XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015
Avaliação do consumo e perfil do consumidor de carne caprina na cidade de Cruz
das Almas, estado da Bahia1
Evaluation of consumers and profile of goat meat consumers in Cruz das Almas
city, Bahia , Brazil
Juverlande Rios Araújo2, Matheus Mendes Souza2, Luiz Henrique Silva Almeida2, Danilo Carlos
Castro dos Santos2, Rodrigo Neiva Santos2, Tiago Lima Silva3, Jeskarlândia Silva Barros4, Soraya
Maria Palma Luz Jaeger5
1Pesquisa
de mercado realizada no recôncavo baiano com intuito de aferir a disponinilidade e consume de carne
caprina, tal como operfil dos seus consumidores na cidade de Cruz das Almas – BA.
2
Graduando em Zootecnia, UFRB, Cruz das Almas – Bahia, Brasil. Bolsista do Programa de Educação Tutorial
Zootecnia PET/MEC. E-mail: [email protected]
3Graduando em Medicina Veterinária, UFRB, Cruz das Almas-Bahia, Brasil.
4 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal – UFRB, Bolsista FAPESB, Cruz das AlmasBahia, Brasil.
5Professor Associado, CCAAB – UFRB, Cruz das Almas-Bahia, Brasil.
Resumo: Este trabalho foi realizado com a pretensão de averiguar o consumo da carne caprina, traçar um
perfil dos seus consumidores e evidenciar as características, que estão relacionadas com a aceitação e
rejeição deste produto na cidade de cruz das Almas – BA, onde foram aplicados questionários por meio
de entrevistas com consumidores de três redes de hipermercado da cidade. Observou-se que 97% das
pessoas comem carne, e desta 77% já comeram carne caprina alguma vez, e ainda que 64% continuaram a
consumir com alguma frequência, em sua maioria, raramente, justificando esse fato pela não
disponibilidade da carne no mercado local, já que em 91% do que consome declararam gostar ou gostar
muito da carne. Nota-se também que o aumento nesse consumo pode ser induzido com a divulgação e
popularização das qualidades da carne caprina, já que 61% acredita que a carne de frango contém menos
colesterol e calorias que a caprina, 91% dos entrevistados nunca viu nem ouviu nada que evidencie essas
características da carne caprina, com 73% afirmando que poderia consumir ou aumentar o consumo se
conhecesse essas qualidades e os benefícios agregados ao seu consumo.
Palavras–chave: Carne caprina, consumo, divulgação, qualidades
Abstract: This work was conducted with the intention of ascertaining the consumption of goat meat,
draw a profile of its consumers and show the features that are related to the acceptance and rejection of
this product in the town of Cruz das Almas City, where questionnaires were administered by interviews
with consumers of three hypermarket chains in the city. It was observed that 97% of people eat meat, and
this 77% have eaten goat meat ever, and that 64% continued to consume quite often, mostly, rarely,
justifying this by the fact that non-availability of meat in local market, since 91% of what it consumes
declared like or like a lot of meat. It is also noticed that the increase in consumption can be induced with
the dissemination and popularization of the qualities of goat meat, as 61% believe that the chicken meat
contains less cholesterol and calories than goats, 91% of respondents have never seen or heard anything
evidencing these characteristics of goat meat, with 73% saying that could consume or increase
consumption by knowing these qualities and aggregate benefits on their consumption.
Keywords: Comsumption, divulgation, goat meat, quality
Introdução
O Brasil tem um grande potencial agropecuário e está dentre os maiores produtores e
consumidores de carne do mundo. Uma área que vem apresentado evolução é a caprinocultura, que se
destaca principalmente no nordeste, onde detém cerca de 93% do rebanho nacional, na Bahia a produção
corresponde a 29%. Apesar da produção, o consumo é baixo. No Brasil consome-se em média 0,7kg por
pessoa/ano, quantidade ínfima quando comparada ao consumo dessa carne em outros países, como a
Austrália que consome em média 40kg pessoa/ano. Essa pequena quantidade consumida no Brasil pode
estar relacionada ao fato de termos uma produção com animais mistos geralmente destinados a produção
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leiteira e/ou couro, caracterizando assim o consumo dos animais velhos, em fim de produção e para
descarte, e não daqueles devidamente direcionados pra produção de carne. Pode-se citar também a falta
de manejo adequado ao rebanho. De modo geral, temos uma produção nada tecnificada e extremamente
rústica, situações que impedem a organização e articulação da cadeia produtiva, fatores que acarretam
problemas eminentes, sabe-se que na Bahia, grande parte do abate é clandestino, se tornado um empasse
na cadeia, principalmente na comercialização, fator esse que impede que a carne produzida no estado
tenha uma distribuição mais uniformizada dento do mesmo. A pretensão principal deste trabalho é
averiguar o consumo da carne caprina, traçar um perfil dos seus consumidores e evidenciar as
características, que estão relacionadas com a aceitação e rejeição deste produto na cidade de Cruz das
Almas – BA,
Material e Métodos
Para a efetivação do trabalho, foi realizada uma pesquisa, com a aplicação de questionário,
composto por 12 questões objetivas, além de verificar junto ao questionário: o sexo, a faixa de idade e
escolaridade dos entrevistados. O questionário, foi aplicado na cidade de Cruz das Almas – BA, cidade
localizada no território do Recôncavo baiano, há 152 km da capital, Salvador, com população estimada
em 2014 de 63.761 de habitante (IBGE). A pesquisa foi realizada com 100 pessoas, escolhidas de forma
aleatória, mais especificamente clientes de três grandes redes de hipermercados da cidade, com a intenção
de averiguar o consumo de carne caprina na mesma. Os dados foram coletados no mês de Novembro de
2014, e os mesmos foram tabulados e submetidos a análise estatística descritiva utilizando o programa
Excel® 2013.
Resultados e Discussão
Observou-se que 39% dos entrevistados eram homens e 61% mulheres, onde 1% tinha menos de
18 anos, 20% tem entre 18 a 24 anos, 21% tem entre 24 e 30 anos, 23% entre 30 e 40 anos, 19% de 40 a
50 anos, 10% entre 50 e 65 anos e 6% com mais de 65 anos. Destes 97% consome carne com alguma
frequência, (5%) consome até 1 vez por semana, (46,5%) consome entre 2 e 4 vezes e (48,5) consome
mais que 4 vezes, (3%) declarou não comer carne . Dentre os consumidores a carne mais procurada é a
bovina (74%), seguida pela de aves (15,5%), pescados (9%) e suínos (1,5%).
Dente os entrevistados que consomem carne regulamente, 77% afirmou já ter consumido carne
caprina pelo menos uma vez, destes 64% continuou a consumir com alguma frequência e 36% não
continuaram a consumir, entre estes que continuaram consumindo (58%) come raramente, (29%) come
mensalmente, (7,5%) come quinzenalmente e (5,5%) come semanalmente (Figura 1). Quando
questionado sobre os fatores que impossibilita o consumo, ou uma maior frequência do mesmo, 48%
afirmou ser a disponibilidade no mercado local, situação justificada em seu rebanho, que no município é
composto por apenas 180 animais, mesma justificativa foi observado por (CUENCA et al. 2008)
trabalhando com caracterização do consumo das carnes caprina e ovina na cidade de Salvador, 15%
justifica o sabor como fator limitante, 9% o odor, 7% o preço, 4% o habito alimentar e 17% alegou outros
motivos (Figura 1). No parâmetro de aceitabilidade e preferência, 52% afirmou gostar muito, 39%
afirmou gostar e apenas 9% afirmou não gostar.
FREQUENCIA DE CONSUMO DA
CARNE CAPRINA
RARAMENTE
OUTROS
HABITO
PREÇO
SABOR
ODOR
DISPONIBILIDADE
58%
MENSALMENTE
29%
QUINZENALMENTE
7,50%
SEMANALMENTE
5,50%
DIARIAMENTE
0%
0%
20%
40%
60%
FATORES QUE LIMITAM O
CONSUMO
80%
17%
4%
7%
15%
9%
48%
0%
20%
40%
60%
Figura 1 - Frequência de consumo da carne caprina x Fatores limitantes do consumo de carne
caprina
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Quando perguntado se saber mais sobre a carne caprina, seus benefícios agregados a saúde e
qualidade de vida, seria um incentivo a aumentar o consumo da mesma 73% afirmou que sim, 27% não, e
ainda 91% afirmou nunca terem visto ou ouvido qualquer tipo de pesquisa, informação ou propaganda
que evidenciasse os benefícios da carne caprina, muito menos de incentivo ao consumo da mesma (Figura
2). Este fator fica mais evidente quando perguntado sobre o teor de colesterol e calorias em diferentes
cortes, 61% acredita que o peito de frango conte menos, 29% acredita ser a costela caprina, 6% o lombo
suíno e 4% o file mignon bovino. Sabe se que a carne caprina contém niveis satisfatórios de ambas,
quando se refere a saude, mas essas informações não são divulgadas.
INFORMAÇÃO E PROPAGANDA SOBRE A
CARNE CAPRINA
SIM
NÃO
91%
100%
80%
73%
60%
27%
40%
9%
20%
0%
1
2
Figura 2 - Respostas de duas das respostas aplicadas no questionário:
1 - Se você conhecesse os benefícios que a carne caprina traz a sua saúde e qualidade de
vida, você a consumiria mais?
2 - Você já viu ou ouviu algum tipo de informação ou propaganda que venha a
evidenciar as qualidades da carne caprina ou de incentivo ou seu consumo?
Conclusões
A carne caprina é muito apreciada pelos consumidores, 91% afirmou gostar ou gostar muito, mas
seu consumo é significativamente limitado pela disponibilidade no mercado local, e mais ainda pela falta
de popularização e informação sobre a carne, 91% nunca viu ou ouviu nada a respeito das qualidades da
carne, e 73% é de potenciais compradores conhecendo essas qualidades, logo havendo demanda, e
consequentemente a oferta.
Literatura citada
CUENCA, M.A.G.; MARTINS, E.C.; SANTOS, A.S.; MUNIZ E.N.; SANTOS, R.P.; GONZALES,
E.O.; Caracterização do consumo das carnes caprina e ovina na cidade de Salvador. Embrapa Caprinos
e Ovinos. 21 p. (Documentos / Embrapa Caprinos e Ovinos, ISSN 1676-7689; 81), 2008.
CUENCA, M.A.G.; MARTINS, E.C.; SANTOS, A.S.; MUNIZ E.N.; SANTOS, R.P.; GONZALES,
E.O.; Caracterização do Consumo das Carnes Caprina e Ovina em Sergipe. Embrapa Caprinos e ovinos.
19 p. (Documentos / Embrapa Caprinos e Ovinos, ISSN 1676-7659), 2008.
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