UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ANIMAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DA QUALIDADE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA EM ALIMENTOS JOACIR SOUZA SANTOS AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE CARNES DE FRANGO COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE ARACAJU-SE . RECIFE - PE NOVEMBRO 2009 1 JOACIR SOUZA SANTOS AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE CARNES DE FRANGO COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE ARACAJU-SE Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, como parte das exigências para a obtenção do título de especialização em Gestão da Qualidade Vigilância Sanitária em Alimentos, sob orientação do Msc João Alves Nascimento Júnior– UNIVASF. RECIFE - PE NOVEMBRO 2009 2 Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA S237a Santos, Joacir Souza. Avaliação da qualidade microbiológica de carnes de frango comercializadas na cidade de Aracaju-Se. / Joacir Souza Santos. -- Mossoró: 2009. 39f.:il. Monografia (Especialização em Gestão da Qualidade e Vigilância Sanitária em Alimentos) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Orientador (a): Profª. Dra. Sc. Anete Cruz 1.Carne de frango. 2.Contaminação microbiológica. 3.Feira-Livre. 4.Supermercado. I.Título. CDD: 664 Bibliotecária: Marilene S. de Araújo CRB/5 1033 3 JOACIR SOUZA SANTOS AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE CARNES DE FRANGO COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE ARACAJU-SE Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, como parte das exigências para a obtenção do título de especialização em Gestão da Qualidade Vigilância Sanitária em Alimentos, sob orientação do Msc João Nascimento Alves Júnior– UNIVASF. APROVADA em ______ / ______ / ______ BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Orientador e Presidente da banca ________________________________________ Primeiro Membro ________________________________________ Segundo Membro 4 Agradeço a esses dois seres humanos que me geraram com muito amor, e com bastante dedicação, disciplina, paciência, atenção,suor e muito sacrifício conseguiram me educar.Hoje sou homem de bem, educado, humilde, consciente de minhas obrigações perante a sociedade;tudo isso devo à meus pais que para mim, são perfeitos e inigualáveis.Com certeza não conseguirei expressar todas as qualidades e virtudes dessas duas pessoas maravilhosas que amo acima de qualquer coisa.Joacir Mendonça dos Santos (pai) e Maria Maura de Souza Mendonça (mãe), devo-lhes o mais profundo respeito e admiração por tudo o que fizeram e ainda fazem por todos de nossa família. Aos meus irmãos, Alysson Souza Santos e Amanda Yvette Souza Santos, sempre apoiando e acreditando nos meus sonhos, dando-me força e incentivo em todos os passos dessas enormes e difíceis caminhadas. Sempre pude contar com vocês. Continuem sendo essas pessoas fantásticas que são. Saibam que podem contar comigo e que estarei sempre aqui, no que precisarem. Agradeço em especial a minha esposa Ticiane pelo companherismo, atenção, amor, dedicação e paciência nos momentos de ausência neste período; Um obrigado também especial devo aos meus tios José Maria e Riselda, pessoas fantásticas que representam muito para mim, incentivadores constantes que demonstram um amor impar para comigo, com certeza são mais que tios, são “pais-tios”. Agradeço a Deus por dar saúde a minha família para podermos juntos, continuar a busca de nossos sonhos e ideais. Obrigado por tudo! Amo demais vocês! 5 AGRADECIMENTOS Direção, coordenação e corpo administrativo e todos os demais funcionários que fazem parte da família “EQUALIS”. Um abraço mais que especial em minhas amigas Nancy e Mônica; Professor e Orientador Msc. João Alves Nascimento, sua indispensável colaboração e presença nos momentos da elaboração dessa Monografia foram de extrema importância; Muito obrigado aos colegas de turma, desejo a todos muito sucesso pessoal e profissional, em especial as amigas Simone, Cris, Elisângela, Kuka, Mariana, Fabrícia, Roberta, Anne e aos amigos Flávio e Sandro; Meu crescimento profissional recebeu uma grande e valiosa participação de todos os meus professores que prefiro não nomear para não cometer injustiças e não atribuir grau de importância; Obrigado aos funcionários do Laboratório do Hospital Veterinário da Faculdade “Pio Décimo” pela atenção e pela disponibilidade dos dados presentes neste trabalho; Demais colaboradores. 6 RESUMO A carne de frango é um dos maiores carreadores de microorganismos responsáveis por toxinfecções alimentares. Com o objetivo de comparar a carga microbiana, foram analisadas 20 (vinte) carcaças de frango na cidade de Aracaju – SE, sendo 10 (dez) amostras obtidas de diferentes feiras livres, expostas em temperatura ambiente e outras 10 (dez) amostras obtidas de supermercados, expostas sob refrigeração, realizou-se a determinação do Número Mais Provável (NMP) de coliformes totais e fecais, pesquisa de Salmonella sp, e contagem total de Staphylococcus sp. Também foram mensurados os valores de pH e temperatura. Os resultados indicaram que 100% das amostras obtidas em feira livre e supermercado apresentavam temperaturas acima do limite estabelecido pela legislação brasileira para exposição e comercialização de carne de frango. Já na análise de pH, 50% das amostras oriundas das feiras apresentavam valores que são indicativos de degradação bacteriana, contra 10% das amostras obtidas em supermercados. Ainda com relação às amostras de feiras livres confirmou-se a presença de coliformes fecais acima do estabelecido pela RDC nº 12/2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 60% das mesmas contra 20% das que foram obtidas em supermercados. Na pesquisa de Salmonella sp, a bactéria foi encontrada em 40% das amostras de feira livre e 10% das amostras vindas de supermercados. A contagem de Staphylococcus sp mostrou que 100% das amostras oriundas de feiras livres e 20% das amostras dos supermercados estavam acima do padrão. O presente trabalho concluiu que na cidade de Aracaju-SE, com relação à segurança alimentar, as amostras oriundas de supermercados são mais seguras que as obtidas em feiras livres. Palavras Chaves: Carne de Frango; contaminação; feira livre; supermercado. 7 ABSTRACT The chicken meat is one of the biggest carriers of responsible microorganisms for alimentary poisoning. With the objective to compare the microbial load, 20 (twenty) carcasses of chicken in the city of Aracaju had been analyzed -, being 10 (ten) gotten samples of different free fairs, displayed in ambient temperature and others 10 (ten) gotten samples of supermarkets, displayed under refrigeration, became fulfilled it determination of Most likely Number (NMP) of total and fecal coliform, research of Salmonella sp, and total counting of Staphylococcus sp. Also the values of pH and temperature had been measured. The results had indicated that 100% of the samples gotten in free fair and supermarket they presented temperatures above of the limit established for the Brazilian legislation for exposition and commercialization of chicken meat. Already in the analysis of pH, 50% of the deriving samples of the fairs presented values that are indicative of bacterial degradation, against 10% of the samples gotten in supermarkets. Still with regard to the samples of free fairs it was confirmed presence of fecal coliform above of established for the RDC nº 12/2002 of the National Agency of Vigilance Sanitarian (ANVISA) in 60% of the same ones against 20% of that they had been gotten in supermarkets. In the research of Salmonella sp, the bacterium was found in 40% of the samples of free fair and 10% of the samples comings of supermarkets. The counting of Staphylococcus sp showed that 100% of the deriving samples of free fairs and 20% of the samples of the supermarkets were above of the standard. The present work concluded that in the Aracaju-IF city, with regard to the alimentary security, the deriving samples of supermarkets are safer than the gotten ones in free fairs. Words Keys: Meat of Chicken; contamination; free fair; supermarket. 8 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Mensuração da temperatura das amostras ......................................... 25 Quadro 2 – Mensuração do pH das amostras ........................................................ 26 Quadro 3 – Mensuração de Coliformes Totais das amostras ................................ 27 Quadro 4 – Mensuração de Coliformes Fecais das amostras ................................. 28 Quadro 5 – Mensuração da presença de Salmonella ssp das amostras ................... 29 Quadro 6 – Mensuração do NMP/g de Staphylococcus sp das amostras ............... 30 Quadro 7 – Resultados encontrados nas carnes de frango comercializadas em feiras livres da cidade de Aracaju – SE (2006)......................................................................... 31 Quadro 8 – Resultados encontrados nas carnes de frango comercializadas em Supermercados da cidade de Aracaju – SE (2006)........................................................ 31 9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 12 3. OBJETIVOS ......................................................................................................... 19 3.1 Geral .................................................................................................................... 19 3.2 Específico ............................................................................................................. 19 4. METODOLOGIA ................................................................................................. 20 4.1 Obtenção das amostras ....................................................................................... 20 4.2 Preparo das amostras .......................................................................................... 20 4.3 Mensuração de pH e Temperatura .................................................................... 20 4.4 Contagem de Coliformes Totais ......................................................................... 21 4.5 Contagem de Coliformes Fecais ......................................................................... 21 4.6 Pesquisa de Salmonella ssp .................................................................................. 22 4.7 Contagem de Staphylococcus sp .......................................................................... 23 4.8 Modelo Estatístico ................................................................................................ 23 5. RESULTADOS ..................................................................................................... 25 5.1 Temperatura ........................................................................................................ 25 5.2 pH .......................................................................................................................... 26 5.3 Coliformes Totais ................................................................................................. 27 5.4 Coliformes Fecais ................................................................................................. 28 5.5 Salmonella ............................................................................................................ 29 5.6 Staphylococus ....................................................................................................... 30 10 6. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 32 7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 34 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 35 11 1. INTRODUÇÃO Define-se carne como qualquer tecido de animal utilizado como alimento. A Portaria 210 (1998) da Secretaria da Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura descreve por carne de aves, a parte muscular comestível de aves abatidas, declaradas aptas à alimentação humana por inspeção veterinária oficial antes e depois do abate. Segundo Gagleazzi et al (2002), a pesquisa realizada sobre carnes consumidas pelos brasileiros diz que, apesar da preferência por carne bovina continuar, (52% dos entrevistados têm preferência por carne bovina), o consumo das carnes avícolas é bem maior que as outras carnes. De acordo com este trabalho, 60% dos entrevistados declararam que as carnes avícolas foram consumidas com maior freqüência. A avaliação microbiológica dos alimentos é assunto de interesse, desde o início da microbiologia como ciência. Esta avaliação constitui-se em um dos parâmetros mais importantes para se determinar a qualidade e a sanidade dos alimentos, e é igualmente importante para verificar se padrões e especificações microbiológicas nacionais e internacionais estão sendo atendidas adequadamente. Como geralmente as condições higiênico-sanitárias de obtenção e comercialização de carnes aves são precárias, poderemos verificar a presença de microrganismos patogênicos nessas, o que constituiria um sério risco para a saúde do consumidor, uma vez que esses microrganismos são potenciais causadores de intoxicações alimentares. Este trabalho visa contribuir com a segurança alimentar, fornecendo dados sobre as condições microbiológicas das carnes de aves comercializadas em Aracaju, alertando para elaboração de programas de vigilância mais rigorosos que garantam a segurança alimentar, bem como nortear/orientar os responsáveis técnicos (quando existirem) sobre a real condição das aves vendidas em estabelecimento sob sua responsabilidade, para que possam tomar medidas cabíveis de controle. 12 2. REVISÃO BIBIOGRÁFICA Segundo a FAO (Food Agriculture Organization, 2007), um quinto da população mundial alimenta-se de carne. Por esta razão, atualmente se tem a preocupação de proporcionar às pessoas uma carne mais saudável, uma vez que este alimento se caracteriza pela natureza das proteínas que o compõe. (PIGATTO BARROS, 2003). A carne e os derivados do frango são alimentos cada vez mais presentes na mesa dos consumidores no mundo inteiro, em virtude do seu preço altamente competitivo, causados, dentre outras coisas, por baixos custos de produção. Apresenta boa digestibilidade, além de ser uma boa fonte de proteínas, vitaminas do complexo B e minerais, como ferro e zinco (ALMEIDA FILHO et al, 2003). A comercialização de frangos no Brasil sofreu, nos últimos anos, modificações, quer em decorrência da elevação dos preços de outras fontes de proteína animal, quer por conseqüência da alteração de hábitos alimentares. O crescimento das exportações de partes nobres permitiu o aproveitamento das menos nobres, pela utilização de separadores mecânicos da nova matéria-prima para uso em produtos cárneos (CARVALHO et at, 2002). As possíveis revelações entre alimentação e saúde têm aumentado a preocupação da sociedade ocidental, o consumidor manifesta preferências por alimentos que considera benéficos à saúde (FAGUNDES e COSTA, 2003). A produção de carnes e subprodutos de aves apresenta elevado nível tecnológico na cadeia de alimentos e com controle sanitário em todas as fases da cadeia produtiva. Apesar de todos os avanços tecnológicos verificados nos últimos anos, a carne de frango pode ser contaminada por diversos microorganismos (ALMEIDA FILHO et al, 2003). Durante o abate dos animais de açougue, a preparação de suas carcaças, a conversão dos músculos em carne e sua subseqüente comercialização, ocorre todo um processo de manipulação, que pode aumentar a microbiota contaminante. O principal objetivo no abate de animais domésticos para consumo humano é a obtenção da carne com a menor contaminação possível (SILVA et al, 2001). O mecanismo de contaminação da carcaça de aves, durante o processamento, envolve inicialmente a retenção das bactérias numa camada líquida sobre a pele, para que essa camada de microrganismos possa aderir-se convenientemente (SILVA, 1998). 13 De acordo com Silva & Almeida (1992), a contaminação microbiológica das carcaças de frango é representada, seja pela microbiota oriunda das aves vivas ou devido à incorporação de bactérias presentes em qualquer uma das fases do abate e do processamento. A microbiota da ave viva se encontra essencialmente na superfície externa, espaço interdigital, tegumentos cutâneos, no trato digestivo e, em menor grau, no aparelho respiratório (SILVA, 1998). O momento da evisceração promove o seccionamento do intestino, segundo Cotta e Delphech (2000), sendo essa etapa um ponto crítico na operação de abate, pois pode ocorrer a contaminação cruzada, na qual vísceras, às vezes perfuradas, podem entrar em contato com as carnes limpas, tornando-as potencialmente perigosas, uma vez que microorganismos patogênicos de importância em saúde pública estão presentes no trato digestivo dos animais (SILVA et al. 2001). As bactérias podem provir também da água, do ar, dos manipuladores, do material e do gelo utilizado pelo abatedouro. Havendo uma tendência ao aumento da contaminação à medida que a ave progride na cadeia do abate (COTTA e DELPECH, 2000). A contaminação pode ser a principal responsável tanto por perdas econômicas, como também pelos problemas ligados à saúde do consumidor, em função da ingestão de bactérias patogênicas ou das toxinas por ela produzidas (SILVA et al, 2001). A microbiota inicial da carne da ave é muito variada, a maioria dos microorganismos que alteram a carne fresca refrigerada são bactérias psicotróficas dos gêneros Pseudomonas e Motaxella / Acinetobacter, estando também presentes espécies anaeróbicas facultativas como enterobacterias psicotróficas Aeromonas sp, Shewanella putrefacins e microorganismos gram-positivos como Lactobacillos sp e Brochorix thermosphaca. Na carne de aves podem ser isoladas bactérias mesófilas produtoras de toxinfecções alimentares como Salmonella sp, Clostridium botulinum, C. perfringens, Campylobacter sp, Escherichia coli e ainda Listeria monocytogenes (SILVA et al, 2001). Devido a sua composição, rica em nutrientes necessários ao desenvolvimento microbiano, a carne é muito perecível, podendo deteriorar-se em um breve espaço de tempo. O tipo e o número de microorganismo presentes na carne refletem o grau de sanitização do abatedouro, como também das condições de armazenamento após o abate dos animais, o que naturalmente define sua qualidade (SILVA et al, 2001). A vida útil da carne de aves sobre condições de resfriamento (segundo legislação brasileira, entende-se como carnes resfriadas aquelas que estão armazenadas acima de 1°C, 14 não podendo exceder 7°C) depende da interação de fatores intrínsecos e extrínsecos como o número e o tipo de microorganismo presente inicialmente, a temperatura de armazenamento, pH, tipo de material de embalagem usado e o ambiente gasoso ao redor do produto (DEZAZARI, 1998). O pH tem uma grande importância no crescimento microbiano, influenciando de maneira significativa em sua resistência. A maior parte das bactérias crescem otimamente a pH próximo de 7,0 e dificilmente abaixo de 4,0 e acima de 9,0 (LAWRIE, 1998). O alto teor de nutrientes, a elevação da atividade de água e o pH próximo à neutralidade podem favorecer o crescimento de microorganismos contaminantes, originários da próprias ave ou de fontes externas (CARVALHO et al, 2002). As aves são comercializadas frescas, resfriadas ou congeladas. Peles claras e perfeitas, de cor homogênea, consistência elástica, frescor são parâmetros de qualidade. A pele da ave deve ser úmida, mas não molhada. A cor deve ser sempre clara, entre amarelo e branco, sem manchas escuras. Para se consumir produtos com qualidade adequada é essencial respeitar-se a cadeia de frio desde as etapas de transformação até a utilização, incluídos transporte, distribuição e comercialização (CARDOSO; ARAÙJO, 2001). Nos centros urbanos, em virtude da diminuição do tempo disponível para preparação e ingestão dos alimentos, a preferência recai sobre refeições mais rápidas, seja na aquisição e preparo, ou no consumo. Também é crescente o número de pessoas que se alimentam fora de suas residências. A distância entre os domicílios e os locais de trabalho e as dificuldades de transporte e locomoção dos grandes centros, são fatores determinantes deste comportamento (SOUZA et al, 2003). O número crescente e a gravidade de doenças transmitidas por alimento, em todo o mundo, têm aumentado o interesse do público em relação à segurança alimentar (FORSYTHE, 2002). De acordo com os registros da Organização Mundial da Saúde (OMS) são detectados; anualmente, nos países em desenvolvimento, mais de um bilhão de casos de diarréia aguda em crianças menores de cinco anos das quais cinco milhões chegam ao óbito. Existem cálculos que até 100 milhões de indivíduos, em todos os países civilizados, contraem doenças decorrentes de alimentos (GERMANO, 2001). O código de proteção e defesa do consumidor considera como direitos básicos à proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas de 15 fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos e nocivos à saúde humana. (BRASIL, 1990) Ainda hoje é comum em todas as cidades brasileiras, principalmente onde há feiras livres, o hábito de consumo de carnes de aves clandestinas em temperatura ambiente, que chegam as mesas dos consumidores sem ter passado por nenhum tipo de fiscalização ou controle de qualidade. Dados do Ministério da Agricultura relatam que 721 milhões de aves, ou seja, 27,75% do total são abatidas e comercializadas sem inspeção no Brasil (ALMEIDA FILHO et al, 2003). Os produtos de origem animal em geral, e em particular os de origem avícola, têm recebido por parte do consumidor uma grande dose de atenção e preocupação isto devido à carne de ave está freqüentemente implicada como veiculo de transmissão de surtos de doenças alimentares (DELAZARI, 1998; CARDOSO; ARAUJO. 2001; NASCIMENTO et al, 1996). Na opinião de Butler et al (1979) citado por Silva et al (2001), a determinação desses microorganismos é de suma importância para se fazer o controle de qualidade da carne e seus derivados. Para a avaliação microbiológica dos alimentos, o International Committe on Microbiological Specification for Foods (ICMSF) recomenda a análise de microorganismos patogênicos, que compreendem as bactérias de importância a saúde publica. Os patógenos de alimentos devem ser identificados e controlados. Os programas de controle devem estar implantados, sendo monitorados quanto à sua eficácia, além de serem revisados e modificados sempre que necessário (FORSYTHE, 2002). Os grupos coliformes totais são microorganismos que incluem todas as bactérias Gram-negativas aeróbias e facultativas anaeróbias, em forma de bastonetes, não formadoras de esporos, com capacidade de fermentar lactose com produção de ácido e gás a uma temperatura variante de 32ºC a 37ºC durante 24 – 48 horas em meio sólido ou líquido. Esta definição é a mesma para o grupo de coliformes fecais, porém restringindo-se aos membros capazes de fermentar lactose com produção de gás, em 24 horas a uma temperatura 44,5ºC a 45,5ºC; (CARDOSO et al, 2001) Hitchins et al, (1996) diz que o índice de coliformes totais avalia condições higiênicas e o de coliformes fecais é empregado como indicador de contaminação fecal e avalia as condições higiênico-sanitárias deficientes, visto presumi-se que a população deste grupo é constituída de uma alta proporção de Escherichia coli. 16 O grupo de coliformes inclui espécies do gênero Escherichia sp, Klebsiella sp, Enterobacter sp e Citrobacter sp e Salmonella ssp.. Os coliformes foram historicamente utilizados como microorganismos indicadores para servir como uma medida de contaminação fecal e, assim, medir a presença potencial de patógenos entéricos em água fresca (HAYES, 1993). A maioria dos coliformes é encontrada no meio ambiente, essas bactérias possuem limitada relevância higiênica, devido ao fato de os coliformes serem destruídos com certa facilidade pelo calor, sua contagem pode ser útil em testes de contaminações pósprocessamento (FORSYTHE, 2002). A Salmonella sp é um gênero da família Enterobactereaceae. Os representantes da família se caracterizam como bactérias gram-negativas, anaeróbias facultativas, não produzem esporos, de forma bacilar. Produz ácido e às vezes gás (H2S2), são catalasa positivas, oxidasa negativas, reduzem os nitratos e nitritos e são uréase negativas (ICMSF, 1996). As salmonelas são incapazes de metabolizar a lactose e a sacarose, relativamente termossensíveis, pois podem ser destruídas a 60ºC por 15 minutos (FORSYTHE, 2002). A temperatura ótima de crescimento para a maioria das salmonelas varia de 35º a 43ºC, mas podendo existir crescimento de 7º a 46,2ºC, o pH ótimo varia entre 7 e 7,5, mas há crescimento num pH de 3,8 até 9,5. São facilmente destruídas por desinfetantes comerciais que se utilizam na indústria alimentícia, mas apesar de não esporular a bactéria pode resistir durante muito tempo nos alimentos ou em outros substratos, até na pele humana (ICMSF, 1996). A maioria dos representantes da família se encontra no trato intestinal do homem e dos animais, bem como patógenos ou da flora normal. Essas bactérias são agentes zoonóticos reconhecidas mundialmente e responsáveis por gastrenterites e febres entéricas em animais e no homem. Têm sido identificadas numerosas espécies animais como reservatórios da bactéria. Alguns alimentos, especialmente os de origem animal e aqueles que estão expostos a contaminação por águas residuais são veículos de transmissão destes patógenos aos seres humanos (HAYDES, 1993). A salmonelose é a enfermidade transmitida por alimento, que se apresenta com maior freqüência a muito anos em todo mundo. A doença atinge o homem e praticamente todos os animais, e tem-se verificado a elevação de sua freqüência, sobre tudo nos últimos 17 dez anos, em virtude do aumento de infecções por Salmonella enteritidis, principalmente nos países subdesenvolvidos (PELCZAR Jr., et al. 1996). Oriunda de fontes de contaminação diversas, principalmente de origem fecal direta ou indireta, Salmonella spp é um microrganismo presente na maioria dos alimentos de origem animal, como carne suína, ovo, e carne de frango, sendo estes responsáveis pela veiculação deste patógeno ao homem, e suas conseqüentes implicações em saúde pública (PAIVA et. Al. 1990). Algumas espécies de Salmonella são capazes de aderir-se firmemente a fibras de colágeno da superfície externa da pele do frango, após a imersão em água. A adesão não depende de fímbrias, ocorre apenas pelo contato da célula microbiana com a pele do frango, no contato com a água. Foram encontradas aderidas às carcaças, espécies flageladas como S. singapore e não flageladas como S. typhymurium, comprovando, assim, que a adesão desses microrganismos independe da presença de flagelos (SILVA, 1998). Staphylococcus são bactérias que se apresentam em forma de cocos gram-positivo e catalase positivas que se dividem em mais de um plano para formar agrupamentos tridimensionais de células. Morfologicamente o Staphylococcus é parecido ao gênero Micrococcus, porém, em contraposição ao metabolismo estritamente respiratório do micrococus aeróbios, cresce a anaerobioses e mostra um metabolismo de anaeróbio facultativo. Estão presentes em toda superfície corporal dos animais de sangue quente (ICMSF, 1996). A temperatura para crescimento e produção de toxinas para a maioria das Staphylococcus varia de 7º a 48ºC. No ph varia entre 4 a 10, com a ressalva que a toxina estafilocócica é bastante termoestável, não sendo inativada por regime de coação padrão. O organismo não é bom competidor com as bactérias, e por isso raramente causam doenças alimentares após a ingestão de produtos crus. O organismo é inativado rapidamente pelo calor numa temperatura de 65,5ºC durante 20 segundos a 2 minutos, mas é resistente a secagem e é tolerante a altas concentrações de sais (FORSYTHE, 2002). Geralmente, os alimentos envolvidos em intoxicações estafilocócicas são aqueles de elevado valor protéico, que sofrem aquecimento durante o processamento, são contaminados deixados a temperatura elevada por várias horas. A carne de frango com altos teores protéicos, alta disponibilidade de água e ph próximo a neutralidade favorece a multiplicação bacteriana e, no caso do Staphylococcus sp., estes aumentam sua capacidade de produzir enterotoxinas (SOUZA, 2003). 18 A contagem de S. aureus está relacionada com controle de qualidade higiênicosanitária da produção de alimentos, condição que a bactéria serve como indicador de contaminação pós-processo ou das condições de sanificação das superfícies destinadas ao contato com alimentos (PIGATTO; BARROS, 2003). As enterotoxinas produzidas pela bactéria provocam uma intoxicação alimentar com o aparecimento dos sintomas geralmente de 2-4 horas após a ingestão (ICMSF, 1996). As análises microbiológicas tradicionais para o controle de qualidade em alimentos foram desenvolvidas a partir do final do século XIX e vem sendo utilizadas desde então (PIGATTO; BARROS, 2003). Quando se considera a qualidade microbiológica de alimentos, freqüentemente se utiliza a pesquisa de microrganismos indicadores, que quando presentes em um alimento podem fornecer informações sobre o nível de sua contaminação e as condições higiênicosanitárias durante o processo, produção ou armazenamento. No Brasil, os limites microbianos são estabelecidos pela ANVISA, Ministério da Saúde, através da RDC 12/2001 (NASCIMENTO et., al. 2003). No Brasil, as internações nos hospitais do Sistema Único de Saúde no período de 1998 a 2001 destacam que entre 4.5% e 4.8% foram com diagnóstico de infecções intestinais como cólera, febre tifóide, shigelose, amebíase, entre outras com número de internações entre 560.905 e 568.516 e o custo para o país entre R$ 74.077.652,05 e 108.113.751,84. Estas doenças representaram cerca de 50% do total de internações por doenças infecciosas e parasitárias neste período (FERNANDEZ et al, 2003). Entre os anos de 1992 e 1999, foram registrados 1426 surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTA) no Reino Unido. Cerca de 20 % destes foram ocasionados por carne de aves, e Salmonella sp. foi o patógeno mais responsabilizado pelas DTA oriundas do consumo de carne de frango (ALMEIDA et., al. 2000). No Brasil não se sabe ao certo o número de casos de surtos de enfermidades transmitidas por alimentos, como a salmonelose, em virtude da quase total falta de notificação de ocorrência desse tipo de doença. Porém, a Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul, no periódico de 1994 a 1996 registrou um total de 40.120 casos de enfermidade transmitida por alimentos, onde Salmonella sp. foi o segundo patógeno mais encontrado, atrás apenas de Staphylococcus aureos (ALMEIDA FILHO et al., 2003). 19 3. OBJETIVOS 3.1. Geral Comparar a qualidade microbiológica de carnes de aves comercializadas em supermercados e em feiras livres na cidade de Aracaju - SE, Brasil. 3.2. Específicos Verificar a temperatura e o pH das carnes obtidas, avaliando se as mesmas encontram-se dentro dos padrões de qualidade determinados pela legislação brasileira; Determinar o número mais provável (NMP) de coliformes totais e fecais; Pesquisar a quantidade de Salmonella sp por amostras; Realizar a contagem de Staphylococcus sp; Relacionar os resultados da análise microbiológica, com a legislação de padrões microbiológicos de alimentos, RDC nº 12 de 02/01/2001; Fazer a análise das amostras obtidas em feiras livres e compará-las com as obtidas em supermercados. 20 4. METODOLOGIA 4.1. Obtenção de amostras: Foram obtidas 20 (vinte) amostras de peito de frango da região de Aracaju-SE no período entre Agosto e Setembro de 2006, das quais dez amostras (50%) foram adquiridas de feiras livres da cidade, sem qualquer tipo de identificação e prazo de validade, sendo comercializada a temperatura ambiente. As outras dez amostras (50%) foram coletadas de supermercados da cidade, resfriadas pertencentes a uma marca comercial, embalada em biofilme e contendo carimbo do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) correspondente. As amostras foram coletadas aleatoriamente seguindo-se as normas da RDC nº12/2002. Após a aquisição, foram acondicionados em caixa de material isotérmico com gelo, de modo que conservassem as mesmas características microbiológicas da comercialização. Em seguida foi realizado transporte imediato ao laboratório de microbiologia do Hospital Veterinário Dr. Vicente Borelli da Faculdade de Medicina Veterinária da Associação de Ensino e Cultura “Pio Décimo”, para a execução das análises microbiológicas. A técnica seguida pelo laboratório foi a da ICMSF (Comissão Internacional de Especificações Microbiológicas de Alimentos). 4.2. Preparo das amostras: Todo o material utilizado para o processamento da amostra encontrava-se estéril e toda a operação foi realizada próxima a um bico de Bunsen com a chama a meia altura. Foram retirados com bisturi fragmentos do músculo do peito. Estes fragmentos foram pesados assepticamente em balança de precisão até constituir uma amostra de 25g. 21 4.3. Mensuração de ph e temperatura: O primeiro procedimento efetuado no laboratório foi à mensuração do ph e temperatura das amostras através da utilização de um potenciômetro da marca Digimed e um termômetro digital laser da marca Inimipa. A aferição da temperatura também foi realizada no ato da aquisição das amostras e foi esta primeira aferição considerada e publicada neste trabalho. 4.4. Contagem de Coliformes Totais: Para análise de coliformes fecais e coliformes totais, microrganismos anaeróbios facultativos fermentadores de lactose com produção de ácido e gás dentro de 24 a 48 horas de incubação à temperatura de 32 a 37°C, usou-se a metodologia de tubos seriados. Partindo das diluições 10-1, 10 -2 e 10 -3 foram pipetadas alíquotas de 1ml das respectivas diluições para uma série de cinco tubos contendo 10ml do Caldo Lactosado contendo tubo de Durham invertido, homogeneizado e incubando os tubos a 37°C/24horas. Transcorrido este tempo foi observada a produção de gás nos tubos de fermentação (tubo de Durham). Para contagem de coliformes totais, tomaram-se todos os tubos de caldo lactosado com a produção de gás e foi determinado o NMP/g. O cálculo do número mais provável (NMP) de coliformes totais foi realizado com o auxílio da tabela de Hoskins em apropriada às diluições inoculadas; o resultado foi expresso em NMP/de coliformes totais/g. 4.5. Contagem de Coliformes Fecais: Foi retirada uma alíquota, com uma alça de inoculação, dos tubos que apresentaram gás capturado pelo tubo de Duhan, e semeada em ágar eosina azul metileno (EMB) e incubadas as placas a 44,5°C por 24 horas. O cálculo do NMP de coliformes fecais foi efetuado, também, com o auxílio da tabela de Hoskins. 22 No ágar EMB as colônias típicas se apresentam elevadas ou ligeiramente convexas, de 2 a 3 mm de diâmetro. Apresentam à luz transmitida um centro azul-negro com bordo estreito e clara com brilho metálico azul-esverdeado à luz refletida. 4.6. Pesquisa de Salmonella ssp.: Em 225ml de caldo lactosado foi homogeneizado 25g da amostra. Após a incubação a 35°C por 24 horas, 1 ml de cada cultivo foi transferido para tubo contendo 10ml de caldo Tetrationato de Kauffmann (micro MED) com duas gotas de lugol e para tubo com 10 ml de caldo Selenito Cistina (OXOID), que foram incubados a 35°C e 43°C. Depois de 48 horas foram efetuadas semeaduras, por meio de alça de platina, em placas de Petri contendo ágar Salmonela-Shigela – SS (OXOID), ágar Xilone Lisina Desoxicolato – XLD (MERK), ágar Entérico de Hectoen – HE e ágar Bismuto Sulfato – BS (MERK) e incubados em estufa a 35°C por 24 horas. As colônias típicas suspeitas no ágar xilone-desoxicolato são colônias transparentes, cor rosa escuro, com ou sem centro preto. Cepas fortemente produtoras de H2S podem produzir colônias com centro preto grande ou brilhante, ou mesmo inteiramente pretas. No ágar entérico Hektoen são colônias transparentes, verde-azuladas, com ou sem centro preto. Cepas produtoras de H2S podem produzir colônias inteiramente pretas. No ágar Bismuto sulfito (BS) as colônias apresentam marrons ou pretas com ou sem brilho metálico. O meio em redor das colônias muda gradativamente para uma coloração marrom a preta, com o prolongamento do tempo de incubação 24-48 horas e no ágar salmonela shigela (SS) as colônias se apresentam claras, transparentes e incolores com ou não presença de centro negro. Após a triagem das colônias típicas suspeitas fez a inoculação destas em ágar tríplice açúcar e ferro – TSI (BIOBRÁS) e em ágar Lisina Ferro – LIA (micro MED), e submetidos ao teste de urease (micro MED). As reações típicas de salmonela TSI é rampa do ágar alcalina (vermelha) e fundo com ou sem produção de H2S (escurecido no meio), em LIA caracteriza-se com fundo e rampa alcalinos (púrpura, sem alteração da cor do meio), com ou sem produção de H 2S (escurecimento do meio). Foi transferido um inóculo pesado da cultura em TSI, para um tubo com Caldo Uréia de Chistensen e incubou a 35° por 24 horas. 23 Transcorrido esse tempo observou-se a viragem alcalina do indicador, com alteração da cor do meio pêssego para rosa escuro (teste positivo) ou permanência no meio na cor original (teste negativo). A maioria das cepas de salmonela são uréases negativas. Utilizando uma alíquota da cultura de TSI típica e uréase negativa procedeu-se a sorologia com soro anti-salmonelas polivalente observando a reação de soro aglutinação no caso de positivo para salmonela. 4.7. Contagem de Staphylococcus ssp.: Cada mostra foi preparada da seguinte maneira: pesou-se assepticamente 25g de amostra que, a seguir, foram transferidas para um erlenmeyer contendo 225ml de água destilada estéreo acompanhado de posterior homogeneização. A partir dessa diluição formaram-se as demais diluições decimais seriadas. (ICMSF, 1978). No preparo de diluições sucessivas foi utilizada como diluente água destilada esterilizada. Para obtenção da diluição inicial 10-1 colocam-se 25g da amostra em um erlenmeyer de 250 ml adicionados de 225ml do diluente, homogeneizando-se por três minutos. Esta diluição (10-1) foi colocada em um tubo de ensaio vazio e estéril com o auxílio de pipeta, também estéril, e a partir daí foi retirado 1ml dessa diluição inicial e passada para um outro tubo, contendo 9ml de água destilada e estéril, compreendendo dessa forma uma nova diluição 10-2 e assim sucessivamente até 10-3. Foram semeados, em duplicata, sobre a superfície do àgar Manitol salgado (OXID), contido nas placas de Petri, 0,1ml de cada diluição escolhida. Com o auxílio da alça ou espátula de Drigalsky, o inóculo (0,1ml) foi cuidadosamente espalhado por toda a superfície do meio até a sua total absorção. Depois, as placas de Petri foram incubadas a 37°C por 24 horas. Foi calculada, de acordo com as diluições, as unidades formadoras de colônias, que se apresentavam brancas, convexas e de 2 a 5mm de diâmetro e o meio virado da cor vermelho-rosa para amarelo identificando os microrganismo Staphylococcus coagulase-positiva. 24 4.8. Modelo Estatístico: O modelo utilizado para verificar se a proporção de frangos com presença e contagem de microrganismos acima do padrão estabelecido por legislação e controle de qualidade de alimentos. Foi utilizado o método estatístico qui-quadrado como o objetivo de mensurar se a proporção de frango obtidos de feira livre apresentou diferença estatística da proporção de frangos obtidos de supermercados. Devido ao tamanho da amostra foi feita a correção de continuidade. A análise foi feita utilizando-se nível de significância de 5% e respeitando 1 grau de liberdade. 25 5. RESULTADOS 5.1- Temperatura: Na análise da temperatura das carnes de frango pode-se observar que 100% das amostras apresentaram temperaturas fora dos padrões. Nas amostras obtidas em feiras livres, onde todas eram comercializadas a temperatura ambiente, as temperaturas mensuradas apresentaram valores entre 17,5 a 23,9ºC, já as amostras de supermercado atingiram um valor mínimo de 9,7 e máximo de 15,3°C, conforme Quadro 1. TEMPERATURA FEIRA LIVRE SUPERMERCADO AMOSTRA TEMPERATURA AMOSTRA TEMPERATURA 1 23,9 ºC 1 11,8 ºC 2 18,7 ºC 2 11,4 ºC 3 17,5 ºC 3 10,7 ºC 4 22,2 ºC 4 10,5 ºC 5 22,9 ºC 5 11,5 ºC 6 22,2 ºC 6 15,3 ºC 7 21,8 ºC 7 11,9 ºC 8 20,1 ºC 8 11,4 ºC 9 22,6 ºC 9 9,7 ºC 10 23,4 ºC 10 10,2 ºC Quadro 1 – Temperatura de exposição das carnes de frango comercializadas em feiras livres e supermercados da cidade de Aracaju – SE (2006). 26 5.2- pH: Das amostras de feiras livres 50% estavam acima do nível máximo e 50% estavam dentro do intervalo de pH, já nas amostras de supermercados 90% estavam dentro do intervalo de pH normal para carne de aves. Os valores de pH encontrados estão demonstrados no Quadro 2. pH FEIRA LIVRE SUPERMERCADO AMOSTRA pH AMOSTRA pH 1 7,2 1 5,4 2 7,1 2 5,5 3 6,7 3 5,7 4 6,5 4 5,8 5 6,6 5 5,5 6 6 6 6,7 7 5,8 7 5,3 8 5,8 8 5,3 9 5,7 9 5,4 10 6,2 10 5,4 Quadro 2 – Valores de pH das carnes de frango comercializadas em feiras livres e supermercados da cidade de Aracaju – SE (2006). 27 5.3- Coliformes Totais: Todas as amostras oriundas de feiras livres apresentaram níveis máximos de NMP/g com valor de 2,4 x 105, e as amostras de supermercados também apresentaram altos níveis de NMP/g variando valores 2,2 x 103 a 1,7 x 105,conforme Quadro 03. COLIFORMES TOTAIS FEIRA LIVRE SUPERMERCADO AMOSTRA NMP/g AMOSTRA NMP/g 1 2,4X105 1 3,3X103 2 2,4X105 2 2,4X103 3 2,4X105 3 7,9X103 4 2,4X105 4 2,2X103 5 2,4X105 5 5,4X103 6 2,4X105 6 1,7X105 7 2,4X105 7 3,5X103 8 2,4X105 8 5,4X103 9 2,4X105 9 2,4X103 10 2,4X105 10 3,5X103 Quadro 3 – Valores de Coliformes totais das carnes de frango comercializadas em feiras livres e supermercados da cidade de Aracaju – SE (2006). 28 5.4- Coliformes Fecais: Através dos resultados obtidos no presente trabalho, as amostras apresentaram níveis significativos de contaminação de acordo com a legislação vigente (RCD n° 12 de 2002). Das amostras analisadas oriundas de feira livre 60% ultrapassaram o nível máximo de NMP/g com valores de 1,3 x 104 a 2,4 x 105, e 40% apresentaram-se dentro dos valores padrão. Nas amostras de origem dos supermercados 20% estavam acima do padrão variando de 3,5 X 104 a 1,7 X 105, e 80% das amostras se apresentaram dentro do padrão conforme Quadro 04. COLIFORMES FECAIS FEIRA LIVRE SUPERMERCADO AMOSTRA NMP/g AMOSTRA NMP/g 1 2,4X105 1 2,5X102 2 2,4X105 2 2,2X103 3 2,4X105 3 4,9X102 4 2,4X105 4 1,7X102 5 2,4X105 5 1,3X103 6 1,1X103 6 1,7X105 7 7,8X102 7 3,5X104 8 1,8X102 8 5,4X103 9 3,3X103 9 1,3X103 10 1,3X104 10 3,5X103 Quadro 4 – Valores de Coliformes fecais das carnes de frango comercializadas em feiras livres e supermercados da cidade de Aracaju – SE (2006). 29 5.5- Salmonella: Das amostras analisadas, 40% das adquiridas em feira livre apresentaram-se contaminadas com a bactéria do gênero salmonela, já nas adquiridas nos supermercados, 10% também estavam positivas para a contaminação. O número de amostras positivas e negativas encontra-se demonstrada no Quadro 5. SALMONELLA FEIRA LIVRE SUPERMERCADO AMOSTRA PRESENÇA AMOSTRA PRESENÇA 1 Ausente 1 Ausente 2 Ausente 2 Ausente 3 Ausente 3 Ausente 4 Ausente 4 Ausente 5 Presente 5 Ausente 6 Presente 6 Presente 7 Ausente 7 Ausente 8 Ausente 8 Ausente 9 Presente 9 Ausente 10 Presente 10 Ausente Quadro 5 – Valores de Samonella encontrados nas carnes de frango comercializadas em feiras livres e supermercados da cidade de Aracaju – SE (2006). 30 5.6 – Staphylococus: De acordo com a RDC 12 de 2002 que estabelece como padrão para crustáceos, moluscos e produtos cárneos, com relação ao Staphylococcus, a contagem de 10 3 UFC/g, desta forma 100% das amostras de feira livre estão acima do padrão com valores variando de 5,0 x 103 UFC/g a 2,4 x 105 UFC/g. 40% das amostras de supermercado estão dentro do padrão variando seus valores de 1,2 x 102 UFC/g a 2,4 x 102 UFC/g, 20% estava acima do padrão sendo seus valores de 3,4 x 103 e 3,3 x 104UFC/g e em 40% das amostras de supermercado ocorreu ausência do microrganismo. Valores encontrados abaixo descritos no quadro 06. STAPHYLOCOCUS FEIRA LIVRE SUPERMERCADO AMOSTRA NMP/g AMOSTRA NMP/g 1 1,3X105 1 2,4X102 2 1,8X105 2 3,4X103 3 7,9X104 3 1,7X102 4 2,4X105 4 1,3X102 5 9,3X104 5 1,2X102 6 3,6X104 6 3,3X104 7 3,7X104 7 Ausente 8 6,0X104 8 Ausente 9 5,8X104 9 Ausente 10 5,0X103 10 Ausente Quadro 6 – Valores de Staphylococus sp encontrados nas carnes de frango comercializadas em feiras livres e supermercados da cidade de Aracaju – SE (2006). 31 5.7 – Quadros Demonstrativos: Os quadros 07 e 08 abaixo demonstram de forma mais clara e objetiva todas as amostras reprovadas e aprovadas para cada análise realizada, tanto nas feiras livres, como nos supermercados, sendo que as amostras vermelhas são as reprovadas e as verdes são as aprovadas; Quadro 7 – Resultados encontrados nas carnes de frango comercializadas em feiras livres da cidade de Aracaju – SE (2006). Quadro 8 – Resultados encontrados nas carnes de frango comercializadas em supermercados da cidade de Aracaju – SE (2006). 32 6 - DISCUSSÃO Segundo legislação brasileira, entende-se como carnes resfriadas aquelas que estão armazenadas acima de 1°C, não podendo exceder 7°C. O objetivo da utilização do frio é retardar as reações químicas e a ação de enzimas atrasando ou inibindo crescimento e atividade dos microrganismos que se encontram na carne. As temperaturas entre 5 e 6°C retardam a multiplicação dos microrganismos produtores de intoxicação alimentar, com exceção do Clostridium botulinum. Nas amostras coletadas em supermercado os valores de temperatura estavam acima do ideal para o não crescimento de microrganismo. Embora sendo classificada como carne de frango resfriada, todas as amostras apresentaram valores acima de 7°C, atingindo o máximo de 15,3°C. Isto pode ser explicado pela falta de verificação ou manutenção do sistema de frio dos supermercados, e /ou, o não respeito a capacidade da banca refrigeradora, o que não confere uniformidade de temperatura às carnes, representando um alto risco a saúde pública, pois esses valores favorecem o crescimento microbiano. O mesmo ocorreu com as amostras provenientes de feiras livres onde também 100% delas estavam expostas à temperatura acima de 7ºC, atingindo a máxima de 23,9ºC. O pH do alimento é um dos principais fatores intrínsecos capazes de determinar o crescimento, sobrevivência ou destruição dos microrganismos nele presentes. Os microrganismo têm um pH mínimo, ótimo e máximo, sendo o pH próximo de 7,0 favorável ao crescimento ótimo da maioria das bactérias. A carne de frango possui uma faixa aproximada de pH entre 5,5 e 6,4, (FREITAS et al, 2001) podendo variar de acordo com a tecnologia do abate e carga microbiana inicial. Os resultados obtidos sobre pH das carnes demonstraram que as amostras de supermercado apresentaram valores dentro do intervalo padrão normal aos produtos oriundo de frangos com exceção de uma amostra com faixa de pH de 6,7, mas nas feiras livres 50% das amostras estavam acima dos valores padrões, o que pode ser justificado pela presença de bactérias proteolíticas, tornando um aspecto preocupante na saúde pública, pois este pH acima do normal pode ser um indicativo de putrefação da carne. A presença de coliformes totais pode ser um indicativo de qualidade sanitária da carne, porém nem a portaria 451, já revogada, e a RDC n° 12 da ANVISA estabelecem padrões microbiológicos para estes indicadores. Os resultados das análises demonstraram 33 contaminação máxima nas amostras obtidas de feira livre como também pode-se concluir que está havendo um alto índice de contaminação pelos microrganismos que compõe este grupo nas amostras de supermercado. Provavelmente durante o processo de abate está ocorrendo falhas no controle de qualidade higiênico-sanitária, estas falhas podem estar na água utilizada, na evisceração, no transporte dos produtos até o estabelecimento revendedor, etc. Segundo a RDC n° 12 de 2001 da ANVISA, a bactéria do gênero salmonela não pode estar presente em 25g de carne de ave sendo esta considerada imprópria para o consumo humano. Alguma falha durante o processo do abate ou exposição ocorreu provocando essa contaminação pondo em dúvida a qualidade dos produtos. Os resultados obtidos, após a avaliação pelo método Qui-quadrado não apresentou diferença estatística (p < 0,05) quando comparadas amostras de feiras livres e supermercados, o que representa um grande risco à saúde pública, porém as carnes resfriadas comercializadas em supermercados apresentaram valores mais confiáveis em termos de segurança alimentar, já que apenas uma amostra estava positiva para a bactéria, contra quatro amostras oriundas das feiras. Sugere-se estar ocorrendo um alto nível de contaminação das carnes de aves durante o processamento e sendo potencializado pela temperatura acima do padrão das bancas refrigeradoras, e feiras livres, principalmente. Com relação ao Staphylococcus sp os resultados demonstraram que todas as amostras de feira livre encontravam-se acima do padrão que estipula a portaria, já nas amostras de supermercado duas estavam acima, quatro estavam dentro do padrão e quatro não apresentaram presença do microrganismo. Houve diferença estatística (p < 0,05) quando comparadas amostras de feiras livres e supermercados. As amostras de feiras livres apresentaram alta contaminação com este microrganismo. 34 6. CONCLUSÃO O produto cárneo, mesmo que obtidos de animais sadios, pode se contaminar no abate, em feiras livres, açougues e supermercados e nessa situação chegar à mesa do consumidor. Durante todo o processamento, a carne é manipulada por pessoas muitas vezes sem orientação adequada ou mesmo com descaso, colaborando para a baixa qualidade do produto e gradativo aumento de contaminação. Essa contaminação pode levar a surtos de toxinfecções alimentares, sendo de extrema importância uma ação mais ativa da Vigilância Sanitária do Município, com relação à manipulação, armazenamento, transporte e exposição de produtos cárneos, através de fiscalizações e análises laboratoriais, evitando assim prejuízos à saúde pública. O presente trabalho concluiu que, com relação à segurança alimentar as carnes oriundas de supermercados são mais seguras à população quando comparadas às oriundas de feira livres, apesar de várias falhas terem sido identificadas também nos supermercados como já foi visto anteriormente. 35 8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALMEIDA, I. C. et al. Isolamentos e identificação de Salmonella em carcaça de frango congeladas e frescais, através do método rápido. 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