PREFEITURA MUNICIPAL DE CRUZ DAS ALMAS SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE CRUZ ALMAS 20152025 CRUZ DAS ALMAS-BAHIA 2015 RAIMUNDO JEAN CAVALCANTE SILVA PREFEITO MUNICIPAL CELI DE ARAÚJO MOURA DE DEUS SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO ROSA MARIA SILVA COELHO DIRETORA DE ENSINO GRUPO COLABORATIVO Representação da Secretaria Municipal de Educação Representação do Conselho Municipal de Educação Representação dos Conselhos Escolares Representação de Direção das Escolas da Rede Pública Representação de Professores da Educação Básica Representação dos Coordenadores Pedagógicos Representação do Legislativo Representação da APLB - Sindicato Representação da Câmara do FUNDEB Representação da Educação Superior Representação da Assessoria Jurídica Municipal COMISSÕES REPRESENTATIVAS EDUCAÇÃO INFANTIL ENSINO FUNDAMENTAL QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA ENSINO MÉDIO EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE NÍVEL MÉDIO EDUCAÇÃO SUPERIOR EDUCAÇÃO ESPECIAL ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA EDUCAÇÃO DE TEMPO INTEGRAL EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAI DA EDUCAÇÃO RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO LISTA DE MAPA Mapa 01. Localização de Cruz das Almas - BA LISTA DE FIGURAS Figura 1 Paço Municipal de Cruz das Almas- BA Figura 2 Igreja Matriz, Cruz das Almas- BA Figura 3 Embrapa, Cruz das Almas - BA Figura 4 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas- BA Figura 5 Estádio Municipal Carmelito Barbosa Alves, Cruz das Almas- BA Figura 6 Praça Multiuso, Cruz das Almas- BA Figura 7 Ginásio de Esportes Luis Eduardo Magalhães, Cruz das Almas- BA Figura 8 Praça Senador Temístocles, Cruz das Almas- BA Figura 9 Centro Municipal de Apoio Pedagógico, Cruz das Almas- BA LISTA DE TABELAS Tabela 01. População de Cruz das Almas – BA Tabela 02. Quadro Evolutivo da População Urbana e Rural de Cruz das Almas- BA Tabela 03. População, localização e faixa etária – Cruz das Almas- BA Tabela 04. Estabelecimentos de Saúde por tipo de Localização Tabela 05. Tabela 06. Dados sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Desenvolvimento Humano, períodos 1991, 2000 e 2010 Tabela 07. Segmentos Religiosos, 2010 - Cruz das Almas – BA Tabela 08. Evolução da Matrícula da Educação Infantil no Município de Cruz das Almas, por dependência administrativa e localização, período 2010 a 2013. Tabela 09. Frequência por ano de nascimento, segundo o Município de Cruz das Almas Tabela 10. Taxa de Escolarização da Educação Infantil no Município de Cruz das Almas (2010) Tabela 11. Taxa de Escolarização da Educação Infantil no Município de Cruz das Almas, por localização (2010) Tabela 12. Evolução da Matrícula do Ensino Fundamental no Município de Cruz das Almas, por dependência administrativa e localização. ( 2010/2013). Tabela 13. Taxa de Rendimento Escolar – Rede Estadual do Município de Cruz das Almas (2008/2010) Tabela 14. Taxa de Rendimento Escolar – Sistema Municipal de Ensino de Cruz das Almas (2008/2010) Tabela 15. Matrícula Inicial do Ensino Médio no Município de Cruz das Almas, por dependência administrativa e localização, período 2011 a 2013. Tabela A. Tabela 16 Taxa de Rendimento Escolar do Ensino Médio – Rede Estadual do Município de Cruz das Almas (2008/2010) 16 Taxa de Rendimento Escolar do Ensino Médio – Sistema Municipal de Ensino B. de Cruz das Almas (2008/2010) Tabela 17. Desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009 Tabela 18. Índice de Desenvolvimento Fundamental 2005/2011 da Educação Básica (Ideb) no Ensino Tabela 19. Matrícula Inicial na Educação de Jovens e Adultos no Município de Cruz das Almas, por dependência administrativa e localização (2011/2013) Tabela 20. Nível Educacional da População Jovem, 1991, 2000 e 2010 Tabela 21. Nível Educacional da População Adulta com mais de 25 anos, 1991, 2000 e 2010 Tabela 22. Matrícula Ensino Médio Profissionalizante em Cruz das Almas 2014 Tabela 23. Funções Docentes por Etapas e modalidades da Educação Básica- Rede Municipal Tabela 24. Número de professores e coordenadores da Rede Municipal, Estadual e Particular em 2013 Tabela 25. Profissionais em educação, por nível de escolaridade na Rede Municipal em 2013 Tabela 26. Profissionais em educação, por situação funcional na Rede Municipal em 2013 Tabela 27. Número de Escolas por Etapa de Ensino – Rede Estadual Tabela 28. Número de Escolas por Etapa de Ensino – Rede Municipal Tabela 29. Número dos estabelecimentos escolares de Educação Básica do Município de Cruz das Almas, por dependência administrativa e etapas da Educação Básica Tabela 30. Outras receitas com o setor educacional do município de Cruz das Almas, administradas pela prefeitura (2010/2013) Tabela 31. Recursos aplicados em educação pelo governo municipal de Cruz das almas, por nível ou modalidade de ensino (2010/2013) Tabela 32. Despesas com educação do município de Cruz das almas, por categoria e elemento de despesa (2010/2013) Tabela 33. Receita e aplicação dos recursos recebidos pelo FUNDEB no Município de Cruz das Almas (2010/2013) Tabela 34. Aplicação no Ensino Fundamental – Exercício 2013 ( Em R$) Tabela 35. Recursos da Educação no PPA (2010/2013) LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS EJA – Educação de Jovens e Adultos ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH - Índice de Desenvolvimento Humano IDHM -Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IDI - Índice de Desenvolvimento da Infância LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação LOM - Lei Orgânica Municipal MEC - Ministério da Educação PAR - Plano de Ação Articulada PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola PNAIC - Programa Nacional para Alfabetização na Idade Certa PIB - Produto Interno Bruto PNAE - Programa Nacional da Alimentação Escolar O Plano Municipal de Educação é o instrumento de gestão para tornar efetiva a cidadania e a sociedade preconizada nas bases e diretrizes do Sistema Municipal de Educação. Quando o município não tem plano fica à mercê de ações episódicas que, mesmo planejadas caso a caso, representam improvisações. Sem plano não há visão de Estado nas ações, não há caminho a percorrer, mas apenas passos ao sabor das circunstâncias de cada Governo. (BORDIGNON, 2009) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 2 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO E DA EDUCAÇÃO 2.1 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO 2.1.1 Caracterização do Município 2.1.1.1 Aspectos Históricos 2.1.1.2 Aspectos Geográficos 2.1.1.3 Aspectos Demográficos 2.1.1.4 Aspectos Socioeconômicos 2.1.1.5 Aspectos Culturais 2.1.1.6 Infraestrutura Material 2.2 ANÁLISE SITUACIONAL DA EDUCAÇÃO 2.2.1 Educação Básica 2.2.1.1 Etapas da Educação Básica 2.2.1.2 Educação Infantil 2.2.1.3 Ensino Fundamental 2.2.1.4 Ensino Médio 2.3 MODALIDADES E DESAFIOS EDUCACIONAIS 2.3.1 Educação Especial 2.3.2 Política de Alfabetização 2.3.3 Educação em Tempo Integral 2.3.4 Qualidade da Educação Básica 2.3.5 Educação de Jovens e Adultos (EJA) 12 15 15 15 15 20 21 22 25 28 30 30 30 30 34 40 43 43 46 49 51 57 2.3.6 Educação Profissional de Nível Médio 2.4 EDUCAÇÃO SUPERIOR 2.4.1 Ensino Superior 2.5 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO 2.6 GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PUBLICO 2.7 RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO 2.7.1 Investimento Público em Educação 3 DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS DO PME 3.1 DIRETRIZES 3.1 METAS E ESTRATÉGIAS 4 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PME REFERÊNCIAS 62 64 64 67 72 79 79 90 90 90 117 119 1 INTRODUÇÃO A Secretaria Municipal de Educação de Cruz das Almas apresenta o Plano Municipal de Educação com vigência de 2015 a 2025. Por muito tempo a sociedade cruzalmense ansiava ter um plano educacional que traduzisse sua identidade juntamente com suas principais conquistas e desafios. Apesar de algumas ações anteriores para este fim, o processo de construção iniciou-se no ano de 2014 por meio de diversas reuniões que contaram com a representação de diversos segmentos da sociedade civil, estabelecimentos da rede estadual de ensino e instituições privadas de educação assim como a participação de profissionais da educação, somando esforços para a elaboração de um documento da expressão da gestão democrática com a participação da comunidade e dos diversos atores educacionais. Partindo dos princípios legais que embasaram o referido documento como a Constituição Federal de 1988 sinaliza as competências dos estados e municípios, de forma articulada, implantarem e implementarem seus Planos Decenais de Educação considerando as especificidades e características locais, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 – LDB – determina, no artigo 9º que cabe à União a elaboração do Plano em colaboração com os estados, Distrito Federal e municípios, diversas legislações pertinentes e atualmente a sanção da Lei Federal nº 13.005/14 de 25 de junho de 2014 que aprovou o novo Plano Nacional de Educação, com vigência decenal, e estabelece diretrizes e metas a serem alcançadas durante dez anos e apresenta a obrigatoriedade de Estados, Distrito Federal e Municípios elaborarem seus respectivos planos decenais. A promulgação do PNE representou um marco no que se refere à política educacional do país, pois representa um compromisso de Estado e não de Governo. Caminhando pelos pressupostos legais que orientam a elaboração e acompanhamento do Plano Municipal de Educação, o Poder Executivo de Cruz das Almas tomou providências para sua elaboração, nomeando o Grupo Colaborativo através do Decreto Municipal nº. 106/2014 de 22 de abril de 2014. O documento foi orientado pela assessoria do Programa de Apoio aos Municípios, PROAM que realizou as formações técnicas com o grupo responsável e acompanhou todo processo até sua finalização. Este documento é um Plano Decenal de Educação para a Cidade de Cruz das Almas, constitui-se enquanto um planejamento da Educação Municipal para os próximos dez anos com a finalidade de dar a conhecer, fortalecer e organizar com maior eficácia a educação municipal, para a democratização do ensino e a superação das desigualdades educacionais. O Plano Municipal de Educação - PME representa um conjunto de ações que irão nortear as ações e propostas no âmbito da educação municipal. O grande desafio do município foi construir um documento em consonância com o Plano Nacional e Estadual de Educação, mas sem perder as especificidades e autonomia local visto que os três documentos devem formar um conjunto integrado e articulado no que se refere aos objetivos, diretrizes e metas determinadas refletindo que em regime de colaboração todos, Estados, Municípios, o Distrito Federal e mais a União somem esforços para a consolidação das metas estabelecidas. Neste plano se apresenta por meio da análise situacional a caracterização dos diversos aspectos que revelam a identidade própria do município como também a análise situacional da educação através do diagnóstico que perpassa pelo âmbito dos estabelecimentos privados e rede estadual de ensino como também do Sistema Municipal de Ensino de Cruz das Almas, revelando a realidade e os problemas existentes em todos os níveis e modalidades da educação básica e educação superior e em conexão estabelecem as diretrizes, objetivos e metas traçadas para os próximos dez anos, a fim de superar os desafios situados na educação, formação e a valorização dos profissionais, gestão democrática do ensino público e recursos e investimentos públicos destinados à educação. O presente plano foi coordenado e sistematizado pelo grupo colaborativo que contou com a contribuição das seguintes comissões representativas: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação Especial, Alfabetização na Idade Certa, Educação em Tempo Integral, Qualidade na Educação Básica, Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional de Nível Médio, Educação Superior, Valorização dos Profissionais da Educação, Gestão Democrática do Ensino Público e Recursos Financeiros para a Educação no Município. As referidas comissões realizaram o levantamento dos dados que apontaram os principais problemas educacionais com base em análise dos dados existentes e em órgãos oficiais como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – IAT e da própria Secretaria Municipal de Educação, colégios estaduais e instituições privadas de ensino pertencentes ao município. A elaboração deste documento, prima prioritariamente pelo desenvolvimento do ensino, tendo como foco as diretrizes estabelecidas pelo PNE. Neste prisma, o Plano Municipal de Educação do Município de Cruz das Almas também foi embasado nesses objetivos, tornando-se um documento que representa a identidade do município, mas sem perder os objetivos da Educação Nacional. Elaborar um documento de tamanha grandeza como o Plano da Educação Municipal foi uma conquista desafiadora principalmente em relação à participação. Neste respeito faz-se necessário que o município reflita nos princípios que norteiam a gestão democrática, que torna imprescindível o envolvimento dos profissionais da educação. Diante dos sérios entraves que dificultaram a colaboração e reunião de diversos atores da sociedade civil no âmbito da educação pública e privada em espaços comuns de discussão e a efetiva participação de todos os segmentos socioeducacionais na elaboração deste documento, fica a conquista da plena participação como principal desafio e uma meta a ser conquistada pela educação deste município. 2 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO E DA EDUCAÇÃO Para a realização da Análise situacional do Município e da Educação foi feito um levantamento da real situação local tendo como objetivo diagnosticar a realidade existente para posteriormente refletir o que se pode fazer para melhorar. Foram utilizados instrumentos de pesquisa tais como Censo Populacional de 2010, dados do Censo Escolar a partir de 2008, consultas sobre os indicadores demográficos e educacionais no Simec/PAR, dentre outros. De posse destes dados seguindo as orientações fornecidas pela Assessoria do PROAM a Secretaria Municipal de Educação por meio da visão qualitativa e técnica procedeu aos devidos ajustes. 2.1 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO A elaboração desta análise contou com um minucioso estudo sobre os aspectos contextuais que caracterizam o município de Cruz das Almas. Os dados levantados nas fontes bibliográficas disponíveis proporcionaram uma visão e o conhecimento da realidade local e apontou os principais problemas existentes. Foram coletados dados sobre os aspectos históricos, geográficos, demográficos, socioeconômicos, culturais e infraestrutura material existentes. 2.1.1 Caracterização do Município 2.1.1.1 Aspectos Históricos Conforme registros publicados em 1997 pelo professor Alino Matta Santana em seu livro intitulado: centenário: marcos do progresso de Cruz das Almas, os primeiros povoadores do município procederam de Cachoeira, no século XVIII, atraídos pela uberdade do solo. Sabe-se que dentre os principais pioneiros, se acham as tradicionais famílias Batista de Magalhães e Rocha Passos, brasileiros e descendentes de portugueses. Os precursores estabeleceram plantação de cana-de-açúcar, fundaram engenhos e iniciaram a construção do arraial no grande planalto, à margem da estrada real que, partindo de São Felix se dirigia ao Rio de Contas e em seguida para Minas Gerais e Goiás. A origem do topônimo "cruz das almas" é explicada da seguinte forma: na antiga estrada de tropas onde os tropeiros se dirigiam para São Felix e Cachoeira levando especiarias para serem transportadas pelo rio, sentido Baia de Todos os Santos, especificamente para o porto de Salvador. Houve o “fincamento” de uma cruz no ponto mais alto do planalto cruzalmense onde os tropeiros paravam para descansar e rezar pelas almas. Começou assim a surgir a célula original daquilo que viria a ser a referida cidade. Santana reforça esta perspectiva afirmando que, o marco inicial de toda a história do município de Cruz das Almas foi, sem dúvidas, o fincamento da cruz de madeira no ponto mais alto do planalto cruzalmense, que fica nas proximidades de onde está edificada a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bonsucesso (...) Santana (1997, p. 25) Viajantes que passavam por aquele local, situado no planalto onde se ergueu depois a cidade, bem como outras pessoas, quando a ele se referiam, o indicavam pela expressão: “lá, ou ali, na cruz das almas". Essa alusão topográfica sempre repetida gerou o nome da cidade e do município. O novo arraial pertencia à freguesia de Cachoeira. A capela existente foi elevada depois à freguesia com o nome de Nossa Senhora do Bonsucesso da Cruz das Almas, por Alvará Régio de 22 de janeiro de 1815. Até o fim do Império, pertencia à freguesia de Outeiro Redondo. Nove anos depois da proclamação da República, obteve sua independência. Graças aos esforços do Senador Temístocles da Rocha Passos, Manoel Caetano Passos, com a colaboração do deputado José Joaquim de Almeida, em 29 de julho de 1897, foi sancionada pelo governador do Estado da Bahia, o Conselheiro Luiz Viana, a Lei Estadual nº 119, que alçava o distrito de Cruz das Almas à categoria de Vila e Município, ficando autônomo e desmembrado da comunidade São Felix. O patriarca da emancipação, Senador Temístocles da Rocha Passos, foi um importante político de Cruz das Almas. Este exerceu o mandato de vereador por duas vezes, deputado por três vezes e eleito senador também por três vezes. Foi autor do projeto apresentado em 22 de abril de 1897 que elevou Cruz das Almas de vila a Município de Cruz das Almas (Lei Nº 119 de 28 de julho de 1897). O Senador Temístocles faleceu em 14 de novembro de 1910. Embora situada numa das regiões de maior ocupação econômica da Bahia – o Recôncavo – Cruz das Almas é uma cidade de pouco mais de cento e dezessete anos, integrante do ciclo do açúcar, cuja monocultura predominava no recôncavo e nessa área convergiram descendentes de velhos senhores de engenho e de escravos que constituíram uma nova fase da civilização do recôncavo, num novo ciclo de pequenas monoculturas, das quais o fumo foi a mais importante, seguida de culturas alimentares como: mandioca, café e laranja. A cidade de Cruz das Almas começa a ser povoada no século XVIII, como uma área de expansão do recôncavo açucareiro, não mais em função do ciclo da cana-de-açúcar, porém servindo de entreposto comercial, dada a sua localização como cruzamento de rotas comerciais. Constituiu-se no centro de convergência das pequenas produções de fumos de agricultores autônomos, com beneficiamento do produto para envio às indústrias regionais e de outros centros. Assim o fumo, e a consequente fabricação de charutos passaram a representar um novo ciclo econômico dinâmico para algumas localidades da região, que predominou do final do século XIX o século XX. A partir da década de 1950, sem incorporar novas tecnologias, antigas empresas fecharam suas portas, a exemplo da Cia. Leite & Alves e a Cia. de charutos Suerdieck. No entanto, em meados de 1960 a cultura fumageira passou por uma boa fase gerando emprego e renda. Porém na década de 1990 com a campanha da Organização Mundial da Saúde – OMS, que proibiu o uso do tabaco em estabelecimentos públicos como bares e restaurantes, culminou grande prejuízo a este segmento que passou a viver uma constante decadência. A partir construção da BR 101 a cidade mudou o seu perfil econômico, passando a incorporar a prestação de serviços, o que reforçou sua posição de entreposto comercial. O centro da cidade se desenvolveu a partir da Praça Senador Temístocles e se espalhou nos sentidos norte. Atualmente a área central da cidade apresenta diversidades quanto à oferta de produtos e serviços como pequenas lojas de confecções, papelarias, artigos de informática, cursos profissionalizantes, materiais de construção, padarias, delicatessens, bancos, escolas, auto-escolas, supermercados, hipermercados, restaurantes, farmácias e bombonieres. O município possui edificações institucionais como a sede da Prefeitura, o Fórum, a Câmara de Vereadores, a Casa da Cultura, a Biblioteca, a Justiça do Trabalho, a Secretaria da Fazenda do Estado, o Centro Regional de Referencia da Mulher Maria Joaquina, o Centro de Apoio Pedagógico, dentre outros. Construída em 1925 a Prefeitura situa-se na Praça Senador Temístocles, conforme figura 01 e destaca-se por sua paisagem, como um dos mais importantes marcos referenciais da cidade. Figura 01: Paço Municipal, Cruz das Almas-BA Fonte: Pesquisa de campo, 2014. A Igreja Matriz Nossa Senhora do Bonsucesso, conforme a figura 02, possivelmente um dos locais onde os tropeiros se encontravam para rezar pelas almas. Figura 02: Igreja Matriz, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo, 2014 A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, figura 03, destaca-se pelo porte da sua estrutura física contribuindo no processo de conhecimento de pesquisas na área da mandioca e fruticultura em todo Brasil. Figura 03: Embrapa, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo, 2014 A Universidade Federal da Bahia (UFBA), entidade de ensino público superior brasileiro, fundada em 07 de abril de 1946 em Salvador Bahia. Teve como interventores o General Renato Onofre de Pinto Aleixo e Prefeito de Cruz das Almas Dr. Luiz Eloy Passos ao ser oportunizado que o curso de Agronomia poderia ser implantado no interior. O curso de Agronomia oriundo da escola superior de agricultura da America latina e teve inicio em 1º de maio de 1946, a partir dessa data Cruz das Almas tornou-se uma Cidade Universitária. A partir do ano de 2006 houve a implantação de vários cursos, sendo ampliada com outros campus e passou a se denominar Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Figura 04: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo, 2014 2.1.1.2 Aspectos Geográficos Cruz das Almas sedia o Município do mesmo nome e localiza-se ao leste do Estado da Bahia na região economia do Recôncavo Sul, está a 146 km da Capital de Salvador, conforme mapa ilustrativo abaixo, sendo acesso à mesma através das BR 101 e BR 324. Figura 05: Mapa de localização de Cruz das Almas no Estado da Bahia Fonte: Santos e Aguiar (2007). De acordo com dados oficiais do IBGE (2008), o Município possui área de 150, 903 km2, localizado na microrregião de Santo Antônio de Jesus, com divisa ao norte com o município de Muritiba, ao sul com São Felipe, ao oeste com Sapeaçu, e Conceição do Almeida e a leste com São Felix. Este possui o clima tropical quente e úmido e o seu índice pluviométrico anual médio é de 1.240 mm. É considerado como um importante centro sub- regional de nível "B", sendo a segunda cidade mais importante do Recôncavo Sul, depois de Santo Antônio de Jesus-Ba. A vegetação é composta pela formação vegetal de Mata Atlântica, do tipo floresta tropical subperinifólia1, subcadofólia2 com baixo teor de matéria orgânica francamente ácida. A referida cidade esta a 200m de altitude acima do nível do mar e apresenta um relevo do tipo planalto. Faz parte das vertentes do rio Paraguaçu, entre seus afluentes os principais são os riachos: Capivari, de Tomaz, Jaguaripe, Caminhoá, Poções, Araçás, da Estiva e Laranjeira. 2.1.1.3 Aspectos Demográficos A população de Cruz das Almas contemporaneamente possui uma dinâmica natural de crescimento. De acordo com a tabela 01, no ano de 2000, a população era de 53.049 pessoas, sendo que destas, residiam na área rural (13.445) sendo menor do que da urbana (39.604). O número de mulheres (28.014) era superior aos dos homens (25.035). Em 2010, houve um aumento para 58.606 habitantes. Em 2013, a população aumentou para 63. 299 pessoas apontando um crescimento de 9,5% sobre 2010. Tabela 01. População de Cruz das Almas - BA Homens Mulheres População Total da Cruz das População urbana Almas - BA 2000 53.049 25.035 28.014 39.604 População rural 13.445 Total da População 2010 58.606 Fonte: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010>. Acesso em 16. Jan. 2014. Conforme a tabela 02, a população urbana no ano de 2000 era equivalente a 67.58%, enquanto a rural correspondia a 32.42% de 53.049 pessoas. Em 2007 a população urbana cresceu para 84,1% enquanto a população rural reduziu para 15,9% de 54.827 pessoas. Em 2010 a população urbana continuou evoluindo para 85,1% e a rural reduzindo para 14,9% de 58.606 pessoas contrariando a lógica natural da dinâmica populacional comparando-se a residente na área urbana. 1 2 Vegetação constituída por árvores sempre verdes. Árvores sempre verdes, folhas largas, troncos. Tabela 02. Quadro evolutivo da população urbana e rural, Cruz das Almas - BA População 2000 2007 2010 Urbana 39.604 46.121 49.885 Rural 13.445 8.706 8.721 Fonte: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010>. Acesso em 16. Jan. 2014. Na tabela 03 apresenta alguns dados interessantes para entender a dinâmica populacional do município por localização e variadas faixas etárias no período de 2000 a 2010. Tabela 03. População, localização e faixa etária – Cruz das Almas - BA 6 a 14 15 a 18 a 25 a 34 Populaçã Ano 0a3 4a5 anos 17 24 anos o anos anos anos anos (localiza ção / Faixa etária) 2000 2.743 1.374 700 2.931 6.039 6.602 Urbana 2007 2.565 1.404 7.305 2.365 6.804 8.314 2010 2.698 1.418 7.212 2.760 6.399 9.508 2000 964 663 2. 873 1.071 2.103 1.890 Rural 2007 507 262 1.559 569 1.398 1.306 2010 432 265 1.395 620 1.196 1.414 Total 2000 2007 2010 3.707 3.072 3.130 2.037 1.666 1.683 9.873 8.864 8.607 4.002 2.934 3.380 8.142 8.202 7.595 8. 491 9. 620 10. 922 Mais de Total 35 anos 12.915 17.281 19.890 3.881 3.018 3.399 16.797 20.299 23.289 39.604 46.038 49.885 13.445 8.619 8.721 53.049 54.657 58.606 Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ide/2000,2007,2010/gerarTabela.php>. Acesso em: 16 Jan. 2014. Ao analisar a tabela 03 percebe-se a diminuição em todas as faixas etárias da população do campo entre os anos 2000 a 2010. Enquanto, a população urbana cresceu, em todas as faixas etárias com maior ênfase a partir dos 25(vinte e cinco) anos tornando evidente a migração da população do campo para cidade e o aumento da população adulta no mesmo período. Tabela 04. Estabelecimento de saúde por tipo de localização Números de estabelecimentos de saúde Centro Unidade Localização Total Posto de saúde de mista saúde Urbana 10 07 01 0 Rural 06 06 0 0 Pronto Hospital socorro 01 0 Outros 01 0 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Cruz das Almas (2014). A partir da análise da tabela 04 verifica-se que o município possui poucos estabelecimentos de saúde para atender às demandas dos munícipes considerando que 2013, a população aumentou para 63. 299 pessoas. A necessidade é evidente principalmente na zona urbana onde a população é maior. De acordo com as informações da Secretaria de Saúde do Município os postos de saúde atendem à demanda da população. É possível notar a necessidade de mais unidades hospitalares. Aspectos Socioeconômicos A cidade de Cruz das Almas destaca-se na região do Recôncavo pela economia bem definida em todos os setores principalmente em relação ao setor primário da agricultura. O município ainda é reconhecido como “capital do fumo” por ser maior produtor e exportador do produto para diversos países do mundo. Pela análise da tabela 05 percebe-se que o IDH municipal passou de 0,451 em 1991 para 0,574 em 2000 - uma taxa de crescimento de 27,27%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 22,40% entre 1991 e 2000. O IDHM também acendeu de 0,574 em 2000 para 0,699 em 2010 - uma taxa de crescimento de 21,78%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 29,34% entre 2000 e 2010. Tabela 05. Dados sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Indicador Indicadores de Renda e Pobreza (taxas) 1991 2000 IDH - Municipal 0,451 0,574 Renda per capita R$213,47 R$317,61 Proporções de pobres 35% 26% Índice de Gini 0,6128 0,5859 2010 0,699 R$481,80 19,4% 0,5734 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Verificou-se ainda que Cruz das Almas teve um incremento no seu IDHM de 54,99% nas últimas duas décadas, acima da média de crescimento nacional que foi de 47% e abaixo da média de crescimento estadual representado por 70%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 45,17% entre 1991 e 2010. A renda per capita aumentou de R$213,47 em 1991 para R$481,80 no ano de 2010, representando um aumento de 55%. Percebe-se também a diminuição do Índice de Gini, índice que mede a concentração/distribuição da riqueza no município. Esta diminuição de 0, 6128 em 1991 para 0, 5734 em 2010 é extremamente positiva, entendendo-se que quanto mais diminui este indicador melhor é a distribuição da riqueza o que podemos relaciona-lo concomitantemente com o significativo aumento da renda per capita e em paralelo com a diminuição da proporção de pobres, o que é bastante relevante. Analisando a tabela 06 percebe-se que o índice da longevidade aumenta gradativamente, entende-se que a qualidade de vida melhora com os demais indicadores evoluindo positivamente, também com a expectativa de vida que cresce de 0, 451 no ano de 1991, para 0, 699 no ano de 2010 no Município. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal aumenta de 0, 451 em 1991 para 0, 699 em 2010, e a renda dos habitantes também cresce de R$213,47 para R$481,80 neste período, ou seja, um aumento de 55%. Tabela 06. Desenvolvimento Humano, períodos 1991, 2000 e 2010 Indicadores Índices 1991 2000 0, 451 0, 574 Índice de desenvolvimento Humano Municipal Longevidade 0,633 0,705 Renda R$213,47 R$317,61 2010 0, 699 0,809 R$481,80 Fonte: Atlas do desenvolvimento Humano no Brasil. Fazendo uma análise da tabela 06 percebe-se que o IDHM passou de 0,574 em 2000 para 0,699 em 2010 - uma taxa de crescimento de 21,78%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 29,34% entre 2000 e 2010. O IDHM passou de 0,451 em 1991 para 0,574 em 2000 - uma taxa de crescimento de 27,27%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 22,40% entre 1991 e 2000. Aspectos Culturais O Município de Cruz das Almas é hoje conhecido nacionalmente por promover, todos os anos, o São João, data católica associada à celebração da época das colheitas, um dos festejos mais típicos e animados do Nordeste brasileiro e consequentemente do País. O município possui uma diversidade cultural como comida típica, forró e pé de serra, quadrilha e forró do arraiá da cultura popular promovendo todos os anos festas típicas com apresentação de bandas musicais. Seu parque hoteleiro oferece conforto aos visitantes e a cidade possui boa infraestrutura de serviços. Em Cruz das Almas existem práticas interessantes que se pode destacar como o Casamento do CEAT que surgiu no colégio Alberto Torres, como uma brincadeira de casamento na roça. O samba e dança de roda são sempre muito presentes na cultura da cidade. Como exemplos, têm-se o Samba de roda do Machucador, que foi criado com o objetivo de resgatar o samba de roda no município de Cruz. Além deste, o Samba da Enxada é uma dança de roda local. Ainda no aspecto cultural, o quadro religioso da população se desdobra da seguinte forma Tabela 07. Segmentos religiosos, Cruz das Almas – BA, 2010 População residente, religião católica apostólica romana 38. 783 Pessoas População residente, religião espírita 637 Pessoas População residente, religião evangélicas 11. 485 Pessoas Fonte: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Verificando a tabela 07, percebe-se que a religião predominante de Cruz das Almas é o catolicismo com 38. 783 pessoas, em segundo vem o segmento evangélico com 11. 485 pessoas e em último lugar os espíritas, com 637 pessoas. Os principais feriados da cidade são: a independência da Bahia comemorado em 02/07, Dia da Padroeira 15/09, Nossa Senhora da Aparecida 12/10, Finados 02/11, Proclamação da República 15/11 e o Dia da Consciência Negra 20/11. Cruz das Almas apresenta espaços de lazer agradáveis como o Estádio Municipal Carmelito Barbosa Alves, apelidado de Barbosão. Trata-se de um estádio de futebol que possui capacidade para 8.000 espectadores. É o mando de campo do Cruzeiro Futebol Clube. Figura 06: Estádio Municipal Carmelito Barbosa Alves, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo, 2014 Conforme mostra a figura 07, a Praça Multiuso recentemente construída constitui-se espaço agradável que serve para passeio e recreação, além de ser utilizada por muitas escolas para aplicação de atividades práticas com os educandos. Figura 07: Praça Multiuso, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo, 2014 O Ginásio de Esportes Luiz Eduardo Magalhães promove interação educacional, cultural e esportiva como os jogos internos entre colégios do município, além de servir para a realização de eventos diversos. Figura 08: Ginásio de esportes Luiz Eduardo Magalhães, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo, 2014 A Praça Senador Temístocles, figura 09, um espaço natural arborizado que proporciona aos habitantes um ambiente amistoso contendo alguns quiosques que proporcionam lazer à população. Atualmente, nela são realizadas as festividades juninas que antes eram organizadas no apertado espaço do Parque Sumaúma. Figura 09: Praça Senador Temistocles, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo, 2014 O Centro Municipal de Apoio Pedagógico, de acordo a figura 10, inaugurado recentemente é utilizado para a realização de eventos de caráter educativo. Figura 10: Centro Municipal de Apoio Pedagógico, Cruz das Almas - BA Fonte: Pesquisa de campo, 2014 O município também possui o Centro Cultural Galeno D'Avelírio, instalado na antiga cadeia pública, coordena e promove eventos culturais contando com biblioteca, exposição permanente de Artes, Foyer e o Museu da Cidade. Com relação às organizações sociais existem em Cruz das Almas algumas entidades associativas como a Associação Comunitária de Cruz das Almas, Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia - APLB, Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cruz das Almas - SINDSEMC, Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado da Bahia- SINDISAÚDE, Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativo da UFBA e UFRB - ASSUFBA, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cruz das Almas, Sindicato dos Trabalhadores de Fumo de Cruz das Almas, Câmara de Dirigentes Lojistas - CDL. Sindicato dos Comerciários, Cooperativa de Profissionais Autônomos de Cruz das Almas LTDA - COOPERSAC, Fundação para o Desenvolvimento Cultural do Recôncavo - FUNDECRE, Grupo de Promoção da Cultura Negra PCN, Coletivo de Mulher Jacinta Passos e ainda as associações de bairros e conselhos municipais. Existem ainda organizações como Rotary e o Lions Club, a Loja Maçônica e Fraternidade e o Grupo de Escoteiros Edgard da Cruz Cordeiro e clubes sociais: Clube de Campo Laranjeira, Associação Atlética Banco do Brasil e Cruz das Almas Clube. Infraestrutura Material A Infraestrutura, Cruz das Almas encontra-se em desenvolvimento. Possui boa eletrificação e pelo fato de estar próxima ao Rio Paraguaçu não sofre com escassez de água. O transporte rodoviário tem sido o principal meio de acesso ao município através da rodovia BR 101, que substituiu a ferrovia. Todas as ruas do centro e algumas áreas periféricas possuem calçamento e algumas já asfaltadas. A maioria das estradas do campo não possui calçamento. Atualmente o referido município tem um panorama político e ideológico-social numa perspectiva que tem acompanhado o movimento nacional, pois devido a evolução comunicativa promovida pelas redes sociais a população fica mais interada dos assuntos da cidade e do mundo. Os meios de comunicação mais utilizados são celular, TV e rádio. A cidade dispõe de algumas praças que contam com equipamentos para a recreação da população infantil com parques e pracinhas no centro e em alguns bairros periféricos. Também informa a existência de auditórios e salões para convenções, a exemplo do Auditório da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, o salão Paroquial “Monsenhor Neiva” e o Auditório da Biblioteca Municipal. Dispõe ainda de uma Biblioteca na UFRB, com acervo de 37 mil livros e 950 títulos de revistas, outra na Embrapa Mandioca e Fruticultura com 13.000 livros, 900 teses e 1200 títulos de revistas, uma Biblioteca Pública Municipal com 9000 livros, além de pequenas Bibliotecas distribuídas pelos Colégios. Como Patrimônio natural destaca- se a Fonte do Doutor, a Mata de Cazuzinha e o Parque Ecológico de Cruz Das Almas. Como bens representativos da historia do município existem tombados os bustos do Cônego Antonio da Silveira França e de Lauro Passos e de vários outros não protegidos por tombamento, a exemplo da Escola de Agronomia e do Paço Municipal. 2.2 ANÁLISE SITUACIONAL DA EDUCAÇÃO A Educação do município de Cruz das Almas passa a ser refletida neste documento como um processo contínuo de construção. A partir dos olhares de múltiplos atores integrantes da educação formal e informal composto por diversos segmentos o que torna possível a mobilização social em busca de um planejamento coerente por meio de um diagnóstico revelador da realidade educacional existente no município. Surge a necessidade de analisar e diagnosticar todo o Sistema Municipal de Ensino como também a rede estadual e privada. A reflexão do levantamento de dados que perpassam por todos os níveis, etapas e modalidades da Educação Básica e do Ensino Superior. 2.2.1 Educação Básica 2.2.1.1 Etapas da Educação Básica Educação Infantil Nunca se discutiu tanto sobre a infância e sobre a Educação Infantil como no contexto atual, na tentativa de garantir às crianças o respeito às suas particularidades e o reconhecimento da infância como uma fase com especificidades próprias, pois historicamente a infância foi marcada pela exclusão social, e a inserção das crianças pequenas na escola esteve relacionada ao assistencialismo e a escolarização precoce. Quadro este que vem sendo modificado a partir dos avanços legais e das políticas publicas. A década de 80 se constituiu, enquanto marco significativo, nas políticas publicas nacionais, a partir da mobilização de diversos segmentos da sociedade civil, principalmente organizações não-governamentais que objetivavam promover uma reflexão, na sociedade, sobre os direitos da criança e uma educação oferecida pelo Estado, o que culminou em uma grande conquista: A inclusão da educação das crianças na nova constituição Federal de 1988, que em seu artigo 208, inciso IV define “ O dever do Estado para com a educação será efetivado mediante a garantia de oferta de creches e pré-escolas às crianças de zero a cinco anos de idade” (BRASIL, 1988). A educação das crianças passou a ser de responsabilidade do Estado. Com a implementação do Ensino Fundamental de nove anos pela Lei 11.114/2005, alterada pela Lei 11.274/2006 passou a ser obrigatória matrícula no ensino fundamental apartir dos seis anos de idade. O município implantou o referido ensino a partir do ano de 2008. Foram criados vários conselhos representativos de articulação entre o poder público e a sociedade civil para zelar pelo cumprimento dos dispositivos legais constantes no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (1990). O direito à Educação às crianças de zero a cinco anos foi consolidado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394-96) em seus artigos 29 e 30 respectivamente: Art.29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.3 Art. 30. A educação infantil será oferecida em: I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – pré-escolas, para as crianças de quatro a cinco anos de idade.4 A Educação Infantil, portanto, é parte integrante da Educação Básica. O atendimento nesta modalidade vem crescendo de forma gradativa. No município de Cruz das Almas conforme mostram os dados da Tabela 01, houve um crescimento significativo entre os anos de 2010 a 2013 que foi de 68,3% no sistema público, tendo sua concentração maior na área urbana e de 102,9% na rede privada demonstrando um crescimento total de 80,6%. Observando-se as matrículas deste período nota-se o aumento dos alunos oriundos dos vários bairros periféricos da zona urbana a partir da criação de novas creches nestas áreas. No entanto, podese verificar que o não atendimento em estabelecimentos da educação privada na área rural centralizando-se apenas no sistema municipal. Tabela 01. Evolução da matrícula da Educação Infantil no município de Cruz das Almas, por dependência administrativa e localização, período 2010 a 2013 Anos 2010 2011 2012 2013 Municipal Urbana Rural 392 489 955 403 983 468 1019 469 Particular Urbana Rural 448 435 452 909 - Fontes: MEC/Inep, para os dados de matrícula, Anuário Estatístico Estadual e Secretaria Municipal de Educação de Cruz das Almas, 2014. Total A partir dos 1329 1793 1903 2397 dados da Tabela 02, podese 3 4 Artigo com redação dada pela Lei nº 12.796, de 4-4-2013 Inciso com redação dada pela Lei nº 12.796, de 4-4-2013. observar um crescimento de 17 % na freqüência por ano de nascimento de crianças entre 2012 e 2013, o que fornece dados para a oferta de futuras para matrículas nesse segmento. Tabela 02. Frequência por ano de nascimento, segundo o Município de Cruz das Almas. Nascidos Vivos – Bahia Período 2012 2013 Município Residente 1089 1274 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2014. Conforme constatado na tabela 03, pode-se verificar que em 2010 o município oferecia o atendimento de apenas 15,75% dos alunos da faixa etária de até três anos. Apesar de que a taxa de escolarização da pré-escola tenha sido de 44,14%, o atendimento frente à demanda total foi 25,68, ou seja, quase 75% da população que poderia ter acesso a esta modalidade de ensino deixou de ser contemplada. Tabela 03. Taxa de escolarização5 da Educação Infantil do município (2010) Não Taxa (C)% matriculados Creche (0 a 3 anos) 3130 493 2637 15,75% Pré-Escola (4 a 5 anos) 1683 743 940 44,14% Total (0 a 5 anos) 4813 1236 3577 25,68% Fontes: IBGE, para os dados de população; MEC/INEP, para os dados de matrícula. Segmentos População (A)Matrícula (B) Conforme os dados da tabela 04 o atendimento educacional à população da Educação Infantil residente na zona urbana totalizou a taxa de 20,64%. No entanto, apesar de contemplar 70,46% da população rural, o município atendeu a uma taxa de escolarização de 27,62% do total. Esse quantitativo de oferta demonstra um déficit de atendimento de 72,38% do total das crianças dentro dos limites desta faixa etária. O município tem estimulado a educação infantil em tempo integral para as crianças de até três anos em creches. Porém o Sistema Municipal de Ensino precisa adequar-se para o atendimento das crianças de 06 a 23 meses. De acordo com o documento Planejando a 5 A taxa de escolarização refere-se à proporção de pessoas de uma determinada faixa de idade que frequenta a escola, em relação ao total de pessoas na mesma faixa etária. próxima década, o IBGE/PNAD-2013 e IBGE/Censo Populacional de 2010, quanto ao atendimento das crianças de 04 e 05 anos o município já alcança a um quantitativo expressivo de 92,5% da população. No entanto apesar deste quantitativo ainda resta a discussão sobre a qualidade educacional realizado nas instituições que ofertam este segmento de ensino. Tabela 04. Taxa de escolarização da Educação Infantil do Município de Cruz das Almas, por localização (2010) Localização População de 0 a 5 anos (A) Matrícula (B) Escolarização % Urbano 4116 840 20,04 Rural 694 489 70,46 Total 4813 1236 27,62 Fontes: IBGE, para os dados de população; MEC/INEP, para os dados de matrícula. O Município oferece uma professora para cada 20 crianças de 04 (quatro) e 05 cinco anos. Para o atendimento de crianças de até 03 (três) anos cada turma de até vinte alunos dispõe de uma professora regente e uma auxiliar. Em relação à proposta curricular, a Secretaria Municipal de Educação utiliza os Referenciais Curriculares Nacionais como parâmetros para a seleção dos conteúdos que são trabalhados pela escola, no entanto, o município ainda não construiu uma proposta curricular própria. Tem sido realizadas matrículas de crianças que apresentam deficiências e transtornos nas turmas de Educação Infantil, porém não existe um trabalho pedagógico especifico e direcionado para essas crianças e ainda não foram atendidas as normas de acessibilidade e nem realizadas as adequações na infraestrutura das unidades escolares assim como não há equipamentos específicos necessários. Em relação à Formação dos profissionais da Educação Infantil 73.6 % dos professores da creche possuem nível superior e destes 46,4% são pós-graduados. Em relação à pré-escola, 75,5 dos professores possuem graduação e 32,9, também pós-graduação. Em relação à formação continuada em serviço não existem projetos, sendo realizados encontros de formação pela Editora que fornece o livro didático. Quanto às especificidades da Educação Infantil sinalizadas pelos Parâmetros Nacionais de Qualidade principalmente no que se referem à estrutura física, as instituições de ensino da SME ainda não atendem de forma satisfatória, pois com exceção das creches, duas instituições atendem exclusivamente crianças de 4 a 5 anos, sendo que a maioria das instituições atende paralelamente também às crianças do Ensino Fundamental o que se torna um empecilho para se pensar as necessidades especificas das crianças da pré-escola, rotina, espaço, organização das salas etc. O município, por falta de demandas ainda não tem fomentado o atendimento às populações quilombolas na Educação Infantil. As especificidades do campo ainda não são contempladas na proposta pedagógica do município e não tem uma proposta padrão de trabalho de incentivo à leitura, mas as próprias escolas possuem projetos com esse objetivo. Ainda não houve no município ações na tentativa de articular as políticas públicas com a assistência social, a justiça, os direitos humanos e os movimentos culturais. O Sistema implantou os colegiados escolares visando garantir a participação dos pais e outros segmentos sociais nas discussões em todos os aspectos incluindo a educação especial. As famílias tem participado esporadicamente do processo educacional por meio das reuniões realizadas ao final das unidades letivas e uma minoria tem acompanhado os registros diários dos alunos da creche e da pré escola. 2.2.1.3. Ensino Fundamental A LDB em seu artigo 32 preconiza que o ensino fundamental é obrigatório, com duração de nove anos e inicia-se aos seis anos de idade. O município de Cruz das Almas desde o ano de 2008 já contempla o ensino fundamental de nove anos, com sua organização em anos (1º ano ao 9º ano). Oferece matrículas no ensino regular seriado desta etapa sendo que a modalidade da Educação de Jovens e Adultos se encontra estruturada em 4 (quatro) estágios e necessita de reestruturação para combater a atual redução de matrículas. O Sistema Municipal de Ensino ainda não contempla todas múltiplas possibilidades como educação especial, educação específica voltada para as comunidades remanescentes de quilombos. A educação para as comunidades do campo são norteadas pelo programa federal de adaptação metodológica. Ainda não contempla o atendimento específico da educação escolar de crianças, adolescentes e jovens em situação de itinerância a exemplo das comunidades de ciganos. Tabela 5. Evolução das matrículas do Ensino Fundamental no Município de Cruz das Almas, por dependência administrativa e localização (2010/2013) Anos 2010 2011 2012 2013 Municipal Urbana Rural 6337 2473 5946 2592 5888 2560 5759 2412 Estadual Urbana 4320 4492 3907 4425 Rural -------------------------- Particular Urbana Rural 810 -------781 -------798 --------867 --------- Total 13.940 13.811 9.285.7 13.467 Fonte: MEC/INEP. Censo Escolar – Disponível em:<http://www.inep.gov.br>. Acesso em: 16 jan. 2014 De acordo com os dados das matrículas da tabela 5 entre os anos de 2010 a 2013 observa-se que há uma oscilação nas matrículas realizadas no município. Houve um aumento na matrícula em 2011 na rede estadual e na zona rural das escolas municipais, enquanto observa-se a diminuição nas escolas urbanas da rede municipal e das escolas privadas. Provavelmente neste período a demanda maior pode ter se concentrado nas séries finais e migração destes para a esfera estadual enquanto pode também ter tido o aumento de egressos no ensino fundamental de 9 (nove) anos. Em 2012, houve uma redução acentuada nas matrículas de todas as redes de ensino. Em 2013, as matrículas permaneceram diminuindo na rede municipal, porém, aumentando nas redes estadual e privada. Também é possível notar que a matrícula de alunos na área rural é realizada apenas pela rede municipal de ensino. Em 2013, a matrícula da rede municipal correspondeu a 29.50% das matrículas na zona rural enquanto na área urbana há um atendimento de 70,50%. Conforme aponta a tabela 06 houve no período de 2000 a 2010 um aumento significativo no percentual de atendimento da população de 06 a 14 anos alunos nas escolas de ensino fundamental. Neste mesmo período, houve a redução da taxa de analfabetismo da população de 11 a 14 anos. Esses dados apontam para o crescimento na oferta de matrículas nas duas décadas gerando a redução do analfabetismo desta população. Tabela 06. Nível Educacional da população de 06 a 14 anos, 1991, 2000 e 2010 no município de Cruz das Almas. Faixa etária (anos) 06 a 14 anos 11 a 14 anos Taxa de analfabetismo 1991 2000 18,73% 7,28% 2010 2,43% Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil % de alunos na escola 1991 79,85% 79,60% 2000 96,05% 93,00% 2010 97,51% 93,58% De acordo com a tabela 07, os maiores índices de defasagem idade-ano dos alunos matriculados em 2013 no Sistema Municipal de Ensino, se encontram nos 6º; 7º e 8º anos finais, enquanto nas séries iniciais estão mais elevados no 4º ao 5º anos. Tabela 7. Matrícula de Alunos com defasagem idade- ano no Ensino Fundamental do Sistema Municipal de Ensino do ‘Município de Cruz das Almas (2013) Idades 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos + de 16 anos Nº de alunos total em defasagem % em defasagem TOTAL 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º ano ano ano ano ano ano ano ano ano Total - - 08 01 01 - - - - 90 42 12 11 06 02 03 - 93 41 30 12 08 02 01 92 52 45 25 06 03 10 166 187 223 2,0 499 - - 81 75 120 44 74 114 16 19 59 09 10 45 225 223 218 - 57 77 104 134 104 08 91 135 145 175 258 267 162 249 1490 20,0 24,7 28,8 31,0 32,0 34,0 30,0 23,0 25,5 844 757 774 723 698 647 444 455 5841 Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2014. Partindo para análise das tabelas 08 e 09 que apontam as taxas do rendimento escolar da clientela discente matriculada em nas esferas municipal e estadual observa-se que no período de 2008 a 2009 houve diminuição das taxas de aprovação e elevação das taxas de abandono do 2º ao 4º anos das séries iniciais do Ensino Fundamental no Sistema Estadual. Esses dados levam a hipótese que as taxas de evasão podem estar relacionadas às taxas de reprovação que aumentam na faixa dos 11 aos 14 anos motivados provavelmente pela multirrepetência escolar no sistema anterior do Ensino Fundamental de 08 anos. Os resultados aqui apresentados não apresentam dados do ano de 2010 tendo sido completamente municipalizado o ensino das séries inicias do Ensino Fundamental. .Tabela 08. Taxas de Rendimento Escolar - Rede Estadual de Cruz das Almas Taxa de Taxa de Taxa de Aprovação Reprovação Abandono SÉRIE / ANO Ano Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural 2008 76,00 x 18,40 x 5,60 x 1ª Série / 2º ano do 2009 63,50 x 11,50 x 25,00 x EF 2ª Série / 3º ano do EF 3ª Série / 4º ano do EF 4ª Série / 5º ano do EF 5ª Série / 6º ano do EF 6ª Série / 7º ano do EF 7ª Série / 8º ano do EF 8ª Série / 9º ano do EF 2008 83,60 2009 72,20 x x 10,90 13,90 x x 5,50 13,90 x x 2008 86,70 2009 62,50 x x 8,10 25,00 x x 3,20 12,50 x x 2008 91,80 2009 100,00 x x 7,40 x x x 0,80 x x x 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 x x x x x x x x x x x x 31,80 34,30 39,80 29,30 28,70 31,90 33,20 27,70 21,60 31,10 25,20 20,70 x x x x x x x x x x x x 13,90 9,10 5,90 13,00 6,00 6,20 18,60 8,90 11,70 12,60 7,00 12,00 x x x x x x x x x x x x 54,30 56,60 53,80 57,70 65,30 61,90 48,20 63,40 66,70 56,30 67,80 67,30 Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ide/2008,2009, 2010. Acesso em: 16 jan. 2014. De acordo com a análise da tabela 09, observa-se que as taxas de aprovação no Sistema Municipal de Ensino em média aumentaram. Porém observa-se um aumento da taxa de reprovação e evasão no 6º ano bem como a elevação das taxas de reprovação e evasão e a queda da aprovação no 9º ano. Estes dados sinalizam para uma reflexão da Secretaria Municipal de Educação, quanto a necessidade de uma metodologia diferenciada de ensino que combata esta problemática. Tabela 09. Taxas de Rendimento Escolar – Sistema Municipal de Ensino de Cruz das Almas SÉRIE / ANO 1ª Série / 2º ano do EF 2ª Série / 3º ano do EF 3ª Série / 4º ano do EF 4ª Série / 5º ano do EF 5ª Série / 6º ano do EF 6ª Série / 7º ano do EF 7ª Série / 8º ano do EF 8ª Série / 9º ano do EF Ano Taxa de 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 Aprovação Urbana Rural 57,60 56,10 64,10 63,00 65,10 61,40 68,30 67,80 73,60 70,90 75,40 70,10 73,10 78,60 78,90 77,70 71,00 78,10 86,50 85,40 88,20 81,70 83,90 82,70 67,60 62,40 63,10 70,90 65,10 70,90 67,10 71,40 64,40 81,00 68,20 82,60 75,70 89,80 76,70 82,40 81,30 85,50 75,60 93,50 83,90 91,70 80,60 88,50 Taxa de Taxa de Reprovação Abandono Urbana Rural Urbana Rural 36,40 40,90 6,00 3,00 30,80 29,80 5,10 7,20 30,50 34,70 4,40 3,90 28,00 30,40 3,70 1,80 25,00 27,20 1,40 1,90 23,00 25,40 1,60 4,50 23,40 19,20 3,50 2,20 19,20 17,90 1,90 4,40 23,80 18,50 5,20 3,40 10,40 11,70 3,10 2,90 10,10 15,80 1,70 2,50 13,80 15,70 2,30 1,60 27,80 34,90 4,60 2,70 33,50 25,70 3,40 3,40 29,40 16,20 5,50 12,90 29,70 24,80 3,20 3,80 34,20 15,50 1,40 3,50 29,50 11,30 2,30 6,10 22,00 5,60 2,30 4,60 19,70 12,20 2,60 5,40 17,30 8,40 1,40 6,10 23,50 2,20 0,90 4,30 14,30 4,80 1,80 3,50 16,20 5,80 3,20 5,70 Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ide/2008,2009, 2010. Acesso em: 16 jan. 2014. Atualmente o município conta com o Programa Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa objetivando que as crianças sejam alfabetizadas até os oito anos de idade. Em relação ao atendimento à população do campo não há uma proposta pedagógica especifica para esse público e nenhuma diferenciação do trabalho pedagógico direcionado para os educandos que precisarem se ausentar nos períodos da colheita e condições climáticas, no entanto, algumas escolas tentam se organizar para atender por meio do projeto de sustentabilidade promovido em regime de colaboração com o ente federal o respeito pela realidade local, identidade cultural e condições climáticas. O Sistema Municipal de Ensino tem garantido a oferta da matrícula para toda a população de 06(seis) a 14(quatorze) no Ensino fundamental por meio da adesão e implementação dos programas federais que direcionam para a conclusão desta etapa de ensino na idade recomendada. Tem também desenvolvido ações para fortalecer o acompanhamento emonitoramento do acesso, da permanência dos beneficiários de programas de transferência e de renda através da frequência escolar. Quanto as situações de discriminação, preconceito e violência na escola, estes temas tem sido trabalhados de modo globalizado e multidisciplinar e no entanto, se faz necessária a consolidação de uma parceria e apoio da Secretaria de Políticas Especiais. Apesar da Secretaria Municipal estar atenta para o processo de desenvolvimento e aprendizagem, respeitando as faixas etárias, as características sociais, psicológicas e cognitivas das crianças, bem como adotado orientações pedagógicas que levam em conta esses aspectos, o Sistema Municipal de Ensino não possui uma equipe multidisciplinar de profissionais como assistente social, fonoaudiólogo, psicopedagogo para orientar os professores no trabalho com as crianças com dificuldades de aprendizagem porém conta com oficinas e atividades de reforço escolar nas unidades escolares que possuem o Programa Mais Educação A Secretaria Municipal de Educação utiliza os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino, Fundamental, as Diretrizes Nacionais da Educação Básica, as Diretrizes Nacionais do Ensino Fundamental de Nove Anos para a orientação de proposta dos conteúdos escolares, no entanto, o município não dispõe de um currículo municipal exclusivo e por isso, necessita utilizar outros documentos de forma mais sistematizada e estruturada, principalmente para a orientação e acompanhamento dos instrumentos de avaliação. As unidades escolares tem desenvolvido projetos voltados as atividades extracurriculares de incentivo às habilidades estimulando os estudantes a exemplo do projeto “Nosso aluno é um show” que consiste na descoberta e apresentações de talentos e habilidades dos alunos. Através do Programa Mais Educação são oferecidas oficinas com o desenvolvimento de atividades e o estímulo de habilidades esportivas e culturais. O Sistema Municipal de Ensino disponibiliza equipamentos para o uso de novas tecnologias de informação e comunicação, mas ainda não são suficientes para a demanda geral das escolas.Os aparelhos não são disponibilizados ao atendimento satisfatório de todos os estudantes e nem são utilizadas como apoio nas atividades didáticas e pedagógicas. Devido a problemas de falta de segurança e profissionais específicos para este trabalho não vem sendo possível a integração entre as escolas e suas comunidades locais. Assim sendo, também não há como atender às especificidades da Educação Especial, do campo e quilombolas. A Secretaria Municipal de Educação incentiva a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das atividades escolares dos filhos por meio do estreitamento das relações entre as escolas e as famílias através de palestras, reuniões pedagógicas organizadas pela própria escola, homenagem aos familiares nas datas comemorativas. Também implantou os colegiados escolares que contam com a representação dos mesmos para a participação no processo democrático de gestão escolar. 2.2.1.4 Ensino Médio Analisar o Ensino Médio é estudar um nível de ensino que traz consigo problemas que resultam de embates políticos históricos. Sua identidade tem sido ambígua quanto às suas funções. Tal ambiguidade, de um lado, pretende preparar o aluno para continuar os estudos no nível superior, por outro lado, busca preparar mão-de-obra qualificada para o mercado de trabalho. Em ambos os casos, deixando de cumprir sua função principal: formação ampla e integral dos jovens e adolescentes. Conforme a LDB 9394/96, esta etapa final da educação básica, deve ser ministrada em três anos, com as seguintes finalidades: “a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; a compreensão dos fundamentos científicotecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.” Além dessas finalidades, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (Resolução 03/98) estabelecem fundamentos estéticos, políticos e éticos: Estética da Sensibilidade, Política da Igualdade e Ética da Identidade. “Com base nesses fundamentos, o Ensino Médio desenvolve-se assegurando os princípios de identidade, diversidade, autonomia, interdisciplinaridade e contextualização nas atividades do ensino e da aprendizagem”. O município possui rede pública e privada com o total de 10(dez) unidades escolares que ofertam o Ensino Médio, sendo 04 da rede pública e 06 da rede particular de ensino. A rede municipal ofereceu em apenas uma unidade escolar no período de 1995 a 2014. Com o objetivo de diagnosticar a situação do Ensino Médio no município de Cruz das Almas, fezse a análise dos dados estatísticos sobre o número de matrícula, taxa de aprovação, reprovação e abandono, como também o desempenho do ENEM/2012. Tabela 15. Matrícula Inicial do Ensino Médio no Município de Cruz das Almas, por dependência administrativa e localização 2011/2013 Anos 2011 2012 2013 Municipal Estadual Urbana Rural Urbana 467 2263 392 2148 126 2438 Rural - Privada Urbana 143 131 137 Total Rural - 2873 2671 2701 Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Cruz das Almas- BA e Diretoria Regional de EducaçãoDIREC 32. Com base nos dados da tabela 15, pode-se verificar que houve uma queda de matrículas causada pela extinção gradativa do curso na rede municipal o que provavelmente levou a migração para a rede estadual. Houve também a redução na rede privada como também no total de alunos matriculados entre 2011 e 2013. Tabela 16. Taxas de Rendimento do Ensino Médio - Rede Estadual Fase / Nível Taxa Aprovação Urbana Rural Total Taxa Reprovação Urbana 2008 44,80 44,8 25,00 2009 43,60 63,4 30,70 2010 48,10 48,1 31,10 2008 56,10 56,1 19,00 2º ano 2009 62,00 62,0 24,30 2010 66,10 66,1 12,10 2008 72,40 72,4 10,40 3º ano 2009 73,30 73,3 11,20 2010 80,40 80,4 5,80 Fonte: Diretoria Regional de Educação – DIREC 32. 1º ano Taxa Abandono Rural Total - 25,00 30,70 31,10 19,00 4,30 12,10 10,40 11,20 5,80 Urbana 30,20 25,70 20,80 24,90 13,70 21,80 17,20 15,50 13,80 Rural Total - 30,20 25,70 20,80 24,90 13,70 21,80 17,20 15,50 13,80 A tabela 16 aponta o rendimento do Ensino Médio na Rede Estadual nos períodos de 2008 a 2010 e mostra que houve elevadas taxas de reprovação e abandono nos 1º (primeiro) e 2º (segundo) anos em todo período. Há a probabilidade de que esta situação tenha sido agravada pelo egresso no 1º ano de alunos concluintes do Ensino fundamental com baixo aprendizado e uma possível aprovação com a mesma situação para o 2º ano. Tabela 17.A -Taxas de Rendimento do Ensino Médio - Rede Municipal Taxa Aprovação Taxa Reprovação Taxa Abandono Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural 2008 65.20 65.20 34,80 34,80 0,00 1º 2009 85,00 85,00 14,00 14,00 1,00 ano 2010 78,80 78,80 20,50 20,20 0,70 2008 80,50 80,50 19,50 19,50 0,00 2º 2009 90,70 90,70 6,50 6,50 2,80 ano 2010 84,30 84,30 15,00 15,00 0,70 2008 96,70 96,70 3,30 3,30 0,00 3º 2009 93,20 93,20 5,30 5,30 1,50 ano 2010 97,00 97,00 2,00 2,00 1,00 Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Cruz das Almas- BA. Fase / Nível Total 0,00 1,00 0,70 0,00 2,80 0,70 0,00 1,50 1,00 Os dados da tabela 17. A - demonstram que os índices de aprovação no período de 2008 a 2010 da rede municipal são mais elevados que os alcançados pela rede estadual. O único estabelecimento de ensino desta esfera praticamente não apresentou evasão escolar. No entanto a situação de reprovação no 1º ano é a mais elevada no período possivelmente também devido ser o ano de egressos dos concluintes do ensino fundamental com baixo aprendizado. Tabela 17.B - Desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010 Nível Ano Rede Federal Rede Estadual Rede Municipal Rede Privada 2009 2009 2009 2009 Média da prova objetiva Média Total (Redação e Prova Objetiva) 433,72 481,37 471,27 545,64 563.15 612.97 Fonte: http://ide.mec.gov.br/2014/municipios/relatorio/coibge/2909802<Acesso em 16/01/2014. A tabela 17.B - retrata o desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), onde se observa que assim como é maior a taxa de aprovação dos concluintes do Ensino Médio da rede municipal também a média obtida na prova objetiva e a media total obtida na redação e prova objetiva é maiores que as dos estudantes da rede estadual de ensino. Enquanto que as médias obtidas pelos estudantes da rede privada são mais elevadas que as da rede municipal provavelmente pela melhor preparação e maior aprendizado dos alunos talvez motivado pela ascensão de classe social, ambiente familiar e acompanhamento frequente dos pais e responsáveis o que tem dado maiores oportunidades de aprovação no ENEM para estes que tem acesso com mais facilidade ao Ensino superior. A rede estadual atualmente dispõe de vagas suficientes para o atendimento do Ensino Médio em unidades escolares públicas, atendendo a exigência da LDB 9.394/96, Art. 10 (IV) “é dever de o Estado assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio”. Assim sendo, existem nestas unidades, programas de regularização da defasagem idade-ano, para a população de 15 a 17 anos. O município ainda não conta com parcerias nem ações integradas com órgãos da assistência social e nem a saúde que poderiam contribuir para um resgate ativo dessa população que se encontra fora da sala de aula. Até o momento não há registros de oferta de programas pelo município para atender aos filhos de profissionais que se dedicam às atividades de caráter itinerante. Os filhos de ciganos que moram pouco tempo em tendas específicas são matriculados e estudam enquanto estão na cidade. Não existem ações de incentivo à utilização do Centro de Apoio Pedagógico, um espaço cultural próprio da Prefeitura Municipal que foi construído a fim de atender a demanda dos diversos eventos de caráter educacional. As unidades de ensino médio desenvolvem suas atividades desportivas nas próprias quadras e auditórios. A Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer tem promovido projetos junto as unidades escolares de Ensino Fundamental do município, porém ainda não realiza parceria com a rede estadual de ensino para a execução de programas de educação e de cultura para a população urbana e do campo, de jovens na faixa etária de 15 a 17 anos que freqüentam o ensino médio. O estado tem disponibilizado de novas tecnologias da informação e comunicação em atividades didáticas e pedagógicas através dos infocentros de informática. Assim como a rede municipal o estado não tem oferecido um tratamento específico para a educação especial, do campo e quilombolas. Por meio do acompanhamento da freqüência escolar é feito o monitoramento do acesso e da permanência no ensino médio e do aproveitamento escolar dos beneficiários de programas de transferência e renda. Os projetos de intervenção de situações de discriminação, preconceitos e violência escolar ocorrem através de projetos didáticos. MODALIDADES E DESAFIOS EDUCACIONAIS Educação Especial Partindo dos princípios legais que amparam o direito das pessoas com deficiências, no âmbito da educação, torna-se necessária a oferta na rede regular de ensino os serviços de apoio especializado para garantir o acesso, participação e a aprendizagem dos estudantes em classes comuns em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino. Nesse sentido, há uma preocupação em garantir esse direito e para fazê-lo sendo necessárias ainda muitas discussões para o alcance de uma consistente e efetiva política voltada para o progresso educacional como um todo. O grande desafio em nossas instituições de ensino inicia com o trabalho em proporcionar a receptividade por parte dos professores para a situação dos deficientes que chegam às salas de aula por imposição legal sem menos haver a prévia adequação do currículo para que o mesmo possa atender as expectativas tanto das Necessidades Educativas Especiais. Os profissionais da Educação, incluindo os professores ainda não possuem a formação necessária que possa destacar as potencialidades no lugar das dificuldades o que vem acarretando muitas vezes em um faz-de-conta de inclusão e participação dos deficientes no processo de aprendizagem. O município só dispõe de uma instituição filantrópica de atendimento especializado. Não há na rede municipal nenhuma unidade escolar adequado para o atendimento educacional especializado. Ainda não conta com o auxílio governamental, estrutura, cooperação docente e efetiva participação da sociedade civil. Educadores não têm subsídios para atender esse alunado, não estão preparados para auxiliar o educando no exercício pleno da cidadania e na educação de qualidade. Como os estudos relativos a Educação Inclusiva se iniciaram recentemente neste município, a maioria das questões relacionadas a essa modalidade educacional ainda está em fase de pesquisas, necessitando de atenção especial e trabalho contínuo. Os dados relativos aos educandos (as) que tem alguma NEE, ainda estão sendo levantados junto as unidades de ensino do município. Esses dados são imprescindíveis para o direcionamento da Educação Especial e na escolha das ações que melhor contemplem as necessidades desse alunado. A tabela 18 aponta a matrícula de alunos com necessidades especiais em classes regulares do Sistema Municipal de Ensino nas etapas de ensino da Educação Básica por tipo de deficiência. Tabela 18. Matrículas de alunos com deficiências no Sistema Municipal de Ensino de Cruz das Almas – BA em 2014 Etapas da Educação Básica Ed. Infantil Séries Séries Ens. Total Iniciais Finais Médio do E. F. do E. F. Deficiência visual - 01 - - 01 Deficiência mental - - - - - Deficiência física 02 04 04 - 10 Deficiência auditiva - 01 01 - 02 Deficiências múltiplas 01 02 - - 03 - - - - - 11 24 10 - 45 32 15 - 61 Altas habilidades/superdotação Transtornos globais do desenvolvimento TOTAL 14 Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2014. Conforme a tabela acima, no ano de 2014 foi informado um total de 61 alunos no Censo Escolar como alunos com deficiências. O Sistema Municipal de Ensino vem recebendo a clientela que possui deficiências, porém sem promoção financeira, pedagógica e estrutural para o devido atendimento. Apenas no último ano, foi informado este tímido número de crianças e jovens que as famílias assumiram a deficiência dos mesmos. Apesar de se notar claramente a existência de pessoas que apresentam traços de deficiências a não declaração familiar incide na ocultação da informação tão imprescindível para a conquista de recursos que poderiam suprir estas carências. A educação especial é uma modalidade de ensino que inspira muito cuidado por parte do educador e atenção por parte da sociedade como um todo. É perceptível o pouco suporte teórico no estudo das deficiências. O que vemos são estudos voltados a um tema particular e não global. Não há a o atendimento de cidadãos com NEE, voltado para a sua profissionalização e sua inserção no mercado de trabalho, o que ofereceria aos mesmos as condições para o efetivo desenvolvimento das competências, o exercício da cidadania e sua efetiva inclusão no meio social. Alguns docentes deste município interessados em aperfeiçoamento nessa área o fazem de maneira particular, pois até o presente momento, ainda não há ações afirmativas de cursos de formação específica nesta modalidade ofertada pela Secretaria de Municipal de Educação. Acredita-se que esse fato se dê por o processo de construção ainda estar em fase inicial e de que não há a liberação de verbas em regime de colaboração para este fim. Em uma proposta inovadora apresentada à Secretaria Municipal de Educação no ano anterior, foram disponibilizadas para um dos colégios municipais que lecionam as séries finais do ensino fundamental duas professoras que atuaram como intérpretes educacionais para a realização de um trabalho pedagógico direto com uma aluna surda no turno regular. Apesar do acompanhamento destas intérpretes em LIBRAS em sala de aula, a mesma não recebeu um atendimento especializado em num contraturno para a melhor promoção de seu aprendizado. Foi sem dúvida uma iniciativa inovadora, porém não se deu continuidade no ano letivo atual. Há uma necessidade urgente de adequação na estrutura física das unidades escolares a fim de possibilitar o acesso como também de profissionais habilitados na modalidade que traga o real aprendizado dos (as) educandos (as) com necessidades educativas especiais. Precisa-se tanto de materiais específicos quanto de formação profissional para aqueles que trabalham direta ou indiretamente com esse alunado. Acredita-se que a falta da devida sensibilização por parte da gestão municipal à comunidade escolar quanto às especificidades desse contexto educacional não foi capaz de promover a inclusão de modo real dos deficientes no ambiente e processo de aprendizagem efetivo. As relações sócio-afetivas também devem ser trabalhadas para sensibilizar cada membro das unidades escolares e posteriormente de toda a sociedade sobre a importância da inclusão e também a efetivação da mesma. O município ainda não dispõe de salas multifuncionais para o atendimento educacional especializado da clientela especial. Há também a necessidade não só em adequar estrutural e pedagogicamente a rede de ensino, mas antes de tudo é preciso a conscientização sobre a importância do embasamento legal para sua aplicação como acima de tudo o respeito pela diversidade humana, um passo para o exercício pleno da cidadania neste município. Também é preciso a inserção mais detalhada sobre o trabalho a ser desenvolvido nesta modalidade na proposta pedagógica e no regimento escolar das unidades escolares municipais. Política de Alfabetização A Alfabetização como processo vem sendo amplamente discutida para que se concretize na idade certa, ou seja, até que o aluno complete 8 (oito) anos cursando o 3º (terceiro) ano do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. De acordo com a determinação do Governo Federal, o município de Cruz das Almas em regime de colaboração com o Distrito Federal e Estado da Bahia juntamente com a participação das famílias e da comunidade deve mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, alcançar a melhoria da qualidade da educação básica. Com a instituição do programa federal denominado Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) do Ministério da Educação- MEC, em parceria e adesão da Secretaria Municipal de Educação de Cruz das Almas, ampliou o compromisso previsto no Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007, de alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental. Tal programa através de ações pedagógicas, em prol do processo de alfabetização, permite o desenvolvimento o pleno domínio de competências leitoras e escritoras na área de Língua Portuguesa e Matemática. Portanto, o Sistema Municipal de Ensino visando o cumprimento do art. 30 das Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental de nove anos, fez opção pelo regime seriado, porém não considerando os três anos iniciais do Ensino Fundamental como um só bloco pedagógico. O programa vem sendo trabalho visando ampliar a todos os alunos as oportunidades de sistematização e aprofundamento das aprendizagens básicas, imprescindíveis para o prosseguimento dos estudos. Apesar da orientação do MEC para que preferencialmente o município faça a organização do ciclo de alfabetização do 1º ao 3º ano, a SME ainda não adota esta organização, neste sentido, ainda reprovam-se alunos que não logram o rendimento esperado no 2º ano do Ensino Fundamental. Cabe, portanto, uma reanálise da forma desta organização. Assim sendo, torna-se necessário que o Sistema Municipal de Ensino leve em conta o alcance das características de desenvolvimento dos alunos, ficando sob a responsabilidade dos coordenadores pedagógicos e professores destes primeiros anos a adoção de formas de trabalho que possibilitem maior mobilidade das crianças nas salas de aula que as conduza a explorar mais intensamente as diversas linguagens artísticas, a começar pela literatura, como também a utilizar materiais que ofereçam oportunidades de raciocinar, manuseando-os e explorando as suas características e propriedades através das orientações fornecidas pelo programa. É importante também a revisão dos espaços e tempo escolares, das propostas pedagógicas, pois por enquanto, só há maior acompanhamento e fornecimento de materiais específicos do programa para o 1º ano. Como consequência, a proposta pedagógica não garante que as crianças sejam alfabetizadas na Idade Certa. Além disso, as crianças dos 2º e 3º anos não possuem materiais didáticos específicos voltados para a alfabetização mesmo tendo coordenação enquanto que os 4º e 5º anos aguardam a liberação e a expansão do programa federal. Em relação aos instrumentos de avaliação o município incentiva as escolas a criarem seus próprios instrumentos de avaliação de acordo com as orientações recebidas nas formações do programa do Pacto. A Secretaria Municipal de Educação realiza o acompanhamento e coordenação, porém sendo necessária uma maior atenção ao acompanhamento pedagógico os dois últimos anos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Além disso, ainda não existe uma proposta pedagógica para a promoção da articulação entre a Educação Infantil e o ciclo de alfabetização. A Secretaria de Educação tem desenvolvido com as crianças do campo, quilombolas, como também filhos de ciganos um trabalho pedagógico sem o atendimento de suas especificidades como também não existem registros de trabalhos de alfabetização específicos pelas áreas das deficiências direcionados às crianças especiais que se encontram nos ambientes escolares das classes regulares. O município realiza as avaliações externas tais como a Prova e Provinha Brasil, a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), a Avaliação Externa da Alfabetização ( Avalie Alfa). Em 2013, a avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) foi realizada pelo governo do Estado através da Secretaria Estadual do Estado por meio da DIREC, já a Provinha Brasil e o Avalie Alfa, foram aplicados pelo município através da Secretaria Municipal de Educação. A coordenadora local do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) promoveu uma reunião esclarecendo aos diretores e Coordenadores Pedagógicos e forneceu direcionamento sobre a forma de aplicação dessas avaliações. A Secretaria Municipal de Educação utiliza os mesmos instrumentos de avaliação interna convencional assim como as sugeridas nos materiais específicos do programa PNAIC. Ate o momento, não se desenvolveu projetos pedagógicos que utilizem novas tecnologias educacionais para a alfabetização de crianças. Além das aprendizagens pertinentes ao currículo escolar não se realiza nenhum processo de formação inicial e continuada dos educando no município. Diante da busca não se encontrou registro de nenhuma proposta pedagógica consistente capaz de atender as reais necessidades dos alunos em processo de alfabetização no município. Educação em Tempo Integral O programa Mais Educação foi instituído pela Portaria Interministerial 17/2007 e pelo Decreto Presidencial 7.083/2010 e integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação PDE, como uma estratégia do Governo Federal para induzir a ampliação da jornada escolar e organização curricular, na perspectiva da Educação integral. O município de Cruz das Almas assinou o termo de adesão ao programa em 12 de janeiro de 2011. Neste ano, foram contempladas quatro unidades escolares: Centro Educacional Cruzalmense, Grupo Escolar Maria Peixoto Barbosa, Escola Hipólito Lima de Oliveira e Escola Batista, porém apenas a Escola Hipólito Lima de Oliveira executou o programa atendendo um total de 110 alunos. Em 2012 mais duas escolas foram contempladas: Escola Dr. José Conrado e Escola Joaquim Medeiros, todavia a partir 2013 todas as escolas acima citadas executaram o programa. No final de 2013 o município aderiu a mais 27 escolas, entre elas, apenas a Escola Clemente Mariani deixou de aceitar a adesão ao programa pela justificativa de não possuir estrutura física adequada e ao mesmo tempo ser uma escola municipalizada e por isso alguns trâmites burocráticos impediriam as reformas necessárias. Somente durante as formações do programa que o município passou a ter conhecimento de todos os requisitos exigidos na legislação, conforme a Resolução nº34 de 06 de setembro de 2013: Considerando a necessidade de estimular a ampliação da jornada e espaços escolares para o mínimo de sete horas diárias, em conformidade com o Programa Mais Educação, visando a implementação da Educação Integral na rede pública de ensino com atividades nas áreas de acompanhamento pedagógico, cultura, artes e educação patrimonial, esporte e lazer, educação em direitos humanos, ciência da natureza, educação ambiental e desenvolvimento sustentável, cultura digital, prevenção de doenças e promoção da saúde, comunicação e uso de mídias, investigação no campo das ciências da natureza, educação econômica/economia criativa: agroecologia; iniciação científica e memória e história das comunidades tradicionais; Diante deste conhecimento sobre a correta forma de execução do programa ficou constatada a necessidade da adequação das unidades escolares quanto aos espaços físicos, tais como: banheiros, quadras cobertas, refeitórios e anexos para realização das oficinas (salas dispostas de forma a não atrapalhar o processo de aprendizagem do currículo pedagógico, em que os alunos possam desenvolver as atividades extracurriculares que integram o Programa de Educação Integral). Ficou claro que o município necessita garantir o acesso ao desenvolvimento cultural e social através de acesso a internet, que possa abranger todas as escolas contempladas pelo programa. Quanto ao cumprimento da legislação para operacionalizar os repasses previstos no art. 8º da Resolução nº34 de 06 de setembro de 2013, entre outras atribuições é necessário garantir um professor, preferencialmente estável e com jornada de 40 (quarenta) horas semanais, lotado na escola na qual serão desenvolvidas as atividades do Programa Mais Educação. De acordo com o atual limite do índice do percentual dos recursos do FUNDEB destinados ao pagamento de professores não tem sido possível garantir a disposição de um professor de 40 horas especificamente para atuar na coordenação do programa. Considerando a resolução 34/CD//FNDE nº 26/2013, que dispõe sobre o fornecimento da alimentação escolar aos estudantes da educação básica e trata das especificidades em relação aos estudantes atendidos no Programa Mais Educação observa-se que não há o atendimento pleno dos requisitos previstos na legislação e acordo com as informações do Programa Bolsa Família as escolas contempladas devem ter o índice igual ou superior a 50% de seus estudantes participantes do Programa. Além destes critérios as escolas do campo foram inseridas por apresentarem 30% da população rural. Ainda torna-se necessário o atendimento do disposto no art. 58 da Lei 9394/96 para que todos os alunos que são indicados no censo portadores de deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e alta habilidade, sejam inseridas no Programa Mais Educação A Secretaria Municipal de Educação de Educação já atende 27 unidades escolares o que significa mais de 50% (cinqüenta por cento) do total, no entanto, a maioria delas não vem cumprindo com os requisitos do programa principalmente referente à alimentação. Torna-se necessário que a se realize a adequação das escolas quanto à infraestrutura e fornecimento de almoço para todos os alunos inseridos no programa. Afinal o fato de que tais escolas ao serem selecionadas para que possam melhorar a qualidade da aprendizagem por meio de um tratamento pedagógico diferenciado que seja capaz de contribuir para a formação plena dos alunos deve ser considerado compromisso com o devido comprometimento dos agentes gestores. O município precisou rever toda a legislação pertinente ao programa, pois a realidade ocorrida demonstrou um verdadeiro descumprimento dos principais critérios para que se realizasse programa de forma adequada. Em 2014 foram informadas 21(vinte e uma) o unidades escolares com turmas do programa totalizando 4147 alunos. Foram contempladas 10 (dez) unidades de escolas do campo. Destas apenas 08 (oito) unidades foram contempladas com os recursos por terem informado o período de funcionamento das turmas como integral. As demais escolas realizaram as oficinas por meio de atividades sócio-educativas no contraturno escolar, mas sem fornecimento do almoço para todos os alunos. Em 2015 foram realizados os devidos ajustes e finalmente encontram-se fornecendo almoço para todos os alunos do programa e construídos 10 (dez) refeitórios, porém a maioria das escolas ainda está pendente na questão da infraestrutura quanto a adequação do espaço dos refeitórios e sanitários para banho. Considerando a necessidade em assegurar a educação em tempo integral para pessoas com deficiências na faixa etária dos 04 aos 17 anos é necessário realizar um levantamento para se constatar se está sendo atendida esta exigência. O município terá de firmar parcerias com as Secretarias de Saúde, Cultura, Esporte e Lazer para o pleno atendimento das demandas dos alunos matriculados na jornada ampliada. A Secretária Municipal dispõe de coordenação que realiza o acompanhamento pedagógico e multidisplinar com os monitores que realizam as oficinas para que os alunos permaneçam o o tempo igual ou superior a sete horas diárias durante todo o período letivo. Qualidade da Educação Básica Em 2014 foi aprovado o Plano Nacional da Educação (PNE), Lei nº Lei 13.005/14 que traça os objetivos, metas e estratégias para o ensino no País para os próximos dez anos em todos os níveis para serem cumpridos até 2024. Neste mesmo ano encerrou-se o prazo de vigência do Plano de Ações Articuladas (PAR), que contemplava os compromissos dessa natureza para a melhoria da qualidade do ensino no município de Cruz das Almas. Desta forma, se torna necessário um profundo estudo sobre as metas de desempenho, bem como as médias nacionais, estaduais e municipais para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) a partir do ano de 2013 para uma comparação e análise da realidade educacional do município a fim de se traçar as diretrizes e metas que sejam capazes de promover a superação dos principais problemas, o fortalecimento e a melhoria da qualidade da educação no próximo decênio no município. Para tanto se realizou uma projeção sobre o Ideb observado no período entre 2007 a 2013 no âmbito de cada rede de ensino que fornecerão os subsídios para as principais ações necessárias ao alcance da meta projetada até o ano 2021. Tabela 19. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Ensino Fundamental 2007/2013 Anos Iniciais do Ensino Fundamental Âmbito de Ensino IDEB Observado 2007 2009 2011 2013 2015 Brasil Total 4.0 4.4 4.7 4.9 5.0 Bahia 3.2 3.5 3.9 3.9 3.8 Rede Estadual 4.1 Rede Municipal 3.3 3.7 3.9 4.1 4.2 Fonte: Disponível em: www. Qedu.org.br – junho de 2015. Anos Finais do Ensino Fundamental Metas 2021 5.8 4.8 5.1 IDEB Observado 2007 2009 2011 3.5 3.7 3.9 2.8 2.9 3.1 2.7 2.4 2.9 3.0 2.9 3.5 2013 4.0 3.2 3.2 3.3 2015 4.5 3.8 3.5 4.2 Analisando a tabela 19 percebe-se que o município evoluiu 0.8 no período de 2007 a 2013 nas séries iniciais e 0.3 nas séries finais. Para que possa alcançar a meta projetada o município precisa conquistar 1.0 nas séries iniciais e 1.7 nas séries finais. Diante da atual situação da educação municipal é preciso que se promova a melhoria do desempenho escolar por meio da adequação da infraestrutura, recursos materiais organização curricular, didática, pedagógica, administrativa e de qualificação de todos os professores assim como promover a aproximação da família com a comunidade escolar por meio da gestão democrática e participativa. QUADRO 1 – NÍVEL DE PROFICIÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA E MATÉMATICA DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL – 2009, 2011 E 2013. ANO 5º ANO LINGUA PORTUGUESA MATEMÁTICA Av. Prof. Bás. Insuf. Av. Prof. Bás. Insuf. 2009 3% 16% 52% 29% 1% 15% 45% 39% 2011 4% 23% 51% 22% 2% 18% 49% 31% 2013 7% 21% 47% 25% 4% 16% 47% 33% De acordo com o Quadro 1, o nível de proficiência dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental no período de 2009 a 2013 passou por oscilação tendo elevação em 2011 e queda em 2013 tanto em Língua Portuguesa com em Matemática. Contudo houve a gradativa elevação do nível de avançados nas duas disciplinas no mesmo período. Metas 2021 5.2 4.6 4.3 5.0 QUADRO 2 – NÍVEL DE PROFICIÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA E MATÉMATICA DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL – 2009, 2011 E 2013. ANO 9º ANO LINGUA PORTUGUESA MATEMÁTICA Av. Prof. Bás. Insuf. Av. Prof. Bás. Insuf. 2009 1% 11% 55% 33% 0% 2% 36% 62% 2011 2% 10% 57% 31% 0% 4% 47% 49% 2013 1% 10% 54% 35% 0% 3% 43% 54% Conforme indica o Quadro 2, no 9º ano do Ensino Fundamental durante o período de 2009 a 2013 não houve avanço no nível de aprendizagem dos alunos nas disciplinas de matemática e uma pequena oscilação com queda em Língua Portuguesa. O nível de proficiência permaneceu baixo. Nesta série mais de 50% dos alunos estavam no nível básico da leitura e mais de um terço com nível insuficiente em todo o período. Quando se trata da Matemática houve uma variação de 49% a 62% no nível insuficiente de aprendizagem. Ao analisar os índices de reprovação existentes na rede municipal de ensino em 2013, observa-se que se concentra nas séries iniciais nos 2º e 3º anos. O fato de que o município adotou a não-reprovação no 1º ano, tem feito com que os alunos sejam aprovados automaticamente. Quando muitos destes chegam ao 2º ano ao não possuírem as habilidades e competências básicas de leitura e escrita são reprovados em massa. Como muitos daqueles que conseguem aprovação no 2º ano ao chegarem ao final do 3º são desclassificados. Quando se trata das séries finais, a maior concentração da reprovação está no 6º ano nas disciplinas de Matemática seguida da Língua Portuguesa, as quais os alunos apresentam maiores dificuldades de aprendizagem, acumulando as defasagens ficando retidos ou abandonando a escola antes da conclusão. São vários os motivos que causam esta realidade sendo o mais freqüente o a não apreensão das habilidades básicas na compreensão e efetivação dos cálculos desde o processo da alfabetização. Outro agravante é o desinteresse pela leitura que conseqüente dificulta a interpretação textual. As ações feitas pelo sistema educacional para solucionar estas dificuldades são projetos ligados a leitura. Atualmente a Secretaria Municipal de Educação executa programas em parceria com o governo federal, para a de formação e capacitação de professores leitores a fim de promover a multiplicação do gosto e hábito pela leitura. Tem sido desenvolvidos com o auxilio e orientação das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e os Parâmetros Curriculares Nacionais nas diversas áreas transversais alguns projetos específicos referentes à leitura. Outro fator que dificulta o processo tem sido a falta de formação específica para os bibliotecários e agentes da comunidade a fim de prestarem uma melhor atuação como mediadores da leitura, seguindo as especificidades das diferentes etapas do desenvolvimento e da aprendizagem. No entanto, a Secretaria Municipal de Educação vem oferecendo formação para professores do sistema municipal para que possam atuar como mediadores na sua etapa de desempenho. A Secretaria Municipal criou um grupo de apoio e acompanhamento formado por membros do Conselho Tutelar, Conselho Municipal de Educação e representantes da sociedade civil objetivando fornecer apoio e acompanhamento a crianças e jovens matriculados em unidades escolares em que ocorre violência na busca de ações de prevenção junto às famílias e contribuindo na adoção das providências adequadas para a conquista da cultura de paz e segurança no ambiente escolar. Entre outras ações, a parceria com o Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, a Secretaria Municipal promove a referida formação de leitores e capacitação de professores. Nas áreas de Ciências e Matemática não tem realizado ações específicas para a reversão das deficiências apresentadas nestas áreas do conhecimento, realizando apenas um processo de revisão de conteúdos objetivando a recuperação ao final do ano letivo. O município assegura transporte público a todos os estudantes da Educação do Campo de localidades em que não é oferecida a continuidade dos estudos e que precisam estudar na zona urbana da cidade. Diante da quantidade insuficiente para o pleno atendimento da demanda de estudantes e localidades rurais é necessária a aquisição de veículos, com os objetivos aumentar a frota de veículos escolares, reduzindo desta forma a evasão escolar. A Secretaria de Educação através da aquisição de equipamentos e materiais por processo licitatório fornece a complementação de insumos materiais, bem como assegura a manutenção da estrutura física escolar. As unidades escolares recebem apoio financeiro para a gestão escolar pela transferência direta de recursos financeiros como forma de garantir a manutenção da mesma. A gestão dos recursos financeiros recebidos ocorre com a participação da comunidade escolar no planejamento, aplicação e prestação de contas. O município assegura água tratada, saneamento básico, energia elétrica às escolas. Quanto à acessibilidade à pessoa com deficiência ainda não foram realizadas em todas as unidades escolares. Uma minoria das escolas já possui bibliotecas adequadas, poucas possuem quadras poliesportivas e equipamentos para prática de esportes. São realizadas algumas atividades extra-curriculares para acesso dos alunos aos bens culturais, à arte. Grande parcela das unidades escolares não possui equipamentos e laboratórios de ciências. A Secretaria de Educação ainda não tem utilizado no Ensino Fundamental nas séries iniciais os indicadores obtidos através dos resultados das avaliações externas e do fluxo escolar bem como dos níveis de proficiência que medem o aprendizado dos alunos das séries finais a fim de diagnosticar e planejar a melhoria da qualidade da aprendizagem dos alunos. Através das ações previstas no Plano de Ações Articuladas (PAR) são executadas algumas ações para o alcance de metas de qualidade educacional referentes as dimensões de gestão educacional, infraestrutura e formação de profissionais do magistério principalmente as que são cobertas com recursos em regime de colaboração. O município ainda não tem aproveitado os resultados dos indicadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), relativos às escolas para o acompanhamento e divulgação. Como também não vem utilizando a aplicação de políticas públicas como forma de atingir as metas do Ideb, diminuindo com isso a diferença entre as escolas com os menores índices e a média nacional. A Secretaria Municipal realiza por meio das unidades escolares a aplicação de avaliações periódicas bimestrais de aferição da aprendizagem dos alunos com base numa matriz referencial curricular específica do ano avaliado, no entanto, até o presente momento não se ampara nos resultados para uma reorganização curricular que promova a inovação pedagógica, a reestruturação dos materiais didáticos que levem à melhoria da aprendizagem dos estudantes. Também inexistem mecanismos para o acompanhamento individualizado dos alunos nas escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Contudo, a Secretaria de Educação tem estimulado o processo contínuo de autoavaliação das mesmas por meio da constituição de instrumentos de avaliação específicos nas próprias unidades escolares. Em uma parcela mínima de unidades escolares são certificadas e divulgadas tecnologias educacionais para a Educação Infantil, Ensino Fundamental, assegurando a diversidade de métodos e propostas pedagógicas. Porém ainda não são suficientes para o atendimento da demanda de implementação do desenvolvimento de tecnologias educacionais e de inovação das práticas pedagógicas nos sistemas de ensino. No entanto já houve a sinalização da demanda que são esforços realizados pelo município para universalizar o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade e triplicar a relação de computadores-aluno (a) nas escolas da rede pública de Educação Básica. Por enquanto não se universalizou a informatização das escolas como nenhum programa de formação continuada ao pessoal técnico das secretarias escolares. As escolas da rede básica de ensino do Município de Cruz das Almas gradativamente vem inserindo no currículo escolar a inserção dos conteúdos referentes a História e Cultura Afrobrasileira e Indígenas nas disciplinas de artes, história e literatura das séries finais do Ensino Fundamental. Tem sido desenvolvido projetos e ações durante o ano letivo dentro da temática, principalmente em novembro, mês da comemoração do dia da consciência negra em cumprimento das diretrizes curriculares nacionais do ensino de história e cultura afro brasileira. Embora a rede municipal ainda não possua uma proposta com uma concepção pedagógica especifica, o planejamento pedagógico vem sendo realizado numa só dinâmica. Apesar de fornecer propostas, a Secretaria Municipal orienta que cada unidade escolar discuta e flexibilize a adequação dos conteúdos correspondentes ás suas respectivas comunidades locais fortalecendo as praticas socioculturais da comunidade e o respeito pela sua realidade cultural. Considerando que a família é base de qualquer pessoa e da importância de seu papel fundamental na vida dos filhos, as escolas do município vêm tentando mobilizar e conscientizar as famílias a participar da vida dos seus filhos, ajudando na tomada de decisões, participando do conselho escolar, envolvendo os mesmos nos projetos efetivados pela escola, atuando como amigo da escola, participando das reuniões de pais e mestres entre outras ações que foram inseridas no Projeto Educacional coletivo que “ Família e Escola: uma parceria que dar certo!”. Embora o município não preste atendimento a toda a demanda necessária dos diferentes problemas de saúde dos educandos, há uma profissional da educação em articulação com a Secretaria Municipal de Saúde que por meio de ações do Programa Saúde na Escola promovido em parceria com o Ministério da Saúde e educação que dentro das possibilidades faz acompanhamento as prioridades existentes, a partir dos temas abordados e ações preventivas para a promoção de saúde. Porem ainda não existe nenhum tipo de programa educacional em parceria local que ofereça total apoio em questões de saúde às famílias. A Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social, como a Secretaria Municipal de Esporte Cultura em parceria com os governos federal e estadual repassam programas à população em geral, porém inexistem parcerias no âmbito específico da educação. O município até o presente momento não concretizou nenhuma ação efetiva de promoção de assistência a saúde dos profissionais da educação, que promova a prevenção e atendimento à classe para a conquista de sua valorização profissional e melhoria das condições de trabalho para que os mesmos possam cumprir sua jornada de trabalho com compromisso e responsabilidade. Para a implementação da política de inclusão de crianças e jovens em estado de vulnerabilidade social, atualmente o município aderiu ao Programa Mais Educação em 21 escolas do Ensino Fundamental com a oferta no contraturno escolar de variadas oficinas, que mantém os estudantes na escola em tempo integral. Há também a realização de um programa em parceria com o Banco do Brasil denominado AABB Comunidade. Tal programa oferece no contraturno aulas de reforço e alimentação aos estudantes devidamente matriculados na rede municipal oficinas as crianças quando estão fora da escola. Educação de Jovens e Adultos ( EJA) A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade que integra o ensino fundamental na rede municipal e as etapas do ensino fundamental e médio na rede estadual. Atualmente se faz necessária uma atenção especial a EJA por estar em gradativo processo de redução de matrículas. É preciso que o sistema reavalie por meio de um diagnóstico o contingente populacional de jovens e adultos que se encontram sem instrução ou com baixa escolaridade. Esta modalidade encontra-se regulamentada pelo artigo 37 da lei de diretrizes e base da educação a LDB ou lei 9394/96 de 20 de dezembro de 1996 e contempla também esta modalidade de ensino da educação básica. Este segmento educacional também recebe repasses do FUNDEB. É de fundamental importância a realização de uma análise/reanálise destes dados estatísticos para que por meio dos indicadores da taxa de analfabetismo e média de anos de estudo da população possa se direcionar o caminho para a melhoria da qualidade de ensino no município. Tabela 20. Matrícula Inicial na Educação de Jovens e Adultos do Município de Cruz das Almas/BA, por dependência administrativa e localização (2011/2013) Municipal Estadual Urbana Rural Urbana 2011 121 79 666 2012 236 244 759 2013 387 240 409 Fonte: Secretaria Municipal de Educação/ Direc – 32 Anos Rural - Total _ 866 1239 1036 De acordo com os dados da tabela 20, houve um aumento expressivo nas matrículas da educação de jovens e adultos do período de 2011 a 2013 na rede municipal. É possível que tal aumento se justifique pelo regresso de muitos jovens e adultos nas séries iniciais. Na rede estadual houve uma grande redução principalmente no ano de 2013, provavelmente por uma falta de incentivo para que os alunos que se encontram nas séries finais retornassem. O Sistema Municipal de Ensino tem oferecido a modalidade de Educação de Jovens e Adultos, em escolas localizadas na zona urbana e na rural, ofertando vagas para o Ensino Fundamental nas séries iniciais com o estágio I correspondente a 1ª e 2ª séries, estágio II correspondente a 3ª e 4ª séries como também com as séries finais o estágio III, correspondente a 5ª e 6ª séries e estágio IV correspondente a 7ª e 8ª séries. A Secretaria Municipal de Educação ainda executa projetos e programas em parceria com o governo federal para a oferta dos cursos de alfabetização, os quais se destacam o Programa Brasil Alfabetizado e o MOVA Brasil. Tais programas objetivam principalmente reduzir as taxas de analfabetismo e melhorar os índices de escolarização da população de jovens e adultos, com vistas a garantir o ingresso, a permanência e o sucesso escolar, a fim de criar condições objetivas para o desenvolvimento regional e desenvolvimento humano. Analisando o desempenho da EJA, na rede municipal de ensino, observamos que durante o ano letivo de 2011, a modalidade obteve uma taxa de aprovação de 54%, revelando um aumento de 9% em relação ao ano de 2010 e de 13% em relação ao ano de 2009. Já, em relação ao índice de evasão, houve a redução de 7% em relação ao ano letivo anterior (2010) como também de 12% em relação ao ano de 2009. Estes dados apresentaram um pequeno avanço quanto à permanência do aluno da EJA no ano de 2012 e 2013. No ano letivo de 2014, de acordo com visitas e revisitas realizadas no turno noturno em unidades escolares da rede municipal, foi verificado que o número de alunos constantes nos formulários da matricula inicial como também constantes nos registros dos documentos da vida escolar dos mesmos, não era compatível com a freqüência diária dos alunos. Tal levantamento conduziu a um parecer conclusivo de que uma parcela dos alunos que se matriculam na EJA nem sequer comparece a um dia de aula. Ficou claro também que muitos dos que começam a freqüentar as aulas vão evadindo aos poucos e no final do ano termina ficando bem poucos alunos frequentando. Neste mesmo ano, de acordo com o Relatório Geral da Educação de Jovens e Adultos DAG/SME (2014), foram matriculados inicialmente 438 alunos, destes, 10 foram transferidos e 181 evadidos. Dos 247 que cursaram até o final do ano letivo, 168 foram aprovados, o que representou 38% do total inicial enquanto 79 que permaneceram foram reprovados. Nesta mesma modalidade nas séries finais, foram matriculados inicialmente no turno diurno em um colégio localizado na zona urbana 308 alunos, destes 75 evadidos, 13 transferidos e chegaram até o fim do ano letivo 220 alunos. Foram aprovados 145 o que representou 47% da matrícula inicial enquanto que 75 dos que permaneceram ate o fim do ano letivo foram reprovados. Atualmente, 07 (sete) unidades escolares matricularam alunos nesta modalidade do ensino fundamental no turno noturno o que representa 15% do quantitativo geral de unidades escolares municipais. Destas, 04 matricularam 98 alunos na EJA I nos estágios I e II (séries iniciais) sendo 03 unidades na zona urbana (82 alunos) e 01 na zona rural, (16 alunos). Enquanto que 03 colégios matricularam 331 alunos na EJA II (séries finais), 02 na zona urbana (297 alunos) e 01 (34 alunos) na zona rural. Ao traçarmos uma análise da atual matrícula da EJA, na rede municipal observamos que 88% dos alunos são da zona urbana enquanto que apenas 12% da zona rural. Este dado mostra que é necessário que a Secretaria Municipal de Educação promova um trabalho sócio- educativo de incentivo voltado à sensibilização das comunidades rurais a fim de resgatar o desejo da população jovem e adulta a regressar à escola dando continuidade aos estudos do ensino fundamental. Tabela 21. Nível Educacional da População jovem, 1991, 2000 e 2010. Taxa de analfabetismo % de alunos na escola Faixa etária (anos) 1991 2000 2010 1991 2000 15 a 17 anos 12,42 4,85 4,85 47,84 65,28 18 a 24 anos 11,97 6,26 6,26 63,52 57,1 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil 2010 50,36 46,94 De acordo com a tabela 21 do período de 1991 a 2010, ou seja, duas décadas, verifica- se que houve a redução da taxa da população jovem. Observa-se que o nível educacional da população desta faixa etária também reduziu. Além da redução quantitativa houve a diminuição educativa no município. Provavelmente a necessidade da entrada de trabalho tenha levado muitos adultos em processos de escolarização a ficarem exclusos do processo educacional. Tabela 22. Nível Educacional da População Adulta com mais de 25 anos, 1991, 2000 e 2010. Taxa de analfabetismo 1991 2000 25 anos a 29 anos 32,8 22% % de 25 a 29 anos na escola 44,7% 43,6 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil 2010 14,9 31% Considerando a tabela 22 nota-se que no período de 1991 a 2010 houve uma redução de mais de 50% da população adulta de 25 a 29 anos no município, porém a redução no quantitativo populacional não gerou a redução do índice de adultos que frequentaram a escola no mesmo período provavelmente da clientela que cursava o ensino superior. Atualmente a rede municipal tem garantido a oferta gratuita da Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental em unidades escolares que possuem a demanda desta modalidade. No entanto, as localidades em que a demanda é extremamente baixa quanto ao quantitativo de alunos a Secretaria Municipal realizou o processo de nucleação de unidades escolares agrupando a clientela para o curso numa unidade matriz. Não há no município a oferta gratuita exclusiva da Educação Profissional para esta modalidade, pois a rede estadual oferece vagas para o Ensino Médio Profissionalizante a qualquer concluinte do Ensino Fundamental. Apesar da necessidade, o município ainda não promove a busca ativa de jovens que se encontram fora da escola. É necessário que se realize parcerias com as áreas de assistência social, saúde e com o conselho tutelar para que haja o acompanhamento e monitoramento desta população. A SME através de programas promovidos em regime de colaboração vem realizando matriculas para cursos de Educação de Jovens e Adultos, como forma de garantir a continuidade dos estudos ofertando vagas nos cursos da EJA. O município ainda não realiza um estudo de demandas para o diagnóstico dos jovens e adultos que possuam o Ensino Fundamental e Médio incompletos, a fim de ofertar vagas na Educação de Jovens e Adultos, como também não tem assegurado a oferta da Educação de Jovens e Adultos, nas etapas do Ensino Fundamental e Médio, às pessoas privadas de liberdade em estabelecimentos penais, porém, oferta a modalidade de ensino nos turnos diurno e noturno de unidades escolares da rede. Apenas são realizadas chamadas públicas para a matrícula na modalidade da Educação de Jovens e Adultos quando da adesão de programas em regime de colaboração entre entes federados ou realizados convênios com organizações da sociedade civil visto que a captação de recursos para a Educação de Jovens e Adultos fora do regime de colaboração é obtido apenas com os recursos exclusivos do órgão federal e complementado com percentuais mínimos a nível municipal. Os estudantes da EJA residentes em localidades rurais que estudam na zona urbana são beneficiados com o adequado transporte escolar do Programa Caminho da Escola do Programa Nacional de transporte Escolar- PNATE. A SME fornece a alimentação escolar baseada nos padrões de qualidade estabelecidos pela legislação em vigor e de acordo com o Programa Nacional de alimentação Escolar - PNAE, porém não há ações de articulação para o atendimento na área de saúde. Porém ainda não adequou à legislação municipal de modo a estabelecer mecanismos e incentivos para que ocorra uma integração com os segmentos empregadores, públicos e privados com vistas à promoção da compatibilização da jornada de trabalho dos empregados que são estudantes da EJA como também ainda não institucionalizou programas de desenvolvimento de tecnologias para correção de fluxo, acompanhamento pedagógico individualizado e recuperação de alunos neste segmento de ensino. A orientação e o acompanhamento pedagógico junto aos professores da Educação de Jovens e Adultos são realizados por um coordenador do Departamento de Ensino da Secretaria Municipal de Educação e os materiais didáticos necessários são adquiridos com os recursos do Programa Dinheiro Diretos na Escola- PDDE e complementado pelo setor de distribuição de materiais da SME. Os cursos de Alfabetização de Jovens e Adultos implementados através de programas específicos são orientados e acompanhados por coordenadores capacitados para este fim específico. A continuidade da escolarização básica dos concluintes destes cursos é garantida através do incentivo para a matrícula nos cursos da EJA. O Sistema Municipal de Ensino ainda não realiza exames específicos que permitam aferir o grau de alfabetização de jovens e adultos com mais de 15 (quinze) anos de idade e nem promovido apoio técnico e financeiro a projetos inovadores que objetivem o desenvolvimento de modelos adequados às necessidades específicas desses estudantes da EJA. Ainda se faz necessária a implementação de programas de capacitação tecnológica da população jovem e adulta capazes de fornecer os direcionados para os segmentos com baixos níveis de escolarização formal e estudantes com deficiência nesta modalidade. A Secretaria Municipal de Educação tem orientado as unidades escolares a promoverem a inserção dos conteúdos referentes ao ensino de História e Cultura Afrodescendente e Indígena nas séries finais do Ensino fundamental. Porém é necessário que se atente para a necessidade de fomentar a exigência da implementação da lei que a regulamenta a fim torná-la efetiva no ensino do município. Também se faz urgente a inserção de políticas públicas de jovens e adultos que considere as necessidades específicas dos idosos assim como desenvolver projetos educativos que atendam às necessidades do estudante trabalhador. O município não possui uma organização curricular integrada é preciso se realizar a utilização de metodologias e mecanismos de assistência, visando favorecer a permanência e a aprendizagem do estudante na EJA de modo a estimular a diversificação curricular para que haja a articulação na formação do estudante preparando-o para o mundo do trabalho. É preciso que o currículo estabeleça a inter-relação entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e cidadania. Assim sendo, as escolas devem organizar e adequar o tempo e o espaço pedagógicos às características desses estudantes. A Secretaria ainda fomenta a produção de material didático, o desenvolvimento de currículos e metodologias específicas, os instrumentos de avaliação, o acesso a equipamentos e laboratórios e a formação continuada aos docentes que atuam na Educação de Jovens e Adultos. Diante da situação apresenta observa-se a necessidade do fortalecimento no acompanhamento e orientação do trabalho educativo realizado neste modalidade em toda a rede municipal de ensino. Educação Profissional de Nível Médio A Educação Profissional tem que se encaminhar de acordo com os Arranjos Produtivos, Culturais e Sociais, Locais e Regionais. A intenção dessa modalidade de ensino deve ser oferecer ao estudante a formação adequada, compatível com as potencialidades do trabalho da região do Recôncavo Baiano e das especificidades laborais do município de Cruz das Almas. Neste sentido, percebe-se um grande leque de possibilidades para se desenvolver a educação profissional de nível médio De acordo com a Lei nº 11. 741, de 2008 que alterou os dispositivos da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional e tecnológica. Essa modalidade de ensino poderá ser realizada articulada com o ensino médio ou de modo subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino médio. Interpretando os argumentos supracitados da referida lei, entende-se que tanto o educando que terminou o ensino médio de formação geral quanto para o que inicia ou esta cursando é possível fazer paralelamente a educação profissional técnica de nível médio. O município de Cruz das Almas oferece a educação profissional de nível médio integrado pela rede estadual através do Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP II), na forma subsequente através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), pela Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social e pela rede privada por meio do Centro Educacional Maria Milza (CEMAM), a única instituição de ensino que oferece o Curso de Técnico em Enfermagem, com 60 cursistas matriculados em 2014. Apesar da importância, a rede municipal de educação não contempla a oferta de Educação Profissional na modalidade de Educação a Distância. O Sistema Municipal de ensino prevê a oferta desta modalidade, porém não sendo uma obrigatoriedade desta esfera administrativa esta inexiste. Essa modalidade de ensino realizada no Centro Territorial de Educação Profissional Recôncavo Alberto Torres - CETEP II. Em 2014 ofertou o Ensino Médio integrado à Educação Profissional, possuindo 657 educandos. O curso de maior número de matriculas o técnico em Informática com 202 alunos. Na forma subsequente do Ensino Médio o de maior concorrência foi para o curso Técnico em Segurança do Trabalho que matriculou 118 dos 200 educandos deste curso. Quanto a oferta do Programa Nacional de Integração da Educação (PROEJA) dos 194 educandos, 52 também cursaram Técnico em Segurança do Trabalho. Além destas, ofertou também o Ensino Médio regular com 113 educandos. A instituição educacional também ofereceu o PROEJA na etapa do ensino fundamental com apenas 16 educandos que cursaram Qualificação em Saúde. Ressalta-se que a procura por estes cursos supracitados, decorre da demanda do mercado da região e do município. O CETEP II também ofertou vagas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), possuindo um total de 139 educandos. Ofertou 02 cursos nos turnos matutino e vespertino, sendo o de recepcionista com 70 matrículas e de Produtor de Frutas e hortaliças processadas com o uso de frio. Este programa é gerenciado pela Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social em parceria com o SENAI/SENAT. A Secretaria acima citada ofereceu em 2014, 160 vagas para o curso de Costureiro de calçados, devido à existência da fábrica de calçados Bibi, sediada em Cruz das Almas há alguns anos. A Bibi emprega cerca de 1.000 colaboradores, o que faz a procura por este curso ser maior que os demais. Enquanto também são oferecidas vagas para os cursos de Almoxarife, Auxiliar Administrativo, Auxiliar Financeiro, Frentista, Mecânico de Automóveis Leves, Mecânico de Motocicletas e Recepcionista que apesar de corresponderem à realidade do município, apresentam menor procura por parte dos cursistas. Quanto a infraestrutura das instalações que ofertam a Educação Profissional no município tem sido satisfatória e se encontram de acordo com as normas legais de funcionamento. A oferta da Educação Profissional Técnica de Nível Médio é destinada a qualquer interessado, incluindo as populações do campo. Entretanto, não se oferece matrículas específicas para o atendimento à pessoa com deficiência. O acompanhamento e o processo de avaliação da qualidade dos cursos existentes nas redes estadual e privada são realizados pelo Estado e o Governo Federal. Não há ainda no município ações destinadas à expansão do estágio para os estudantes. EDUCAÇÃO SUPERIOR Ensino Superior O município de Cruz das Almas é popularmente conhecido como cidade universitária. Sedia a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), com campus em Amargosa, Cachoeira, Feira de Santana, Santo Amaro e Santo Antônio de Jesus. Anteriormente era denominada Universidade Federal da Bahia (UFBA), ofertando apenas o curso de Agronomia. Atualmente uma instituição pública autárquica vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e incluindo diversas atividades de ensino, pesquisa e extensão em várias áreas do conhecimento. O governo municipal não disponibiliza nenhum apoio aos estudantes que cursam ou que desejam cursar o Ensino Superior fora do município. Tal apoio a esses estudantes promoveria maiores possibilidades para a permanência e conclusão dos cursos. Atualmente se encontram disponíveis pela rede privada cidade muitos cursos a distancia tais como os promovidos pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) através do "Sistema de Ensino Presencial Conectado", que oferecendo aulas via satélite. Os munícipes contam também com os cursos da Universidade Salvador (UNIFACS) oferecendo cursos de graduação, extensão, curta duração, à distância e pós-graduação. Seus 22 cursos de graduação são divididos em quatro departamentos - Ciências Sociais Aplicadas, Engenharia e Arquitetura, Ciências Exatas e de comunicação e Ciências Humanas e de Saúde com um pólo em Cruz das Almas. Todas as instituições passam pelo processo de avaliação a qualidade dos cursos através do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), por meio da realização de provas que são aplicadas aos estudantes. O processo de avaliação da qualidade também é realizado na UFRB. A graduação em Jornalismo oferecida no campus de Cachoeira obteve o conceito 03 (Três) enquanto que a graduação em Psicologia, oferecida no campus de Santo Antonio de Jesus, o conceito 04. Esses índices estão numa faixa considerada pelo Ministério da Educação (MEC) como nível aceitável de prestação de serviços de Educação. Em relação à UNOPAR, foram avaliados os cursos a distância de Fisioterapia, Odontologia, Farmácia, Educação Física, Nutrição Enfermagem e Serviço Social em 2010 obtiveram conceitos 04 (Quatro) ou 05 (Cinco) em pelo menos um dos quesitos. Os cursos de Farmácia, Nutrição e Enfermagem ganharam a nota máxima no índice dos desempenhos dos estudantes. O governo municipal ainda não disponibiliza nenhum programa de incentivo para permanência dos estudantes de baixa renda. O governo federal oferta exclusivamente aos estudantes carentes da UFRB, através do Programa de Educação Tutorial (PET), como auxílio para moradia, transporte entre outras despesas. Todas as instituições e cursos de ensino superior em funcionamento no município encontram-se devidamente autorizadas ou credenciadas pelo MEC. Quanto à infraestrutura das diversas instituições tanto pública como privadas não se encontram dentro dos padrões de excelência para atender aos estudantes. Não há em todas a disposição acervo suficiente para a demanda assim como laboratórios e equipamentos de informática entre outros materiais úteis ao fornecimento de condições dignas de pesquisa para estudantes e docentes. O Sistema Municipal de Ensino proporciona aos alunos concluintes do ensino médio um Curso Pré-Vestibular visando preparação para ingresso em instituições de ensino superior. Quanto ao ingresso dos professores da rede municipal a Secretaria Municipal promoveu a formação em Licenciatura em Pedagogia por meio do convênio com a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) através de extensão no próprio município. Com a rede privada foram conveniados com a Faculdade Maria Milza/FAMAM e a Faculdade Albert Einstein/ FACTAE a oferta dos cursos de graduação em Pedagogia. Também promoveu o curso de Educação no Campo pela UFRB no campus do município de Salvador. O governo forneceu também o curso de especialização em História e Cultura da África Brasileira pela UFRB com campus no município de Cachoeira como garantia de política pública afirmativa. Atualmente quase a totalidade dos docentes são graduados e apesar de não ofertar recursos financeiros e nem estar conveniada com nenhuma instituição superior a Secretaria Municipal estimula a segunda formação na área específica do currículo aos professores que atuam nas disciplinas diferentes de sua formação acadêmica. O município ainda não proporciona a oferta de estágio como parte da formação na Educação Superior porém absorve aqueles que buscam estágios por conta própria nos diversos setores educacionais. Através desse cursinho pré-vestibular preparatório os alunos oriundos da zona rural e de demais comunidades podem se preparar para o ingresso no ensino superior. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, assim como a UFRB tem fomentado estudos e pesquisas que analisam a necessidade de articulação entre formação, currículo, pesquisa e mundo do trabalho, considerando as necessidades econômicas, sociais e culturais locais. Assim sendo, o município recorre a estas instituições quando necessita de pesquisas científicas. A Secretaria Municipal divulga os cursos, localidades e prazos oferecidos pelas instituições públicas de Ensino Superior locais e regionais, nas modalidades de graduação e pós-graduação por meio de comunicação oral e impressa e através do site da prefeitura, impresso e comunicação oral. Apesar de não dispor de uma plataforma eletrônica específica para divulgação da oferta de cursos de formação inicial e continuada para os profissionais de educação, bem como para consulta e atualização dos currículos eletrônicos dos docentes vem realizando por outros meios existentes. VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO A Secretaria Municipal da Educação pautada no planejamento estratégico visando uma ação conjunta de interação constante entre as reais necessidades e as possibilidades de promoção da qualificação dos Profissionais da Educação para a melhoria do desempenho educacional cruzalmense. A tabela 23 apresenta o quantitativo dos profissionais docentes por área de formação e atuação nas etapas e modalidades da Educação Básica existentes na rede municipal de ensino no ano de 2013. Tabela 23. Funções docentes por Etapas e Modalidades da Educação Básica – Rede Municipal Funções Docentes6 Etapas e Modalidades da Educação Básica Magistério Especial I Lic. Lic. Curta Plena Esp. II Grad. Pos Mestrado III graduação Total II I Regular – Creche 10 - 15 13 - 38 Regular - Pré-Escola 12 - 25 25 - 49 Regular - Anos Iniciais do Ensino Fundamental 24 01 69 60 - 154 Regular - Anos Finais do Ensino Fundamental 13 10 56 92 02 174 EJA - Iniciais do Ensino Fundamental - - 03 03 - 06 EJA- Anos Finais do Ensino Fundamental 02 01 09 14 TOTAL 61 12 177 194 03 26 447 Taxa % 14% 02% 40% 43% 01% 100% Fonte: Secretaria Municipal de Educação. 2014. Analisando a Tabela 23 que demonstra o quantitativo total dos docentes que atuam nas diversas etapas e modalidades na rede municipal de ensino observa-se que a maioria são graduados e pós-graduados. Apenas uma minoria ainda não cursou ou concluiu o nível superior, porém que estes possuem ao menos a habilitação mínima exigida por lei. Nos últimos quinze anos o governo municipal intencionando elevar o nível de qualificação de seus profissionais promoveu convênios e parcerias com diversos órgãos competentes que habilitaram os profissionais estáveis do quadro do magistério como forma de assegurar o desenvolvimento de processos de formação continuada por meio de cursos e acompanhamento pedagógico nos seus locais de atuação. A seguir, a Tabela 24 aponta o quantitativo dos professores e coordenadores pedagógicos que atuam nas três redes de ensino no município. Tabela 24. Número de professores e coordenadores da rede Municipal, Estadual e Particular em 2013 Ensino Fundamental Ensino Médio Profission Educação Infantil Tota l ais do Munici palParticul ar Estadua l Munici palParticul ar Estadua l Munici pal Particula r Magistéri o Estad ual Professore s Taxa Coordena dores Taxa TOTAL Taxa - 87 14 - 13% 02% - 01 - 04% - 88 - 12% 61 360 30 111 - 17 680 09% 53% 4% 16% - 3% 100 22 03 - 14% 17 02% 03 - - 01 - 64% 14 - - 04% 100 61 373 33 111 01 18 702 53% 05% 16% 01% 02% 100 09% 14 Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Diretoria Regional de Educação (DIREC 31) e Unidades Escolares Particulares- 2014. De acordo com a Tabela 24 nota-se que no ano de 2013 mais da metade dos professores e coordenadores pedagógicos do município atuam no ensino fundamental na rede municipal. Nesta rede do total de 447 professores, 19,5% atuam na Educação Infantil enquanto que 80,5% atuam no Ensino Fundamental. Na rede estadual das 05(cinco) unidades escolares, apenas 04 enviaram as informações solicitadas que contabilizaram 172 professores e destes, 35,5% atuam no Ensino Fundamental e 64,5% no Ensino Médio. Em relação à rede privada apenas 03 unidades escolares enviaram informações que totalizaram 61 professores, estando 23% na Educação Infantil, 49% no Ensino Fundamental e 28% no Ensino Médio. No entanto, tais dados desta rede são variáveis considerando que a maioria dos estabelecimentos particulares de ensino que se encontram cadastrados no censo escolar e que os que possuem alvará municipal de funcionamento atendem à clientela de educação infantil. Quanto às funções de coordenação pedagógica na rede municipal 93% atuam no Ensino Fundamental e apenas 7% na Educação Infantil. Nota-se a necessidade de mais coordenadores para o acompanhamento pedagógico desta modalidade de ensino. A rede estadual não informou a existência de coordenação pedagógica em nenhuma de suas etapas da Educação Básica. Diante das informações de apenas três das unidades escolares da rede privada informaram os dados tendo 42% atuando na Educação Infantil, 42% no Ensino Fundamental e 16% no Ensino Médio. A Secretaria Municipal de Educação em regime de colaboração por meio de outras instituições a exemplo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, como também palestras, seminários realizados em outros municípios tem promovido a participação como forma de atualização e aperfeiçoamento de gestores, professores e coordenadores pedagógicos Ainda existe grande rotatividade de professores por processo de remoção a pedido durante o decorrer do ano letivo prejudicando o desenvolvimento da aprendizagem assim como o exercício de professores de 40(quarenta) horas semanais em diferentes unidades escolares em cada turno. O Plano de Carreira e Remuneração dos Profissionais do Magistério da rede pública municipal aprovado no ano de 2011 observa os critérios estabelecidos na Lei nº 11.738/2008 que trata do Piso Salarial Nacional. Apesar das diversas vantagens conquistadas através do mesmo ainda não vem atendendo aos anseios da categoria. O Plano foi elaborado de forma democrática inclusive com a participação de representantes da APLB Sindicato. A Lei 2173/11 que trata do referido plano prevê a realização do processo de avaliação periódica do desempenho dos professores como critério para o avanço horizontal, porém, até o presente momento a equipe gestora não realizou nenhuma avaliação. O Sistema reativou os Colegiados Escolares que contam em sua composição a representação e participação dos professores. Estes também são incluídos quando da participação na elaboração do projeto político-pedagógico e nos conselhos municipais. Atualmente estão sendo desenvolvidos programas de formação para os professores a exemplo do Pnaic, Mais Educação, Brasil Alfabetizado, despertar entre outros. Existem nomeados por concurso 08(oito) Pedagogos que atuam na função de coordenadores pedagógicos na rede municipal e destes 02(dois) estão lotados na Secretaria Municipal e 06 (seis) estão em unidades escolares principalmente na coordenação das séries finais do Ensino Fundamental. A coordenação das diversas modalidades é realizada também por professores efetivos da rede. O município acompanha a evolução salarial por meio do cumprimento dos critérios estabelecidos na legislação própria e atualiza salário de seus servidores de acordo com os avanços da lei do piso salarial nacional dos professores, quanto aos demais servidores acompanha-se por meio do reajuste anual do salário mínimo. Todo processo de acompanhamento e fiscalização do cumprimento salarial é realizado por meio da APLB Sindicato e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais que filiam professores e outros trabalhadores respectivamente em educação da rede municipal. Atualmente a rede pública municipal de educação básica encontra-se estruturada com mais de 90% (noventa por cento) de seus profissionais do magistério ocupantes de cargo de provimento efetivo sendo que a maioria exerce suas funções nas unidades escolares que foram inicialmente lotados. Ainda não está instituído, no município, nenhum programa de acompanhamento do professor e da professora iniciante, para que seja supervisionado por profissional do magistério com experiência de ensino, a fim de fundamentar, com base em avaliação documentada, a decisão pela efetivação do(a) professor(a) ao final do estágio probatório. Através da regulamentação no Estatuto do Magistério Público dos Servidores Municipais, do Estatuto do Magistério e do Plano de Carreira e Remuneração do Magistério Municipal de acordo com a disponibilidade de vagas são fornecidas licenças remuneradas para qualificação profissional, inclusive em nível de pós-graduação strictu sensu. Ainda não estão sendo consideradas no município as especificidades socioculturais das escolas do campo e da comunidade quilombola quando do provimento de cargos efetivos para essas escolas. Além dos professores, no processo didático e pedagógico há a participação efetiva dos auxiliares de creche nas salas de maternal no trabalho diário em turno integral com crianças de 02 e 03 anos. As unidades escolares de Ensino Fundamental também contam com a participação de alguns auxiliares de disciplina que, juntamente com os docentes, fazem a educação acontecer. Conforme expresso neste documento o planejamento da educação conta com recursos humanos merecem uma atenção especial. A ação pedagógica não é uma atividade isolada, mas fruto de uma interação que envolve vários profissionais. As Tabelas 25 e 26 indicam o quadro dos profissionais da educação da rede municipal no ano de 2013 com os respectivos níveis de escolaridade e situação funcional. Tabela 25. Profissionais da Educação, por nível de escolaridade na Rede Municipal em 2013 Cargos Nº Total Ensino Fundamental Incompleto Nível da Escolaridade Ensino Ensino Médio Fundamental Completo Completo Merendeira 79 12 Vigilante 38 02 Serviços Gerais 105 04 Secretário Escolar 20 Outros 179 Total 436 18 Taxa % 100% 4% Fonte: Secretaria Municipal de Educação 2014. 02 04 06 12 3% 53 32 80 16 194 375 86% Outros 12 15 04 31 7% A Tabela 25 demonstra os níveis de escolaridade dos 436 profissionais da educação que contribuíram diariamente em 2013 para o processo educacional na rede municipal de ensino, 86% destes possuem o Ensino Médio completo. Verifica-se que apenas 7% não possuem a formação na Educação Básica completa. Portanto torna-se necessário um investimento maior direcionado à formação continuada que atenda às exigências das qualificações dos respectivos cargos e funções. Tabela 26. Profissionais em educação, por situação funcional na Rede Municipal em 2013. Cargos Merendeira Agente de vigilância Serviços Gerais Secretário Escolar Outros Total Taxa % Nº Total 79 Servidor Público Estatutário 59 38 Contrato Temporário Outro 20 - 18 20 - 105 75 30 - 20 12 - 08 194 130 436 290 100 66% 64 146 34% Analisando a tabela 26 observa-se que dos 436 profissionais em educação que atuaram nas diversas funções em apoio educacional na rede municipal de ensino no ano de 2013, 34% destes foram contratados por tempo determinado o que dificulta um planejamento mais rigoroso para futuras formações de capacitação em serviço dos mesmos em suas diversas funções. Do quantitativo de 883 funcionários que atuam na rede municipal, 51% são docentes e 49% não docentes. Tal percentual revela quase um para um entre funcionário e docente o que significa dizer que é suficiente. Apesar de vigorar um Estatuto do Servidor Público Municipal, o mesmo encontra-se defasado tendo sido aprovado há duas décadas. Ainda na rede não é realizado nenhum treinamento de pessoal técnico e administrativo, ocorrendo apenas orientações rotineiras na medida em que surgem dúvidas no exercício das atribuições dos mesmos. Conforme relatado, a defasagem da legislação não permite legitimar um processo de avaliação do desempenho profissional dos servidores o que dificulta a garantia dos seus direitos. Embora o Regimento Unificado para as Unidades Escolares do Sistema Municipal de Ensino estabeleça normas de convivência que disciplinam as relações entre funcionários, direção da escola e alunado muitas vezes ocorrem situações de conflito que são trazidas à direção dos departamentos competentes da Secretaria Municipal de Educação bem como ao conselho Municipal de Educação e Conselho Tutelar do município. A fim de garantir a participação democrática nas decisões da gestão nas unidades escolares foram reativados os colegiados escolares nas mesmas. GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO Quando se trata da gestão democrática do ensino público brasileiro, apesar de estar amparada em uma diversidade de documentos legais, inclusive pela Constituição Federal de 1988, ainda consiste num grande desafio sua plena efetivação no âmbito da gestão pública. Através da Lei 713/99 de 20/12/1999, foi criado o Sistema Municipal de Ensino, com a finalidade de estabelecer as Diretrizes e Bases da Educação do Município de Cruz das Almas nas diversas modalidades e etapas da educação infantil e ensino fundamental da Educação Básica. Este documento legal necessita de atualização devido as alterações que ocorreram na estrutura e funcionamento do referido sistema. Encontra-se organizado com as instituições de ensino de educação infantil e ensino fundamental mantidas pelo poder público municipal, as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada, Secretaria Municipal de Educação e Conselho Municipal de Educação. A Secretaria Municipal de Educação possui regimento próprio aprovado pelo Decreto nº 1287/02 de 01/07/2002, no entanto o documento encontra-se defasado e necessita de revisão por não estar plenamente em acordo com a estrutura organizacional de funcionamento atual. Este órgão administrativo tem a função de aplicar as normas expedidas pelos órgãos normativos e possui a finalidade de orientar e coordenar as atividades educacionais no âmbito do sistema de ensino municipal. Compõe o organograma oficial da secretaria: Gabinete do Secretário diretamente ligado à Assessoria Especial, Assessoria I e Secretaria de Gabinete. Possui cinco departamentos sendo Departamento de Ensino com as coordenações de Creche; Ensino Infantil; Ensino Fundamental; Educação Especial; Educação de Jovens e Adultos e Pré-vestibular. Também compõe do Departamento de Administração Geral com as coordenações de Administração do Pessoal da Rede Escolar; Gerenciamento de Convênios e Contratos, Transporte Escolar; Processo Administrativo e Financeiro, Legislação e Orientação das Unidades Escolares; Cadastramento e Controle de Material Didático, Recursos Auxiliares e Patrimônio; Departamento da merenda Escolar com as coordenações: Controle e Distribuição e Logística, Departamento de Manutenção da Rede Física com as coordenações: Controle de Material e Manutenção da Rede Física e Departamento da Biblioteca com o Setor de Biblioteca. Apesar da existência deste organograma oficial, o atual funcional da secretaria encontra-se com algumas alterações no funcionamento de algumas coordenações. Pela Lei 1047/2007 de 11/07/2007, foi reestruturado o Conselho Municipal de Educação, integrando o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização de Profissionais da Educação – FUNDEB revogada pela Lei 631/97 de 01/07/97 que implantou o Conselho Municipal de Educação no município. Este órgão fundamental para a gestão democrática tem por finalidade, exercer atribuições normativas, consultivas, deliberativas, propositivas fiscalizadoras da Política Municipal da Educação empreendida pelo Poder e Público na área de competência do Município de Cruz das Almas, abrangendo o Sistema de Ensino do Município. O referido conselho possui estrutura ampliada de composição e funcionamento para atender ao acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do FUNDEB no âmbito do município. É constituído de 14 (catorze) membros, indicados por diversos segmentos de modo paritário onde os membros são indicados por representantes do governo e da sociedade civil. Existe rotatividade pela freqüente substituição dos membros o que dificulta o trabalho do conselho. A Lei 2149/2010 de 25/11/2010 regulamenta o Conselho Municipal de Alimentação Escolar criado pelo Decreto 423/2000 de 06/11/2000 com base na Lei Federal 11947 de 16/06/2009, que se constitui num órgão colegiado de caráter fiscalizador, permanente, deliberativo e de assessoramento integrante do Sistema Municipal de Ensino cujas finalidades consistem em acompanhar a aplicação dos recursos federais transferidos à conta do Programa Nacional de Alimentação Escolar. A gestão democrática no Sistema Municipal de Ensino tornou-se possível pela implantação dos colegiados escolares em 35 unidades escolares ano de 2014. O município dispõe de diversos documentos legais, em vigor, relacionados à educação tais como: Lei Orgânica Municipal, Estatuto do Magistério Público, Plano de Carreira e Remuneração dos Profissionais da Educação Pública, Regimento Escolar Unificado, e outras normas que regulam a gestão democrática. A Lei Orgânica do Município foi promulgada em 05 de abril de 1990, após 12 anos sofreu emenda substitutiva pela revisão, atualização, ampliação e apresentada em 2ª Edição em 12 de novembro de 2002. Este instrumento rege, normatiza e disciplina as ações dos diversos segmentos da sociedade, entre eles da educação em seu capítulo VI que estabelece os princípios constitucionais, tratando da organização do sistema de ensino, dos deveres e garantias, definição dos níveis prioritários de atendimento, formas de gestão democrática e destinação de recursos. O Estatuto do Magistério Público de Cruz das Almas aprovado pela Lei 1074/2008 contém os princípios e normas que se aplicam subsidiária e complementarmente aos servidores do magistério que são os profissionais em educação que exercem atividades de docência e os que dão suporte pedagógico às atividades de ensino, incluídas as de administração escolar, planejamento, inspeção, supervisão, orientação educacional e direção. Esta lei estabelece os princípios norteadores que fundamentam o exercício do magistério, a organização e estrutura e a competência dos cargos, condições para o ingresso, nomeação, posse e lotação, exercício, estágio probatório e cessão, jornada de trabalho, faltas ao trabalho, férias, afastamentos, remoção, readaptação de servidores na carreira. Trata também sobre os critérios para a organização das unidades escolares, critérios para eleição de direção ou vice-direção escolar, dos vencimentos e vantagens, do aprimoramento profissional, assim como dos direitos e deveres, proibições, acumulação de cargos públicos, responsabilidades, penalidades e processo administrativo. O Plano de Carreira e Remuneração dos Profissionais da Educação Pública aprovado pela Lei 2173/2011 estabelece os objetivos, princípios e garantias, organização da carreira, dos cargos e funções, da estrutura (níveis de habilitação), qualificação, dos vencimentos, da remuneração e do desenvolvimento (gratificações), progressão vertical e a descrição e pré- requisitos dos grupos operacionais integrantes do magistério. Quando se trata das formas de ingresso dos diversos profissionais da educação nos cargos de direção, vice-direção e coordenação pedagógica o município tem observado a legislação em vigor em que a maioria dos profissionais que se encontram na carreira do magistério ingressou por meio de concurso público, os professores que realizam novas habilitações avançam verticalmente pela mudança de nível, recebem piso salarial profissional, gratificações pelo estímulo ao trabalho em sala de aula, capacitação permanente e garantia de acesso a cursos de formação continuada, períodos para planejamento das atividades incluso na carga horária, exceto aqueles que exercem suas funções na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental. Estes professores são compensados com gratificação corresponde à carga horária indisponível na jornada de trabalho, assim como percebem outros direitos e vantagens garantidos em lei. O município realiza eleições diretas para os cargos de diretores e vice- diretores conforme critérios definidos na legislação. Existem ainda alguns profissionais que ingressam nestes cargos através da livre nomeação pelo prefeito através de decreto municipal em caráter provisório. O Regimento Comum para as Unidades Escolares do Sistema Municipal de Ensino teve sua reformulação aprovada pelo Conselho Municipal de Educação em 15 de dezembro de 2010 e traça as diretrizes técnicas, pedagógicas, administrativas e disciplinares para as Unidades Escolares que mantém a Educação Básica que compõem o Sistema Municipal de Ensino do Município de Cruz das Almas. Neste, ficam estabelecidas as diretrizes gerais comuns para todas as unidades escolares municipais. Trata dos princípios e fins da Educação Municipal, da organização e funcionamento das unidades escolares. Também são tratados os princípios de gestão democrática e participativa para assegurar o sucesso escolar pela participação dos diferentes segmentos da comunidade escolar (direção, professores, pais, alunos e funcionários) na elaboração do PDE – Plano de Desenvolvimento da Escola, (documento que define metas, administrativas, financeiras e pedagógicas, tem por duração cinco anos, com análise processual e revisão anual devendo contemplar a caracterização da unidade escolar, sua finalidade, objetivos, metas e estratégias e ações desenvolvidas na unidade escolar, Projeto Político Pedagógico, planos de cursos, planos de trabalho, critérios para acompanhamento, controle e avaliação do processo educacional) e PPE - do Projeto Pedagógico da Escola nos processos consultivos, fiscalizadores e deliberativos através da unidade Executora, Conselho de Classe, Associação de Pais e Mestres e Colegiado Escolar. Pela democratização da gestão pedagógica, administrativa e financeira, garantindo a responsabilidade, racionalização e a otimização na aplicação dos recursos públicos, respeitadas as diretrizes e normas vigentes. Trata também das normas de convivência escolar que orientam as relações profissionais e interpessoais que ocorrem na escola devendo ser elaboradas com a participação representativa dos envolvidos no processo educativo contemplando o regimento escolar. As unidades escolares realizam processos de avaliação interna (referente ao processo ensino-aprendizagem) e externa (referente a toda unidade escolar) cujos objetivos e procedimentos devem estar definidos de forma sistemática pelas escolas e órgãos normativos centrais da educação. Estabelece as formas de organização e desenvolvimento do ensino (níveis, modalidades, currículos), da organização administrativa e pedagógica (direção, corpo técnico- pedagógico, secretaria, serviço de apoio, corpo docente e corpo discente) e da organização da vida escolar (formas de ingresso, classificação e reclassificação, freqüência, promoção e expedição de documentos da vida escolar). O regimento escolar é documento que pode ser reformulado sempre que exigir o aperfeiçoamento ao processo educativo, respeitando a legislação vigente, submetida à aprovação do Conselho Municipal de Educação. Apesar de este documento definir as bases, princípios norteadores e normas comuns da educação municipal que deveriam subsidiar a autonomia na tomada de decisões no âmbito das unidades escolares, algumas delas ainda não exercem plenamente tal conquista legal buscando orientações da Secretaria Municipal de Educação para decisões que poderiam ser tomadas pela aplicação da gestão democrática. Muitos profissionais nas escolas desconhecem o conteúdo dos documentos que tratam da gestão democrática no ensino público. Atualmente na cidade existem 20(vinte) unidades escolares de ensino mantidas pelo setor privado cadastradas e com alvará de funcionamento no Setor de Tributos da Prefeitura Municipal, 05 (cinco) unidades escolares mantidas pelo Governo do Estado da Bahia e 50 (cinquenta) unidades escolares mantidas pela Prefeitura Municipal de Cruz das Almas O Sistema Municipal de Ensino tem atendeu em 2014 aos alunos da Educação Infantil em 09 unidades funcionando turmas de creches e 33 unidades de pré-escolas. Funciona com 35 unidades que ofertam as séries iniciais e 09 com as séries finais do Ensino Fundamental. São 07 unidades que atendem a modalidades da Educação de Jovens e Adultos tem sido realizado pela prefeitura municipal e escolas privadas, enquanto a rede estadual atende apenas alunos das séries finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, assim como também são atendidos pela rede privada. Tabela 27. Número de Escolas por Etapa de Ensino - Rede Estadual Ano Educação Infantil Urbana Rural Total 2010 2011 2012 2013 Fonte: DIREC 32 Cruz das Almas.- 2014 Ensino Fundamental Ensino Médio Urbana 5 5 5 5 Urbana 4 4 4 4 Rural - Total 5 5 5 5 Rural - Total 4 4 4 4 De acordo com a tabela 27, a rede estadual de ensino no último quadriênio ofertou em 5 (cinco) unidades escolares as séries finais do Ensino Fundamental. Destas, 04(quatro) também com a oferta do Ensino Médio. Tabela 28. Número de Escolas por Etapa de Ensino - Rede Municipal Ano Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total 2010 14 21 34 14 23 37 01 - 01 2011 14 21 34 14 23 37 01 - 01 2012 12 20 32 19 23 42 01 - 01 2013 13 23 36 15 20 Fonte: Secretaria Municipal de Educação – 2014. 35 01 - 01 De acordo com a Tabela 28 que aponta o quantitativo das unidades escolares por etapa de ensino da Educação Básica no período de 2010 a 2013. É possível verificar que no período o ensino da Educação Infantil prevaleceu no quantitativo na zona rural. Houve oscilação nas quantidades de um ano para outro diminuindo em 2012, porém aumentando em 2013. Quanto ao Ensino Fundamental também a maior concentração das escolas ocorreu na zona rural assim como também houve oscilação no período tendo aumento em 2012, no entanto houve a redução em 2013. Quanto ao Ensino médio em todo período ofereceu o ensino apenas na zona urbana. A rede municipal concluiu esta etapa de ensino no ano de 2014. Baseado na não obrigatoriedade e indisponibilidade de recursos financeiros do sistema, a rede deixou de contemplar o ensino do mesmo. Tabela 29. Número dos estabelecimentos escolares de Educação Básica do município de Cruz das Almas, por dependência administrativa e etapas da Educação Básica Etapas da Educação Básica Dependência administrativa Estadual Municipal Particular 2012 2013 2012 2013 2012 - - 08 08 - - - - 27 27 - - - 17 17 05 09 09 - - 04 01 01 - - Total 05 05 49 Fonte: Secretaria Municipal de Educação – 2014. 49 - - Ed. Infantil – Creche Ed. Infantil escola – 2013 Pré- Ensino Fundamental Anos iniciais Ensino Fundamental Anos Finais 05 Ensino Médio 04 A tabela 29 aponta o quantitativo de unidades escolares e suas diversas modalidades de ensino da Educação Básica que funcionaram em 2012 e 2013. É possível observar que na Rede Estadual funcionaram 05 unidades escolares com as séries finais do Ensino Fundamental e destas também o Ensino Médio. A Rede Municipal ofereceu a modalidade da creche em 16% de seu total de escolas. A pré funcionou em 55%, enquanto que em 34% funcionou com as séries iniciais e as séries finais em apenas 18%. Na etapa do Ensino Médio apenas 01 unidade ofereceu no entanto encerrando suas atividades no ano de 2014. A Secretaria Municipal de Educação atualmente tem realizado acompanhamento pedagógico junto as unidades escolares municipais para verificar o processo educacional, com vistas à melhoria da qualidade da aprendizagem. Todas as unidades de ensino elaboraram em 2014 planos de ação e planos de curso definindo o currículo que seria trabalhado nas unidades escolares do município. Nestes foram estabelecidas as bases teóricas e legais referendadas por uma proposta crítica e transformadora, substanciada pela história, pela cultura, pelos valores e por uma filosofia educacional construtivista onde se pensa o global e age localmente. A Secretaria Municipal de Educação vem estudando as bases teóricas e legais, a fim de referendar a elaboração de uma proposta curricular própria para orientação ao trabalho a ser trabalhado nas unidades escolas. As diversas coordenações de áreas e modalidades de ensinam encontram-se realizando um diagnóstico para que esta possa ser construída coletivamente. De acordo com esboço do projeto do Departamento de Ensino da Secretaria Municipal de Educação, a mesma contará com a devida participação dos profissionais do magistério no processo através de sugestões a serem encaminhadas em reuniões nos próximos encontros de planejamento didático. Outro documento de suma importância ainda em fase de elaboração para algumas unidades escolares e revisão para outras, refere-se aos aos projetos político-pedagógicos (PPP) das escolas, cuja elaboração deve ocorrer de forma participativa, sendo portanto exigência legal. As diversas coordenações por área de ensino do Departamento de Ensino deverão sensibilizar e oferecer a orientação necessária para o envolvimento de todos os segmentos da comunidade escolar (incluindo os alunos e os pais), para que posteriormente após a conclusão do documento legal estes segmentos possam participar efetivamente nas discussões do trabalho pedagógico das escolas. Assim sendo, o trabalho de acompanhamento pedagógico realizado pelo coordenadores é de suma importância e o fato da não existência destes profissionais em todas as escolas dificulta muito o processo. O número reduzido destes que são os responsáveis pelo processo de formação dos professores resulta em desamparo ao trabalho pedagógico coletivo como também a falta de apoio individualizada ao professor. RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO Investimento Público em Educação Dada a construção do Plano Municipal de Educação (PME) faz-se necessária algumas considerações concernentes a gestão e recursos financeiros para a educação municipal. Os recursos da educação são chamados de vinculados ou carimbados, por estarem diretamente ligados às despesas de implementação das tarefas pertinentes à educação, no caso, na esfera municipal. Para cada um dos recursos há uma conta bancária específica, regramento diferenciado e acompanhamento por órgãos fiscalizadores internos e externos. A organização da educação na LDB, em níveis e modalidades, também está presente nas receitas e despesas. Para cada Rubrica de despesa criada ela é subdividida de forma a atender os níveis e modalidades com a respectiva fonte de receita. A Constituição Federal (CF/98) estabelece em seu art. 212, caput, que o município deve aplicar anualmente 25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, da receita resultante de impostos e proveniente das transferências na manutenção e desenvolvimento do ensino. Também, a Lei Orgânica Municipal determina em seu art. 190 esse percentual, embora possa ser aumentado além do mínimo determinado na Constituição. Um pormenor precisa aqui ser registrado, o aludido no art. 212 da Constituição é resultante de impostos e não à totalidade dos recursos orçamentários. O orçamento municipal corresponde à soma dos impostos próprios e das transferências de impostos não correspondem à totalidade da receita tributária; estes representam um subconjunto dos recursos tributários, que contam ainda com as taxas e contribuições de melhoria, que não entram na vinculação. Tabela 30. Outras receitas com o setor educacional do município Cruz das Almas, administradas pela prefeitura (2010/2013) Alimentação Ano escolar Transporte Escolar Convênios Outras receitas Total 2010 518.022,00 745.459,36 0,00 549.480,74 1.812.962,10 2011 599.880,00 582.504,65 134.120,00 1.690.634,74 3.007.139,39 2012 604.536,00 484.095,76 161.912,40 1.678.450,71 2.928.994,87 2013 650.720,00 579.829,48 0,00 984.732,18 2.215.281,66 Fonte: Secretaria Municipal da Educação / Secretaria da Administração/ Prefeitura Municipal, 2014. As fontes de receitas atendem os níveis e modalidades de ensino. O Programa Alimentação Escolar (PNAE) é oriundo do Ministério da Educação/Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, ocorre via transferência automática de recursos financeiros complementares aos municípios com recursos do COFINS, para garantir a alimentação escolar de todos os alunos da educação básica matriculados em escolas públicas. O PNAE tem por objetivos contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial e da aprendizagem e promover a melhoria do rendimento escolar. O valor per capita tem custos diferentes, mas únicos para os Estados, Distrito Federal e Municípios. Os valores definidos para repasse em 2014 são: R$ 1,00 por dia para cada aluno matriculado em creches; R$ 0,90 por dia para cada aluno de escolas que ofertam o ensino integral por meio do Programa Mais Educação; R$ 0,60 por dia para cada aluno matriculado em escolas indígenas e quilombolas ( o município não dispõe de matrícula nesta classificação); R$ 0,50 por dia para cada aluno matriculado em pré-escola; R$ 0,30 por dia para cada aluno matriculado no ensino médio, fundamental e na educação de jovens e adultos. A transferência ocorre em dez parcelas anuais sendo calculada da seguinte forma: Valor a ser transferido = número de alunos por segmento x 200 dias letivos x valor per capita/dia. Quando detectada pelo município a insuficiência dos recursos repassados pela União, cabe a este aplicar os seus próprios recursos, conforme determina a Resolução/FNDE nº .26 de 17 junho de 2013. Assim, nos últimos anos o município, a fim de equilibrar o seu planejamento financeiro vem dando contrapartidas significativas para o bom funcionamento do PNAE, principalmente para atendimento aos alunos matriculados em creche. O controle Social sobre a execução do PNAE é feito pelo Conselho de Alimentação Escolar (CAE), cujo colegiado é deliberativo e autônomo. A segunda coluna da tabela nº 30 mostra os valores anuais repassados pelo FNDE. A terceira coluna está representada pelo Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar- PNATE, cuja origem deste programa data de 2004 e tem por finalidade garantir a oferta de transporte escolar aos alunos matriculados na educação básica pública, residentes em área rural, de modo a garantir-lhes o acesso e permanência na escola. Inicialmente atendia só o ensino fundamental, em 2009 foi ampliado para toda educação básica. Também realizado através de transferência automática de recursos financeiros, em caráter suplementar, cabendo ao município a responsabilidade maior de oferecer o transporte. Estes recursos devem custear despesas com reforma e manutenção de veículos escolares ou na contratação de serviços terceirizados de transporte. O cálculo para esse repasse considera: o quantitativo de alunos transportados e informados no Censo Escolar, pelas secretarias de educação, no ano anterior e per capita diferenciada, considerando fatores como a extensão do município, sua população rural, o quantitativo populacional abaixo da linha da pobreza do município e o IDEB. Daí a variação de valores repassados anualmente. A transferência de recursos públicos do PNATE aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios ocorre em nove parcelas anuais (março a novembro). O controle social sobre a execução física sob a responsabilidade do Conselho de Acompanhamento e Controle Social (CACS) do FUNDEB, conforme determina a Lei nº 11.494/2007. Os recursos de convênios são receitas que devem ser aplicadas exclusivamente no objeto do convênio firmado, cuja tabela mostra que esta não é a principal fonte da receita do município. Outras receitas apresentadas estão incluídas na 5ª coluna da tabela nº 30, que se referem as demais receitas como: TOPA (Programa Todos pela Alfabetização) QSE (salário educação), PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola ), PTA (aquisição de ônibus escolar), Programa Mais Educação (educação em tempo integral) (exceto o da merenda escolar), PBA (Programa Brasil Alfabetizado alfabetização de jovens e adultos) e demais programas que repassam recursos através do FNDE, como por exemplo para o PROINFÂNCIA para construção de creche/escola infantil, construção de quadras esportivas escolares. Tabela 31. Recursos aplicados em educação pelo governo municipal de Cruz das Almas, por nível ou modalidade de ensino (2010/2013) ano 2010 2011 Ensino Ensino Médio EJA Fundamental 1.631.408,20 10.876.369,57 231.955,50 272.142,29 3.412.340,61 12.981.421,94 248.393,11 360.915,34 Ed. Infantil Outros Total 0,00 13.011.875,56 0,00 17.003.071,00 2012 2013 4.527.399,39 4.997.822,30 14.523.951,43 15.121.996,70 283.815,17 460.876,88 91.405,59 431.396,07 0,00 19.796.042,87 0,00 20.642.620,66 Fonte: Secretaria Municipal da Educação, Secretaria da Administração, Prefeitura Municipal, 2014. A tabela 31 mostra os dados relativos às despesas com educação, onde é analisada a evolução dos recursos aplicados nos anos de 2010 a 2013. As receitas que o município aplica são subdivididas e assistem os níveis e modalidades de ensino; no caso apresentado na 1ª e 2ª colunas, trata-se da Educação Infantil e Ensino Fundamental, cujas matrículas crescem a cada dia e os valores retratam que esta municipalidade tem investido mais a cada ano, como mostra o aumento gradual. Quanto ao Ensino Médio, os valores oscilam, contudo o Sistema Municipal de Ensino vem reunindo esforços para findar com este nível de ensino, considerando o que reza a Constituição Federal e a LDB, que o Ensino Médio é facultado aos municípios, devido ser uma obrigação dos Estados, e só deve ser oferecido quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência. Também, o Ensino Médio constante não é contemplado com recursos do FUNDEB, devido sua matrícula constar na esfera municipal. Em 2013 teve sua despesa bastante reduzida, devido possuir apenas 7 (sete) turmas. Assim, amparado pelas legislações citadas, o município em 2014 está findando o atendimento no nível médio de ensino. No tocante ao EJA, na 5ª coluna, os investimentos tem crescido significantemente e proporcional ao número de alunos matriculados. Quanto aos recursos destinados a esta modalidade, pelo município, são de origem de recursos próprios e do FUNDEB que só passou a atender a totalidade de alunos matriculados na EJA em 2009, conforme estava prescrito no inciso II, alínea “a”, do art. 31 da Lei nº 11.494/2007 (Lei do FUNDEB). Mesmo diante das cifras apresentadas, faz-se necessário mais investimentos nesta modalidade para atrair a clientela que não teve a oportunidade de concluir seus estudos em tempo regular. Ainda que se considere os valores apresentados, os recursos existentes são insuficientes para atender a educação básica deste sistema, com a qualidade exigida pela legislação. As despesas apresentadas da 2ª, 3ª e 5ª colunas constituem despesas correntes com gastos relativos ao pagamento de folha de pessoal (incluso encargo de INSS), aquisição de materiais de consumo e obras e instalações. Tabela 32. Despesas com educação do município de Cruz das Almas, por categoria e elemento de despesa (2010/2013) Despesas correntes Ano Mat. Consumo Despesas de capital Obra e Equipament Subtotal Total Instalaçõe os s 2010 12.673.857,6 1.052.131, 13.725.989,3 673.384,20 357.448,60 1.030.832, 14.756.822,1 8 66 4 80 4 2011 15.091.399,0 1.150.073, 16.241.472,8 999.182,23 602.650,00 1.601.832, 17.843.305,1 2 86 8 23 1 2012 17.272.531,9 586.475,87 17.859.007,8 1.709.048, 1.021.027,40 2.730.076, 20.589.084,0 5 2 81 21 3 2013 21.089.509,2 2.042.605, 23.132.114,7 186.517,36 245.865,00 432.382,36 23.564.497,1 3 54 7 3 Fontes: Secretaria Municipal da Educação, Secretaria da Administração, Prefeitura Municipal (2014). Pessoal Subtotal As despesas apresentadas da 2ª, 3ª e 5ª colunas constituem despesas correntes com gastos relativos ao pagamento de folha de pessoal (incluso encargo de INSS), aquisição de materiais de consumo e obras e instalações. Despesas com pessoal e encargos sociais são de natureza remuneratória decorrentes do efetivo exercício, emprego ou função de confiança no setor público, as quais não produzem acréscimos patrimoniais ao município. Essas despesas envolvem todos os servidores da educação com recursos do FUNDEB e recursos próprios, atendendo o art. 212 da Constituição Federal, detalhado no início dessa discussão financeira. Por fim a 5ª e 6ª colunas representadas por obras e instalações e equipamentos; são despesas de capital, que por sua vez são representadas por gastos que implicam acréscimos patrimoniais, isto é, aumentam o patrimônio efetivo do município. Esses investimentos essenciais à manutenção e desenvolvimento do ensino, atendendo as unidades escolares que compõem o Sistema Municipal de Ensino. Os gastos sinalizam que estão sendo aplicados respeitando-se as diretrizes dos mecanismos legais vigentes; as quais são apresentadas ao Tribunal de Contas dos Municípios. Contudo, a realidade nos mostra que faz-se necessário mais empenho financeiro da municipalidade a fim de se alcançar um padrão de estrutura física que desperte no estudante o desejo de aprender, bem como favoreça aos docentes uma prática pedagógica dotada de eficiência e que realmente o aluno aprenda. O uso dos recursos para aquisição de material de consumo tem origem do FUNDEB e de outras fontes de recursos. Tabela 33. Receita e aplicação dos recursos recebidos do FUNDEB no Município de Cruz das Almas em (2010/2013) Aplicação Ano Total recebido Salário dos professores Capacitação dos leigos Gastos com MDE 2010 12.735.211,13 7.500.893,58 43.000,00 5.693.272,30 2011 15.989.201,53 8.597.205,24 7.980,00 8.650.360,36 2012 18.343.519,85 10.689.996,85 25.127,00 7.547.560,92 2013 19.122.836,55 12.214.050,01 0,00 8.145.643,66 Fonte: Secretaria da Administração e/ou Fazenda do Município, 2014. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos profissionais da Educação – FUNDEB foi regulamentado pela Lei nº 11.494 de 20 de junho de 2007. Este fundo destina-se a manutenção e desenvolvimento da educação básica pública e a valorização dos trabalhadores da educação, conforme disposto no art. 70 da Lei nº 9394/1996, incluindo sua condigna remuneração. As instituições contempladas pelo FUNDEB devem obrigatória e cumulativamente oferecer igualdade de condições para o acesso e permanência na escola e atendimento educacional gratuito a todos os seus alunos. A tabela apresentada contém a receita e a aplicação dos recursos do FUNDEB deste município. A 2ª coluna evidencia os valores repassados ao fundo do município, oriundos de uma cesta de impostos municipais e transferências estaduais e federais, bem como os juros e multas eventualmente incidentes. A 3ª coluna demonstra a aplicação dos valores pagos aos salários dos professores (60% do FUNDEB), cujos valores são crescentes a cada exercício. A 4ª coluna traz coluna valores investidos em capacitação de professores leigos e, por conseguinte a coluna de nº 5 apresenta gastos com MDE (40% do FUNDEB). Esses dados evidenciam que a totalidade dos valores recebidos do FUNDEB vem sendo aplicados, obedecendo as diretrizes da Lei nº 11.494/2007, que regulamenta o fundo. Percentual (%) utilizado para folha, em relação aos valores repassados - vide tabela nº 33, para complementação da informação. Os valores correspondem apenas a folha bruta, paga sem os encargos sociais (INSS), por isso os percentuais estão se apresentam inferior aos 60%. TOTAL RECEBIDO ANO Salário dos professores % 2010 12.735.211,13 7.500.893,58 58,90 2011 15.989.201,53 8.597.205,24 53,77 2012 18.343.519,85 10.689.996,85 58,28 2013 19.122.836,55 12.214.050,01 63,87 Fonte: Secretaria Municipal da Fazenda -Prefeitura Municipal- 2014 Tabela 34. Aplicação no Ensino Fundamental – Exercício 2013 (Em R$) Dos recursos Receita de imposto 25% e da receita de impostos e transferências transferências 43.092.504,92 10.773.126,23 Da aplicação Total aplicado em educação 10.986.293,70 % aplicado 25,49 Fonte: Tribunal de Contas dos Municípios, 2014. Esta tabela representa os valores apurados pelo TCM no que diz respeito a aplicação em educação. É importante chamar a atenção que esses valores correspondem a um investimento de 25,49%; índice maior que o recomendado pelo art. 212 da CF, contudo ainda insuficiente para atender a contento a demanda educacional do município nos seus diversos aspectos: físico, pedagógico e administrativo. Tabela 35. Recursos da Educação no PPA (2010/2013) ANOS Previsto em R$ Programa/projetos/atividades Total utilizado educacionais 2010 72.177.343,00 13.162.471,00 18.507.734,46 2011 68.325.198,00 13.680.192,00 21.330.365,58 2012 65.789.332,00 14.294.360,00 24.664.901,15 2013 65.109.752,00 14.936.157,00 25.726.597,79 Fonte: Prefeitura Municipal, 2014. Sendo o Plano Plurianual um instrumento referencial tático das Ações do Governo para o período de quatro anos, ele traz a definição de meios de recursos para se atingir objetivos determinados em função de estado de uma realidade que pretenda mudar.Esta Tabela demostra que os recursos aplicados em programas, projetos e atividades educacionais, estão acima do valor previsto no Plano Plurianual-PPA, visualizando que se faz necessário uma imediata atualização nos valores estimados para tais ações, onde fica evidenciado que os valores previstos estão muito defasados, necessitando assim de novas projeções. Diante desses demonstrativos financeiros da educação no município e sendo a Receita Pública a soma dos recursos recebidos pelo município para atender a cobertura das despesas necessárias ao cumprimento e sendo provenientes de fontes definidas que advém do patrimônio público e privado; a arrecadação real mostra que o município precisa investir mais em desenvolvimento econômico local, (implementar políticas públicas para estimular o nascimento e o desenvolvimento de empresas), a fim de elevar seu percentual arrecadatório. O importante seria se esses recursos fossem suficientes para proporcionar a todos uma educação de qualidade, elevando o índice do IDEB e que se constitui hoje numa demanda urgente para a sociedade. Essa temática deve passar pela análise e parceria da Secretaria Municipal de Educação, como também pela Câmara de Vereadores, Conselhos Municipais da Educação, bem como se deve envolver toda a sociedade. A sociedade civil, responsável pelo controle social, participa muito pouco desse processo de elaboração do Plano Plurianual (PPA), do acompanhamento e da execução das políticas públicas até a avaliação dos seus resultados, uma vez que as audiências públicas ocorrem, porém com número pequeno desta sociedade. Essa política do despertar pela construção do planejamento financeiro da educação municipal ainda precisa acontecer em massa nessa municipalidade. Não se tem registro de o gestor escolar ter recorrido à Lei nº 12.527 de 18 de novembro de 2011, que trata e regula o acesso às informações, para buscar orientações e informações pertinentes as suas atribuições de gestor, nem como cidadão.A Secretaria Municipal de Educação tem conhecimento dos procedimentos e as da responsabilidade pela realização de despesas, aquisição de materiais de transferências vinculados à Educação. Todavia, não tem gestão plena sobre os recursos que lhes são destinados. A Secretaria Municipal de Educação entende que o financiamento da educação deve atender o que preconiza a legislação para o enfrentamento de problemas cruciais, tais como: acesso, permanência e aprendizagem com sucesso e tem se debruçado sobre essas questões. A equipe técnica da Secretaria Municipal da Educação em sua maioria não tem conhecimento do orçamento público em que são expressos a previsão de arrecadação das receitas e o planejamento de sua alocação nos programas e ações que serão implementados pela administração pública para atender às necessidades da coletividade. Mas para tanto, o município fez adesão ao Programa Formação Pela Escola, através do FNDE/MEC, o qual traz um leque de módulos que trabalham sobre a legislação financeira e as políticas públicas implementadas para a educação pública brasileira. O município tem buscado fortalecer os mecanismos e os instrumentos que asseguram, nos termos do parágrafo único do art. 48 da Lei Complementar nº 131, de 27 de maio de 2009, a transparência e o controle social, devem ocorrer na utilização dos recursos públicos aplicados em educação. É especialmente necessária a realização de audiências públicas, a criação de portais eletrônicos de transparência e a capacitação dos membros de conselhos de acompanhamento e controle social do FUNDEB, com a colaboração entre o Ministério da Educação (MEC), as Secretarias de Educação dos Estados e dos Municípios e os Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios. Para tanto, o município já conta com adesão ao programa de capacitação para conselheiros, através do Plano de Ações Articuladas – PAR/FNDE/ MEC.O CAQi que foi aprovado em diversos documentos e em Conferências Nacionais de Educação Básica é a base para construção de políticas educativas que envolvam a qualidade do ensino. O município realizou nos dias 27 e 28 de maio de 2013 a Conferência Municipal de Educação que reuniu a sociedade civil assim como os profissionais da Educação para discutirem as propostas do Plano Municipal de Educação. Nesta, foram apresentadas palestras temáticas que ao longo do período de 02 anos consubstanciaram a elaboração do presente documento. Durante todo este período, foram realizados diversos encontros com o Grupo Colaborativo formado com diversos segmentos representantes da sociedade civil e dos profissionais da educação incluindo o Conselho Municipal da Educação e APLB Sindicato. Para concretizar as proposições constantes como diretrizes metas e estratégias do referido documento foi realizado pelo grupo através de diagnósticos, a análise situacional dos diversos aspectos que compõe o município, como também da análise situacional da educação por meio de 13(treze) comissões representativas das diversas etapas e modalidades educacionais das três esferas administrativas (municipal, estadual e privada). Após o diagnóstico foi realizado um levantamento dos principais dificuldades existentes no âmbito da rede municipal que fundamentou o alicerçamento para a construção das metas e estratégias. A Secretaria Municipal da Educação juntamente com o Grupo Colaborativo, realizou no dia 06 de maio de 2015 a Audiência Pública com o tema: Plano Municipal de Educação, lançando uma projeção decenal para a educação que queremos. Nesta foram apresentadas a sociedade e profissionais da educação as propostas das diretrizes, metas e estratégias a fim de serem analisadas, discutidas e aprovadas para a composição deste documento. O grupo realizou as alterações decorrentes na referida audiência e encaminhará ao Gabinete da Secretária Municipal de Educação. De acordo com as orientações do Programa de Apoio aos Municípios (PROAM), a Secretaria Municipal de Educação deverá encaminhar uma cópia deste documento ao Conselho Municipal para fins de consulta e acompanhamento no processo de votação e posterior avaliação como também cópia ao Poder Executivo Municipal que por sua vez o encaminhará em forma de projeto de lei para ser votado e aprovado retornando para finalmente receber a devida sanção municipal. 3 DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS DO PME DO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS 3.1 DIRETRIZES I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - superação das desigualdades educacionais; IV - melhoria da qualidade do ensino; V - formação para o trabalho; VI - promoção da sustentabilidade socioambiental. VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do Município; VIII - cumprimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, IX - valorização dos (as) profissionais da educação; e X – difusão dos princípios de equidade, do respeito à diversidade e a gestão democrática da educação público; XI – Formação qualificada e motivacional para o ingresso do aluno na Universidade. 3.2 METAS E ESTRATÉGIAS META 1 Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e atender as creches nos 12(doze) meses de cada ano e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PME. ESTRATÉGIAS: 1.1) definir, em regime de colaboração entre a União, o Estados e o Distrito Federal, metas de expansão do ensino da educação infantil segundo padrão nacional de qualidade, considerando as peculiaridades locais; 1.2) realizar, periodicamente, levantamento da demanda por creche para a população de 0 (zero) a 3 (três) anos, como forma de planejar a oferta e verificar o atendimento da demanda; 1.3) promover a busca ativa de crianças em idade correspondente à educação infantil, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, preservando o direito de opção da família em relação às crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos; 1.4) estabelecer, no primeiro ano de vigência do PME, normas, procedimentos e prazos para definição de mecanismos de consulta pública da demanda das famílias por creches; 1.5) implantar a avaliação da educação infantil com base em parâmetros nacionais de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal, as condições de gestão, os recursos pedagógicos, a situação de acessibilidade, entre outros indicadores relevantes; 1.6) articular a oferta de matrículas gratuitas em creches certificadas como entidades beneficentes de assistência social na área de educação com a expansão da oferta no Sistema Municipal de Ensino; 1.7) promover a formação inicial e continuada dos (as) profissionais da educação infantil, garantindo, progressivamente, o atendimento por profissionais com formação superior; 1.8) buscar parcerias com os Institutos de Educação Superior de modo a subsidiar o município na elaboração de currículos e propostas pedagógicas que incorporem os avanços de pesquisas ligadas ao processo de ensino-aprendizagem e teorias educacionais no atendimento da população de 04 e 05 anos; 1.9) fomentar o atendimento das populações do campo e quilombolas na educação infantil nas respectivas comunidades, por meio do redimensionamento da distribuição territorial da oferta, limitando a nucleação de escolas e o deslocamento de crianças, de forma a atender às especificidades dessas comunidades, garantido consulta prévia e informada; 1.10) priorizar o acesso à educação infantil e fomentar a oferta do atendimento educacional especializado complementar e suplementar aos (às) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, assegurando a educação bilíngue para crianças surdas e a transversalidade da educação especial nessa etapa da educação básica; 1.11) implementar, em caráter complementar, programas de orientação e apoio às famílias, por meio da articulação das áreas de educação, saúde e assistência social, com foco no desenvolvimento integral das crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos de idade; 1.12) preservar as especificidades da educação infantil na organização do Sistema Municipal de Ensino, garantindo o atendimento da criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos em estabelecimentos que atendam a parâmetros nacionais de qualidade, e a articulação com a etapa escolar seguinte, visando ao ingresso do (a) aluno(a) de 6 (seis) anos de idade no ensino fundamental; 1.13) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência das crianças na educação infantil, em especial dos beneficiários de programas de transferência de renda, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância; 1.14) manter e ampliar, em regime de colaboração e respeitadas as normas de acessibilidade, programa nacional de construção e reestruturação de escolas, bem como de aquisição de equipamentos, visando à expansão e à melhoria da rede física das unidades escolares municipais de educação infantil; 1.15) garantir o acesso à educação infantil em tempo integral, para todas as crianças de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. 1.16) desenvolver formas alternativas de oferta do ensino da educação infantil, garantida a qualidade, para atender aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a atividades de caráter itinerante; 1.17) Criar uma equipe para a gestão de banco de dados de acessos público, registrando a partir de janeiro de 2016 todos as informações inerentes aos alunos e alunas, para consulta, pesquisa e ações metodológicas. META 2: Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e criar mecanismos para que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PME. ESTRATÉGIAS: 2.1) elaborar e encaminhar ao Conselho Municipal de Educação, precedida de consulta pública municipal, proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os (as) alunos (as) do ensino fundamental; 2.2) implantar os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base comum curricular do ensino fundamental; 2.3) implementar ações de acompanhamento individualizado dos (as) alunos (as) do ensino fundamental; 2.4) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da permanência e do aproveitamento escolar dos beneficiários de programas de transferência de renda, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências na escola, visando ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso escolar dos (as) alunos (as), em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude; 2.5) promover a busca ativa de crianças e adolescentes fora da escola, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude; 2.6) desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, considerando as especificidades da educação especial, das escolas do campo e quilombolas; 2.7) disciplinar, no âmbito do Sistema Municipal de Ensino, a organização flexível do trabalho pedagógico, incluindo adequação do calendário escolar de acordo com a realidade local, a identidade cultural e as condições climáticas da região; 2.8) promover a relação das escolas com instituições e movimentos culturais, a fim de garantir a oferta regular de atividades culturais para a livre fruição dos (as) alunos (as) dentro e fora dos espaços escolares, assegurando ainda que as escolas se tornem pólos de criação e difusão cultural; 2.9) incentivar a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das atividades escolares dos filhos por meio do estreitamento das relações entre as escolas e as famílias; 2.10) estimular a oferta do ensino fundamental, em especial dos anos iniciais, para as populações do campo e quilombolas, nas próprias comunidades; 2.11) Implementar e acompanhar através dos direitos de aprendizagens o ciclo de alfabetização (1° ao 3° ano do Ensino Fundamental); 2.12) oferecer atividades extracurriculares de incentivo aos (às) estudantes e de estímulo a habilidades, inclusive mediante certames e concursos municipais; 2.13) promover atividades de desenvolvimento e estímulo a habilidades esportivas nas escolas, interligadas a um plano de disseminação do desporto educacional e de desenvolvimento esportivo municipal. 2.14) desenvolver formas alternativas de oferta do ensino fundamental, garantida a qualidade, para atender aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a atividades de caráter itinerante; 2.15) garantir a implementação das Leis 11.645/08, que institui o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena; a Lei 9.795/99, que institui a Política Nacional da Educação Ambiental e a Lei nº 11.769, que determina que a música deve ser conteúdo obrigatório em toda a Educação Básica. 2.16) garantir profissional de educação física nos anos Iniciais do Ensino Fundamental, de acordo com a LDB, Lei nº 9.394/96; 2.17) criar uma proposta curricular para o Ensino Fundamental de 9 anos da rede municipal; 2.18) implantar, em regime de colaboração com o Estado e a União, escolas que atendam o ensino Fundamental dos Anos Finais no campo. 2.19) implementar políticas de correção do fluxo escolar para o combate da distorção idade-série dos alunos do Ensino Fundamental; META 3 Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e incentivar a elevação até o final do período de vigência deste PME, da taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento). ESTRATÉGIAS: 3.1) promover junto com o Estado a busca ativa da população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola, em articulação com os serviços de assistência social, saúde e proteção à adolescência e a juventude; 3.2) implementar políticas de prevenção à evasão dos alunos com faixa etária de 15 a 17 anos decorrente da distorção idade-série e discriminação social (racial, gênero, orientação sexual e pessoas com deficiência); 3.3) estabelecer diálogos entre o Ensino Médio e os Anos Finais do Ensino Fundamental por meio de mostras de trabalhos desenvolvidos. 3.4) garantir a fruição de bens e espaços culturais, de forma regular, bem como a ampliação da prática desportiva, integrada ao currículo escolar; 3.5) manter e ampliar na rede municipal programas e ações para o acompanhamento individualizado do (a) aluno(a) de 15 a 17 anos com rendimento escolar defasado e pela adoção de práticas como aulas de reforço no turno complementar, estudos de recuperação e progressão parcial, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade; 3.6) tencionar os órgãos competentes com o intuito de expandir matrículas gratuitas de Ensino Médio integrado à educação profissional, observando-se as peculiaridades das populações do campo e das pessoas com deficiência; 3.7) estruturar e fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência dos e das jovens beneficiários (as) de programas de transferência de renda, no ensino médio, quanto à frequência, ao aproveitamento escolar e à interação com o coletivo, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências, práticas irregulares de exploração do trabalho, consumo de drogas, gravidez precoce, em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à adolescência e juventude; 3.8) incentivar em parceria com o Estado práticas pedagógicas com abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática; 3.9) fomentar programas de educação e de cultura para a população urbana e do campo de jovens, na faixa etária de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, e de adultos, com qualificação social e profissional para aqueles que estejam fora da escola e com defasagem no fluxo escolar; 3.10) propor ao estado a implantação de Salas para Atendimento Educacional Especializado nas escolas de Ensino Médio. 3.11) tencionar o Estado a desenvolver formas alternativas de oferta do ensino médio, garantida a qualidade, para atender aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a atividades de caráter itinerante; 3.12) assegurar e ampliar o transporte escolar para o atendimento dos alunos do Ensino Médio, através de parceria com o governo do estado. 3.13) estimular a participação dos e das adolescentes nos cursos das áreas tecnológicas e científicas; META 4 Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados, no prazo máximo de 3 (três) anos da vigência dessa lei. Estratégias: 4.1) realizar o mapeamento no município para a população de 4 a 17 anos, objetivando identificar as pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação; 4.2) contabilizar, para fins do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, as matrículas dos (as) estudantes da educação regular da rede pública que recebam atendimento educacional especializado complementar e suplementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular, e as matrículas efetivadas, conforme o censo escolar mais atualizado, na educação especial oferecida em instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público e com atuação exclusiva na modalidade, nos termos da Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007; 4.2.1) Criar uma equipe para a gestão de banco de dados de acessos público, registrando a partir de janeiro de 2016 todos as informações inerentes aos alunos e alunas, para consulta, pesquisa e ações metodológicas. 4.3) implantar, ao longo deste PME, salas de recursos multifuncionais e fomentar a formação continuada de professores e professoras para o atendimento educacional especializado nas escolas urbanas, do campo e quilombolas; 4.4) garantir atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados, nas formas complementar e suplementar, a todos (as) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de educação básica, conforme necessidade identificada por meio de avaliação, ouvidos a família e o aluno; 4.5) estimular a criação de centros multidisciplinares de apoio, pesquisa e assessoria, articulados com instituições acadêmicas e integrados por profissionais das áreas de saúde, assistência social, pedagogia e psicologia, para apoiar o trabalho dos (as) professores da educação básica com os (as) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação; 4.6) manter e ampliar programas suplementares do governo federal que promovam a acessibilidade nas instituições públicas, para garantir o acesso e a permanência dos (as) alunos (as) com deficiência por meio da adequação arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da disponibilização de material didático próprio e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando, ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e modalidades de ensino, a identificação dos (as) alunos (as) com altas habilidades ou superdotação; 4.7) garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS como primeira língua e na modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, aos (às) alunos (as) surdos e com deficiência auditiva de 2 (dois) a 17 (dezessete) anos, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas, nos termos do art. 22 do Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005, e dos arts. 24 e 30 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, bem como a adoção do Sistema Braille de leitura para cegos e surdos-cegos; 4.8) garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a exclusão do ensino regular sob alegação de deficiência e promovida a articulação pedagógica entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado; 4.9) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola e ao atendimento educacional especializado, bem como da permanência e do desenvolvimento escolar dos (as) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação beneficiários (as) de programas de transferência de renda, juntamente com o combate às situações de discriminação, preconceito e violência, com vistas ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso educacional, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e à juventude; 4.10) fomentar pesquisas voltadas para o desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos, equipamentos e recursos de tecnologia assistiva, com vistas à promoção do ensino e da aprendizagem, bem como das condições de acessibilidade dos (as) estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação; 4.11) promover o desenvolvimento de pesquisas interdisciplinares para subsidiar a formulação de políticas públicas intersetoriais que atendam as especificidades educacionais de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação que requeiram medidas de atendimento especializado; 4.12) promover a articulação intersetorial entre órgãos e políticas públicas saúde, assistência social e direitos humanos, em parceria com as famílias, com o fim de desenvolver modelos de atendimento voltados à continuidade do atendimento escolar, na educação de jovens e adultos, das pessoas com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento com idade superior à faixa etária de escolarização obrigatória, de forma a assegurar a atenção integral ao longo da vida; 4.13) implantar equipes de profissionais da educação para atender à demanda do processo de escolarização dos (das) estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades de superdotação, garantindo a oferta de professores (as) do atendimento educacional especializado, profissionais de apoio ou auxiliares, tradutores (as) e intérpretes de Libras, guias-intérpretes para surdo-cegos, professores de Libras, prioritariamente surdos, e professores (as) bilíngües. 4.14) definir juntamente com o Conselho Municipal de Educação indicadores de qualidade e política de avaliação e supervisão para o funcionamento de instituições públicas e privadas que prestam atendimento a alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação; 4.15) acompanhar a iniciativa do Ministério da Educação, nos órgãos de pesquisa, demografia e estatística competentes, a obtenção de informação detalhada sobre o perfil das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação de 4 (dois) a 17 (dezessete) anos; 4.16) promover parcerias ou convênios com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar as condições de apoio ao atendimento escolar integral das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculadas nas redes públicas de ensino; 4.17) promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar a oferta de formação continuada e a produção de material didático acessível, assim como os serviços de acessibilidade necessários ao pleno acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados na rede pública de ensino; 4.18) promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, a fim de favorecer a participação das famílias e da sociedade na construção do sistema educacional inclusivo; 4.19) inserir a política de Educação Especial na proposta pedagógico curricular da rede municipal em todas as etapas e modalidades de educação. 4.20) delimitar o número de matrícula de alunos em turmas de educação inclusiva; 4.21) realizar a adequação na infraestrutura dos prédios escolares para atendimento da acessibilidade; META 5 Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3o (terceiro) ano do ensino fundamental. ESTRATÉGIAS: 5.1) estruturar os processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do ensino fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com qualificação e valorização dos (as) professores (as) alfabetizadores e com apoio pedagógico específico, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças; 5.2) instituir instrumentos de avaliação periódicos e específicos para aferir a alfabetização das crianças, aplicados a cada ano, bem como estimular as escolas a criarem os respectivos instrumentos de avaliação e monitoramento, implementando medidas pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e alunas até o final do terceiro ano do ensino fundamental; 5.3) selecionar, certificar e divulgar tecnologias educacionais para a alfabetização de crianças, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento dos resultados nas unidades escolares que forem aplicadas, devendo ser disponibilizadas, preferencialmente, como recursos educacionais abertos; 5.4) fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas inovadoras que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos (as) alunos (as), consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade; 5.5) apoiar a alfabetização de crianças do campo, quilombolas e de populações itinerantes, com a produção de materiais didáticos específicos, e desenvolver instrumentos de acompanhamento que considerem a identidade cultural das comunidades quilombolas; 5.6) promover e estimular a formação inicial e continuada de professores (as) e coordenadores (as) pedagógicos para alfabetização de crianças, com o conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras, estimulando a articulação entre programas de pós-graduação stricto sensu e ações de formação continuada de professores (as) e coordenadores (as) para a alfabetização; 5.7) apoiar a alfabetização das pessoas com deficiência, considerando as suas especificidades, inclusive a alfabetização bilíngue de pessoas surdas, sem estabelecimento de terminalidade temporal; 5.8) sistematizar uma proposta curricular para o ciclo inicial que estende-se até os oito anos de idade a qual deverá compor a Proposta do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos; 5.9) manter a parceria com os entes federados mediante continuidade da adesão nos programas que favoreçam a alfabetização na idade certa. META 6 Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica. ESTRATÉGIAS: 6.1) promover, com o apoio da União, a oferta de educação básica pública em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanência dos (as) alunos (as) na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante todo o ano letivo, com a ampliação progressiva da jornada de professores em uma única escola; 6.2) instituir, em regime de colaboração, programa de construção de escolas com padrão arquitetônico e de mobiliário adequado para atendimento em tempo integral, prioritariamente em comunidades pobres ou com crianças em situação de vulnerabilidade social; 6.3) institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa nacional de ampliação e reestruturação das escolas públicas, por meio da instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, inclusive de informática, espaços para atividades culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros e outros equipamentos, bem como da produção de material didático e da formação de recursos humanos para a educação em tempo integral; 6.4) fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos, culturais e esportivos e com equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e planetários; 6.5) estimular a oferta de atividades voltadas à ampliação da jornada escolar de alunos (as) matriculados nas escolas da rede pública de educação básica; 6.6) Manter parcerias com entes federados a fim de financiar e manter a educação em tempo integral. 6.7) atender às escolas do campo e quilombolas na oferta de educação em tempo integral, com base em consulta prévia e informada, considerando-se as peculiaridades locais; 6.8) garantir a educação em tempo integral para pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na faixa etária de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, assegurando atendimento educacional especializado complementar e suplementar ofertado em salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em instituições especializadas; 6.9) adotar medidas para otimizar o tempo de permanência dos alunos na escola, direcionando a expansão da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades recreativas, esportivas e culturais. 6.10) redimensionar o número de funcionários da educação de modo a atender a estrutura pedagógica, administrativa e pessoal de apoio para a educação em tempo integral; 6.11) implantar e implementar o ciclo de alfabetização de acordo regulamentação específica. META 7 Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias municipais para o Ideb: IDEB Anos iniciais do ensino fundamental Anos finais do ensino fundamental 2015 2017 4,4 4,7 3,8 4,1 2019 2021 5,0 5,3 4,3 4,6 ESTRATÉGIAS: 7.1) estabelecer e implantar, mediante pactuação interfederativa, diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos (as) alunos (as) para cada ano do ensino fundamental e médio, respeitada a diversidade regional, estadual e local; 7.2) assegurar que os (as) alunos (as) do ensino fundamental e do ensino médio tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, pelo menos, o nível desejável; 7.3) constituir, em colaboração, um conjunto nacional de indicadores de avaliação institucional com base no perfil do alunado e do corpo de profissionais da educação, nas condições de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagógicos disponíveis, nas características da gestão e em outras dimensões relevantes, considerando as especificidades das modalidades de ensino; 7.4) induzir processo contínuo de autoavaliação das escolas de educação básica, por meio da constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas, destacando-se a elaboração de planejamento estratégico, a melhoria contínua da qualidade educacional, a formação continuada dos (as) profissionais da educação e o aprimoramento da gestão democrática; 7.5) formalizar e executar o plano de ações articuladas dando cumprimento às metas de qualidade estabelecidas para a educação básica pública e às estratégias de apoio técnico e financeiro voltadas à melhoria da gestão educacional, à formação de professores e professoras e profissionais de serviços e apoio escolares, à ampliação e ao desenvolvimento de recursos pedagógicos e à melhoria e expansão da infraestrutura física da rede escolar; 7.6) acompanhar a prestação de assistência técnica financeira à fixação de metas intermediárias, nos termos estabelecidos conforme pactuação voluntária entre os entes, priorizando as unidades escolares com Ideb abaixo da média nacional; 7.7) acompanhar o aprimoramento contínuo dos instrumentos de avaliação da qualidade do ensino fundamental, de forma a englobar o ensino de ciências nos exames aplicados nos anos finais do ensino fundamental, assegurada a sua universalização, ao sistema de avaliação da educação básica, bem como apoiar o uso dos resultados das avaliações nacionais pelas escolas para a melhoria de seus processos e práticas pedagógicas; 7.8) acompanhar o desenvolvimento dos indicadores específicos de avaliação da qualidade da educação especial, bem como da qualidade da educação bilíngue para surdos; 7.9) acompanhar as políticas de forma a buscar atingir as metas do Ideb, diminuindo a diferença entre as escolas com os menores índices e a média nacional, garantindo equidade da aprendizagem e reduzindo pela metade, até o último ano de vigência deste PME, as diferenças entre as médias dos índices estadual e nacional. 7.10) acompanhar e divulgar os resultados bienais pedagógicos dos indicadores do sistema nacional de avaliação da educação básica e do Ideb, relativos às escolas, do sistema municipal de ensino, assegurando a contextualização desses resultados, com relação a indicadores sociais relevantes, como os de nível socioeconômico das famílias dos (as) alunos (as), e a transparência e o acesso público às informações técnicas de concepção e operação do sistema de avaliação; 7.11) acompanhar e executar políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Ideb, de modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar. 7.12) consolidar a educação escolar no campo de populações tradicionais, de populações itinerantes e quilombolas, respeitando a articulação entre os ambientes escolares e comunitários e garantindo: o desenvolvimento sustentável e preservação da identidade cultural; a participação da comunidade na definição do modelo de organização pedagógica e de gestão das instituições, consideradas as práticas socioculturais e as formas particulares de organização do tempo; a oferta bilíngue na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental e a reestruturação e a aquisição de equipamentos; a oferta de programa para a formação inicial e continuada de profissionais da educação; e o atendimento em educação especial; 7.13) garantir com o apoio da União e do Estado transporte gratuito para todos (as) os (as) estudantes da educação do campo na faixa etária da educação escolar obrigatória, mediante renovação e padronização integral da frota de veículos, de acordo com especificações definidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO, e financiamento compartilhado, proporcional às necessidades do Município visando a redução da evasão escolar e o tempo médio de deslocamento a partir de cada realidade local; 7.14) universalizar o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade e triplicar, a relação computador/aluno (a) nas escolas da rede pública de educação básica, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação; 7.15) acompanhar e executar o apoio técnico e financeiro para a gestão escolar mediante transferência direta de recursos financeiros à escola, a fim de garantir a participação da comunidade escolar no planejamento e na aplicação dos recursos, visando à ampliação da transparência e ao efetivo desenvolvimento da gestão democrática; 7.16) executar programas e ações de atendimento ao (à) aluno (a), nas duas etapas iniciais da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático- escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde fornecidos pela união. 7.17) assegurar mediante apoio financeiro da União e do Estado a todas as escolas públicas de educação básica o acesso a energia elétrica, abastecimento de água tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos, garantir o acesso dos alunos a espaços para a prática esportiva, a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de ciências e, em cada edifício escolar, garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência; 7.18) manter, em regime de colaboração, programa nacional de reestruturação e aquisição de equipamentos para escolas públicas, visando à equalização regional das oportunidades educacionais; 7.19) acompanhar o provimento de equipamentos e recursos tecnológicos digitais para a utilização pedagógica no ambiente escolar das escolas públicas da educação básica, aplicando os, mecanismos para implementação das condições necessárias para a universalização das bibliotecas nas instituições educacionais, com acesso a redes digitais de computadores, inclusive a internet; 7.20) acompanhar o estabelecimento pela União dos parâmetros mínimos de qualidade dos serviços da educação básica, a serem utilizados como referência para infraestrutura das escolas municipais, recursos pedagógicos, entre outros insumos relevantes, bem como instrumento para adoção de medidas para a melhoria da qualidade do ensino; 7.21) informatizar com o apoio da União a gestão das escolas públicas e da secretaria de municipal da educação, bem como a execução do programa nacional de formação inicial e continuada para o pessoal técnico da secretaria de educação; 7.22) acompanhar e executar políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção das providências adequadas para promover a construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade; 7.23) implementar políticas de inclusão e permanência na escola para adolescentes e jovens que se encontram em regime de liberdade assistida e em situação de rua, assegurando os princípios da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente; 7.24) garantir nos currículos escolares conteúdos sobre a história e as culturas afrobrasileira e indígenas e implementar ações educacionais, nos termos das Leis nos 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e 11.645, de 10 de março de 2008, assegurando-se a implementação das respectivas diretrizes curriculares nacionais, por meio de ações colaborativas com fóruns de educação para a diversidade étnico-racial, conselhos escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil; 7.25) desenvolver currículos e propostas pedagógicas específicas para educação escolar para as escolas do campo e para as comunidades quilombolas, incluindo os conteúdos culturais correspondentes às respectivas comunidades e considerando o fortalecimento das práticas socioculturais e produzindo e disponibilizando materiais didáticos específicos, inclusive para os (as) alunos (as) com deficiência; 7.26) mobilizar as famílias e setores da sociedade civil, articulando a educação formal com experiências de educação popular e cidadã, com os propósitos de que a educação seja assumida como responsabilidade de todos e de ampliar o controle social sobre o cumprimento das políticas públicas educacionais; 7.27) promover a articulação dos programas nacionais da área da educação e de âmbito local com os de outras áreas, como saúde, trabalho e emprego, assistência social, esporte e cultura, possibilitando a criação de rede de apoio integral às famílias, como condição para a melhoria da qualidade educacional; 7.28) acompanhar e executar ações efetivas especificamente voltadas para a promoção, prevenção, atenção e atendimento à saúde e à integridade física, mental e emocional dos (das) profissionais da educação, como condição para a melhoria da qualidade educacional; 7.29) acompanhar e executar mediante articulação entre os órgãos responsáveis pelas áreas da saúde e da educação, programas de atendimento aos (às) estudantes da rede escolar pública por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde; 7.30) acompanhar e fortalecer as formações de leitores e leitoras promovidas pela União através da capacitação de professores e professoras, bibliotecários e bibliotecárias e agentes da comunidade para atuar como mediadores e mediadoras da leitura, de acordo com a especificidade das diferentes etapas do desenvolvimento e da aprendizagem; 7.31) instituir, em articulação com o Estado e a União, programa de formação de professores e professoras e de alunos e alunas para promover e consolidar política de preservação da memória nacional e local. 7.32) promover a regulação da oferta da educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental pela iniciativa privada, de forma a garantir a qualidade e o cumprimento da função social da educação; META 8 Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do campo e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e equiparar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. ESTRATÉGIAS: 8.1) promover busca ativa de jovens fora da escola pertencentes aos segmentos populacionais considerados, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude. 8.2) acompanhar e executar programas de desenvolvimento de tecnologias para correção de fluxo, para o acompanhamento pedagógico individualizado e para a recuperação e a progressão parcial, bem como priorizar os estudantes com rendimento escolar defasado, considerando as especificidades dos segmentos populacionais considerados; 8.3) implementar programas/políticas de educação de jovens e adultos para os segmentos populacionais considerados, que estejam fora da escola e com defasagem idade-série, associados a outras estratégias que garantam a continuidade da escolarização, após a alfabetização inicial; 8.4) garantir acesso gratuito a exames de certificação da conclusão dos ensinos fundamental; 8.5) promover com o apoio da União parceria com as áreas de saúde e assistência social, para o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola específicos para os segmentos populacionais considerados, identificar motivos de absenteísmo de modo a garantir a frequência e apoio à aprendizagem, de maneira a estimular a ampliação do atendimento desses (as) estudantes na rede pública regular de ensino; 8.6) incentivar a expansão da oferta gratuita de educação profissional técnica por parte das entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de forma concomitante ao ensino ofertado na rede escolar pública, para os segmentos populacionais considerados; META 9 Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 90% (noventa por cento) até 2017 e, até o final da vigência deste PME, superar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. Estratégias: 9.1) assegurar a oferta gratuita da educação de jovens e adultos a todos os que não tiveram acesso à educação básica na idade própria; 9.2) realizar diagnóstico dos jovens e adultos com ensino fundamental incompleto para identificar a demanda ativa por vagas na educação de jovens e adultos nas unidades escolares do sistema municipal de ensino 9.3) implementar ações de alfabetização de jovens e adultos com garantia de continuidade da escolarização fundamental; 9.4) acompanhar a criação do benefício adicional no programa nacional de transferência de renda para jovens e adultos que frequentarem cursos de alfabetização; 9.5) realizar chamadas públicas regulares para educação de jovens e adultos, promovendo-se busca ativa em regime de colaboração entre entes federados e em parceria com organizações da sociedade civil; 9.6) realizar avaliação, por meio de exames específicos, que permita aferir o grau de alfabetização de jovens e adultos com mais de 15 (quinze) anos de idade; 9.7) executar ações de atendimento ao (à) estudante da educação de jovens e adultos por meio de programas nacionais suplementares de transporte, alimentação e saúde, inclusive atendimento oftalmológico e fornecimento gratuito de óculos, em articulação com a área da saúde; 9.8) assegurar com o apoio da união oferta de educação de jovens e adultos, na etapa de ensino fundamental, às pessoas privadas de liberdade estabelecimentos penais, assegurando-se formação específica de acordo com as de diretrizes nacionais em regime de colaboração; 9.9) executar com o apoio técnico e financeiro da União projetos inovadores na educação de jovens e adultos que visem ao desenvolvimento de modelos adequados às necessidades específicas desses (as) alunos (as); 9.10) cumprir as normas, mecanismos e incentivos que integrem os segmentos empregadores, públicos e privados, para promover a compatibilização da jornada de trabalho dos empregados e das empregadas com a oferta das ações de alfabetização e de educação de jovens e adultos; 9.11) considerar, nas políticas públicas de jovens e adultos, as necessidades dos idosos, com vistas à promoção de políticas de erradicação do analfabetismo, ao acesso a tecnologias educacionais e atividades recreativas, culturais e esportivas, à implementação de programas de valorização e compartilhamento dos conhecimentos e experiência dos idosos e à inclusão dos temas do envelhecimento e da velhice nas escolas. Meta 10 Informatizar até o final de 2016, o processo de matrícula, popularizando as informações educacionais e oferecer, no mínimo, 30% (trinta por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional. ESTRATÉGIAS: 10.1) manter e executar nos órgãos competentes programa de educação de jovens e adultos voltado à conclusão do ensino fundamental e à formação profissional inicial, de forma a estimular a conclusão da educação básica; 10.2) acompanhar a expansão das matrículas na educação de jovens e adultos, de modo a articular a formação inicial e continuada de trabalhadores com a educação profissional, objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador e da trabalhadora; 10.3) incentivar a integração da educação de jovens e adultos com a educação profissional, em cursos planejados, de acordo com as características do público da educação de jovens e adultos e considerando as especificidades das populações itinerantes e do campo e quilombolas, inclusive na modalidade de educação a distância; 10.4) acompanhar a ampliação das oportunidades profissionais dos jovens e adultos com deficiência e baixo nível de escolaridade, por meio do acesso à educação de jovens e adultos articulada à educação profissional; 10.5) aderir e implementar programas de reestruturação e aquisição de equipamentos voltados à expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas que atuam na educação de jovens e adultos integrada à educação profissional, para a garantia da acessibilidade à pessoa com deficiência; 10.6) estimular a diversificação curricular da educação de jovens e adultos, articulando a formação básica e a preparação para o mundo do trabalho e estabelecendo inter-relações entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e cidadania, de forma a organizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às características desses alunos e alunas; 10.7) incentivar a produção de material didático, o desenvolvimento de currículos e metodologias específicas, os instrumentos de avaliação, o acesso a equipamentos e laboratórios e a formação continuada de docentes da rede pública que atuam na educação de jovens e adultos articulada à educação profissional; 10.8) promover a busca pela oferta pública de formação inicial e continuada para trabalhadores e trabalhadoras articulada à educação de jovens e adultos, em regime de colaboração e com apoio de entidades privadas de formação profissional e de entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade; 10.9) aderir e implementar programa nacional de assistência ao estudante, compreendendo ações de assistência social, financeira e de apoio psicopedagógico que contribuam para garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a conclusão com êxito da educação de jovens e adultos articulada à educação profissional; 10.10) coletar informações para a expansão da oferta de educação de jovens e adultos articulada à educação profissional, de modo a atender às pessoas privadas de liberdade nos estabelecimentos penais, assegurando-se formação específica dos professores e das professoras e implementação de diretrizes nacionais em regime de colaboração; 10.11) implementar e aplicar mecanismos de reconhecimento de saberes dos jovens e adultos trabalhadores, a serem considerados na articulação curricular dos cursos de formação inicial e continuada e dos cursos técnicos de nível médio. 10.12) considerar, nas políticas públicas de jovens, adultos e idosos, as necessidades específicas dos idosos; 10.13) articular as políticas de educação de jovens, adultos e idosos com as políticas culturais e esportivas; 10.14) Criar proposta pedagógica específica para Jovens e Adultos, considerando as Diretrizes Curriculares Nacionais para essa modalidade e as especificidades locais; 10.15) Garantir formação específica aos docentes que atuam na modalidade da Educação de Jovens e Adultos na rede municipal de ensino; META 11 – Apoiar, em Regime de Colaboração com a União e o Estado, a ampliação das matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público. ESTRATÉGIAS: 11.1) fomentar a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio nas redes públicas estaduais de ensino; 11.2) incentivar a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio na modalidade de educação a distância, com a finalidade de ofertar e democratizar o acesso à educação profissional pública e gratuita, assegurado padrão de qualidade; 11.3) estimular a expansão do estágio na educação profissional técnica de nível médio e do ensino médio regular, preservando-se seu caráter pedagógico integrado ao itinerário formativo do aluno, visando à formação de qualificações próprias da atividade profissional, à contextualização curricular e ao desenvolvimento da juventude; 11.4) estimular a ampliação da oferta de programas de reconhecimento de saberes para fins de certificação profissional em nível técnico; 11.5) apoiar a oferta de matrículas gratuitas de educação profissional técnica de nível médio pelas entidades privadas de formação profissional em entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade; 11.6) incentivar e apoiar a oferta de financiamento estudantil à educação profissional técnica de nível médio oferecida em instituições privadas de educação superior; 11.7) apoiar a aplicação das normas do sistema de avaliação da qualidade da educação profissional técnica de nível médio das redes escolares pública e privada; 11.8) incentivar a oferta de atendimento do ensino médio gratuito integrado à formação profissional para as populações do campo e para a comunidade quilombola, de acordo com os seus interesses e necessidades; 11.9) incentivar a oferta de educação profissional técnica de nível médio para as pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação; 11.10) acompanhar a elevação gradual do investimento em programas de assistência estudantil e mecanismos de mobilidade acadêmica, visando a garantir as condições necessárias à permanência dos (as) estudantes e à conclusão dos cursos técnicos de nível médio; 11.11) adotar com a colaboração da união políticas afirmativas, na forma da lei a fim de reduzir as desigualdades étnico-raciais no acesso e permanência na educação profissional técnica de nível médio. META 12 Apoiar, em Regime de Colaboração com a União e o Estado, a elevação da matrícula no ensino superior garantindo que no mínimo, 50% (cinquenta por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos tenha acesso à educação superior. ESTRATÉGIAS: 12.1) buscar em parceria com a União a ampliação da oferta de vagas e de cursos, por meio de uma expansão da rede federal de educação superior no município; 12.2) incentivar e apoiar a oferta de educação superior pública e gratuita prioritariamente para a formação de professores e professoras para a educação básica, sobretudo nas áreas de ciências e matemática, bem como para atender ao déficit de profissionais em áreas específicas; 12.3) apoiar e publicizar a ampliação das políticas de inclusão e de assistência estudantil dirigidas aos (às) estudantes de instituições públicas, bolsistas de instituições privadas de educação superior e beneficiários do Fundo de Financiamento Estudantil - FIES, de que trata a Lei no 10.260, de 12 de julho de 2001, na educação superior, de modo a reduzir as desigualdades étnico-raciais e ampliar as taxas de acesso e permanência na educação superior de estudantes egressos da escola pública, afrodescendentes e de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, de forma a apoiar seu sucesso acadêmico; 12.4) incentivar a ampliação da oferta de estágio como parte da formação na educação superior; 12.5) apoiar a ampliação da participação proporcional de grupos historicamente desfavorecidos na educação superior, inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, na forma da lei; 12.6) estimular a existência de condições de acessibilidade nas instituições de educação superior, na forma da legislação; 12.7) incentivar a realização de estudos e pesquisas que analisem a necessidade de articulação entre formação, currículo, pesquisa e mundo do trabalho, considerando as necessidades econômicas, sociais e culturais do município. 12.8) incentivar a expansão do atendimento específico a populações do campo e quilombolas, em relação a acesso, permanência, conclusão e formação de profissionais para atuação nessas populações; 12.9) incentivar o mapeamento da demanda e fomentar a oferta de formação de pessoal de nível superior, destacadamente a que se refere à formação nas áreas de ciências e matemática, considerando as necessidades do desenvolvimento do município, a inovação tecnológica e a melhoria da qualidade da educação básica; 12.10) apoiar a consolidação de processos seletivos nacionais e regionais para acesso à educação superior como forma de superar exames vestibulares isolados; 12.11) viabilizar, em regime de colaboração, a oferta de transporte para o deslocamento dos estudantes locais para as instituições de ensino superior em outros municípios e/ou possibilitar a permanência destes estudantes em residência fora do município; META 13 Ampliar, em Regime de Colaboração, a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício na rede municipal de educação para que ao final da década 40% (quarenta por cento) dos professores sejam mestres, e destes, no mínimo, 05% (cinco por cento) doutores; ESTRATÉGIAS: 13.1) assegurar no Plano de Carreira a liberação do profissional, quando do corpo docente e pedagógico em efetivo exercício, para curso stricto sensu sem perdas salariais; 13.2) realizar levantamento das reais necessidades de transporte utilizados pelos docentes em cursos de mestrado e doutorado oferecendo apoio, conforme critérios estabelecidos pela Secretaria Municipal de Educação (SME) através da Comissão Permanente de Acompanhamento (COPEA), no que diz respeito a assegurar o transporte para prosseguimento dos estudos; 13.3) apoiar a formação de consórcios entre instituições públicas de educação superior, com vistas a potencializar a atuação regional/territorial, inclusive na oferta de pós-graduação stricto sensu para docentes quando em efetivo exercício; 13.4) criar, a partir de orçamento disponível e regulamentado em Lei própria, bolsa de estudo para pós-graduação stricto sensu para os professores; as professoras e pedagogos. META 14 Apoiar, em regime de colaboração com a União e o Estado, a elevação gradual do número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, em mestrado e doutorado de modo a ampliar em 50% o número de mestres e doutores do município até o final da década desse PME. ESTRATÉGIAS: 14.1) incentivar a expansão do financiamento da pós-graduação stricto sensu por meio das agências oficiais de fomento; 14.2) realizar levantamento das reais necessidades de transporte utilizados pelos estudantes dos cursos de mestrado e doutorado oferecendo apoio, conforme critérios estabelecidos pela Secretaria Municipal de Educação e pelo Conselho Municipal de Educação orçamento disponível, no que diz respeito a assegurar o transporte para prosseguimento dos estudos; 14.3) apoiar a formação de consórcios entre instituições públicas de educação superior, com vistas a potencializar a atuação regional/territorial, inclusive na oferta de pós-graduação stricto sensu para os munícipes de Cruz das Almas e região; 14.4) criar mecanismos para favorecer o acesso das populações do campo e da comunidade quilombola a cursos de mestrado e doutorado; 14.5) estimular a participação das mulheres nos cursos de pós-graduação stricto sensu, em particular aqueles ligados às áreas de Engenharia, Matemática, Física, Química, Informática e outros no campo das ciências; META 15 Garantir, em regime de colaboração com a União e o Estado, no prazo de 02 (dois) anos de vigência deste PME, política de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurando que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. ESTRATÉGIAS: 15.1) realizar diagnóstico das necessidades de formação dos professores, coordenadores pedagógicos e demais profissionais da educação da rede municipal de educação e da capacidade de atendimento, por parte de instituições públicas de educação superior existentes no Município, e definindo obrigações recíprocas entre os partícipes; 15.2) manter e ampliar a utilização da plataforma eletrônica para organizar a oferta e as matrículas em cursos de formação inicial e 2ª (segunda) licenciatura; 15.3) aderir a programas específicos de formação em licenciatura para professores das escolas do campo, de comunidade quilombola e da educação especial; 15.4) valorizar as práticas de ensino e os estágios nos cursos de formação de nível superior dos profissionais da educação, visando ao trabalho sistemático de articulação entre a formação acadêmica e as demandas da educação; 15.5) aderir cursos e programas especiais para assegurar formação específica na educação superior, nas respectivas áreas de atuação, aos docentes com formação de nível médio na modalidade normal, não licenciados ou licenciados em área diversa da de atuação docente, em efetivo exercício; META 16 Formar em nível de pós-graduação lato sensu, 70% (setenta por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PME, e garantir a todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações do sistema de ensino. ESTRATÉGIAS: 16.1) realizar, planejamento estratégico para dimensionamento da demanda por formação continuada e buscar, em regime de colaboração, a respectiva oferta por parte das instituições públicas de educação superior; 16.2) acompanhar e apoiar a política nacional de formação de professores e professoras da educação básica; 16.3) acompanhar, publicizar e apoiar o programa de composição de acervo de obras didáticas, paradidáticas e de literatura e de dicionários, e programa específico de acesso a bens culturais, incluindo obras e materiais produzidos em Libras e em Braille, sem prejuízo de outros, a serem disponibilizados para os professores e as professoras da rede pública de educação básica, favorecendo a construção do conhecimento e a valorização da cultura da investigação; 16.4) criar o portal eletrônico para subsidiar a atuação dos professores e das professoras, disponibilizando gratuitamente materiais didáticos e pedagógicos suplementares, inclusive aqueles com formato acessível; 16.5) buscar a oferta de cursos técnicos de nível médio e tecnológicos de nível superior destinados à formação, nas respectivas áreas de atuação, dos (as) profissionais da educação de outros segmentos que não os do magistério; 16.6) incentivar o aprimoramento da formação dos professores e das professoras das escolas públicas de educação básica, por meio da aplicação das ações implementadas através do Plano Nacional do Livro e Leitura e da instituição de programa nacional de disponibilização de recursos para acesso a bens culturais pelo magistério público. 16.7) implantar política municipal de formação continuada para os (as) profissionais da educação de outros segmentos que não os do magistério, construída em regime de colaboração entre os entes federados; 16.8) aderir ao programa de concessão de bolsas de estudos para que os professores de idiomas das escolas públicas de educação básica possam realizar estudos de imersão e aperfeiçoamento nos países que tenham como idioma nativo as línguas que lecionem; 16.9) considerar as especificidades socioculturais das escolas do campo e da comunidade quilombola na formação continuada dos profissionais da educação; Meta 17 Valorizar os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PME. ESTRATÉGIAS: 17.1) constituir fórum permanente, com representação dos trabalhadores da educação, para acompanhamento da atualização progressiva do valor do piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica; 17.2) instituir como tarefa do fórum permanente o acompanhamento da evolução salarial por meio de indicadores periodicamente divulgados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; 17.3) garantir, no âmbito do Município atualização do plano de Carreira para os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica, observados os critérios estabelecidos na Lei no 11.738, de 16 de julho de 2008, com implantação gradual do cumprimento da jornada de trabalho em um único estabelecimento escolar; 17.4) acompanhar a ampliação da assistência financeira específica da União para implementação de políticas de valorização dos (as) profissionais do magistério, em particular o piso salarial nacional profissional. META 18 Assegurar, no prazo de 1 (um) ano, a revisão/adequação do plano de Carreira para os (as) profissionais da educação básica pública do sistema municipal de ensino tomando como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII, do art. 206, da Constituição Federal. ESTRATÉGIAS: 18.1) estruturar a rede pública de educação básica de modo que, até o início do terceiro ano de vigência deste PME, 90% (noventa por cento), no mínimo, dos profissionais do magistério e profissionais da educação não docentes sejam ocupantes de cargos de provimento efetivo e estejam em exercício nas unidades que forem lotados; 18.2) realizar o acompanhamento dos profissionais iniciantes, supervisionados e avaliados por profissionais experientes, a fim de fundamentar, com base legal específica, a decisão pela efetivação após o estágio probatório. 18.3) manter, no plano de Carreira dos profissionais da educação do Município, a concessão de licenças remuneradas e incentivos para qualificação profissional, inclusive em nível de pós-graduação stricto sensu; 18.4) acompanhar a realização do censo dos (as) profissionais da educação da rede municipal de outros segmentos que não os do magistério; 18.5) considerar as especificidades socioculturais das escolas do campo e da comunidade quilombola no provimento de cargos efetivos para essas escolas; 18.6) acompanhar o repasse de transferências federais voluntárias, na área de educação, para o Município. 18.7) manter a existência da comissão permanente de profissionais da rede municipal da educação para subsidiar os órgãos competentes na reestruturação e implementação do planos de Carreira para os profissionais da educação. 18.8) garantir cursos de aperfeiçoamento e formação continuada a todos profissionais da educação que atuam na rede municipal de ensino. META 19 Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto. ESTRATÉGIAS: 19.1) acompanhar o repasse de transferências voluntárias da União na área da educação para o município com legislação específica aprovada regulamentando a matéria de educação respeitando a legislação nacional e considerando conjuntamente a nomeação dos diretores e diretoras de escola, critérios técnicos de mérito e desempenho, bem como a participação da comunidade escolar; 19.2) assegurar formação aos conselheiros dos conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar e de outros e aos (às) representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas, garantindo a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para visitas às unidades escolares, com vistas ao bom desempenho de suas funções; 19.3) constituir o Fórum Permanente de Educação, com o intuito de juntamente com o CME coordenar as conferências municipais bem como efetuar o acompanhamento da execução deste plano municipal de educação - PME; 19.4) estimular, em todas as unidades escolares da rede municipal, a constituição e o fortalecimento de grêmios estudantis e associações de pais, assegurando-lhes, inclusive, espaços adequados e condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas representações; 19.5) estimular a constituição e o fortalecimento de colegiados escolares e conselhos municipais de educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento autônomo; 19.6) estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos (as) e seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação de docentes e gestores escolares; 19.7) garantir autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino. 19.8) desenvolver políticas de formação de gestores escolares, bem como aplicar a legislação específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão. META 20 Assegurar, até o primeiro ano de vigência deste PME, a gestão plena dos recursos financeiros da educação na perspectiva da promoção da autonomia da secretaria municipal da educação e ampliar progressivamente o investimento em educação pública, garantindo a efetivação legal dos recursos. ESTRATÉGIAS: 20.1) garantir fontes de financiamento permanentes e sustentáveis para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental incluindo suas modalidades de ensino, observando-se as políticas de colaboração entre os entes federados, em especial as decorrentes do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e do § 1o do art. 75 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que tratam da capacidade de atendimento e do esforço fiscal de cada ente federado, com vistas a atender suas demandas educacionais à luz do padrão de qualidade nacional; 20.2) aperfeiçoar e ampliar os mecanismos de acompanhamento da arrecadação municipal; 20.3) fornecer dados e acompanhar os estudos realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, dos investimentos e custos por aluno da educação básica, em todas as suas etapas e modalidades; 20.4) fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem, (nos termos do parágrafo único do art. 48 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000), a transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação, especialmente a realização de audiências públicas, a criação de portais eletrônicos de transparência e a capacitação dos membros do conselho de acompanhamento e controle social do Fundeb, com a colaboração entre o Ministério da Educação, a Secretaria de Educação do Estado e o Tribunal de Contas do Município; 20.5) acompanhar em âmbito nacional a regulamentação do Custo Aluno Qualidade - CAQ como parâmetro para o financiamento da educação a partir do cálculo e do acompanhamento regular dos indicadores de gastos educacionais com investimentos em qualificação e remuneração do pessoal docente e dos demais profissionais da educação pública, em aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino e em aquisição de material didático-escolar, alimentação e transporte escolar; 20.6) implementar na rede municipal, após regulamentação, o Custo Aluno Qualidade - CAQ com base em metodologia formulada pelo Ministério da Educação - MEC, a ser acompanhado pelo Fórum Municipal de Educação - FME, pelo Conselho Municipal de Educação - CME e pela Comissão de Educação da Câmara dos Vereadores; 20.7) acompanhar a definição dos critérios estabelecidos pela União para distribuição dos recursos adicionais dirigidos à educação ao longo do decênio, que considerem a equalização das oportunidades educacionais, a vulnerabilidade socioeconômica e o compromisso técnico e de gestão do sistema de ensino; 4 - ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PME Ao longo dos próximos 10 (dez) anos teremos que prever acompanhamento e avaliação, a fim de revisar periodicamente as estratégias e as metas elencadas neste Plano. Nesse sentido, é indispensável que se tornem públicos a execução das metas e os avanços oriundos do Plano Municipal de Educação. Cabe ainda definir os instrumentos e procedimentos de avaliação a serem respeitados e reorganizados, caso necessário. Assim como na elaboração caberá manter um caráter democrático, como indicação do caminho para avaliar e reconstruir o PME, respeitando os anseios da comunidade local e assumindo o compromisso com o bem comum. O Plano Municipal de Educação de Cruz das Almas é fruto de um trabalho democrático e participativo, organizado pela Secretaria Municipal de Educação, pelo Conselho Municipal de Educação, Grupo Colaborativo e Comissões representativas, com a orientação técnica do Proam a partir de um processo de discussão transparente com representantes de todos os segmentos da sociedade civil organizada e sociedade política, que deve ter a aprovação da Câmara de Vereadores. A construção de um Plano Municipal de Educação requer a definição de mecanismos de acompanhamento, monitoramento e avaliação, que possam assegurar a implementação de todas as metas, estratégias e ações, ora definidas neste plano. Portanto, será constituído o Fórum Municipal de Educação através de legislação específica, que terá a responsabilidade de juntamente com o CME consolidar os dados relativos à educação no município de Cruz das Almas, produzindo um documento analítico que evidencie as metas alcançadas com os resultados produzidos, bem como as metas não realizadas e suas devidas justificativas. O Fórum Municipal de Educação deverá, juntamente com o CME, semestralmente realizar encontros periódicos de monitoramento para então realizar avaliações posteriores. A primeira avaliação deverá ocorrer dois anos a partir da aprovação deste Plano e as demais, no mesmo prazo, quer seja, de dois em dois anos. Findando o período de dez anos, um novo plano deverá ser elaborado sob nova legislação. Com isso, a Fórum Municipal de Educação reunir-se-á uma vez a cada dois anos, juntamente com o CME, a partir da vigência do PME para produzir o parecer acerca do acompanhamento do Plano Municipal de Educação. Após a produção do relatório do Plano Municipal de Educação o Fórum Municipal de Educação fará juntamente com o CME a apresentação dos resultados consolidados em uma Conferência Municipal de Educação com a participação de toda a sociedade civil e política, instituições governamentais e não governamentais, e demais atores da educação no município, em conformidade com o item 2 desta seção. Por fim, a organização deste sistema de acompanhamento, avaliação e controle da execução do PME, aqui explicitado não prescinde das atribuições da Câmara de Vereadores, do Tribunal de Contas e dos Conselhos específicos de fiscalização e controle da educação. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394/96. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso 10 Jul 2011. BRASIL. Congresso Federal. Lei nº. 11.741/2008. Altera dispositivos da Lei n º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional e tecnológica. Brasília. DOU-17/7/2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br.>Acesso 20/07/2014. SANTANA, A. M. O livro do centenário: marcos do progresso de Cruz das Almas. ed. Especial. Cruz das Almas: Bureau, 1997. 185p. SANTOS, Claudio Ressurreição; AGUIAR, Salvador Santos. Interações espaciais da Feira livre de Cruz das Almas e as atividades comerciais do entorno. Artigo completo publicado nos anais – VII encontro nacional da ANPEG, 24 a 27 de Setembro de 2007, Niterói, Rio de Janeiro.