GRUPOS DE GESTANTES NO COMBATE A TOXOPLASMOSE CONGÊNITA 1 SILVA,Carine Meres Albuquerque da 2 MARTINS, Antônia Vângela Rodrigues 3 PAULINO, Dayane Parente MESQUITA, Alessandra Maria Paiva4 ALBUQUERQUE, Regilania Parente 5 AGUIAR,Denise Tomaz6 INTRODUÇÃO: O Toxoplasma goondi é um protozoário que atravessa a barreira placentária, todavia a toxoplasmose congênita ocorre por meio da infecção aguda no período gestacional e traz complicações ao feto, como: hidrocefalia, convulsões, atrofia cerebral, anemia, problemas no fígado e alterações oculares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Todavia, não se pode prescindir que a mulher no período gestacional faça exames para detectar a doença e tratá-la, caso seja constatada. Para isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de programas de controle da toxoplasmose congênita. Sobre tais programas, Lopes-Mori et al (2011) consideram que a complexidade dos diversos parâmetros para se diagnosticar toxoplasmose materna, fetal e neonatal aliada à burocratização e distintas terapias no país, assim como a inexistência de padrões para orientação preventiva com impacto econômico no sistema assistencial, exige a adoção de medidas consensuais. Somado a isso, a variação no que pertine a incidência e prevalência da toxoplasmose no país relacionam-se com questões multifatoriais. O que exige uma ação da assistência primária voltada para orientações preventivas por meio de uma abordagem dinâmica e reflexiva dos riscos da toxoplasmose congênita. Nesse sentido, deve-se valorizar as ações que precipitam o processo de reflexão crítica dos sujeitos inseridos no universo do ensino- aprendizagem. OBJETIVO: Elencar a importância da educação e saúde no combate a toxoplasmose congênica para grupo de gestante. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa-ação com estudo exploratóriodescritivo, de abordagem qualitativa, consoante as ideias de Neves, em que o pesquisador procura entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada e, a partir daí, situa sua interpretação dos fenômenos estudados 1 Graduanda de Enfermagem das Faculdades INTA. E-mail: [email protected] 2 Graduanda de Enfermagem das Faculdades INTA 3 Graduanda de Enfermagem das Faculdades INTA 4 Graduanda de Enfermagem das Faculdades INTA 5 Graduanda de Enfermagem das Faculdades INTA 6 Enfermeira.Mestra pela UECE, Docente das Faculdades INTA (NEVES, 1996). A pesquisa, que obedeceu às normas estabelecidas pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, foi desenvolvida no mês de março de 2012 em uma Unidade Básica de Saúde da cidade de Sobral-CE, a escolha por esse local se deu pela facilidade de abordagem do grupo de gestantes o qual existe há cinco anos. A população foi composta por nove gestantes, destas quatro aceitaram participar da pesquisa, as quais eram adeptas assíduas do pré-natal e demonstravam interesse sobre o assunto abordado em dois encontros semanais com o grupo. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário semiestruturado que conduziu os temas abordados durante as reuniões, um diário de campo para anotações das falas das participantes e a aplicação da roda de conversa. RESULTADOS: Dentre os meios de transmissão do Toxoplasma gondii, as transmissões mais frequentes se dão através de água e alimentos contaminados pelos oocistos das fezes de gatos, por cistos toxoplamáticos em carne mal cozida, e pela inalação de oocistos esporulados (MALTEZ, 2002). Portanto, no primeiro encontro, antes da orientação preventiva, as gestantes foram indagadas sobre os costumes culturais e habituais do cotidiano. A partir das respostas, deu-se as orientações acerca do que é Toxoplasmose, seu ciclo de vida e transmissão, sinais e sintomas, seu diagnóstico e alterações para o bebê, e como pode ser realizada a sua prevenção. No segundo encontro, utilizou-se a roda de conversa para desvelar o impacto das orientações preventivas na vida de cada gestante. A questão que conduziu a conversa foi a seguinte: Como estão os seus hábitos no cotidiano? As repostas das gestantes foram codificadas pela letra G seguida do número de identificação atribuído a cada participante. Obteve-se o seguinte resultado: G1- Estou usando máscara para varrer a casa e também estou lavando e fervendo bem todos os alimentos que eu como; G2 - Não tomo mais o leite cru e nem como mais carne mal passada...; G3 relatou que ao falar para família que o gato podia transmitir doença para seu filho todos ficaram muito aflitos; G4 – Agora estou mais aliviada por ter feito o exame para toxoplasmose... Vale ressaltar que as nove gestantes fizeram teste para toxoplasmose e não apresentaram forma aguda da doença, para as que não apresentaram reação crônica, enfatizou-se os cuidados para prevenção da doença. Por fim, ressalta-se que para tal processo educativo, deu-se maior importância às rodas de conversas que viabilizaram a troca de saberes e uma maior interatividade entre gestantes e orientadores. Assim conseguiu-se uma maior participação desse grupo com as manifestações de dúvidas, maior interesse pela problemática e estimulo para prevenção da doença parasitária. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A ação preventiva trouxe resultados positivos por meio da adoção de hábitos saudáveis pelas gestantes como, por exemplo, a higienização efetiva das mãos, o cozimento dos alimentos e cuidados com o manuseio dos gatos, esses hábitos são aspectos relevantes para a prevenção não só da Toxoplasmose, mas, sobretudo, de outras doenças. Portanto, recomenda-se a extensão dessa ação preventiva de combate à toxoplasmose congênita em salas de espera para exame de prevenção, onde é frequente a presença de mulheres em idade fértil. REFERÊNCIAS: NEVES, José Luis. Pesquisa qualitativa – características, usos e possibilidades. Caderno de Pesquisas em Adminstração, São Paulo, vol.1, n°3, 2°sem/1996. Disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/c03-art06.pdf Acesso em: 28/04/2012. LOPES-MORI, Fabiana Maria Ruiz et al . Programas de controle da toxoplasmose congênita. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo,v.57,n.5,out 2011.Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 42302011000500021&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 07 maio 2012. Secretaria Municipal de Saúde e Meio Ambiente do município de Campo Bom (RS). Toxoplasmose. (Folder). Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde. Dicas de Saúde. Dez 2009. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/199_toxoplasmose.html. Acesso em: 07 maio 2012. MALTEZ, Danilo de Souza. Centro de Vigilância Epidemiológica. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo - SES/SP. Manual das doenças transmitidas por alimentos e água. 2002. Disponível em: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/Toxoplasma_gondii. Acesso em: 07 maio 2012. BRASIL, Conselho Nacional de Saúde. Resolução n°196. Brasília: CNS, 1996. Disponível em: http://www.usjt.br/prppg/coep/docs/resolucao_196.pdf. Acesso: 04 de maio de 2010. DESCRITORES: Toxoplasmose congênita, cuidado pré- natal, promoção da saúde. 1 Graduanda de Enfermagem das Faculdades INTA. E-mail: [email protected] 2 Graduanda de Enfermagem das Faculdades INTA 3 Graduanda de Enfermagem das Faculdades INTA 4 Graduanda de Enfermagem das Faculdades INTA 5 Graduanda de Enfermagem das Faculdades INTA 6 Enfermeira.Mestra pela UECE, Docente das Faculdades INTA