MAPA GEOMORFOLÓGICO APLICADO À PESQUISA ARQUEOLÓGICA REGIONAL GEOMORPHOLOGIC MAP APPLIED IN REGIONAL ARCHAEOLOGICAL RESEARCH Rosiclér Theodoro da Silva Universidade Católica de Goiás - [email protected] Julio Cezar Rubin de Rubin Universidade Católica de Goiás - [email protected] Alessandra Cristina Pereira Universidade Católica de Goiás - [email protected] O Mapa Geomorfológico do Estado de Goiás e Distrito Federal elaborado por Latrubesse e Carvalho (2006), escala 1: 1.000.000, é um importante instrumento para ser utilizado na pesquisa arqueológica em escala regional. Os autores subdividem a área em sistemas agradacionais (1,70%) e denudacionais (97,34%) estes, em “fraco ou sem controle estrutural” (predominante) e “forte controle estrutural”, constituindo-se de superfícies, zonas, estruturas, morros e colinas com índices de dissecação variando entre muito fraca, fraca, média, forte e muito forte. Os demais 0,96% correspondem à massa d`agua. No início da década de 1980, o IBGE, por meio do Projeto RadamBrasil, elaborou um mapa Geomorfológico na escala 1: 1.000.000 que abrange o estado de Goiás, tornando-se um marco para a geociências, com indicações sobre os índices de dissecação, muito utilizado por alguns arqueólogos até hoje. O mapa de Latrubesse e Carvalho (2006), além de apresentar algumas diferenças na interpretação de algumas unidades em relação ao mapa elaborado pelo IBGE, utilizou imagens de satélite LANDSAT 7 ETM + com resolução de até 15m, além de imagens SRTM, obtidas em 2000, muito utilizadas atualmente em trabalhos de geologia, geomorfologia, ecologia etc. O índice de dissecação refere-se à relação entre densidade de drenagem e dimensão interfluvial média (plano horizontal) e entalhamento dos canais (plano vertical), de acordo com Ross (1996). Segundo o IBGE (1983, p. 356) “as unidades geomorfológicas intensamente dissecadas oferecem maiores probabilidades de escoamento torrencial das águas e de rápido desaparecimento dos solos”. Considerando que a grande maioria dos vestígios culturais pré-históricos (cerâmica e líticos) encontram-se distribuídos nos horizontes superficiais dos solos, informações sistematizadas referentes aos índices de dissecação tornam-se um aliado na pesquisa arqueológica, indicando áreas com maior ou menor probabilidade de escoamento torrencial e/ou do solo ter sido submetido a perturbações ou até mesmo o completo desaparecimento. Em uma área piloto de 40.000km2, foi realizado um zoneamento regional onde foram identificadas áreas com índices de dissecação entre muito fraco, fraco, médio, forte e muito forte, as quais serão submetidas a prospecção arqueológica. Esse zoneamento em escala regional pode ser utilizado pela arqueologia na etapa de planejamento da pesquisa para identificar áreas diferenciadas quanto aos índices de dissecação, o que pode refletir no estabelecimento da metodologia de prospecção, como profundidade das sondagens e relação solo in situ e transportado. A utilização do Mapa Geomorfológico regional dos autores na elaboração do zoneamento deve-se à falta de outros em escalas de semi-detalhe ou de detalhe para o Estado de Goiás e Distrito Federal, fundamentais para a pesquisa arqueológica, disponíveis apenas para algumas regiões, em função de empreendimentos de médio a grande porte.