ID: 53594351
24-04-2014 | Agro News
Tiragem: 13800
Pág: II
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Mensal
Área: 6,17 x 32,38 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 1
ONDINA AFONSO
Diretora executiva do pólo
“Portugal Foods”
OPINIÃO
Terraprima:
o contributo
para o sequestro
de carbono
A Terraprima é uma empresa associada
da PortugalFoods que tem por missão
desenvolver soluções de engenharia,
integradas e inovadoras, para problemas
de sustentabilidade das explorações
agrícolas. No momento em que as
alterações climáƟcas se tornaram um
assunto na ordem do dia, a empresa
iniciou a sua aƟvidade de mediação de
serviços ambientais com um contrato
pioneiro com a EDP, de fornecimento
de serviço de sequestro de carbono em
mercado voluntário. Este contrato vigorou
entre 2006 e 2012, envolveu quinze
outras explorações agrícolas e permiƟu o
sequestro de 49.000 tCO2 através de gestão
Ňorestal responsável, de sementeira direta
e de sementeira de pastagens.
O Ɵpo de pastagem que a Terraprima
promove para o sequestro de carbono no
solo, denominado Pastagens Semeadas
Biodiversas, corresponde a uma inovação
da Engenharia da Biodiversidade. Em 2003
ganhou notoriedade graças a um projeto
LIFE – o Entensity –, coordenado por outro
associado da PortugalFoods, o InsƟtuto
Superior Técnico, e onde se demonstraram
e divulgaram os múlƟplos beneİcios
ambientais, agronómicos e económicos
que lhes estão associados. São as suas
caracterísƟcas e maneio que lhe conferem
um elevado potencial de sequestro de
carbono no solo, por via de uma maior
produƟvidade e de um maior teor de
matéria orgânica no solo.
Este potencial foi reconhecido pelo
Estado português, que viu nele uma ajuda
para os compromissos assumidos no
âmbito do Protocolo de Quioto. Um dos
primeiros sinais deste reconhecimento foi
a elegibilidade da sementeira de Pastagens
Semeadas Biodiversas para os apoios do
Programa de Desenvolvimento Rural.
Em 2008, o Estado português criou uma
enƟdade de apoio aos projetos domésƟcos
de redução de emissões ou de promoção
de sequestro de carbono – o Fundo
Português de Carbono (FPC). A Terraprima
viu neste fundo a oportunidade para
conferir escala ao conceito de contrato
de prestação de serviços de sequestro
de carbono testado com a EDP e por isso
candidatou-se nesse ano e em 2010 a dois
projetos: um de promoção de sequestro de
carbono no solo por Pastagens Semeadas
Biodiversas e outro de promoção de
sequestro de carbono no solo através
da subsƟtuição da gradagem por outros
métodos de controlo de mato que não
implicam mobilização do solo.
O ano 2013 representou um marco
importante na aƟvidade da empresa,
parƟcularmente para o projeto das
Pastagens Semeadas Biodiversas que
chegou aos 50.000 ha aderentes, com os
quais mil agricultores contribuíram com
um sequestro de 1 MtCO2. O projeto foi
considerado a melhor solução climáƟca
europeia num concurso promovido pela
Comissão Europeia. Globalmente, os
projetos da Terraprima foram reconhecidos
pela ONU como iniciaƟvas defensoras das
áreas em risco de deserƟĮcação. Estes
resultados expressam a escala a que a
empresa hoje atua, não só em termos de
contributo para o combate às alterações
climáƟcas, como também em termos de
promoção de práƟcas agrícolas protetoras
do solo, da melhoria de desempenho das
explorações agrícolas e do aumento da sua
receita.
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Terraprima: o contributo para o sequestro de carbono