Artigo - BOAS IDÉIAS SEM COMUNICAÇÃO, NADA VALEM
Artigo 181 - BOAS IDÉIAS SEM COMUNICAÇÃO, NADA VALEM
LOBO, Oleni de Oliveira. Boas idéias sem comunicação, nada valem. CANAL RH (on-line) Dez 1999
RESUMO: Um dos conceitos mais importantes da comunicação é o FEED BACK POSITIVO. Este é um processo de ajuda
para mudança de comportamento. È a comunicação de uma pessoa, ou de um grupo, no sentido de fornecer-lhe informações
sobre como sua atuação está afetando outras pessoas. Feed Back eficaz ajuda o indivíduo (ou grupo) a melhorar seu
desempenho e assim alcançar seus objetivos.
PALAVRA-CHAVES: FEEDBACK, Comunicação humana, Comunicação interpessoal
BOAS IDÉIAS SEM COMUNICAÇÃO, NADA VALEM
“Você pode ter idéias brilhantes, mas se não conseguir transmiti-las, suas idéias não chegarão a lugar algum”
Tom Chung
A felicidade depende de uma boa convivência e esta é fruto de uma comunicação eficiente. Toda atividade social postula troca
de informações, seja entre os membros de um mesmo grupo ou de membros de grupos diferentes. Uma sociedade é feita de
indivíduos e de grupos que se comunicam entre si.
(Levi Strauss - 1962)
(...)
O bom exercício das diversas fases e formas de comunicação é que capacita o indivíduo aos relacionamentos múltiplos
possibilitando-lhe a mais desenvolvida forma de comunicação: a comunicação télica.
Esta porém somente é conseguida pelo exercício da inversão de papéis. Inversão de papéis é a fase mais rica do
desenvolvimento. Ocorre a inversão quando o indivíduo é capaz de perceber, assumir e desempenhar o papel do outro como
se o outro fosse. E quanto maior e mais rico for o rol dos seus relacionamentos, mais o processo de individuação faz-se
pressente Quanto mais relacionado, mais indivíduo, mais discriminado. Quanto menos relacionado, menos discriminado,
menos individual, por isso caótico, indiferenciado e incapaz de auto-realização.
Relembrando Teilhard Chardin, a auto-realização é ter a possibilidade do grão de inserir-se no monte: ainda que não se o
possa mais, encontrar, “perdido” que esteja num múltiplo e íntimo relacionamento com seus pares, com certeza está
individuado e preserva essa “sadia” individualidade.
Todo este processo pode continuar se amadurecendo por toda a vida. Quantas pessoas só sabem sobreviver em grupo
(circularização) e quantas que só sabem ficar só , “conversando com seus botões”, em pares sem permitir que outros
“invadam sua praia”. A inversão é o processo mais maduro. É aí que ocorre realmente a comunicação, respeitando o outro,
conseguindo perceber o que ele deseja e se interessando pelas experiências dos outros. Enfim quando alguém consegue se
colocar no lugar do outro, não apenas trocar de lugar, mas incorporar as idéias desta pessoa.
Portanto é imprescindível uma boa reflexão sobre os desejos e metas, pois só assim fica menos complicado perceber a
diferença entre o que pertence a um e o que pertence ao outro.
Para efetivamente acontecer um processo de comunicação perfeita é importante ouvir o outro e avaliar os outros, não sobre o
ponto de vista crítico e sim de posicionamento.
Um dos conceitos mais importantes da comunicação é o feedback positivo, é utilizar-se do reconhecimento das conquistas. No
processo de desenvolvimento de competência interpessoal, o feed back é um processo de ajuda para mudança de
comportamento. É comunicação a uma pessoa, ou grupo, no sentido de fornecer-lhe informações sobre como sua atuação
está afetando outras pessoas. Feed Back eficaz ajuda o indivíduo (ou grupo) a melhorar seu desempenho e assim alcançar
seus objetivos
Para tornar-se um processo realmente útil, o feed-back precisa ser tanto quanto possível:
a) Descritivo ao invés de avaliativo: quando não há julgamento, apenas o relato de um evento reduz-se a necessidade de
reagir defensivamente e assim o indivíduo pode ouvir e sentir-se à vontade para utilizar aquele dado como julgar conveniente
b) Específico ao invés de geral: Quando se diz que ele é dominador, isto tem o menos significado do que indicar seu
comportamento numa determinada ocasião. Por exemplo ser claro citar algo que realmente ocorreu e não algo vago.
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c) Compatível com as necessidades de ambos: pode ser altamente destrutivo quando satisfaz somente às necessidades do
comunicador sem levar em conta as necessidades do receptor.
d) Dirigido: para o comportamento que o receptor possa modificar, pois em caso contrário, a frustração será apenas
incrementada, se o receptor reconhecer faltas naquilo que está sob seu controle e mudar.
e) Solicitado ao, invés de imposto: será mais útil quando receptor tiver formulado perguntas que os que observam possam
responder
f) Oportuno: em geral, o feed-back é mais útil, o máximo possível após o comportamento em questão, dependendo,
naturalmente da prontidão da pessoa para ouvi-lo, apoio dos outros, e clima emocional.
g) Esclarecedor: para assegurar comunicação precisa, um modo de proceder é fazer com que o receptor repita o feed-back
recebido para ver se corresponde ao que o comunicador quis dizer. Quando o feed-back ocorre em um treinamento, se tem
oportunidade de verificar com os membros do grupo a extensão do feed-back, se é uma impressão individual ou
compartilhada por outros. Estes requisitos embora, muitas vezes bem compreendidos e aceitos intelectualmente, não são
fáceis de serem seguidos, tanto no processo de dar o feed-back quanto no de receber.
(...)
Deve-se pensar em feed-back como forma de melhoria de comunicação com o receptor e seus objetivos.
Para se elaborar um bom feed-back, é necessário tomar alguns cuidados básicos:
· Não utilizar o processo de feed-back como desabafo, agressão, não reagir à resistência do receptor com mais
pressão, pois isto só gera polêmica e não constrói nada.
· Tentar perceber se a pessoa está preparada para ouvir naquele momento o feed back.
· É preciso atentar para estes aspectos de nula ou fraca prontidão receptiva, que constituem verdadeiros bloqueios à
comunicação interpessoal
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MORENO, Jacob Levy - Psicodrama - Editora Cultrix Ltda. SP
ROBBINS, Harvey A. - Como Ouvir e Falar com Eficácia - Editora Campus - R. J. - 1994
Oleni de Oliveira Lobo é psicóloga psicodramatista, consultora organizacional da B&GBlanco e professora de
Psicologia daUNISANTA
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