aulas do período – com duração de 45 minutos cada uma –, e não houve oposição dos alunos, que permaneceram pesquisando todo o tempo, nem dos professores, que gentilmente cederam algumas aulas para que eles pudessem concluir a atividade, pois não saberíamos se no dia seguinte haveria conexão com a internet. Em alguns momentos a conexão ficou bastante lenta, mas as etapas da WebQuest foram cumpridas por todos os grupos. Nesse mesmo dia foi feita a apresentação das questões levantadas na etapa Tarefa da WQ pelos grupos. Em vários momentos alguns grupos se dividiram para pesquisar nos computadores que não estavam sendo utilizados. Após se passar aproximadamente 1 hora do início da atividade um dos alunos que optou por trabalhar sozinho chamou a professora e disse que teria que ler muita coisa e não teria tempo de fazer isso por estar sozinho, e questionou se poderia terminar a atividade em casa. A professora respondeu que esse foi o motivo de ela ter pedido para formar grupos, que assim cada aluno poderia responder uma das questões e depois reuniriam as respostas e o grupo todo teria o trabalho concluído, e orientou que esse aluno conversasse com os outros 2 alunos que também estavam sem grupo e se unissem. O aluno seguiu a orientação da professora e então formou um grupo com seus colegas. A professora esteve presente em todos os momentos. Houve solicitação por parte dos alunos para esclarecimentos básicos sobre o uso de ferramentas do computador, e ela soube prontamente atendê-los. Alguns alunos também solicitaram a minha ajuda para o mesmo tipo de problemas. Ao finalizar a pesquisa os alunos foram chamados pela professora a apresentar suas descobertas, a fim de socializar os conhecimentos adquiridos, e assim, cada grupo foi a frente da turma e contou sobre suas novas descobertas. Vanessa Dinalo de Marchi 103 L) Décimo Segundo Encontro Este encontro foi realizado na escola, após o horário de trabalho, contando com a presença de três34 professoras, fora do horário de trabalho delas, e após o desenvolvimento da WQ “Razão de Ouro”. Nesse encontro discutimos sobre como esse ocorreu, as impressões que as professoras tiveram sobre a metodologia para o ensino da Geometria, sua prática e reflexões e os aspectos significativos para elas. FIGURA 22 - ALUNOS DURANTE A WQ “RAZÃO DE OURO” 3.3.3 WebQuest “Razão de Ouro” A WebQuest escolhida pelos professores do grupo para desenvolvimento com os alunos, intitulada “Razão de Ouro”35 foi publicada na internet em abril de 2007, em um banco desenvolvido por Projeto do Centro de Competência da Beira 34 Além das professoras Hipatía e Sophie, que participaram de todos os encontros, a professora B, que participou dos encontros em HTPC e do desenvolvimento da WebQuest apenas assistindo, também esteve presente. 35 WQ selecionada pelo grupo para desenvolvimento em sala de aula, elaborada por Clarinda, e disponível no endereço eletrônico: <http://www.anossaescola.com/cr/webquest_id.asp?questID=730>, último acesso em 27/06/2011. Vanessa Dinalo de Marchi 104 Interior (CRIE) de Portugal. A WebQuest possui seis Etapas, a saber: 1) Introdução, 2) Tarefa, 3) Processo, 4) Recursos, 5) Avaliação e 6) Conclusão. A versão na íntegra está disponível no Anexo C deste trabalho, e seu endereço eletrônico é: <http://www.anossaescola.com/cr/webquest_id.asp?questID=730>. No próprio site dessa WQ existe uma versão que permite imprimir todas as etapas e orientações. FIGURA 23 - TELA DE ENTRADA DA W Q “RAZÃO DE OURO” A WebQuest “Razão de Ouro” tem por objetivo levar os alunos a construírem conhecimentos sobre a razão de ouro, a proporção áurea e suas aplicações em diversas áreas a partir das origens dessa razão. Essa construção de conhecimentos se fará por meio de pesquisa e investigação. O Número de Ouro, nem sempre com essa denominação, segundo Boyer (1996, p. 50), pode ter sido a base para obter consciência de número irracional. É representado pela letra grega maiúscula Phi36 “Φ” (lê-se fi), obtido pela razão , e com valor aproximado de 1,618... Também é chamado por outros nomes, como “Número Áureo”, “Razão Áurea” ou “Seção Áurea”. Pacioli em sua obra “De Divina Proportione” (1509), tratou da Seção Áurea, Leonardo Da Vinci foi quem ilustrou a O símbolo Phi (lê-se fi) “Φ” foi utilizado para representar o número Barr. (CORBO, 2005) 36 por Thomas Cook e Mark Vanessa Dinalo de Marchi 105 obra. O Número de Ouro foi também chamado por Kepler de “Divina Proporção”. (CORBO, 2005) Nas pirâmides de Gizé, no Egito, pode ser observada a razão áurea, se considerarmos a razão entre a altura de uma das faces e a metade do lado da base da pirâmide, obtemos o Número de Ouro. FIGURA 24 - PIRÂMIDES DE GIZÉ Fonte: <http://matematicanewsnanet.blogspot.com/2010/10/piramides-de-gize.html> Tal razão é tida como símbolo de beleza e, encontra-se em várias obras e construções que se destacam por sua exuberância. Outra grande construção em que podemos encontrar a proporção áurea é o Templo Grego Parthenon, que contém em sua fachada retângulos com largura e altura proporcionais. Este foi dedicado à deusa da sabedoria, Atena, e abrigava sua estátua esculpida em marfim e ouro com as mesmas proporções. Vanessa Dinalo de Marchi 106 FIGURA 25 - PARTHENON E RÉPLICA DE ATENA Fonte: <http://www.mitchellteachers.org/WorldHistory/AncientGreece/Images/Parthenon.jpg> e <http://raeannparker.blogspot.com/2010/05/percy-parthenon.html> Podemos visualizar essa razão no retângulo cujos lados tenham uma razão entre si igual ao Número de Ouro, observada na Figura 26. Esse retângulo pode ser dividido num quadrado e em outro retângulo, infinitamente, cuja razão entre os dois lados também é igual ao Número de Ouro. Unindo os quartos de circunferência de todos os quadrados, obtemos uma espiral, chamada espiral dourada, que expressa movimento por constituir uma espiral (logarítmica) infinita. FIGURA 26 - RETÂNGULO COM A PROPORÇÃO DE OURO A espiral dourada, relacionada com o Número de Ouro, pode ser encontrada na natureza, como evidencia a Figura 27. Vanessa Dinalo de Marchi 107 FIGURA 27 - ESPIRAL DOURADA NA NATUREZA Fonte: <http://ksros.blogspot.com/2009/07/o-numero-de-ouro-sequencia-de-fibonacci.html>, <http://engenhariacivildauesc.blogspot.com/2010/11/vitruvio-e-seu-legado-para-aquitetura-e.html> e <http://www.forexavancado.com/forex/video-tutorial/arte-trading-eur-usd-euro-dolar-usdjpy> Os Pitagóricos encontraram o Número de Ouro na estrela pentagonal, construída a partir de um pentágono regular pelas intersecções das diagonais do pentágono, surgindo assim infinitas vezes. Ela pode ser observada na Figura 28. Assim os Pitagóricos fizeram dessa estrela seu símbolo. Essa foi uma das razões que levou Pitágoras a dizer que “tudo é número”. FIGURA 28 - ESTRELA PENTAGONAL Leonardo Da Vinci, artista renascentista italiano (1452 – 1519) e importante pintor do Renascimento Cultural foi autor do quadro que é símbolo da beleza feminina da mãe de família “Mona Lisa”, fez uso de seus conhecimentos matemáticos em suas obras, onde pode-se traçar retângulos, em diversas partes da pintura, com medidas que resultam na Razão de Ouro, como mostra a Figura 29. Vanessa Dinalo de Marchi 108 FIGURA 29 - MONA LISA DE LEONARDO DA VINCI Fonte: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm33/images/leogioconda.gif> Além do retângulo de proporções áureas presente na obra “Mona Lisa”, Da Vinci transportou proporções e simetrias da anatomia humana. São várias as proporções encontradas no corpo humano37, por exemplo: A altura do corpo humano e a medida do umbigo até o chão. A altura do crânio e a medida da mandíbula até o alto da cabeça. A medida da cintura até a cabeça e o tamanho do tórax. A medida do ombro à ponta do dedo e a medida do cotovelo à ponta do dedo. O tamanho dos dedos e a medida da dobra central até a ponta. A medida da dobra central até a ponta dividido e da segunda dobra até a ponta. 37 Referência no endereço: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1115>. Vanessa Dinalo de Marchi 109 FIGURA 30 - MEDIDAS DA PROPORÇÃO ÁUREA EM MÃO HUMANA Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/ficheiro:mesures_de_la_main_artlibre_jnl.png> Essas proporções foram representadas no “Homem Vitruviano”, obra de Leonardo Da Vinci. FIGURA 31 - HOMEM VITRUVIANO DE LEONARDO DA VINCI Fonte: <http://www.infoescola.com/desenho/o-homem-vitruviano/> A proporção áurea é usada nos dias de hoje pelo homem ao padronizar internacionalmente algumas medidas usadas em nosso em nosso cotidiano, como o Vanessa Dinalo de Marchi 110 comprimento e a largura de um cartão de crédito, alguns livros, jornal, uma foto revelada entre outras coisas, onde se procura respeitar a proporção divina. Podemos, de forma simplificada, demonstrar algebricamente essa seção chegando ao número Φ como segue: Considerando o segmento de reta AC, de comprimento igual a uma (1) unidade. Dividindo esse segmento em média e extrema Razão no ponto B entre A e C, de forma que o ponto B estará mais próximo de C. Obtendo assim a igualdade, exemplificada pela Figura 32: m(AB) = x e m(BC) = 1 – x. FIGURA 32 - SEGMENTO ÁUREO Se o segmento AB é média geométrica entre o segmento BC e o segmento AC, então: Ou, substituindo pelos valores atribuídos, como observamos na Figura 32, temos: O que resulta na seguinte equação de segundo grau: , ou: Vanessa Dinalo de Marchi 111 Portanto: Como estamos falando em comprimento, devemos considerar da equação apenas a raiz positiva, assim: Como queremos obter , então: Racionalizando o resultado, temos que: E Ou Outra maneira de encontrarmos o segmento é através da construção geométrica, que apresentamos, como segue, simplificadamente: Vanessa Dinalo de Marchi 112 Considerando o segmento AB de medida h, com ponto médio M. Pelo ponto B, traça-se o segmento BC perpendicular a AB e de altura igual ao segmento AM, ou seja, h/2. Unindo o ponto A ao ponto C, temos o triângulo ABC retângulo em B, como mostra a Figura 33 a seguir. FIGURA 33 - TRIÂNGULO ABC - 1 No triângulo ABC, como mostra a Figura 34, traçamos uma circunferência de centro C e raio CB e encontramos o ponto D, que é intersecção com o segmento AC. FIGURA 34 - TRIÂNGULO ABC - 2 No mesmo triângulo ABC, traçamos uma circunferência de centro A e raio AD e encontramos o ponto P, que é intersecção com o segmento AB. O segmento AP obtido é o segmento áureo do segmento AB, como pode ser observado na Figura 35. Vanessa Dinalo de Marchi 113 FIGURA 35 - TRIÂNGULO ABC - 3 Utilizando o Teorema de Pitágoras no triângulo ABC, temos a seguinte igualdade: Então chegamos à mesma equação de segundo grau, na qual x representa a medida do segmento AP. Outra forma de estabelecer o segmento áureo é partindo do chamado “retângulo áureo”. Se de um retângulo ABCD retirarmos um quadrado ABFE, obtendo um novo retângulo CDEF semelhante a ABCD, então o primeiro retângulo é denominado Retângulo Áureo. Para que essa semelhança ocorra, os lados do retângulo devem estar na razão de semelhança 1 para Φ (ou de Φ para 1) como mostra a Figura 36. Vanessa Dinalo de Marchi 114 FIGURA 36 - RETÂNGULO ÁUREO A partir do Retângulo Áureo e utilizando a proporcionalidade podemos obter um novo retângulo DEGH proporcional aos dois primeiros retângulos apresentados na Figura 36. Assim, podemos dizer que os retângulos ABCD, CDEF e DEGH são proporcionais conforme a Figura 37. FIGURA 37 - RETÂNGULO ÁUREO - 2 Para tanto, seguinte os critérios de proporcionalidade, vale a seguinte igualdade: Analogamente aos retângulos da Figura 34, podemos no retângulo DEGH podemos obter o retângulo EGIJ proporcional ao anterior, como mostra a Figura 37. Como nos retângulos anteriores CDEF e DEGH também são proporcionais, valendo a igualdade: Vanessa Dinalo de Marchi 115 Das equações (I) e (II) podemos dizer que: Repetindo novamente o processo realizado com os dois primeiros retângulos em DEGH obtemos outro retângulo proporcional EGIJ, como mostra a Figura 38: FIGURA 38 - RETÂNGULO ÁUREO - 3 Utilizando a proporcionalidade nesses novos retângulos, temos: Observando equações (III) e (IV) e utilizando as devidas igualdades: Concluindo assim que, o retângulo inicial de lados a e b é proporcional aos demais retângulos que surgem a partir do retângulo anterior, traçando apenas uma reta perpendicular ao maior lado do retângulo e obtendo um quadrado com lados de mesma medida que o menor lado do retângulo original e um novo retângulo com Vanessa Dinalo de Marchi 116 medidas proporcionais ao retângulo original e todos os outros que foram construídos utilizando sempre o mesmo critério, nos dando a noção de infinitas repetições, como mostra a Figura 39. FIGURA 39 - RETÂNGULO ÁUREO - INFINITO Capítulo 4 Resultados Vanessa Dinalo de Marchi 118 4 RESULTADOS Essa pesquisa, de caráter qualitativo, constitui-se por pesquisas bibliográficas e pesquisa de campo. Inicialmente (na Etapa 1), estudamos os princípios da metodologia WebQuest e suas características, o que subsidiou a escrita da seção WebQuest: uma proposta pedagógica. Na sequência, selecionamos e analisamos WebQuests disponíveis em bancos de dados públicos na internet que abordam conteúdos de Geometria Euclidiana, cujos resultados estão apresentados na próxima seção. A sequência da pesquisa deu-se pelo trabalho de campo, no qual constituímos um grupo de estudos com professores para os quais a metodologia WebQuest foi apresentada e discutida. A seguir, foram analisadas e escolhidas pelo grupo de professores de Matemática – dentre as WebQuests previamente selecionadas pela pesquisadora – uma a ser desenvolvida com uma turma de alunos do Ensino Médio. Após o desenvolvimento da WQ selecionada pelo grupo, procedeu-se à discussão e reflexão sobre os resultados e sobre o processo de participação e parceria nos estudos em grupo. Este capítulo propõe-se a discutir os resultados encontrados, iniciando na próxima seção pela pesquisa documental e bibliográfica. 4. 1 Análises dos Dados Coletados na Pesquisa de Campo Esta seção analisa as reflexões advindas dos encontros realizados com os professores para discussão da metodologia de WebQuest e também as reflexões advindas durante as análises das WebQuests de Matemática previamente selecionadas em bancos públicos disponíveis na internet entre outras também existente na internet mas em sites independentes ou de colégios que utilizam a Vanessa Dinalo de Marchi 119 metodologia. Após essa primeira análise passamos as discussões e registros realizados durante o desenvolvimento da WebQuest escolhida pelo grupo de professores, como a mais adequada para levar a uma turma de alunos do 1° ano do Ensino Médio do período noturno e, por último, as reflexões que ocorreram no encontro realizado após o desenvolvimento, concluindo, assim, os estudos com o grupo. 4.1.1 Reflexões nos Horários de Trabalho Pedagógico Coletivo Neste tópico analisamos as reflexões ocorridas nos primeiros encontros do grupo e nas discussões realizadas para a pesquisa, ocorridas durante os horários de trabalho coletivo (HTPC) – que reúnem professores de todas as disciplinas da grade curricular da rede pública estadual, voltados para professores do que estão lecionando em turmas do Ensino Médio. Ao analisar os registros das reflexões dos professores das diversas áreas do conhecimento, incluindo a Matemática, constatamos, que alguns deles, resistem à proposta de estudos teóricos, e que a significação dada aos encontros de trabalho pedagógico coletivo na escola desconsidera estudos e formação continuada, tal como sugerido pela proposta curricular implementada a partir de 2008. Os professores demonstraram preferência e interesse em aprender rapidamente por intermédio de exemplos práticos. Tal constatação evidenciou-se logo no início da apresentação da metodologia de WebQuest, pois, na ocasião, a professora “A” perguntou se não poderíamos passar direto aos exemplos, sendo que alguns professores concordaram com sua sugestão. Consideramos que essa postura pode ser justificada pelo fato desses professores se interessarem mais por “Saber Como fazer” do que por “Compreender Como fazer” As posturas apresentadas pelos professores coincidem com as opiniões de Zeichner (1998): Vanessa Dinalo de Marchi 120 Hoje muitos professores sentem que a pesquisa educacional conduzida pelos acadêmicos é irrelevante para suas vidas nas escolas. A maior parte dos professores não procura a pesquisa educacional para instruir e melhorar suas práticas. (ZEICHNER, 1998) No entanto, tal fato serviu-nos como estímulo na busca por novas práticas e na ampliação do conhecimento, uma vez que até mesmo a professora “C”, que nem sempre se apresenta comprometida em relação aos assuntos trazidos para a formação do professor no HTPC, mostrou interesse ao pesquisar na internet as WebQuests relacionadas com a sua disciplina e compartilhou suas primeiras impressões sobre sua habilidade de realizar uma rápida pesquisa. Durante os primeiros estudos que realizamos acerca da metodologia, houve muita preocupação por parte do grupo presente nos HTPC com as barreiras para implementar na prática a metodologia de WebQuest, pois, para esse intento, obrigatoriamente teriam que fazer uso da sala do Acessa Escola, uma vez que na Unidade Escolar essa é a única sala com computadores e acesso à internet disponível para que o professor possa empregar qualquer metodologia que requeira esses recursos junto aos seus alunos. Vale ressaltar que essa sala não é um local exclusivo para o desenvolvimento de práticas didáticas e pedagógicas dos professores com seus alunos, sendo que, para os fins pedagógicos, a escola possui apenas salas de aulas “tradicionais”, com lousa, cadeiras e carteiras. Há também certa dificuldade para utilização da sala do Acessa Escola, pois, caso o professor deseje utilizá-la, primeiramente deve verificar junto a um dos estagiários responsável pelo período letivo se há disponibilidade imediata, caso contrário, terá de agendar um horário. As salas do Acessa Escola são como uma lan house38 sem fins lucrativos, portanto, podem ser usadas por toda a comunidade. Assim sendo, pode ser que haja a presença de outras pessoas na sala no momento 38 Sucintamente pode-se dizer que: “lan house é um estabelecimento comercial onde, à semelhança de um cyber café, as pessoas podem pagar para utilizar um computador com acesso à internet e uma rede local, com o principal fim de acesso à informação rápida pela rede e entretenimento através dos jogos em rede ou online”. Informação extraída do site: <http://pt.wikipedia.org/wiki/LAN_house>, acesso em 15/05/2011. Vanessa Dinalo de Marchi 121 em que o professor e sua respectiva turma de alunos estejam utilizando-a como sala de aula39. Vale lembrar que cada usuário dentro da sala implica em um computador a menos que o professor poderá utilizar. No início da nossa pesquisa (2010), a escola dispunha de seis estagiários – dois em cada turno de funcionamento (manhã, tarde e noite). No primeiro semestre de 2011, a escola contava com apenas dois estagiários. Ao final do mês de março, passou a possuir três, um em cada turno, porém uma das estagiárias encontra-se gestante e por esse motivo constantemente ausenta-se do trabalho, o que impossibilita o uso da sala no referido período letivo. A professora “C” trouxe-nos, em HTPC, um diálogo com um de seus alunos, que iniciou seu estágio em agosto de 2010, cursando o 2° ano do Ensino Médio. Ela questionou sobre o funcionamento da sala, e este respondeu: – Olha, professora só que é assim, são dois ou três computadores que a gente entra com o RA [registro do aluno] da gente, aí consegue ficar em rede. Não são todos não que funcionam, são dois ou três. Daí, só esses que a gente entra é que conecta a internet. (Fala de aluno estagiário, 2010). Nessa mesma ocasião, as reflexões do grupo voltaram-se para as dificuldades que poderiam ser encontradas no momento de possíveis aulas, por exemplo, o uso da internet pelo aluno para fim de diversão, bate-papo etc, ou seja, a gestão da classe, nessa situação de implementação de uma inovação pedagógica preocupava o grupo. Uma das ideias discutidas foi a de aproveitar a atuação dos estagiários para ajudar bloqueando sites indevidos no momento da aula. Além disso, ponderaram que, pelo fato dos estagiários serem os responsáveis pelo bom uso e funcionamento da sala, o professor poderia voltar toda sua preocupação para a didática da aula, sem a preocupação de observar se os alunos estão utilizando indevidamente algum dos objetos da sala. Além da ajuda quanto à supervisão dos 39 Salientamos ainda que os estagiários que atuam nessa sala são alunos da própria rede pública. Para tanto, devem ter mais de 16 anos, estar cursando o Ensino Médio e ser selecionados por prova de conhecimentos gerais. Após a seleção, eles recebem breve capacitação, voltada para suas atribuições e responsabilidades e as normas de funcionamento da sala. Para ser estagiário não se exige amplo domínio da utilização do computador. Vanessa Dinalo de Marchi 122 materiais da sala, eles também poderiam auxiliar o professor em caso de alguma dúvida relacionada ao uso do computador de forma geral. Constatamos que a maioria dos professores revelou não se sentir confortável com o uso das novas tecnologias em suas aulas. Os professores que utilizavam o computador na escola em questão são a minoria e, além disso, dominando os recursos disponíveis de forma básica. Alguns professores da escola mostraram-se resistentes em utilizar o computador na prática docente, embora tenham computador em casa. Tal fato nos remete às ideas de Mishra e Koehler (2006) que defendem a prioridade na formação tecnológica do professor com a finalidade de aprimorar a prática pedagógica com o uso de ferramentas tecnológicas. Argumentamos que parte do problema tem sido a tendência em se olhar apenas para a tecnologia e não para a forma em que ela é usada. Simplesmente introduzir a tecnologia no processo educacional não é suficiente. Tanto que a questão do que os professores precisam saber a fim de incorporarem apropriadamente a tecnologia em suas práticas de ensino tem recebido uma grande atenção recentemente (MISHRA E KOEHLER, 2006, p. 1018).40 Além dessas dificuldades, os professores apresentaram muitas críticas em relação à disponibilidade do acesso a internet na escola. No caso, essas críticas podem ter sido advindas da dificuldade enfrentada para uso da internet, quando da. apresentação da metodologia de WebQuest aos professores, uma vez que esta requer pesquisas em sites disponíveis na rede. Vale ressaltar que o professora “A”, observou: - O número de professores aqui no HTPC corresponde a menos de um terço do contingente normal de alunos existentes por sala de aula do Ensino Fundamental II e Médio e mesmo assim há problema de uso da internet 40 Part of the problem, we argue, has been a tendency to only look at the technology and not how it is used. Merely introducing technology to the educational process is not enough. The question of what teachers need to know in order to appropriately incorporate technology into their teaching has received a great deal of attention recently...(MISHRA E KOEHLER, 2006, p. 1018). Vanessa Dinalo de Marchi 123 Dessa forma, constatamos que a lentidão e a oscilação da conexão prejudicaram o desenvolvimento das atividades propostas quanto à pesquisa, a análise e a reflexão acerca das WebQuests, podendo desestimular o professor ao uso de metodologias com uso do computador e da internet. Vale salientar outro fato que interferiu no processo de desenvolvimento da pesquisa, a reforma predial na E. E. Euclides de Alexandria, sem interrupção de suas funções. Nos horários de aula havia funcionários responsáveis pela execução da obra atuando nas dependências da escola. Durante a reforma, em período de chuvas, parte do telhado da sala do programa Acessa Escola caiu, danificando computadores, mobiliário e a rede internet. Concluídas as reformas, as antigas rotinas escolares restabeleceram-se, contudo a normalização da rede elétrica e internet foi parcial. No tocante a infra estrutura escolar, Libâneo (2008) defende a ideia de que os fatores externos acabam por afetar diretamente o funcionamento interno das escolas, sobretudo as deficiências da estrutura física das escolas, de equipamentos e material escolar. Ainda, acerca da infra estrutura escolar, em documento oficial como o Plano Nacional de Educação elaborada pelo Poder Executivo (BRASIL. MEC, 2000), encontra-se o registro da seguinte preocupação: [...] deve-se promover a melhoria da infra-estrutura física das escolas, generalizando inclusive as condições para a utilização das tecnologias educacionais em multimídia. (BRASIL. MEC, 2000, p. 31). Nota-se dessa forma que a infra estrutura escolar deve propiciar o desenvolvimento das atividades escolares, sobretudo, no caso do nosso estudo, condições tecnológicas e físicas para o desenvolvimento das WebQuests foram de difícil acesso por motivos que independem dos funcionários da unidade escolar. Nessa fase, constatamos que o grupo de estudos estava constituído e comprometido com a implementação da metodologia WebQuest com os alunos. Para colocar em prática os estudos do grupo utilizamos criatividade e contamos com Vanessa Dinalo de Marchi 124 a colaboração dos professores para suprir os problemas de infraestrutura de modo à dar continuidade aos estudos. Findo o ano letivo de 2010 estava concluída a fase de estudos sobre a metodologia WQ e sobre a estratégia de ensino por projetos de pesquisa. Nos encontros realizados em horário de trabalho pedagógico coletivo, realizados com professores de todas as áreas do conhecimento, percebemos que os docentes não demonstram o hábito de estudo requerido para a formação continuada ocorrida durante os HTPC, tal como sugerido pela proposta curricular. 4.1.2 Reflexões durante os Estudos com os Professores de Matemática Apresentamos neste tópico as reflexões oriundas dos encontros e discussões realizados pelos professores de Matemática ao longo das análises das WebQuests que possuíam conteúdos matemáticos disponíveis na internet. Para o desenvolvimento dos estudos, houve necessidade de realizarmos os encontros fora da escola devido aos inúmeros problemas relatados anteriormente, na ocasião ainda não resolvidos, tais como, dificuldade de conexão e de compatibilização dos horários do grupo. Outro problema com o qual os professores declararam se deparar refere-se ao baixo nível de conhecimento matemático que os alunos da escola apresentam no primeiro ano do Ensino Médio, fato esse não muito diferente em relação ao Ensino Fundamental II. Essa constatação pode ser facilmente observada nos Gráficos 7 e 8, que representam o desempenho da referida Unidade Escolar em relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP) desde de sua implementação, no ano de 2007. Vanessa Dinalo de Marchi 125 IDESP - Ensino Fundamental II 2,5 2 1,5 Fluxo Desempenho 1 IDESP 0,5 0 2007 2008 2009 2010 GRÁFICO 7 - IDESP ENSINO FUNDAMENTAL II IDESP - Ensino Médio 2,5 2 1,55 1,55 1,38 1,5 0,94 1 0,61 0,9 0,84 0,54 1,41 0,65 0,77 0,54 0,5 Fluxo Desempenho IDESP 0 2007 2008 2009 2010 GRÁFICO 8 - IDESP ENSINO MÉDIO No término do 9° ano do Ensino Fundamental II, observa-se pelo IDESP que o conhecimento dos alunos da escola em questão é abaixo da meta estabelecida como apropriada pela SEESP, e esses números não melhoram no decorrer dos três anos do Ensino Médio, mas, ao contrário, apenas pioram juntamente com o fluxo composto pela retenção e evasão dos alunos. Mediante a observação e conhecendo acerca desses dados, as professoras de Matemática refletiram e discutiram no grupo a necessidade de adequação das Vanessa Dinalo de Marchi 126 WQ aos alunos e descartaram o desenvolvimento de WebQuests dos bancos disponíveis na internet com abordagem mais complexas e que requeressem conhecimentos mais apurados. Um argumento apresentado para eliminação dessas WQ foi o de não desestimular o aluno em seu primeiro contato com a metodologia, ou seja, as tarefas propostas não poderiam estar muito além do que os alunos conseguissem desenvolver (na acepção dos professores). Ao longo das discussões do grupo foi apontado que diversos dos alunos da escola não construíram conceitos geométricos básicos, sendo que essa falta de conhecimento está relacionada ao fato de que muitas vezes tais conteúdos geométricos não foram abordados pelos professores, pelos mais diferentes motivos. Como justificativas, citaram falta de tempo no ano letivo, pouco interesse dos alunos em aprender geometria, preguiça, bagunça e barulho nas salas que são numerosas e a má formação dos alunos no Ensino Fundamental I. A WebQuest “Razão de Ouro” foi a escolhida pelas professoras, contudo elas declararam desconhecer esse conteúdo, mas que estavam interessadas em buscar informações sobre esse assunto. Em nenhum momento, houve constrangimento delas em assumir a ausência de conhecimento sobre alguns conceitos matemáticos, como também a falta de destreza para trabalhar com computadores em aula, tampouco em solicitar auxílio da pesquisadora quando necessário. Essa WebQuest, embora não apresente sofisticação visual, foi escolhida por ter sido considerada pelas professoras interessante, com um tema relevante e abordando diversos conceitos geométricos. Tais indícios remetem aos conceitos de Shulman (1986) considerando que o conhecimento profissional forma-se pela vertente entre o conhecimento do conteúdo da disciplina, do conhecimento didático acerca do conteúdo da disciplina e do conhecimento do currículo, contudo, no estudo específico, identificamos que os dois primeiros fatores mencionados mostraram-se relevantes no desenvolvimento dos trabalhos. Primeiro, quanto ao conhecimento do conteúdo, pois mesmo os professores desconhecendo o conteúdo acerca da “Razão de Ouro”, mostram-se dispostos em aprendê-lo e assim, num segundo momento, passaram a ter o conhecimento didático sobre o referido conteúdo. Vanessa Dinalo de Marchi 127 Outra evidência advinda das sessões de discussão foi que as professoras se preocupam em não excluir os alunos que apresentam déficit de aprendizagem, durante o desenvolvimento das atividades com a WebQuest. Elas expuseram o desejo de propor aos alunos atividades que pudessem promover discussões coletivas e que fossem adequadas a todos. No momento da escolha da WebQuest a ser desenvolvida, as professoras não se preocuparam com as barreiras físicas de infraestrutura. No entanto, percebemos que uma simples frustração ocorrida quando da tentativa de acesso a um site indisponível trouxe à tona a preocupação delas para com o sucesso do desenvolvimento do projeto. 4.1.3 Reflexões Sobre o Desenvolvimento da WebQuest Escolhida Nesta seção, analisamos as discussões e reflexões do grupo ocorridas ao longo e sobre o desenvolvimento da WebQuest escolhida pelo grupo de professoras em uma sala de aula de 1° ano do Ensino Médio do período noturno, composta por 26 alunos. Vale salientar que o desenvolvimento da WebQuest “Razão de Ouro” ocorreu após várias tentativas malsucedidas de levar os alunos à sala do “Acessa Escola” e que, como já relatado, foi disponibilizada uma apresentação em PowerPoint, contendo o conteúdo da WebQuest original.Tais fatos foram objeto de discussão no grupo que enfaticamente declarou que isso interferiu negativamente na prática docente, pois a demora em poder desenvolver a metodologia junto aos alunos fez com que deixasse a empolgação inicial esfriar.e deram continuidade apenas por insistência da pesquisadora. Verificamos que os alunos, em sua maioria, participaram da execução da atividade proposta, sem entrar em sites diferentes dos que lhes foram previamente sugeridos durante a realização da WebQuest. Vanessa Dinalo de Marchi 128 A partir da observação do desenvolvimento constatamos que os alunos de forma geral, ao final da atividade, declararam ter apreciado as leituras e realizaramnas por completo, com interesse em executar a tarefa que lhes foi proposta. Buscaram ajuda da professora, discutiram entre eles para esclarecer suas dúvidas e relacionaram diversas vezes o conteúdo ao cotidiano e a natureza, portanto segundo a estrutura de aprendizagem de Dodge através da WebQuest, seu desenvolvimento foi realizado com sucesso. FIGURA 40 - MODELO DE APRENDIZAGEM COM A METODOLOGIA WQ DE DODGE Disponível em: <http://edweb.sdsu.edu/webquest/tv/tvwithwq15.html> 4.2.4 Reflexões Após o Desenvolvimento da WebQuest Realizada a atividade envolvendo a WebQuest “Razão de Ouro”, ocorreu o último encontro com as professoras para discussão, análise e avaliação do desenvolvimento da mesma. Ambas avaliaram como positivo ou altamente satisfatório o desenvolvimento realizado pela professora Sophie. Elas afirmaram que a metodologia WebQuest, ao promover por meio de projetos investigativos o ensino através da pesquisa, desperta principalmente o interesse dos alunos, o que foi um destaque durante o desenvolvimento da WQ. Além disso, foi apontada como forma Vanessa Dinalo de Marchi 129 de aproximar o aprendizado e o aluno, pois, segundo Sophie, as novas gerações vivem plugadas 24 horas em aparelhos de multimídia, foi bom ver os alunos estudando e esforçando-se para aprender só porque estão sentados na frente de um computador. Foi discutido no encontro as dificuldades e problemas de ordem prática para o desenvolvimento da atividade, porém eles não foram considerados como uma barreira para a continuidade da utilização da metodologia de WebQuest. As professoras consideraram relevante não estarem sozinhas ao explorar conteúdos geométricos pela metodologia de WebQuest, ou seja, ter o apoio de uma outra professora do grupo presente na sala. O grupo de estudos foi considerado fundamental por viabilizar o aprendizado de conteúdos geométricos que algumas delas não haviam estudado na graduação ou não conheciam em profundidade. Além disso, o grupo subsidiou a abordagem de conteúdos geométricos que nem sempre eram desenvolvidos por diversos motivos, ligados às particularidades de cada turma. Por último, destacaram como frutífera a atuação no grupo, com a pesquisa nos sites que disponibilizam WebQuests e discussão. Experiências de design, como metodologia de pesquisa, enfatizam as normas de execução e estudo de intervenções com objetivos pedagógicos evolutivos em cenários autênticos ricos. Reconhece a complexidade do ensino em sala de aula e ilumina ambos, profissionais e pesquisadores, levando ao desenvolvimento de ideias teóricas fundamentadas em contextos de prática; experiências de design reduzem a lacuna entre a investigação e a prática, entre a teoria e aplicação. (MISHRA E KOEHLER, 2006, p. 1019)41 Dessa forma, acreditamos que o trabalho desenvolvido encontra-se alinhado com as proposições de Zaichner (2003) em relação à prática reflexiva. Afinal, segundo o autor, o movimento pela prática reflexiva pressupõe o reconhecimento dos professores como profissionais atuantes no estabelecimento dos objetivos, das 41 Design experiments, as a research methodology, emphasize the detailed implementation and study of interventions with evolving pedagogical goals in rich authentic settings. It acknowledges the complexities of classroom teaching and enlightens both practitioners and researchers by leading to the development of theoretical ideas grounded in contexts of practice; design experiments narrow the gap between research and practice, between theory and application. (MISHRA E KOEHLER, 2006, p. 1019) Vanessa Dinalo de Marchi 130 finalidades de seu trabalho e na liderança da reforma educacional, considerando ainda que os professores possuem teorias que podem oferecer contribuições para a construção de um conhecimento comum sobre as boas práticas docentes. Considerações Finais Vanessa Dinalo de Marchi 125 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O interesse em investigarmos sobre a metodologia de WebQuest, conteúdos de Geometria Euclidiana e a formação do professor que ensina Matemática teve início a partir de experiências pessoais da pesquisadora, da nova geração de alunos que apreciam as novas tecnologias e de professores que disputam a atenção desses alunos diariamente. Esta pesquisa objetivou, por meio de uma abordagem qualitativa, identificar os aspectos significativos decorrentes da análise das reflexões geradas a partir do momento em que os professores de Matemática exploram conteúdos de Geometria Euclidiana com a metodologia WebQuest. Para tanto, buscamos respostas para as seguintes questões de pesquisa: Quais aspectos são considerados significativos pelos professores no processo de exploração de conteúdos geométricos pela metodologia de WebQuest? Quais são as reflexões de um grupo de professores de Matemática ao explorarem, analisarem e utilizarem a metodologia de WebQuest no ensino da Geometria Euclidiana? Como fundamentação teórica das análises pertinentes a cada etapa do nosso processo de estudo, buscamos os conhecimentos de autores que oferecem contribuições para a Educação Matemática. Apoiamo-nos nas obras de Tardif sobre o conhecimento profissional advindo da prática e de Zeichner relativas à prática reflexiva; nos estudos de Shulman sobre o conhecimento profissional, complementados pelo conhecimento pedagógico do conteúdo tecnológico de Mishra e Koehler; e, quanto à prática e ensino, no aprender pela pesquisa de Demo. Para atingir os objetivos propostos, dividimos a investigação em duas partes – a primeira relacionada a uma pesquisa teórica e bibliográfica, na qual observamos Vanessa Dinalo de Marchi 126 os princípios e utilizações das WebQuests e, em seguida, analisamos as WebQuests disponíveis para o público em bancos de dados da internet (Etapa 1); a segunda envolvendo a preparação da pesquisa empírica (de campo) que foi desenvolvida em uma escola estadual de Educação Básica (Etapa 2). Os resultados encontrados nas Etapas 1 e 2 subsidiaram o desenvolvimento das demais etapas da pesquisa. Na Etapa 3, com o grupo de professores de Matemática, analisamos as WebQuests com conteúdos de Geometria Euclidiana e escolhemos a WQ “Razão de Ouro”, que foi desenvolvida por uma turma de 1º ano do Ensino Médio de uma escola da rede pública do estado de São Paulo. Finalizando nossos estudos, na Etapa 4 analisamos a triangulação dos dados coletados, organizados em três seções, a saber: Reflexões de Estudo nas HTPC, Reflexões de Estudo com Professores de Matemática, Reflexões Sobre o Desenvolvimento da WebQuest Escolhida. Consideramos, no entanto, que, para se colocar em prática novas práticas em sala de aula, fazem-se necessários constantes investimentos em recursos tecnológicos e na formação continuada dos professores. Quanto às nossas inquietações que originaram nossas questões de pesquisa, o estudo proporcionou conjecturar as seguintes respostas: 1. Quais aspectos são considerados significativos pelos professores no processo de exploração de conteúdos geométricos pela metodologia de WebQuest? Os professores consideraram como sendo um aspecto significativo da metodologia WQ a possibilidade de levar o aluno a desenvolver uma atitude investigativa na aula de matemática e levá-lo a aprender enquanto pesquisa. Além disso, destacaram a possibilidade de discussão do conteúdo entre os grupos de alunos, socializando o que foi aprendido e a oportunidade de, por meio da execução da “Tarefa”, levar o aluno a uma atitude ativa e significativa de modo a elaborar o “Produto”. Vanessa Dinalo de Marchi 127 Outra questão que foi incluída nos momentos de reflexão durante a análise das WQ diz respeito à possibilidade da metodologia em auxiliar a inclusão de todos os alunos na atividade de pesquisa, mesmo aqueles que apresentam dificuldades, déficit de aprendizagem, etc. Vale lembrar que, no caso da escola pesquisada, o conhecimento dos alunos foi considerado abaixo da meta estabelecida como apropriada pela SEESP nas últimas avaliações externas, e também a retenção e evasão dos alunos é significativa, assim sendo o grupo de professores explicitou a preocupação com o déficit de aprendizagem dos alunos durante a escolha da WebQuest a ser desenvolvida com os alunos. Ou seja, a escolha da WQ foi influenciada por essa questão. Os professores escolheram uma WQ cuja proposta fosse exeqüível de modo a não gerar frustração nos alunos no primeiro contato com a nova metodologia apresentada. Os resultados de nossa pesquisa permite-nos inferir que os professores consideraram que a utilização da metodologia de WebQuest é adequada para a exploração de conteúdos geométricos, assim como para qualquer outro conteúdo matemático, especialmente pela estratégia de ensino por projetos de pesquisa. Além disso, vale ressaltar que, em se tratando de um recurso tecnológico, desperta a atenção dos alunos, auxiliando o processo de ensino e aprendizagem. 2. Quais são as reflexões de um grupo de professores de Matemática ao explorarem, analisarem e utilizarem a metodologia de WebQuest no ensino da Geometria Euclidiana? Os professores, ao longo da análise e utilização da metodologia WebQuest enfatizaram a preocupação com a gestão da aula, enquanto os alunos desenvolvem a WQ. Como organizá-los, assessorá-los e mantê-los interessados na WQ foram as questões levantadas por eles. Ficou evidente que consideraram a necessidade de apoio de outro colega professor para o uso da metodologia com suas turmas. Na acepção dos professores do Grupo de estudos foi possível com a utilização da WebQuest “Razão de Ouro” levar os alunos a compreenderem tal razão. Isso foi evidenciado principalmente pela atividade de apresentação realizada para os colegas e professora sobre o que é a Razão de Ouro, qual o seu valor, a Vanessa Dinalo de Marchi 128 quem se deve sua descoberta, como se constrói um retângulo de ouro e a presença da proporção áurea na natureza, entre outras descobertas feitas pela pesquisa sobre a temática. Sintetizando, em nosso estudo, percebemos que as reflexões feitas pelos professores ao explorarem a metodologia WebQuest ocorreram em quatro níveis distintos, que paulatinamente se ampliaram atingindo novos patamares; dos momentos de HTPC para os dos encontros do Grupo de Estudos de Matemática e depois para os da atividade com os alunos, cada vez se tornando mais complexos, até culminarem com as sínteses feitas após o desenvolvimento da metodologia. FIGURA 41 - NÍVEIS DE REFLEXÃO Por intermédio de nossos estudos, constatamos haver algumas barreiras a serem vencidas para a efetiva utilização da metodologia WebQuest na escola, tanto Vanessa Dinalo de Marchi 129 para o ensino da Geometria Euclidiana como em relação a qualquer outro conteúdo matemático, principalmente em relação a: a) Aperfeiçoamento técnico dos professores para utilização de recursos pedagógicos; b) Interesse e predisposição dos professores para aprender e utilizar a metodologia WebQuest; c) Infraestrutura adequada nas escolas, sobretudo quanto a salas, computadores e acesso à internet ou demais meios eletrônicos necessários. Nosso estudo revelou que se pode obter resultados significativos e relevantes em pesquisas investigativas envolvendo temáticas relacionadas com a formação do professor, a utilização de novas tecnologias, o desenvolvimento e emprego de WebQuests por um grupo de professores e a medição da aprendizagem de alunos após investigações em WebQuests. Ao concluir este trabalho, acreditamos ter feito apontamentos de que o uso da metodologia de WebQuest, com alunos do Ensino Médio para investigar conteúdos de Geometria Euclidiana é uma forma de trazer o interesse deles para o conteúdo que o professor pretende ensinar. Percebemos a importância da formação continuada do professor, não apenas de Matemática, para que eles tenham acesso a novas metodologias de ensino, adequando-as às práticas em sala de aula, o que, consequentemente causará, melhoria no aprendizado. PERSPECTIVAS FUTURAS Acreditamos que a partir do trabalho ora apresentado, podemos propor futuras pesquisas e estudos que com foco nas seguintes temáticas: a) Elaboração e desenvolvimento de uma WebQuest por um grupo de professores de Matemática. b) Reflexões sobre o desenvolvimento de WebQuests. c) Entrevistas com os alunos para investigar a percepção dos mesmos quanto a aprendizagem dos conteúdos Vanessa Dinalo de Marchi 130 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ALARCÃO, I. 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A Geometria espacial no ensino médio a partir da atividade WebQuest: Análise de uma experiência. PUC SP, 2006 dissertação de mestrado 127p. TARDIF, M. Saberes Docentes e Formação Profissional. Petrópolis, Ed.Vozes, 2002. TATTO, T. Reconstructing teacher education for disadvantaged communities. International Journal of Education Research and Development, v. 17, n.4, p.405-15, 1997. THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-Ação. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 4ª ed. Coleção Temas básicos de pesquisa-ação, p.108, 1988. VYGOTSKY, L. S. Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores. Tradução J. Cipolla Neto. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1984. WebQuests: uma técnica de aprendizagem na rede internet <http://www.webquest.futuro.usp.br/artigos/textos_bernie.html> último acesso em 21/10/2007. ZEICHNER, K. M. A formação reflexiva de professores: idéias e práticas. Lisboa: Educa: 1993 ZEICHNER, K. M. Formando professores reflexivos para a educação centrada no aluno: Possibilidades e Contradições. In: BARBOSA, Raquel Lazzari Leite (Org.). Formação de Educadores: Desafios e Perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 2003, p.35-55. Vanessa Dinalo de Marchi 135 ANEXO A – WEBQUESTS DE MATEMÁTICA ESCOLABR. WebQuests de Matemática disponíveis no site EscolaBR. Apresentamos o título e a série a que se destinam, segundo os autores, das WQ de Matemática analisadas. Ocultamos os nomes dos autores por não pedir autorização de divulgação. TÍTULO da WQ SÉRIE A Geometria na Minha Cidade Todas A Magia do Tangram Todas A Matemática e o Futebol Todas Algoritmo de Euclides E Simetria Todas O Triângulo Todas Oficinas de Geometria Todas Tangram Todas Teorema de Pitágoras Todas Matemática e Construção da Cidadania 5ª Série A Criança e a Geometria 5ª Série A Magia do TANGRAM 5ª Série Arte e Geometria 5ª Série Brincando com o Tangram 5ª Série Brincando com Tangram 5ª Série Geometria 5ª Série Geometria 5ª Série Geometria e Formas -Tangram 5ª Série Identificando as Formas Geométricas 5ª Série Introdução à Geometria Euclidiana 5ª Série Acidentes de Trânsito e Proporção Matemática 6ª Série Vanessa Dinalo de Marchi 136 Ângulos 6ª Série Construção de um Tangram 6ª Série Escrito nas Estrelas 6ª Série Geometria no Dia a Dia 6ª Série Geometria no Dia a Dia 6ª Série Medidas de Volume 6ª Série Mosaicos: Colorindo a Matemática 6ª Série Número de Ouro 6ª Série Número Pi 6ª Série Números Inteiros 6ª Série Números Naturais 6ª Série Números Negativos 6ª Série O Mundo da Geometria 6ª Série Os Números Inteiros 6ª Série Porcentagem 6ª Série Porcentagem 6ª Série Porcentagem 6ª Série Professor Ademar 6ª Série Proporcionalidade 6ª Série Quadriláteros 6ª Série Quando Utilizar Números Positivos e Negativos 6ª Série Sólidos Geométricos 6ª Série Sólidos Geométricos 6ª Série Trabalhando Áreas de Figuras Planas 6ª Série Trabalhando com Geometria 6ª Série Poliedros Convexos 7ª Série A História da Álgebra 7ª Série A Importância da Matemática no Dia a Dia 7ª Série A Procura da Altura da Pirâmide 7ª Série Ângulos 7ª Série Vanessa Dinalo de Marchi 137 Brincando com a Matemática 7ª Série Cálculo Algébrico 7ª Série Cesta Básica X Salário Mínimo 7ª Série Conceituando Equação Do Primeiro Grau 7ª Série Conhecendo a Diabetes Através da Matemática 7ª Série Conjuntos Numéricos 7ª Série Construção de Avião de Papel 7ª Série Desafio Matemático 7ª Série Desafios Matemáticos 7ª Série Descobrindo as Proporções 7ª Série Educação Para Todos - 8º ano - EF 7ª Série Equação do 2º grau 7ª Série Formas Geométricas 7ª Série Fotos Geométricas 7ª Série Função de Primeiro Grau 7ª Série Há Quanto Tempo Você Dorme? 7ª Série História da Matemática 7ª Série Importância do Meio Ambiente 7ª Série Matemática para o Ensino Fundamental 7ª Série Monômios e Polinômios 7ª Série Número Áureo 7ª Série Números Áureos 7ª Série Números Negativos 7ª Série O Conjunto dos Números Naturais 7ª Série O Dia a Dia É um Sistema 7ª Série O Fantástico Mundo do Número PI 7ª Série Origami 7ª Série Os Números 7ª Série Polígono no Geoplano de Papel 7ª Série Polígonos e Poliedros 7ª Série Vanessa Dinalo de Marchi 138 Polinômio 7ª Série Por Que Usar Frações? 7ª Série Porcentagem na Preservação da Água 7ª Série Porcentagem no Cotidiano 7ª Série Produtos Notáveis 7ª Série Produtos Notáveis 7ª Série Produtos Notáveis 7ª Série Proporcionalidade na Alimentação dos Animais 7ª Série Quadriláteros 7ª Série Que Massa!!! 7ª Série Rigidez dos Triângulos 7ª Série Simetria no Cotidiano 7ª Série Sistema de Numeração 7ª Série Sistema Métrico Decimal 7ª Série Sistemas 7ª Série Soma dos Ângulos Internos de um Triângulo 7ª Série Tangram na Escola 7ª Série Teorema de Pitágoras 7ª Série Uma Viagem pelo Mundo das Frações 7ª Série Você Já Ouiu Falar do Índice de Massa Corporal? 7ª Série Webfração 7ª Série Xadrez na Escola 7ª Série Pi - Um Número Fascinante 8ª Série A Famosa Descoberta de Pitágoras 8ª Série A Função no Dia a Dia 8ª Série A Geometria No Cotidiano 8ª Série A Magia do Tangram 8ª Série A Matemática Através dos Quebra-Cabeças 8ª Série A Matemática na Reforma da Casa 8ª Série A Pirâmide de Quéops e a Geometria 8ª Série Vanessa Dinalo de Marchi 139 Acerto de Contas 8ª Série Alimentação e Saúde 8ª Série Análise Combinatória 8ª Série Aprendendo Equações do Segundo Grau 8ª Série Aprender Administrar seu Dinheiro 8ª Série As Aparências Enganam 8ª Série As Chances no Jogo 8ª Série Cálculo de Áreas 8ª Série Conhecendo a Matemática Divertida 8ª Série Conhecendo Pitágoras de Samos e seu Teorema 8ª Série Conhecendo Pitágoras e seu Teorema 8ª Série Conhecendo Tales e seu Teorema 8ª Série Conjuntos e Intervalos 8ª Série Coordenadas Cartesianas 8ª Série Cotidiano Matemático 8ª Série Criando um Produto e Sua Embalagem 8ª Série Dados X Função Afim 8ª Série Descobrindo as Equações do 2º Grau 8ª Série Descobrindo Pitágoras e seu Teorema 8ª Série Despertando para os Jogos Pan-Americanos 8ª Série Diga NÃO à Violência! 8ª Série Economia em Questão 8ª Série Educação Para Todos - 9º ano - EF 8ª Série Equação do 1º Grau com Duas Variáveis 8ª Série Equação do 2º Grau 8ª Série Equação do 2º grau 8ª Série Equação do 2º grau 8ª Série Equações 2º Grau 8ª Série Estatística 8ª Série Figuras Geométricas 8ª Série Vanessa Dinalo de Marchi 140 Figuras Planas 8ª Série Figuras Semelhantes 8ª Série Formas Geométricas que nos Rodeiam 8ª Série FORTES DE SALVADOR 8ª Série Função do 1º Grau 8ª Série Funções 8ª Série Galileu Galilei 8ª Série Geometria 8ª Série Gráficos do Cotidiano no Excel 8ª Série História da Matemática 8ª Série Isso é mole pra nós... 8ª Série Jogos Matemáticos 8ª Série Malba Tahan e as Expressões Algébricas 8ª Série Matemática Agora 8ª Série Matemática pela Cidadania 8ª Série Matematizando 8ª Série Medir sem Alcançar 8ª Série Notação Científica 8ª Série Número de Ouro 8ª Série Numero de Ouro 18 8ª Série O Dia da Geometria 8ª Série O Ensino da Matemática 8ª Série O Hexágono Regular e suas Aplicações 8ª Série O Labirinto da Matemática 8ª Série O Lado Romântico da Matemática 8ª Série O Mundo dos Trapézios 8ª Série O Número de Ouro 8ª Série O Número de Ouro no Cotidiano 8ª Série O Teorema de Pitágoras 8ª Série O Triângulo na Geometria 8ª Série Vanessa Dinalo de Marchi 141 O Uso da Equação do 2° Grau no Cotidiano 8ª Série O X da Questão 8ª Série Os Matemáticos 8ª Série Os Números 8ª Série Os Números no Dia a dia 8ª Série Para Que um Teorema de Retas? 8ª Série Pitágoras 8ª Série Pitágoras 8ª Série Pitágoras 8ª Série Polígonos e Teorema de Pitágoras 8ª Série Posições Relativas 8ª Série Projeto "Seja um Campeão" 8ª Série Proporção Áurea 8ª Série Pulando o Muro 8ª Série Quem É Pitágoras? 8ª Série Recuperação de Geometria 8ª Série Resolução de Problemas 8ª Série Resolução de Problemas 8ª Série Segmentos Incomensuráveis e o Teorema de Pitágoras 8ª Série Semelhança Não É Mera Coincidência. 8ª Série Semi-Árido: Vem Cá, te Conheço? 8ª Série Sistema de Equações 8ª Série Tales de Mileto e seu Teorema 8ª Série Tales e a Pirâmide 8ª Série Tales e Pitágoras Não Molharam Os Pés ? 8ª Série Teorema de Pitágoras 8ª Série Teorema de Pitágoras 8ª Série Teorema de Pitágoras 8ª Série Teorema de Tales 8ª Série Teorema de Tales 8ª Série Vanessa Dinalo de Marchi 142 Teotrigom 8ª Série Torre de Hanói 8ª Série Torre de Hanói 8ª Série Trabalho Estatístico 8ª Série Triangulando 8ª Série Triângulos 8ª Série Triângulos e Realidade 8ª Série Você Conhece o Sus? 8ª Série A Função e o Cotidiano Ensino Médio Amplie seu Conhecimento Desenvolvendo Competências Ensino Médio Análise Combinatória Ensino Médio Construindo e Explorando os Sólidos de Platão Ensino Médio Dedilhando Logaritmos Ensino Médio Descobrindo o Teorema de Pitágoras Ensino Médio Determinantes em Sistemas Lineares 2x2 e 3x3 Ensino Médio Estudo da Reta com Geogebra Ensino Médio Função x Geogebra Ensino Médio Função Logarítmica Ensino Médio Função Quadrática Ensino Médio Funções Compostas - Como aplicá-las? Ensino Médio Funções Quadráticas Ensino Médio Funções Quadráticas com WinPlot Ensino Médio Geometria Espacial Ensino Médio Gráficos da Função Logarítmica com o Winplot Ensino Médio Introdução a Funções Ensino Médio Logaritmos - Uso Contextualizado Ensino Médio Matemática Financeira - Juros Ensino Médio Matrizes e Determinantes Ensino Médio Matrizes e suas Aplicações Ensino Médio Números Complexos Ensino Médio Vanessa Dinalo de Marchi 143 O Mundo das Parábolas e suas Aplicações Ensino Médio O Que Usar, Gasolina ou Álcool? Ensino Médio O Teodolito Ensino Médio O Teorema de Pitágoras Ensino Médio Os Cinco Poliedros Regulares Ensino Médio Perímetro da Circunferência Ensino Médio Pitágoras e o seu Teorema Ensino Médio Poliedros de Platão Ensino Médio Probabilidade Ensino Médio Quanto Eu Devo Depositar? Ensino Médio Quem foi Malba Tahan ? Ensino Médio Sequência de Fibonacci Ensino Médio Solução Geométrica de um Sistema Linear 2x2 Ensino Médio Teorema de Pitágoras Ensino Médio Teoria das Probabilidades Ensino Médio Triângulo de Pascal Ensino Médio Último Teorema de Fermat Ensino Médio Uma Solução Genial! Matemática não É Bicho Papão Pesquisar e Aprender Teorema de Pick Webquest e a Matemática nas Séries Iniciais A Álgebra do Abraço. A Contextualização da Exponencial A Desertificação no Nordeste Brasileiro A Função Exponencial e Bactérias A Matemática na Alimentação A Matemática e a Civilização Egípicia A Trigonometria no Triângulo Retângulo Água: o Desperdício Pode Gerar Escassez Ensino Médio Ensino Fundamental Ensino Fundamental Ensino Fundamental Ensino Fundamental Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Vanessa Dinalo de Marchi Alcançando Alturas Inacessíveis Aplicação da Matemática Financeira no Cotidiano As Funções no Mundo do Trabalho Auto Estudo Sobre Funções Biografia de Célebres Matemáticos Ciclo Trigonométrico Conceitos de Funções e Relações entre as Variáveis Conhecendo a Geometria Fractal Conhecendo as Equações do 2º grau Conhecendo os Vértices das Famílias das Parábolas Contextualizando a Matemática através da História Desvendando Logaritmo Educação para Todos - 1º ano - EM ENERGIA/ ÁGUA: Uso Racional desses Bens de Consumo Entendendo Função Quadrática Estatística - Gravidez na Adolescência Estatística - um Tema Atual Estudando Função do 2º grau com o Software Winplot Estudo das Funções Estudo de Função do 1º Grau Usando o Winplot Explorando Função Afim Explorando Funções do 2º Grau com Winplot Fazendo Estatística Fractais Função : Polinomiais de Primeiro e Segundo Grau Função Afim Função do 1º grau Função do 1º Grau Função do 2º Grau e suas Aplicabilidades Função do Primeiro Grau 144 Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano Vanessa Dinalo de Marchi Função do Primeiro grau e suas aplicações Função do Segundo Grau Função Logarítmica - Números que Envolvem Função Quadrática ou do 2° grau Função: Será Que Está Presente em nosso Dia a Dia Funções e suas Aplicações Funções Funções como Relações de Interdependência Grandezas e Função do 1º Grau História dos Números Investigando Alturas Juros Simples KEPLER: Uma Visão Cosmológica Limite da Soma dos Infinitos Termos de uma PG Logaritmo Logaritmo Logaritmos Malba Tahan e o Dia da Matemática Matemática Matemática Comercial e Financeira Matemática Dinâmica - Números Racionais Matemática e Informática: Lado a Lado Matemática Financeira Matemática Legal Matematica X Informática Matfinança Medidas Inacessíveis Medindo Alturas Inacessíveis Modelo Matemático e Funções Navegando no Mundo da Matemática 145 Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano Vanessa Dinalo de Marchi Noções de Matemática Financeira Número de Ouro Número de Ouro Números Especiais Números Fascinantes O Infinito Matemático O Número PI O Teorema de Tales e suas Aplicações Oportunidade para Exercer a Verdadeira Vocação Os Conjuntos Numéricos PA e suas Aplicações no Dia a Dia Porcentagem no Cotidiano Porcentagem no Dia a Dia Porcentagem no Dia a Dia Porcentagem ou Percentagem ? Primeiros Contatos com sua Profissão! Progressões Progressões Aritméticas Progressões Geométricas Proj. Lei Maria da Penha - Um Alerta à Comunidade Projeto Trigonométrico Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo Realizem sua Atividade!!!!!!!!!!!!! Relações Trigonométricas no Triângulo Retângulo Relembrando as Funções Representação da Função Quadrática Software Educativo Régua e Compasso Tangram: Desafios e Brincadeiras Tangram Teoria dos Conjuntos 146 Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) Primeiro (E.M.) ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano Vanessa Dinalo de Marchi Tipos de gráficos - Estatística Trabalhando com Frações Trabalho sobre Gráficos de Funções Triângulo Retângulo Trigonometria TRIGONOMETRIA Trigonometria Trigonometria Trigonometria Trigonometria do Triângulo Retângulo Trigonometria e a Lei dos Senos Trigonometria e suas Aplicações Um Pouco de Geometria Você É o Que Você Come A Calculadora e as Razões Trigonométricas A Casa da Múmia A Lei dos Cossenos A Matemática e os Alimentos A Matemática e a Tecnologia A Probabilidade de Doenças em Usuários do Fumo Aplicação da Estatística e Geometrias no Cotidiano Aplicando a Estatística Aprendendo com a Matemática Aprendendo Matemática Arte em Poliedros As Sequências de Fibonacci Centro Gravitacional Cilindro, Cadê? Comprando Bem um Automóvel Construção de figuras com Tangram 147 Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Primeiro ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Vanessa Dinalo de Marchi Descobrindo o Ensino Médio, pela Trigonometria Determinante Educação para Todos - 2º ano - EM Estatística e Criminalidade Estatística Nossa de Cada Dia Estatística para 2A, 2B Estatística para o Mercado Funções Funções Trigonométricas Geometria no Ciep Geometria com Canudos Geometria no Espaço História da Matemática Comercial e Financeira Logaritmo Logaritmos: Aplicações e Curiosidades Loteria Matemática Matemática Financeira Matrizes Matrizes Matrizes X Futebol. Quem Ganha Esse Jogo? Pirâmide Poliedros de Platão Poliedros de Platão Poliedros de Platão e a Relação de Euler Primas: Uma forma de Ocupar o Espaço Prisma Hexagonal Regular Prismas Probabilidade Probabilidade Probabilidade Não-Intuitiva 148 Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) Segundo (E.M.) ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano Vanessa Dinalo de Marchi Problemas de Análise Combinatória Progressão Aritmética Quem não Arrisca... Sistema de Equações Lineares Sistemas Lineares Sistemas Lineares em Situações-Problema Transformações Gráficas em Funções Trigonométricas Triângulo Retângulo Trigonometria Trigonometria Trigonometria no cotidiano Trigonometria no Dia a Dia Viajando com os Sólidos Geométricos.. Você Já Pensou em Ficar Rico? Webquestrigonometria °o.O Geometria Espacial O.o° A História de um Número A Matemática e a História A Matemática na Arquitetura Análise Combinatória Análise Combinatória As Pirâmides do Egito Binômio de Newton Cônicas Consumismo Criando Aula de Geometria de Posição Desafios Matemáticos Descobrindo a Trigonometria Descobrindo as Secções Cônicas Desenhos Geométricos 149 Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Segundo ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Vanessa Dinalo de Marchi Desenvolvimento Sustentável Desenvolvimento Sustentável Educação Para Todos - 3º ano - EM Elipse e Suas Aplicações Em Foco: A Geometria Analítica Estatística Estudando as Cônicas Estudo Analítico da Reta Fractais: Uma Geometria Diferente Geometria Analítica Geometria Analítica/ A Reta: Equação Geral Geometria Espacial Geometria Espacial Geometrias Plana e Espacial no Cotidiano Gincana da Matemática Introdução ao Cálculo Diferencial Investigação em Estatística Juros Compostos Logaritmo Matemática Financeira Matemática nas Profissões Matemática no Dia a Dia Números e Cigarros O Cabri GeometreII no Estudo do L.G. das Cônicas O Desafio do Rio O Estudo Analítico do Ponto Poliedros, Construções e a Arte dos Origamis Probabilidades Proporção Áura Razão Áurea - 1,618... 150 Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) Terceiro (E.M.) ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano Vanessa Dinalo de Marchi Resolução de Problemas Sinais e Símbolos Matemáticos Sólidos de Revolução Sólidos Geométricos Geometria do Cotidiano Tangram Número de Ouro Pitágoras Teorema de Tales Desafio e Magia: Pitágoras e o Império dos Números 151 Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Terceiro ano (E.M.) Curso profissionalizante Curso profissionalizante Curso profissionalizante Ensino Superior GraduaçãoLicenciaturas Pós-Graduação Vanessa Dinalo de Marchi 152 ANEXO B – WEBQUESTS DE MATEMÁTICA – PORTUGAL. WebQuest de Matemática disponíveis no site do Projeto CRIE, da Beira Interior, em Portugal. Apresentamos o título das WQ de matemática analisadas. Ocultamos os nomes dos autores por não pedir autorização de divulgação. Essas WQ não tiveram indicação pelo autor de série. Título Obra de Pitágoras Aprender Brincando com as Formas Geométricas A Matemática na Natureza e a Sucessão de Fibonacci Tangram Geometria por Toda a Parte ...... A Matemática e a Natureza - Sucessão de Fibonacci Semelhança de Figuras O Número Pi Classificação de Quadriláteros Razão de Ouro Teorema de Pitágoras Tales de Mileto Lugares Geométricos/O Pirata das Caraíbas A Matemática na Arte: Padrões e Pavimentações/Revestimentos Teorema de Pitágoras Demonstração Geométrica do Teorema de Pitágoras - Trabalho de Grupo Os Sólidos Platónicos Poliedros Regulares e não Regulares Os Sólidos de Platão Poliminós Saber Mais sobre Pitágoras de Samos Vanessa Dinalo de Marchi Teorema de Pitágoras Divina Proporção Teorema de Pitágoras Semelhanças Teorema de Pitágoras A Duplicação do Cubo Entrevistando Pitágoras A Utilização da Geometria na Arte Teorema de Pitágoras Construção de Triângulos Matemática para a Vida - Geometria e Marcenaria "Classificação de Triângulos" Teorema de Pitágoras Em Busca do Conhecimento O que Sabes sobre M.C. Escher? Pitágoras A Matemática e a Natureza Sucessão de Fibonacci e o Número de Ouro Ouro por Todo o Lado Sólidos Geométricos 153 Vanessa Dinalo de Marchi ANEXO C – WEBQUEST “RAZÃO DE OURO” 154 Vanessa Dinalo de Marchi 155 APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Tema da Pesquisa: “Um Grupo de Estudos de Professores de Matemática e a Exploração de Conteúdos de Geometria Euclidiana em WebQuest”. Nome do (a) Pesquisador (a): Vanessa Dinalo de Marchi Nome do (a) Orientador (a): Nielce Meneguelo Lobo da Costa A sra. (sr.) está sendo convidada(o) a participar desta pesquisa, que tem como finalidade contribuir com subsídios para a área da Educação Matemática, em particular com a formação do professor que ensina Matemática, bem como enriquecer meus conhecimentos sobre formação e práticas didáticas que auxiliarão meus colegas de disciplina, para que a prática docente se torne sempre melhor. Ao participar deste estudo, a sra. (sr.) permitirá que a pesquisadora utilize as atividades desenvolvidas ao longo da pesquisa, bem como as gravações das sessões e filmagens. A sra. (sr.) tem liberdade de se recusar a participar e ainda se recusar a continuar participando em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo para a sra. (sr.). Sempre que quiser, poderá pedir mais informações sobre a pesquisa por meio do telefone da pesquisadora do projeto e, se necessário, por meio do telefone do Comitê de Ética em Pesquisa. Riscos e desconforto: a participação nesta pesquisa não traz complicações legais. Os procedimentos adotados nesta pesquisa obedecem aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos, conforme Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos usados oferece riscos à sua dignidade. Confidencialidade: todas as informações coletadas neste estudo são estritamente confidenciais. Somente a pesquisadora e a orientadora terão conhecimento dos dados. Benefícios: ao participar desta pesquisa, a sra. (sr.) não terá nenhum benefício direto. Entretanto, esperamos que este estudo traga informações importantes sobre formação e práticas didáticas, de forma que o conhecimento que será construído a partir desta pesquisa possa auxiliar nas metodologias utilizadas em sala de aula, uma vez que a pesquisadora se compromete a divulgar os resultados obtidos. Pagamento: a sra. (sr.) não terá nenhum tipo de despesa para participar desta pesquisa, bem como nada será pago por sua participação. Vanessa Dinalo de Marchi 156 Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre para participar desta pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se seguem: Confiro que recebi cópia deste termo de consentimento e autorizo a execução do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo. Obs: Não assine este termo se ainda tiver dúvida a respeito. Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu consentimento em participar da pesquisa. ____________________________________________________ Nome e Assinatura do Participante da Pesquisa __________________________________ Vanessa Dinalo de Marchi ___________________________________ Nielce Meneguelo Lobo da Costa Vanessa Dinalo de Marchi APÊNDICE B – PRIMEIRO ENCONTRO Tecnologias Interativas Aplicadas à Educação 157 Vanessa Dinalo de Marchi 158 Vanessa Dinalo de Marchi 159 Vanessa Dinalo de Marchi APÊNDICE C – SEGUNDO ENCONTRO. WebQuest Edição Colaborativa 160 Vanessa Dinalo de Marchi 161 Vanessa Dinalo de Marchi APÊNDICE D – TERCEIRO ENCONTRO. WebQuest Edição Colaborativa 162 Vanessa Dinalo de Marchi 163 Vanessa Dinalo de Marchi 164 Vanessa Dinalo de Marchi 165 APÊNDICE E – PRIMEIRA PESQUISA EXPLORATÓRIA COM PROFESSORES DE MATEMÁTICA DA REDE PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO Prezado professor, asseguramos total sigilo em relação à sua identidade e esclarecemos que essas informações servirão exclusivamente para fins de pesquisa científica, podendo ser utilizadas na divulgação de estudos acadêmicos. PESQUISA EXPLORATÓRIA COM PROFESSORES DE MATEMÁTICA DA REDE PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO Quanto tempo atua no magistério: _______ anos Idade: ____ anos Sexo: ( ) M Possui outro emprego? ( ) Sim ( )F Cargo: ( ) Efetivo ( ) OFA ( ) Não Disciplinas que está lecionando:________________________________________________ __________________________________________________________________________ Séries em que está lecionando:________________________________________________ __________________________________________________________________________ Curso/Formação inicial:_______________________________________________________ __________________________________________________________________________ Último curso acadêmico (nível universitário)/Ano de conclusão:_______________________ __________________________________________________________________________ Último curso de capacitação realizado/Ano de conclusão:____________________________ __________________________________________________________________________ Como você costuma desenvolver conteúdos geométricos com seus alunos? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Vanessa Dinalo de Marchi 166 Quais são os conteúdos geométricos mais difíceis de ser desenvolvidos com os alunos? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Os Cadernos do Professor e do Aluno, em relação aos conteúdos geométricos, estão trazendo contribuições para sua prática? Por favor, explique como e por que. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Você tem computador em casa? Normalmente para que finalidades ele é utilizado? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Você fez algum curso preparatório para utilização de computador e/ou internet com os alunos em sala de aula? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Vanessa Dinalo de Marchi 167 Acha interessante que seus alunos tenham acesso à internet? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Para preparar suas aulas você costuma se reunir com outros professores da mesma disciplina? Você acha que encontros com um grupo de professores da mesma área ajudariam nessa tarefa? Com que frequência? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Vanessa Dinalo de Marchi 168 APÊNDICE F – SEGUNDA PESQUISA EXPLORATÓRIA COM PROFESSORES DE MATEMÁTICA DA REDE PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO Prezado professor, asseguramos total sigilo em relação à sua identidade e esclarecemos que essas informações servirão exclusivamente para fins de pesquisa científica, podendo ser utilizadas na divulgação de estudos acadêmicos. PESQUISA EXPLORATÓRIA COM PROFESSORES DE MATEMÁTICA DA REDE PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO Como você avalia a metodologia WQ? Continuará a utilizá-la? Explique. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Após a aplicação da WQ, os alunos obtiveram aprendizado significativo sobre o assunto abordado? Explique. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Você usaria outros recursos utilizando a internet diferentes da WQ com seus alunos para desenvolver aprendizados significativos de Matemática? Quais? Em caso negativo, explique os principais motivos. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Vanessa Dinalo de Marchi 169 APÊNDICE G – TELAS DA ADAPTAÇÃO DA WQ RAZÃO DE OURO PARA DESENVOLVIMENTO COM ALUNOS DO 1° ANO DO ENSINO MÉDIO Vanessa Dinalo de Marchi 170 Vanessa Dinalo de Marchi 171 Vanessa Dinalo de Marchi 172