1º Fórum de Regulação da Bahia 10 e 11 de abril de 2014 Vincenza Lorusso DIREG Percepção da “Regulação” População em geral (enquete) Entrevistadas 130 pessoas • 58% desconhece (76) • 42% “diz conhecer” (54) • 51% falta de vaga/ dificuldade acesso • 11% organização de acesso • 38% não faz ideia. Pré-conceito – – – – – – – Estigma Tabu Dilema Quebra-cabeça Mistério Enigma Falta de vagas Uma matemática que não bate.... ...Num sistema ainda não estruturado.... Necessidade de acesso ao componente ambulatorial (X . 2) = 2X População doente (X) População a ser assistida 2X + (X . 8%/100) = y > X Necessidade de acesso ao componente hospitalar (X . 8%)/100 Acesso componente ambulatorial 0,8 X População Assistida 0,8 X + (X . 4%/100) = Z < Y População doente (X) Acesso ao componente hospitalar (Regulação) hospitalar (X . 4%)/100 X = 2X + (8%/100) = Y X = 0,8X + (4%/100) = Z (<Y) = FILAS AMBULATORIAIS E HOSPITALARES As filas.... Apenas uma questão matemática? E dever do Estado.... Saúde: questão “Multifatorial” Fatores determinantes ligados à população • Crescimento e envelhecimento populacional – Crescimento demanda de saúde • Falta de cuidado com a própria saúde – Álcool Acidentes e Violência – Drogas – Má alimentação: hipertensão, diabetes... patologias cardiovasculares.... Fatores determinantes do Sistema de Saúde • Vazio assistencial “histórico” • Atividades de prevenção e promoção - AB quantitativamente e qualitativamente precária • Avanços tecnológicos: – Aumento das exigências por parte dos pacientes e dos profissionais de saúde: • Utilização legítima? • Abusiva? • Excessiva? Fatores determinantes do Sistema de Saúde • Eficiência • Gestão interna de leitos: TOH e TMP • Comprometimento profissionais – Gestores, diretores, médicos, enfermeiros e outras categorias • • • • • Relatório Carga horária Manejo de pacientes Flexibilidade no perfil Disponibilidade para contato • PPI – Esvaziamento recursos dos polos, baixa resposta executantes – Falta de recursos Emergências dos grandes hospitais Enfermarias de alguns hospitais A regulação A Regulação Ferramentas da Regulação Autoridade sanitária Qual? Central Estadual de Regulação Polo de Macrorregião Polo de Microrregião Município PS PSF HPP Hospital PSF Regulação Hospitalar Regulação U/E UPA Regulação Ambulatorial Hospital PS Centro Referência Especializado Requisitos para implantação dos Complexos Reguladores Requisitos estruturais/funcionais Sede Estruturação: Mobiliário, Rede Lógica, Informática e Telefonia Contratação e capacitação RH Custeio Requisitos operacionais Oferta de Serviços Organização das Redes Assistenciais Definição das unidades de referência Pactuação de Fluxos (gestores, assistência) Transporte Monitoramento Treinamentos SISREG III Apesar dos investimentos e ampliação da oferta... Regular um paciente de U/E... Tarefa “hercúlea” • Insuficiência de vagas • Superlotação das grandes emergências • Longas listas de pacientes aguardando na fila da U/E da CER/CR nas várias especialidades • Sistema/rede desorganizado, fragmentado, engessado em um “perfil” limitante • Grande número de processos judiciários/liminares (cerca 2000 em 2013 - aumento de 50% em relação a 2012) Por que???????? • População em aumento e sem se cuidar • Eficiência das unidades limitadas – – – – Quebra equipamentos Falta materiais e medicamentos Limitações financeiras Ausência de plantonistas, especialistas Solicitações “extra” à regulação • Não realização dos procedimentos para os quais os hospitais de municípios polo do interior estão habilitados • Retração dos municípios quanto à ampliação da oferta MC • Não disponibilização de leitos por parte da rede complementar apesar da filantropia... • Prestadores ofertando serviços com limitação de perfil (custo) População Doente Regulação Sistema de Saúde 1000 solicitações/dia 100 vagas/dia Critérios.... Critérios para regulação GAV T • • • • G = gravidade A = recursos necessários V = valor social T= tempo de espera • Sistema judiciário (Liminares, Ministério Público, Promotoria, etc.) • Situações “contingenciais” específicas das unidades • Pressão “social” • Inter-relações Motivos da Resolução Negativa -2013 46% solicitações Número % 17.948 35,01 Alta pela unidade 8.036 15,68 Cancelamento da solicitação do recurso 7.843 15,3 Dados insuficientes para regulação 3.978 7,76 Evasão 3.791 7,4 Mutirão - Substituição do procedimento 3.145 6,13 Término do contrato 2679 5,23 Não atualização do quadro clínico pela unidade 1827 3,56 Óbito 948 1,85 Unidade solicitante não enviou o paciente 656 1,28 Procedimento contra-indicado pelo especialista 346 0,67 Recurso não disponível por falta de especialidade ou procedimento 34 0,07 Transferido para outra unidade sem regulação 18 0,04 Paciente não encontrado na unidade 5 0,01 Resolvido na unidade solicitante 5 0,01 Ocorrência sem atualização por mais de 72h 5 0,01 51.264 100 Alta a pedido Total Comparativo processos administrativos e judiciários 2009 - 2013 3,000 2,447 2,500 1,930 2,000 61% liminares 1,500 1,117 840 1,000 500 247 0 2009 2010 2011 2012 2013 Qual o papel e a responsabilidade de cada “Ator”? Papéis e responsabilidades • Profissional de saúde: – Compromisso e ética com o trabalho e os pacientes... – Atualização dos relatórios enviados à Regulação – Flexibilidade na discussão do “perfil” Curto prazo (já) • Unidade de saúde: – Organização interna (gestão de leitos, TMP, TOH, perfil) – Utilização Protocolos de Regulação Curto e médio prazo Papéis e responsabilidades • Municípios: – Investir na AB e atividades de prevenção e promoção – Aderir ao SISREG e aos CR regionais – Participar nos treinamentos da DIREG/COREM • Estado: Curto e médio prazo – Continuar a ampliação da rede assistencial (hospitais, leitos, procedimentos) – Ampliar MAC – Rediscutir, renegociar e acompanhar a PPI Médio e longo prazo Papéis e responsabilidades • Ministério: – Financiamento do SUS e revisão da tabela – SUS sustentável? : Identificar linhas e políticas de financiamento – Alocação de recursos para viabilizar a PPI – Revisão da Lei de Responsabilidade Fiscal – Discussão da política de contratação de RH: vínculo permanente profissionais – unidades – pacientes – “Despartidarização” da saúde – “Despolitização”? Longo prazo Perspectivas • DIREG: – Implantação do Complexo Regulador da Região Centro Leste (Feira de Santana) Curto prazo – Implantação do II Complexo Regulador Interestadual: Pernambuco – Bahia – Sergipe – Alagoas – II Fórum da Regulação da Bahia, 15-16 de abril 2015 (F.N.) Médio prazo Regulação: barreira ou garantia de acesso? • Garantia: – Classificação de risco como critério único e absoluto – Autoridade sanitária – Disponibilização das vagas às Centrais – Utilização de Protocolos – Maior eficiência das unidades (gestão, fluxos, rotação leitos) – Maior comprometimento dos profissionais • Barreira: – Sistema não organizado nos seus vários níveis de complexidade – Falta da estrutura mínima de suporte de vida nos municípios – Falta da estrutura mínima de regulação nos municípios – Regulações paralelas – Desconsideração da autoridade sanitária – Perfil rígido “Agora, depois de ter vivido minha vida até esse ponto, posso afirmar que não tem nada de "Dom Quixote" em querer mudar o mundo. É possível. É o trabalho ao qual a humanidade se dedica desde sempre. Não posso perceber uma vida melhor daquela vivida com entusiasmo, ... Dedicada às Utopias, À recusa obstinada do caos inevitável e do desconforto (…). O importante, me dou conta agora, não é ver todos os próprios sonhos realizados, mas continuar obstinadamente a sonhá-los”. Gioconda Belli, escritora nicaraguense Obrigada! Vincenza Lorusso DIREG [email protected]