PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE JOGOS PEDAGÓGICOS E ATIVIDADES
EXPERIMENTAIS PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Nádia Maria Rodrigues de Campos Velho, Walderez Moreira Joaquim
Coordenadores Subprojeto PIBID- CAPES-UNIVAP
Av. Shishima Hifumi, 2911 – Urbanova, São José dos Campos – SP. CEP: 12244-000
nvelho,wal[@univap]
O subprojeto Ciências PIBID/CAPES/UNIVAP, “Escola: um espaço para a construção
do conhecimento através das plantas medicinais” objetiva promover o ensino e
aprendizagem de botânica. Tem sido constatado que as aulas de ciências são ministradas
de forma conteudista, tornando-as desestimulante tanto para os discentes quanto para os
docentes. O ensino de botânica em decorrência da falta de atividades práticas e
conteúdos desvinculados do cotidiano, tem apresentado um grau de dificuldade
significativo para aprendizagem dos mesmos. O subprojeto de Ciências permitiu a
realização de atividades práticas e lúdicas. O presente trabalho objetivou verificar a
construção do conhecimento dos alunos do ensino fundamental tendo como foco do
estudo as plantas medicinais. Nas Escolas Estaduais de Ensino Fundamental Profª.
Lourdes Maria de Camargo, Prof. Dr. Pedro Mascarenhas, Prof. Pedro Mazza e Prof.
Euclides Bueno Miragaia, localizadas no município de São José dos Campos, SP, os
alunos, realizaram atividades práticas e lúdicas referentes aos conteúdos de morfologia,
fisiologia e ecologia, destacando-se a execução de exsicatas, dissecação de plantas para
observação da morfologia, experimentos sobre desenvolvimento de plantas em
diferentes substratos e intensidade de luz e germinação de sementes e como atividades
lúdicas foram produzidos jogos didáticos abordando os diversos conteúdos. Os
resultados das atividades práticas e lúdicas foram socializados e discutidos em roda de
conversa. Constatou-se que os alunos apresentaram conhecimentos prévios sobre os
conteúdos abordados. Concluiu-se a partir dos objetivos propostos e resultados obtidos,
que as estratégias utilizadas promoveram a construção de conhecimentos sobre
morfologia, fisiologia e ecologia, de forma dinâmica e participativa e que as atividades
lúdicas auxiliam para o processo ensino-aprendizagem e para os licenciandos houve
reflexão sobre o papel do professor.
Palavras-chave: ensino de botânica, PIBID, ensino fundamental
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Introdução
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência-PIBID/CAPES da
Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), desenvolve o subprojeto em Ciências
“Escola: um espaço para a construção do conhecimento através das plantas medicinais”,
tendo como objetivo a formação dos licenciandos em Ciências Biológicas, por meio de
experiências pedagógico-formativas, vivenciadas na Universidade e ministradas na rede
pública de ensino.
A integração entre a Universidade e as escolas do Ensino Fundamental serve
como um instrumento de mediação entre os licenciandos e os alunos das escolas
públicas, onde a aquisição e o repasse de informações sobre plantas medicinais torna-se
importante, pois os alunos das escolas públicas passam a ser multiplicadores no sentido
transmitir e valorizar os conhecimentos adquiridos nas atividades extracurriculares.
O conhecimento contextualizado permite com que o discente passe da condição de
agente passivo da construção do seu próprio conhecimento, tornando-se um agente ativo
(Brasil 2001).
O subprojeto de Ciências, prioriza o aprendizado de botânica, a partir das plantas
medicinais, englobando atividades práticas, instalações de experimentos, discussões e
contextualização de conteúdos interdisciplinares, com propostas curriculares que
enfatizam as atividades práticas, onde o aluno observa, levanta hipóteses, questiona e
constrói conhecimentos a partir da vivência dos processos propiciados pela
experimentação. As aulas práticas tem como importante função, fazer com que o aluno
se interesse pelo conteúdo, a partir de investigações científicas, desenvolvendo a
habilidade para solucionar problemas, por meio do entendimento de conceitos básicos.
As plantas como material didático pode tornar o processo ensino-aprendizagem
uma maneira diferenciada de desenvolver a botânica, pois o aluno passa a desenvolver
atividades ligadas a natureza. Além disso, estas atividades são ferramentas fundamentais
para o ensino de ciências, pois é importante que o aluno reconheça os fenômenos
científicos no seu cotidiano (Bevilacqua; Coutinho-Silva, 2007).
As atividades lúdicas constituem um recurso didático para o docente utilizar na
sua prática, além de promover a aprendizagem dos alunos, aproximando-os do
conhecimento cientifico (Campos 2008) e ao mesmo tempo uma aprendizagem
descontraída e eficiente (Santos 2001).
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Os conhecimentos sobre a morfologia externa das plantas medicinais podem ser
adquiridos pela diversidade de formas, e as atividades práticas aplicadas, tendo as
plantas medicinais como objeto de estudo faz com que o aluno tenha uma participação
ativa no processo ensino-aprendizagem.
A observação do processo de germinação pelo aluno possibilita a visualização
de todas as etapas desde a emissão da radícula até o desenvolvimento da plântula e os
experimentos de fisiologia servem para que os alunos vivenciem e analisem de forma
científica os resultados obtidos, os quais são discutidos em roda de conversa. Todos os
conteúdos abordados foram reforçados por meio de atividades lúdicas como os jogos
didáticos.
Material e Métodos
O subprojeto de Ciências teve inicio em agosto de 2010 através de módulos
estruturados semestralmente, nas Escolas Estaduais de Ensino Fundamental Profª.
Lourdes Maria de Camargo, Prof. Dr. Pedro Mascarenhas, Prof. Pedro Mazza e Prof.
Euclides Bueno Miragaia, localizadas no município de São José dos Campos, SP.
Foram selecionados 30 alunos do 6º e 7º ano de cada escola, com a formação de grupos
heterogêneos, permitindo desta forma uma maior integração entre eles. Após a seleção
foram aplicadas atividades sobre a importância do trabalho em equipe e assim verificar
o conhecimento prévio sobre os conteúdos de botânica. Posteriormente foram aplicadas
atividades realizadas pelos próprios alunos, identificando os órgãos das plantas e suas
funções e resolução de situação-problema (Figs.1 a, b).
Foram confeccionadas exsicatas dos exemplares das plantas medicinais
cultivadas pelos alunos nos canteiros das escolas, servindo de material permanente para
as aulas de Botânica, ministradas no ensino fundamental (Figs. 2a, b, c).
Para a observação da reprodução das plantas medicinais e seus aspectos
ecológicos, os alunos realizaram atividades lúdicas, como experimento sobre
germinação, jogos de tabuleiro e jogos de dispersão e polinização de plantas medicinais.
Para a atividade de reprodução assexuada foram realizados três experimentos, com
utilização de plantas medicinais e material reciclado, sendo o primeiro para observação
do crescimento radicular; o segundo experimento utilizando folhas de Bryophyllum
calycinum (Folha da fortuna) para observação do crescimento dos brotos e o terceiro
experimento com estacas de caule para observação do crescimento de broto e raiz. Para
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reprodução sexuada, o primeiro experimento foi sobre germinação de sementes, a
segunda etapa uma roda de conversa para discussão do tema flor (Fig. 3).
Para o fechamento dos conteúdos abordados foram ministradas atividades
lúdicas, tais como: elaboração de jogo de tabuleiro com perguntas abordando assuntos
b
ecológicos e morfológicos das plantas, montagem e aplicação de jogo sobre dispersão
de sementes e polinização.
Resultados e Discussão
Os resultados das atividades realizadas mostraram que durante os experimentos,
os alunos puderam observar e coletar dados, como por exemplo, a germinação das
sementes e o desenvolvimento de raízes e folhas, elaboração de gráficos, para uma
melhor visualização dos resultados obtidos, assim como a preparação de exsicatas das
plantas medicinais utilizadas como material de apoio para os discentes (Figs. 4a,b,c)
As mudas que compuseram os canteiros das escolas foram obtidas de plantasmatrizes, existentes nos canteiros do viveiro de Plantas Medicinais da Univap, sendo
estas preparadas pelos licenciandos-bolsistas, e a manutenção de ambas ocorreu
diariamente, com os tratos culturais exigidos por cada espécie (Fig.5). Os alunos
puderam constatar que as plantas cultivadas em diferentes substratos e intensidade de
luz, apresentaram diferenças no seu crescimento (altura) (Fig. 6).
O subprojeto tornou o ensino de Ciências prazeroso e estimulante, permitindo ao
aluno desenvolver a educação científica inserida no seu cotidiano, o que para Bondia
(2007), o pensamento científico deve estar presente como prática no cotidiano do aluno,
fazendo-se necessário que a Ciência esteja ao seu alcance e o conhecimento tenha
significado e possa ser utilizado para compreender a realidade que o cerca.
As atividades propostas no subprojeto, permitem a realização de práticas, para
que o aluno possa estabelecer uma relação com a teoria. O subprojeto priorizou
atividades de experimentação as quais promovem a construção do conhecimento a partir
da investigação científica, a troca de informações entre alunos e a valorização do
trabalho em grupo, conforme sugerido por (Brasil 2001). Atividades experimentais e
lúdicas são ferramentas importantes para o ensino de ciências (Figs. 7 a,b; 8 a,b). É
fundamental que o aluno perceba os fenômenos científicos no seu cotidiano e que o
“fazer ciência” possa fazer parte do seu pensamento (Bevilacqua; Coutinho-Silva,
2007).
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Estudos abordando o emprego das atividades lúdicas como estratégia de ensino
reforçam que o jogo, além de ser prazeroso, faz com que haja a construção do
conhecimento (Melo 2005). O lúdico oferece possibilidades para a elaboração de novas
informações e quando bem utilizado, promove a socialização e a aquisição de
conhecimentos.
A inclusão de brincadeiras e jogos na prática pedagógica desenvolve
competências que contribuem com a aprendizagem tanto para as crianças, como para os
jovens (Maluf 2006). O lúdico nas práticas escolares permite uma maior integração dos
alunos ao conhecimento científico, sendo uma estratégia para o professor na resolução
de situações problemas (Campos 2008).
A partir das ações propostas nesse subprojeto, espera-se contribuir com a
formação de estudantes do ensino fundamental e com a formação continuada dos
professores da rede pública de ensino em consonância com as problemáticas
identificadas no processo de ensino-aprendizagem em co-participação com licenciandos
bolsistas do PIBID/UNIVAP. A partir das atividades práticas propostas, os alunos nos
módulos vivenciados terão procedimentos que devem promover a construção e
reconstrução do conhecimento, tornando-os autônomos.
Agradecimentos
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
concessão das bolsas Edital nº 018/2010/CAPES, aos licenciandos-bolsistas e
supervisores-bolsistas PIBID/CAPES, Diretoria de Ensino do Município de São José
dos Campos e Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP).
Referências bibliográficas
BEVILACQUA, G. D; COUTINHO-SILVA, R. O ensino de Ciências na 5ª série
através
da
experimentação.
Ciências
&
Cognição.
Disponível
em:
<http://www.cienciasecognicao.org.> Acesso em 29 Abril 2014.
BONDIA, J. L. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira
de Educação. Campinas, v.19, p.20-28, 2007.
6
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Apresentação dos temas Transversais. Brasília; São José dos Campos: MEC; SEF;
Univap. 2001.
CAMPOS, L. M. L.; BORTOLOTO, T. M.; FELICIO, A. K. C. A produção de jogos
didáticos para o ensino de ciências e biologia: uma proposta para favorecer a
aprendizagem.
2008.
Disponível
em:
<http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2002/aproducaodejogos.pdf.> Acesso em 30 Set
2014.
MALUF, A. C. M. Atividades lúdicas como estratégias de ensino aprendizagem. 2006.
Disponível
em:
http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=850
Acesso em 25 Mai 2014.
MELO, C. M. R. As atividades lúdicas são fundamentais para subsidiar ao processo de
construção do conhecimento (continuação). Información Filosófica. v.2 nº1.
p.128-137, 2005.
SANTOS, S. M. P. dos In: SANTOS, S. M. P. (org.) A ludicidade como ciência.
Petrópolis, RJ, Vozes, 2001.
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Figuras
a
b
Figuras 1 a, b - Avaliação diagnóstica proposta pelos licenciandos-bolsistas.
b
a
c
Figuras 2 a, b, c – Atividades desenvolvidas pelos alunos nas escolas, juntamente com os
licenciandos a) seleção das plantas; b) preparação da exsicata; c) observação de aspectos
morfológicos do limbo.
Figura 3 Experimento utilizando material reciclado com folhas de Bryophyllum
calycinum (Folha da fortuna) para observação do crescimento dos brotos
8
a
b
c
Figuras 4a, b, c Preparação, montagem e exsicata finalizada
Figura 5 – Alunos desenvolvendo atividades de morfologia vegetal e reprodução
assexuada nos canteiros de plantas medicinais.
Figura 6 – Experimento de plantas cultivadas em diferentes substratos e intensidade de
luz.
9
a
b
Figuras 7 a, b - Atividades experimentais sobre germinação de sementes e propagação de
mudas.
a
b
Figuras 8 a, b - Estratégia de atividades lúdicas (jogos) para aprendizagem de morfologia
e germinação de sementes.
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PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE JOGOS PEDAGÓGICOS E