NOVIDADES TAXONÔMICAS NA SUBTRIBO GYPTIDINAE
(EUPATORIAEAE- ASTERACEAE)
Silvana da Costa Ferreira1 & Nádia Roque2
1-Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Biologia, Programa de
Pós-Graduação em Botânica, Feira de Santana, BA – Bolsista CNPq; 2- Universidade
Federal
da
Bahia,
Departamento
de
Botânica,
Salvador,
BA.
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A tribo Eupatorieae inclui 18 subtribos e cerca de 180 gêneros, sendo Gyptidinae
considerada uma das maiores e mais complexas das subtribos circunscritas. Distribui-se
na América do Sul, principalmente na porção Leste, e encontra sua maior diversidade
em ambientes campestres no Brasil. Dos 29 gêneros e ca. 135 espécies da subtribo, 24
gêneros são brasileiros sendo que destes, 17 ocorrem no estado da Bahia. A subtribo
caracteriza-se basicamente pelas brácteas involucrais eximbricadas ou levemente
subimbricadas, capítulos com 10 ou mais flores, cipsela comumente estipitada e o pápus
cerdoso, algumas vezes plumoso. Este trabalho tem como objetivo caracterizar duas
novas espécies pertencentes aos gêneros Arrojadocharis Mafft. e Semiria D.J.N. Hind
(Eupatorieae, Gyptidinae). Os novos táxons foram identificados a partir de material
herborizado e viagens de coleta, visitas aos principais herbários nacionais e análise dos
materiais-tipo referentes aos dois gêneros. Arrojadocharis Mafft., gênero com duas
espécies endêmicas dos campos rupestres da Bahia, caracteriza-se pelo receptáculo
cônico, paleáceo, folhas espiraladas, lineares, pubescentes e pápus cerdoso.
Arrajadocharis sp. nov. diferencia-se das espécies descritas por apresentar folhas
glabras e pápus ausente. A nova espécie é conhecida de uma única população, no
Município de Mucugê, nos domínios do Parque Nacional da Chapada Diamantina,
Bahia. Semiria D.J.N. Hind apresenta uma única espécie descrita, Semiria viscosa
D.J.N. Hind e caracteriza-se por apresentar folhas espiraladas, sésseis, com base
cuneada ou arredondada, capítulos com ca. 40 flores, ramos do estilete lineares, cipsela
alada e pápus ausente ou reduzido. Semiria sp. nov. diferencia-se da espécie típica por
apresentar base foliar fortemente auriculada, capítulos com 18-25 flores e ramos do
estilete clavados. Semiria sp. nov. foi coletada em área perturbada, no município de
Lençóis, Chapada Diamantina, Bahia. Serão apresentadas as descrições dos novos
táxons, chaves de identificação, comentários e ilustrações. (CNPq).
Palavras-Chaves: Asteraceae, Gyptidinae, Arrojadocharis, Semiria, campo rupestre.
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Resumo - Sociedade Botânica do Brasil