PERIODISMO DEPORTIVO Y AUDIENCIA: EL LENGUAJE
DEL PROGRAMA GLOBO ESPORTE*
JORNALISMO ESPORTIVO E AUDIÊNCIA:
A LINGUAGEM DO PROGRAMA GLOBO ESPORTE
Leonor Werneck dos Santos 1
Lucas Torres de Oliveira Affonso
Leonor Werneck dos Santos 1
2
Lucas Torres de Oliveira Affonso 2
Resumen
Resumo
A partir del análisis del lenguaje verbal y de estrategias no verbales, pretendemos
mostrar, en este artículo, los principales recursos utilizados por TV Globo en la
cobertura de las transmisiones deportivas. Nuestras bases teóricas se fundamentan
en dos líneas: investigadores de Comunicación Social, especialmente del lenguaje
periodístico, como Lage (1999, 2001), Barbeiro y Rangel (2006), Hernandes
(2006), Bezerra (2008, 2009), Moraes (2008), Nascimento (2009), entre otros;
e investigadores de Filología, principalmente de Lingüística del Texto y Análisis
del Discurso, como Charaudeau (2006), Fiorin (2000), Marcuschi (1986, 2001),
Morais (2012), Van Dijk (2008), entre otros. Nuestro objetivo principal es discutir
las formas de relato y descripción del periodismo deportivo, con énfasis en un
análisis del programa Globo Esporte, versiones de 1981 y 2011. Observamos,
principalmente, los cambios en el grado de formalidad y el nivel de lenguaje
utilizado; vamos a analizar, también, los criterios que definen lo que es o no
noticia. Como conclusiones previas de ese breve análisis, observamos que hubo
cambios significativos en la organización textual del programa, con la finalidad
de conquistar cada vez más televidentes en sintonía con las novedades virtuales.
A partir da análise da linguagem verbal e de estratégias não verbais, pretendemos
mostrar, neste artigo, os principais recursos utilizados pela TV Globo na cobertura
das transmissões esportivas. Nossa base teórica fundamenta-se em duas linhas:
pesquisadores de Comunicação Social, especialmente da linguagem jornalística,
como Lage (1999, 2001), Barbeiro e Rangel (2006), Hernandes (2006), Bezerra
(2008, 2009), Moraes (2008), Nascimento (2009), dentre outros; e pesquisadores
de Letras, principalmente de Linguística de Texto e Análise do Discurso, como
Charaudeau (2006), Fiorin (2000), Marcuschi (1986, 2001), Morais (2012), Van
Dijk (2008), dentre outros. Nosso objetivo principal é discutir as formas de relato
e descrição do jornalismo esportivo, enfatizando uma análise do programa Globo
Esporte, versões de 1981 e 2011. Observamos, principalmente, as mudanças no
grau de formalidade e o nível de linguagem utilizado; analisaremos, também, os
critérios que definem o que é ou não notícia. Como conclusões prévias dessa breve
análise, observamos que houve mudanças significativas na organização textual
do programa, visando a conquistar cada vez mais telespectadores antenados
com as novidades virtuais.
* Versión española: Amanda Mesquita (UERJ), Isabella Lages do Amaral (UERJ) y Anna Carolina Castelo
Branco (UERJ), bajo supervisión de Dayala P. de Medeiros Vargens (UFF).
1 Doctora en Lengua Portuguesa, Profesora de la Faculdade de Letras e da Escola de Comunicação/
UFRJ. pasantía de postdoctorado (2013) con beca PDSenior/CNPq. Integrante del GT Linguística de Texto y
Análise da Conversação da ANPOLL. Este artículo resulta de investigación elaborada sob mi tutoria, durante
la asignatura Língua Portuguesa II (2012/1). Homepage: www.leonorwerneck.com
2 Estudiante (5º semestre) del curso de Comunicação Social da Escola de Comunicação/UFRJ. Email:
[email protected]
1 Doutora em Língua Portuguesa, Professora da Faculdade de Letras e da Escola de Comunicação/
UFRJ. Estágio de Pós-Doutorado (2013) com Bolsa PDSenior/CNPq. Integrante do GT Linguística de Texto e
Análise da Conversação da ANPOLL. Este artigo é fruto de uma pesquisa elaborada sob minha orientação,
durante a disciplina Língua Portuguesa II (2012/1). Homepage: www.leonorwerneck.com
2 Estudante de Graduação (5º semestre) do curso de Comunicação Social da Escola de Comunicação/
UFRJ. Email: [email protected]
1
Palabras clave
Palavras-chave
Lenguaje periodístico; Periodismo deportivo; Niveles del lenguaje; Lenguaje de los medios.
Linguagem jornalística; Jornalismo esportivo; Níveis de linguagem; Linguagem da mídia.
1. Introducción
1. Introdução
En este artículo, proponemos breve análisis del periodismo deportivo, señalando
los cambios a lo largo de tres décadas (1981-2011) del programa Globo Esporte
(de ahora en adelante, GE). Nuestro objetivo es analizar ese programa deportivo,
observando los cambios en el nivel lenguaje periodístico y en los recursos que
se utilizan para narrar y editar notas periodísticas.
Vamos a dar énfasis a noticias vinculadas al fútbol, deporte más popular
del país, con destaque a reportajes del GE, uno de los iconos de la televisión
brasileña, que estrenó en la rejilla de programación de Rede Globo en 1978.
Vamos a analizar como el lenguaje periodístico ha cambiado en ese programa,
observando aspectos relacionados con los grados de formalidad, la mezcla entre
relato y descripción y la dramaticidad presente en los programas más actuales.
Tomamos como punto de partida (y de llegada) la necesidad de mantenimiento
de la audiencia por parte de la emisora, se consideran marcas lingüísticas y
discursivas como determinantes en la estrategia comunicativa, conforme defenden
Pauliukonis, Gavazzi y Santos (1996, p. 89):
Neste artigo, pretendemos propor uma breve análise do jornalismo esportivo,
mostrando as modificações ao longo de três décadas (1981-2011) do programa
Globo Esporte (doravante, GE). Nosso objetivo é analisar esse programa esportivo,
observando as mudanças no nível linguagem jornalística e nos recursos utilizados
para narrar e editar as matérias.
Enfatizaremos notícias vinculadas ao futebol, esporte mais popular do país,
em destaque em matérias do GE, um dos ícones da televisão brasileira, que
estreou na grade da Rede Globo em 1978. Analisaremos como a linguagem
jornalística mudou nesse programa, observando aspectos relacionados aos
graus de formalidade, à mistura entre relato e descrição e à dramaticidade
presente nos programas mais atuais.
Tomamos como ponto de partida (e de chegada) a necessidade de manutenção
da audiência por parte da emissora, considerando marcas linguísticas e
discursivas como determinantes na estratégia comunicativa, conforme defendem
Pauliukonis, Gavazzi e Santos (1996, p. 89):
El texto - no importa en que modalidad discursiva se inserte resulta de una compleja red de procesos. En su construcción, los
Sujetos comunicante e interpretante [emisora y público] recurren
a sistemas y estrategias sociocognitivas, instaurando la coherencia
interaccional. La marca primordial de esas estrategias recae en el
O texto - não importa em que modalidade discursiva se insira - é
resultado de uma complexa rede de processos. Em sua construção,
os Sujeitos comunicante e interpretante [emissora e público]
recorrem a sistemas e estratégias sociocognitivas, instaurando
a coerência interacional. A marca primordial dessas estratégias
recai no conhecimento de mundo partilhado. [grifos das autoras]
conocimiento de mundo compartido. [letras cursivas de las autoras]
2. Fútbol: un espectáculo planificado por la televisión
2. Futebol: um espetáculo planejado pela televisão
Fiori Gigliotti, radialista y locutor deportivo, iniciaba las transmisiones de los partidos
de fútbol con una frase que se ha vuelto una muletilla: “Se abre el telón y empieza
Fiori Gigliotti, radialista e locutor esportivo, iniciava as transmissões das partidas de
futebol com uma frase que se tornou um bordão: “Abrem-se as cortinas e começa o
2
el espectáculo”. Así, primeramente, se debe entender como el fútbol se hizo foco
principal del GE (y de otros programas deportivos), tratándose como espectáculo.
Sabemos que el fútbol es un creador de identidades y que hay entre cada
hinchada la idea de constitución de una nación - concepto que, para Anderson
(1989), se refiere a una comunidad imaginada, limitada y soberana, lo que, de
hecho, parece aplicarse a las hinchadas de fútbol. Así, según Bezerra (2008, p. 70),
espetáculo”. Assim, primeiramente, precisamos entender como o futebol se tornou o
foco principal do GE (e de outros programas esportivos), sendo tratado como espetáculo.
Em maior escala, sabemos que o futebol é criador de identidades e que há entre
cada torcida a ideia de constituição de uma nação - conceito que, para Anderson
(1989), refere-se a uma comunidade imaginada, limitada e soberana, o que, de
fato, parece aplicar-se às torcidas de futebol. Assim, segundo Bezerra (2008, p. 70),
El hincha tiene la sensación de que no está solo, de que tiene algo en
común con los otros espectadores que toman partido, en favor del
mismo deportista o del mismo equipo que él, y, en estas condiciones, no
tiene verguenza de manifestar en voz alta sus sentimientos y opiniones.
O torcedor tem a sensação de que não está só, de que tem algo em
comum com os outros espectadores que tomam partido, a favor do
mesmo esportista ou da mesma equipe que ele, e, nestas condições, não
se envergonha de manifestar em voz alta seus sentimentos e opiniões.
Además, el fútbol es un producto de una industria que, según Moraes (2008,
p. 118), movimienta en todo el mundo US$ 250.000 millones por año. Según
Melo (2003, apud MORAIS, 2012, p. 58), hay tres funciones del deporte en la
comunicación masiva- informar, instruir y persuadir:
Além disso, o futebol é um produto de uma indústria que, segundo Moraes
(2008, p. 118), movimenta em todo o mundo US$ 250 bilhões por ano.
Segundo Melo (2003, apud MORAIS, 2012, p. 58), há três funções do esporte
na comunicação de massa - informar, instruir e persuadir:
En su función informativa, se ve el deporte como noticia y ocupa un
gran espacio en los medios de comunicación como radio, periódicos,
Internet, siendo una rama importante dentro del periodismo,
fomentando cada vez más la creación de periódicos y revistas
especializados en el asunto e incluso programas específicos en
canales de televisión e internet. Como forma de persuasión, se puede
utilizar el deporte como propaganda, con mensajes publicitarios
de los eventos deportivos o de marcas y productos asociados a las
prácticas de los más diversos deportes, esa función es importante,
pues genera recursos para el mantenimiento y expansión de los
deportes y de sus agentes. Ya en la función instructiva, el deporte
incentiva la práctica de ejercicios físicos y hábitos saludables para
distintas franjas de población. Por fin, como atividad de ocio, el
mundo de los deportes hoy puede proporcionar diversión tanto a
quien comparece a los estadios y demás locales donde ocurren los
eventos deportivos, como para aquellos que prefieren acompañar
Na sua função informativa, o esporte é visto como notícia e
ocupa um grande espaço nos meios de comunicação como
rádio, jornais, Internet, sendo um ramo importante dentro do
jornalismo, fomentando cada vez mais a criação de jornais e revistas
especializados no assunto e até programas específicos em canais
de TV e Internet. Como forma de persuasão, o esporte pode ser
utilizado como propaganda, com mensagens publicitárias dos eventos
esportivos ou de marcas e produtos associados às práticas dos mais
diversos esportes, esse papel é importante, pois gera recursos
para a manutenção e expansão dos esportes e de seus agentes.
Já na função instrutiva, o esporte incentiva a prática de exercícios
físicos e hábitos saudáveis para diferentes faixas populacionais.
Por fim, como atividade de lazer, o mundo dos esportes hoje pode
proporcionar diversão tanto a quem comparece aos estádios e
demais locais onde ocorrem eventos esportivos, quanto para
aqueles que preferem acompanhar de dentro de suas casas em
3
de dentro de sus casas en programas de televisión, lo que también
trae lucros a esas empresas de comunicación y sus patrocinadores,
incentivando aún más ese segmento periodístico y el propio deporte.
programas de TV, o que também traz lucros a essas empresas de
comunicação e seus patrocinadores, incentivando ainda mais esse
segmento jornalístico e o próprio esporte.
Con el objetivo de conquistar y fidelizar un público cada vez más grande, las emisoras
de radio y televisión apelan para la emoción y la espectacularización, y son varios
los recursos que se usan para alcanzar credibilidad y cautivar el espectador - lo que
percibimos incluso en transmisiones antiguas de los partidos. Como pone de relieve
Bezerra (2008, p.85), “Para ilustrar el imaginario del hincha y conquistar su audiencia,
narradores utilizan formas creativas, inventan muletillas y buscan en el propio pueblo
expresiones que pueden facilitar la identificación con lo que están hablando”.
En el caso de la transmisión televisiva, no se hace nada al azar: todo es
estrategicamente planeado y organizado hasta llegar al espectador.
Visando a conquistar e fidelizar um público cada vez maior, as emissoras de
rádio e TV apelam para a emoção e a espetacularização, e são vários os recursos
usados para alcançar credibilidade e cativar o espectador - o que percebemos
mesmo em transmissões antigas dos jogos. Como destaca Bezerra (2008, p.85),
“Para ilustrar o imaginário do torcedor e conquistar a sua audiência, narradores
utilizam formas criativas, inventam bordões e buscam no próprio povo, expressões
que podem facilitar a identificação com o que estão falando”.
No caso da transmissão televisiva, nada é feito por acaso: tudo é estrategicamente
planejado e organizado até chegar ao espectador.
En las transmisiones deportivas, vemos placas, fajas y paneles,
estrategicamente ubicados en el no ángulo de visión de la televisión. Las
camisetas de los atletas deportivos también tienen espacios reservados
para el nombre de los patrocinadores. Se piensa todo como forma
de espectáculo y forma parte de la industria que el deporte mueve.
Nas transmissões esportivas, vemos placas, faixas e painéis,
estrategicamente colocados no ângulo de visão da TV. As camisetas
dos atletas esportivos também têm espaços reservados para
o nome dos patrocinadores. Tudo é pensado como forma de
espetáculo e faz parte da indústria que o esporte movimenta.
(BEZERRA, 2008, p.78)
(BEZERRA, 2008, p.78)
Charaudeau (2006, p. 86) afirma que la información de los medios pretende gozar
de la mayor credibilidad posible con el mayor número de receptores. Para el autor,
la credibilidad estaría relacionada con una racionalidad alejada del espectáculo en
la transmisión de la información, algo que se conquista a lo largo del tiempo por
la capacidad de ser creíble, dependiendo, por lo tanto, de un reconocimiento del
público. Pero, por el hecho de el periodismo deportivo lidiar con la producción
de emociones – lo que se puede percibir como tendencia predominante en GE –,
Charaudeau (2006, p. 92) expone una contradicción del proceso.
Charaudeau (2006, p. 86) afirma que a informação midiática visa a gozar da
maior credibilidade possível com o maior número de receptores. Para o autor,
a credibilidade estaria ligada a uma racionalidade afastada do espetáculo na
transmissão da informação, algo que se conquista ao longo do tempo pela
capacidade de ser crível, dependendo, portanto, de um reconhecimento do
público. Porém, pelo fato de o jornalismo esportivo lidar com a produção de
emoções – o que se pode perceber como tendência predominante no GE –,
Charaudeau (2006, p. 92) expõe uma contradição do processo.
Así, el contrato de información de los medios es, en su fundamento,
marcado por la contradicción: finalidad de hacer saber, que debe
Assim, o contrato de informação midiática é, em seu fundamento,
marcado pela contradição: finalidade de fazer saber, que deve buscar
4
buscar un grado cero de espectacularización de la información para
satisfacer el principio de seriedad al producir efectos de credibilidad;
finalidad de hacer sentir, que debe hacer elecciones estratégicas
apropiadas a la escenificación de la información para satisfacer el
principio de emoción al producir efectos de dramatización.
um grau zero de espetacularização da informação, para satisfazer
o princípio de seriedade ao produzir efeitos de credibilidade;
finalidade de fazer sentir, que deve fazer escolhas estratégicas
apropriadas à encenação da informação para satisfazer o princípio
de emoção ao produzir efeitos de dramatização.
De esa forma, las apariciones de locutores y reporteros no sólo en las transmisiones,
pero también en los programas deportivos, relatando lo que de más relevante
ocurrió, se tornaron indispensables al televidente, como observa Bezerra (2008, p.
85): “La imagen ya no basta, necesita acompañarse de un contador de la historia,
relatando el hecho que está ocurriendo en aquel momento: el partido”.
Acerca de eso, Lage (1999, p. 45) afirma que el público dejó de interpretar por si
mismo los sucesos del partido, precisamente por la figura de los reporteros y locutores:
Desta forma, as aparições de locutores e repórteres não só nas transmissões,
mas também nos programas esportivos, relatando o que de mais relevante
aconteceu, tornaram-se indispensáveis ao telespectador, como observa Bezerra
(2008, p. 85): “A imagem já não basta, é preciso ser acompanhada de um contador
da história, relatando o fato que está ocorrendo naquele momento: o jogo”.
Sobre isso, Lage (1999, p. 45) afirma que o público deixou de interpretar por si
próprio os acontecimentos do jogo, justamente pela figura dos repórteres e locutores:
Ya en el deporte, agresividad e impulso de posesión (la competición)
están reglamentados. El público a que se destinan noticiario y
reportaje deportiva sufre proceso de disfunción narcotizante, o sea,
se dispensa interpretar cada lance a la espera de las palabras del
narrador o comentarista. Y, al mismo tiempo, asume actitud activa,
o sea, se proyecta en el atleta o en el equipo y se identifica con sus
favoritos como si estuviera directamente involucrado en la disputa.
Já no esporte, agressividade e impulso de posse (a competição)
estão regulamentados. O público a que se destinam noticiário e
reportagem esportiva sofre processo de disfunção narcotizante,
isto é, dispensa-se interpretar cada lance à espera da palavra do
narrador ou comentarista. E, ao mesmo tempo, assume atitude
ativa, isto é, projeta-se no atleta ou na equipe e se identifica com
seus favoritos como se estivesse diretamente envolvido na disputa.
Debido a esa influencia del deporte en los medios, emisoras como Rede Globo
invierten considerables sumas de dinero, comprando derechos de transmisión,
con el objetivo de cautivar a los televidentes. Se piensa todo en detalles, pues,
como reacuerdan Pauliukonis, Gavazzi y Santos (1996, p. 96):
Devido a essa influência do esporte na mídia, emissoras como a Rede Globo
investem altas somas de dinheiro, comprando direitos de transmissão, com o
intuito de cativar os telespectadores. Tudo é detalhadamente pensado, pois,
como lembram Pauliukonis, Gavazzi e Santos (1996, p. 96):
El mantenimiento de la audiencia representa el primer objetivo
de cualquier emisora. En realidad, el público meta tiene una
expectativa que se debe satisfacer de forma adecuada, para que
haya una cumplicidad entre el Sujeto comunicante (emisora) y el
A manutenção da audiência configura o objetivo primeiro de qualquer
emissora. Na realidade, o público-alvo possui uma expectativa
que deve ser preenchida de forma adequada, para que haja uma
cumplicidade entre o Sujeito comunicante (emissora) e o Sujeito
interpretante (telespectador). [grifos das autoras]
Sujeto interpretante (televidente). [letras cursivas de las autoras]
5
3. La noticia que se produce de acuerdo con lo inusitado
3. A notícia produzida de acordo com o inusitado
En los últimos años, la definición de qué es o no noticia pasó a depender no
del deber de informar lo que es relevante, pero de qué es interesante al público,
qué alcanza el mayor número de personas, generando lucro por la audiencia y
por la demanda social. En el caso específico de noticias deportivas, según Morais
(2012, p. 57), “los asuntos deportivos fueron, de manera gradual, ocupando
espacio en los grandes periódicos hasta ganaren publicaciones especializadas,
como Lance, Marca, Vencer, Olé, entre otros”. Para Sousa (2005, p. 2),
Nos últimos anos, a definição do que é ou não notícia passou a depender
não do dever de informar o que é relevante, mas do que é interessante ao
público, que atinge o maior número de pessoas, gerando lucro pela audiência
e pela demanda social. No caso específico de notícias esportivas, segundo
Morais (2012, p. 57), “os assuntos esportivos foram gradativamente ocupando
espaço nos grandes jornais até ganharem publicações especializadas, como
Lance, Marca, Vencer, Olé, entre outros”. Para Sousa (2005, p. 2),
Como en cualquier producto periodístico, la selección de la noticia
deportiva es un proceso orientado por los criterios de noticiabilidad
universales a la actividad de producción y transformación de sucesos
en hechos noticiables. También en el noticiario deportivo tiene más
posibilidades de volver noticia lo que es factual, que despierta el interés
del público, que alcanza el mayor número de personas, que sea inusitado
Como em qualquer produto jornalístico, a seleção da notícia esportiva
é um processo norteado pelos critérios de noticiabilidade universais
à atividade de produção e transformação de acontecimentos em
fatos noticiáveis. Também no noticiário esportivo tem mais chances
de se tornar notícia o que é factual, que desperta o interesse do
público, que atinge o maior número de pessoas, que seja inusitado
ou curioso, que seja novidade e que apresente bons personagens.
o curioso, que sea novedad y que presente buenos personajes.
Así, se vuelve noticia no lo que prioritariamente es utilidad pública, pero lo que
puede generar mayor repercusión y audiencia de acuerdo con un abordaje que se
vuelva al espectáculo y a la producción de emociones en quien lo asiste. En el caso
del deporte, que, como apuntan Morais (2012) y Barbeiro y Rangel (2006, p. 13), se
confunde con entretenimiento, ya existe una predisposición para la espectacularización:
la manipulación de una “pasión nacional”, en la cual ya hay emociones involucradas.
Cuanto a la tipología textual predominante, según Nascimento (2009), la
estructura de la noticia tiende a ser prioritariamente narrativa, forma redaccional
que predomina en el lenguaje periodístico, con características de objetividad e
intento de imparcialidad (cf. JUNKES, 2001). Ya para Dolz y Schneuwly (2004),
lo que caracteriza el mundo del narrar es la existencia de la intriga, mientras el
mundo del relatar estaría más relacionado a la representación de memoria y
documentación. Para los autores, relatar es describir, por medio del discurso,
acciones y experiencias vividas situadas en el tiempo.
6
Assim, torna-se notícia não o que prioritariamente é utilidade pública, mas o
que pode gerar maior repercussão e audiência de acordo com uma abordagem que
tenda ao espetáculo e à produção de emoções em quem assiste. No caso do esporte,
que, como apontam Morais (2012) e Barbeiro e Rangel (2006, p. 13), é confundido
com entretenimento, já existe uma predisposição para a espetacularização: a
manipulação de uma “paixão nacional”, em que já há emoções envolvidas.
Quanto à tipologia textual predominante, segundo Nascimento (2009), a
estrutura da notícia tende a ser prioritariamente narrativa, forma redacional
que predomina na linguagem jornalística, com características de objetividade
e tentativa de imparcialidade (cf. JUNKES, 2001). Já para Dolz e Schneuwly
(2004), o que caracteriza o mundo do narrar é a existência da intriga, enquanto
o mundo do relatar estaria mais relacionado à representação de memória e
documentação. Para os autores, relatar é descrever, por meio do discurso,
ações e experiências vividas situadas no tempo.
Pero, aunque el relato periodístico pretenda ser objetivo e imparcial - lo que
por sí solo es difícil, pues no existe lenguaje imparcial -, percibimos actualmente el
predominio del relato que se basa en elementos ficcionales de la narrativa, como
personajes bien definidos y creación de clímax, de manera que se construye un
terreno propicio a la dramatización de la noticia. Para Nascimento (Id., p. 54.),
Porém, embora o relato jornalístico pretenda a ser objetivo e imparcial
- o que por si só já é difícil, pois não existe linguagem imparcial -, notamos
atualmente o predomínio do relato baseado em elementos ficcionais da
narrativa, como personagens bem definidos e criação de clímax, constituindo
um terreno propício à dramatização da notícia. Para Nascimento (Id., p. 54.),
Aunque el relato periodístico procure fundamentares en bases
‘científicas’ y objetivas en la búsqueda por la información, hay que
considerarse que la estructuración narrativa también es inherente
a él, lo que equivale a decir que su potencial ficcional también lo es.
Ainda que o relato jornalístico procure se calcar em bases ‘científicas’
e objetivas na busca pela informação, há que se considerar que a
estruturação narrativa também lhe é inerente, o que equivale a
dizer que seu potencial ficcional também o é.
En ese sentido, percibimos que el GE actualmente también parece haber
adoptado esa dramatización como recurso principal en los reportajes exhibidos.
Solamente atenerse a los hechos se volvió difícil, pues no atrae al público. Así, las
notas centrales del programa siempre buscan algo inusitado, en un universo fértil
en detalles, como es el de los deportes: alguién en las graderías con una historia
curiosa acerca de la cual se pueda construir una relación con os partidos de fútbol;
lances “espectaculares” o “increíbles”; un jugador que se haya destacado por
haber protagonizado algún lance raro; peinados, uniformes inesperados, e incluso
historias de empleados de clubes que puedan rendir un buen drama.
La edición carioca del GE del día 30/04/2012, por ejemplo, cuyo acontecimiento
central fue la conquista de la Taça Rio por Botafogo, tuvo la recogepelotas
Fernanda Maia como invitada. La empleada de Botafogo fue el destaque del
programa por haber hecho su trabajo de manera correcta – reponer la pelota
en campo con la mayor agilidad posible. Sin embargo, como la reposición de la
recogepelotas acabó originando el primer gol del equipo en el partido final, lo que
constituyó un lance inesperado, Fernanda Maia estuvo en el estudio al lado del
presentador Alex Escobar y aún fue tema de algunos reportajes de la emisora3.
En ese caso, percibimos la creación de una narrativa semejante a un guión
Nesse sentido, percebemos que o GE atualmente também parece ter adotado
essa dramatização como recurso principal nas reportagens exibidas. Somente aterse aos fatos tornou-se difícil, pois não atrai o público. Assim, as matérias centrais
do programa sempre procuram algo inusitado, em um universo fértil em detalhes,
como é o dos esportes: alguém nas arquibancadas com uma história curiosa
sobre a qual alguma relação possa ser construída com os jogos de futebol; lances
“espetaculares” ou “inacreditáveis”; um jogador que tenha se destacado por ter
protagonizado algum lance incomum; penteados, uniformes inesperados, e até
mesmo histórias de funcionários de clubes que possam render um bom drama.
A edição carioca do GE do dia 30/04/2012, por exemplo, cujo acontecimento
central foi a conquista da Taça Rio pelo Botafogo, teve a gandula Fernanda
Maia como convidada. A funcionária do Botafogo foi o destaque do programa
por ter feito seu trabalho de maneira correta – repor a bola em campo
com maior agilidade possível. Porém, como a reposição da gandula acabou
originando o primeiro gol do time na partida final, o que constituiu um lance
inesperado, Fernanda Maia esteve no estúdio ao lado do apresentador Alex
Escobar e ainda foi tema de algumas reportagens da emissora3.
Nesse caso, percebemos a criação de uma narrativa semelhante a um roteiro
3 Video disponible en: <http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte/v/fernanda-maia-ganduladestaque-na-final-da-taca-rio-participa-do-globo-esporte/1925983/>. Acceso en: 8 de mayo de 2012.
3 Vídeo disponível em: <http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte/v/fernanda-maia-ganduladestaque-na-final-da-taca-rio-participa-do-globo-esporte/1925983/>. Acesso em: 8 de maio de 2012.
7
de telenovelas, pues pasa a ser noticia el cotidiano de una empleada de un club
de fútbol. Eso muestra el acercamiento de la noticia a un género de ficción,
garantizando una invocación más leve y relajada a los reportajes, que, en el lugar
de exhibir hechos objetivos, tienen foco dirigido a una situación peculiar que
se vuelve relevante por generar interés en número más grande de personas.
Además, los relatos no ocurren siempre de forma linear y cronológica en los
reportajes del GE. Muchas veces, las notas empiezan por sucesos que ocurrieron
al final del partido y que, por presentaren elemento curioso que pueda utilizarse
para humor o dramaticidad, sirven de punto de partida para el relato. La edición
de los reportajes también presenta otros recursos típicos de obras ficcionales,
como canciones de fondo y uso de cámara lenta, lo que garantiza proximidad
a un trabajo cinematográfico, dependiendo de la emoción y el sentido que el
editor desea garantizar a la nota.
Según Tiago Leifert, hay um trabajo minucioso de investigación en redes
sociales por detrás de la elección de una simple canción de fondo para programas.
Por ejemplo, se elijen canciones de series y películas que tienen éxito entre el
público adolescente femenino a fin de conquistarlo. En nombre de la audiencia,
lo mismo ocurre con las imágenes que se usan: para agradar al público femenino
en general, Leifert afirma que optar por imágenes de jugadores sin camisa y
citar ropas de técnicos de fútbol en los programas son estrategias exitosas y
no disminuyen el tenor informativo de la cobertura de los partidos. “Nosotros
hacemos el Globo Esporte a quienes no les gusta el deporte”4, segundo Leifert.
De esta forma, cuando asistimos los reportajes de destaque del programa, tenemos
la sensación de asistir un video clip, ya que hay manipulación de las canciones en
armonía con las imágenes. Así, si la canción que se elige para un trecho del reportaje
tiene latidos rápidos, denotando algo electrizante, las imágenes también van a tener
cortes bruscos para que se contextualice el televidente, de una manera conveniente
a que el reportero desea transmitir sobre la situación. Según Lage (2001, p. 28),
de novela, pois passa a ser notícia o cotidiano de uma funcionária de um clube
de futebol. Isso mostra a aproximação da notícia com um gênero de ficção,
garantindo um apelo mais leve e descontraído às reportagens, que, em vez de
exibirem fatos objetivos, têm foco dirigido a uma situação peculiar que se torna
relevante por gerar interesse no maior número de pessoas.
Além disso, os relatos nem sempre acontece de forma linear e cronológica
nas reportagens do GE. Muitas vezes, as matérias começam por fatos que
aconteceram no fim do jogo e que, por terem um caráter curioso que possa
ser utilizado para humor ou dramaticidade, servem de ponto de partida para o
relato. A edição das reportagens também apresenta outros recursos típicos de
obras ficcionais, como músicas de fundo e uso de câmera lenta, o que garante
proximidade a um trabalho cinematográfico, dependendo da emoção e o sentido
que o editor deseja garantir à matéria.
Segundo Tiago Leifert, há um trabalho minucioso de pesquisa em redes
sociais por trás da escolha de uma simples música de fundo para as matérias.
Por exemplo, músicas de séries e filmes que fazem sucesso entre o público
adolescente feminino são escolhidas a fim de conquistá-lo. Em nome da audiência,
o mesmo acontece com as imagens usadas: para agradar ao público feminino
em geral, Leifert afirma que optar por imagens de jogadores sem camisa e citar
roupas de técnicos de futebol nas matérias são estratégias que dão certo e não
diminuem o teor informativo da cobertura das partidas. “A gente faz o Globo
Esporte pra quem não gosta de esporte”4, segundo Leifert.
Desta forma, ao assistirmos às reportagens de destaque do programa, temos a
sensação de estar assistindo a um videoclipe, já que há manipulação de músicas em
harmonia com as imagens. Assim, se a música escolhida para um trecho da reportagem
tiver batidas rápidas, denotando algo eletrizante, as imagens também terão cortes
bruscos para que o telespectador seja contextualizado, de uma maneira conveniente
ao que o repórter deseja transmitir sobre a situação. Segundo Lage (2001, p. 28),
4 Video disponible en: < http://www.youtube.com/watch?v=gr0MBXwKtlc>. Acceso en 24 de julio de 2012.
4 Vídeo disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=gr0MBXwKtlc>. Acesso em 24 de julho de 2012.
8
El reportrero es, por lo tanto, más que un agente inteligente, tal
como describe la actual teoría de la inteligencia artificial. Además
de procesar datos con autonomía, habilidad y recreatividad, modela
para sí mismo la realidad, con base en que construye su materia.
O repórter é, portanto, mais do que um agente inteligente, tal como
descreve a atual teoria da inteligência artificial. Além de processar
dados com autonomia, habilidade e recreatividade, modela para
si mesmo a realidade, com base no que constrói sua matéria.
Analizando el reportaje sobre el partido Fluminense x Botafogo5, exhibido
el 07/05/2012, es nítido ese trabajo de edición. El comentario sobre el partido
empieza con imágenes, en blanco y negro, de mayores en el estadio, con una
canción instrumental al fondo, haciendo una relación entre los hinchas y el partido,
con el apodo de “clásico abuelo”. Para garantizar un tono electrizante al partido,
los editores utilizam trechos de rock y canciones electrónicas mientras se cortan
y montan las imágenes. Los sucesos del partido son relatados o descritos por el
reportero al mismo tiempo. En los momentos de gol, se añade la narración del
locutor deportivo Luis Roberto (realizada en la transmisión del partido) en el
momento en que la jugada ocurrió, sumada a una versión del himno del clube
ejecutada como canción de fondo de las imágenes, para transmitir la carga
emocional del lance a los hinchas que asistem al programa.
La contextualización de la situación en que el partido se pasa, la descripción de
los hinchas, los uniformes, peinados, entre otros aspectos subjetivos se assemeja a
la técnica del “nariz de cera”6, abolido de los periódicos escritos en sustitución por
el lead y por el principio da pirámide invertida. En una analogía, se puede decir que
la modernización del periódico escrito llevó a la implantación de la objetividad en el
texto por medio del lead, mientras en GE, al contrario, la modernización condujo a
una subjetividad que se parece a la del “nariz de cera”.
Analisando a reportagem sobre o jogo Fluminense x Botafogo5, exibida no
dia 07/05/2012, é nítido esse trabalho de edição. O comentário sobre o jogo já
começa com imagens, em preto e branco, de idosos no estádio, com uma música
instrumental ao fundo, fazendo uma relação entre os torcedores e o jogo em
questão, apelidado de “clássico vovô”. Para garantir um tom eletrizante à partida,
os editores utilizam trechos de rock e música eletrônica enquanto as imagens são
cortadas e montadas. Os acontecimentos do jogo são relatados ou descritos pelo
repórter, ao mesmo tempo. Nos momentos de gol, é acrescentada a narração do
locutor esportivo Luis Roberto (ocorrida na transmissão da partida) no momento
em que a jogada aconteceu, somada a uma versão do hino do clube executada
como música de fundo das imagens, para transmitir a carga emocional do lance
aos torcedores que assistem ao programa.
A contextualização da situação em que o jogo se passa, a descrição dos
torcedores, dos uniformes, penteados, dentre outros aspectos subjetivos se
assemelha à técnica do nariz de cera, abolido dos jornais escritos em substituição
pelo lead e pelo princípio da pirâmide invertida. Em uma analogia, pode-se dizer
que a modernização do jornal escrito levou à implantação da objetividade no
texto por meio do lead, enquanto no GE, ao contrário, a modernização direcionou
a uma subjetividade que lembra a do nariz de cera.
En la televisión, pese a que haya más libertad de estilo que en el periódico,
observamos que existe un esquema básico de ordenación de los datos,
compuesto por el resumen, contextualización, presentación del hecho
principal, detallamiento, evaluación e informaciones adicionales. Ese
formato se asemeja al llamado “nariz de cera”, modalidad en desuso
en el periodismo impreso diario. (CAVALCANTI, 1999, p.320)
Na televisão, apesar de haver mais liberdade de estilo do que no
jornal, observamos que existe um esquema básico de ordenação
dos dados, composto pelo resumo, contextualização, apresentação
do fato principal, detalhamento, avaliação e informações adicionais.
Esse formato assemelha-se ao chamado nariz de cera, modalidade
em desuso no jornalismo impresso diário. (CAVALCANTI, 1999, p.320)
5 Video disponible en: <http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte-rj/v/de-virada-fluminensegoleia-botafogo-por-4-a-1-no-primeiro-jogo-da-final-do-carioca-2012/1936311/>. Acceso en: 8 de mayo de 2012.
6 Improviso de la prensa tradicional que consistía en usar recursos retóricos antes de presentar la noticia al lector.
5 Vídeo disponível em: <http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte-rj/v/de-virada-fluminensegoleia-botafogo-por-4-a-1-no-primeiro-jogo-da-final-do-carioca-2012/1936311/>. Acesso em: 8 de maio de 2012.
9
4. Globo Esporte: reformulación y entretenimiento em nombre de la audiencia
4. Globo Esporte: reformulação e entretenimento em nome da audiência
Desde su estrena en 1978, GE siempre se realizó en un estudio sencillo, con
solamente el presentador, encuadrado en la cámera, enfrente de un fondo con
el nombre del programa. Léo Batista era el presentador titular del programa y,
hasta 2007, GE seguía en un estudio sencillo, en que el presentador quedaba
en pie frente una pared en la cual se exhibían a los televidentes escudos de los
equipos, fotos de jugadores, entre otras imágenes, además del montaje de un
estudio virtual por medio de Chroma key. El teleprompter presentaba el texto
que sería hablado, y los presentadores se movían poco.
Renata Cuppen, actual editora de texto del GE/SP, en entrevista que está en
Bezerra (2009, p.4), afirma que el lenguaje utilizado era muy duro y que el uso
de solamente un cambio de cámara dejaba el presentador muy estático. Es lo
que se puede conferir en la edición carioca de 21 de marzo de 20077, en que la
presentadora Mylena Ciribelli parece seguir el texto planteado integralmente, con
entonación bien marcada y sin ningún improviso.
En 2008, hubo una reformulación en el GE, que pasó a producirse en
Rio de Janeiro para todo Brasil, con noticias de clubes de todas las regiones,
en un estudio con telones, encimera y otros recursos que garantizaban mayor
dinamicidad a la presentación de Tino Marcos y Glenda Kozlowski. Sin embargo,
el modelo parecía no tener éxito: según Bezerra (2009, p.4), el GE pasó, entonces,
por una caída en la audiencia. En 2009, hubo más una reformulación, que ha
traído de vuelta las ediciones regionales del programa. El estudio, una vez
más, fue modificado: un espacio amplio, sin encimera y con algunas pantallas
esparcidas, que permitían gran desplazamiento de los presentadores, poniendo
la presentación menos formal. Sin embargo, la transformación más radical
ocurrió en el GE/SP, por medio del presentador y también editor Tiago Leifert,
que abolió el uso del teleprompter y adoptó un lenguaje caracterizado por la
informalidad, que se planeaba en el momento de ejecución.
Desde a sua estreia em 1978, o GE sempre foi apresentado em um estúdio
simples, com apenas o apresentador, enquadrado na câmera, à frente de um fundo
com o nome do programa. Léo Batista era o apresentador titular do programa
e, até 2007, o GE continuava em um estúdio simples, em que o apresentador
ficava de pé em frente a uma parede na qual eram exibidos aos telespectadores
escudos dos times, fotos de jogadores, dentre outras imagens, além da montagem
de um estúdio virtual por meio de Chroma key. O teleprompter apresentava o
texto que seria falado, e os apresentadores se movimentavam pouco.
Renata Cuppen, atual editora de texto do GE/SP, em entrevista contida em
Bezerra (2009, p.4), afirma que a linguagem utilizada era muito dura e que o
uso de apenas uma troca de câmera deixava o apresentador muito estático. É
o que se pode conferir na edição carioca de 21 de março de 20076, em que a
apresentadora Mylena Ciribelli parece seguir o texto planejado integralmente,
com entonação bem marcada e sem nenhum improviso.
Em 2008, houve uma reformulação no GE, que passou a ser gerado do Rio
de Janeiro para todo o Brasil, com notícias de clubes de todas as regiões, em um
estúdio com telões, bancada e outros recursos que garantiam maior dinamicidade
à apresentação de Tino Marcos e Glenda Kozlowski. Entretanto, o modelo parecia
não dar certo: segundo Bezerra (2009, p.4), o GE passou, então, por uma queda na
audiência. Em 2009, houve mais uma reformulação, que trouxe de volta as edições
regionais do programa. O estúdio, mais uma vez, foi modificado: um espaço amplo, sem
bancada e com algumas telas espalhadas, que permitiam grande deslocamento dos
apresentadores, deixando a apresentação menos formal. Entretanto, a transformação
mais radical ocorreu no GE/SP, por meio do apresentador e também editor Tiago
Leifert, que aboliu o uso do teleprompter e adotou uma linguagem marcada por
informalidade, planejada no momento de sua execução.
7 Video disponible en: <http://www.youtube.com/watch?v=z4bCQEsT90A>. Acceso el 9 de mayo de 2012
6 Vídeo disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=z4bCQEsT90A>. Acesso em 9 de maio de 2012
10
En charla disponible en internet8, Leifert defiende que el programa necesitaba
acercarse del lenguaje del hincha. El periodista cuenta que intento y combinación
previos fueron sustituidos por la espontaneidad y por el improviso, proponiendo
un programa más leve y caracterizado por el humor. Leifert innovó con una
presentación bien humorada, con bromas entre los reporteros, jugadores e inclusivo
materias con propuestas predominantemente direccionadas al entretenimiento.
Los cambios, que fueron llevados gradualmente a otras ediciones regionales,
resultaron en aumento de la audiencia, posiblemente explicada por la conquista
de un público más jóven y que buscaba entretenimiento añadido a la información.
Tiago Leifert, en entrevista que está en Bezerra (2009), señala que, a lo largo
de los años, el entretenimiento pasó a ser, de hecho, el principal objetivo del
programa. En la misma entrevista, la editora de texto Renata Cuppen reafirma el
compromiso del programa volverse prioritariamente un “programa de televisión”:
Em palestra disponível na internet7, Leifert defende que o programa precisava
aproximar-se da linguagem do torcedor. O jornalista conta que ensaio e combinação
prévios foram substituídos pela espontaneidade e pelo improviso, visando a
um programa mais leve e caracterizado pelo humor. Leifert inovou com uma
apresentação bem humorada, com brincadeiras entre os repórteres, jogadores e
inclusive matérias com propostas predominantemente voltadas ao entretenimento.
As mudanças, que foram levadas gradualmente a outras edições regionais,
resultaram em aumento da audiência, possivelmente explicada pela conquista
de um público mais jovem e que buscava entretenimento somado à informação.
Tiago Leifert, em entrevista contida em Bezerra (2009), destaca que, ao longo
dos anos, o entretenimento passou a ser, de fato, o principal objetivo do programa.
Na mesma entrevista, a editora de texto Renata Cuppen reafirma o compromisso
do programa em se tornar prioritariamente um “programa de televisão”:
El programa hoy tiene periodismo, pero estamos intentando que
él sea un programa de televisión en primer lugar. Nosotros no
queremos que él sea um programa solamente de periodismo, la
información debe estar allá, pero ella puede llegar al televidente
de uma forma divertida, no necesita tener aquella apariencia de
periodismo formal en que el presentador no expresa opinión.
Él puede ser divertido, puede ser un programa de televisión, de
O programa hoje tem jornalismo, mas a gente está tentando que
ele seja um programa de televisão em primeiro lugar. A gente não
quer que ele seja um programa só de jornalismo, a informação
tem que estar lá, mas ela pode chegar ao telespectador de uma
forma legal, não precisa ter aquela cara de jornalismo formal em
que o apresentador não expressa opinião. Ele pode ser divertido,
pode ser um programa de televisão, de entretenimento, por
que não? (BEZERRA, 2009, p. 9)
entretenimiento, ¿por qué no? (BEZERRA, 2009, p. 9)
Nacionalmente, podemos decir que el GE se transformó en un programa de
auditorio virtual, ya que la interactividad, por medio de youtube, twitter y otras
redes sociales, vuelve el público en productor de contenidos que pueden o no
seleccionarse para componer el programa (opiniones online, promociones, canciones
para jugadores o clubes, etc.), quedando al arbitrio de los responsables por el GE.
En el GE/RJ, por ejemplo, hay actualmente cuadros planeados para la interacción
entre el presentador Alex Escobar y el público para, a partir de eso, generar contenido.
Nacionalmente, podemos dizer que o GE se transformou em um programa
de auditório virtual, visto que a interatividade, por meio de youtube, twitter e
outras redes sociais, faz do público produtor de conteúdos que podem ou não ser
selecionados para compor o programa (opiniões online, promoções, músicas para
jogadores ou clubes etc.), dependendo da aprovação dos responsáveis pelo GE.
No GE/RJ, por exemplo, há atualmente quadros planejados para a interação
entre o apresentador Alex Escobar e o público para, a partir disso, gerar conteúdo.
8 Video disponible en: < http://www.youtube.com/watch?v=_sNEn_Fjwc0>. Acceso el 24 de julio de 2012
7 Vídeo disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=_sNEn_Fjwc0>. Acesso em 24 de julho de 2012
11
Es el caso del cuadro “Cafezinho com Escobar” en que el presentador sale a la calle
con una botella térmica que contiene jugo o café, arma una mesa en localidades
variadas, y discute sobre fútbol con los transeúntes. En una charla informal, el hincha
acaba siendo el punto principal del programa. El objetivo de divertir, entretener,
mientras presenta noticias, es, por lo tanto, rasgo principal del nuevo modelo.
Como ya resaltamos, la emoción, que es natural del deporte, se refuerza por los recursos
de edición – en que se añaden trechos de las narraciones de los locutores deportivos,
técnicas de corte y canciones, seleccionadas de acuerdo con la carga emocional que el
editor desea pasar a los espectadores. Licenciado em Filología, Alex Escobar endosa las
transformaciones, destacando que la naturalidad es importante en la televisión9.
Tratado como “joya” de la casa, Léo Batista sigue presentando la edición
carioca los sábados – los presentadores de la semana dicen extender “la alfombra
roja para la presentación sobresaliente de Léo Batista” –, pero el presentador
no se adapta al nuevo modelo con mucha informalidad y chistes. Aunque más
informal, la presentación actual de Batista aún remite al antiguo modelo del GE,
una vez que la propia entonación del presentador remonta a la época en que el
programa era un telediario. Y, ciertamente, Léo Batista tiene su público – motivo
de su segura presencia los sábados por la tarde.
É o caso do quadro “Cafezinho com Escobar”, em que o apresentador sai às ruas
com uma garrafa térmica que contém suco ou café, arma uma mesa em localidades
variadas, e discute sobre futebol com os transeuntes. Em uma conversa informal, o
torcedor acaba sendo o ponto principal da matéria. O objetivo de divertir, entreter,
enquanto apresenta notícias, é, portanto, marca registrada do novo modelo.
Como já ressaltamos, a emoção, que já é natural do esporte, é reforçada pelos
recursos de edição – em que são adicionados trechos das narrações dos locutores
esportivos, técnicas de corte e músicas, selecionadas de acordo com a carga emocional
que o editor deseje passar aos espectadores. Formado em Letras, Alex Escobar endossa
as transformações, destacando que a naturalidade é importante na televisão8.
Tratado como o “medalhão” da casa, Léo Batista continua apresentando
a edição carioca aos sábados – os apresentadores da semana dizem estender
“um tapete vermelho para a apresentação marcante de Léo Batista” –, porém o
apresentador não se adapta ao novo modelo regado de informalidade e piadas.
Apesar de mais informal, a apresentação atual de Batista ainda lembra a do antigo
padrão do GE, uma vez que a própria entonação do apresentador remonta à
época em que o programa era um telejornal. E, certamente, Léo Batista tem seu
público – motivo pelo qual sua presença é certa nas tardes de sábado.
5. Análisis del lenguaje y de los recursos del GE: ediciones de 1981 y 2011
5. Análise da linguagem e dos recursos do GE: edições de 1981 e 2011
Nuestro breve análisis va a comparar fragmentos de ediciones del “Globo
Esporte”, 1981 y 2011 para comprobar, principalmente, los cambios lingüísticos que
ocurrieron en esos 30 años. Necesitamos, sin embargo, llamar la atención para dos
aspectos referentes a la metodología del análisis que adopta acá con relación a la
transcripción de los ejemplos y al continuum habla-escrita. Primeramente, los ejemplos
no siguieron reglas clásicas de transcripción de textos orales (cf. MARCUSCHI, 1986),
pues nuestro objetivo, en este artículo, es solo mostrar un rápido panorama de los
cambios por los cuales pasó el programa, y no analizar detalladamente las marcas de
Nossa breve análise comparará trechos de edições do Globo Esporte, de 1981
e 2011 para verificar, principalmente, as mudanças linguísticas que ocorreram
nesses 30 anos. Precisamos, entretanto, destacar dois aspectos referentes à
metodologia de análise adotada aqui em relação à transcrição dos exemplos e ao
continuum fala-escrita.. Primeiramente, os exemplos não seguiram regras clássicas
de transcrição de textos orais (cf. MARCUSCHI, 1986), pois nosso objetivo, neste
artigo, é apenas mostrar um rápido panorama das mudanças por que passou o
programa, e não analisar detalhadamente as marcas de oralidade. Além disso,
9 Entrevista disponible en: <http://www.youtube.com/watch?v=wJMmPsRgIvs>. Acceso el 3 de agosto de 2012.
8 Entrevista disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=wJMmPsRgIvs>. Acesso em 3 de agosto de 2012.
12
oralidad. Además, señalamos que las observaciones respecto a las marcas de oralidad
sirven solamente para demostrar los puntos cruciales de los cambios sufridos por el
GE. Concordamos con Marcuschi (2001) con relación al continuum habla-escrita, o
sea, sabemos que no hay oposiciones dicotómicas entre estas modalidades, ya que
ambas constituyen, en un grado más grande o más pequeño, los textos que circulan
en nuestra sociedad. Sin embargo, es un consenso que se pueden considerar marcas
predominantemente en textos orales, como abreviaciones, repeticiones, elipses,
anacolutos, etc. (cf. CASTILHO, 1998; MARCUSCHI, 2001).
Empezando nuestro análisis de transcripciones del GE, nos fijemos en el
fragmento abajo, de la cabeza de una noticia10, presentada por Fernando Vanucci,
que trataba del partido Cobreloa 0 x 2 Flamengo (21/11/1981), cuando Flamengo
ganó el título de la Copa Libertadores.
destacamos que as observações feitas a respeito das marcas de oralidade servem
somente para demonstrar os pontos cruciais das mudanças sofridas pelo GE.
Concordamos com Marcuschi (2001) em relação ao continuum fala-escrita, ou
seja, sabemos que não há oposições dicotômicas entre essas modalidades, uma
vez que ambas constituem, em maior ou menos grau, os textos que circulam em
nossa sociedade. Porém, é consensual que algumas marcas podem consideradas
predominantes em textos orais, como abreviações, repetições, elipses, anacolutos
etc. (cf. CASTILHO, 1998; MARCUSCHI, 2001).
Iniciando nossa análise de transcrições do GE, observemos o trecho abaixo,
da cabeça de uma matéria9, apresentada por Fernando Vanucci, que tratava do
jogo Cobreloa 0 x 2 Flamengo (23/11/1981), quando o Flamengo conquistou o
título da Copa Libertadores.
La conquista de Flamengo. La letra del himno del club ya anticipa: sería un
incómodo profundo, si no existiera Flamengo en el mundo. Y Flamengo
ahora es campeón sudamericano. 2 a 0 al Cobreloa, de Chile, ayer por
la noche, en Montevideo, en la final de la Libertadores de América10.
A conquista do Flamengo. A letra do hino do clube já antecipa: seria um
desgosto profundo, se faltasse o Flamengo no mundo. E o Flamengo
agora é campeão sul- americano. 2 a 0 no Cobreloa, do Chile, ontem
à noite, em Montevidéu, na decisão da Taça Libertadores da América.
Cuanto al lenguaje, percibimos el predominio del nivel semiformal – con casi
ninguna jerga, abreviación o marca de oralidad. Se presentaba el programa siguiendo
la lengua estándar – con regencia verbal y concordancia verbal y nominal próximas
de esa variante. Es ese patrón lingüístico que normalmente prevalece en textos
de los medios de comunicación, en general, cuando hay planificación previa de los
textos (cf. LAGE, 1999; JUNKES, 1994). Como se utilizaba el teleprompter para la
presentación, el texto usado por el presentador ya estaba escrito justamente para ser
hablado, era previamente planificado y revisado antes de ir al aire y llegar al receptor.
Por eso, a pesar de ser un texto hablado, no presenta muchas marcas de oralidad,
como hesitaciones, cortes, correcciones, repeticiones, etc. (cf. FIORIN, 2000). Este
Quanto à linguagem, percebemos predomínio do nível semiformal – com quase
nenhuma gíria, abreviação ou marca de oralidade. O programa era apresentado
seguindo a norma culta da língua – com regência verbal e concordância verbal e
nominal próximas do padrão gramatical. É esse padrão linguístico que costuma
prevalecer em textos da mídia em geral, principalmente quando há planejamento
prévio dos textos (cf. LAGE, 1999; JUNKES, 1994). Como o teleprompter era utilizado
para a apresentação, o texto usado pelo apresentador já havia sido escrito justamente
para ser falado, era previamente planejado e revisado antes de ir ao ar e chegar ao
receptor. Por isso, apesar de ser um texto falado, não apresenta muitas marcas de
oralidade, como hesitações, truncamentos, correções, repetições etc. (cf. FIORIN,
2000). Essa fala com marcas da escrita já demonstra um cuidado com o texto das
10 A conquista do Flamengo. A letra do hino do clube já antecipa: seria um desgosto profundo, se
faltasse o Flamengo no mundo. E o Flamengo agora é campeão sul- americano. 2 a 0 no Cobreloa, do Chile,
ontem à noite, em Montevidéu, na decisão da Taça Libertadores da América.
9 Vídeo disponível em:<http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=fT_Q7PkudK4>.
Acesso em 8 de maio de 2012.
13
habla con marcas de la escrita muestra un cuidado con el texto de los reportajes,
pues, como afirma Van Dijk (2008, p. 73), “El discurso escrito es, en su mayor parte,
programado o planeado explicitamente y, por lo tanto, más bien controlado”.
El contenido que viene después del encabezamiento hecho por Vanucci presenta
solamente fragmentos originales de la transmisión hecha por el locutor deportivo Luciano
do Valle, referentes a los goles hechos en el partido y del momento en que el equipo
levanta la taza. Luego, hay una entrevista con algunos jugadores. No hay descripción o
relato de reporteros ni canciones en la edición. Los cortes son repentinos y evidentes, en
el montaje de edición, sin wipes y otros efectos de edición muy utilizados actualmente. Si
analizamos más una edición del GE de 1981, vamos a confirmar esos rasgos lingüísticas.
A seguir, tenemos la transcripción de una noticia sobre el título brasileño de “Grêmio”,
en la cual Leo Batista empieza a relatar la actuación del equipo en el campeonato, aún
en el estudio, en un texto hablado con descansos y entonación bien marcados. Su voz
se queda en off , con el himno de “Grêmio” como canción de fondo.
El futbol brasileño tiene un nuevo campeón: el Gremio. Un campeón que
superó sus deficiencias y su irregularidad – perdió siete partidos– armando el
equipo durante el campeonato. Los cambios dieron resultado. En la defensa,
los jóvenes Paulo Roberto, Nilmar e Casemiro se unieron a los experimentados
Leão e De León, el equipo ganó lo que más buscaba, tranquilidad. Tranquilidad
que aumentó con la llegada de Vilson Taddei. Fue Taddei, con su increíble
movilidad, que armó el medio campo del Grêmio y dió todavía más libertad
para Paulo Isidoro, gran nombre del Grêmio campeón. Con Taddei, Isidoro
pudo jugar como le gusta - y sabe: marcando, armando y goleando. Tanto que
se convirtió en uno de los goleadores de Grêmio y mostró, una vez más, la
importancia de un delantero. Y ese delantero fue Baltazar. Baltazar empezó
mal el campeonato, fue suplente, pero volvió con su estilo. Con ese equipo,
Grêmio entró en las finales con mucho esfuerzo y así que cambió el partido
con Ponte Preta en Campinas, garantizando plaza en la final, aunque perdiera
para Ponte en Porto Alegre. En la final contra São Paulo, esa dedicación fue
todavía más importante. Debido a ella, Grêmio fue el primer partido, en
Porto Alegre, y dejó São Paulo, en São Paulo, hasta decidir todo. Y entonces
el delantero Baltazar surgió en gran estilo. Marcó un gol del título, un golazo!
matérias, pois, como afirma Van Dijk (2008, p. 73), “O discurso escrito é, em sua maior
parte, programado ou planejado explicitamente e, portanto, mais bem controlado”.
A matéria que sucede a cabeça feita por Vanucci apresenta apenas trechos
originais da transmissão feita pelo locutor esportivo Luciano do Valle, referentes
aos gols marcados no jogo e do momento em que o time ergue a taça. Em seguida,
há entrevistas com alguns jogadores. Não há descrição ou relato de repórteres,
nem músicas na edição. Os cortes são bruscos e evidentes, na montagem da
edição, sem wipes e outros efeitos de edição largamente utilizados atualmente.
Se analisarmos mais uma edição do GE de 198110, confirmaremos essas
características linguísticas. Abaixo, temos a transcrição de uma matéria sobre o
título brasileiro do Grêmio, na qual Leo Batista começa a relatar a atuação da equipe
no campeonato ainda no estúdio, em um texto falado com pausas e entonação
bem marcadas. Sua voz fica em off, com o hino do Grêmio como música de fundo.
O futebol brasileiro tem um novo campeão: o Grêmio. Um campeão que superou
as suas deficiências e a sua irregularidade – perdeu sete jogos – armando o
time durante o campeonato. As mudanças deram resultado. Na defesa, os
jovens Paulo Roberto, Nilmar e Casemiro se juntaram aos experientes Leão e
De León, e o time ganhou o que mais buscava, tranquilidade. Tranquilidade
que aumentou com a chegada de Vilson Taddei. Foi Taddei, com sua incrível
mobilidade, que armou de vez o meio-campo do Grêmio e deu ainda mais
liberdade para Paulo Isidoro, grande nome do Grêmio campeão. Com Taddei,
Isidoro pôde jogar como gosta - e sabe: marcando, armando e concluindo.
Tanto que acabou como um dos goleadores do Grêmio e mostrou, mais uma
vez, a importância de um artilheiro. E esse artilheiro foi Baltazar. Baltazar
começou mal o campeonato, foi parar na reserva, mas voltou em grande
estilo. Com esse time, o Grêmio entrou nas finais com muita aplicação e foi
assim que virou o jogo com a Ponte Preta em Campinas, garantindo a vaga
na finalíssima, mesmo perdendo para Ponte em Porto Alegre. Na finalíssima
contra o São Paulo, essa aplicação foi ainda mais importante. Foi graças a
ela que o Grêmio virou o primeiro jogo, em Porto Alegre, e segurou o São
Paulo, em São Paulo, até decidir tudo. E aí o artilheiro Baltazar apareceu em
grande estilo. Fez o gol do título, um golaço!
10 Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=zgiZr7FkbwQ>. Acesso em 3 de Agosto de 2012
14
Analizando la transcripción, vemos un texto construido en nivel de lenguaje
semiformal y marcado por un alejamiento del presentador del programa por medio
de la objetividad en la observación de los hechos, siguiendo Nascimento (2009,
p. 54) llamó de “base científica” importante al relato periodístico. La finalidad
del relato que se transcribe arriba es hacer una retrospección del campeón
Grêmio en la competición, hablando para un público nacional. Se instituye una
distancia en la referencia a los jugadores, sin uso del artículo definido11. Al revés,
el texto busca atribuir calidades a los deportistas, completando informaciones,
como en “el delantero Baltazar”, los jóvenes Paulo Roberto, Nilmar e Casemiro”
y “ a los experimentados e De León”. Percibimos el uso de adjetivos subjetivos,
aunque en poca cantidad, destacando el contenido argumentativo del texto de
Leo Batista en “Paulo Isidoro, gran nombre del Grêmio”, “Taddei, con su increíble
movilidad”. Además de eso, en “Y entonces” y “golaço” percibimos las únicas
marcas de oralidad que ayudan a aproximar el texto del televidente.
En este contexto, la figura del reportero se concreta como responsable por
describir lances en los reportajes. Sin embargo, al contrario de lo que profesan
manuales de redacción periodística (cf. JUNKES, 1994), no podemos olvidarnos de
que en el periodismo – incluso en el deportivo -, la propia selección de los lances
para las noticias involucra una edición que sigue un punto de vista del editor sobre
lo que importa o no.
Como llama la atención Hernandes (2006, p. 174),
Analisando a transcrição, observamos um texto construído em nível de
linguagem semiformal e marcado por um afastamento do apresentador do
programa por meio da objetividade na observação dos fatos, seguindo o que
Nascimento (2009, p. 54) chamou de “base científica” importante ao relato
jornalístico. A finalidade do relato transcrito acima é fazer um retrospecto do
campeão Grêmio na competição, dirigindo-se a um público nacional. A referência a
jogadores é distanciada, sem uso de artigo definido. Em vez disso, o texto procura
atribuir qualidades aos atletas, completando informações, como em “o artilheiro
Baltazar”, “os jovens Paulo Roberto, Nilmar e Casemiro” e “aos experientes
Leão e De León”. Percebemos o uso de adjetivos subjetivos, embora em pouca
quantidade, destacando o teor argumentativo do texto de Leo Batista em “Paulo
Isidoro, grande nome do Grêmio”, “Taddei, com sua incrível mobilidade”. Além
disso, em “E aí” e “golaço”, notamos as únicas marcas de oralidade que ajudam
a aproximar o texto do espectador.
Nesse contexto, a figura do repórter se concretiza como o responsável por
descrever os lances nas reportagens. Porém, ao contrário do que preconizam
manuais de redação jornalística (cf. JUNKES, 1994), não podemos nos esquecer
de que no jornalismo - inclusive no esportivo-, a própria seleção dos lances para
as matérias já envolve uma edição que segue um ponto de vista do editor sobre
o que importa ou não.
Como alerta Hernandes (2006, p. 174),
El esquema básico de un reportaje de TV – encabezamiento de materia
– off del presentador (o correspondiente) – sonoras – boletín en stand
up – muestra que se piensa cada segmento a fin de tener un potencial
de arrebatamiento, sustentación y lealtad diferenciado y, al mismo
tiempo, en grande relación. A grandes rasgos, se puede decir que cada
una de esas partes tienen “recursos propios” para fijar la atención,
O esquema básico de uma reportagem de TV - cabeça de matéria - off
do apresentador (ou correspondente) - sonoras - boletim em stand
up - revela que cada segmento é pensado para ter um potencial de
arrebatamento, sustentação e fidelização diferenciado e, ao mesmo
tempo, em grande relação. Grosso modo, pode-se dizer que cada
uma dessas partes citadas tem “recursos próprios” para prender
a atenção, mas estão estreitamente relacionados. [grifo do autor]
pero están estrechamente relacionados. [letra cursiva del autor]
11 En portugués, se suele usar el artículo en ese contexto.
15
Ya la edición carioca del GE de 09/06/2011 trató el título de la Copa del Brasil,
conquistado por Vasco. En la transcripción a seguir, el presentador Alex Escobar
llama la noticia acerca de la partida final de la competición, Coritiba 3 x 2 Vasco,
después de dos reportajes tratando de la celebración del título por los partidarios.
Já a edição carioca do GE de 09/06/201111 abordou o título da Copa do Brasil,
conquistado pelo Vasco. Na transcrição a seguir, o apresentador Alex Escobar
chama a matéria sobre a partida final da competição, Coritiba 3 x 2 Vasco, após
duas reportagens tratando da comemoração do título por torcedores.
Y ahora vamo a ver la razón de toda esa fiesta, ¿no? El increíble partido de Vasco
versus Coritiba, mucha presión, muy apretado, pero Vasco fuel el campeón.
E agora vamo ver o motivo dessa festa toda, né. O incrível jogo do Vasco
contra o Coritiba, muita pressão, muito aperto, mas o Vasco foi campeão.
En el habla de Escobar, distintamente del estándar del programa hasta 200
marcas que, según Marcuschi (2001, p.77), son frecuentes en el habla espontáneo,
así como “no” y “vamo”. Además de eso, el tono del presentador no presenta
pausas bien marcadas, lo que posiblemente se causa por un discurso más flojo,
predominando el nivel informal. Llaman la atención también la repetición enfática
de “mucho/muy” y el uso del adjetivo “increíble” marcadamente subjetivo.
El contenido que sucede a ese encabezamiento empieza con imágenes
disponibles en orden no cronológico. Se muestra un fragmento de uno de los goles
de Vasco, con una canción de fondo y narración de Luís Roberto. Después, con la
misma canción de fondo, la imagen de la celebración del título por los jugadores
precede un reportero entrevistando un jugador del Vasco que celebraba con los
fans. Luego, Alex Escobar relata en off el partido, recurriendo a las imágenes y
entrevistas de otros partidos, como si fuera un flash back, al contar una historia.
Así, con imágenes de los fans, del partido, con de fragmentos de transmisión
en vivo, entrevistas, gritos de los hinchas y con una canción garantiza una
dramatización al relato (que se transfiere al partido), e reportaje se desarrolla
hasta llegar a su “final feliz” – lo que muestra el drama que en él se involucra.
Siguiendo el análisis de las ediciones contemporáneas de GE/RJ, veamos los
fragmentos que siguen, transcripciones del día 08/09/2011. Primeramente, el
encabezamiento del reportaje, hecha por Alex Escobar, tras iniciar el programa.
Na fala de Escobar, diferentemente do padrão do programa até 2007, existem
marcas que, segundo Marcuschi (2001, p.77), são tipicamente produzidas na fala
espontânea, tal como “né” e “vamo”. Além disso, a entonação do apresentador não
apresenta pausas bem marcadas, o que possivelmente é causado por um discurso
mais solto, predominando o nível informal. Destaca-se também a repetição enfática
de “muito/muita” e o uso do adjetivo “incrível”, marcadamente subjetivo.
A matéria que sucede essa cabeça começa com imagens disponíveis fora de ordem
cronológica. É exibido um trecho de um dos gols do Vasco, com música de fundo e
narração de Luis Roberto. Em seguida, com a mesma música de fundo, a imagem de
comemoração do título pelos jogadores precede um repórter entrevistando um jogador
vascaíno que comemorava com a torcida. Logo depois, Alex Escobar relata em off o
jogo, recorrendo a imagens e entrevistas de outros jogos, como se fizesse um flashback, ao contar uma história. Assim, com imagens da torcida, do jogo, com trechos
da transmissão ao vivo, entrevistas, gritos de torcidas, e sob uma música que garante
uma dramaticidade ao relato (que é transferida ao jogo), a matéria se desenvolve até
chegar ao seu “final feliz” - o que demonstra a dramaticidade conferida à matéria.
Continuando a analisar edições contemporâneas do GE/RJ, vejamos os trechos
abaixo, transcrições do dia 08/09/201112. Primeiramente, a cabeça de matéria, feita
por Alex Escobar, após abrir o programa.
11 Vídeo disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=JhAisDl1hG4>. Acesso em 8 de maio de 2012.
12 Disponível em: <http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte-rj/v/globo-esporte-rj-integrado-dia-08-de-setembro-de-2011/1623799/>. Acesso em 3 de agosto de 2012.
16
“¡Hola! Muy buenas tardes. Es realmente para vanagloriarse, ¿verdad?,
es para presumirse, todos los equipos cariocas luchando por título
en el Brasileirão. Botafogo ayer no solo ganó una vez más, pero ganó
con Engenhão abarrotado, con apoyo de la hinchada y de goleada. Ma
ente empieza hablando de la victoria del Fluminense fuera de casa,
victoria expresiva sobre el Cruzeiro. Campeón brasileño, tá caminando,
tá llegando y ya fue la tercera victoria, ¡sí!”
“Olá! Muito boa tarde pra você! É pra se orgulhar mesmo, né, é pra
tirar onda mesmo, todos os times cariocas brigando por título no
Brasileirão. Botafogo ontem não só ganhou mais uma vez, mas ganhou
com Engenhão lotado, com apoio da torcida e de goleada. Ma ente
começa falando da vitória do Fluminense fora de casa, vitória expressiva
sobre o Cruzeiro. Campeão brasileiro tá engrenando, tá chegando e já
foi a terceira vitória seguida, hein!”
En el fragmento anterior, percibimos el énfasis en la informalidad en un texto elaborado
en el momento de su ejecución, sin apoyo total de teleprompter, con marcas de oralidad
como “verdad” y “sí”, además de “Ma ente” (en sustitución a la dicción más cautelosa
para “Mas a gente”12). Se nota, también, expresiones populares, como “tirar onda”13.
Posteriormente, el programa empieza con imágenes de Fred seguidas de
momentos del partido con canciones de fondo y la narración en off de Escobar:
No trecho acima, percebemos a ênfase na informalidade, em um texto elaborado no
momento de sua execução, sem apoio total de teleprompter, com marcas de oralidade
como “né” e “hein”, além de “Ma ente” (em substituição à dicção mais cautelosa para
“Mas a gente”). Notam-se também expressões populares, como “tirar onda”.
Em seguida, a matéria começa com imagens de Fred e depois com lances
da partida, sob músicas de fundo e com narração em off de Escobar:
- Escobar: al término del partido, se sustituyó Fred, que pasó el brazalete
de capitán a Gum, señaló a la hinchada y se sucedió aquella sensación del
deber cumplido, ¿verdad? Y Fred se esforzó: orientó el grupo, se quejó,
agradeció, se peleó. Con la pelota en el pie, no abandonó la disputa.
- Narración de Luis Roberto del partido, en el lance en que el árbitro
marca el penalti: ¡Opa! Fred se resguardó con el pecho.
- Escobar: ¿ quién fue a cobrar el penalti?? ¿ Sabes, verdad?
- Narración: Fred a la pelota, golpeó, goooool!14
- Escobar: Después también derribaron Ciro en el área.
- Narración: Mira, Ciro, él y Marquinhos Paraná... bueno, la camisa
está enroscada mínimamente allí.
- Escobar: Pero ese ahí el árbitro no dio. Y nuevamente, pelota en el
pie de Fred, el segundo gol también iba a ser suyo.
- Escobar: No fim do jogo, o Fred foi substituído, passou a braçadeira
de capitão pro Gum, apontou pra torcida e rolou aquela sensação de
dever cumprido, né. E o Fred se esforçou: orientou a turma, reclamou,
agradeceu, brigou. Com a bola no pé, ele chamou a responsa também.
- Narração de Luis Roberto do jogo, no lance em que o pênalti é marcado
pelo árbitro: Opa! O Fred foi seguro pelo peito.
- Escobar: Quem foi bater o pênalti? Cê sabe, né?
- Narração: Fred pra bola, bateu, goooool!
- Escobar: Depois o Ciro também foi derrubado na área
- Narração: Olha, o Ciro, ele e o Marquinhos Paraná... bom, a camisa
tá enroscada no mínimo ali.
- Escobar: Só que esse aí o juiz não deu. E de novo, bola no pé do Fred,
o segundo gol também ia ser dele.
- Narração: Rolou pro Fred, que bolãão! Fred... Fáábioo!
- Escobar: Mas foi do Marquinho, gol bonito hein! E nem tocou na
rede, repara aí ó.
12 “Pero nosotros”
13 “burlarse de alguien.”
14 Cê sabe, né?
17
- Narración: Fue para Fred, que pelota! Fred... Fáábioo!
- Escobar: pero fue de Marquinho, gol bonito he! Ni siquiera tocó la
portería. Míralo.
- Narración: Levantamiento paro Marquinho...en el arco y entróoooo!
Goooool! (corte) Fábio intenta evitar, pero no lo logra!
- Fragmento del habla del técnico Abel Braga: “Hicimos 2 a 0, el partido
estaba absolutamente controlado, pero después pasamos dificultades
en un lance que infelizmente nos equivocamos”.
- Escobar: sí, el Fluminense ese equivocó en marcar, pero detener
Montillo es realmente difícil.
- Narración: “Entonces Montillo, tiene oportunidad para golear, bonito
Montillo, cómo juega! Goooool!”
- Escobar: El argentino casi hizo más, he.
- Narración: Digão se quedó. Entonces, Montillo, de izquierda. Y Diego
Cavalieri para hacer la defesa.
- Escobar: No hubo tiempo para el segundo gol do Montillo, el partido
acabó antes. Flu 2 a 1 no Cruzeiro, tercera victoria seguida, mejor secuencia
en Brasileirão hasta hoy. Fluminense tá vivo, he! Es el sexto colocado.
- Fragmento de Abel Braga: empiezas a respetar el campeón brasileño,
y hasta el 4, 3 de diciembre, el campeón brasileño es el Fluminense.
En la transcripción arriba, percibimos como el presentador Alex Escobar
acerca la materia de un género narrativo ficticio. Retomando Nascimento
(2009, p.47), la narración presenta un enredo que se divide en presentación de
los agentes de la narrativa, una complicación, clímax y desfecho. Por tratarse
de un texto destinado al público del estado de Río de Janeiro, la noticia toma
como base un punto de vista de conformidad con los hinchas de Fluminense,
por eso, se describe el el jugador Fred, de Fluminense, como protagonista y
Montillo, de Cruzeiro, se torna el antagonista.
18
- Narração: Levantamento pro Marquiiiinho...na trave e entroou!
Goooool! (corte) O Fábio tenta evitar, mas não conseguee!
- Trecho de fala do técnico Abel Braga: “Fizemos 2 a 0, o jogo tava
absolutamente controlado, mas depois passamos sufoco numa jogada
que infelizmente erramos”.
- Escobar: É, o Fluminense errou na marcação, mas segurar o Montillo
é complicado mesmo.
- Narração: “Aí o Montillo, tem chance pro chute, clareou bonito
Montillo, joga muuitoo! Goooool!”
- Escobar: O argentino quase fez mais, hein.
- Narração: Digão ficou. Aí o Montillo, de esqueerda. E o Diego Cavalieri
pra fazer a defesa.
- Escobar: Não deu tempo pro segundo gol do Montillo, o jogo acabou
antes. Flu 2 a 1 no Cruzeiro, terceira vitória seguida, melhor sequência
no Brasileirão até agora. Fluminense tá vivo, hein! Já é o sexto colocado.
- Trecho de Abel Braga: Você começa a ter o respeito do campeão
brasileiro, e até dia 4, 3 de dezembro, o campeão brasileiro é o Fluminense.
Na transcrição acima, percebemos como o apresentador Alex Escobar
aproxima a matéria de um gênero narrativo fictício. Retomando Nascimento
(2009, p. 47), a narração apresenta um enredo que se divide em apresentação
dos agentes da narrativa, uma complicação, o clímax e o desfecho. Por ser um
texto destinado ao público do estado do Rio de Janeiro, a matéria se baseia em
um ponto de vista em conformidade com o dos torcedores do Fluminense, por
isso, o jogador Fred, do Fluminense, é descrito como protagonista da matéria,
e o cruzeirense Montillo se torna o antagonista.
Os personagens da partida desenvolvem suas ações ao longo do enredo,
Los personajes del partido desarrollan sus acciones a lo largo del enredo,
presentado fuera del orden cronológico, con la creación de un conflicto – el
gol de Montillo – y de un clímax – cuando Cruzeiro demuestra una reacción en
el partido. El dramatismo es garantizado por el fondo musical de rock y música
clásica, agregada a fragementos de la narración de Luis Roberto y de la entrevista
con Abel Braga. Hay la creación de expectativa en quienes asisten al programa ,
por medio de la valoración dramática del protagonista Fred en el partido, como
en el habla: “Y una vez más, la pelota en los pies de Fred, el segundo gol también
sería suyo”. Y el posterior trozo de la narración exaltando la defensa del arquero
Fábio, destacando la dificultad vivida por el equipo carioca en ampliar el marcador.
El texto de Escobar dialoga con los fragmentos, como cuando el entrenador
del tricolor carioca señala un error de posicionamiento del equipo y el periodista
dice: “Sí, Fluminense se equivocó en la marcación, pero contener Montillo es
complicado” – un comentario que conforma los hinchas por el gol sufrido y exalta
el adversario. El desfecho de la trama es marcado por el comentario de alivio “No
hubo tiempo para el segundo gol de Montillo, el partido se encerró antes”, cuando
el pito final concretiza la vitoria del equipo carioca y un “final feliz” a los hinchas.
Observamos en la transcripción del reportaje un tratamiento cercano e informal del
periodista con los jugadores. El empleo del artículo definido “o” para referirse a los atletas
de los dos equipos, como en “O Fred foi substituído”, “passou a braçadeira de capitão
pro Gum” y “o Ciro também foi derrubado”, garantizan la sensación de proximidad de
los hinchas con los atletas, demuestra intimidad. (cf. CUNHA; CINTRA, 1985).
Notamos, por lo tanto, el objetivo afirmado por Leifert de acercar el leguaje
del programa a la del hincha, a través de elecciones de nivel de lenguaje informal y
expresiones largamente utilizadas en el habla informal (cf. “chamou a responsa”, “rolou
aquela sensação de dever cumprido”). En ese sentido, es perceptible el esfuerzo de la
creación de una interacción con el televidente en el relato de los lances, expresada por
la pregunta “¿Quién va a cobrar el penalti?” y la respuesta inmediata “Cê sabe, né?”.
Este artificio da un tono de charla con el público durante el relato, lo que
también se puede percibir en comentarios como “Só que esse aí o juiz não deu”,
apresentado fora de ordem cronológica, com a criação de um conflito – o gol
de Montillo – e de um clímax – quando o Cruzeiro esboça uma reação no jogo.
A dramaticidade é garantida pelo fundo musical de trechos de rock e música
clássica, aliada a trechos da narração de Luis Roberto e de entrevista com Abel
Braga. Há a criação de expectativa em quem assiste à matéria, por meio da
valorização dramática do protagonista Fred na partida, como na fala “E de novo,
bola no pé do Fred, o segundo gol também ia ser dele.” e o posterior trecho da
narração exaltando a defesa do goleiro Fábio, destacando a dificuldade vivida
pelo time carioca em ampliar o marcador.
O texto de Escobar dialoga com os trechos, como quando o técnico do
tricolor carioca aponta para um erro de posicionamento da equipe e o jornalista
diz “É, o Fluminense errou na marcação, mas segurar o Montillo é complicado
mesmo.” – um comentário que conforma os torcedores pelo gol sofrido e exalta
o adversário. O desfecho da trama é marcado pelo comentário de alívio “Não
deu tempo pro segundo gol do Montillo, o jogo acabou antes.”, quando o apito
final sela a vitória do time carioca e um “final feliz” ao torcedor.
Observamos na transcrição da matéria um tratamento aproximado e informal
do jornalista com os jogadores. O emprego do artigo definido “o” para referência
a jogadores das duas equipes, como em “o Fred foi substituído”, “passou a
braçadeira de capitão pro Gum” e “o Ciro também foi derrubado”, garante
sensação de proximidade dos torcedores com os atletas, demonstra intimidade
(cf. CUNHA; CINTRA, 1985).
Notamos, portanto, o objetivo afirmado por Leifert de aproximar a linguagem
do programa à do torcedor, por meio da escolha de nível de linguagem informal e
expressões largamente utilizadas na fala informal (cf. “chamou a responsa”, “rolou
aquela sensação de dever cumprido”). Nesse sentido, é perceptível o esforço de
criação de uma interação com o telespectador no relato dos lances, expressa
pela pergunta “Quem foi bater o pênalti?” e a resposta imediata “Cê sabe, né?”.
Esse artifício dá um tom de conversa com o público durante o relato, o que
pode também ser notado por comentários como “Só que esse aí o juiz não deu”,
19
“E nem tocou na rede, repara aí ó”, “gol bonito hein!”, “o argentino quase fez
mais, hein.” y por “Fluminense tá vivo, hein!”. De esta manera, constatamos el uso
exacerbado y proposital de oralidades como “né” y “hein” para este acercamiento,
aunque sea en un texto previamente planificado antes de salir al aire.
“E nem tocou na rede, repara aí ó”, “gol bonito hein!”, “o argentino quase fez
mais, hein.” e por “Fluminense tá vivo, hein!”. Dessa forma, constatamos o uso
exacerbado e proposital de marcas de oralidade como “né” e “hein” para essa
aproximação, mesmo em um texto previamente planejado antes de ir ao ar.
6. Consideraciones Finales
6. Considerações Finais
Podemos concluir, tras ese breve análisis de Globo Esporte, que el entretenimiento
y la interactividad suelen tener más peso que la información en el nuevo formato
del programa. Predomina el tono humorístico, con un lenguaje más sencillo e
informal, visando conquistar más audiencia, principalmente del púbico joven.
Sin embargo, percibimos también la necesidad de dosificar la información y la
diversión, pues, conforme afirma Charaudeau (2006, p.92), el apelo emocional
representa un riesgo a la credibilidad, conquistada durante más de 30 años de
un programa tradicional, de apodo “viejo compañero de la hora del almuerzo15”.
Al comparar las transcripciones de los reportajes en 1981 y 2011, constatamos
que la estructura del texto hablado en GE en las presentaciones antiguas de Batista e
Vanucci aparenta tener compromiso con la documentación, con el relato propiamente
dicho, y puede ser fácilmente comprendida por los lectores sin auxilio de las imágenes
presentadas en el programa. Ya el texto hablado actualmente por Escobar, al revés,
se aproxima de una narrativa con existencia de intriga, expectativa y dramatismo, por
el uso de herramientas audiovisuales – la manipulación de imágenes y canciones de
fondo - , que Escobar utiliza para elaborar el relato y de las cuales el telespectador
necesita para comprender lo que es dicho acerca del partido. Predomina también
el tono de charla e informalidad, visando aproximarse del espectador.
Así que, las modificaciones en el padrón Globo de periodismo deportivo forman
parte de una estrategia que visa la atracción de un público mayor, visando la
ampliación de la audiencia de la empresa. La creación de una nueva y radicalmente
modificada identidad de GE es consecuencia de esa reformulación en el periodismo.
Podemos concluir, após essa breve análise do Globo Esporte, que o entretenimento
e a interatividade parecem ter mais peso que a informação, no novo formato do
programa. Predomina o tom humorístico, com uma linguagem mais simples e
informal, visando a conquistar mais audiência, principalmente do público jovem.
Entretanto, percebemos também a necessidade de dosar informação e diversão,
pois, como afirma Charaudeau (2006, p.92), o apelo emocional representa um risco
à credibilidade, conquistada durante mais de 30 anos de um programa tradicional,
apelidado de “velho companheiro da hora do almoço”.
Comparando as transcrições de matérias em 1981 e 2011, constatamos que
a estrutura do texto falado no GE nas apresentações mais antigas de Batista
e Vannucci parece ter compromisso com a documentação, com o relato
propriamente dito, e pode ser facilmente compreendida por leitores sem o
auxílio das imagens apresentadas no programa. Já o texto falado atualmente
por Escobar, ao contrário, aproxima-se de uma narrativa com existência de
intriga, expectativa e dramaticidade, pelo uso de mecanismos audiovisuais – a
manipulação de imagens e músicas de fundo –, que Escobar aproveita para
elaborar o relato e dos quais o telespectador necessita para compreender o que
é dito sobre a partida. Predomina, também, o tom de conversa e informalidade,
visando a aproximar-se do espectador.
Portanto, as modificações no padrão Globo de Jornalismo Esportivo fazem
parte de uma estratégia que visa à atração de um público maior, visando
à ampliação da audiência da empresa. A criação de uma identidade nova e
radicalmente modificada do GE é consequência dessa reformulação no jornalismo.
15 velho companheiro da hora do almoço
20
Finalizando, destacamos que analizar críticamente los medios de comunicación es
de suma importancia en una realidad donde hay la profusión de contenidos mediáticos
circulando por la sociedad. Por eso, el objetivo de este artículo fue proponer un análisis
de las modificaciones sufridas en el periodismo deportivo, específicamente en GE,
visando el establecimiento de un debate que está lejos de su término, justamente por
concentrarse en un área – de comunicación – de cambios constantes.
Finalizando, destacamos que analisar criticamente os meios de comunicação é de
suma importância em uma realidade em que há profusão de conteúdos midiáticos
circulando pela sociedade. Por isso, o objetivo deste artigo foi propor uma análise das
modificações sofridas no jornalismo esportivo, mais especificamente no GE, visando
ao estabelecimento de um debate que está distante de seu término, justamente por
se concentrar em uma área – da comunicação – de mudanças constantes.
Referencias (Referências)
ANDERSON, Benedict. Nação e consciência nacional. São Paulo: Ática, 1989.
BARBEIRO, H; RANGEL, P. Manual do Jornalismo Esportivo. São Paulo: Contexto, 2006.
BEZERRA, Patrícia Rangel Moreira. O Futebol Midiático: Uma reflexão crítica sobre o
jornalismo esportivo nos meios eletrônicos. São Paulo, 2008. Dissertação (Mestrado em
Comunicação) - Faculdade Cásper Líbero, São Paulo.
______. Globo Esporte São Paulo: Ousadia e Experimentalismo no Telejornal Esportivo;
In: Anais do XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – INTERCOM: Curitiba,
4 a 7 de setembro de 2009.
CASTILHO, Ataliba de. A língua falada no ensino de português. São Paulo: Coxtexto, 1998.
CAVALCANTI, Fabiane Gonçalves. Organização textual da notícia: uma análise da TV
e do jornal. Dissertação (Mestrado em Língua Portuguesa) – Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 1999.
CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2006.
MORAIS, M. A. Os processos anafóricos no gênero relato esportivo. Dissertação (Mestrado
em Língua Portuguesa) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
NASCIMENTO, Patrícia Ceolin. Técnicas de redação em jornalismo: o texto da notícia,
volume 2. São Paulo: Saraiva, 2009.
PAULIUKONIS. M.A.; GAVAZZI,S.; SANTOS, L.W. dos. Jornal televisivo: estratégias
argumentativas na construção da credibilidade. In: CARNEIRO, A.D. (org.). O discurso
da mídia. Rio de Janeiro: Oficina do Autor, 1996. p. 81-98.
SOUSA, Li-Chang Shuen C.S. Cobertura esportiva na televisão: critérios de noticiabilidade na
interface entre Jornalismo e Entretenimento. 2005. Disponível em: http://sbpjor.kamotini.
kinghost.net/sbpjor/admjor/arquivos/ind_li_chang_sousa.pdf. Acesso em 10/05/2012.
VAN DIJK, Teun A. Discurso e Poder. São Paulo: Contexto, 2008.
FIORIN, José Luiz. Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito linguístico. In: SILVA,F. ;
MOURA, H, (org.). O direito à fala: a questão do preconceito linguístico. Florianópolis:
Insular, 2000. p. 23-37.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1985.
HERNANDES, Nilton. A mídia e seus truques. São Paulo: Contexto, 2006.
DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. São Paulo: Mercado de Letras, 2004.
JUNKES, T. A práxis da norma: a questão do discurso jornalístico. Trabalhos de Linguística
Aplicada, 24, jul./dez. 1994. p. 91-105.
21
LAGE, Nilson. A linguagem jornalística. São Paulo: Ática, 1999.
______. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de
Janeiro: Record, 2001.
MARCUSCHI, L.A. Análise da conversação. São Paulo: Ática, 1986.
______. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001.
MORAES, D. de. Cultura tecnológica, mídia e consumo globalizado. In: BRITTOS, V.;
CABRAL, A. (org.) Economia Política da Comunicação: interfaces brasileiras. Rio de
Janeiro: E-papers, 2008. p. 110-131.
22
Download

JORNALISMO ESPORTIVO E AUDIÊNCIA: A - Dialogarts