ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINOLTDA- FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS COM HABILITAÇÃO EM PORTUGUÊS E INGLÊS REJANE LEITE DA SILVA LÍNGUA INGLESA: OS PROBLEMAS ENCONTRADOS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO – COLÉGIO ESTADUAL CARLINA BARBOSA DE DEUS Paulo Afonso/BA Novembro /2010.2 REJANE LEITE DA SILVA LÍNGUA INGLESA: OS PROBLEMAS ENCONTRADOS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO – COLÉGIO ESTADUAL CARLINA BARBOSA DE DEUS Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura plena em Letras com habilitação em Português e Inglês, da Faculdade Sete de Setembro- FASETE. Sob orientação da profª. Esp. Isa Úrsole B. de Brito Paulo Afonso Novembro/2010 REJANE LEITE DA SILVA LÍNGUA INGLESA: OS PROBLEMAS ENCONTRADOS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO– COLÉGIO ESTADUAL CARLINA BARBOSA DE DEUS Monografia submetida ao corpo docente da Faculdade Sete de Setembro- FASETE, como parte dos requisitos necessários a obtenção do grau de Licenciatura em Letras com Habilitação em Português e Inglês. Aprovado por: _______________________________________________________________ Profº. Esp. Isa Úrsole Bezerra de Brito – Orientadora __________________________________________________________ Profº. Msc. Luis José da Silva- Examinador ______________________________________________________________ Profº. Esp. Gilberto Arnaldo dos Santos- Examinador Paulo Afonso Novembro/2010 DEDICATÓRIA Primeiramente agradeço a DEUS, por mais uma conquista em minha vida, a minha mãe Maria José, que sempre estive comigo em todos os momentos, e compartilhou junto a mim as alegrias e a dificuldades no período do curso. A minha colega Jailma e aos professores que enriqueceram e ajudaram para a realização da minha pesquisa. AGRADECIMENTOS A Deus Pai todo poderoso, a minha mãe por não medir esforços para chegar aonde cheguei, as minhas tias Núbia e família, Solange e ao meu padrinho Jorge Robson e todos os meus professores e amigos. Educação é aquilo que fica depois que você esquece o que a escola ensinou. (Albert Einstein) RESUMO As mudanças sociais e econômicas, a globalização e os avanços tecnológicos foram fatores que influenciaram a importância da língua inglesa na nova sociedade. Advinda da maior potência econômica mundial, a língua inglesa tornou-se essencial no mercado de trabalho, assim como no cotidiano. E será o ensino desta que fará a diferença na formação do indivíduo. O que este estudo busca é compreender como o processo de ensino da língua inglesa, vem ocorrendo no Colégio Estadual Carlina Barbosa de Deus, na cidade de Paulo Afonso. Ressalta também as dificuldades que os alunos dessa escola vêm tendo que ultrapassar para aprender a língua inglesa. Após a pesquisa de campo, analisamos os dados coletados das respostas dos alunos e dos professores, e percebemos vários fatores que dificultam o ensino da língua estrangeira, desde a falta do livro didático até mesmo os recursos utilizados pelo professor em sala de aula. Se a língua inglesa vem obtendo papel de importância na atual sociedade, é preciso que a escola passe a ter um novo olhar sobre o ensino da mesma. Palavras_chave: educação, língua inglesa, ensino e aprendizagem. ABSTRACT The economical and social changes, globalization and the technological advances were the main factors which influenced the importance of the English language in society. Coming from the greatest economic power, the English language has become essential in the labor market, as well as in everyday life. And it is the teaching that will make the difference in the shaping of the individual. This study seeks to understand how the English language process is occurring at Colégio Estadual Carlina Barbosa de Deus, in Paulo Afonso. It also emphasizes the difficulties students have had to overcome to learn English. After research, data collected from the students and teachers were analyzed, they showed us among other things that the lack of appropriated books and the resources used by the teachers are the main factors that influences badly on the learning process. If the English language has achieved an important role in current society, it is necessary that school now has to take a new look on its teaching. Key – words : education, English language, teaching and learning SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................... 10 1. A HISTÓRIA DA INCLUSÃO DA LÍNGUA INGLESA NO CURRÍCULO 12 DAS ESCOLAS BRASILEIRAS........................................................................ 1.1 A IMPORTÂNCIA DE APRENDER INGLÊS................................................ 15 2. O CENÁRIO ATUAL DO ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA NAS 18 ESCOLAS PÚBLICAS....................................................................................... 3. A PROPOSTA DOS PCNs............................................................................ 26 4. METODOLOGIA............................................................................................ 33 4.1- COLETA DE DADOS.................................................................................. 33 4.2- ANÁLISE DOS DADOS.............................................................................. 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 52 ANEXOS............................................................................................................ 54 INTRODUÇÃO No Brasil imperial os alunos estudavam no mínimo quatro línguas no ensino secundário, esse número aumentava quando a língua italiana era inserida no currículo. Com a Nova república a carga horária do ensino de língua estrangeira foi reduzido. O ensino grego foi exclusividade nas escolas, mas existia a opção de escolha para os alunos, entre uma ou mais. Quando em 1930 foi criado o ministério da educação, estabeleceram-se algumas mudanças no ensino. Uma dessas mudanças foi no ensino da língua estrangeira. A língua será ensinada no cotidiano, incentivando assim a comunicação oral durante todas as aulas, mas o que interessava durante esse período era somente o ensino das línguas modernas (Frances, inglês, espanhol e outras). Em 1942 a reforma Capanema trouxe um grande beneficio para o ensino de línguas, apesar de ter sido considerada fascista pelo seu teor nacionalista, foi essa que deu mais importância para as línguas estrangeiras, principalmente no âmbito metodológico de ensino. Em 1961, foi criada a Lei de diretrizes e bases (LDB), que delegou as decisões do ensino da língua estrangeira para os conselhos estaduais de educação. O latim saiu do currículo escolar, o Francês teve sua carga horária reduzida e o inglês permaneceu como disciplina. Uma nova LDB é promulgada em 1971 e reduz a carga horária da língua inglesa para dar espaço a habilitação de cursos profissionalizantes. Já em 1996, é criada uma nova LDB, essa por sua vez deixa bem clara a necessidade da língua estrangeira no ensino fundamental: Em seguida foram instituídos os Parâmetros Curriculares Nacionais, que auxiliam e orientam para o ensino de diversas disciplinas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam procedimentos didáticos para o desenvolvimento de competências da língua estrangeira, dentre eles estão: a compreensão escrita e oral, a leitura e a produção escrita e oral. Todos esses fatores a serem desenvolvidos pelo professor de língua são acompanhados de sugestões, atividades e metodologias de ensino. A língua inglesa atualmente esta no nosso cotidiano, e os jovens são os principais alvos dessa situação. A rede pública fornece esse contato muito tardio e conseqüentemente prejudica a aprendizagem ao longo da sua vida escolar. Devido à globalização dominar pelo menos o básico da língua inglesa é um fator importante para facilitar a inserção do individuo na nova sociedade que se forma. Apesar dos Parâmetros Curriculares Nacionais trazerem propostas de melhorias para o ensino, muitos professores desconhecem essas orientações ou muitas vezes não as aplicam em sala de aula. Inúmeras dificuldades pode-se destacar particularmente as dificuldades quanto a oralidade que são um dos aspectos mais preocupantes para os estudiosos, que pesquisam sobre os problemas de ensino da língua inglesa no nosso país. Essa pesquisa contribuirá diretamente para os professores de língua inglesa, pois apontará as principais dificuldades de seus alunos, facilitando assim o caminho para encontrar melhorias no ensino da língua estrangeira. Esse foi um dos principais motivos que nos despertou para a presente pesquisa, a descoberta dos principais problemas enfrentados no ensino e aprendizagem de língua inglesa na escola pública. São muitas as hipóteses que podem ser atribuídas às dificuldades de ensino de outro idioma nas escolas públicas, uma delas pode ocorrer devido à preocupante falta de material didático, principalmente o livro específico da disciplina. Sabemos que o acompanhamento de textos e gravuras é muito importante para que o aluno possa assimilar com mais facilidade o conteúdo trabalhado. A pesquisa bibliográfica foi enriquecida por obras de vários autores, dentre eles: Almeida Filho (2002); PCNs (1998-2006); Costa (2001); Freire (1996-2005); Lei e Diretrizes (1996); Ortiz (1997), nas quais os subsídios necessários para sua construção tornaram-se possíveis. Segue uma analise sobre as dificuldades encontradas na rede pública de ensino principalmente no Colégio Carlina Barbosa Deus. O presente trabalho apresenta-se em quatro capítulos, o primeiro retrata a história da inclusão da língua inglesa no currículo das escolas, tendo sua origem e fundamentação da língua inglesa nas escolas. No segundo capítulo apresenta-se uma reflexão em torno do ato do cenário atual do ensino de língua estrangeira nas escolas públicas. No terceiro capítulo, seguem as propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais, mostrando a importância desse documento para a elaboração de propostas de ensino da língua inglesa e como métodos para que o professor desenvolva melhor suas práticas pedagógicas e que o aluno seja mais participativo nas aulas. E no quarto capítulo análise de dois questionários elaborados para verificar as dificuldades encontradas na rede pública de ensino na língua inglesa, um com os alunos da 6ª série”D” do matutino e outro com dois professores do colégio Carlina Barbosa de Deus. 1 A HISTÓRIA DA INCLUSÃO DA LÍNGUA INGLESA NO CURRÍCULO DAS ESCOLAS BRASILEIRAS Há décadas, vivemos em um mundo globalizado, no qual grande parte das sociedades entra em contato com as mais diversas culturas. Esse contato nos aproxima dos costumes, dos hábitos, das artes, e principalmente das línguas de outras nações. Surge então, a necessidade de aprender alguma língua estrangeira. Assim como nos séculos passados, quando o latim tinha grande importância para a formação educativa das pessoas, por ser uma língua ainda utilizada nas obras dos grandes escritores clássicos, a língua estrangeira ganha espaço no cenário mundial com o desenvolvimento da tecnologia, mais precisamente a invenção do avião, que intensificou o turismo em vários países do mundo, e a Segunda Guerra Mundial, outro acontecimento que motivou para o ensino de línguas estrangeiras. O mundo muda e consequentemente o currículo escolar acompanha essa mudança. Reconhecendo a inegável influência da língua inglesa na cultura brasileira, nosso sistema educacional inclui no projeto pedagógico o ensino dessa língua. De acordo co Nair Guimarães (2005), apud Oliveira (2009, p. 25): O ensino de inglês figura nos currículos escolares no Brasil desde o começo do século XIX. Isso não nos surpreende, já que, em 1808, os portos brasileiros foram abertos ao comércio exterior. Entenda-se “comércio exterior” como “comércio com a Inglaterra”. O mercantilismo britânico criava nas colônias e nas nações que negociavam com a Inglaterra a necessidade de aprender inglês. O ensino formal da língua inglesa no Brasil teve início com o decreto de 22 de junho de 1809, assinado pelo príncipe Regente de Portugal, que mandou criar uma escola de língua francesa e outra de língua inglesa. Até então, o grego e o latim eram as línguas estrangeiras ensinadas na escola. E com isso, até hoje a língua inglesa permanece no currículo da educação pública. A fundação do Colégio D. Pedro II em 1837 teve um papel muito importante neste processo, que foi bastante lento, pois o ensino de inglês e francês durante o império sofria de um grave problema: a falta de uma metodologia adequada. Segundo Oliveira (2009, p.26): No século XIX, as aulas de inglês baseavam-se em atividades de leitura e de tradução de textos literários, indicando a presença do método de gramática-tradução. É interessante notar a distância entre função a que o método de gramática-tradução se prestava e o objetivo de quem estudava inglês no Brasil, na primeira metade do século XIX. A função do ensino de inglês daquela época estava voltada em capacitar os estudantes a se comunicarem oralmente e por escrito, pois necessitava preparar indivíduos para negociações travadas entre comerciantes ingleses e brasileiros. Porém, o método de gramática-tradução não contribuía para o real objetivo do ensino da língua inglesa. Reformas no âmbito educacional foram promovidas pelo ministro Benjamim Constant após a proclamação da República em 1889. Essas reformas tinham por objetivo modificar todo o sistema educacional do país, em todos os graus de ensino. Elas também afetaram o ensino de línguas estrangeiras no Colégio Pedro II, então chamado Ginásio Nacional, na medida em que o inglês, o alemão e o italiano foram excluídos no currículo obrigatório, assim como o estudo de literaturas estrangeiras. O ensino de inglês no Brasil teve um grande impulso na década de 1930, graças às tensões mundiais que acabaram por culminar na Segunda Guerra Mundial. Oliveira (2009, p.24) ressalta que: Entretanto, foi na segunda Guerra Mundial que tornou essa necessidade mais premente. O conflito bélico envolveu muitos países, o que fez o governo e os órgãos militares dos Estados Unidos perceberem a importância estratégica de se aprender as línguas faladas nos países envolvidos na guerra. Em 1930 foi criado o Ministério de Educação e Saúde Pública e em 1931 houve a reforma de Francisco de Campos, que introduziu mudanças não somente no conteúdo, mas principalmente quanto à metodologia do ensino de línguas estrangeiras. Esta reforma aumentou de modo indireto, a ênfase dada às línguas modernas em função da diminuição da carga horária do latim. Em 1942, durante o governo de Getúlio Vargas, o atual Ministro da educação e Saúde, Gustavo Capanema, promoveu mais algumas transformações no cenário educacional brasileiro, tais mudanças levaram o nome do próprio ministro, ficou conhecida então como Reforma Capanema. Essa reforma além de favorecer mudanças no que diz respeito ao ensino secundário apresentou grandes mudanças para o ensino de línguas estrangeiras no Brasil. A respeito da Reforma Capanema, Moura (2008, p. 254) afirma que: É considerada como a reforma que mais importância deu ao ensino de língua estrangeira. É uma pena que, apesar de adotar os princípios do Método Direto no papel, mesmo com atraso de 30 anos em relação à Europa, essa adoção não conseguiu se realizar de fato nas escolas, devido ao ranço de tradicionalismo que impregnava (e hoje não é diferente) os professores e todo o sistema educacional. A Reforma Capanema dividiu nos anos escolares em dois ciclos, o 1º ciclo de quatro anos de duração (ginasial) destacava o estudo de línguas clássicas e modernas, o 2º ciclo de três anos (clássico ou científico) com ênfase maior no estudo das ciências. Segundo o Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada, da Universidade de Brasília (2008, nº 04): É inegável que a Reforma Capanema apresentou o que de mais avançado havia para o ensino de línguas da época no Brasil, preocupando-se com a questão metodológica, recomendando o uso do método direto e enfatizando que o ensino de línguas (principalmente o francês e o inglês) deveria servir não só para objetivos instrumentais (compreender, falar, ler e escrever), mas também, um ensino pronunciamente prático. Um dos motivos que levaram o Ministro Gustavo Capanema, dentro da Reforma, dar maior atenção para o ensino de idiomas foi o surgimento de intensa imigração estrangeira, além da questão econômica, pois o governo federal tinha problemas financeiros para manter as escolas primárias espalhadas pelo país. Além da preocupação com a metodologia a ser aplicada no ensino de língua estrangeira, a Reforma Capanema volta o olhar para a carga horária desse ensino. Foram atribuídas trinta horas semanais para o ensino de idiomas, sendo o latim com oito aulas semanais, o francês com treze, o inglês com doze e o espanhol com duas horas semanais. Se compararmos o tempo destinado ao ensino de língua estrangeira nos dias atuais, veremos que ao longo da história, o sistema educacional brasileiro, não vem se importando tanto quanto deveria em relação ao ensino de outros idiomas. A prática pedagógica também foi outro fator levado em consideração na Reforma Capanema, de acordo com Leffa (2008, p. 9): O vocabulário seria escolhido pelo critério de frequência ; a leitura deveria iniciar-se por manuais ( de preferência ilustrados) dentro e fora da sala de aula, começando com „histórias fáceis‟ e progredindo até a leitura de obras literárias completas; os recursos de audiovisuais, desde giz coloridos, ilustrações e objetos até discos gravados e filmes amplamente recomendados. Mesmo com várias mudanças estabelecidas pela Reforma Capanema, a aplicação dessas medidas ficou bem distante da realidade brasileira, principalmente no que diz respeito à metodologia proposta, baseada ainda no método direto, muitos professores não aplicaram em sala de aula. Se todos nós fizermos uma comparação entre a Reforma Capanema de 1942 e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1961, veremos que a “época de ouro”, como diz Leffa (2008), do ensino de línguas estava no fim, pois na década de 40, nossos alunos estudavam quatro línguas – francês, inglês, espanhol e latim e quando terminavam o ensino médio dominavam pelo menos um desses idiomas. A LDB de 1961 ignorou a importância do ensino de línguas estrangeiras ao deixar de incluí-las entre as disciplinas obrigatórias: Português, Matemática, Geografia, História e Ciências. Foi deixado para os Conselhos Estaduais decidirem sobre o ensino de línguas. Desde então, só cresceu a opção pelo inglês e, nos últimos trinta anos, observa-se uma explosão de cursos particulares de inglês, com o aumento da opinião em massa de que, não se aprende língua estrangeira nas escolas regulares. Então, é nesse ponto que se encontra a grande diferença entre a Reforma de 1942 e a Lei de Diretrizes e Bases de 1961. Em 1968 ocorreu uma reforma curricular no que dizia respeito ao ensino da Língua Inglesa. O objetivo da reforma era consolidar a presença do método de gramáticatradução, ao destacar as aulas de inglês na literatura, na tradução de textos literários e na análise sintática. Ao longo dos anos foi excluído o ensino da literatura inglesa, e as escolas passaram a se preocupar mais em desenvolver a oralidade e a escrita. Vimos que a história da língua inglesa no currículo escolar brasileiro tinha a função de capacitar pessoas para lidarem com a economia, que mantinha relações com outros países. Mas, como hoje vivemos numa época marcada pela globalização o foco principal da língua inglesa, tomou outro rumo. Nesse novo contexto social, a preocupação do ensino da língua está centrada em formar um individuo capaz de ler, escrever, ouvir e falar em língua inglesa. Após a implantação do ensino de língua inglesa no currículo educacional brasileiro, buscou-se então melhorias nos métodos e nos objetivos a serem alcançados pelo ensino da mesma. Leis, diretrizes e parâmetros estabelecem normas e medidas a serem aplicadas na educação. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases de nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, capítulo II, título VI, § 5º, afirma que: Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição. Essa liberdade de escolha para o ensino da língua estrangeira, favorece para que as comunidades que foram formadas por imigrantes, possam conhecer a língua de seus antepassados, por exemplo, o estado do Rio Grande do Sul, tem um grande número de descendentes alemães, ensinar aos jovens a língua alemã, os deixará mais próximos de sua história e de suas raízes culturais, sem falar que isso os motivará para a aprendizagem da língua. Porém, esse mais novo objetivo não vem sendo posto em prática pelas nossas escolas públicas. Pois estas apresentam vários problemas que interferem no processo de desenvolvimento das habilidades de leitura, fala e escrita. Veremos no próximo capítulo, como o ensino da língua inglesa vem acontecendo na rede regular de ensino, e quais os principais obstáculos enfrentados pelos professores e alunos. O que devemos fazer para que os nossos alunos passem a se interessar no ensino de língua inglesa, é estar sempre destacando a importância da aprendizagem desta para o mundo atual, e enfatizar o quanto ela é importante para o dia-a-dia e para as escolhas profissionais. 1.1 A IMPORTÂNCIA DE APRENDER INGLÊS Muitos de nossos alunos enxergam a língua inglesa como apenas mais uma disciplina do currículo, não conseguem entender a finalidade de seu ensino e muito menos sua importância. Os alunos que tem consciência da importância da língua inglesa, muitas vezes a tratam com desprezo e indiferença, o que causa em grande parte nas salas de aula a indisciplina do aluno. Pra que isso não aconteça, é preciso que o professor saiba destacar o objetivo de suas aulas de inglês. Segundo Jorge (2009, p.162): Um dos pilares da elaboração de qualquer proposta de ensino de inglês em escolas está na compreensão dos objetivos de seu ensino. A língua estrangeira é um componente essencial para a educação básica dos brasileiros e precisa ser considerada como uma área de conhecimento tão importante quanto outra qualquer. A autora acima defende a importância da língua inglesa no currículo escolar não somente pelo seu uso prático para a aquisição de um emprego, viagem para o exterior ou para os concursos de vestibulares, ela acredita que a aprendizagem de uma língua estrangeira pode propiciar e potencializar as possibilidades educativas do indivíduo. De acordo com Jorge (2009, p.163): O caráter educativo do ensino de uma Língua estrangeira está nas possibilidades que o aluno pode ter de se tornar mais consciente da diversidade que constitui o mundo. As múltiplas possibilidades de ser diferente, seja pela cultura, seja pelas identidades individuais, podem fazer com que o indivíduo se torne mais consciente de si próprio, em relação a seu contexto local e ao contexto global. Como podemos observar o objetivo de aprender a língua inglesa, ou qualquer outra língua estrangeira, vai além dos interesses pessoais. Aprendê-la é facilitar a comunicação no mundo globalizado. Pois, a língua inglesa nessas últimas décadas vem adquirindo o status de língua internacional, falada por várias pessoas em diferentes países. O que vem tornando mais difícil essa compreensão de que o ensino de inglês na atualidade é realmente importante para a nossa formação, é a forma como ele vem sendo ensinado nas nossas escolas. Muitos professores ainda continuam ensinando língua estrangeira apenas através da gramática e do vocabulário, as atividades em sala de aula são voltadas somente para as traduções e memorização. Quase nunca se trabalha as características culturais da língua. Se precisamos deixar claro a importância do estudo da língua estrangeira, é necessário que nos preocupemos com a comunicação e vários outros aspectos relacionados á ela. Jorge (2009, p.164), define os principais e mais importantes objetivos que devem ser alcançados com o ensino da língua, dentre eles destaca-se: Refletir sobre a língua e cultura materna; Aprender sobre a diversidade cultural que existe no mundo e no seu próprio país; Pensar no que significa ser jovem, criança, adulto em outras partes do mundo; Compreender as diferenças culturais como parte da riqueza da diversidade humana; Conhecer literatura de várias partes do mundo, assim como outras formas de expressão artísticas etc. Aprender a língua e conhecer seus aspectos culturais e históricos fará com que o aluno entre no mundo de outras nações, e desperte o desejo de descobrir sempre mais a respeito do que está sendo estudado. Tentar motivar os alunos em aprender a língua inglesa, é um ótimo passo para que o professor consiga ter êxito no processo de ensino. Destacar a importância desta língua para a nossa formação nos ajudará a acabar com a resistência e o desinteresse que vemos nas escolas públicas em relação ao estudo da língua inglesa. Mais adiante, veremos como o ensino da língua estrangeira vem acontecendo nas escolas públicas atualmente, e saberemos se os objetivos do ensino dessa língua vêm sendo cumpridos nas práticas pedagógicas dos professores da rede regular de ensino. 2- O CENÁRIO ATUAL DO ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA NAS ESCOLAS PÚBLICAS A importância de aprender a língua inglesa, atualmente é uma realidade inegável. As mudanças mundiais e o mundo cada vez mais globalizado exigem de nossas escolas uma postura diferente diante do ensino de língua inglesa. Veremos neste capítulo, a forma como a língua estrangeira, no nosso caso a língua inglesa, está sendo lecionada na rede pública de ensino. Segundo Holden (2009, p.15): Hoje, porém, em função de o inglês estar tão amplamente disponível na internet e pelo fato de seu uso ter se tornado uma realidade – e até mesmo uma exigência – para tantas pessoas, é muito mais fácil ver a conexão entre o que é realizado em sala de aula e o uso do idioma no mundo lá fora. A língua inglesa está totalmente presente no nosso cotidiano, portanto, o ensino desta deve ser levado a sério. Incluí-la no currículo escolar, faz com que o indivíduo consiga enxergar a importância de aprendizagem de uma segunda língua e passe a valorizá-la na sala de aula. O fato da Lei nº 9.394/96 tornar obrigatório o ensino de pelo menos uma língua estrangeira no currículo escolar favoreceu em alguns aspectos, mas não resolveu por completo os reais problemas do ensino desta. Pois, ainda são muitas as pessoas que preservam a ideia que, só se aprende outra língua em escolas especializadas. Além, desse leigo engano, outros fatores influenciam para que o ensino de língua estrangeira nos dias de hoje, se torne cada vez mais obsoleto. O Ministério da Educação e do Desporto – MEC, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p.23), faz uma síntese sobre a atual situação do ensino de língua no Brasil: A primeira observação a ser feita é que o ensino de Língua Estrangeira não é visto como elemento importante na formação do aluno, como um direito que lhe deve ser assegurado. Ao contrário, frequentemente, essa disciplina não tem lugar privilegiado no currículo, sendo ministrada, em algumas regiões, em apenas uma ou duas séries do ensino fundamental. Em outras, tem o status de simples atividade, sem caráter de promoção ou reprovação. Em alguns estados, ainda, a Língua Estrangeira é colocada fora da grade curricular, em Centros de Línguas, fora do horário regular e fora da escola. Fora, portanto, do contexto da educação global do aluno. Ou seja, se a própria escola não der a devida importância e valor para o ensino de língua estrangeira, os alunos jamais a verão como uma disciplina relevante para a sua formação e consequentemente desprezarão o conhecimento da mesma. Em nenhum momento o inglês causará curiosidade e vontade de aprender, pois os alunos sempre estarão mais preocupados com as outras disciplinas do currículo. Porém, de acordo com Holden (2009, p.17): Hoje, os alunos em geral estão muito mais conscientes da importância de aprender inglês. Estão conscientes de que o inglês coexiste com o português em muitos aspectos da vida cotidiana deles e de como precisarão usá-lo no futuro, seja nos estudos, no trabalho ou nas demais situações. Estes alunos que valorizam o ensino da língua inglesa, não esperam muita coisa das escolas públicas. Em vários casos, por interesse ou vontade da família, buscam cursos especializados, para que possam dominar a língua nas quatro habilidades, pois sabem que a escola pública ainda deixa muito a desejar em relação ao ensino da mesma. A descrença em relação à aprendizagem de língua estrangeira nas escolas públicas ocorre devido a alguns descasos com o ensino dessa disciplina. Dentre um deles, podemos citar a não distribuição gratuita de livros didáticos. Implicitamente, os órgãos educacionais públicos desprezam o ensino da língua estrangeira, pois oferecem gratuitamente livros para todas as disciplinas, exceto para a língua inglesa, isso só aumenta o sentimento de desinteresse dos alunos com a mesma. Holden (2009, p.28) destaca a importância do uso do livro didático, para o ensino de língua inglesa: Normalmente o livro didático é o item central do material de ensino e aprendizagem. Isso não significa que você não possa ensinar bem sem ele, ou que seus alunos não irão aprender. Porém, um bom livro didático equipa você com uma estrutura bem concebida para o ensino, e seus alunos com uma referência permanente que é muito mais satisfatória e duradoura do que textos e exercícios fotocopiados. Diante da falta de livro didático para o ensino de inglês, o professor tem apenas uma solução, buscar estratégias para proporcionar aos alunos materiais que os auxiliem durante as aulas. Muitas vezes, o material usado por ele são cópias, e que ao fim das aulas, por serem folhas avulsas, acabam parando nas lixeiras. Há outro fator que impede o sucesso do processo de ensino aprendizagem nas escolas públicas da atualidade, a metodologia adotada. O estudo da língua inglesa na escola pública, geralmente não passa de normas gramaticais e de exercícios que só servem para decorar regras. Essa forma de ensino, além de cansativa e monótona, nada contribui para uma aprendizagem eficiente da língua. Jorge (2009, p.164) afirma que: Muitos professores (de LE ou não) pensam que ensinar uma língua significa apenas ensinar gramática e seu vocabulário. A aprendizagem na escola frequentemente é voltada para tradução e memorização, para o desenvolvimento da competência linguística. Raramente existe a preocupação com a comunicação (apesar de o cenário atual estar muito mais interessante do que era há uns anos atrás). Vimos, anteriormente, que o ensino de língua estrangeira por muito tempo só ocorria de forma memorizada buscando a tradução, mas isso mudou. Atualmente, a necessidade de comunicação e de dominar fluentemente a língua se tornou muito importante para o ingresso no mercado de trabalho e para várias outras situações. Por esse motivo, o professor deve ter a consciência que ensinar uma nova língua não se restringe somente ao conhecimento gramatical e de vocabulário. Assim, de acordo com o mesmo autor, Jorge (2009, p.164): [...] Ensinar uma língua é muito mais complexo que isso. Saber a gramática e vocabulário é muito importante para aprender a se comunicar na língua estrangeira. No entanto, precisamos pensar que, mesmo sem perceber, quando ensinamos uma língua estrangeira estamos ensinando muitos outros aspectos relacionados a ela, tal como a cultura de um país, maneiras de representar um povo etc.. É preciso que se repense a forma atual de ensino. Ensinar inglês na escola pública, em certos casos significa adotar apenas o material e o conteúdo, o resto nada mais importa, pois na verdade os professores brasileiros da rede pública estão sempre sobrecarregados com muitas aulas e não sobra tempo para planejar e pesquisar outras fontes, para melhoria dos seus conhecimentos e dos alunos. Ensinar inglês não é uma tarefa fácil, todo o professor que leciona esta disciplina precisa estar preparado para os desafios. Algo que não vem ocorrendo no cenário atual de ensino da língua inglesa. A formação do professor de língua estrangeira nos cursos superiores não consegue preparar os alunos para atuar em sala de aula. Os futuros profissionais deveriam estar capacitados para falar, ler e escrever a língua de forma fluente e segura, mas essa não é nossa realidade. Alguns cursos de formação de professores de língua estrangeira têm a duração de três a quatro anos, tempo esse que não é o suficiente para prepará-los para dominar a língua. Alguns desses profissionais ao fim do curso, não buscam aperfeiçoamento e assim ficam estacionados do tempo. Sem fazer novas especializações, tornam-se professores com práticas pedagógicas totalmente desinteressantes e fora da realidade de seus alunos. Segundo Scheryerl (2009, p.130): É necessário que o professor não seja um mero reprodutor das lições ditadas por materiais didáticos elaborados por editoras que ignoram o contexto real de ensino, nem seja apenas um cumpridor de programas ou currículos, mas contribua para a transformação do mundo social dos seus alunos. O futuro professor de língua inglesa, ao fim do curso, deverá ter domínio da língua que irá lecionar e conhecer meios, para tornar a língua estrangeira mais próxima do mundo de seus alunos. Assim, ele estará contribuindo para um ensino preocupado mais com a qualidade, do que com a quantidade de conteúdos. Almeida Filho (2002, p-44), afirma que: Na ausência de massa critica dentre o professorado de línguas, a dependência do livro didático e suas receitas se torna maior, e daí, na eventualidade quase certa de equívocos de pressupostos, objetivos, conteúdos e metodologia de material comprado, o processo e o produto do ensino nas escolas resultarão pobres e desestimuladores. A superação dos problemas deve partir dos professores, não dizendo que a falta de recursos não influencia esses problemas, pois é de grande importância um material, já que a ausência de bons equipamentos favorece o desinteresse dos alunos em relação à aula. Um professor criativo é capaz de superar muitas adversidades. Para Holden (2009, p.32): Para muitos jovens, a aula de inglês ainda é o principal lugar para utilizar o idioma e, assim, os tipos de atividades realizadas é muito importante. Essas atividades precisam ser interessantes e agradáveis em primeiro lugar, o fato de serem realizadas em inglês é secundário, uma vez que não existe a necessidade de aprender um idioma estrangeiro. A oralidade nas salas de aula de escola pública não é eficaz, nem sempre é possível a compreensão por existir o problema no conhecimento da língua. Outro grande problema que não pode ser esquecido é a super lotação de alunos nas classes e a inquietação dos mesmos. A interação do aluno com a nova língua deve ocorrer de forma constante, através de diálogos entre outras atividades, no momento que as escolas públicas têm um número elevado de alunos por sala, isso dificulta totalmente as atividades a serem aplicadas. Atualmente, a demanda de alunos tanto no ensino fundamental, quanto no ensino médio é maior que a quantidade de escolas públicas disponíveis, problema que ocorre em todo o país e que justifica as salas de aula super lotadas. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, a leitura também é um fator fundamental na aprendizagem da língua estrangeira, porque ajuda no desenvolvimento de formação do aluno. “A leitura tem função primordial na escola e aprender a ler em outra língua pode colaborar no desempenho do aluno como leitor em sua língua materna.” (PCN, 1998, p- 20): São poucos os professores que utilizam textos em sala de aula. As estratégias de leitura não devem ser usadas simplesmente como um método didático a ser seguido, mas como uma maneira de lutar para melhoria desses métodos de ensino e uma maneira para que a escola assuma suas responsabilidades sociais. Os autores dos PCN de língua estrangeira julgam o foco na leitura como o mais adequado, pois "(...) a leitura atende, por um lado, às necessidades da educação formal, e, por outro, é a habilidade que o aluno pode usar em seu contexto social imediato". (PCN, 1998, p-20). Muitos educadores não estão aptos a lecionar a disciplina por vários motivos como: a dificuldade de oralizar a língua, pois não é só gramática, mas tem que utilizar a oralidade, e quando o profissional não é qualificado, ele apenas transmite conteúdos de forma tradicional e mecânica. Segundo Freire (2005, p. 66 ): Em lugar de comunicar-se, o educador faz “comunicados” e depósitos que os educandos, meras incidências, recebem pacientemente memorizam e repetem. Eis aí a concepção “bancária” da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los. Como já vimos a falta de livro didático específico e a formação do professor contribui para deixar, atualmente, o ensino de língua inglesa com muitos problemas. E sem contar que é uma disciplina que possui uma carga horária pequena, isso também prejudica no aprendizado da mesma, pois com poucas aulas o professor tem dificuldades de aplicar atividades diferentes e estar em contato constante com a nova língua. Schmitz (2009, p.14) afirma que: A carga horária nem sempre é favorável para a disciplina de língua estrangeira nas escolas publicas. O número de horas é pouco, e o tempo limitado não permite dar atenção igual a todas as habilidades. É por essa razão que os PCNs (Brasil, 1999) recomendam que a ênfase seja dada ao desenvolvimento da habilidade de leitura. A falta de interesse dos professores e dos alunos tornou a Língua Inglesa nas escolas públicas uma simples figurante do currículo escolar, ao invés de preparar o educando para ler, escrever e falar um novo idioma, as aulas acabaram por assumir uma aparência monótona e sem nenhuma função, pois as escolas apenas repassavam regras gramaticais sem se preocupar com o contexto, não valorizando os conteúdos necessários à formação do aluno. A escola pública, ao oferecer o ensino de Inglês, permite, teoricamente, a todos, o acesso a essa língua. Isso é o que deveria acontecer na realidade, mas infelizmente não é a prática mais comum dos nossos professores. Muitos transformam o inglês como uma disciplina que contém regras a serem seguidas e repetidas, para que ao fim do ano letivo se consiga alcançar a aprovação. Segundo Ortiz (2007, p-10): Na escola pública, falta tudo. O cenário é de malogro: lugar de alunos que não aprendem, de professores que não sabem a língua que ensinam de pais que não se preocupam com a educação dos filhos e de metodologias que não funcionam. Nela, o ensino de inglês é uma história de faz de conta, encenada por professores invisíveis. Segundo os PCN (1998), a Língua Inglesa tem como conteúdo estruturante o discurso enquanto prática social, sendo assim o professor deverá embasar as práticas de leitura, oralidade e escrita nos mais diversos gêneros textuais, verbais e não-verbais. No que diz respeito à prática de oralidade, o professor deverá expor os alunos a textos orais e/ou escritos com o intuito de levá-los a expressar ideias em Língua Inglesa, mesmo que com limitações, e ainda possibilitar que exercitem sons e pronúncias desta língua. Com relação à escrita, deverão ser apresentadas atividades de produção de texto que assumam papel significativo para o aluno. Para que isso ocorra, o professor precisará esclarecer qual o objetivo da produção, para quem se escreve quais as situações reais de uso do gênero textual em questão, ou seja, qualquer produção deve ter sempre um objetivo claro, pré-determinado. Essas são algumas das muitas sugestões de prática do ensino de inglês elaboradas pelos PCN, que sugerem mudanças nas aulas dessa disciplina, porém o que falta para os atuais professores são: a formação qualificada e a iniciativa para utilizar as atividades e propostas que são explanadas ao longo do estudo dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Mais adiante, conheceremos as propostas e sugestões de ensino dos PCNs de Língua Estrangeira e veremos o quanto esse documento público busca melhorias para o ensino de melhor qualidade. Mesmo conhecendo os atuais problemas do ensino de língua inglesa, nas escolas públicas de todo o país, os PCNs atenta para as soluções mais viáveis. Segundo os Parâmetros (1998, p.24): Todas as propostas apontam para as circunstâncias difíceis em que se dá o ensino e aprendizagem de Língua Estrangeira: falta de materiais adequados, classes excessivamente numerosas, número reduzido de aulas por semana, tempo insuficiente dedicado à matéria no currículo e ausência de ações formativas contínuas junto ao corpo docente. Mesmo diante do quadro atual de ensino da língua estrangeira, nós futuros professores não devemos desanimar quando estivermos perante a realidade. Devemos sim, enfrentar esses problemas buscando aplicar a prática de ensino mais adequada para o cotidiano de nossos alunos, e transformar a língua estrangeira, antes vista como uma disciplina menos importante, em uma parte da educação escolar que leve o indivíduo a compreender o mundo através de uma nova língua. 3- A PROPOSTA DOS PCN Durante muito tempo, estudiosos e educadores brasileiros vêm se preocupando com a qualidade de ensino das escolas públicas do nosso país. Por isso, foram criadas leis e parâmetros para que possam auxiliar o professor na melhoria do processo de ensino. É com essa intenção que os Parâmetros Curriculares Nacionais, criado em 1998, aborda propostas que servem como referências para professores das mais variadas disciplinas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados para propiciar aos professores e demais membros do sistema educacional subsídios à elaboração do currículo e à construção do projeto pedagógico, eles foram divididos em Ensino Fundamental e Médio, e visam desenvolver a cidadania e a consciência crítica dos alunos, principalmente no que diz respeito à aprendizagem de uma língua estrangeira Segundo a Secretaria de Educação Fundamental (1998, p.15): A aprendizagem de Língua Estrangeira é uma possibilidade de aumentar a autopercepção do aluno como ser humano e como cidadão. Por esse motivo, ela deve centrar-se no engajamento discursivo do aprendiz, ou seja, em sua capacidade de se engajar e engajar outros no discurso de modo a poder agir no mundo social. Os PCN abordam o ensino de língua estrangeira, tendo como principal função o aspecto social. Sendo assim, destacam a cidadania, a consciência crítica em relação a linguagem e os aspectos sociopolíticos da aprendizagem dessa língua como os principais temas das propostas apresentadas. No intuito de despertar no aluno o interesse para a formação de um cidadão critico foram abordados nos Parâmetros Curriculares Nacionais um enfoque na questão dos temas transversais, como: ética, meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual e saúde. Tais temas não constituem disciplinas distintas, mas estão presentes em todos os campos do conhecimento, para facilitar o trabalho contínuo e integrado das diversas áreas do saber. A importância de se trabalhar os temas transversais, são destacadas nos PCN (1998, p.43): A aprendizagem de língua estrangeira oferece acesso a como são construídos os temas propostos como transversais em pratica discursivas de outras sociedades. É uma experiência de grande valor educacional, posto que fornece os meios para os aprendizes se distanciarem desses temas ao examiná-los por meio de discurso construídos em outros contextos sociais de modo a poderem pensar sobre eles criticamente, no meio social em que vivem. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira consistem em material que serve de suporte para melhorar o desempenho dos professores e dos alunos no ensino-aprendizagem da língua estrangeira. Têm como função primeira fornecer a base teórico-metodológica para que se forme uma nova visão de ensinoaprendizagem de língua estrangeira, tornando professores mais conscientes e autônomos. Desde sua elaboração, ele tem sido alvo de diversos estudos e publicações, sendo que sua implementação ainda sofre distorções e más interpretações por parte de professores que não estão completamente familiarizados com a sua proposta. Para que esse problema não ocorra, é necessário que os profissionais do ensino de línguas estrangeiras busquem aprimoramento e informações a respeito dos parâmetros. Além de uma leitura cuidadosa, é imprescindível que haja muita reflexão e sejam amplamente discutidos em grupos de profissionais em busca de aprimoramento e formação contínua. Uma das propostas dos PCN sobre o ensino de língua estrangeira é a de que o professor pode utilizar o conhecimento sistêmico, de mundo e organização textual que o aluno já tem, para facilitar o processo de ensino aprendizagem de outra língua. Ao aproveitar todo o conhecimento prévio do aluno, o professor propiciará para que ele tenha uma consciência linguística sobre sua língua materna, e consequentemente facilitará a aprendizagem de uma segunda língua. Outra proposta importante destacada pelos PCN é sobre os procedimentos didáticos, para o desenvolvimento das habilidades comunicativas. E antes de apontar algumas atividades que podem fazer a diferença para o ensino da língua inglesa, os PCN fazem menção de dois pontos importantes para o trabalho do professor: o impacto da tecnologia da informática na sociedade e no ensino e aprendizagem de língua estrangeira e a noção de tarefa. De acordo com os PCN (1998, p.87): Com relação ao impacto da tecnologia da informática, é necessário atentar para dois aspectos: o acesso às redes de informação possibilitado pelo conhecimento de língua estrangeira e os softwares disponíveis para o ensino de língua estrangeira. É inegável que aumenta cada vez mais a possibilidade de acesso às redes de informação do tipo Internet, como também as exigências do mundo do trabalho passam a incluir o domínio do uso dessas redes. O conhecimento de Língua Estrangeira é crucial para se poder participar ativamente dessa sociedade em que, tudo indica, a informatização passará a ter um papel cada vez maior. Vale ressaltar que os Parâmetros Curriculares Nacionais são diretrizes que se fazem presente para serem tomadas como um elemento direcionador e não como instrumento capaz de mudar tudo do dia para noite. É bem verdade que os PCN inovaram em muitos aspectos no que diz respeito aos procedimentos para com o ensino de línguas. Os PCN apresentam orientações pedagógicas que podem ser usadas pelo professor de língua inglesa, mas, deixam claro que são apenas propostas, sugestões, dicas, não devem ser entendidas com um roteiro de aula. Servem para que os professores reflitam e decidam sobre qual a didática mais adequada para a sua realidade. Os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Orientações Curriculares foram elaborados para ajudar os professores a ter uma nova visão sobre ensino/aprendizagem. A cerca de conteúdos e habilidades a serem desenvolvidas no ensino de Línguas Estrangeiras no Ensino Médio as Orientações Curriculares Nacionais afirmam que: “Este documento focaliza a leitura, a prática escrita e a comunicação oral contextualizadas”. (2006, p-87). Sendo assim, é preciso que professores pratiquem a leitura, a escrita e a comunicação oral dentro de um contexto, que faça parte do cotidiano do aluno, facilitando dessa maneira, a compreensão do conteúdo e tornando o aprendizado mais fácil e mais prazeroso. Os PCN estão ajudando os professores a pensarem em um ensino que não promova a repetição mecânica de estruturas gramaticais e sim um desenvolvimento linguístico comunicativo, transformando os alunos em cidadãos críticos. Em relação à compreensão escrita, os PCN defendem o uso constante de textos, dos mais variados gêneros. Segundo os Parâmetros (1998, p.91): Primeiramente, é necessário que o professor escolha o texto a ser usado para, a seguir, estabelecer um propósito para a leitura (o que pode ser feito em conjunto com a classe). Esse propósito definirá o nível de compreensão a ser alcançado, o que pode abarcar desde uma compreensão geral em relação ao que é tratado no texto, até a procura de uma informação específica, por exemplo, uma data, um nome etc. É útil pensar sobre o trabalho em fases que podem ser chamadas de pré-leitura, leitura e pós-leitura. A habilidade de escrita deve passar por essas três etapas, acima citada. A préleitura é “caracterizada pela sensibilização do aluno em relação aos possíveis significados a serem construídos na leitura com base na elaboração de hipóteses.” (1998, p.92) ou seja, aproveitar todo o conhecimento prévio do aluno, a partir do título, de gravuras ou de palavras contidas no texto. A leitura é a etapa principal da compreensão escrita, pois é durante ele que o aluno projeta o seu conhecimento de mundo e a organização textual nos elementos que formam o texto. Os PCN (1998, p.92), destaca que: “É importante também que o aluno aprenda a adivinhar o significado de palavras que não conhece, por meio de pistas contextuais, da mesma forma que é essencial que aprenda a desconsiderar a necessidade de conhecer todos os itens lexicais para ler”. Segundo a proposta de compreensão escrita, o processo de leitura ainda abrange uma terceira etapa, a pós-leitura. Nesta, o professor deve promover atividades que levem os alunos a refletir sobre o texto, expor suas reações e avaliar criticamente as ideias centrais. E durante todo esse processo de leitura é interessante que o professor inclua seus alunos na escolha dos textos a serem trabalhados. Os PCN também formularam orientações didáticas para o ensino da compreensão oral, formulado em fases com a compreensão escrita. Os Parâmetros lista algumas tarefas para o desenvolvimento dessa habilidade. Abaixo um tipo de atividade da fase de compreensão oral: Meta: desenvolver condições para que os alunos percebam as possibilidades diferentes de padrões entonacionais: pergunta, afirmação e exclamação. Atividade: preencher um quadro indicando quais falas de um diálogo gravado são perguntas, afirmativas ou exclamações. A produção escrita é outro aspecto que pode e seve ser utilizado pelo professor de língua inglesa em sala de aula. Mas, essa atividade deve estar apoiada a uma situação real, que compreenda um ato de comunicação, no qual estejam presentes elementos como: quem escreve, com que finalidade escreve e para quem se escreve. O professor deve estar preparado para incentivar à criatividade, promover trabalhos de grupo entre outra atividade que favoreça as interações na sala de aula. E para auxiliar nessa preparação, os PCN(1998, p.45) destaca sobre a importância de materiais que servem como apoio para consulta durante as produções textuais e até mesmo nas avaliações formais. Os materiais a serem utilizados como apoio tanto podem ser adquiridos dentre publicações disponíveis como ser elaborados pelo grupo de aprendizes e/ou pelo professor. A opção pelo material dependerá das atividades a serem desenvolvidas, de modo que a cada grupo pode corresponder um conjunto não exatamente igual ao de outro de mesmo nível, no que diz respeito aos conteúdos sobre o que se escreve e não propriamente a conhecimento sistêmico e organizações textuais. Não é apenas uma questão de ensinarmos a leitura, a escrita, a fala e a compreensão auditiva. Precisamos ir além das regras para que o aluno desenvolva, com autonomia, a capacidade de se comunicar nas mais diversas situações, fazendo uso das ferramentas que tem ao seu alcance. Portanto os Parâmetros Curriculares Nacionais são grandes colaboradores nas mudanças que têm ocorrido recentemente no ensino brasileiro, graças a eles muitos professores estão tentando rever suas metodologias e buscando seguir suas orientações em sala de aula. Mas ainda existe um grande número de professores que permanecem entrando em sala como se nada tivesse mudado no ensino público, ou seja, continuam sendo “gramatiqueiros”, não querendo tomar conhecimento das mudanças ocorridas. Isto é muito prejudicial para o educando que está ali procurando uma boa formação educacional. Por outro lado, não devemos descartar as inúmeras dificuldades existentes na parte estrutural das instituições de ensino, a falta de material didático e de laboratórios adequados nas escolas. Para desenvolver competências e habilidades é preciso, antes de tudo, trabalhar por resoluções dos problemas que afeta a educação brasileira e propor meios que mobilize o aluno e ter uma pedagogia ativa e cooperativa, voltada para toda a comunidade escolar. Os professores devem ter em mente que ensinar é conceber situações de aprendizagem que ajudem no desenvolvimento das competências e habilidades. E os Parâmetros Curriculares Nacionais servem como suporte na prática pedagógica dos professores de língua inglesa, entretanto de nada servirão caso a instituição de ensino também não contribua para este aprendizado. Esta contribuição institucional diz respeito à estrutura física (salas amplas, laboratório, sala de áudio e vídeo) material didático pedagógico adequado (Lousa, retroprojetor, TV, livros didáticos, dicionários, fitas, revistas, jornais etc.) e material humano qualificado para utilizar esses recursos tão importantes no aprendizado da língua, haja vista que é possível encontrar profissionais liberais que não tiveram sucesso em suas verdadeiras atividades e passaram a ministrar aulas de inglês, como uma forma de garantir um salário. O ensino de língua inglesa deve ser realizado por um profissional qualificado, da área de Letras, só assim ele conseguirá adequar o ensino de inglês a atual realidade brasileira. A insatisfação com o ensino da língua inglesa é algo que não se restringe apenas à rede pública, mas que também atinge a rede particular. Isto decorre dos fatores já mencionados anteriormente. Fatores estes que podem ser solucionados desde que haja um consenso dos educadores responsáveis por esta disciplina tão rica no aspecto social e cultural. 4- METODOLOGIA Segundo Lintz (2000), O estudo de caso é uma técnica de pesquisa cujo objetivo é o estudo de uma unidade que se analisa profunda e intensamente. No qual se reúne um maior número de informações detalhadas, por meio de diferentes técnicas de coleta de dados como: entrevistas, questionários, observações participante, entrevista em profundidade, levantamento de dados secundários, entre outros, com o objetivo de apreender a totalidade de uma situação. E para que esse estudo de caso ocorra é necessário contar com a permissão formal do responsável pela unidade de estudo. O estudo de caso foi conduzido inicialmente por uma pesquisa de campo realizada no Colégio Carlina Barbosa Deus com alunos da 6ª série da turma “D” no turno matutino, no qual foram apontadas a didática de ensino da língua estrangeira e os problemas enfrentados pelos alunos para a aprendizagem da mesma. Depois de ter observado a metodologia de cada professor, foi também pesquisada quais as principais dificuldades que os alunos enfrentam com a disciplina da língua inglesa. A pesquisa foi dividida em dois questionários, um voltado para o professor e o outro para o aluno, foi respondido por ambos. As respostas dos questionários serviram para analisar o atual quadro do ensino de língua inglesa em Paulo Afonso, especificamente no Colégio Carlina da 6ª série da turma “D” no turno matutino, junto aos embasamentos teóricos procuramos explicar os motivos que influenciam as dificuldades da fala e a escrita da mesma. 4.1- COLETA DE DADOS Segundo Ruiz (2002), após a pesquisa bibliográfica prévia, tem que cumprir determinadas técnicas que serão utilizadas na coleta de dados. A coleta de dados abordada nessa pesquisa foi a de questionário, qual o autor define que: Na técnica do questionário, o informante escreve ou responde por escrito a um elenco de questões cuidadosamente elaboradas. Tem vantagem de poder ser aplicada simultaneamente a um grande numero de informações; seu anonimato pode representar uma segunda vantagem muito apreciável sobre a entrevista. Deve apresentar todos os seus itens com maior clareza, de tal sorte que o informante possa responder com precisão, sem ambigüidade. As questões devem ser bem articuladas. (RUIZ, 2002, p-51-52). Foram elaborados dois questionários um para os alunos e outro para o professor de língua inglesa. O primeiro questionário continha cinco perguntas objetivas, relacionadas à aprendizagem de língua inglesa e foi respondido por 22 alunos da 6ª série”D” do Colégio Carlina Barbosa de Deus, do turno matutino com o intuito de mostrar dados referentes às dificuldades que os mesmos encontram em relação à disciplina da língua inglesa. E o segundo questionário foi respondido por dois professores de língua inglesa, constituído de seis questões, sendo estas três objetivas, das quais abordavam desde a formação do professor até as principais dificuldades enfrentadas por eles com o ensino de língua inglesa. 4.2 ANÁLISE DOS DADOS A partir dos dados coletados, iniciaremos a partir de agora a análise dos mesmos. O primeiro questionário a ser analisado, será o que foi respondido pelo grupo de alunos. Mais adiante, analisaremos as respostas obtidas pelos professores e ao fim do estudo faremos um paralelo, entre o resultado obtido pela pesquisa com os estudantes. A pergunta a seguir, refere-se ao gosto pela aprendizagem da língua inglesa. GRÁFICO 1 1- Você gosta de estudar inglês? Fonte: alunos da 6ª série, turma “D”turno matutino do Colégio Carlina Barbosa de Deus- Nov/2010 59% dos alunos responderam gostar da disciplina. E 45% responderam que não. Sendo assim, a língua inglesa ainda é uma disciplina que atrai o aluno, basta repensar em novos métodos para suprir as necessidades dos que dizem não gostar da língua inglesa. Na segunda pergunta foi pedido que eles respondessem o seguinte: GRÁFICO 2 Quais fatores dificultam mais seu aprendizado nas aulas de língua inglesa? Fonte: alunos da 6ª série, turma “D”turno matutino do Colégio Carlina Barbosa de Deus- Nov / 2010 Foram destacados três fatores que dificultam mais o aprendizado dos alunos. 48% responderam que o fator que dificulta seu aprendizado nas aulas de língua inglesa é a falta de material didático. 20% a pouca carga horária, 20% a quantidade de alunos e 12% a forma como o professor explica a aula. Como podemos ver, os alunos realmente sentem falta de usar material nas aulas de inglês, muitos acreditam que o uso de um livro didático tornaria as aulas mais prazerosas, e que mesmo sem um livro específico, se o professor ilustrasse suas aulas de outra forma, facilitaria o processo de aprendizagem. GRÁFICO 3 2- O (a) seu (sua) professor (a) utiliza texto em inglês para dar aulas? Fonte: alunos da 6ª série, turma “D”do turno matutino do Colégio Carlina Barbosa de Deus- Nov/2010 Como podemos analisar no gráfico acima, 91% dos alunos responderam que as vezes os professores utilizam textos em inglês nas suas aulas. 4,50%responderam que o professor nunca utiliza texto. Podemos ver que os textos em língua estrangeira, para o ensino da mesma ainda é pouco usado em sala de aula. O professor não possui um hábito frequente de utilizar textos. Segundo os PCN (1998), “a utilização de textos nas aulas de língua estrangeira, é imprescindível para o desenvolvimento da habilidade de leitura”. Portanto, se o professor não conseguir aplicar texto para seus alunos, ele de nada estará contribuindo para o desenvolvimento da leitura em outro idioma. Mais uma vez, podemos notar que os critérios de ensino, escolhido pelo professor, fará grande diferença no processo de aprendizagem de outra língua. 3- Quais atividades abaixo em sua opinião facilitariam seu aprendizado? GRÁFICO 01 Fonte: alunos da 6ª série, turma “D” do turno matutino do Colégio Carlina Barbosa de Deus-Nov/2010 Entre as opções destacadas: com textos, música, vídeos, atividades com jogos e conversação. 36% responderam que a música facilitaria seu aprendizado, 32% dos alunos citaram trabalhar com textos, 8% atividades com vídeos e atividades com conversação, 16% trabalhar com jogos. A pesquisa só nos confirma a importância que o aluno estabelece em relação ao ensino da língua e o uso do recurso musical. Mesmo sem ter a noção teórica sobre o valor que a música tem para o ensino de língua estrangeira, eles reconhecem que a aprendizagem se torna mais prazerosa e menos cansativa. Sem falar que, o professor estará trabalhando para o desenvolvimento das habilidades de compreensão auditiva (listening). Outra atividade que obteve um alto índice de aprovação foi o uso de textos em sala. Apesar de 91% dos professores, como vimos anteriormente, utilizarem esse recurso com pouca frequência, os alunos destacam como importante pra seu aprendizado. De acordo com os PCN (1998, p.45), “a utilização em sala de aula de tipos de textos diferentes, além de contribuir para o aumento do conhecimento intertextual do aluno, pode mostrar claramente que os textos são usados para propósitos diferentes na sociedade”. Além disso, facilita aproximar o aluno da cultura do país em questão, pois os textos de um determinado local são reflexos das visões de mundo, das ideias políticas e religiosas e principalmente dos princípios sociais e culturais de um povo. 4- Quais habilidades abaixo você consegue desenvolver bem? GRÁFICO 01 Fonte: alunos da 6ª série, turma “D” do turno matutino do Colégio Carlina Barbosa de Deus- Nov/2010 34% por cento responderam não ter habilidade de leitura. 47%por cento dos alunos responderam ter pouca habilidade de leitura. 19% por cento dos alunos responderam ter uma boa habilidade de leitura. O fato da leitura com textos em língua inglesa não ser algo muito trabalhado em sala de aula, reflete na realidade do ensino da mesma. 34% dos alunos não têm habilidade de leitura e tem grande dificuldade para ler durante as aulas, principalmente se o professor pedir para que estes leiam em voz alta. A porcentagem dos alunos que tem pouca habilidade de leitura, ou seja, os 47%, são aqueles que possuem deficiência na pronúncia do idioma. GRÁFICO 02 Fonte: alunos da 6ª série, turma “D” do Colégio Carlina Barbosa de Deus- Nov/2010 23% dominam a habilidade de ouvir bem. 64% responderam dominar pouco. 13% não conseguem dominar a habilidade de ouvir. O gráfico acima nos traz a realidade dos alunos em relação à habilidade da compreensão oral, esse fracasso provavelmente se deve ao fato da metodologia aplicada em sala de aula não ser adequada para o desenvolvimento de tal. Não utilizar recursos áudios-visuais em sala de aula, de nada contribuirá para habilidade de ouvir em língua inglesa. O professor deve ter essa consciência, de que será sua prática pedagógica que influenciará o desenvolvimento das habilidades necessárias para seu aluno aprender um segundo idioma. GRÁFICO 03 Fonte: alunos da 6ª série, turma “D” do turno matutino do Colégio Carlina Barbosa de Deus- Nov/2010 9% disseram que tem a habilidade de falar bem. 77% dominam pouco. Apenas algumas palavras. 14% dos alunos não conseguem falar nada em inglês. A grande maioria dos alunos, 77% domina pouca a habilidade de fala, maior parte das palavras que são conhecidas dos alunos, são aquelas vistas no cotidiano. O professor não tem o hábito de incentivar a pronúncia, ele não propicia atividades que façam com que os alunos respondam ou dialoguem na língua, ele próprio fala pouco em língua inglesa, e isso favorece para que os estudantes conheçam poucas palavras. GRÁFICO 04 Escrever 0% não consegue escrever 60% escreve pouco 40% escreve bem Fonte: alunos da 6ª série, turma “D” do turno matutino do Colégio Carlina Barbosa de Deus- Nov/2010 40% disseram que dominam bem a habilidade de escrever. 60% dominam muito pouco. Apenas algumas palavras. 0% dos alunos não consegue escrever nada em inglês. Durante algumas observações nas aulas de língua inglesa, pudemos ver que a escrita é uma habilidade apenas trabalhada em cópias ou respostas curtas. Os 60% dos alunos que responderam que dominam bem essa habilidade, não conseguem construir descontextualizadas. um texto com coesão, somente palavras soltas, QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES 1- Qual a sua formação? Professor A: “Letras com habilitação em inglês e português”. Professor B: “Letras com habilitação em inglês e português”. Professor C: “Letras com habilitação em inglês e português”. 2- Há quanto tempo você leciona inglês? Professor A: há 10 anos. Professor B: leciono há dez anos. Professor C: há 15 anos. 3- Você gosta de lecionar esta disciplina? Professor A: sim. Professor B: sim. Professor C: muito. 4- Você usa texto em inglês para explicar a gramática de forma contextualizada? GRÁFICO 01 0% sempre usa 0% nunca usa 100% pouco usa Fonte: professores do colégio Carlina Barbosa de Deus-Nov/2010 Realmente, a utilização do texto em sala de aula é um recurso raramente usado pelos professores entrevistados. Estes preferem ensinar a língua de forma tradicional, conteúdo fora de um contexto, com frases soltas, isoladas. Todos os professores responderam que usam textos, muitos alegam a dificuldade que os alunos têm no momento que levam textos para a sala de aula, porém, se estes nunca forem usados, o ensino de língua inglês se bastará somente em meros conceitos gramaticais. 5- Qual o seu nível em relação às quatro habilidades? GRÁFICO 01 Ouvir 67% Dominam 33% Não Dominam Fonte: professores do colégio Carlina Barbosa de Deus-Nov/2010 67% responderam dominar a habilidade de ouvir. 33% responderam não dominar a habilidade de ouvir. Ouvir e compreender em outra língua são problemas encontrados pela metade dos professores de língua estrangeira, um dos principais motivos para essa deficiência, foi a falta de prática de listening ao longo do curso de sua formação e em sua docência. GRÁFICO 02 Fonte: professores do colégio Carlina Barbosa de Deus-Nov/2010 Quando nos remetemos à escrita, esta é totalmente dominada pelos professores, isso facilita para o desenvolvimento dessa habilidade no aluno, como vimos anteriormente nenhum aluno respondeu não conseguir escrever, mais da metade afirmou dominar um pouco a habilidade da escrita, ou seja, a formação do professor é uma grande aliada no processo aprendizagem de uma nova língua. GRÁFICO 03 Fonte: professores do colégio Carlina Barbosa de Deus-Nov/2010 O gráfico acima nos mostra que todos os professores entrevistados dominam a habilidade da fala. Mesmo tendo um total domínio sobre a mesma, não haverá muito incentivo para os alunos pronunciarem as palavras, se os professores não têm o hábito de usar a língua inglesa durante suas aulas. Somente dominar a língua não é o suficiente para que o ensino tenha êxito, é preciso trabalhar com mais frequência a produção oral. Mas, essa atividade deve estar associada ao objetivo de aprender de forma significativa. Segundo os PCNs (1998, p.105) “Tratase de buscar que os alunos percebam o papel que a produção oral em língua estrangeira tem no exercício das interações sociais”. Uma apresentação em sala de aula, ou até mesmo uma conversa informal que faça sentido para o aluno, o ajudará no desenvolvimento da fala, propiciará estímulos e o motivará para a aprendizagem. 6- Em sua opinião, qual ou quais os fatores que mais dificultam o processo de ensino e aprendizagem de língua inglesa nas escolas públicas? Professor A: A pouca carga horária dispensada à disciplina. Professor B: A falta de material didático, A quantidade de alunos na sala e a pouca importância dada a disciplina por parte dos alunos. Professor C: A falta de material didático; A pouca carga horária dispensada à disciplina; A quantidade de alunos na sala e a pouca importância dada a disciplina por parte dos alunos. Podemos perceber que, nas respostas dos professores em nenhum momento foi citado a metodologia aplicada, ou seja, os professores não pararam para avaliar como vem administrando suas aulas e se estas satisfazem as expectativas de seus alunos. Pondo assim, a culpa somente nas instituições. Isso é preocupante, pois no momento que o professor não revisa sua metodologia e sua capacidade de ensinar uma língua estrangeira, ele está contribuindo para que o ensino desta se torne cada vez mais complexo e não atinja seu real objetivo. Se em muitas etapas de nossa entrevista, alguns professores se mostraram mal preparados em algumas habilidades linguísticas, quer dizer que os problemas encontrados pelo processo de ensino aprendizagem da língua inglesa também é algo que parte dele mesmo. Através da pesquisa de campo desenvolvida no Colégio Carlina Barbosa de Deus, na 6ª série, na turma “D” do turno matutino obtivemos uma coleta de dados bastante significativa para este Trabalho, diante dessas observações em sala de aula, constatou-se que a metodologia de ensino utilizada na referida unidade, ainda encontra-se bem distante da realidade desejada por muitos professores e alunos. Educador e educando concordam com a importância da língua inglesa, por reconhecerem que este idioma é fundamental para a formação profissional do individuo como membro de uma sociedade em desenvolvimento. Entretanto, ambos reconhecem que algo deve ser feito para mudar a realidade do ensino de inglês nas escolas públicas. Concluímos que há a necessidade de repensar a prática de ensino da Língua Inglesa, colocando em prática as teorias aprendidas durante as aulas de metodologia de ensino. E que nós, como futuros profissionais, devemos estar atentos a realidade do ensino de língua inglesa, principalmente nas escolas públicas e buscar através de metodologias, estratégias diferentes de ensino para transformar essa realidade atual. CONSIDERAÇÕES FINAIS É importante que novos olhares sejam direcionados à disciplina de língua inglesa. Que seja possível aos professores dessa disciplina fazer um trabalho efetivo, organizado, que novos papéis sejam redirecionados, fazendo com que a disciplina língua inglesa na escola pública tenha sentido. Após toda a pesquisa bibliográfica e de campo é possível constatar que o ensino de língua inglesa nas escolas públicas vem sofrendo com várias dificuldades, as principais destas foram identificadas ao longo deste estudo. Pode-se até dizer que o ensino de língua estrangeira da rede pública atualmente enfrenta sérios problemas. Este estudo apontou a realidade desse ensino e analisou esses problemas enfrentados pelos professores e alunos. O educador, sabedor desse problema, tem de ter o cuidado de adequar seu conteúdo na forma mais justa possível para ambas às realidades sem que haja prejuízo do conteúdo ministrado. Também não se pode ignorar a falta de material didático pedagógico nas escolas, embora seja um problema de aspecto mais amplo, pois as políticas públicas atuais não fornecem para o ensino educacional público o livro didático de língua estrangeira. Durante o estudo, destacamos a importância do idioma para a formação do indivíduo nos dias atuais e apontamos os principais problemas enfrentados por alguns professores. Esperamos que os resultados desta pesquisa provem o quanto os alunos gostariam de realmente aprender este idioma, que é amplamente divulgado em nossa sociedade e que pode contribuir para o desenvolvimento social e cultural do educando. Com isso, podemos deixar bem claro que a maioria dos professores tem consciência de que seu lugar não é no centro da aula, e sim, mostrar meios para que o aluno tenha um bom aprendizado da língua inglesa. Nesse contexto, a aprendizagem de uma língua se traduz, portanto, na aquisição de habilidades para participar do processo da comunicação, e não apenas na aquisição de unidades separadas, isoladas, da língua. Sem dúvida, após a pesquisa pudemos ver que o ensino de língua inglesa necessita de muitas transformações, dentre elas o material didático e uma carga horária maior, pois enquanto não houver um novo olhar para o ensino da mesma nas escolas públicas de todo o país, nada irá mudar. Continuaremos a formar pessoas que enxergam a língua inglesa como apenas uma disciplina a mais no currículo escolar e não como deveria ser, formar pessoas capazes de interagir e utilizar um outro idioma no mundo globalizado. Concluímos que há a necessidade de repensar a prática de ensino da Língua Inglesa. As dificuldades existem e estão bem claras nas respostas tanto do professor quanto a dos alunos, mas um professor qualificado que busque alternativas para possibilitar aulas mais interessantes e atrativas pode mudar essa realidade e mostrar aos estudantes a importância em se aprender a Língua Inglesa, visto que a sua necessidade na comunicação mundial é muito grande. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de. “Ontem e hoje no ensino de línguas no Brasil”. In: STEVENS, Cristina Maria Teixeira; CUNHA, Maria Jandyra Cavalcanti (org.). Caminhos e colheita: ensino e pesquisa na área de inglês no Brasil. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 2002. BRASIL/MEC, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio. Brasília: 1998. __________, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio. Brasília: 2006. COSTA, Antonio Carlos Gomes. O professor como educador: Um resgate necessário e urgente - Salvador: Fundação Luiz Eduardo Magalhães, 2001. São Paulo. Saraiva. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 41ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. LEFFA, Uilson J. O ensino de línguas estrangeiras: o contexto nacional. Universidade Católica de Pelotas/ SP: Contexturas APLIESO, nº 4, 1999. LIMA, Diógenes Candido de. (org.). Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesaconversas com especialistas. Editora Parábola Editorial, 2009. São Paulo. LINTZ, Gilberto de Andrade Martins Alexandre. Guia para elaboração de monografias e trabalhos de conclusão de curso. Editora Atlas S.A. 2000, São Paulo. MARTINEZ, Pierre. Didática de Línguas Estrangeiras. Editora Parábola Editorial, 2009, São Paulo. ORTIZ, Renato. “Mundialização, cultura e política”. In: DOWBOR, Ladislau; IANNI, Octavio; RESENDE, Paulo-Edgar A. (org.). Desafios da globalização. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. RUIZ, João Álvaro. Metodologia cientifica- Guia para eficiência mos estudos. 5ª edição, Editora Atlas, São Paulo. 2002. ANEXOS QUESTIONÁRIO PARA O ALUNO 1- Você gosta de estudar inglês? Sim ( ) Não ( ) 2- Quais fatores dificultam mais seu aprendizado nas aulas de língua inglesa? ( ) a forma como o (a) professor (a) dar/ explica a aula ( ) a falta de material didático especifico( livro) ( ) a pouca carga horária ( ) a quantidade de alunos na sala 3- O (a) seu (sua) professor (a) utiliza texto em inglês para dar aulas? ( ) sempre ( ) as vezes ( ) nunca 4- Quais habilidades abaixo que em sua opinião facilitaria seu aprendizado? ( ) trabalhar com textos diversos ( ) musicas ( ) vídeos ( ) atividades com jogos ( ) conversação 5- Quais habilidades abaixo você consegue desenvolver bem? Ler- ( ) bem ( ) pouco ( ) não consigo ler textos em inglês Escrever- ( ) bem ( ) pouco- apenas palavras soltas ( ) não consigo escrever Ouvir- ( ) bem ( ) entendo pouco ( ) não consigo entender Falar- ( ) bem ( ) falo poucas palavras ( ) não consigo falar QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES 1- Qual a sua formação? 2- Há quanto tempo você leciona inglês? 3- Você gosta de lecionar esta disciplina? ( ) sim ( ) não 4- Você usa texto em língua inglesa para explicar a gramática de forma contextualizada? ( ) sempre ( ) pouco ( ) nunca Caso você tenha respondido “nunca”, justifique: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5- Qual o domínio em relação às quatro habilidades? ( ) reading- ( ) bem ( ) pouco ( ) não domino ( ) listening- ( ) bem ( ) pouco ( ) não domino ( ) writing- ( ) bem ( ) pouco ( ) não domino ( ) speaking- ( ) bem ( ) pouco ( ) não domino 6- Em sua opinião, qual ou quais os fatores que mais dificultam o processo de ensino e aprendizagem de língua inglês nas escolas públicas? ( ) a falta de material didático ( ) a pouca carga horária dispensada a disciplina ( ) a quantidade de alunos na sala ( ) a metodologia aplicada ( ) o fato de a disciplina não reprovar ( ) a pouca importância dada a disciplina por parte dos alunos